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Mapeamento do Processo de Licenciamento Ambiental no Estado de Santa Catarina e da Atividade de Parcelamento do Solo Urbano

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO TECNOLÓGICO

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL CURSO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL

Luiz Gustavo Savi

Mapeamento do Processo de Licenciamento Ambiental no Estado de Santa Catarina e da Atividade de Parcelamento do Solo Urbano

Florianópolis 2019

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Luiz Gustavo Savi

Mapeamento do Processo de Licenciamento Ambiental no Estado de Santa Catarina e da Atividade de Parcelamento do Solo Urbano

Trabalho Conclusão do Curso de Graduação em Engenharia Sanitária e Ambiental do Centro Tecnológico da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Sanitária e Ambiental

Orientador: Roni Matheus Severis, M.Sc. Coorientador: Igor Noberto Camelo

Florianópolis 2019

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Este trabalho é dedicado aos meus colegas de classe, professores e aos meus queridos pais que sempre fizeram de tudo para que eu tivesse uma educação de qualidade. Quero agradecer especialmente ao meu querido orientador Roni Matheus Severis, cuja motivação e paciência serviram como pilares de sustentação e que desde o início acreditou em mim e em minhas ideias.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço este trabalho à toda equipe do Instituto do Meio Ambiente (IMA), que desde o início se mostraram receptivos e dispostos a fazer as mudanças necessárias. E um especial agradecimento a equipe da 3Neuron Consultoria, que me acolheram com muito carinho e acreditaram em mim: ao meu querido coorientador Igor Noberto Camelo, que foi o meu braço direito durante toda a execução deste trabalho e que sem ele nada teria acontecido; e ao meu supervisor de estágio Tobias Dido Jaroseski, cujas palavras sábias sempre me motivaram a fazer o melhor trabalho possível.

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Quando a última árvore tiver caído, quando o último rio tiver secado, quando o último peixe for pescado, o homem irá perceber que dinheiro não se come. (Provérbio Indígena)

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RESUMO

O objetivo deste trabalho é mapear o processo de licenciamento ambiental no Instituto do Meio Ambiente (IMA), identificando os principais gargalos e propondo melhorias ao processo, além de entender as peculiaridades quando se trata da atividade de parcelamento do solo urbano. A metodologia utilizada foi a coleta de dados em reuniões com todas as partes envolvidas do IMA e a posterior organização da informação no programa de mapeamento de processos chamado Bizagi. Os resultados mostraram que o licenciamento ambiental é um processo complexo, envolvendo diversas variáveis, mas que muitas melhorias podem ser implementadas de modo que seja facilitado tanto para a equipe do IMA quanto para o empreendedor que precisa da sua licença ambiental emitida para dar continuidade a sua atividade. Após a identificação das possíveis melhorias, elas foram segmentadas em quatro grandes grupos: solicitante da licença, sistema utilizado pelo IMA, equipe e automatização. O primeiro grande gargalo do licenciamento ambiental está associado ao solicitante da licença: segundo a equipe técnica do IMA, pelo menos 80% dos processos é necessário solicitar algum tipo de complementação devido à falta de qualidade do estudo, fazendo com que o tempo do licenciamento ambiental aumente significativamente. O segundo grande gargalo está associado ao sistema utilizado pelo IMA chamado SINFAT, que atualmente possui diversos problemas e é escasso de funcionalidades que podem facilitar o processo de licenciamento ambiental. O terceiro grande gargalo está associado à equipe do IMA, que atualmente são poucas pessoas realizando muito trabalho, havendo uma grande sobrecarga principalmente em cima dos técnicos. O quarto grande gargalo é relativo à falta de automatização no processo, acarretando retrabalho e aumento do leadtime. Todos estes pontos foram analisados e propostas de melhorias foram elaboradas com a finalidade de serem implementadas no futuro.

Palavras-chave: Licenciamento Ambiental. Mapeamento de processos. IMA. Parcelamento do

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ABSTRACT

The aim of this paper is to map the environmental licensing process at the Environmental Institute (IMA), identifying the main bottlenecks and proposing improvements to the process, as well as understanding the peculiarities when it comes to the urban land parceling activity. The methodology used was data collection in meetings with all IMA stakeholders and the subsequent organization of information in the process mapping software called Bizagi. The results showed that environmental licensing is a complex process, involving several variables, but that many improvements can be implemented to make it easier for both the IMA team and the entrepreneur who needs their issued environmental license to continue their activity. After identifying possible improvements, they were segmented into four broad groups: license applicant, system used by the IMA, staff and automation. The first major bottleneck of environmental licensing is associated with the license applicant: according to the IMA technical team, at least 80% of the processes need to request some kind of supplementation due to the lack of quality of the study, causing the time for environmental licensing increase significantly. The second major bottleneck is associated with the system used by the IMA called SINFAT, which currently has several problems and is scarce of features that can facilitate the environmental licensing process. The third major bottleneck is the IMA team, which is currently few people doing a lot of work, and there is a heavy overhead especially on the technicians. The fourth major bottleneck is the lack of process automation, leading to rework and increased lead time. All these points have been analyzed and proposals for improvements have been prepared for future implementation.

Keywords: Environmental Licensing. Process mapping. IMA. Land subdivision.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Mapeamento da parte Solicitante (recorte 1)...31

Figura 2 – Mapeamento da parte Solicitante (recorte 2)...32

Figura 3 – Mapeamento da parte Solicitante (recorte 3)...33

Figura 4 – Mapeamento do Protocolo (recorte 1)...35

Figura 5 – Mapeamento do Protocolo (recorte 2)...36

Figura 6 – Mapeamento do Protocolo (recorte 3)...37

Figura 7 – Mapeamento do Gerente de Licenciamento (recorte 1)...38

Figura 8 – Mapeamento do Gerente de Licenciamento (recorte 2)...39

Figura 9 – Mapeamento da Equipe Técnica (recorte 1)...40

Figura 10 – Mapeamento da Equipe Técnica (recorte 2)...41

Figura 11 – Mapeamento da Equipe Técnica (recorte 3)...42

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Documentação da LAP para a IN N º03...53

Tabela 2 – Documentação da LAI para a IN N º03...54

Tabela 3 – Documentação da LAO para a IN N º03...55

Tabela 4 – Documentação da Renovação da Licença de Operação para a IN N º03...56

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APP Área de Preservação Permanente AR Aviso de recebimento

AuA Autorização Ambiental AuC Autorização de Corte

ATA Assembleia de Tramites Administrativos BPM Business Process Management

BPMN Business Process Model and Notation

CCLA Comissão Central de Licenciamento Ambiental CODAM Coordenadoria do Meio Ambiente

CONSEMA Conselho Estadual do Meio Ambiente de Santa Catarina CRLA Comissão Regional de Licenciamento

DARE Documento de Arrecadação de Receitas Estaduais DIRA Diretoria

FATMA Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina FCEI Formulário de Caracterização do Empreendimento IMA Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina IN Instrução Normativa

LAC Licença Ambiental por Compromisso LAI Licença Ambiental de Instalação LAO Licença Ambiental de Operação LAP Licença Ambiental Prévia OMG Object Management Group

PNLA Portal Nacional de Licenciamento Ambiental

SDS Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável SGP-e Sistema de Gestão de Processos Eletrônicos

SINFAT Sistema de Informações Ambientais TR Termo de Referência

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 15 1.1 OBJETIVOS ... 16 1.1.1 Objetivo Geral ... 16 1.1.2 Objetivos Específicos ... 16 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 17 2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ... 17 2.2 LICENCIAMENTO AMBIENTAL ... 17

