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Medicina Veterinária: Relatório de estágio

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Academic year: 2021

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Claudia Helena Bratti da Silva

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA ÁREA DE CLÍNICA MÉDICA DE PEQUENOS ANIMAIS

Curitibanos 2018

Universidade Federal de Santa Catarina

Centro de Ciências Rurais

Medicina Veterinária

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Claudia Helena Bratti da Silva

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA ÁREA DE CLÍNICA MÉDICA DE PEQUENOS ANIMAIS

Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Medicina Veterinária do Centro de Ciências Rurais da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito para a obtenção do Título de Bacharel e Licenciado em Medicina Veterinária.

Orientador: Profª. Drª. Sandra Arenhart

Curitibanos 2018

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Claudia Helena Bratti da Silva

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA ÁREA DE CLÍNICA MÉDICA DE PEQUENOS ANIMAIS

Este trabalho de conclusão de curso foi julgado e aprovado para obtenção do título de Médico Veterinário, em sua forma final pelo programa da Universidade Federal de Santa Catarina.

Curitibanos, 30 de novembro de 2018.

__________________________________ Prof. Dr. Alexandre de Oliveira Tavela Coordenador do Curso de Medicina Veterinária

Banca Examinadora:

_____________________________ Profª. Drª. Sandra Arenhart Universidade Federal de Santa Catarina

_____________________________ Profª. Drª. Marcy Lancia Pereira Universidade Federal de Santa Catarina

_____________________________ Prof. Daniel de Vargas

Universidade Federal de Santa Catarina

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Agradecimentos

Agradeço primeiramente a Deus por ter me permitido chegar até aqui, independentemente das dificuldades passadas pelo trajeto.

A meus pais, Maria de Lourdes e Claudio Luiz, por me amarem incondicionalmente, por todas as orações de proteção, todo o apoio nos momentos em que quis desistir dessa batalha que é a graduação, pelo seu esforço em me proporcionar estudar numa cidade distante deles. E hoje se o meu sonho de infância se torna realidade é devido a vocês.

A minha irmã Natássia que, apesar de todas as brigas de infância, se tornou a melhor amiga que Deus poderia ter me proporcionado e auxílio prestado durante esses cinco anos de graduação.

Ao meu avô Mario (in memoriam) que me ensinou o que é o amor aos animais e que eles merecem tanto quanto nós, cuidados e proteção.

Aos meus amigos Maria, Vinícius, Isabela, Laura, Karini e Duane, que apesar da ausência em momentos importantes de suas vidas, estiveram sempre me apoiando e mandando vibrações positivas para que esse dia chegasse.

Aos meus amigos e colegas de Curitibanos, Vanessa, Amanda, Brenda, Andrye, Fernanda e Marian, que aguentaram todas as minhas lamentações nos momentos de dificuldade, pelos momentos de alegria, risadas e festas, pois acreditem que, sem isso, eu não teria suportado esses cinco anos.

Aos amigos que o HVU da UFSM me deu, Victor, Letícia, Jennifer e Hecson, onde cada um com seu jeito peculiar compartilharam muitos conhecimentos que vou levar para o resto da minha vida profissional.

Agradeço aos professores Sandra, Marcy, Daniel e Allana que além da amizade são exemplos de dedicação profissional, pelo incentivo em seguir a área de oftalmologia veterinária, que desde o início da graduação foi minha paixão e as oportunidades de aprendizado que me proporcionaram.

E a Maggie, minha gata, que fez com que cada conhecimento adquirido fosse dedicado especialmente à chance de proporcionar uma qualidade de vida melhor a ela e outros animais.

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“A grandeza de uma nação pode ser julgada pelo modo como seus animais são tratados.” – Mahatma Gandhi

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RESUMO

O presente relatório pretende descrever as principais atividades realizadas e acompanhadas durante o estágio curricular supervisionado em medicina veterinária na área de clínica médica pequenos animais. Este foi realizado no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), localizada na Cidade Universitária Professor José Mariano da Rocha Filho, nº100, Santa Maria, Rio Grande do Sul. Onde foi realizado no período de 31 de julho a 29 de outubro de 2018, totalizando 450 horas. Durante este foi possível acompanhar os procedimentos clínicos e ambulatoriais juntamente com os veterinários e residentes do hospital, sob a supervisão da Professora Doutora Anne dos Santos Amaral. O estágio esteve sob orientação da Professora Doutora Sandra Arenhart.

Palavras-chave: estágio curricular, medicina veterinária, clínica médica de pequenos animais.

