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A engenharia de segurança no ramo da construção civil estudo de caso

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SUL – UNIJUI

HENRIQUE DE OLIVEIRA CORTEZ

A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO RAMO DA CONSTRUÇÃO CIVIL

ESTUDO DE CASO

Santa Rosa, RS 2018

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HENRIQUE DE OLIVEIRA CORTEZ

A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO RAMO DA CONSTRUÇÃO CIVIL

ESTUDO DE CASO

Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho.

Orientadora: Lia Geovana Sala

Santa Rosa, RS 2018

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HENRIQUE DE OLIVEIRA CORTEZ

A ENGENHARIA DE SEGURANÇA NO RAMO DA CONSTRUÇÃO CIVIL

ESTUDO DE CASO

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelos membros da banca examinadora.

Santa Rosa, 22 de Fevereiro de 2018.

Prof. Lia Geovana Sala (UNIJUI) Mestre em Arquitetura e Urbanismo (UFSC) – Orientadora

BANCA EXAMINADORA Prof. Caroline Daiane Raduns (UNIJUI) Mestre em Engenharia (UPF) Prof. Lia Geovana Sala (UNIJUI) Mestre em Arquitetura e Urbanismo (UFSC) – Orientadora

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Dedico o meu TCC para todos aqueles que fizeram do meu sonho real, me proporcionando forças para que eu não desistisse de ir atrás do que eu buscava para minha vida. Obrigado por tudo família, namorada, professores, amigos e colegas, que de muitas formas me incentivaram e ajudaram para que fosse possível a concretização deste trabalho.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Marco e Elaine, que me deram toda a estrutura para que me tornasse a pessoa que sou hoje. Pela confiança e pelo amor que me fortalece todos os dias;

Aos meus avós, Eno e Nair, exemplos de amor e honestidade, figuras de grande importância em minha formação e de quem eu me orgulho muito;

A minha irmã Bruna, pelo incentivo e encorajamento, nestes longos anos de distância;

A minha namorada Paola M. Colleto que de forma especial e carinhosa me deu força e coragem, me apoiando nos momentos de dificuldades. Obrigado por contribuir com tantos ensinamentos, tanto conhecimento, tantas palavras de força e ajuda;

A minha orientadora Lia Geovana Sala, que foi uma orientadora extraordinária, por sua disposição em separar um pouco do seu escasso tempo para me transmitir sua experiência, que foi fundamental para a conclusão deste trabalho;

A todos os amigos e amigas, que inúmeras vezes ouviram a frase “não posso, tenho que fazer TCC”, em especial, aos amigos de verdade que fiz dentro da pós-graduação;

E finalmente, agradeço a todos que me ajudaram direto ou indiretamente para o desenvolvimento deste projeto. Um MUITO OBRIGADO a todos vocês!

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É bom comemorar o sucesso, mas é mais importante prestar atenção às lições do fracasso. Bill Gates

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RESUMO

CORTEZ, H. O. A Engenharia de Segurança no ramo da construção civil. Estudo de Caso. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Santa Rosa, 2018.

A segurança do trabalho é uma preocupação constante para a população, sendo que a prevenção é o item principal e essencial que as organizações devem possuir para que seus funcionários possam desempenhar as suas atividades laborais com segurança. Um dos principais setores com elevados índices de acidentes de trabalho é o da ICC (Indústria da Construção Civil), isto devido aos elevados riscos que o funcionário deste tipo de atividade esta exposto durante sua jornada de trabalho. Alguns itens contribuem para a ocorrência destes acidentes como a baixa qualificação dos trabalhadores do setor, elevada rotatividade dos funcionários, falta de conhecimento sobre segurança do trabalho, a imprudência e negligencia, tanto por parte do empregado no seu ambiente de trabalho como do empregador com a falha no cumprimento das leis e normas exigidas para com a segurança do trabalhador. Contudo, na busca de garantir a proteção de todos os envolvidos neste setor, aplicamos a Engenharia de Segurança do Trabalho, no qual disponibiliza inúmeros programas, normas, equipamentos, além de inúmeras orientações que devem ser seguidas com objetivo de não comprometer a integridade física e a saúde dos trabalhadores. Diante da importância que a engenharia de segurança representa para a construção civil, este trabalho tem como objetivo a realização de uma revisão de literatura com a utilização de livros, monografias, artigos e internet sobre a segurança do trabalho neste setor, bem como a realização de uma pesquisa de campo em um canteiro de obras, apresentando uma análise sobre as condições da segurança de trabalho no local, bem como a realização de um check-list mensurando os dados obtidos com as exigências das normas regulamentadoras. A avaliação da empresa pode-se dizer que ficou em um nível satisfatório considerando os quesitos abordados, excluindo-se algumas condições inseguras observadas no ambiente de trabalho.

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ABSTRACT

CORTEZ, H. O. A Engenharia de Segurança no ramo da construção civil. Estudo de Caso. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Santa Rosa, 2018.

Work safety is a constant concern for the population, with prevention being the main and essential item that organizations must have so their employees can perform their work activities safely. One of the main sectors with high rates of accidents at work is the ICC (Civil Construction Industry), due to the high risks that the employee of this type of activity is exposed during his working day. Some items contribute to the occurrence of such accidents as the low qualification of workers in the sector, high employee turnover, lack of knowledge about job security, recklessness and negligence, both on the part of the employee in his / her work environment and of the employer with the failure to comply with the laws and standards required for worker safety. However, in the search to ensure the protection of all those involved in this sector, we apply the Work Safety Engineering, in which it provides numerous programs, standards, equipment, among many guidelines that must be followed in order not to compromise physical integrity and workers' health. In view of the importance that safety engineering represents for civil construction, this work has the objective of carrying out a literature review with the use of books, monographs, articles and internet on work safety in this sector, as well as the realization of a field survey at a construction site, presenting an analysis of workplace safety conditions at the site, as well as conducting a check-list by measuring the data obtained with the requirements of regulatory standards. The evaluation of the company can be said to have been at a satisfactory level considering the issues addressed, excluding some unsafe conditions observed in the work environment.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01: Delineamento de Pesquisa ...44

Figura 02: Fachada da Obra...46

Figura 03: Estrutura sem guarda-corpo………...…...………..56

Figura 04: Estrutura concluída ainda em proteção...58

Figura 05: Funcionário com uso de EPI adequado...59

Figura 06: Funcionario com falta de EPI...60

Figura 07: Layout do Canteiro de Obras...61

Figura 08: Espaço destinado á carpintaria...62

Figura 09: Espaço destinado ao depósito de aço...62

Figura 10: Espaço destinado a depósito de isopor...62

Figura 11: Espaço distinado a corte e solda de aço...62

Fiugra 12: Grande Quantidade de escoras na circulação...65

Figura 13: Depóstio de restos de madeira na entrada da obra...65

Figura 14: Vigotas entre escoras...66

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01: Norma Regulamentadora nº 04 ...47

Quadro 02: Funcionários conforme CBO...48

Quadro 03: Norma Regulamentadora nº 05 ...49

Quadro 04: Norma Regulamentadora nº 09 ...51

Quadro 05: Exames Complementares conforme função...52

Quadro 06: Norma Regulamentadora nº 07 ...54

Quadro 07: Norma Regulamentadora nº 35 ...56

Quadro 08: Norma Regulamentadora nº 33 ...57

Quadro 09: Norma Regulamentadora nº 06 ...60

Quadro 10: Norma Regulamentadora nº 18 e 24 ...63

Quadro 11: Norma Regulamentadora nº 18 ...66

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01: Levantamento Estatístico de Acidente de Trabalho no Brasil………24 Gráfico 02: Levantamento Estatístico de Doenças Ocupacionais no Brasil………...…25