2.2.1 Instituto do Meio Ambiente (IMA) ... 19

2.2.2 Atividades licenciáveis ... 20

2.2.3 Etapas do licenciamento ambiental ... 20

2.3 MAPEAMENTO DE PROCESSOS ... 21

2.3.1 BPM ... 22

2.3.2 BPMN... 24

3 METODOLOGIA ... 26

3.1 MODELAGEM DA SITUAÇÃO ATUAL ... 26

3.1.1 Reuniões com as partes envolvidas ... 26

3.1.2 Mapeamento no Programa Bizagi ... 27

3.2 IDENTIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS GARGALOS E PROPOSTAS DE MELHORIAS ... 28

3.3 CRITÉRIOS DA ANÁLISE TÉCNICA DA ATIVIDADE DE PARCELAMENTO DO SOLO URBANO ... 28

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 30

4.1 MODELAGEM DA SITUAÇÃO ATUAL ... 30

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4.1.2 IMA ... 33

4.2 IDENTIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS GARGALOS E PROPOSTAS DE MELHORIAS ... 44

4.2.1 Solicitante da licença ... 44

4.2.2 Sistema ... 46

4.2.3 Equipe ... 49

4.2.4 Automatização... 50

4.3 CRITÉRIOS DA ANÁLISE TÉCNICA DA ATIVIDADE DE PARCELAMENTO DO SOLO URBANO ... 52

4.3.1 Documentação necessária para a atividade de parcelamento do solo urbano 52 4.3.2 Procedimento da Análise Técnica ... 57

5 CONCLUSÃO ... 60

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1 INTRODUÇÃO

O licenciamento ambiental é um conjunto de atos coordenados com a finalidade do poder público declarar a viabilidade de implantação de empreendimentos (SILVA et al., 2014). No Estado de Santa Catarina, o órgão responsável por conduzir os processos de licenciamento de atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais é o Instituto do Meio Ambiente (IMA), antiga Fundação do Meio Ambiente (FATMA).

O processo de licenciamento junto ao órgão ambiental deve seguir o Rito do Licenciamento Ambiental – Decreto Estadual 2.955/2010 (SANTA CATARINA, 2010) que estabelece os procedimentos, prazos, documentos, estudos ambientais, roteiros, entre outras informações pertinentes. A Listagem das Atividades Sujeitas ao Licenciamento Ambiental (LAP, LAI, LAO, LAC, AuA) é definida pela Resolução CONSEMA 98/2017 (SANTA CATARINA, 2017), em seu anexo VI.

Atualmente, o processo de licenciamento ambiental no Brasil e em todos os seus estados apresenta grande complexidade, mesmo com a informação estando disponível para todos. Este trabalho busca entender por que o processo de licenciamento ambiental em Santa Catarina tem as suas complexidades, identificando melhorias em todos os aspectos: desde o empreendedor com dificuldades em atender as exigências mínimas e apresentando estudos ambientais de baixa qualidade, até o próprio IMA, como órgão licenciador, que enfrenta uma série de desafios de modernização dos processos e de sobrecarga da equipe.

Desta forma, este trabalho apresenta um estudo mais detalhado sobre o rito realizado tanto pelo empreendedor quanto pelo IMA, apresentando a função de todas as partes que estão envolvidas, de alguma forma, com o processo, apresentando os gargalos associados a cada parte e propondo melhorias. O levantamento de dados deu-se através de inúmeras reuniões com o IMA, desde a primeira pessoa a receber a documentação, até a assinatura da licença por parte do Presidente do órgão.

Ao longo deste trabalho, foi utilizado uma metodologia de mapeamento de processos chamada BPMN (Business Process Model and Notation) para facilitar o entendimento do processo como um todo e apresentar de maneira visual como é a situação atual do processo, identificando atividades, executores, informações relacionadas, normativas, legislação, sistema utilizados e decisões tomadas pelos responsáveis no âmbito do processo.

O BPM é uma disciplina gerencial que presume que os objetivos organizacionais podem ser alcançados com mais êxito por meio do gerenciamento de processos (BPM CBOK,

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2013). Ele trata o que, onde, quando, por que, como e por quem o trabalho é realizado. Quando implementado com sucesso, o BPM se integra e transforma a cultura da organização, moldando a forma como o negócio opera.

O BPM pode ser aplicado a organizações de qualquer porte, com ou sem fins lucrativos, públicas ou privadas, com o objetivo de direcionar os recursos organizacionais. (BPM CBOK, 2013). Organizações que se preocupam em identificar, gerenciar e medir seus processos de negócio estão mais bem preparadas para a transformação e melhor posicionadas para reconhecer e lidar com os desafios.

Após a apresentação dos resultados referentes ao processo como um todo, também foi disposto nesse trabalho as peculiaridades da atividade de parcelamento do solo urbano: documentação necessária por parte do empreendedor, como é realizada a vistoria técnica pelos técnicos do IMA e quais perguntas os técnicos buscam responder durante a vistoria técnica.

1.1 OBJETIVOS

Nas seções abaixo estão descritos o objetivo geral e os objetivos específicos deste TCC.

1.1.1 Objetivo Geral

Mapear e propor melhorias no processo de licenciamento ambiental no Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) e compreender o rito da análise técnica para a atividade de parcelamento do solo urbano.

1.1.2 Objetivos Específicos

a) Modelar a situação atual do processo de licenciamento ambiental, conforme é seguido pelo IMA.

b) Identificar os principais gargalos e propor melhorias no processo de licenciamento ambiental no IMA.

c) Levantar os critérios normatizados para o licenciamento ambiental da atividade de parcelamento do solo urbano pelo órgão ambiental.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Nas seções abaixo está descrita a fundamentação teórica deste TCC, onde são apresentados os conceitos centrais com base na opinião de outros autores a respeito do tema.

2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

O art. 225, da CF/88 dispõe que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida” (BRASIL, 1988). Ainda, afirma que “compete ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e de preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. A ausência de planejamento ambiental e ineficiência de processos são algumas das principais causas da perda de qualidade ambiental para a população e da preservação do meio ambiente que a cerca, pois esse déficit afeta diretamente o acesso a esses recursos ambientais, assegurados pela Carta Magna.

A intervenção antrópica sobre a litosfera, quer seja em áreas urbanas ou rurais, demanda a ocupação e a transformação da superfície do terreno. Dependendo do tamanho dessa intervenção, das práticas conservacionistas utilizadas e dos riscos geomorfológicos envolvidos, os impactos ambientais associados poderão causar grandes prejuízos ao meio físico e aos seres humanos (Guerra, 2003).

2.2 LICENCIAMENTO AMBIENTAL

Conforme estabelece a Resolução CONAMA Nº 237 de 1997 (CONAMA, 1997), o licenciamento ambiental é um:

“procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso” (Resolução CONAMA Nº 237/1997).

O licenciamento ambiental é um dos princípios da Política Nacional do Meio Ambiente (BRASIL, 1981). Esse instrumento apresenta caráter preventivo e tem como objetivo

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compatibilizar o desenvolvimento econômico com a proteção ao meio ambiente. (MELO, 2017).

O Congresso Nacional aprovou a lei nº 6.938/81, estabelecendo a Política Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA) e as competências do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA); criando o Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), o licenciamento ambiental e o estabelecimento das responsabilidades objetiva e solidária (GURGEL, 2014)

Segundo Faria (2011), no Brasil, há uma percepção negativa do processo de licenciamento ambiental e essa é uma visão razoavelmente difundida na sociedade. Para alguns segmentos, trata-se de um gargalo, um obstáculo, um desestímulo aos grandes investimentos em infraestrutura e, por conseguinte, um bloqueador da geração de emprego e renda. Contudo, segundo Godoy (2005), o licenciamento “é um meio de controle preventivo de atividades potencialmente poluidoras que condicionou a exploração ou uso de um bem ambiental ao cumprimento de requisitos de proteção do meio ambiente”.

Apesar de estar bem estruturado do ponto de vista legal, o processo de licenciamento ambiental, na prática, tem ocasionado discussões na academia e na sociedade como um todo, acerca de sua morosidade e lentidão. De modo geral, há uma percepção de que os processos demoram a serem concluídos, gerando incômodos aos empreendedores e à sociedade. Entre as possíveis causas desse problema, citam-se com frequência a falta de estrutura dos órgãos ambientais, seja quanto à carência de recursos humanos ou de equipamentos e materiais necessários ao processo (NETA et al., 2015).