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ABSTRACT

This report aims to describe the main activities carried out and monitored during the supervised curricular internship in veterinary medicine in the area of small medical clinic animals. The stage was carried out at the University Veterinary Hospital of Santa Maria (HVU-SM), belonging to the Federal University of Santa Maria (UFSM), located in the Cidade Universitária Professor José Mariano da Rocha Filho, nº100, Santa Maria, Rio Grande do Sul. In the period from July 31 to October 29, 2018, totaling 450 hours. During the internship it was possible to follow the clinical and ambulatory procedures together with the vets and residents of the hospital under the supervision of Professor PhD Anne dos Santos Amaral. The internship was under the orientation of Professor Sandra Arenhart.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1:Fachada do Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria. ... 16 Figura 2: Sala de triagem do Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria. ... 18 Figura 3: Ambulatórios pertencentes do Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria. A: Ambulatório para atendimento clínico. B: Ambulatório didático. ... 18 Figura 4: Ambulatório destinado a atendimentos de emergência do Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria. ... 19 Figura 5: Fichas de cores diferentes para identificação dos animais (A) e quadro de pacientes internados no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria e suas respectivas caixas (B). ... 20 Figura 6: Internamento dos cães do Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria. ... 21 Figura 7: Internamento de gatos do Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria. ... 22 Figura 8: Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria. ... 23 Figura 9: Proporção de machos e fêmeas dos animais atendidos no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria. ... 27

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Principais enfermidades acompanhadas durante o estágio curricular no HVU-UFSM, separadas por espécie e suas respectivas porcentagens. ... 28 Tabela 2: Afecções Oftalmológicas acompanhadas durante o estágio curricular no setor de clínica de pequenos animais, realizado no HVU-UFSM. ... 29 Tabela 3: Afecções Gastrointestinais acompanhadas durante o estágio curricular no setor de clínica de pequenos animais, realizado no HVU-UFSM. ... 31 Tabela 4: Afecções Tegumentares acompanhadas durante o estágio curricular no setor de clínica de pequenos animais, realizado no HVU-UFSM. ... 33 Tabela 5: Infecções sistêmicas acompanhadas durante o estágio curricular no setor de clínica de pequenos animais, realizado no HVU-UFSM. ... 34 Tabela 6: Afecções do Sistema Urinário acompanhadas durante o estágio curricular no setor de clínica de pequenos animais, realizado no HVU-UFSM. ... 35 Tabela 7: Afecções Oncológicas acompanhadas durante o estágio curricular no setor de clínica de pequenos animais, realizado no HVU-UFSM. ... 37 Tabela 8: Afecções Neurológicas acompanhadas durante o estágio curricular no setor de clínica de pequenos animais, realizado no HVU-UFSM. ... 38 Tabela 9: Consultas de Rotina acompanhadas durante o estágio curricular no setor de clínica de pequenos animais, realizado no HVU-UFSM. ... 40 Tabela 10: Afecções Respiratórias acompanhadas durante o estágio curricular no setor de clínica de pequenos animais, realizado no HVU-UFSM. ... 40 Tabela 11: Afecções Reprodutivas acompanhadas durante o estágio curricular no setor de clínica de pequenos animais, realizado no HVU-UFSM. ... 42 Tabela 12: Afecções Cardiovasculares acompanhadas durante o estágio curricular no setor de clínica de pequenos animais, realizado no HVU-UFSM. ... 42 Tabela 13: Afecções Otológicas acompanhadas durante o estágio curricular no setor de clínica de pequenos animais, realizado no HVU-UFSM. ... 43 Tabela 14: Afecções Musculoesqueléticas acompanhadas durante o estágio curricular no setor de clínica de pequenos animais, realizado no HVU-UFSM. ... 44 Tabela 15: Afecções Odontológicas acompanhadas durante o estágio curricular no setor de clínica de pequenos animais, realizado no HVU-UFSM. ... 44

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LISTA DE ABREVIATURAS ALT – Alanina aminotransferase

AST – Aspartato aminotransferase BID – Duas vezes ao dia

BSA – Body surface área (área de superfície corporal) CAAF – Citologia de aspirado com agulha fina CCE – Carcinoma de células escamosas

CK – Creatinina quinase CVF – Calicivírus felino

DAC - Dermatite atópica canina

DAPP – Dermatite alérgica a picada de pulga DDIV – Doença do disco intervertebral