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LISTA DE SIGLAS

AR Análise de Risco

ASO Atestado de Saúde Ocupacional

AEAT Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho ANPT Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho CA Certificado de Aprovação

CRM Conselho Regional de Medicina

CNAE Classificação Nacional de Atividades Econômicas CLT Consolidação das Leis do Trabalho

CIPA Comissões Internas de Prevenção de Acidentes do Trabalho CBO Código Brasileiro de Ocupações

CNPJ Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica DPS Diálogo Preliminar de Risco

EPI Equipamentos de Proteção Individual

FUNDACENTRO Fundação Centro Nacional de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho

INSS Instituto Nacional do Seguro Social ICC Indústria da Construção Civil

LTCAT Laudo Técnico das Condições do Ambiente e Trabalho MEC Ministério da Educação e Cultura

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MTPS Ministério do Trabalho e Previdência Social NBR Norma Brasileira

NRs Normas Regulamentadoras ONU Organização das Nações Unidas OIT Organização Internacional do Trabalho

PCMSO Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional PPRA Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

PCMAT Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

PT Permissão de Trabalho

PBQPH Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat SESMT Serviços Especializados em Engenharia de Segurança do Trabalho SST Segurança e Saúde do Trabalho

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO…...…...………16 1.1 CONTEXTO...………...………..17 1.2 PROBLEMA...18 1.2.1 Questões de Pesquisa...18 1.2.2 Objetivos de Pesquisa...19 2 REVISÃO DA LITERATURA...20

2.1 ASPECTOS GERAIS DA SEGURANÇA E SAUDE DO TRABALHO...20

2.1.1 SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHADOR NO BRASIL...21

2.2 CIONSTRUÇÃO CIVIL...26

2.3 NORMAS REGULAMENTADORAS...28

2.3.1 NORMAS REGULAMENTADORAS APLICADAS A INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL...28

2.3.1.1 NR 4 - Serviços Especializados em Eng. de Segurança e em Medicina do Trabalho...29

2.3.1.2 NR 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes...30

2.3.1.3 NR 6 – Equipamento de Proteção Individual...31

2.3.1.4 NR 7 – Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional...32

2.3.1.5 NR 8 – Edificações...32

2.3.1.6 NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais...33

2.3.1.7 NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade...33

2.3.1.8 NR 12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos...34

2.3.1.9 NR 15 – Atividades e Operações Insalubres...34

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2.3.1.11 NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção...35

2.3.1.12 NR 24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho...36

2.3.1.13 NR 26 – Sinalização de Segurança...37

2.3.1.14 NR 33 – Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados...38

2.3.1.15 NR 35 – Trabalho em Altura...39

3 MÉTODO DE PESQUISA...42

3.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA...42

3.2 DELINEAMENTO...43

4 ANALISES E DISCUSSÕES DOS RESULTADOS...45

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA OBRA...45

4.2 DOCUMENTAÇÃO...49

4.2.1 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais...49

4.2.2 Laudo Técnico das Condições Ambientais de Trabalho...52

4.2.3 Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção Civil...52

4.2.4 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional...52

4.3 TREINAMENTO...54

4.4 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA...55

4.5 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL...58

4.6 ESTRUTURAS DE VIVÊNCIA E CANTEIRO DE OBRAS...61

5 CONCLUSÃO...69

REFERÊNCIAS...71

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Henrique de Oliveira Cortez (cortez_henrique@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa DCEENG/UNIJUÍ, 2017

1 INTRODUÇÃO

O trabalho sempre foi uma atividade incorporada à existência das pessoas, sendo que as primeiras questões relacionadas à segurança do trabalhador surgiram nas décadas de 40 e 50, quando grandes multinacionais do ramo siderúrgico e automobilísticos se instalaram no Brasil, mas a preocupação propriamente dita, veio a surgir apenas nas décadas de 60 e 70, quando o país passou a ter recordes em acidentes decorrente das más condições de trabalho, visto que estas grandes empresas importavam seus maquinários da Europa e Estados Unidos, os quais eram ultrapassados e sucateados, além também da maneira precária que eles eram instalados, pois elas importavam-se apenas com a sua produção. (PINHEIRO, 2012)

Nessa época era inexistente uma política preventiva regulamentada no que se referia à segurança do trabalhador e segundo Michel (2001), a partir daí, trabalhadores, empresários e governo passaram a reunir esforços para reverter tal quadro adverso. Para o controle e prevenção de acidentes de trabalho, deve-se sempre aliar dois fatores: a conscientização dos funcionários nela envolvidos, e o cumprimento das leis de trabalho. (STEFANO, 2008)

Em decorrência desta euforia, foram criados nos Brasil em 1978 as chamadas Normas Regulamentadoras (NR), as quais vieram para fornecer orientações e regulamentações sobre os procedimentos obrigatórios para cada ramo de indústria no qual se refere a segurança do trabalhador. Estas NR são citadas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e devem ser seguidas por todas as empresas que são regidas pela CLT.

As NR são elaboradas por comissões as quais possuem representações do governo, das empresas e dos próprios trabalhadores e quaisquer modificações que ocorrem são revisadas pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social(MTPS). Quando foram criadas elas eram 28 normas, hoje já são 36, e juntamente com elas vieram os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) e as Comissões Internas de Prevenção de Acidentes do Trabalho (CIPA), as quais ambas têm por função evitar que os trabalhadores sofram lesões decorrentes do seu trabalho. No entanto, há algumas diferenças entre as duas. A principal destas diferenças é a necessidade de formação específica para cada comissão, pois qualquer trabalhador pode fazer parte da CIPA, já para fazer parte do SESMT há necessidade de se obter uma formação técnica.

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Henrique de Oliveira Cortez (cortez_henrique@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa DCEENG/UNIJUÍ, 2017

De acordo com o MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), quando falamos em segurança e saúde do trabalhar no âmbito da construção civil, as NR são as chaves mestres, pois são responsáveis por praticamente todos os feitios dentro do ramo, sendo que temos que destacar a mais importante para o canteiro de obras, a NR- 18, a qual tem por finalidade estabelecer diretrizes de ordem administrativa, organização e de planeamento, tendo por objetivo principal implementar medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente dentro da obra.

Segundo Ilda (2005), muitos acidentes na construção civil podem ser atribuídos ao erro humano ou ao fator humano. Para que se aconteça o erro humano, geralmente ocorre devido a desatenção ou negligência do trabalhador, mas para que ele ocorra deve sempre haver um processo de acontecimentos, sendo que para isto, deve-se seguir rigorosamente os programas propostos pela segurança do trabalho contidos na NR-18 e também nas demais, para que estes acidentes possam vir a serem reduzidos ao máximo.

Outro fator importante se refere ao baixo grau de instrução dos trabalhadores do ramo da construção civil, o que contribui significativamente para os altos índices de acidente de trabalho no setor, além também pela alta taxa de instabilidade no emprego que ocorre no setor devido normalmente aos trabalhadores serem contratados apenas pelo período de duração da obra, sendo assim os empregadores não veem a necessidade de capacitar o trabalhador, colaborando assim para o aumento dos índices de acidente. (VIEIRA, 2006)

Contudo, a segurança no trabalho na indústria da construção civil atualmente tornou-se algo fundamental para o desenvolvimento desta nova realidade para as empresas do setor, propiciando novas formas de decifrar os seus objetivos e dificuldades e que desejam permanecer num mercado competitivo e cooperativo. (ROSSO, 2005)

1.1. CONTEXTO

Para Simões (2010), juntamente com este crescimento da construção civil no país, veio o aumento dos números de acidentes com o trabalhador, e diante disto observou-se a importância da realização de estudos sobre a segurança do trabalho em canteiro de obras, observando as implantações das medidas de segurança exigidas pelas normas, sendo assim analisaremos a evolução da aplicação da engenharia de segurança no ramo da construção civil.

