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São Paulo, 13 de fevereiro de 2017.

RELATÓRIO DE RESULTADOS AO MACKPESQUISA

Projeto: Violência contra a criança e o adolescente: educando agentes transformadores.

Líder: Antonio Cecílio Moreira Pires

Pesquisadores do grupo: Lia Cristina Campos Pierson, Lilian Regina Gabriel Moreira Pires, Maria de Fátima Monte Maltez, Martha Solange Scherer Saad.

I. RELATO SOBRE O TEMA DA PESQUISA

Tendo como tema principal a violência contra a criança e o adolescente no panorama das políticas públicas para prevenção dessa violência, o grupo de pesquisa MackPesquisa teve como elemento impulsionador da discussão a aprovação da Lei nº 13.010, de 26 de junho de 2014, que trata do direito da criança e do adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de castigos físicos ou de tratamento cruel ou degradante, gerando muitas dúvidas a respeito dos limites por ela impostos aos agentes na condução dos processos educativos e de socialização aplicados às crianças e aos adolescentes.

A legislação brasileira voltada à proteção da criança e do adolescente tem história de quase um século, ao longo do qual foi construída relevante percepção de que crianças e adolescentes merecem atenção especial e são detentores de direitos.

Essa temática começa a surgir na pauta dos Direitos Humanos, na área da saúde, na segunda metade do século XX, inicialmente através da notificação ao poder público da violência contra crianças (também mulheres e idosos) num panorama de discussão social dessa questão.1

A vida humana é hoje segmentada em fases e classificá-la dessa forma leva os seres humanos a se desenvolverem em setores separados da vida, o que determina que as crianças e os adolescentes devam sofrer um processo de socialização em estruturas coletivas afastadas da família. MolloBouvier2 ressalta que esse fenômeno provoca diferentes formas de se acudir a demanda pelo atendimento à criança e ao adolescente, que por sua vez traz a mudança da concepção de infância em diferentes e contraditórios conceitos.

1

MINAYO, Maria Cecília de Souza. A Inclusão da Violência na Agenda da Saúde: Trajetória Histórica. In Ciência & Saúde Coletiva, 11(Sup): 1259-1267, 2007.

2

MOLLO BOUVIER, Suzanne. Transformação dos modos de socialização das crianças: uma abordagem sociológica. In Educação e Sociedade, Campinas – SP vol. 26 n.91, p. 391-403, maio/ago. 2005.

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A constatação de MolloBouvier3, de que a vida das crianças em nossa sociedade, notadamente as pequenas (pré-púberes), é influenciada pelo modo de vida de seus pais encontra eco e explicação no fenômeno da inserção das mulheres no mercado de trabalho, normalmente distante do domicílio, na precariedade econômica e nas transformações dos modelos familiares. O cotidiano das crianças passa a ter o ritmo de vida de seus responsáveis.

Essa forma de relação, que alcançou o início do século XXI, parece estar provocando algum desapontamento quanto às expectativas dos resultados dessa nova abordagem para a educação, trazendo muitas vezes frustração aos pais/responsáveis quanto ao comportamento esperado na criança/adolescente em seu processo de socialização.

II. ETAPAS E METODOLOGIA DE EXECUÇÃO DO PROJETO

O trabalho de pesquisa teve início com o exame da legislação vigente, Leis nº 8.069/1990 (Estatuto da Criança e Adolescente – ECA), 11.829/2008 (Pornografia infantil), 13.010/2014 (Lei Menino Bernardo ou Lei da Palmada), 13.185/2015 (Combate à Intimidação Sistemática - Bullying) e 13.257/2016 (Políticas públicas para primeira infância), sob os aspectos cíveis, processuais e administrativos.

Num segundo momento foram ainda discutidas questões sobre a violência contra crianças e adolescentes, suas origens, razões e os efeitos psíquicos no desenvolvimento das vítimas dessa prática. Para tanto foi realizada extensa pesquisa em periódicos envolvidos na divulgação de trabalhos nas áreas da psicologia social, psicologia do desenvolvimento, antropologia e direito, tendo os debates sido conduzidos pela pesquisadora do grupo com formação em psicologia, Profa. Ms. Lia Cristina Campos Pierson, bacharel em Direito e Psicóloga, que, inclusive, leciona a disciplina Psicologia Jurídica na Faculdade de Direito.

Em um terceiro momento foram mantidos contatos com escolas e órgãos públicos, objetivando conhecer os atores envolvidos no objeto da pesquisa.

Por último, foram agendadas reuniões com as diretorias das escolas para disponibilização das cartilhas e, nas escolas em que houve possibilidade, os pesquisadores realizaram palestras e efetivaram a entrega das cartilhas aos pais e professores.