DTUIF – Doença do trato urinário inferior felino DRC – Doença renal crônica

ECA – Enzima conversora de angiotensina FA – Fosfatase alcalina

FC – Frequência cardíaca

FeLV – Vírus da Leucemia Felina FIV - Vírus da Imunodeficiência Felina FR – Frequência respiratória

GGT – Gamaglutamiltransferase HVF – Herpervírus felino

HVU – Hospital Veterinário Universitário

HVU-UFSM - Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria IV – Intravenoso

LACE - Laboratório de cirurgias experimentais LACVET – Laboratório Clínico Veterinário OVH – Ovariohisterectomia

PIO – Pressão intra ocular QID – Quatro vezes ao dia RS – Rio Grande do Sul

SAVE - Serviço de Arquivos Veterinários e Ensino SC – Subcutâneo

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SID – Uma vez ao dia

TCE – Trauma crânio encefálico TID – Três vezes ao dia

TPC – Tempo de preenchimento capilar

UIPA – Unidade de internamento de pequenos animais UFSM – Universidade Federal de Santa Maria

UTI – Unidade de terapia intensiva VO – Via oral

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO... 15

2. HOSPITAL VETERINÁRIO UNIVERSITÁRIO - UFSM ... 15

2.1. Descrição do Local ... 16

2.1.1. Recepção, sala de espera e secretaria ... 17

2.1.2. Ambulatórios ... 17

2.1.3. Internamento e UTI ... 19

2.1.4. Laboratório de Análises Clínicas, Farmácia e Serviço de Arquivos Veterinários e Ensino (SAVE) ... 23

2.1.5. Diagnóstico por Imagem ... 23

2.2. Funcionamento do Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria ... 24 2.3. Atividades Desenvolvidas ... 26 2.4. Casuística... 26 2.4.1. Afecções Oftalmológicas ... 29 2.4.2. Afecções Gastrointestinais ... 30 2.4.3. Afecções Tegumentares ... 32 2.4.4. Infecções Sistêmicas... 33 2.4.5. Afecções Urinárias ... 34 2.4.6. Afecções Oncológicas ... 37 2.4.7. Afecções Neurológicas ... 38 2.4.8. Consultas de Rotina ... 39 2.4.9. Afecções Respiratórias ... 40 2.4.10. Afecções Reprodutivas ... 41 2.4.11. Afecções Cardiovasculares ... 42 2.4.12. Afecções Otológicas ... 43 2.4.13. Afecções Musculoesqueléticas ... 43 2.4.14. Afecções Odontológicas ... 44 2.4.15. Afecções Endócrinas ... 45 3. CONCLUSÃO... 45 4. REFERÊNCIAS ... 46

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1. INTRODUÇÃO

Atualmente no Brasil, segundo Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (2018), já são mais de 132 milhões de animais domésticos no Brasil e os produtos e serviços ofertados geraram em torno de 20,3 bilhões de reais no país no ano de 2017, tornando o segundo país com maior investimento do mundo no mercado veterinário.

Outro dado que fortalece o mercado veterinário é que nos últimos 30 anos a expectativa de vida dos animais de companhia aumentou em 50%. Com isso os serviços de veterinária também evoluíram, surgindo clínicas de especialidades, hospitais veterinários e planos de saúde (CORREA, 2014).

Com o aumento da expectativa de vida dos animais e da proximidade com seus tutores, se torna mais fácil identificar alterações no comportamento e saúde dos mesmos acarretando em maior procura a serviços veterinários específicos como oftalmologia, cardiologia, geriatria, dermatologia e outros (ASSUMPÇÃO, 2010).

O estágio curricular supervisionado é a ultima etapa para conclusão da graduação, tendo como objetivo possibilitar a vivência do acadêmico com o mercado de trabalho e observar como os conhecimentos adquiridos durante os nove semestres que o antecedem podem ser aplicados na prática. Este foi realizado na área de clínica médica de pequenos animais.

A clínica médica é a área fundamental para todas as outras áreas de atuação do médico veterinário de pequenos animais, onde são colocados em prática todas as matérias de anatomia, fisiologia, semiologia, farmacologia, doenças infecciosas e parasitárias e laboratório clínico. O objetivo da consulta clínica é seguir os passos básicos de anamnese e exame físico, para que se chegue ao diagnóstico e melhor atendimento para cada paciente.

O estágio curricular supervisionado foi orientado pela Profª. Doutora Sandra Arenhart, realizado no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, no período de 30 de julho a 29 de outubro de 2018, sendo supervisionado pela Profª Drª. Anne Amaral dos Santos, que é especialista em Oftalmologia Veterinária dentro do HVU-UFSM.