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Henrique de Oliveira Cortez (cortez_henrique@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa DCEENG/UNIJUÍ, 2017

1.2 PROBLEMA

Conforme o aquecimento da economia no país, a indústria da construção civil vem contribuindo para este aumento significativo do crescimento econômico, sendo que o resultado disto é a formação de grandes canteiros de obras em praticamente todas as cidades do país, sendo eles em construções de rodovias, moradias, edifícios, reformas no sistema de mobilidade urbana e de transporte. (PESSOA, 2014)

Juntamente com este crescimento econômico, acidentes e desastres no setor vem demonstrando as empresas que não bastam ter um diferencial no mercado marcado apenas pela competividade e lucratividade, mas sim um diferencial voltado à área de segurança do trabalhador, visto que para Vendrame (2001) este crescimento ocorre não devido a falta de legislação, mas sim pelo não cumprimento das normas de segurança, as quais visam proteger a integridade física e mental do trabalhador durante suas atividades laborais. Juntamente a estes descumprimentos das normas de segurança, Simões (2010) salienta que este crescimento também não vem sido acompanhado na mesma velocidade no quesito fiscalização por parte dos responsáveis, assim observamos este aumento significativo do número de acidentes na construção civil.

Diante de tais constatações, a engenharia de segurança no âmbito da construção civil torna-se obrigatoriamente necessária, desde medidas preventivas como a aplicação correta do que se exige nas NR, até a correta fiscalização do empregador nas atitudes dos trabalhadores, devendo assim ocorrer um controle permanente sobre os riscos existentes ou que possam vir a ocasionar em cada atividade ou setor dentro do canteiro de obras, sendo assim Salgado (2011) defende que o empregador deve implementar um sistema de gestão relacionado a Segurança e Saúde do Trabalhador (SST) na empresa e orientar e cobrar do empregador para que siga criteriosamente o que a compõe, afim de se tornar um hábito para o empregado manter a sua própria segurança.

1.2.1 Questões de Pesquisa  Questão principal

Quais são as normas de segurança que toda empresa de pequeno/médio porte do ramo da construção civil deve seguir? Quais são as medidas de controle e programas

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Henrique de Oliveira Cortez (cortez_henrique@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa DCEENG/UNIJUÍ, 2017

de segurança existentes para assegurar a máxima segurança do trabalhador dentro do canteiro de obra?

 Questões secundárias

a) Na empresa analisada, como estão sendo seguidas as normas de seguranças exigidas pelo ministério do trabalho?

b) As normas regulamentadoras estão em conformidade? Se não, quais as medidas que devem ser tomadas a fim de corrigir as inadequações?

1.2.2 Objetivos de Pesquisa  Objetivo Geral

Este estudo tem como objetivo geral a realização de uma pesquisa descritiva relacionada à engenharia de segurança no setor da construção civil, cujo procedimento técnico inclui a pesquisa bibliográfica, o estudo exploratório e o estudo de caso em um canteiro de obra.

 Objetivo especifico

- Realizar uma revisão de literatura sobre as principais NR que se aplicam ao setor da construção civil;

- Verificar as condições de trabalho em um canteiro de obras de construção civil, buscando identificar as percepções relativas à segurança no trabalho, tanto por parte da gerência (empresa, gestores e técnico em segurança) quanto por parte dos operários (profissionais e serventes) e aplicar um checklist (Apêndice A), avaliando a estrutura da empresa em relação à aplicação da segurança e saúde do trabalho.

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Henrique de Oliveira Cortez (cortez_henrique@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa DCEENG/UNIJUÍ, 2017

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 ASPECTOS GERAIS DA SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO (SST)

Ao longo da história e da existência do homem, falar que o trabalho em si causava dano à saúde para quem o praticava, talvez resultasse em forma de desentendimento, isto porque o ser humano sempre trabalhou para garantir o seu próprio sustento, sendo plantando, colhendo e caçando o seu próprio alimento. (BISSO, 1990)

Segundo Batalha (2008), com o passar do tempo, o ser humano começou a busca pelo desenvolvimento e novas tecnologias, e juntamente com essa evolução veio à preocupação com a segurança do trabalhador, pois inúmeros processos durante certas atividades poderiam ocasionar acidentes imprevisíveis, até mesmo a ocorrência de doenças que não apareciam de imediato, mas sim com o passar do tempo realizando a atividade, ou seja, a doença ia se desencadeando.

Um marco para a organização do trabalho ocorreu com o aparecimento das primeiras máquinas durante a Revolução Industrial, e juntamente vieram os problemas relacionados à segurança e saúde dos trabalhadores. (BITENCOURT E QUELHAS, 1998)

Ainda conforme Bitencourt e Quelhas (1998), com a criação dessas fábricas durante a Revolução Industrial, o número de acidentes de trabalho crescia enormemente, devido a exposição a riscos e as condições deploráveis de trabalho existentes nelas, sendo estes acidentes causados principalmente pelas inadequadas máquinas projetadas, com nenhuma segurança para o trabalhador.

Diante disto, a população começa a exigir mudanças na maneira de trabalhar, e assim algum tempo depois veio a primeira lei de proteção ao trabalhador, sendo ela chama de “Lei de Saúde Moral dos Aprendizes”.

Lopes (2008) ressalta:

Em 1802 foi aprovada na Inglaterra a primeira lei de proteção aos trabalhadores: a "Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes". Que estabelecia o limite de 12 horas de trabalho por

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Henrique de Oliveira Cortez (cortez_henrique@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa DCEENG/UNIJUÍ, 2017

dia, proibia o trabalho noturno e tornava obrigatório a ventilação do ambiente de trabalho e a lavagem das paredes das fábricas duas vezes por ano.

Anos após, analisou-se que a lei de saúde e moral dos aprendizes não estava sendo cumprida, sendo assim em 1833 criou-se a primeira legislação eficiente para o trabalhador, chamada de “Factory Act”, no qual ela era aplicada a todas as fábricas onde existissem maquinários. Juntamente com essa legislação, surge o nosso atual médico do trabalho, o qual naquela época era chamado de médico de fábrica, onde os menores trabalhadores eram submetidos periodicamente a exames médicos, a fim de constatar a sua integridade para a realização dos serviços que faziam na fábrica. (MENDES, DIAS, 1991)

No decorrer dos anos inúmeras outras leis foram criadas na Europa, sendo que após a Primeira Guerra Mundial, em 1919 criou-se a OIT (Organização Internacional do Trabalho), no qual era responsável por todas as diretrizes básicas que garantiam a integridade da saúde e segurança do trabalhador. Nos seus primeiros anos de existência ela dedicou-se a compor normas internacionais de trabalho e a garantia de que elas seriam aplicadas. Durante o período da segunda guerra mundial os processos da organização foram interrompidos temporariamente e voltaram a se fortalecer somente no fim da guerra quando ocorre o surgimento da ONU (Organização das Nações Unidas), uma organização com objetivos de manter a paz através do diálogo entre as nações. Juntamente com a sua criação, a OIT se liga multilateralmente a ONU e torna-se a sua primeira agência especializada em questões do trabalho. (OIT, 2017)

2.1.1 SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO NO BRASIL

Conforme Lima (2007), no Brasil, fixa-se por volta de 1930 a nossa Revolução Industrial e embora tivéssemos já a experiência de outros países, em menor escala, é claro, atravessamos os mesmos obstáculos, o que fez com que se falasse em 1970, que o Brasil era o campeão mundial de Acidentes do Trabalho.

