Alimentação no primeiro ano de vida

(1)

Alimentação no primeiro ano

de vida

___________________

Diversificação Alimentar quando e como

3 de Outubro de 2016

Ana Margarida Oliveira Nutricionista Estagiária Lic. Ciências da Nutrição Orientadora: Drª Ana Carvalhas

(2)

“Practice exclusive breastfeeding from birth to 6 months of age, and

introduce complementary foods at 6 months of age (180 days) while continuing to breastfeed”

(3)

Diversificação Alimentar Porquê?

• A partir dos 6 meses (período crítico de crescimento e neurodesenvolvimento) o volume ingerido pelo lactente amamentado torna-se insuficiente para suprir as necessidades em energia, proteína, Fe, Zn e vitaminas lipossolúveis (A e D)

• Período de transição para alimentação familiar, integração social e modulação do comportamento

(4)

A maioria dos lactentes está preparado, em termos de desenvolvimento, para aceitar outro tipo de alimentos a partir do 6º mês

Desenvolvimento motor: mastigação, deglutição Desenvolvimento sensorial: sabores, texturas

Maturação estrutural e funcional do sistema digestivo e renal

(5)

Janela da oportunidade (6 meses)

• As crianças aceitam os alimentos que lhes são oferecidos; • Não há preferência pela mistura de alimentos;

• Início do processo de imitação dos outros a comer; • A criança começa a levar à boca outros objetos.

• Início do conhecimento do alimento: sabores, texturas e cheiros/aromas. Aceitação limitada por parte da criança, se não houver uma boa fase de experimentação.

Harris, G. (2006) Development of taste and food preferences in children. Current Opinion in Clinical Nutrition and Metabolic Care, 11,3, 315-319.

(6)

Início da Auto-alimentação (7-12meses)

• A criança segura, toca e brinca com o alimento; • Introdução de alimentos com textura sólida;

• A língua aprende a mover a comida sólida na boca como preparação para a engolir;

• As crianças aprendem a reconhecer os alimentos através da visão.

(7)

Diversificação Alimentar precoce …

• Interfere com a biodisponibilidade dos nutrientes LM (Fe )

• Suprimento energético excessivo com risco de sobrepeso / obesidade • Risco de menor qualidade nutricional dos alimentos substitutos do leite

• Maior intolerância digestiva (osmolaridade e por incapacidade enzimática e ou perturbações do apetite)

(8)

A introdução de novos alimentos não deve ultrapassar as 26 semanas (6 M + 2 S) de vida, considerando-se possível o início da DA a partir das 17 semanas (4 M + 1 S) tendo por base as características

sócio-económicas e culturais individuais.

(9)

Alimentos ideais

• Disponíveis e de preço razoável

• Fácil digestão e do provável agrado da criança • Não contaminados

• Sem adição de açúcar ou sal

(10)

A ordem de introdução dos diferentes alimentos não deverá ser rígida, pois deve ter em consideração uma série de fatores de ordem

social, cultural (costumes e religiões), bem como questões socioeconómicas, temperamento da criança e disponibilidade do agregado familiar muito em particular da mãe.

(11)

Início e continuação

Introdução dos alimentos deve ser progressiva isto é, 1 alimento novo de cada vez (a cada 2 ou 3 dias) – permite o reconhecimento mais fácil de intolerância

Aumento gradual de consistência à medida que a criança cresce, adaptando às suas capacidades

(12)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 CEREAIS SEM GLUTEN Puré de legumes, com carne Fruta Iogurte Ovo (gema) Outros Legumes e leguminosas Leguminosas arroz massa Dieta familiar Consistência Ovo completo Puré de Legumes Peixe Cereais com glúten

(13)

6 meses

• Iniciar a sopa a uma refeição (almoço ou jantar)

• Nas restantes refeições (4-5 refeições) mantém-se o leite (idealmente leite materno)

Primeira sopa:

1-2 batatas pequenas + ½ cenoura (ou abóbora) + cebola + fio de azeite no final da cozedura (sem ferver)

Adicionar progressivamente um legume a cada três dias (alface, alho francês, brócolos, nabiça, couve lombarda, courgette, …)

Não introduzir inicialmente nabo, espinafre, nabiça, aipo, beterraba ou feijão verde

(14)

• Papa de cereais – maior densidade energética (400 kcal/100g) e proteica , enriquecidas com Fe e vitaminas;

• Iniciar papa não láctea. Faça com o leite que o bebé toma ou mesmo água;

• Puré de Legumes – treino precoce de sabores não doces, menor densidade energética (40 – 80 kcal/100g) e veículo para proteína e Fe de origem animal.