Visitas às escolas

Parte do projeto consistiu na visita a escolas, sendo a maioria de região próxima à Universidade, o que trouxe riqueza e informação à pesquisa. Foram visitadas as seguintes escolas:

3

MOLLO BOUVIER, Suzanne. Transformação dos modos de socialização das crianças: uma abordagem sociológica. In Educação e Sociedade, Campinas – SP vol. 26 n.91, p. 391-403, maio/ago. 2005.

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1. Escola Municipal de Educação Infantil Professor Angelo Martino Rua Humaitá, 536 – Bela Vista

2. Escola Municipal de Educação Infantil Monteiro Lobato Rua Bahia, 257 – Higienópolis

3. Escola Estadual de Ensino Fundamental Marina Cintra Rua da Consolação, 1.289 – Consolação

4. Escola Estadual de Ensino Médio Caetano de Campos Rua João Guimarães Rosa, 111 – Consolação

Foi possível perceber nas entrevistas com os diretores e coordenadores o quanto ainda é preciso caminhar na ajuda aos pais, professores e responsáveis, principalmente no fortalecimento de redes de suporte para que as intervenções em situações de violência doméstica e maus tratos que chegam à escola sejam realizadas com segurança por quem de direito. A violência intrafamiliar é presente entre os alunos das Escolas:

Às vezes contam, às vezes não contam. O menino R. chegava machucado, apareceu com uma ferida exposta, apanhava da madrasta... Pouco conseguimos saber, os professores não têm essa percepção da violência contra a criança mais abrangente...pensam que é caso somente se houver violência física, sexual..., diz a coordenadora de uma escola visitada.

Observamos, pelos relatos dos coordenadores das escolas, que a violência extravasa o ambiente intrafamiliar e chega às salas de aulas e pátios: crianças pequenas praticam violência física contra outras de mesma idade; crianças mais velhas e adolescentes praticam bullying contra colegas e contra professores. O procedimento adotado pelas escolas, em resumo, é: o professor conversa com o aluno e informa a coordenação, que comunica o professor mediador (quando há); esse mediador contata os pais que, geralmente, não comparecem ou negam a violência intrafamiliar ou a justificam. Um relatório é elaborado e encaminhado o conselho tutelar, o qual raramente retorna informações, sendo mais raro ainda um resultado positivo.

Os gestores entrevistados demonstraram, em maior ou menor grau, consciência do problema e conhecimento parcial sobre as providências e o uso dos recursos disponíveis, sempre se apoiando em um discurso cuidadoso quanto à responsabilização da escola ou dos gestores, como se isso viesse a prejudicar de algum modo o andamento das atividades cotidianas.

Em um dos encontros foi-nos relatado que as escolas de educação infantil da prefeitura possuem um sistema de ranqueamento, segundo o qual elas são avaliadas, dentre outros critérios, pelo número de incidentes que ocorrem durante o ano letivo. Pedidos a conselhos tutelares e incidentes com alunos, mesmo de violência

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doméstica, são percebidos pelos gestores de forma negativa e, apesar de tomarem as providências, não dão publicidade ao fato.

Visitas a órgãos públicos

No que concerne à pesquisa relativa à atuação do Poder Público Municipal buscou-se informação junto à Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania, algumas reuniões ocorreram e a mais relevante do ponto de vista da informação e compreensão das atividades relativas à estrutura dos Conselhos existentes ocorreu com a procuradora municipal Dra. Helga Maria Miranda Antoniassi, tendo como resultado o panorama geral a seguir apresentado.

Por expressa determinação legal, definida no Estatuto da Criança e Adolescente, há o Conselho de Direito da Criança e do Adolescente, cuja obrigação vem definida na legislação federal – ECA. Referido Conselho é uma instância colegiada de caráter deliberativo, que tem como competência formular políticas públicas de forma global. Dentre suas atividades estão: (i) a coordenação da eleição do Conselho Tutelar; (ii) a gestão do Fundo através de uma Junta; (iii) o registro das entidades inscritas dos programas de atendimento de crianças e de adolescentes; (iv) a elaboração do plano de ação e do plano de aplicação; montagem da proposta orçamentária do Fundo; (v) a constituição de comissões; (vi) a edição de resoluções e constituição da Secretaria Executiva. Sua característica principal é ser paritário, ou seja, composto por representantes em igual número do Poder Público e da sociedade civil. Para a participação da sociedade civil há eleições, com mandato de 2 anos4.