Seguindo os movimentos sindicais da Europa, a classe operária no Brasil se mobilizou em relação a questão social, onde queriam mudanças sobre as condições de trabalho em que eram submetidas, sendo que através destas mobilizações vieram a ocorrer as greves de 1907 e 1912 na cidade de São Paulo, onde os trabalhadores das indústrias da construção civil e metalúrgicas reivindicavam uma jornada de trabalho não superior a 8 horas diárias. Alguns anos após em

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Henrique de Oliveira Cortez (cortez_henrique@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa DCEENG/UNIJUÍ, 2017

outras cidades do estado outros trabalhadores de grandes indústrias têxteis fizeram o mesmo, mas neste caso possuíam maior apoio, como o dos trabalhadores do serviço público. (DANNEMANN, 2007)

Diante de tantas manifestações, após a Primeira Guerra Mundial, o Brasil também passou a seguir o rumo internacional, pois optou a seguir as orientações que a OIT fornecia, tentando assim garantir maior segurança e qualidade de vida aos seus trabalhadores durante as suas jornadas de trabalho.

A primeira lei a regulamentar acidente de trabalho aprovada no país ocorreu em 1919, onde através do Decreto nº 3.724 foi criada a Lei sobre Acidentes do Trabalho, no qual era direcionada ao maior setor do país na época que era o setor ferroviário.

Anos depois, no governo do presidente Getúlio Vargas em 1930, é sancionado o decreto que cria o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, o nosso atual Ministério do Trabalho e Previdência Social, tendo como principais diretrizes, a política para a geração de emprego, renda e apoio ao trabalhador, a policia para a modernização das relações referentes a fiscalização, política salarial, segurança e saúde no trabalho e também política relacionada a imigração. (NASCIMENTO, 2003)

Em 1942, o então Ministro do trabalho Alexandre Marcondes Filho juntamente com o presidente Getúlio Vargas começaram a discutir a grande necessidade da construção de uma lei que possuísse todos os segmentos necessários à segurança e saúde do trabalhador. Foi então que em maio de 1943 foi criada a Consolidação das Leis de Trabalho, sendo composta por oito capítulos e 922 artigos, os quais possuíam as descrições sobre as jornadas de trabalho, salário mínimo, férias anuais, a segurança e saúde do trabalhador, proteções sobre as mulheres e menores de 18 anos, previdência e também as diversas regulamentações dos sindicatos de todas as classes dos trabalhadores. (OLIVEIRA, 2012)

Em 1947 foi adotada a Convenção nº 81, a qual a OIT estabelece que os setores industriais e comercias devem ter um inspetor de trabalho, a fim de observar o cumprimento da CLT. Já em 1956 o Brasil ratificou a Convenção nº 81 pelo Decreto Legislativo nº 24 de 29/05/1956 e assim também promulgado pelo Decreto nº 41721 de 25/06/1957, e em 1965 surge no país a regulamentação destas inspeções de trabalho, no qual estrutura elas em diferentes agentes de inspeção, sendo elas: fiscal do trabalho, médico do trabalho, engenheiro de segurança do trabalho

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Henrique de Oliveira Cortez (cortez_henrique@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa DCEENG/UNIJUÍ, 2017

e assistente social, estabelecendo a partir de cada especialidade normas para inspeção. (OIT, 2017)

Com objetivo da realização do aperfeiçoamento a estudos relacionados à segurança, higiene e medicina do trabalho, junto ao Ministério do Trabalho foi criado em 1966 a FUNDACENTRO (Fundação Centro Nacional de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho).

O estatuto da FUNDACENTRO aborda como suas finalidades:

I - pesquisar e analisar o meio ambiente do trabalho e do trabalhador, para a identificação das causas dos acidentes e das doenças no trabalho;

II - realizar estudos, testes e pesquisas relacionados com a avaliação e o controle de

medidas, métodos e de equipamentos de proteção coletiva e individual do trabalhador; III - desenvolver e executar programas de formação, aperfeiçoamento e especialização

de mão-de-obra profissional, relacionados com as condições de trabalho nos aspectos de saúde, segurança, higiene e meio ambiente do trabalho e do trabalhador;

IV - promover atividades relacionadas com o treinamento e a capacitação profissional de trabalhadores e empregadores;

V - prestar apoio técnico aos órgãos responsáveis pela política nacional de segurança, higiene e medicina do trabalho, em como a orientação a órgãos públicos, entidades privadas e sindicais, tendo em vista o estabelecimento e a implantação de medidas preventivas e corretivas de segurança, higiene e medicina do trabalho;

VI - promover estudos que visem ao estabelecimento de padrões de eficiência e qualidade referentes às condições de saúde, segurança, higiene e meio ambiente do trabalho e do trabalhador;

VII - exercer outras atividades técnicas e administrativas que lhe forem delegadas pelo Ministro de Estado do Trabalho e Emprego.

O grande marco para a saúde e segurança do trabalhador ocorreu em 1972, quando a Portaria nº 3237 tornou obrigatória a existência de serviços de medicina do trabalho e engenharia de segurança do trabalho para todas as empresas que possuem algum funcionário em serviço. Após essa obrigatoriedade, o capítulo da CLT que trata da segurança e medicina do trabalho em 1978 passou por alterações, regulamentando assim as Normas Regulamentadoras de Segurança e

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Henrique de Oliveira Cortez (cortez_henrique@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa DCEENG/UNIJUÍ, 2017

Medicina do Trabalho, no qual são aprovadas 28 normas, as quais fornecem orientações e regulamentações obrigatórias para cada ramo empresarial na questão de garantir a segurança do trabalhador. Vale ressaltarmos que desde a criação das NRs até os dias atuais, elas passaram por constantes alterações e também atualizações, tendo como principal objetivo a garantia de que tenhamos um trabalhador que exercera as suas atividades laborais com uma segurança digna. (MORAES, 2008)

Segundo a OIT (2017), atualmente o Brasil é o 4º país no ranking mundial quando falamos em morte por acidentes de trabalho, ficando atrás apenas da Rússia, Estados Unidos e a China. No estado de São Paulo, morre um trabalhador a cada uma hora e meia, o que é mais do que as mortes da guerra do Iraque, conforme a Secretaria Estadual de Saúde do Estado de São Paulo.

Diante dos levantamentos estatísticos do Ministério do Trabalho e Previdência Social (2015) conseguimos observar que partir da criação das NR ocorreu uma significativa redução nos índices de acidente de trabalho no Brasil, conforme é mostrado no Gráfico 01.

Gráfico 01: Levantamento Estatístico de Acidentes de Trabalho no Brasil

Fonte: Autoria Própria, com base em dados retirados do Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho (AEAT, 2015)

0 500000 1000000 1500000 2000000 2500000 19 71 19 73 19 75 19 77 19 79 19 81 19 83 19 85 19 87 19 89 19 91 19 93 19 95 19 97 19 99 20 01 20 03 20 05 20 07 20 09 20 11 20 13 20 15

Gráfico 01: Levantamento Estatístico de

Acidentes de Trabalho no Brasil

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Henrique de Oliveira Cortez (cortez_henrique@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa DCEENG/UNIJUÍ, 2017

Conforme se pode conferir no Gráfico 01, o Brasil, durante as décadas de 70 e 80 foi o campeão mundial de acidentes do trabalho, atingindo números absurdos, chegando a atingir quase dois milhões de trabalhadores acidentados apenas no ano de 1975.