O objetivo do relatório de estágio é descrever as atividades desenvolvidas e casuísticas acompanhadas realizado neste local, bem como a rotina diária do médico veterinário.

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O estágio curricular supervisionado foi realizado no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria (HVU-UFSM) que está localizado no endereço Av. Roraima nº1000, prédio 97, Cidade Universitária, Santa Maria – RS (Figura 1).

Figura 1:Fachada do Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria.

Fonte: Acervo pessoal (2018).

2.1. Descrição do Local

O hospital conta com serviços de clínica, cirurgia e anestesiologia em pequenos e grandes animais; diagnóstico por imagem; laboratório de análises clínicas (LACVET); farmácia; laboratório de cirurgias experimentais (LACE); centro cirúrgico didático; patologia veterinária e serviços de lavanderia e esterilização. Dentre as áreas de especialização conta com profissionais na área de Oftalmologia, Dermatologia, Cardiologia, Ortopedia, Neurologia, Fisioterapia, Serviço de Banco de Sangue e Quimioterapia.

A área física de atendimento clínico de pequenos animais no HVU-UFSM é composto por sala de espera, recepção, doze ambulatórios destinados para: triagem dos animais, quimioterapia, dois didáticos, neurologia, triagem anestésica, emergências e cinco para atendimentos clínicos gerais. Contêm também três internamentos, um destinado a gatos, um a cães e outro a animais que necessitam de cuidados intensivos (UTI). Conta com o serviço de enfermagem, realizado por seis profissionais da área, chamado de Unidade de Internamento

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de Pequenos Animais (UIPA), responsável por todo os cuidados de medicação e alimentação descritos nas fichas dos pacientes. Possuem também profissionais atuando na rotina interna do hospital durante 24 horas de todos os dias da semana, sendo dois médicos veterinários e um estagiário.

2.1.1.Recepção, sala de espera e secretaria

A recepção e sala de espera são locais onde os proprietários conseguem agendar e pegar ficha para os atendimentos, podendo permanecer até que sejam atendidos. Contém televisão, bancos e climatizador de ambiente para melhor conforto dos proprietários e pacientes. A secretaria é o local onde são feitos os agendamentos de cirurgias, de quimioterapias e o pagamento dos serviços prestados.

2.1.2.Ambulatórios

O HVU tem doze ambulatórios para atendimentos clínicos, o primeiro para a triagem dos animais onde estes são pesados e realizado a ficha com histórico e a queixa para atendimentos e encaminhados aos médicos veterinários (figura 2). Contém também um ambulatório onde é realizada a quimioterapia, dois ambulatórios didáticos, um específico para a neurologia, um onde são realizados as consultas pré-anestésicas e exames de eletrocardiograma e cinco ambulatórios gerais (figura 3). Cada um contém como materiais básicos: bancada de metal, lixos com destinos específicos de descarte, mesa com cadeiras e computadores, máquina de tricotomia e materiais para coletas de sangue e pequenos procedimentos. Possui um ambulatório para casos emergenciais com desfibrilador, traqueotubos de nº 2 até nº 9,5, cilindro de oxigênio, bancada de metal, medicamentos injetáveis, soluções cristaloides e coloides, cateteres, ambu, secadores e sondas, além dos materiais em comum aos outros laboratórios (figura 4).

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Figura 2: Sala de triagem do Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria.

Fonte: Acervo pessoal (2018).

Figura 3: Ambulatórios pertencentes do Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria. A: Ambulatório para atendimento clínico. B: Ambulatório didático.

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Figura 4: Ambulatório destinado a atendimentos de emergência do Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria.

Fonte: Acervo pessoal (2018).

2.1.3.Internamento e UTI

O internamento de cães e gatos fica sob os cuidados da UIPA que realiza medicações, cuida da alimentação e avalia a evolução do paciente, conforme o quadro de cada um. Separados em boxes de acordo com as cores das fichas classificando os pacientes em: amarelo - clínica médica, verde - clínica cirúrgica e rosa - neurologia. Cada box é numerado e conforme o número, o nome do animal é anotado em um quadro e este recebe uma caixa na qual são colocados os materiais necessários para realizar as medicações e cuidados básicos com o paciente (figura 5).

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Figura 5: Fichas de cores diferentes para identificação dos animais (A) e quadro de pacientes internados no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria e suas respectivas caixas (B).

Fonte: Acervo pessoal (2018).

