LESÕES EM
LESÕES EM
ÓRGÃOS
ÓRGÃOS
ESPECÍFICOS
ESPECÍFICOS
DISCIPLINA: SUPORTE BÁSICO DE VIDA
LESÕES
Definições importantes:
Lesão: qualquer mecanismo que venha causar uma
agressão, um dano ao organismo.
Trauma: mecanismo que ocasionou a lesão.
Traumatismo: é a causa do trauma, estado geral ou
local do corpo após uma lesão ou ferimento.
Víscera: qualquer órgão que esteja situado em uma
das quatro
importantes cavidades do corpo. Cavidade craniana
(cérebro), torácica (pulmão), abdominal (baço) e pélvica (bexiga).
Classificação geral quanto ao tipo de lesão:
Abertas ou penetrantes: determinam soluções de
CABEÇA
Fechadas ou não-penetrantes: não determinam
soluções de continuidade na pele.
Principais lesões:
Cabeça: São vários os tipos de lesão que atingem a
cabeça:
Lesão de escalpo: sangramento no escalpo não
afeta o suprimento de sangue no cérebro. Ferimentos graves no escalpo pode vir acompanhados de fratura de crânio ou objeto empalado.
Procedimentos: Utilize luva.
Controle sangramento aplicando pressão com
CABEÇA
Se suspeitar de fratura de crânio, aplique pressãoapenas ao redor do ferimento.
Se não houver suspeita de lesão na coluna, mantenha a
cabeça da vítima ligeiramente elevada para ajudar a conter o sangramento.
Nunca remova objeto empalado, imobilize o objeto no
local.
Se suspeitar de fratura de crânio, não limpe o ferimento
do escalpo, nem irrigue com fluídos que possam contaminar o ferimento.
Sinais importantes para avaliação de lesão na cabeça: Dor de cabeça (se perdurar mais de 2 dias ou aumentar
CABEÇA
Náusea e vômito (se náusea perdurar mais de 2 horase se o vômito reiniciar horas após ter cessado).
Enjôo: permite que a vítima durma, mas acorde-a pelo
menos de 2 em 2 horas (avaliação do nível de consciência).
Dificuldade de visão: se a vítima relatar que esta
enxergando imagem dupla, ou se os olhos não se moverem simetricamente, ou se pupilas anisocóricas.
Equilíbrio: se a vítima não demonstrar o mesmo nível
de equilíbrio de anteriormente ou se não puder ficar parada na posição vertical.
Fala: se a vítima apresentar dificuldade para articular
CABEÇA
Convulsões: se a vítima convulsionar ou apresentar contrações involuntárias da musculatura. Fratura de crânio: Os sinais e sintomas da fratura de
crânio incluem: dor no local da lesão; deformidade no crânio; sangramento pela orelha ou nariz; fluido rosáceo, aguado saindo da orelha ou do nariz; sinal de guaxinim ,sinal de Battle; pupilas anisocóricas; sangramento profuso de escalpo (se ferimento aberto); ferimento perfurante.
CABEÇA
Procedimento:
Monitorização dos sinais vitais (se
necessário RCP).
Cubra o ferimento com compressa.
Imobilize a cabeça e pescoço da
vítima.
Controle sangramento.
Equipamentos de imobilização
cervical:
Colar cervical:
oTécnica de colocação:
CABEÇA
Alinhe a cabeça e pescoço do paciente se não houver resistência ou dor e mantenha a estabilização manual.
O outro socorrista aplica o colar ao pescoço da vítima.
O paciente lúcido deve ser alertado contra o risco de movimentar-se.
Mantenha a imobilização manual mesmo com o colar aplicado.
Imobilizador
de
cabeça:
dispositivo
para
impedir
os
movimentos laterais da coluna. Pode
ser utilizado sacos de areia, tijolos ou
anteparos
que
impeçam
os
movimentos laterais da cabeça.
CABEÇA
Lesão cerebral: quando a cabeçaé atingida por um trauma o cérebro sofre lesões ao bater contra as paredes do crânio e como outros órgãos do corpo, edemaciam ao sangrar → aumento da pressão intracraniana.
Como identificar: expressão facial confusa; demora para responder ou seguir instruções; distração e incapacidade de dar continuidade a atividade de rotina; anda na direção errada, fala sem sentido lógico; caminha cambaleante; incapaz de memorizar..
CABEÇA
Procedimentos:
Procure atendimento médico imediatamente
Suspeite de lesão da coluna se vítima inconsciente.
Monitorização dos sinais vitais (RCP se necessário).
Nunca interrompa o sangramento ou a saída de
fluido cefalorraquidiano → isto levará ao aumento
da pressão intracraniana.
Nunca eleve as pernas da vítima → isto levará ao
aumento da pressão intracraniana.
Nunca limpe ou lave ferimento aberto no crânio →
CABEÇA
Lesão no olho:
Lesões penetrantes no olho:
constituem
emergência grave. Objetos como: facas, lápis, anzol,
agulha, ferramentas e ciscos projetados a grande
velocidade podem ficar empalados no olho.