Somente a partir da criação das NR em 1978 que esse índice começou a baixar até os meados do novo milênio, quando vieram a aumentar bruscamente, saindo da casa dos 340 mil acidentes em 2001 para 710 mil acidentes em 2014, ou seja, um aumento de 110,00%, tendo como causa deste grandioso crescimento a construção civil, no qual veio tomando conta das cidades neste período.

Juntamente com esse grandioso número de acidentes vieram os grandiosos números de óbitos, sendo que conforme dados do Ministério do Trabalho e Emprego (2015), enquanto em 1970 tínhamos 23 mortes a cada 10.000 acidentes, em 2001 eram 80 mortes, isto devido ao ano de 2001 possuir o menor número de acidentes de trabalho registrados.

Conforme é mostrado no Gráfico 02, uma outra preocupação existente atualmente é a questão das doenças ocupacionais, visto que entre as décadas de 70 e 90 a media anual era de 4.098 e durante a década de 90 a 2010 passou para 25.467, ou seja, um aumento de 500%, e isto vêm aumentando anualmente. (MTPS, 2015)

Gráfico 02: Levantamento Estatístico de Doenças Ocupacionais no Brasil

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Henrique de Oliveira Cortez (cortez_henrique@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa DCEENG/UNIJUÍ, 2017

Conforme informa o vice-presidente da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT), em entrevista dada em audiência pública promovida pela comissão dos diretos humanos e legislação especifica (Abril/2016), Ângelo Fabiano Farias da Costa, o país gasta R$ 10 bilhões por ano com tratamentos referentes a acidentes de trabalho, sendo as principais consequências a alta rotatividade de mão de obra, o excesso da jornada de trabalho e a grande variedade do uso de máquinas inadequadas para o serviço. Reitera ainda que além deste fatores, a precariedade da fiscalização dos órgãos competentes como o Ministério do Trabalho, Justiça do Trabalho e o Ministério Publico do Trabalho contribui significativamente para esse elevado custo.

2.2 CONSTRUÇÃO CIVIL

A ICC (Indústria da Construção Civil) é uma atividade que possui um grandioso destaque dentre os diversos ramos de trabalho no país, devido ser um dos principais setores geradores de emprego. Entretanto é um dos principais ramos também que geram prejuízos ao país, visto que é nacionalmente caracterizada pelo elevado índice de acidentes de trabalho, pois conforme dados do AEAT (2015), o setor esta em quinto lugar na economia do país em número de acidentes e em segundo em relação aos óbitos no trabalho. (ALCOFORADO, 2008)

Simões (2010) ressalta que este elevado índice de acidentes de trabalho vem ocorrendo na ultima década devido ao enorme crescimento da ICC no país, e consequentemente a segurança do trabalho não conseguiu acompanhar na mesma velocidade este crescimento.

Os trabalhadores realizadores de alguma atividade no ramo da construção civil estão diretamente ligados a um ambiente insalubre e consequentemente de risco, Medeiros e Rodrigues (2009) concluem que diante disto, a segurança do trabalho é um assunto que deve-se ter uma atenção prioritária, garantindo assim o bem estar do trabalhador, o qual consegue realizar sua atividade laboral com tranquilidade.

Conforme o AEAT (2015) a participação da construção civil do país no total de acidentes passou de 10% em 2006 para 16% em 2014, correspondendo por cerca de 450 mortes todos dos anos.

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Esta enorme quantia de acidentes vem ocorrendo devido à irresponsabilidade das empresas, as quais visam à redução de custos e maior lucro, e também a alta rotatividade dos empregados, os quais não possuem nenhum tipo de capacitação e iniciam na empresa sem nenhum tipo de treinamento adequado para a sua jornada de trabalho. Algumas situações de risco fazem parte do contexto laboral do trabalhador do setor, mas em inúmeros casos de acidentes também ocorrem devido a confiança por parte do próprio trabalhador, o qual tem aquele pensamento “Nunca vai acontecer comigo”, e inúmeras vezes, como forma de economia, comodidade e rapidez no serviço, deixa de seguir as normas, e assim realiza suas tarefas de forma inadequada, vindo a ocorrer acidentes. (PEREIRA, 2011)

De acordo com Rolim (2004) uma outra característica marcante da ocorrência dos acidentes é devido a baixa remuneração que estes funcionários recebem, o que os obriga a estenderem suas jornadas de trabalho, a fim de ganharem horas extras, e assim, no caso de um funcionário que pratica o dia inteiro serviço braçal pesado, o trabalho em excesso torna-se exaustivo, podendo ocasionar no fim da jornada algum possível acidente.

Desta forma, Brusius (2010) aponta que os acidentes no trabalho ocorrem por diversos acontecimentos, dentre eles cita o curto tempo em que as obras são realizadas, a pouca qualificação dos trabalhadores do setor, o período continuo em que o operário utiliza ferramentas de construção, expondo-o a diversos riscos, e já citado anteriormente a alta rotatividade dos funcionários.

Com objetivo de obter uma política de segurança segura, Stefano (2008) considera que se deve manter um conjunto entre planejamento, desenvolvimento e cumprimento das medidas preventivas exigidas por norma, e da necessidade de manter um regimento educacional aos trabalhadores, objetivando assim o seu entendimento para poder cooperar com a empresa.

Outro quesito importante a se considerar é a conscientização das empresas que a segurança no trabalho não é uma despesa, e sim um investimento, pois com a redução de acidentes de trabalho, elas reduziram gastos com os acidentes dos trabalhadores e a agilidade no andamento da obra aumentará isto devido à diminuição das interdições da obra. Com esta conscientização também ocorrerá à diminuição de casos relativamente mais preocupantes como casos de óbitos e possíveis indenizações processuais. (DRAGONI, 2005)

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Diante desta realidade, para conseguirmos manter um resultado satisfatório em relação a prevenção dos acidentes de trabalho devemos sempre aliar o cumprimento das leis por parte das empresas e também a conscientização por parte dos funcionários. (STEFANO, 2008)

2.3 NORMAS REGULAMENTADORAS

A primeira vez que o termo Normas Regulamentadoras foi utilizado, ocorreu no artigo 200 da CLT, com redação dada pela Lei n.º 6.514 de 22 de dezembro de 1977, porém a sua aprovação ocorreu em 1978, quando o ministério do trabalho e emprego, nosso atual MTPS decidiu padronizar, fornecer e também fiscalizar todas as informações referentes aos procedimentos básicos de segurança e saúde que todo o tipo de empresa regida pela CLT, sendo ela empresa privada, pública ou os órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário deve seguir. (MTE, 2017)

Quando foram criadas eram 28 normas regulamentadoras, entretanto com o passar dos anos observou-se da necessidade da criação de outras, a fim de garantir segurança sob outros parâmetros, os quais não possuíam nas primeiras normas, assim elas passaram por atualizações e atualmente possuímos 36 normas que as empresas devem seguir para atuarem dentro da lei, sendo que cada uma possui seus próprios parâmetros, a fim de garantir a segurança do trabalhador. (OLIVEIRA, 2012)

A adequação das empresas as exigências das NR não desobriga elas a não seguirem outras disposições como códigos de obras, leis sanitárias e ambientas dos municípios, e nem também de acordos coletivos dos trabalhadores, caso houver.