Dividido em internamento de cães e gatos, o internamento dos cães conta com 27 box para todos os portes, possuindo uma sala anexa destinada a preparação dos pacientes que vão para cirurgia, pequenos procedimentos e curativos. Esta sala conta ainda com bancadas, micro-ondas, pia com chuveiro, tricótomo, gases, algodão, esparadrapo, fita microporosa, compressas, jornais, cobertores, ração e colares elisabetanos (figura 6).

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Figura 6: Internamento dos cães do Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria.

Fonte: Acervo pessoal (2018).

Já o internamento de gatos contém 10 boxes e os mesmos materiais citados anteriormente para cães, além de caixas de transporte e potes de areia higiênica para os gatos (figura 7).

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Figura 7: Internamento de gatos do Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria.

Fonte: Acervo pessoal (2018).

A Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) possui cinco boxes, além de uma incubadora e um leito para acomodar cães e gatos que se encontram debilitados e necessitam de oxigenação por tempo prolongado (figura 8).

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Figura 8: Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria.

Fonte: Acervo pessoal (2018).

2.1.4.Laboratório de Análises Clínicas, Farmácia e Serviço de Arquivos Veterinários e Ensino (SAVE)

O Laboratório de análises clínicas veterinárias (LACVET) e a Farmácia tem expediente das 07:30 às 19:30, sendo cada um com um responsável durante o expediente completo. O LACVET realiza exames como hemogramas, bioquímicos séricos, citologias, testes rápidos, exames de urina e líquidos cavitários e dosagem de hormônios. O SAVE conta com uma funcionária que faz o expediente das 07:30 às 17:00, onde é possível ter acesso a qualquer ficha de paciente que já passou pelo HVU-UFSM.

2.1.5.Diagnóstico por Imagem

O setor de diagnóstico por imagem conta atualmente só com o serviço de ultrassonografia devido o aparelho radiográfico estar fora de funcionamento. Possui uma sala para a elaboração de laudos que contém seis computadores fixos para elaboração dos mesmos.

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A sala de ultrassonografia conta com o aparelho de ultrassom, três transdutores, mesa, gel, compressas, calha acolchoada, cilindro de oxigênio, cadeiras, aparelho de tricotomia, soluções de limpeza e climatizador.

2.2. Funcionamento do Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria

O hospital veterinário universitário da UFSM completou no dia 6 de outubro 2018 seus 45 anos. O mesmo foi criado com objetivo de facilitar as aulas teórico-práticas do curso de medicina veterinária da UFSM mantendo a sua função até os dias atuais. Além disso fornece serviços e atendimentos à população de Santa Maria e região, com o horário de funcionamento das 07:30 às 19:30 h, com plantões noturnos e nos fins de semana servindo de apoio aos animais presentes no internamento. As fichas de atendimento ficam disponíveis no período da manhã das 07:30 às 12:00 h e no período da tarde a partir das 12:30 até as 17:00 h onde essas são distribuídas entre os veterinários e residentes presentes no hospital,de acordo com a hora de chegada do paciente, geralmente sendo três fichas para cada veterinário por turno.

O corpo clínico é formado por 27 residentes e sete veterinários, distribuídos dentro das áreas de clínica médica, clínica cirúrgica, anestesiologia, laboratório clínico e diagnóstico por imagem. Contam também com o auxílio de quatro enfermeiros e dois técnicos em enfermagem e três professores que além de atenderem no hospital ainda ministram aulas.

Os serviços que estão disponíveis no HVU-UFSM são consultas, procedimentos ambulatoriais, cirurgias, atendimento emergencial, exames de ultrassonografia, fisioterapia, quimioterapia e banco de sangue.

O paciente chegando à recepção ele era registrado no sistema e após chamado para triagem, na qual eram pesados, anotado no sistema e fichas a queixa e motivo da consulta. Após a ficha era disponibilizada em um escaninho onde os veterinários e estagiários tinham acesso e podiam iniciar as consultas.

Os veterinários e estagiários chamavam os pacientes para o ambulatório onde realizava-se a anamnese de forma a identificar a causa do problema e assim dar início ao exame físico em que eram observados a coloração das mucosas, TPC, hidratação, linfonodos palpáveis, palpação abdominal, pulso, ausculta cardiorrespiratória e aferição de temperatura corporal. Após a realização do exame físico básico era realizado o exame específico de acordo com a queixa e coletadas amostras quando necessário.