Procedimentos:
Procure atendimento médico imediato.
Imobilize o objeto (objetos longos → copos
descartáveis e curtos → compressa circular).
Cubra também o olho bom.
Nunca: lave o olho com objeto empalado, remova o
CABEÇA
Golpe no olho: golpes que atingem o olho
podem ser insignificantes ou gravíssimos
levando a perda da visão.
Procedimentos:
Aplique compressa de gelo imediatamente por
cerca de 15 minutos (sem pressão).
Procure atendimento médico imediato se a
vítima queixa-se de dor, se houver perda da
visão ou apresentar equimose ao redor do olho.
Ferimento na pálpebra:
Procedimentos:
CABEÇA
Cubra ambos os olhos com compressas e aplique
uma bandagem para sustentar a compressa.
Procure ajuda médica.
Queimadura química: extremamente suscetível a
perda de visão. Os danos ao olho podem ser irreversíveis em 5 minutos, portanto, a substância química deve ser retirada imediatamente.
Procedimentos:
Mantenha as pálpebras bem abertas (com os dedos). Lave com água em abundância por 20 minutos.
Aplique compressa úmida sobre ambos os olhos e
CABEÇA
Procure ajuda médica. Nunca tente neutralizar uma substância química .
Nunca aplique pressão nas bandagens.
Avulsão de olho: um golpe violento na região do olho pode provocar avulsão.
Procedimentos:
Cubra o olho avulsionado com compressa umedecida em água limpa, sem cloro.
Não tente inserir o olho de volta ao lugar.
CABEÇA
Proteja o olho avulsionado com um copo
descartável e bandagem ao redor da cabeça.
Cubra o olho bom com uma bandagem.
Procure assistência médica imediatamente.
Queimaduras no olho por luz intensa:
Procedimento :
Cubra ambos os olhos – compressa úmida.
Instrua a vítima a não coçar os olhos.
Mantenha a vítima em quarto escuro.
Analgésico se indicação médica.
CABEÇA
Objeto estranhos no olho:
Procedimento:
Remova o cisco com água
morna ou com a ponta de
uma gaze dobrada em cone.
Nunca permita que a vítima
esfregue o olho.
Nunca tente remover cisco
aderido ao olho.
Nunca use algodão seco ou
instrumento
(pinça
ou
grampo) no olho.
CABEÇA
Lesão no nariz:
o
Sangramento nasal:
Existem dois tipos de sangramento nasal:
• Anterior (epistaxe): é o mais comum. O sangue sai por uma das narinas.
• Posterior: o sangue sai em hemorragia pela parte posterior, para dentro da cavidade oral e faringe.
Procedimento:
Posicione a vítima sentada.
Flexione ligeiramente a cabeça da vítima, para
CABEÇA
Pince as partes macias do
nariz por 5 minutos (ou
deixe a vítima pinçar), com
os dedos, polegar, indicador
e médio. Enquanto pinça as
narinas empurre o nariz
contra a face.
Se o sangramento persistir,
solicite que a vítima assoe o
nariz, com cuidado, para
remover coágulos, excesso
de sangue e secreção,
permitindo que novo coágulo
se forme.
CABEÇA
Se o sangramento for decorrente de golpe no
nariz, aplique compressa de gelo sobre o
nariz,e sobre a face.
Procure assistência médica se:
• Sangramento não parar.
• Se suspeitar de sangramento posterior.
• Se vítima hipertensa ou sendo medicada com anticoagulante ou grandes doses de aspirina.
• Se sangramento decorrente de trauma e você suspeitar de fratura no nariz.
Nunca permita que a vítima recline a cabeça.
Nunca insira gaze ou algodão nas narinas.
CABEÇA
Nunca movimente a cabeça e o pescoço se
houver suspeita de lesão de coluna.
o
Fratura de nariz:
Procedimento:
Procure atendimento médico imediato.
Contenha o sangramento.
Aplique compressa de gelo sobre o nariz e
face por 15 minutos. Não tente alinhar o nariz
quebrado.
Lesão no dente:
oAvulsão de dente:
CABEÇA
Procedimentos:
Solicite que a vítima lave a boca com água limpa e
coloque um rolete de gaze enfiado dentro do local de onde o dente foi avulsionado.
Localize o dente avulsionado – segure-o só pela
coroa, nunca pela raiz.
Se possível lave o dente sem esfregar e reimplante-o
o dente .
Tente reinseri-lo procurando alinhar com o dente
adjacente.
Se a implantação não for possível transportar o
dente em leite frio.
CABEÇA
o Dente quebrado: Procedimento:
Remova com cuidado sangue e sujeira que possam estar na área atingida usando uma gaze estéril ou pano muito limpo umedecida em água morna. Aplique compressa de gelo sobre a face no local da lesão.
Se suspeitar de fratura de mandíbula – imobilize-a com bandagem passando sobre a mandíbula e cabeça.