No que tange ao desencadeamento do processo de licenciamento ambiental no país, os órgãos ambientais estaduais dispõem de autonomia para definição dos próprios procedimentos e critérios para o licenciamento ambiental, embasados em legislações específicas, respeitados os limites estabelecidos por instrumentos normativos federais, como prazos de validade e de análise de cada tipo de licença.

No Brasil, o órgão federal responsável pelo licenciamento é o IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e de Recursos Naturais), enquanto que em Santa Catarina compete ao IMA (Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina) realizar o licenciamento ambiental.

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2.2.1 Instituto do Meio Ambiente (IMA)

Em seu portal corporativo1, especificamente no texto de apresentação do órgão, o IMA

se autodefine como:

“O Instituto do Meio Ambiente é o órgão ambiental da esfera estadual do Governo de Santa Catarina. Atua com uma sede administrativa, localizada em Florianópolis, e 16 Gerências Regionais distribuídas em todo o Estado. Criado em 2017, em substituição à FATMA, Fundação do Meio Ambiente que atuou por 42 anos, o IMA tem como missão maior garantir a preservação dos recursos naturais do estado por meio: • da gestão de 10 Unidades de Conservação Estaduais, onde a natureza original é preservada e pesquisada;

• da Fiscalização, que atua para evitar que recursos naturais como florestas, animais selvagens, rios e todo tipo de mananciais de água, dunas, areia e argila, entre outros, sejam degradados ou explorados até a extinção;

• do Licenciamento Ambiental, que garante a conformidade de obras - como rodovias, usinas hidrelétricas, redes de transmissão de energia, gasodutos e oleodutos, estações de tratamento de água, esgoto e efluentes industriais, condomínios, loteamentos e empreendimentos turístico-imobiliários - com as legislações ambientais federal, estadual e municipal;

do Programa de Prevenção e Atendimento a Acidentes com Cargas Perigosas que, em conjunto com a Defesa Civil de Santa Catarina, fiscaliza o transporte de produtos tóxicos pelo estado, atende com equipe técnica especializada os acidentes com este tipo de carga, evitando danos maiores ao meio ambiente e às comunidades envolvidas, e ainda habilita os motoristas destes veículos a agir com segurança no transporte e nos casos de acidentes;

• do Geoprocessamento que permite conhecer as características e monitorar o meio ambiente por meio do levantamento e processamento de informações sobre o território catarinense (tipos de rocha, solos, relevo, recursos hídricos e cobertura vegetal) obtidas através de imagens de satélite. Isso inclui o acompanhamento de invasões de áreas de preservação, desmatamentos e derramamentos de óleo no mar;

• de Estudos e Pesquisas Ambientais, em que biólogos, geólogos, geógrafos e outros especialistas desenvolvem pesquisas sobre as condições originais e atuais da flora e fauna catarinenses, tornando-as de conhecimento público por meio de publicações técnicas distribuídas a cientistas da área, instituições ambientais de todo país, bibliotecas, prefeituras, escolas e ONGs (Organizações Não-Governamentais);

1 Disponível em: http://www.ima.sc.gov.br/index.php/o-instituto/organizacao/o-que-e, acessado em 20 de

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• da pesquisa da Balneabilidade, um monitoramento da qualidade das águas do mar para o banho humano que o Instituto realiza desde 1976 em todo litoral catarinense, semanalmente durante a temporada de Verão e mensalmente durante o resto do ano. Seguindo critérios da Resolução Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), os técnicos avaliam os pontos que mais suscetíveis à poluição e o IMA disponibiliza boletins com os resultados à imprensa, prefeituras do litoral, população e turistas.” (IMA, 2019).

2.2.2 Atividades licenciáveis

A Resolução CONSEMA Nº 98, de 5 de maio de 2017 aprova, nos termos do inciso XIII, do art. 12, da Lei nº 14.675, de 13 de abril de 2009, a listagem das atividades sujeitas ao licenciamento ambiental, define os estudos ambientais necessários e estabelece outras providências.

Segundo Neta et al. (2015), as atividades ou empreendimentos que precisam ser licenciados são classificados quanto ao seu porte e potencial poluidor/degradador, levando em consideração suas especificidades e os possíveis riscos ambientais. Com base nesses parâmetros, o órgão ambiental competente define quais os documentos e estudos necessários para conceder a licença ambiental. Desta forma, cada empreendimento terá o grau de exigibilidade inerente às suas funções, resultando em uma análise técnica sempre criteriosa.

2.2.3 Etapas do licenciamento ambiental

Em Santa Catarina, o Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) é o responsável legal pelo licenciamento ambiental que prevê modalidade trifásica, mediante emissão de Licença Ambiental Prévia (LAP), Licença Ambiental de Instalação (LAI) e Licença Ambiental de Operação (LAO) ou modalidade unificada, mediante emissão de Autorização Ambiental (AuA) ou Licença Ambiental por Compromisso (LAC), conforme definido na Resolução CONSEMA 98/2017.

A CONSEMA 98/2017 levanta as definições para as três licenças e ainda afirma que elas poderão ser expedidas isolada ou sucessivamente, de acordo com a natureza, características e fase do empreendimento ou atividade, conforme consta:

Licença Ambiental Prévia (LAP): concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade

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ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação;

Licença Ambiental de Instalação (LAI): autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante;

Licença Ambiental de Operação (LAO): autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação.

Segundo Farias (2017), cada etapa do licenciamento deve terminar com a concessão da licença ambiental correspondente, de maneira que as licenças ambientais servem para formalizar que, até aquela etapa, o proponente da atividade está cumprindo o que a legislação ambiental e o que a administração pública determinam no âmbito do procedimento de licenciamento ambiental por parte da autoridade competente.

2.3 MAPEAMENTO DE PROCESSOS

Ao longo deste trabalho, foi utilizado uma metodologia de mapeamento de processos chamada BPM (Business Process Management) para facilitar o entendimento do processo como um todo e apresentar de maneira visual como é a situação atual do processo. O BPM é uma disciplina gerencial que presume que os objetivos organizacionais podem ser alcançados com mais êxito por meio do gerenciamento de processos (BPM CBOK, 2013).

Cada processo contém um conjunto de atividades encadeadas e relacionadas, e cada atividade deve ser capaz de adicionar valor ao processo. A identificação das diversas atividades permite questionar seu valor e, se seu valor não puder ser determinado, buscar eliminá-las do processo.

Em resumo, processos identificados e bem compreendidos promovem o entendimento geral da interdependência entre as atividades e como elas em conjunto geram valor para os clientes. A análise das práticas existentes oferece oportunidades para identificar lacunas nas operações de negócio, atividades que não agregam valor e procedimentos obsoletos. Toda a revisão bibliográfica de mapeamentos de processos teve como base o Guia para o Gerenciamento de Processos de Negócio.

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2.3.1 BPM

BPM é uma forma de mapear fluxos de trabalho em organizações, enquanto BPMN é entendido como uma notação de fácil entendimento por todos os envolvidos no negócio (JULIATTO et al., 2012).

Segundo o Guia para o Gerenciamento de Processos de Negócio (BPM CBOK, 2013) da ABPMP (Association of Business Process Management Professionals), um processo é “um conjunto definido de atividades ou comportamentos executados por humanos ou máquinas para alcançar uma ou mais metas”. Ou seja, o processo é uma sequência ou fluxo de tarefas realizadas durante a produção de um produto ou a entrega de um serviço.

“O BPM (Business Process Management) pode ser entendido como um conjunto de técnicas associadas para o gerenciamento de processos de negócio com o auxílio de ferramentas tecnológicas, que visa a melhoria dos processos de negócios das organizações, através do uso de métodos e de ferramentas que servem para modelar, analisar, publicar e controlar processos de negócios envolvendo os aspectos estratégicos, organizacionais, sistemas aplicativos e humanos.” (BPM CBOK, 2013).