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Os exames realizados pelo LACVET eram de hemograma (eritrograma, leucograma, proteínas totais, reticulócitos), bioquímicos (ALT, AST, FA, GGT, CK, creatinina, ureia, frutosamina, glicose, albumina e outros) citologia simples, citologia de aspirado de agulha fina (CAAF), parasitológico de pele, análise de urina e outros líquidos como ascite e líquor, teste sanguíneos de reação cruzada, composição de urólitos e “SNAP’s Test” para cinomose, parvovirose, FIV, FeLV e leishmaniose.

Eram realizadas ultrassonografias no setor de diagnóstico por imagem, fossem estes pequenos ou grandes animais, mas funcionavam com horário marcado, porém tanto no período da manhã como no período da tarde tinham horários reservados para possíveis emergências. Os exames eram feitos por residentes e médicas veterinárias que faziam os laudos na sala deste setor, contavam também com auxílio do professor da área e vários livros dá área. Os veterinários requisitantes podiam acompanhar o exame e conversar com as veterinárias sobre as alterações encontradas durante o exame.

Quando era necessário fazer exames, coletas de materiais ou procedimentos em animais agressivos ou com muita dor, era chamado um residente anestesiologista para que fizessem a sedação ou anestesia no animal e assim dar continuidade à consulta, tudo isso sempre com autorização e assinatura do proprietário deste. Os animais recebiam medicamentos como fentanil, cetamina, propofol e diazepam, de acordo com a necessidade e caso específico de cada um.

A coleta de materiais como sangue e urina seguiam sempre o mesmo padrão. Para a coleta de sangue era priorizado a veia jugular com seringas e agulhas, quando não possíveis pelo animal ser agressivo ou de difícil contenção poderia ser feita pela cefálica por gotejamento com auxílio de cateteres. A coleta de urina era feita por micção espontânea quando o proprietário tinha a disponibilidade ou por outros métodos como compressão vesical em animais não obstruídos e sondagem em animais com suspeita de obstrução uretral. Quando era necessário fazer urocultura e antibiograma realizava-se a coleta por cistocentese guiada por ultrassom.

A medicação dos animais era realizada durante a consulta quando os pacientes apresentavam vômito, dor ou ficaria internado. Toda medicação aplicada precisava solicitação na farmácia, a qual pedia o nome do médico veterinário e o número de registro do animal para que pudessem liberar a mesma. Os pacientes que ficavam internados contavam com uma ficha de prescrição medicamentosa, de acordo com o tratamento indicado pelo veterinário responsável, a mesma ficava a cargo dos funcionários e estágiários do internamento.

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A área de oftalmologia veterinária no Hospital Veterinário Universitário da UFSM era coordenada por uma especialista que desempenhava suas atividades de forma voluntária, ou seja, as consultas e procedimentos que esta cobrava eram destinados ao próprio caixa do hospital sendo que não recebia honorários pelos serviços prestados.

A oftalmologista possuía tonômetro de aplanação, oftalmoscópio direto, lanternas e colírios destinados a consultas e tratamentos. Realizava consultas em animais de diversas espécies atendidas no hospital; procedimentos ambulatoriais como testes de pressão intraocular, análise de fundo de olho, produção de lágrima, coleta de materiais para análises laboratoriais e ablações químicas; cirurgias como correção de protrusão de glândula de terceira pálpebra, correção de entrópio e ectrópio, “flaps” para tratamento de úlceras de córnea com descemetocele, retirada de massas neoplásicas e enucleações.

2.3. Atividades Desenvolvidas

No período do estágio, os estagiários foram apresentados às instalações do hospital, instruídos a usarem jaleco em todas as consultas e procedimentos, assinar a folha ponto, usar o crachá que receberam, organizar os laboratórios e auxiliarem em todos os momentos que fossem solicitados. Os mesmos tinham livre escolha para acompanhar as consultas que fossem de seu interesse, inclusive de clínica cirúrgica ou de alguma outra especialidade.

As atividades desenvolvidas eram de acordo com a necessidade de cada consulta, como na contenção do paciente, coleta de materiais, realização de exames físicos, preparo do animal para internação, realização de procedimentos como curativos, drenagem de líquidos cavitários, enemas, sondagem uretral ou nasogástrica. Era possível auxiliar em casos emergenciais, acompanhamento de exames ultrassonográficos, encaminhar amostras para o LACVET e solicitar medicamentos e materiais na farmácia.