2.3.1 NORMAS REGULAMENTADORAS APLICADAS A INDÚSTRIA DA

CONSTRUÇÃO CIVIL

Para garantir a segurança do trabalhador, o Ministério do Trabalho e Emprego aprovou as Normas Regulamentadoras, sendo que do total de 36 NR existentes atualmente, 15 delas se aplicam diretamente sobre o setor da construção civil, definindo parâmetros aos serviços adotados no setor. Abaixo segue a descrição das respectivas NR:

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- NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes; - NR 6 – Equipamento de Proteção Individual;

- NR 7 – Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional; - NR 8 – Edificações;

- NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais;

- NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade; - NR 12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos; - NR 15 – Atividades e Operações Insalubres;

- NR 16 – Atividades e Operações Perigosas;

- NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção; - NR 24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho;

- NR 26 – Sinalização de Segurança;

- NR 33 – Segurança e Saúde no trabalho em Espaços Confinados; - NR 35 – Trabalho em Altura.

Além destas 15 normas, as quais são aplicadas diretamente no setor da construção civil, as NR 01, 02 e 03 também devem ser levadas em consideração visto que a NR 01 estabelece as disposições gerais de todas as NR, bem como os direitos e obrigações do governo, dos empregadores e dos trabalhadores, já a NR 02 determina que todo estabelecimento novo devera solicitar aprovação das suas instalações ao MTE e a NR 03 estipula que todos os estabelecimentos que não estão em acordo com as NR podem sofrer embargo ou interdição de seus serviços.

2.3.1.1 NR 4 – Serviços Especializados em Eng. de Segurança e em Medicina do Trabalho A Norma Regulamentadora número 04, ou NR-4 do MTPS (2016), estabelece os critérios para organização dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT).

Compete exclusivamente ao SESMT esclarecer aos empregados dos riscos no ambiente de trabalho, promovendo ações para neutralizados e consequentemente eliminá-los na medida do

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possível, visando sempre a saúde e prevenção de acidentes e doenças ocupacionais aos empregados.

Para cumprir suas obrigações, o SESMT deve possuir os seguintes profissionais: médico do trabalho, engenheiro de segurança do trabalho, enfermeiro do trabalho, técnico de segurança do trabalho, e um auxiliar de enfermagem do trabalho, devendo possuir conhecimentos de engenharia de segurança e medicina ocupacional no ambiente de trabalho no qual a empresa é situada. (NR 04-MTPS, 2016)

Para o dimensionamento da quantidade de profissionais de cada área que devem fazer parte do SESMT devemos observar o quadro do Anexo II da NR4, onde é estabelecida uma relação entre o grau de risco e número de funcionários da empresa.

Toda empresa que possuir um SESMT deve registrar o mesmo junto ao MTE, mesmo que tenha apenas um integrante no caso da mesma ter grau de risco 4 e possuir menos de 100 funcionários, onde há necessidade de apenas 01 técnico de segurança do trabalho.

Em 25/12/2018 entrará em vigor uma alteração na NR-4 no que diz respeito aos médicos do trabalho, onde os mesmos só poderão exercer a sua função perante ao SESMT após o prévio registro de sua especialidade como “Médico do Trabalho” no MEC (Ministério a Educação e Cultura) e no CRM (Conselho Regional de Medicina).

2.3.1.2 NR 5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

A CIPA, como o próprio nome já diz, é uma comissão interna, a qual todas as empresas privadas, públicas e órgãos governamentais que possuem funcionários regidos pela CLT devem possuir, tendo como objetivo promover a conscientização de todos os funcionários referente a prevenção de acidente e doenças decorrentes do trabalho.

Conforme dados do Manual de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho (JUNIOR, 2017), a diferença da CIPA para o SESMT é que os integrantes do SESMT devem necessariamente ser constituídos por profissionais da área de segurança do trabalho e medicina ocupacional, já os integrantes da CIPA são formados através de eleições anuais, onde todos os funcionários da empresa podem se candidatar, com exceção dos estagiários. A CIPA ainda é responsável por diagnosticar os riscos nos processo de trabalho e identificar medidas preventivas,

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já o SESMT faz o controle dos acidentes, registrando as ocorrências de doenças ocupacionais e controlam as questões de insalubridade e periculosidade no ambiente de trabalho.

O dimensionamento dos integrantes da CIPA, conforme a NR-5 é feito através de três quadros localizados nos anexos da própria norma, onde são analisados o CNAE da empresa, o setor econômico e a quantidade de funcionários.

Conforme o setor da indústria da construção civil estar classificada nos Grupos C18 e C18a na respectiva norma, deve-se constituir CIPA por estabelecimento a partir de 70 trabalhadores, entretendo, conforme item 18.33.1 da NR18, a empresa que possuir na mesma cidade 01 ou mais canteiros de obras com menos de 70 empregados é obrigatório a formação de CIPA.

Citamos ainda o item 18.33 da NR18, onde ressalta que a formação de CIPA é necessária apenas para obras que durem mais de 180 dias, e quando o período for menor é necessária à criação de uma comissão provisória de prevenção de acidentes.

Deve-se lembrar que os integrantes da CIPA devem receber treinamento específico conforme item 5.33 da norma, com carga horário de 20 horas, podendo ele ser ministrado pelo SESMT da empresa, ou profissionais com conhecimentos sobre os temas a serem discutidos.

2.3.1.3 NR 6 – Equipamento de Proteção Individual

A Norma Regulamentadora de número 06 estabelece e define os tipos de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) que as empresas são obrigadas a fornecer sem custo algum a seus funcionários, sempre que as condições de trabalho exigirem, destinando a proteger a saúde e integridade do trabalhador.

Os EPIs devem ser utilizados como última opção de medidas de segurança, visto que primeiramente devem ser utilizadas todas as medidas de segurança possíveis no ambiente externo a fim de garantir a sua segurança.

Conforme a norma, todos os EPIs devem possuir o Certificado de Aprovação (CA) emitido pelo Ministério do Trabalho, pois é ele que garante que o equipamento foi testado e obedecem todos os requisitos de segurança a qual ele se destina. O número do CA é gravado no EPI, e é por ele que se pode consultar a validade dos testes daquele equipamento.

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É dever da empresa registrar o fornecimento de todos os EPIs entregues a seus funcionários, bem como a substituição quando os mesmos estiverem danificados ou extraviados, a fim de que o funcionário não utilize, por exemplo, a bota velha na obra e a nova para passear com a família no fim de semana. Utilizam-se fichas, livros e até mesmo sistemas eletrônicos para o controle destes registros.

2.3.1.4 NR 7 – Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional

Esta norma trata sobre a obrigatoriedade da elaboração e implementação do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) em todas as empresas que admitam trabalhadores como empregados.

O PCMSO é um programa de saúde do trabalhador que deve ser elaborado em conjunto com o PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais), o qual tem por objetivo zelar pela saúde do funcionário, avaliando, acompanhando, controlando e se necessário procurar melhorias para garantir a saúde dos trabalhadores, através de exames médicos admissionais, periódicos, retorno ao trabalho, mudança de função e admissional.

Como resultado do PCMSO, cada trabalhador possuirá o seu ASO (Atestado de Saúde Ocupacional), sendo ele que define a sua aptidão ao trabalho e o possibilita a exercer a sua função no trabalho sem riscos a saúde. Os exames de diagnósticos são solicitados de acordo com a função e atividades que o trabalhador realiza.