As atividades de BPM procuram tornar os processos de negócio mais eficazes e eficientes. O BPM auxilia as organizações a identificar a importância estratégica de seus processos, conduzindo a um desempenho eficiente em toda a organização através de melhorias das atividades.

2.3.1.1 Benefícios do BPM

O Guia para o Gerenciamento de Processos de Negócio (BPM CBOK, 2013) traz uma séria de benefícios ao uso do BPM, divididos em quatro categorias: organização, cliente, gerência e o ator do processo, que estão listadas abaixo:

Benefícios para a Organização:

1. Transformação de processos requer definições claras de responsabilidade e propriedade; 2. Acompanhamento de desempenho permite respostas ágeis;

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3. Medições de desempenho contribuem para controle de custos, qualidade e melhoria contínua;

4. Monitoramento melhora a conformidade;

5. Visibilidade, entendimento e prontidão para mudança aumentam a agilidade; 6. Acesso a informações úteis simplifica a transformação de processos;

7. Avaliação de custos de processos facilita controle e redução de custos; 8. Melhor consistência e adequação da capacidade de negócio;

9. Operações de negócio são mais bem compreendidas e o conhecimento é gerenciado.

Benefícios para o Cliente:

1. Transformação dos processos impacta positivamente os clientes; 2. Colaboradores atendem melhor às expectativas de partes interessadas; 3. Compromissos com clientes são mais bem controlados.

Benefícios para a Gerência:

1. Confirmação que as atividades realizadas em um processo agregam valor; 2. Otimização do desempenho ao longo do processo;

3. Melhoria de planejamento e projeções;

4. Superação de obstáculos de fronteiras funcionais;

5. Facilitação de benchmarking interno e externo de operações;

6. Organização de níveis de alerta em caso de incidente e análise de impactos.

Benefícios para o Ator de processo:

1. Maior segurança e ciência sobre seus papéis e responsabilidades; 2. Maior compreensão do todo;

3. Clareza de requisitos do ambiente de trabalho; 4. Uso de ferramentas apropriadas de trabalho;

5. Maior contribuição para os resultados da organização e, por consequência, maior possibilidade de visibilidade e reconhecimento pelo trabalho que realiza.

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O BPM é voltado para administrar todo o ciclo de vida de processos, desde a concepção, modelagem e simulação, passando pela execução e alcançando o monitoramento e controle dos processos (BPM CBOK, 2013).

A modelagem de processos se apresenta como uma boa técnica de análise de processos e uma das principais bases para a proposição de mudanças para uma transformação organizacional. Ao modelar os processos, é possível analisá-los de forma mais fácil e eficaz, identificando problemas e potenciais melhorias, facilitando a comunicação e a gestão dentro da organização e com seus potenciais clientes.

Além disso, a modelagem de processos permite quebrar o paradigma da visão departamentalizada da organização para uma visão onde estes departamentos interagem, de modo a explicitar as etapas e responsabilidades de cada departamento durante a produção de um produto e serviço.

2.3.2 BPMN

Business Process Model and Notation (BPMN) é um padrão criado pela Business Process Management Initiative (BPMI), incorporado ao Object Management Group (OMG), grupo que estabelece padrões para sistemas de informações. Segundo o Guia para o Gerenciamento de Processos de Negócio (BPM CBOK, 2013). A aceitação do BPMN tem crescido sob várias perspectivas com sua inclusão nas principais ferramentas de modelagem.

A notação BPMN se estabeleceu como um padrão de mercado para a modelagem, principalmente por prover uma notação gráfica padronizada para a modelagem de processos de negócio e por ser também de fácil entendimento. Essa notação tem como objetivo servir de apoio ao uso do BPM, permitindo a visualização dos processos por meio de representações gráficas. Com isso, é possível visualizar o processo de negócio em seu estado atual e, após feita a análise do processo, representar possíveis melhorias (como ficaria o negócio após a alteração do processo).

Com a utilização da notação de modelagem de processos BPMN é possível documentar e entender melhor os processos da organização, facilitando desse modo o entendimento dos participantes dos processos de negócio (BPM CBOK, 2013). Essa representação do processo deve descrevê-lo de uma forma suficiente para o entendimento da tarefa que se pretende realizar.

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Os modelos de processo proporcionam ao gestor uma maior facilidade de encontrar oportunidades de melhoria para o serviço prestado. Estes modelos de processos basicamente descrevem, de forma gráfica, as atividades, os eventos, os estados e a lógica do fluxo de controle que constituem o processo.

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3 METODOLOGIA

Este Trabalho de Conclusão de Curso tem como finalidade trazer informações relativas à Central do IMA, localizada no Centro de Florianópolis.

3.1 MODELAGEM DA SITUAÇÃO ATUAL

Esta etapa seguiu o procedimento padrão adotado pela empresa 3Neuron Consultoria (3Neuron, 2019), que realiza a coleta de informações da situação do processo de licenciamento da seguinte maneira:

1. Reuniões com as partes envolvidas; 2. Mapeamento no programa Bizagi;

3. Reuniões de validação do mapeamento com os diretores do IMA.

3.1.1 Reuniões com as partes envolvidas

De modo a entender o processo desde o momento em que o solicitante pediu a licença ambiental até o momento em que a licença foi aprovada, foram realizadas reuniões com todas as seguintes partes envolvidas:

• Protocolo;

• Diretor de Licenciamento; • Gerente de Licenciamento; • Equipe técnica;

• Secretário da CCLA (Comissão Central de Licenciamento Ambiental); • CCLA;

• Presidente.

Durante as reuniões, solicitou-se aos participantes que relatassem quais eram suas funções e atribuições no processo de licenciamento ambiental e que descrevessem, minuciosamente, o rito realizado para esse procedimento. Enquanto os participantes descreviam

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o rito, todas as informações foram sendo anotadas em documento do programa Word, para serem analisadas posteriormente. Para analisar a importância dessas informações, elas foram separadas e organizadas em dois tipos diferentes:

1. Informações relacionadas ao rito do licenciamento; 2. Gargalos e melhorias durante o rito.

3.1.2 Mapeamento no Programa Bizagi

Após coletadas as informações do procedimento interno para licenciamento geral no órgão ambiental, um modelo representativo da situação atual desse processo foi elaborado. Esse modelo segue a notação BPMN (Business Process Model and Notation) (BPM CBOK, 2013) detalhando, conforme necessário: atividades, executores, informações, normativas, modelos de documentos, legislações, sistemas utilizados e decisões tomadas pelos responsáveis no âmbito do processo.

O programa Bizagi, versão 3.2.6 (BIZAGI, 2019), foi utilizado para a criação do modelo de licenciamento ambiental. Esse programa apresenta agilidade no desenvolvimento e adaptação de novos modelos operacionais, utilizando dados, conteúdo e contexto de maneira inteligente, além de organizar de forma simples as atividades de todos os envolvidos no processo em escala global.

A notação utilizada pelo programa Bizagi apresenta um conjunto robusto de símbolos para modelagem de diferentes aspectos de processos de negócio. Como na maioria das notações, os símbolos descrevem relacionamentos claramente definidos, tais como fluxo de atividades e ordem de precedência. Abaixo seguem os elementos fundamentais da BPMN:

1. Eventos: representados por círculos, definem algum acontecimento no processo; 2. Atividades: representadas por retângulos, descrevem o tipo de trabalho que deve

ser feito;

3. Decisões ou Desvios (Gateways): representados por losangos, são utilizados na tomada de decisões ou no tratamento de divergências do fluxo sequencial;

4. Fluxos: representados por linhas com setas, são usados para relacionar outros elementos;

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28

5. Raias (Swimlanes): mecanismo para organizar atividades em categorias visuais separadas, com o objetivo de ilustrar diferentes capacidades funcionais ou responsabilidades.

A principal característica é o fato de que a notação permite a indicação de eventos de início, intermediário e fim; fluxo de atividades e mensagens; comunicação intranegócio e colaboração internegócio.