2.4. Casuística

Durante o período de três meses de estágio realizados no HVU-UFSM foram acompanhados 185 pacientes, sendo em consultas, procedimentos ou emergências (figura 8 e figura 9). Sem padrão de raça ou idade, estando entre 2 meses à 18 anos, as afecções que acometeram esses animais estão dispostas na tabela 1. O numero de fêmeas em relação em caninos é maior que a quantidade de machos. Já em felinos os valores são muito semelhantes entre proporção de machos e fêmeas.

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Figura 9: Proporção de machos e fêmeas dos animais atendidos no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria.

Fonte: Acervo pessoal (2018). 134 57 77 51 25 26 0 20 40 60 80 100 120 140 160

Total Machos Fêmeas

Caninos Felinos

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Tabela 1: Principais enfermidades acompanhadas durante o estágio curricular no HVU-UFSM, separadas por espécie e suas respectivas porcentagens.

Casuística das

Afecções Espécie % %

Total Caninos Felinos Caninos Felinos

Cardiovasculares 8 7 1 5,22 1,96 Consultas Rotineiras 13 11 2 8,21 3,93 Endócrinas 3 3 0 2,24 0 Gastrointestinais 20 15 5 11,19 9,80 Infectocontagiosas 17 8 9 5,98 17,64 Musculoesqueléticas 4 4 0 2,96 0 Neurológicas 14 11 3 8,21 5,88 Odontológicas 4 3 1 2,24 1,96 Oftalmológicas 24 17 7 12,69 13,73 Oncológicas 15 11 4 8,21 7,84 Otológicas 7 6 1 4,48 1,96 Reprodutivas 11 9 2 6,72 3,93 Respiratórias 12 6 6 4,48 11,76 Tegumentares 17 17 0 12,69 0 Urinárias 16 6 10 4,48 19,61 TOTAL 185 134 51 100 100

É possível observar que as afecções mais acompanhadas neste estágio foram em ambas as espécies as oftalmológicas, sendo que estas eram mais frequentes em cães (12,69%) e em gatos foram urinárias (19,61%).

A casuística das afecções oftalmológicas apresentada não condiz com a realidade do hospital, mas sim das consultas acompanhadas durante o estágio, pela afinidade pelo setor de oftalmologia veterinária, com o objetivo de buscar novos conhecimentos e acompanhar casos diferenciados nesta área.

Já com relação aos felinos, as afecções urinárias foram as que tiveram maior incidência de casos, apresentadas em animais adultos. A ocorrência das mesmas em felinos está relacionada a diversos fatores como: sexo, raça, idade, estação do ano, ingestão de água, estresse, obesidade e atividade física (NELSON & COUTO, 2015). As doenças do trato

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urinário inferior de felinos com idade entrede 2 a 6 anos são mais prevalentes no inverno e primavera, coincidindo com a idade e período dos animais atendidos e no estágio.

2.4.1.Afecções Oftalmológicas

As enfermidades oftalmológicas foram a mais acompanhadas em caninos (12,69%) e a terceira mais encontrada em felinos (13,73%), sendo a ceratite ulcerativa e a catarata as mais observadas em cães e a conjuntivite em gatos (Tabela 2).

Tabela 2: Afecções Oftalmológicas acompanhadas durante o estágio curricular no setor de clínica de pequenos animais, realizado no HVU-UFSM.

Afecções Oftalmológicas Espécie % %

Total Caninos Felinos Caninos Felinos

Ceratite ulcerativa 4 3 1 17,65 14,28 Neoplasias 3 2 1 11,77 14,28 Conjuntivite 4 2 2 11,77 28,60 Catarata 3 3 0 17,65 0 Glaucoma 1 1 0 5,88 0 Ceratoconjuntivite Seca 1 1 0 5,88 0 Dermoide 1 1 0 5,88 0 Prolapso de Glândula de 3ª Pálpebra 2 1 1 5,88 14,28 Ceratite Pigmentar 1 1 0 5,88 0 Deformidade Palpebral 1 0 1 0 14,28 Uveíte 2 1 1 5,88 14,28 Luxação de Lente 1 1 0 5,88 0 TOTAL 24 17 7 100 100

Os casos de úlcera de córnea foram diagnosticados com base no exame de fluoresceína, os quais eram realizados em pacientes, com auxílio de colírio de fluoresceína sódica a 1% onde administrou-se uma gota em cada olho, seguido de solução fisiológica a base de cloreto de sódio a 0,9% para limpar o excesso do colírio e assim era observado a integridade da córnea deste paciente. Para o tratamento medicamentoso era indicado colírio de tobramicina (TobracinⓇ) a cada 3 horas em cães, por um período de 30 dias, tomando o

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cuidado para não administrar colírio que contivesse anti-inflamatórios esteroidais, por dificultarem a cicatrização da córnea. Em casos de úlceras profundas, eram realizados fixação de 3ª pálpebra que facilitavam a cicatrização da córnea.