2.3.1.5 NR 8 Edificações

Esta norma estabelece requisitos mínimos que devem ser observados em edificações, a fim de garantir segurança e conforto as pessoas que as utilizam.

Itens como altura do pé direito adequada a cada edificação, qualidade do piso, o qual não deve apresentar saliências e proteções nas aberturas e pisos durante a construção das edificações também são observadas. Itens mais básicos como a presença de materiais antiderrapantes em pisos, escadas e rampas também são descritas na NR08.

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Esta norma estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) em todas as empresas que admitam trabalhadores como empregados.

Este programa tem como objetivo prever certas situações de riscos presentes no ambiente, criando a partir destas análises boas condições de trabalho aos funcionários. Através da criação de um mapa de riscos podem-se concluir os riscos existentes e as medidas de controle que devem ser implementadas nas áreas atingidas por eles.

Para a confecção deste programa consideram-se riscos ambientais os riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidente presentes no ambiente de trabalho, devendo ser observados a sua natureza, concentração, intensidade e tempo de exposição a que o trabalhador esta exposto a cada agente.

Para realizar um PPRA completo devem ser seguidas algumas etapas, sendo elas: - Antecipação e o reconhecimento dos riscos no ambiente;

- Estabelecer prioridade e metas de controle;

- Avaliar os riscos e exposição dos trabalhadores a eles; - Implantar medidas de controle e verificar a sua eficácia; - Monitorar a exposição aos riscos;

- Registrar e divulgar os dados obtidos.

2.3.1.7 NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade

A NR10 é a norma regulamentadora que preza pela segurança em instalações e serviços em eletricidade, regulamentando todo e qualquer serviço que interage com eletricidade em suas mais diversas etapas como projetos, construções, montagens, operações e manutenções.

Todo e qualquer profissional que trabalha na área, somente poderão trabalhar com serviços elétricos se possuírem o curso especifico para NR10, sendo expressamente proibido trabalhar sem ter esta formação.

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Apesar do texto original referente as instalações elétricas ser publicado em 1978 juntamente com as outras NR, a NR10 que possuímos atualmente entrou em vigor em sua totalidade apenas em dezembro de 2006.

2.3.1.8 NR 12 – Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos

Conforme dados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social, 2015), em torno de 10% de todos os acidentes ocasionados no país na última década ocorrem através do manuseio de máquinas e equipamentos.

A NR12 é a norma que defini as referências técnicas, os princípios fundamentais e as medidas de proteção que garantem a segurança e saúde dos trabalhadores que trabalham com qualquer tipo de maquinário e equipamento. Ela também regula os equipamentos quanto a sua fabricação, importação, comercialização e exposição. Sua ultima revisão ocorreu em 2010.

2.3.1.9 NR 15 – Atividades e Operações Insalubres

Quando a empresa, mesmo depois de utilizar inúmeras técnicas para manter a segurança do ambiente de trabalho ao trabalhador e não obtém sucesso, podendo assim causar algum tipo de problema de saúde ao trabalhador, ele deve ser compensado financeiramente, sendo esta compensação conhecida como adicional de insalubridade.

Para ser concedido adicional de insalubridade, deve-se observar os limites de tolerância para ruído continuo ou intermitente, ruído de impacto, exposição ao calor, radiações ionizanes, agentes químicos e poeiras minerais, os quais estão presentes nos anexos da referida norma. No caso de atividades com a presença de radiações não-ionizantes, vibrações, frio e umidade o adicional é concedido mediante apresentação de laudo de inspeção realizado por profissional competente. E nos casos de atividades de trabalho sob condições hiperbáricas, ou com a presença de benzeno e agentes biológicos, o adicional é sempre concedido ao trabalhador.

O valor do adicional também é diversificado, podendo variar entre 10, 20 e 40% sobre o salario mínimo da região, sendo esta variação definida pelo grau de exposição a que o trabalhador é exposto, sendo que na maioria das vezes, com a utilização de pequenas medidas de controle, como o uso correto de EPI pode-se diminuir este grau de exposição.

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No setor da indústria da construção civil é costumeira a solicitação de inúmeros pedidos de pagamento de adicional de insalubridade por diversos colaboradores, mas na maioria das vezes estes pedidos são negados devido a ausência de caracterização dos agentes exigidos para este adicional. Os funcionários ficam indignados com isto, visto que, por exemplo, o pedreiro que trabalha com cimento, o qual é um produto álcali cáutico, sendo assim, esta exposto ao benzeno, e deveria receber adicional, entretanto quando se utiliza o EPI correto, como o uso de luvas para não pegar diretamente no cimento, ele não estaria em contato, e por assim acontecer, uma grande briga ocorre na justiça quando falamos em insalubridade na construção civil.

2.3.1.10 NR 16 – Atividades e Operações Perigosas

Quando ocorre a exposição do trabalhador a uma condição de risco de morte, como por exemplo o contato com substancias inflamáveis, explosivos, energia elétrica, radiação ionizante ou substancias radioativas, significa que ele trabalha com atividades e operações perigosas, estando a regulamentação para este tipo de serviço exemplificado na NR16.

Para atestar que o funcionário esta em situação de periculosidade em seu serviço, é necessária realização de um laudo técnico, emitido por engenheiro de segurança do trabalho ou por um medico do trabalho, estando este em acordo com a norma.

O valor deste adicional é referente a 30% sobre o valor do salario mínimo regional, sendo que nos casos em que o trabalhador esta exposto juntamente a periculosidade e insalubridade, ele recebera apenas um dos dois benefícios, podendo optar pelo adicional que lhe for mais vantajoso. 2.3.1.11 NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

A NR18 é a principal norma regulamentadora para o setor da construção civil, pois é ela quem estabelece as diretrizes de ordem administrativas, planejamento e organização para a implementação e controle das medidas de segurança em todas as atividades da construção civil, como demolições, escavações, soldagem, cortes, telhados, entre outros. Ainda é definida na norma instruções para organização do canteiro de obras, em suas áreas de vivência, alojamento, PPCI, cozinha, instalações sanitárias, etc.

A norma exige também, nas obras que contenham 20 ou mais trabalhadores a necessidade da realização de um Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Construção Civil,

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chamado de PCMAT, onde é exemplificado todas as medidas de segurança a serem adotas durante o desenvolvimento da obra, visando a antecipação aos possíveis riscos existentes.

Conforme nota técnica 96/2009 do MTE, somente os Engenheiros de Segurança do Trabalho possuem atribuições para elaboração e execução do PCMAT.

Conforme item 18.3.4, deve constar no PCMAT, os seguintes itens:

- Memorial sobre condições e meio ambiente de trabalho nas atividades e operações, levando-se em consideração riscos de acidentes e de doenças do trabalho e suas respectivas medidas preventivas;

- Projeto de execução das proteções coletivas em conformidade com as etapas de execução da obra;

- Especificação técnica das proteções coletivas e individuais a serem utilizadas;

- Cronograma de implantação das medidas preventivas definidas no PCMAT em conformidade com as etapas de execução da obra;

- Layout inicial e atualizado do canteiro de obras e/ou frente de trabalho, contemplando, inclusive, previsão de dimensionamento das áreas de vivência;

- Programa educativo contemplando a temática de prevenção de acidentes e doenças do trabalho, com sua carga horária.

2.3.1.12 NR 24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho

Esta norma trata das condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho, disciplinando as condições de higiene e conforto, especialmente no que se refere a instalações sanitárias, refeitórios, cozinhas, alojamentos, vestiários e sobre as condições de higiene e conforto por ocasião das refeições.