3.2 IDENTIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS GARGALOS E PROPOSTAS DE MELHORIAS

Após o mapeamento do processo como um todo, foi necessário identificar os principais gargalos associados ao processo de licenciamento ambiental e, baseando-se neles, propor melhorias administrativas. Para alcançar esse objetivo, foram realizadas novas reuniões para homologação da análise qualitativa de melhorias no processo e analisadas relações de precedência e relevância dentre as melhorias identificadas nas análises.

Feito isso, foram apresentados os diagnósticos realizados com sugestões de priorização das melhorias para validação da lista, apresentando as melhorias mais significativas para o processo de licenciamento ambiental. Para detalhar a classificação e a prioridade foram realizadas reuniões com os diretores para entender que tipo de melhoria é vista como prioridade no IMA. Em suma, o principal ponto a ser considerado para tratar uma melhoria como prioritária foi a questão do tempo do licenciamento ambiental, ou seja, se a melhoria traz mudanças significativas na duração da emissão de uma licença, então ela fora considerada prioritária.

O objetivo dessa fase é definir qual a decisão a ser tomada em relação aos processos identificados durante a modelagem do estado atual e o seu realinhamento com os objetivos e estratégias da organização. Se a decisão for redesenhar os processos, será necessário desenvolver um novo modelo de processos com as melhorias previstas para a situação atual.

3.3 CRITÉRIOS DA ANÁLISE TÉCNICA DA ATIVIDADE DE PARCELAMENTO DO SOLO URBANO

Primeiramente, foi listada toda a documentação que o IMA exige para licenciar a atividade de parcelamento do solo urbano, baseado no que traz a Instrução Normativa Nº 03

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(SANTA CATARINA, 2019). Após isso, foram realizadas reuniões com o corpo técnico do órgão ambiental, de modo a compreender como ocorre a análise técnica realizada pela equipe e conferir se esse procedimento está de acordo com a IN 03.

Isso se deu maneira semelhante à metodologia utilizada para fazer a modelagem da situação atual do licenciamento ambiental no Estado. Porém, desta vez, as reuniões foram apenas com o corpo técnico e possuíram o intuito de obter conhecimento a respeito do rito seguido durante a análise técnica da atividade de parcelamento do solo urbano.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados apresentados a seguir seguem a sequência na qual os objetivos específicos foram propostos.

4.1 MODELAGEM DA SITUAÇÃO ATUAL

O primeiro objetivo específico visava entender como funciona o procedimento do licenciamento ambiental, observando o passo a passo seguido pelo solicitante da licença e pelo próprio IMA. Para uma melhor compreensão, utilizou-se uma notação de mapeamento de processos chamada BPMN (Business Process Model and Notation), onde os resultados são apresentados em forma de diagramas.

Observando o contexto geral do licenciamento, existem dois atores envolvidos: o solicitante da licença ambiental, normalmente empreendedores interessados em conseguir a emissão da licença, e o IMA; órgão estadual de Santa Catarina responsável pelo licenciamento ambiental, mediante emissão de Licença Ambiental Prévia (LAP), Licença Ambiental de Instalação (LAI), Licença Ambiental de Operação (LAO), entre outras modalidades.

4.1.1 Solicitante da licença

O processo de licenciamento ambiental inicia quando o solicitante busca uma licença ambiental para o seu empreendimento. Então, a primeira iniciativa é consultar a resolução CONSEMA 98/2017 (SANTA CATARINA, 2017), que lista as atividades sujeitas ao licenciamento ambiental e define os estudos ambientais necessários.

Quando a atividade não é licenciável, o solicitante deve verificar a necessidade de solicitar a Declaração de Atividade não Constante. Isso ocorre quando o empreendedor quer uma manifestação de que a sua atividade não está sujeita a licenciamento e nesse caso o órgão ambiental licenciador poderá emitir este documento com validade de 1 (um) ano. Para fazer a solicitação, o empreendedor deve preencher um Formulário de Caracterização do Empreendimento (FCEI). Segundo o Art. 2º do Decreto Nº 2.955/2010 (SANTA CATARINA, 2010), que estabelece os procedimentos do licenciamento ambiental a serem seguidos pelo IMA, o preenchimento do FCEI no Sistema de Informações Ambientais (SINFAT) deverá ser realizado: “III - pelas atividades ou empreendimentos não constantes de nenhuma listagem de

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atividades potencialmente causadoras de degradação ambiental, nos casos em que se requeira manifestação da FATMA”.

No entanto, quando a atividade é licenciável, existem duas possibilidades de caminhos a serem seguidos (Figura 1), que dependem do porte do empreendimento: Porte acima do mínimo ou Porte abaixo do mínimo.

Figura 1 – Mapeamento da parte Solicitante (recorte 1)

Fonte: Autoria própria (2019)

De acordo com a resolução CONSEMA 98/2017, quando a atividade é licenciável e abaixo do porte mínimo, é necessário solicitar a Declaração de Conformidade Ambiental, documento este que certifica que o porte da atividade está abaixo dos limites fixados para licenciamento ambiental. Esse documento tem a sua importância pois “comprova que o empreendimento ou atividade está de acordo com a legislação ambiental e florestal vigente e que trata de forma adequada seus efluentes atmosféricos, líquidos e resíduos sólidos.” Conforme disposto na CONSEMA 98/2017, a validade da Certidão de Conformidade Ambiental deverá ser de acordo com o prazo de validade indicado na Declaração de Conformidade Ambiental (Art. 17, inciso VII). Para atividades com o porte abaixo do mínimo, o mapeamento segue o fluxo apresentado na Figura 2:

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Figura 2 – Mapeamento da parte Solicitante (recorte 2)

Fonte: Autoria própria (2019)

Este TCC objetiva mapear detalhadamente os casos em que a atividade é licenciável e está acima do porte mínimo. Nesses casos, o solicitante deve conferir qual é o código da atividade na CONSEMA 98/2017, cadastrar o empreendimento no SINFAT e realizar o pagamento de uma taxa, cujo valor depende da atividade que se está licenciando. Feito isso, o solicitante deve enviar a documentação necessária através do SINFAT e, a partir de então, aguardar uma resposta do IMA. O IMA dará o retorno por uma dentre duas possíveis razões:

1. Nova documentação solicitada ou documentação rejeitada; 2. Aviso que a licença ambiental foi concedida.

Na primeira situação, o solicitante deve providenciar os documentos solicitados pelo IMA. Normalmente, são estudos complementares ou documentações extras que são necessários para a análise da equipe técnica. Esse retorno do IMA é feito, normalmente, por meio de três formas distintas: e-mail, SGP-e ou envio de ofício (carta), sendo o último, o mais comum.

Após providenciados os documentos, deve-se encaminhá-los ao IMA e aguardar por um novo retorno por parte do órgão. Nesse caso, se a documentação estiver correta, chega-se na segunda situação, que é quando o IMA informa ao solicitante que a licença ambiental fora concedida. A Figura 3 ilustra o procedimento nos casos em que o a atividade é licenciável e possui porte acima do mínimo:

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Figura 3 – Mapeamento da parte Solicitante (recorte 3)

Fonte: Autoria própria (2019)

Em resumo, os elementos do processo para a parte solicitante são os seguintes:

1. Consultar a CONSEMA; 2. Conferir o código da atividade;

3. Cadastrar o empreendimento no SINFAT; 4. Realizar o pagamento da taxa;

5. Enviar documentação necessária; 6. Aguardar retorno do IMA;

7. Verificar necessidade de solicitar documentação; 8. Providenciar documentos;

9. Enviar a documentação necessária; 10.Aguardar retorno do IMA.

4.1.2 IMA

O IMA possui diversas diretorias para a melhor gestão do seu cotidiano. Aqui estão listadas todas as partes envolvidas com o processo de licenciamento ambiental, ou seja, todas as pessoas que realizam ao menos uma atividade relacionada ao ato de licenciar. São elas:

• Protocolo;

• Diretor de Licenciamento; • Gerente de Licenciamento;

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34

• Equipe técnica;

• Secretário da CCLA (Comissão Central de Licenciamento Ambiental); • CCLA;

• Presidente.