COLUNA CERVICAL
Lesões que atingem acabeça indicam possibilidade de lesão na coluna vertebral pelo fato que movimentos bruscos na cabeça, em diversas direções, transferem energia para a região cervical, podendo lesionar a medula.
COLUNA CERVICAL
Como reconhecer: Dor ao movimentar braços e pernas.
Insensibilidade,
adormecimento, fraqueza, formigamento ou queimação nos braços ou pernas.
Incontinência fecal ou urinária. Paralisia nos braços ou pernas. Deformidade no alinhamento
COLUNA CERVICAL
Importante:
o Avalie o nível de consciência da vítima.
o Se inconsciente: procure ferimentos abertos, hematomas e deformidades. Avalie respostas motoras.
Procedimentos:
Imobilize
a
cabeça
impedindo
qualquer
movimento.
Imobilize colocando objetos
TÓRAX
Toda a vítima de lesão
no tórax deve ser
avaliada
–
dados
vitais.
Se consciente será
melhor
mantê-la
sentada reclinada ou
com a região atingida
voltada para baixo.
Fratura de costela:
Procedimento:
TÓRAX
Ajuda
a
vítima
se
posicionar
de
forma
confortável e coloque um
travesseiro ou um cobertor
dobrado sobre a região,
para que a vítima segure e
estabilize a fratura.
Algumas vítimas declaram
mais conforto ao deitar
sobre o lado atingido.
Procure
assistência
TÓRAX
Objeto empalado no tórax:
Procedimento:
Imobilize o objeto no local com bandagens.
Não tente remover o objeto empalado.
Procure assistência médica imediata.
Ferimento aspirante: um ferimento
aspirante ocorre quando um ferimento
penetrante abre uma passagem para a
cavidade torácica, por onde o ar entra e sai
a cada respiração (pneumotórax).
TÓRAX
Procedimentos
Solicite que a vítima respire, deixando o ar sair
da cavidade; então, feche o ferimento aberto
do tórax realizando um curativo oclusivo com
plástico do tipo celofane, sendo 2 cm maior
que a lesão, deixando um canto do curativo
livre para que o ar saia normalmente, mas não
penetre na cavidade torácica.
ABDÔMEN
Golpe no abdômen: avalie
o abdômen com cuidado
apalpando
os
quatro
quadrantes com a extensão
dos dedos. Procure por
sintomas de dor e sinais de
flacidez,
rigidez
ou
mudanças
no
tônus
muscular.
Procedimentos:
Deite a vítima de forma
confortável e assuma que
poderá ocorrer vômito.
ABDÔMEN
Não dê nada para a vítima ingerir. Chame o resgate.
Ferimento penetrante: poderá ocorrer
evisceração.
Procedimentos:
Se o objeto estiver empalado, imobilize o objeto e
controle sangramento, aplicando gaze ao redor do objeto.
Chame o resgate. Evisceração:
ABDÔMEN
Posicione a vítima ligeiramente
inclinada e com os joelhos
ligeiramente flexionados.
Cubra todos os órgãos aparentes
com uma gaze estéril úmida.
Cubra a gaze úmida com uma
toalha
para
manter
a
temperatura dos órgãos.
Chame o resgate.
Nunca tente reinserir os órgãos
PELVE
Nunca aplique pressão sobre os órgãos.
Nunca utilize compressas que possam se
desmanchar depois de umedecidas.
Nunca dê nada para a vítima ingerir.
Lesão na pelve: se for necessário movimentar
a vítima e houver suspeita de lesão pélvica,
estabilize a vítima completamente. Fraturas de
pelve produzem muita dor, se houver indícios
de fratura, não avalie comprimindo a pelve.
PELVE
Atenda a vítima para estado de
choque.
Improvise um preenchimento para
ser colocado entre as pernas da vítima e imobilize as pernas aplicando atadura sobre os joelhos e tornozelos.
Se os joelhos estiverem
flexionados, não deixe a vítima estender as pernas. Preencha o espaço por baixo dos joelhos com uma coberta dobrada ou outro objeto macio para dar suporte
PELVE
Mantenha a vítima sobre
uma superfície rígida.
Chame o resgate.
Nunca role a vítima, isso
provocará
lesões
adicionais graves.
Nunca
movimente
a
vítima.
Sempre
que
possível
aguarde
a
chegada do resgate.
BIBLIOGRAFIA
BRASIL. Cruz Vermelha. Primeiros socorros. Medicinado viajante.
GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ. Primeiros socorros. NATIONAL SAFETY COUNCIL. Primeiros socorros.
4ed. Randal Fonseca Editora, 2002.
SIATE/CBPR. Manual do atendimento
pré-hospitalar, 2008.
SILVA, D.B. Manual de primeiros socorros.
UNIFENAS, 2007.
SILVEIRA, E. T.; MOULIN, A. F. V. Socorros de urgência
em atividades físicas. Curso teórico-prático, 2006.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE SALVAMENTO AQUÁTICO -