As principais exigências da NR24, conforme cada item presente na norma é exemplificado abaixo:

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1. Instalações sanitárias: um conjunto para cada grupo de 20 trabalhadores (quando a atividade for insalubre, esta proporção deve ser a cada 10 trabalhadores e incluir chuveiros), separadas por sexo.

2. Vestiários: necessário quando a atividade exigir o uso e troca de uniformes, deve ser previsto uma área mínima de 1,50m² por funcionário e armários individuais com dimensões mínimas. 3. Refeitórios: exigidos a partir de 300 funcionários (de 30 até 300 funcionários, é obrigatório assegurar condições de conforto para realização das refeições), deve prever uma área mínima de 1,00m² por funcionário e considerar 1/3 de funcionários do maior turno.

4. Cozinhas: devem estar adjacentes aos refeitórios, dispor de área mínima.

5. Alojamentos: limitação da capacidade em até 100 trabalhadores, atender às dimensões mínimas de tamanhos, inclusive de camas, armários, entre outros, e às recomendações gerais de higiene.

6. Disposições gerais: instalação de bebedouros (um para cada grupo de 50 trabalhadores), suprimento de água potável, orientações gerais de limpeza e higiene.

Muitas vezes os requisitos exigidos pela norma encontram-se fora dos padrões adotados atualmente, isto, devido esta norma ter passado apenas por uma atualização nos últimos anos, no item referente as condições de higiene e conforto por ocasião das refeições, sendo que o restante foi redigido em 1978.

2.3.1.13 NR 26 – Sinalização de Segurança

Devido à falta de estrutura nas construções civis, devem ser seguidas as exigências das sinalizações de segurança, a fim de garantir um ambiente seguro e saudável para os trabalhadores. A sinalização de segurança possibilita uma melhor organização na obra e oferece informações e orientações claras também para quem está de passagem por ali. É preciso sempre estar atento ás sinalizações dos riscos, pois muitas vezes não parecem estar presentes

Além das orientações sobre sinalizações na construção descritas na NR18, as empresas devem observar a NR26, onde tem como objetivo estabelecer padrões referente a utilização das cores para sinalização de segurança no ambiente de trabalho, tendo por finalidade a prevenção de acidentes, a identificação dos equipamentos de segurança, delimitação de áreas, identificar as tubulações de liquido e gases e também a identificar e advertir acerca dos riscos existentes.

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Conforme dita a norma, a sinalização é realizada em forma de emplacamento (rotulagem) e em forma de diferentes cores, sendo elas: amarelo, vermelho, preto, verde, azul, laranja, lilás, purpura, cinza, marrom e alumínio. A NBR 7195 estabelece as cores especificas par a cada tipo de sinalização.

2.3.1.14 NR 33 – Segurança e Saúde no trabalho em Espaços Confinados

A norma regulamentadora de número 33 foi criada para determinar as exigências e condições mínimas para o reconhecimento dos espações confinados, garantindo assim a segurança e integridade física dos trabalhadores que necessitam ficar direta ou indiretamente nestes espaços.

A NBR 14787 (ABNT, 2001) defini:

Espaço confinado é qualquer área que não seja projetada para ocupação humana continua. A qual tem meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes perigosos e/ou deficiência/enriquecimento de oxigênio que possam existir ou desenvolver.

Alguns exemplos de espações confinados são tanques, poços, silos, tubulações, caixas d’agua, etc.

Conforme dita a norma, os empregadores e os empregados possuem certas responsabilidades, sendo elas:

Responsabilidades dos empregadores:

a) indicar formalmente o responsável técnico pelo cumprimento desta norma; b) identificar os espaços confinados existentes no estabelecimento;

c) identificar os riscos específicos de cada espaço confinado;

d) implementar a gestão em segurança e saúde no trabalho em espaços confinados, por medidas técnicas de prevenção, administrativas, pessoais e de emergência e salvamento, de forma a garantir permanentemente ambientes com condições adequadas de trabalho;

e) garantir a capacitação continuada dos trabalhadores sobre os riscos, as medidas de controle, de emergência e salvamento em espaços confinados;

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f) garantir que o acesso ao espaço confinado somente ocorra após a emissão, por escrito, da Permissão de Entrada e Trabalho, conforme modelo constante no anexo II desta NR;

g) fornecer às empresas contratadas informações sobre os riscos nas áreas onde desenvolverão suas atividades e exigir a capacitação de seus trabalhadores;

h) acompanhar a implementação das medidas de segurança e saúde dos trabalhadores das empresas contratadas provendo os meios e condições para que eles possam atuar em conformidade com esta NR;

i) interromper todo e qualquer tipo de trabalho em caso de suspeição de condição de risco grave e iminente, procedendo ao imediato abandono do local;

j) garantir informações atualizadas sobre os riscos e medidas de controle antes de cada acesso aos espaços confinados.

Responsabilidades dos empregados:

a) colaborar com a empresa no cumprimento desta NR;

b) utilizar adequadamente os meios e equipamentos fornecidos pela empresa;

c) comunicar ao Vigia e ao Supervisor de Entrada as situações de risco para sua segurança e saúde ou de terceiros, que sejam do seu conhecimento; e

d) cumprir os procedimentos e orientações recebidos nos treinamentos com relação aos espaços confinados.

Outra observação importante, é que todos os trabalhadores que exercem funções que dispões de espaços confinados devem realizar o curso da NR33 para poderem trabalhar.

2.3.1.15 NR 35 – Trabalho em Altura

A NR-35 é uma das normas regulamentadoras criadas mais recentemente, entrando em vigor em 28/04/2014. Esta é uma das principais normas na construção civil, sendo que ela regula todas as atividades executadas acima de dois metros de altura, onde possui risco de queda.

A NR-35 estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura, como o planejamento, a organização e a execução, a fim de garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores com atividades executadas acima de dois metros do nível inferior, onde haja risco de queda.

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Henrique de Oliveira Cortez (cortez_henrique@hotmail.com). Trabalho de Conclusão de Curso. Santa Rosa DCEENG/UNIJUÍ, 2017

Para seguir as orientações da NR35 em um canteiro de obras, devemos seguir alguns passos:

Avaliação Prévia: Este primeiro passo consiste em saber são e onde se encontram os riscos relacionados a queda dentro do canteiro de obras.

Atribuir Responsabilidades: No segundo passo, determinaremos as responsabilidades da empresa e do empregado, sendo elas:

Da empresa:

- avaliar as condições no local do trabalho em altura; - implementar as medidas de proteção exigidas na norma;

- realizar Analise de Risco (AR) e quando for necessário emitir uma Permissão de Trabalho(PT);

- acompanhar as medidas de proteção instaladas no local pelas empresas contratadas; - desenvolver procedimento operacional para as atividades rotineiras de trabalho em altura;

- fornecer ao funcionário informações e treinamento atualizado sobre os riscos e as medidas de controle;

- suspender o trabalho em altura quando visualizar condições de risco não previstas, onde a eliminação imediata não for possível;

- garantir que o serviço inicie somente após todas as medidas de proteção exigidas na norma tenham sido cumpridas;

- arquivar toda a documentação referente aos serviços em altura realizados pela empresa; - garantir que todo o trabalho em altura seja supervisionado.

Do empregado:

- ter o direito a recusar a realizar o trabalho em altura, quando constatar um risco grave para a sua segurança e/ou as demais, sendo que deve comunicar diretamente a ocorrência a seu supervisor, o qual definirá as medidas necessárias;

- cumprir todas as exigências que a norma exige, inclusive todos os procedimentos que a empresa exige além da norma;

Referências

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