Devido ao número grande de participantes do processo, fica evidente que o licenciamento é algo complexo e com diversas variáveis.

4.1.2.1 Protocolo

O protocolo é a primeira instância do IMA a entrar em contato com a documentação da parte solicitante de uma licença. Toda documentação que chega no IMA referente ao licenciamento ambiental passa por esse estágio, pois uma das funções do Protocolo é fazer a triagem inicial da documentação que chega via SINFAT. Isso é reforçado no Art. 10º do Decreto Nº 2.955/2010, que traz “A abertura do processo se dará com a entrega nos protocolos da sede da FATMA ou das CODAMs”.

O Protocolo participa do processo em dois momentos diferentes: antes da análise técnica e após a análise técnica. Para melhor entendimento da sua função, esta seção está dividida em duas subseções:

4.1.2.1.1 Antes da análise técnica

O primeiro momento da atuação do Protocolo é quando chega a documentação inicial pelo SINFAT. Essa documentação deve ser completa, prevista em Instrução Normativa (IN) e no Termo de Referência (TR) aplicáveis ao licenciamento da atividade ou do empreendimento. Nesse momento, o solicitante somente consegue enviar a documentação quando todos os documentos relacionados à atividade que almeja licenciar foram anexados no SINFAT. Porém, ocorre algumas vezes que a parte solicitante envia a documentação com o nome correto, mas com o conteúdo não relacionado ao que deveria realmente ser. Por motivos como esse, é necessário que o Protocolo faça uma triagem inicial, que na Figura 4 esta atividade está com o nome de “conferir a documentação”.

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Não é obrigação de quem trabalha no Protocolo ter o conhecimento técnico necessário para analisar os documentos e julgar as informações técnicas. Na prática, o Protocolo verifica se todas as assinaturas estão presentes na documentação e se o documento aparenta ser o correto. Sendo assim, existem duas opções de caminhos:

1. Documentação incorreta; 2. Documentação correta.

Na primeira situação, quando o Protocolo percebe algum tipo de falha na documentação, é comunicado ao solicitante sobre o problema na documentação e, então, o Protocolo não poderá dar continuidade com o processo enquanto a parte solicitante não enviar novamente a documentação para análise.

Na segunda situação, quando a documentação está correta, é enviado para a DIRA (Diretoria de Licenciamento Ambiental). Nesse caso, para o Diretor de Licenciamento Ambiental, conforme mostrado na Figura 4.

Figura 4 – Mapeamento do Protocolo (recorte 1)

Fonte: Autoria própria (2019)

Quando o Protocolo formaliza o processo, o tempo do licenciamento começa a contar. A partir deste momento, o Protocolo volta a mexer no processo de licenciamento ambiental após a análise da equipe técnica.

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4.1.2.1.2 Após a análise técnica

O segundo momento em que o Protocolo participa do processo é quando a equipe técnica constata que é necessário elaborar um ofício de solicitação de nova documentação à parte solicitante, e quem realiza esta atividade é o Protocolo. A equipe técnica envia o ofício para o Protocolo e este tem como função registrar o ofício no sítio eletrônico dos Correios.

Após registrar o ofício, o Protocolo deve protocolar no caderno de controle, enviar via Correios para a parte solicitante e protocolar o AR (Aviso de Recebimento). Essa última parte é muito importante, pois o IMA, eventualmente, enfrenta problemas relacionados a isso. Enviar via Correios é atualmente a única forma de garantir que o solicitante recebeu a solicitação de nova documentação. Essa data de recebimento é importante, pois é a partir de dela que alguns prazos começam a contar. A Figura 5 representa as atividades recém descritas.

Figura 5 – Mapeamento do Protocolo (recorte 2)

Fonte: Autoria própria (2019)

Após protocolado o AR, o Protocolo precisa aguardar que o empreendedor envie a nova documentação. Assim que isso ocorrer, o Setor deverá protocolar a data de recebimento em um caderno. Nesse momento, há três formas diferentes de receber a documentação:

1. Documento digital; 2. Documento físico; 3. Mídias.

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Para cada forma há um caminho diferente que o Protocolo precisa seguir. No primeiro caso, deve-se autuar o documento digital no SGP-e (Sistema de Gestão de Processos Eletrônicos), anexar os documentos e tramitar para a equipe técnica. No segundo caso, deve-se digitalizar os documentos e então realizar o mesmo procedimento do primeiro caso. Por fim, o último caso ocorre quando o solicitante envia a documentação com mídias e, então, o Protocolo deve encaminhar a mídia para o setor responsável, pois não é possível anexar mídias no SGP-e. Esses últimos passos citados são apresentados na Figura 6.

Figura 6 – Mapeamento do Protocolo (recorte 3)

Fonte: Autoria própria (2019)

4.1.2.2 Diretor de Licenciamento

Seguindo com a Figura 4, o Protocolo envia a solicitação para o Diretor de Licenciamento, que tem o papel de enviar a solicitação para algum dos gerentes de licenciamento. A definição da gerência para a qual é enviada a solicitação depende da natureza dessa e, também, se é solicitação de uma empresa pública, de um EIA/RIMA, autorização de corte, entre outros.

Além disso, toda vez que a equipe técnica elabora um ofício de solicitação de complementação do estudo para que o Protocolo envie à parte solicitante, no meio do caminho isso precisa passar pelo Diretor de Licenciamento para que esse assine o ofício.

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4.1.2.3 Gerente de Licenciamento

Após receber do Diretor de Licenciamento a solicitação, é função do Gerente de Licenciamento montar a equipe técnica para a análise do estudo. O Gerente costuma observar o enquadramento das atividades para montar a equipe técnica.

Além disso, toda solicitação de complementação do estudo passa também pelo Gerente de Licenciamento, tramitando em seguida para o Diretor de Licenciamento e então para o Protocolo. Ainda, demanda-se o Gerente de Licenciamento em três momentos diferentes, discutidos a seguir.

4.1.2.3.1 Após a análise técnica

Após a análise técnica da documentação feita pela equipe técnica, se a atividade é uma renovação de licença ou uma AuA, a equipe técnica minuta e envia para o Gerente de Licenciamento. Assim que chega para o Gerente, esse deve analisar o documento, exportar para o SGP-e e solicitar assinatura do presidente para que a documentação seja assinada, como ilustrado na Figura 7.

Figura 7 – Mapeamento do Gerente de Licenciamento (recorte 1)

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4.1.2.3.2 Após a reunião da CCLA

Fica à cargo do Gerente de Licenciamento algumas atividades logo após a reunião da CCLA. Primeiramente ele recebe um aviso do técnico sobre a decisão da comissão e, então, há dois caminhos a serem seguidos que dependem dos resultados abaixo da comissão:

1. Parecer aprovado pela CCLA;

2. Parecer mantido em pauta pela CCLA.

Se o Parecer Técnico foi aprovado, então o Gerente de Licenciamento deve aprovar a licença no SINFAT, exportar a licença, anexar o processo do SGP-e e solicitar a assinatura digital para o Presidente do órgão, como ilustrado na Figura 8.

Figura 8 – Mapeamento do Gerente de Licenciamento (recorte 2)

Fonte: Autoria própria (2019)

Se o Parecer Técnico ficar mantido em pauta pela CCLA, então o Gerente de Licenciamento deve abrir para rascunho o Parecer Técnico no SINFAT e solicitar as mudanças necessárias ao técnico encarregado.

4.1.2.4 Equipe Técnica

É muito importante que no momento da formação da equipe sejam escolhidos os técnicos que tenham a formação mais relacionada com a abrangência da atividade, pois são eles

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quem farão a análise da documentação. Por isso, o IMA possui uma equipe técnica multidisciplinar.