Sobre a rede de atendimento, foi esclarecida a função dos Centros de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) e Proteção Especial (PSE), com a existência de 32 supervisões de assistência social em cada uma das subprefeituras, além dos serviços de proteção de alta e média complexidade.

O Conselho Tutelar é outro órgão cuja competência está centrada na proteção dos direitos ameaçados ou violados das crianças e adolescentes. Possui caráter fiscalizatório, com poder de intervir em situações de risco, ou seja, ele pode denunciar, receber denúncias ou mesmo solicitar medidas e programas para atendimento e fiscalizar os serviços sociais do município. Trata-se de órgão público municipal que se integra ao conjunto de instituições públicas e age na aplicação de medidas protetivas sem interferência externa, isto é, possui independência no exercício de suas funções. Vincula-se o órgão ao Poder Executivo e não integra o Poder Judiciário, de modo que caso o cidadão sinta-se prejudica pela atuação do Conselho Tutelar poderá apresentar requerimento pessoalmente ou por meio do Ministério Público ao Juizado da Infância e Juventude, a fim de que este reveja as decisões tidas como prejudiciais.

4

Edital do Processo de Eleição para a Escolha dos Representantes da Sociedade Civil no CMDCA - Mandato 2017/2019 (Publicado no DOC do dia 30/11/16 - pág. 55 / Retificado no DOC do dia 06/12/16 - pág. 70 / Retificado no DOC do dia 24/12/16 - pág. 47)

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Dessa forma, o Conselho Tutelar é um dos braços de ação da política de proteção estabelecida pelo ECA e deve ser acompanhado Conselho Municipal de Defesa da Criança e do Adolescente, Justiça da Infância e Juventude, Ministério Pública, Defensoria Pública, entidades civis que trabalham com essa população e cidadãos em geral.

No que concerne à responsabilidade do Conselho Tutelar ela está centrada na aplicação das medidas de proteção e não por sua execução, cabendo-lhe requisitar aos órgãos públicos competentes o atendimento necessário para a solução de problemas enfrentados pelas crianças e adolescentes.

Para concorrer à função de conselheiro é preciso se candidatar e possuir idoneidade moral, comprovada por atestado de antecedentes criminais e certidões de cartórios cíveis e criminais da Justiça Estadual e Federal, ser maior de 21 anos, morar e votar em São Paulo, estar em dia com a Justiça Eleitoral e com obrigações militares, ter reconhecida experiência e compromisso na área de defesa ou atendimento aos direitos da criança e do adolescente, comprovada por meio de curriculum ou declaração de atuação profissional emitida pelo Ministério Público ou pelo Juizado da Criança e do Adolescente ou, ainda, por uma organização social registrada no CNDCA ou por movimentos populares ou instituições governamentais. Os interessados serão escolhidos pela comunidade que pretende representar, em eleição direta, que ocorre nos colégios eleitorais. Após eleitos, os conselheiros passam por um curso e, depois, tomam posse para um mandato de três anos.

Nas visitas aos Conselhos Tutelares identificou-se a precariedade de estrutura administrativa (falta de pessoal de apoio e de equipamentos), além de precária infraestrutura em suas instalações, o que dificulta o desenvolvimento de suas atividades.

A partir desse conjunto institucional, concluiu-se que o Estatuto da Criança e do Adolescente determinou uma nova organização e gestão das políticas deste segmento da sociedade, possuindo o sistema caráter abrangente, que incorpora os direitos desse grupo e estabelece proteção especial àqueles ameaçados ou violados em seus direitos.

Foi possível confirmar, a partir da obtenção de informações e visitas realizadas pelos pesquisadores que o sistema institucional é fundamentado na integração interdependente de atores, instrumentos e espaços institucionais. Sob a perspectiva da gestão, a descentralização e a participação popular são os pilares para a execução das ações governamentais.

III. PRINCIPAIS ACHADOS E RESULTADOS DOS DEBATES

Os integrantes do grupo de pesquisa trabalharam a questão da violência contra a criança e o adolescente através de leitura e discussões atinentes ao surgimento dos marcos legais brasileiros voltados à proteção desses sujeitos de direito, a partir dos