(15)

Programação das preferências alimentares

primeiros meses de vida

Evidência

• Os gostos pelo doce e pelo salgado são inatos, mas outros (amargo, ácido, acre) são aprendidos

Beauchamp Appetite 1984, Menella. Nutr Ver 1998

• Exposição precoce ao sabor doce (açúcar) – maior preferência futura pelos açucarados

(16)

Após 2 semanas

Adicionar carne branca (peru, frango e coelho) na sopa; começa-se com uma colher de chá e vai-se aumentando (CERCA DE 10 – 15 GRAMAS/DIA) até 1 colher de sopa por refeição – correspondendo a um máximo de 25-30 gramas de carne/dia

Mais tarde podem-se juntar outras carnes, como borrego e vitela (sempre sem gordura e retirando a pele)

(17)

Após mais 2 semanas

• Iniciar a fruta ralada ou esmagada (maçã, pêra ou banana) como sobremesa, após a sopa

• Pode-se iniciar a papa ao lanche que deve ser sem glúten (não mais do que uma papa ao dia)

• Entre os 5,5 meses e os 6 – 7 meses deve-se introduzir progressivamente a papa com glúten (retirar uma das colheres de papa sem glúten e substituir pela papa com glúten, aumentando progressivamente)

• Nessa altura fará 1 refeição de sopa com fruta à sobremesa + 1 papa + 3-4 refeições de leite

(18)

Glúten

• O que é?

É a fração proteica do grão de trigo, centeio e cevada, não estando presente no milho e no arroz

• Evitar a introdução precoce < de 4 meses ou tardia > 7 meses, devendo a introdução ser gradual (risco de doença celíaca, diabetes mellitus tipo 1 e de alergias ao trigo)

(19)

Após mais 2 semanas

• Pode passar a fazer 2 refeições de sopa (almoço e jantar), com fruta à sobremesa + 1 papa + 2-3- refeições de leite

(20)

7 meses

• Pode-se introduzir o peixe (dourada, pescada, robalo, linguado, cação, maruca, abrótea, corvina, …) ( porções de 10 g aumentando gradualmente até atingir a dose de cerca 25 – 30 g isentas de gordura por dia)

• Salmão só após os 10 meses de idade (elevado teor de gordura que pode provocar intolerância digestiva – não mais que 15 g a dose)

• Pode-se adicionar a dose de carne ou peixe a farinha de pau ou açorda

• Adicionar outras frutas (manga, papaia, ameixa, melão, pêssego, alperces, laranja, etc..) respeitando sempre a regra dos 3 dias

(21)

9-10 meses

• A papa do lanche pode ser substituída por um iogurte natural sem aroma e açúcar com bolacha Maria ®??? esmagada ou fruta ralada esmagada. E alternar com lanche de papa

• Pode iniciar gema de ovo (em alternativa à carne e Peixe) começando com 1/2 de gema cozida e aumentando progressivamente (semana a semana durante 2-3 semanas), até a um máximo de 1 gema por refeição. Não dar mais do que 2-3 gemas por semana. A clara de ovo só deve ser oferecida após os 12 meses

• Acrescentar outros legumes , como nabo, espinafre, beterraba, feijão verde, ervilhas, agrião … (leguminosas bem demolhadas e inicialmente sem casca e em pequena quantidade)

• Oferecer a sopa menos passada, com alguns grumos e começar a oferecer um segundo prato com carne, peixe ou gema de ovo e batata, açorda, arroz branco ou massa sempre sem sal cozidos sempre com legumes

• A textura deverá ser progressivamente menos homogénea, de forma a estimular o desenvolvimento do movimento da mandibula precursor da mastigação

(22)

12 meses

• Comer à mesa com os pais e o regime alimentar cada vez mais semelhante ao da família – saudável e sempre com pouco sal

Pequeno-almoço acrescentar meio pão ; meio da manhã fruta ; lanche leite/iogurte e meio pão

• Doces não devem fazer parte dos hábitos alimentares diários da criança

(23)

Leite de Vaca Natural não deve ser introduzido no 1º ano de vida (inteiro), preferencialmente aos 24 meses.

(24)

Como oferecer alimentos –

Recomendações

• Em média a criança precisa de experimentar o novo alimento 8 a 10 vezes para que o aceite bem.

• Crianças amamentadas podem aceitar mais facilmente novos alimentos do que as não amamentadas. Exposição precoce a diversos sabores e aromas, que variam de acordo com a dieta da mãe. Pediatrics ,1994; Pediatrics 1999

• Consistência inadequada dos alimentos compromete a ingestão adequada de nutrientes. PAHO/WHO 2003

• Recusa de alimentos não significa desistência.

• Experimentar diferentes combinações de sabores e texturas, métodos de encorajamento

(25)

As maneiras de conhecer os alimentos

permite aprender a gostar dos mesmos

in Diana e Silva , FCNAUP 2014

(26)

(27)

(28)

(29)