O trabalho da equipe técnica inicia quando ela é designada pelo Gerente de Licenciamento. A primeira coisa que necessária é passar a documentação para o SGP-e. Nesse momento, ele normalmente pega o processo com a data de formalização mais antiga ou demandas de utilidade pública.

Após isso, a equipe técnica deve analisar a documentação no SINFAT. Nesse momento, o técnico deve verificar se está de acordo com a Instrução Normativa daquela respectiva atividade. Nesse momento a análise pode ir para dois caminhos diferentes:

1. Documentação apresenta inadequação; 2. Documentação não apresenta inadequação.

Considerando a primeira situação, o que segundo o próprio IMA é comum em mais de 90% dos casos, o técnico deve gerar a informação técnica no SINFAT, elaborar o ofício de solicitação de documentação escrevendo as considerações e, se necessário, pedir documentação extra quando justificável (quando necessita estudos complementares) e encaminhar para o Protocolo, passando pela assinatura do Gerente e do Diretor. Normalmente, ocorre de enviar simultaneamente pelo SINFAT, como podemos observar na Figura 9:

Figura 9 – Mapeamento da Equipe Técnica (recorte 1)

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Para a segunda situação, quando a documentação não apresenta inadequação, algumas etapas são puladas e o próximo passo é conferir se a vistoria já foi realizada. Se ela já tiver sido realizada, o técnico já pode elaborar o Parecer Técnico. Em caso negativo, ainda há duas opções: marcar ou não uma vistoria ao local. Isso acontece porque em nem todos os casos é necessário marcar uma vistoria e, em algumas situações, o técnico pode realizar a vistoria sem avisar previamente ao empreendedor.

Após isso, é iniciada a análise da solicitação e, posteriormente, começa a análise técnica. Este capítulo não entrará em detalhes a respeito da análise técnica pois será explicado em detalhes nos resultados e análises dos demais objetivos específicos. Feita a análise técnica, o próximo passo é elaborar o Parecer Técnico, como ilustrado na Figura 10.

Figura 10 – Mapeamento da Equipe Técnica (recorte 2)

Fonte: Autoria própria (2019)

O parecer técnico é preenchido no SINFAT, e o próprio SINFAT gera um documento que é salvo em PDF (Portable Document Format). O próximo passo é anexar esses documentos no SGP-e e cada membro do time certificar o Parecer Técnico (validar e assinar digitalmente). Após as assinaturas, o técnico deve encaminhar o Parecer Técnico para alguma outra área do IMA. Esse encaminhamento depende do porte e de algumas características da atividade:

1. Renovação e AuA;

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No primeiro caso, o técnico deve minutar (primeira redação ainda não definitiva de um texto) a renovação para que o Gerente de Licenciamento analise a documentação. No segundo caso, o técnico deve enviar um e-mail de pauta para a secretária da CCLA (Comissão Central de Licenciamento Ambiental), como pode-se observar na Figura 11.

Figura 11 – Mapeamento da Equipe Técnica (recorte 3)

Fonte: Autoria própria (2019)

A equipe técnica ainda possui algumas atividades para realizar após a reunião da CCLA.

4.1.2.4.1 Após a reunião da CCLA

Após a reunião da CCLA, o técnico deve analisar a ATA no sítio eletrônico de pautas do IMA e, de acordo com a decisão da Comissão, fazer o encaminhamento adequado. As opções são:

1. Parecer aprovado pela CCLA;

2. Parecer mantido em pauta pela CCLA.

Se o Parecer Técnico for aprovado, o técnico deve elaborar a licença ambiental e encaminhar para o Gerente de Licenciamento. Se o Parecer Técnico for mantido em pauta pela

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CCLA, então o técnico deve solicitar ao Gerente do Licenciamento que abra para rascunho o Parecer Técnico no SINFAT, de modo que consiga alterar o que tiver sido solicitado.

4.1.2.5 Secretário da CCLA

O secretário da CCLA tem duas funções principais:

1. Publicar as pautas no site de pautas do IMA;

2. Elaborar a ATA e publicar no site de pautas do IMA.

A primeira atividade do Secretário da CCLA é realizada assim que esse recebe da equipe técnica o e-mail de pedido de pauta. A segunda atividade ocorre após a reunião da Comissão, pois é responsabilidade do Secretário elaborar a ATA com o que foi discutido na reunião e publicar no site de pautas do IMA.

4.1.2.6 CCLA

A CCLA é composta por no mínimo: Presidente, Diretor, Gerentes de Licenciamento, e pelo Procurador Jurídico. Toda terça-feira, para cada processo, os membros da Comissão devem analisar os Pareceres Técnicos e despachar a decisão para cada processo, como observado na Figura 12.

Figura 12 – Mapeamento da CCLA

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4.1.2.7 Presidente do IMA

Dentro do processo do licenciamento ambiental, uma das funções do Presidente do IMA é assinar a documentação para a solicitação da licença.

4.2 IDENTIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS GARGALOS E PROPOSTAS DE MELHORIAS

Após o mapeamento do processo como um todo, os principais gargalos associados ao processo de licenciamento ambiental foram identificados e, baseando-se neles, melhorias foram propostas. Os gargalos foram divididos em quatro grandes grupos:

a) Solicitante da licença; b) Sistema;

c) Equipe;

d) Automatização.

Feita a análise desses quatro grupos, foram listados os principais gargalos com as suas respectivas melhorias associados ao processo de licenciamento ambiental em Santa Catarina.

4.2.1 Solicitante da licença

O solicitante da licença é a peça fundamental do licenciamento ambiental, sem ela, todo o processo não ocorreria. Por esse e outros motivos, uma atenção especial deve ser dada à parte solicitante, tal que essa realize suas obrigações de maneira mais simples e com o melhor direcionamento possível.

4.2.1.1 Dificuldade de enquadramento

Identifica-se nesta fase o primeiro gargalo com a dificuldade de enquadramento da atividade licenciável por parte do empreendedor. Como observado no mapeamento do processo na parte do solicitante da licença (Figura 1), a sua primeira iniciativa é consultar a resolução CONSEMA 98/2017, que lista as atividades sujeitas ao licenciamento ambiental e define os estudos ambientais necessários.

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Essa consulta tem como objetivo conferir o código da atividade que ele pretende licenciar. Porém, acontece em muitas vezes de o solicitante encontrar dificuldades para enquadrar a sua atividade, pois a CONSEMA 98/2017 não é tão clara para solicitantes que não entendem do assunto, termos técnicos, ou mesmo porque a atividade do empreendedor é complexa e ela pode englobar mais de um enquadramento.

Nos casos em que o empreendedor não tem conhecimento sobre o código da atividade, o indicado é que ele entre em contato com o IMA para tirar as dúvidas referentes ao enquadramento. Quando acontece de a atividade cobrir dois ou mais enquadramentos, é recomendado pelo IMA que o solicitante escolha o mais exigente.

Melhoria: Atualmente, compete ao próprio CONSEMA (Conselho Estadual do Meio Ambiente de Santa Catarina), integrante da SDS (Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável) realizar as mudanças necessárias na resolução CONSEMA 98/2017. Por este motivo, faz-se necessário uma atualização da mesma, de modo que ela explique de maneira mais clara a respeito do enquadramento das atividades licenciáveis.

4.2.1.2 Problemas com o SINFAT

Fazendo ainda um paralelo com o ponto anterior, o solicitante da licença frequentemente enfrenta dificuldades relacionadas ao sistema SINFAT utilizado pelo IMA. Hoje, existe um manual do SINFAT disponível no site do IMA, porém ele está desatualizado e não tem uma boa divulgação. Este manual explica o passo a passo que o solicitante da licença precisa seguir para licenciar a sua atividade, porém mesmo com o manual disponível, ainda ocorrem muitas ligações diárias para a equipe técnica com o intuito de tirar dúvidas a respeito do SINFAT – dúvidas essas que poderiam ser sanadas pelo próprio manual.

Melhoria: Atualização do manual do SINFAT e melhor divulgação do mesmo.