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documentos oriundos de organizações internacionais ONU, UNICEF, OMS, OPAS. Também compuseram o arcabouço teórico, que deu fundamento ao conteúdo da cartilha, artigos científicos (relação anexa) escritos por profissionais das áreas do direito atreladas ao tema, além de profissionais da área de psicologia social, antropologia, serviço social e educação, cujos artigos foram publicados em revistas nas plataformas SCIELO e Periódicos CAPES, aliado aos resultados dos dados obtidos durante as visitas realizadas junto às escolas e órgãos públicos competentes. Apesar da evolução do tema, do cumprimento formal da legislação com a estruturação administrativa da rede de proteção, verificou-se a dificuldade em se compreender a agressão, em identificar maus tratos e o desconhecimento das competências atribuídas aos atores do processo protetivo. A sociedade e, em especial, os responsáveis formais e professores ainda não têm segurança e elementos concretos de aferição de problemas, aliado ao fato da ausência efetiva de pontos de solução. Assim, percorreram-se as etapas da coleta de dados, com pesquisa bibliográfica, entrevistas, observação e debates, analisando-se os dados coletados de modo articulado com a teoria. Desse conjunto de ações e da reflexão sobre a dificuldade de educar e a diferença entre cuidados e maus tratos, resultou a produção da cartilha, com caráter orientativo, informações precisas da rede existente e órgãos competentes, em linguagem acessível a pais, educadores e coordenadores, sendo o foco da pesquisa auxiliá-los a se tornarem efetivos agentes transformadores.

Nesse sentido, o formato da cartilha buscou construir um guia com instruções simples e diretas que ao mesmo tempo tocasse a consciência de seus leitores quanto à importância de uma infância e adolescência livre de situações de agressividade e violência na relação com pais, responsáveis e professores, e que também fosse capaz de orientá-los com relação a rede de atendimento existente, bem como conscientizá-los das consequências advindas pelo descumprimento da lei nas esferas administrativa e judicial.

Inicialmente foi projetada a entrega de 4 mil cartilhas, contudo, em razão de necessidades orçamentária a tiragem concretizada foi de 2 mil. No retorno as escolas visitadas tivemos a adesão e receptividade das escolas públicas:

E.E. Professora Marina Cintra, onde na reunião de pais e mestres, ocorrida no final do ano de 2016, os pesquisadores tiveram a oportunidade de apresentar o trabalho e entregar o material a todos os presentes e se colocaram à disposição da escola para dar continuidade no processo formativo\informativo.

No EMEI Monteiro Lobato, a Diretora e a Coordenadora decidiram receber o material e distribuí-lo no inicio do ano letivo de 2017 na primeira reunião com os pais. Aqui também o grupo se colocou à disposição da escola para dar continuidade ao processo formativo\informativo.

Na medida em que não conseguimos adesão da Escola Estadual de Ensino Médio Caetano de Campos e da Escola Municipal de Educação Infantil Professor Angelo Martino, inicialmente escolhidas, o material foi apresentado para o Centro Comunitário

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e Creche Sinhazinha Meirelles - CEI ( Centro de Educação Infantil) e CCA (Centro para Criança e Adolescentes), onde se iniciou uma parceria com a apresentação e disponibilização da cartilha para atuação naquela comunidade e proposta de trabalho a ser levada a efeito neste ano de 2017.

IV. CONCLUSÕES

O estudo das Leis nº 11.829/2008 (Pornografia infantil), 13.010/2014 (Lei Menino Bernardo, ou Lei da Palmada), 13.185/2015 (Combate à Intimidação Sistemática - Bullying) e 13.257/2016 (Políticas públicas para primeira infância) e suas repercussões sociais e jurídicas, conjugado à pesquisa doutrinária, entrevistas, visitas às escolas e Conselhos Tutelares, trouxe ao grupo uma visão amplificada a propósito dos marcos legais da luta contra a violência contra crianças e adolescentes no Brasil, que possui quase 60 milhões de crianças e adolescentes hoje (UNICEF, 2015).

Há, a partir do Estatuto da Criança e do Adolescente, o surgimento de uma legislação protetiva e, ao mesmo tempo, a criação de uma rede de atendimento a esses sujeitos de direitos universalmente reconhecidos, constatando-se, porém, que nem sempre o resultado final é eficiente em seu intento e nem tampouco é compreendido de forma ampla pela população.

Esta pesquisa também encontrou pessoas dispostas a trabalhar pela causa da não violência, o que permite concluir ser necessário sair a campo para levar informação e oportunidade de reflexão para pais, responsáveis, professores e todos que, de algum modo, lidem com crianças e adolescentes.

A contribuição da Cartilha, com texto objetivo e ilustrado, remete tais agentes a essa reflexão e lhes dá a direção do caminho a seguir (rede de proteção existente) diante da constatação de prática de violência contra criança ou adolescente sob os seus cuidados, não sem chamar a atenção sobre suas responsabilidades à luz da legislação vigente.

Por fim, cabe registrar que os pesquisadores, diante da riqueza do tema, entenderam por bem produzir uma obra voltada ao assunto, com a colaboração de profissionais da área do direito, da psicologia e da educação, dessa Universidade e de outras instituições de ensino, chamada Estudos sobre a violência contra a criança e o adolescente. São Paulo : Libro Design e Comunicação, 2016, v.1. p.374, na forma e-book (ISBN n. 978-85-88605-05-3)5, bem como a Cartilha e a parceria com o Centro

5 Estudos sobre a violência contra a criança e o adolescente.

Parte I – VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES: UM PROBLEMA SOCIAL

1 · Violência e [ideologia jurídica]: a criança e o adolescente [na formação social capitalista] - Luiz Ismael Pereira

2 · A violência contra a criança e o adolescente no Brasil – contribuições para o debate - Lia Cristina Campos Pierson

3 · Escola e violência: o desafio da construção da Cultura da Paz - Michelle Asato Junqueira

4 · A fragilidade da criança e do adolescente vítimas de abuso – avaliação psicológica - Ivone Maria Orsini Martinelli

Parte II – EVOLUÇÃO DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

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Comunitário e Creche Sinhazinha Meirelles - CEI ( Centro de Educação Infantil) e CCA (Centro para Criança e Adolescentes) foram submetidos para a Unesco para eventual parceria (contato Fabio Eon - f.eon@unesco.org)

Antonio Cecílio Moreira Pires

da doutrina da proteção integral das nações unidas para a infância - Antônio Ernani Pedroso Calhao 6 · O papel do comitê da ONU para os direitos da criança no controle e na difusão das políticas públicas - Gustavo Ferraz de Campos Monaco

7 · As crianças, sua presença/ausência na legislação brasileira e a construção do direito à integridade física, à educação e à convivência familiar - Ana Elisa S. Q. Assis, Emerson B. Ferreira, Gabriela G. de C. Tebet e Rosana Guarnieri

8 · ECA como uma rede principiológica: a interpretação construtiva dos direitos da criança e do adolescente, e a compreensão teleológica da Lei Menino Bernardo - Ana Claudia Pompeu Torezan Andreucci e Andrea Boari Caraciola

Parte III – A INSERÇÃO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES NA AGENDA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS – A LEI MENINO BERNARDO

9 · As políticas públicas e a Lei Menino Bernardo - Antônio Cecílio Moreira Pires e Lilian Regina Gabriel Moreira Pires

10 · Violência doméstica contra crianças e adolescentes, e políticas públicas – a Lei Menino Bernardo - Gianpaolo Poggio Smanio

Parte IV – RELAÇÕES PATERNO-FILIAIS NO CONTEXTO NORMATIVO FAMILIARISTA

11 · Proteção à criança e ao adolescente e seus reflexos nas relações paterno-filiais - Martha Solange Scherer Saad

12 · A “Lei da Palmada” em face da tutela da criança e do adolescente no Brasil contemporâneo - Rodrigo Amaral Paula de Méo

13 · A repressão à prática da alienação parental como forma de garantir os direitos da criança e do adolescente - Fernanda Pessanha do Amaral Gurgel

14 · Órfãos de pai vivo: quando o abandono efetivo e a alienação parental se encontram Natália Matschinske de Almeida

Parte V – O PAPEL DO JUDICIÁRIO NA EFETIVAÇÃO DA PROTEÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

15 · Tutela penal da criança e do adolescente - João Paulo Orsini Martinelli e Carolina dos Reis Silva Amaral

16 · O Estatuto da Criança e do Adolescente e o acesso à justiça - Carlos Augusto de Assis e Maria de Fátima Monte Maltez

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ANEXO

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programas suplementares para todas as etapas da educação básica, e dá nova redação ao § 4º do art. 211 e ao § 3º do art. 212 e ao caput do art. 214, com a inserção neste dispositivo de inciso VI.

BRASIL. Decreto nº 7.037, de 21 de Dezembro de 2009 Atualizado pelo Decreto nº 7.177, de 12 de maio de 2010 - Brasil. Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3) / Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República - rev. e atual. - - Brasília: SDH/PR, 2010.

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BRASIL. LEI Nº 13.010, DE 26 JUNHO DE 2014. Altera a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), para estabelecer o direito da criança e do adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de castigos físicos ou de tratamento cruel ou degradante, e altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

RESOLUÇÃO CONSELHO NACIONAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - CONANDA Nº 164 DE 09.04.2014

Mapa da Violência 2012 CRIANÇAS E ADOLESCENTES DO BRASIL JulioJacoboWaiselfisz 1ª Edição Rio de Janeiro – 2012

Mapa da Violência 2013 HOMICÍDIOS E JUVENTUDE NO BRASIL JulioJacoboWaiselfisz Brasília, 2013

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Referências

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