4.2.1.3 Envio de documentação incorreta

Todos os dias, seja na central ou em suas regionais, o protocolo do IMA recebe documentação incompleta ou incorreta. Mesmo que o SINFAT não permita o envio de documentação incompleta, ocorre de o solicitante enviar um documento com o nome correto, mas com o conteúdo sem relação com o que deveria ser aquela documentação. Uma informação que os técnicos das central trouxeram é que mais de 90% dos processos que chegam no IMA

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faz-se necessário o pedido de complementação para o empreendedor. Isso ocorre por diversos motivos, sendo o principal deles devido aos estudos ambientais de baixa qualidade.

Isso é um problema muito sério e que acarreta em um tempo muito maior para ocorrer a emissão de licença, pois sempre que a equipe técnica necessita pedir complementação, ocorrem resumidamente e na mesma sequência os seguintes passos:

1. Pedido de complementação via SINFAT ou ofício; 2. Empreendedor elabora os novos estudos;

3. Empreendedor envia nova documentação para o IMA; 4. Este processo entra para a fila de trabalho da equipe técnica; 5. Este processo chega para a análise da equipe técnica.

Quando essa documentação chegar novamente para a equipe técnica, ela precisará reler todos os documentos referentes ao processo, e não apenas às complementações, pois o técnico pode não mais se recordar daquele dado processo. Isso gera um retrabalho considerável e uma perda de tempo, por ora, imensurável.

Melhoria: Mostrar a importância para o empreendedor de ele realizar os estudos ambientais com qualidade, de modo que o pedido de complementações seja apenas em casos específicos. Mostrar também para ele, a diferença de tempo que leva para licenciar uma atividade quando se necessita complementação e quando não se faz necessário devido à alta qualidade dos estudos ambientais.

4.2.2 Sistema

Os principais sistemas utilizados pelo IMA são o SGP-e e o SINFAT. Atualmente, ambos trazem consigo diversos problemas que dificultam a equipe do IMA e também o empreendedor. Neste tópico estão listados os principais problemas dos sistemas utilizados atualmente.

4.2.2.1 SGP-e

Segundo o próprio site do SGP-e: O Sistema de Gestão de Protocolo Eletrônico (SGP-e) foi criado para otimizar o gerenciamento de documentos e processos administrativos,

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tornando a autuação e tramitação mais eficiente, célere e segura. Com o aplicativo, o Governo do Estado tem por objetivos reduzir a burocracia nos órgãos e eliminar gradativamente a utilização de papel, com vistas à tramitação somente por meio digital (SANTA CATARINA, 2019). Os principais gargalos identificados quanto ao SGP-e são os seguintes:

a) Falta de controle sobre o que está chegando via SGP-e (Setor de tecnologia da informação não consegue fazer análises corretas devido a não conseguir dados do SGP-e, apenas do SINFAT);

b) Falta de comunicação com o SINFAT;

c) Falta de padronização no envio e no nome da documentação; d) Arquivo fotográfico e de vídeo não entram no SGP-e;

e) Mais de uma forma de comunicação com o empreendedor;

4.2.2.2 SINFAT

Os principais gargalos identificados quanto ao SINFAT são os seguintes:

a) Não possui um banco de dados;

b) O empreendedor não consegue colocar duas atividades diferentes no SINFAT; c) A documentação do SINFAT é perdida quando há troca de uma licença para a outra (o técnico não consegue rever a documentação, exceto se ela tramitou para o SGP-e);

d) Não há um alerta de vencimento de prazo no SINFAT para o envio de documentos e para a licença expirar;

e) O envio de documentação complementar ocorre tanto pelo SGP-e como pelo SINFAT, não há uma padronização;

f) O processo integral, com todos os documentos e ofícios, em ordem cronológica, não estão disponíveis para acesso pelo empreendedor;

g) O empreendedor não é avisado formalmente dos trâmites do processo; h) O empreendedor não tem acesso a documentação que adicionou no SINFAT; i) O manual do SINFAT não está atualizado;

j) Não há um campo para anexar condicionantes ambientais e complementações (o IMA tem que solicitar via e-mail ou ofício).

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Melhoria: Todos estes pontos citados referentes ao SGP-e e ao SINFAT podem ser resolvidos por uma equipe especialista e que entenda do sistema utilizado pelo IMA. Isso pode ser solucionado através da contratação de uma empresa de tecnologia da informação ou pela própria equipe do IMA da área de tecnologia da informação. Como o SINFAT é um sistema antigo, há uma necessidade de atualização ou a criação de um novo SINFAT com todas essas novas funcionalidades.

Melhoria: Padronização em um único sistema. Após a melhoria de todos os problemas do SINFAT será possível padronizar o uso apenas do próprio SINFAT.

4.2.2.3 Inconsistência de documentação obrigatória

Este problema no SINFAT é muito sério e acarreta um grande retrabalho. Para uma melhor contextualização, segue abaixo o procedimento no Sistema de Licenciamento, que consiste nas seguintes 5 etapas:

Etapa 1 – Cadastro do empreendedor/empreendimento. Após a realização do cadastro, o interessado deve aguardar uma senha que será enviada pelo SINFATWEB, para dar prosseguimento nas etapas seguintes;

Etapa 2 – Seleção da modalidade de licenciamento; Etapa 3 – Detalhamento da modalidade de licenciamento;

Etapa 4 – Emissão dos documentos FCEI – Formulário de Caracterização de Empreendimento Integrado, DARE – Documento de Arrecadação de Receitas Estaduais e IN – Instrução Normativa;

Etapa 5 – Pagamento da DARE e envio de documentação digital solicitada.

Nesta última etapa, deve-se anexar a documentação obrigatória presente na Instrução Normativa referente à atividade do solicitante. A situação é que a documentação obrigatória exigida pela Instrução Normativa nem sempre está de acordo com a documentação obrigatória exigida no SINFAT.

Mais de 10 CODAMS do IMA já reportaram este problema. Para exemplificar isso, segue uma situação muito comum: Na Instrução Normativa está escrito dentro das documentações obrigatórias “Documento tal, quando couber”. Porém, este documento no SINFAT está como optativo, pois quem criou o sistema entendeu dessa forma. O problema

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disso pode ser facilmente entendido, visto que para muitos empreendimentos o “quando couber” se encaixa para ele, mas o SINFAT não está pedindo como documento obrigatório.

A consequência disso é que essa documentação é aprovada pelo Protocolo, e quando chega para a equipe técnica eles percebem que de fato está faltando alguma documentação obrigatória referente aquela atividade.

Melhoria: Compatibilização da documentação obrigatória exigida pela Instrução Normativa com a exigida dentro do SINFAT para o empreendedor.

4.2.3 Equipe

Abaixo seguem os principais gargalos relacionados à equipe do IMA.

4.2.3.1 Sobrecarga da equipe técnica

Em todas as reuniões com os técnicos, sempre foi citada a sobrecarga que esses possuem diariamente e a dificuldade de dar conta da lista de processos para serem analisados. Hoje, os técnicos possuem muito trabalho administrativo para fazer e demandas de órgãos públicos que devem ser consideradas como obrigatórios. Podendo-se citar:

a) Demandas constantes do Ministério Público; b) Visitas de empreendedor para tirar dúvidas; c) Requisição de veículos e diárias (visita técnica);

d) Elaborar mensalmente o Relatório de Risco de Vida (Visita técnica); e) Acompanhamento de condicionantes.

Melhoria: Diminuir o trabalho administrativo da carga dos técnicos.

Além disso, normalmente, os empreendimentos com problemas diversos vão para a Central. Isso acontece com frequência e faz com que os técnicos tenham uma sobrecarga de trabalho, devido à dificuldade desse tipo de empreendimento. Além disso, nos últimos anos, tem havido alta saído de colaboradores do IMA, não havendo rotatividade, pois normalmente não há reposição e, consequentemente, há poucas pessoas para realizar muito trabalho.

Referências

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