A úlcera de córnea tem como causa mais comum algum tipo de trauma, não excluindo conformação das pálpebras e da face como causadores (BERCHT, 2009). A proliferação bacteriana presente na córnea é um dos principais agravantes do retardo da cicatrização dessa falha no epitélio corneano indicando então o uso de antibióticos para o tratamento de úlceras da mesma (SLATTER, 2005).

A catarata é uma doença degenerativa ocular comum em cães idosos e portadores de diabetes mellitus, foi encontrada em três cães que foram atendidos no HVU-UFSM. O diagnóstico foi baseado no exame de inspeção com luz direta em olhos dilatados com 1 gota de colírio de atropina em cada olho e realizado testes de acuidade visual. Para o tratamento de catarata foi recomendado o uso de colírio LanosterolⓇ que age sobre as glicoproteínas que causam a opacificação da lente, removendo-as. A recomendação era aplicar de 1-2 gotas por olho afetado 2 a 3 vezes por dia por no mínimo 8 semanas para melhores resultados.

Em um estudo realizado no Rio de Janeiro durante três anos, a catarata representou 9% dos 303 casos de enfermidades atendidas no serviço de oftalmologia veterinária, sendo que 70% dos pacientes caninos com diabetes desenvolvem catarata. Em gatos a catarata é considerada rara (BAUMWORCEL et al., 2009; WILCOK & NJAA, 2016; DUBIELZIG et al., 2010).

A conjuntivite em gatos foi a afecção ocular de felinos mais atendida pelo corpo clínico do HVU-UFSM durante o período do estágio curricular. Isso ocorre principalmente pela presença da bactéria Chlamydophila felis, que faz parte dos microrganismos causadores do complexo respiratório dos felinos, que além dos sinais respiratórios podem acometer a conjuntiva, levando a quadros de conjuntivite (AMOR, 2014; CRIVELLENTI, 2015).

O diagnóstico da conjuntivite é basicamente através do histórico, sinais clínicos, teste de fluoresceína para exclusão de ceratite ulcerativa, oftalmoscopia com o objetivo excluir uveíte e tonometria para eliminar glaucoma como causa da irritação, ou seja, exame oftalmológico completo. O tratamento se baseia no combate dos microrganismos e controle da inflamação usando a associação de colírios antibióticos e anti-inflamatórios como tobramicina + dexametasona (Tobradex® suspensão) de 4 em 4 horas em gatos, por 30 dias.

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As afecções do trato gastrointestinal foram a segunda mais presente na rotina do HVU-UFSM, tendo a hepatite como a mais comum em cães e lipidose hepática em felinos conforme demonstrado na tabela 3.

Tabela 3: Afecções Gastrointestinais acompanhadas durante o estágio curricular no setor de clínica de pequenos animais, realizado no HVU-UFSM.

Afecções

Gastrointestinais Espécie % %

Total Caninos Felinos Caninos Felinos

Pancreatite 2 2 1 13,33 20,0 Hepatite 4 4 0 26,67 0 Cirrose Hepática 2 2 0 13,33 0 Enterite 4 3 1 20,00 20,0 Hipersensibilidade Alimentar 1 1 0 6,67 0 Gastrite 3 1 1 6,67 20,0 Lipidose Hepática 2 0 2 0,00 40,0 Gastroenterite 2 2 0 13,33 0 TOTAL 20 15 5 100 100

Os quatro casos de hepatite em cães foram diagnosticados com base no histórico, sinais clínicos, exames bioquímicos e de ultrassonografia. Os resultados dos valores das enzimas hepáticas deveriam estar 4 vezes maiores que os valores referência de ALT 21-102 (UI/L) e FA 20-156 (UI/L) para confirmar o grau em que se encontrava a doença, além desta ser mais comum em cães jovens e de meia idade, diferentemente destes 4 pacientes que tinham mais de 8 anos de idade (NELSON & COUTO, 2015).

O tratamento instituído para esses pacientes caninos era à base de dieta, a qual deveria ser de boa qualidade e com altos níveis de proteína, e medicamentos coleréticos, hepatoprotetores e antioxidantes. O ácido ursodesoxicólico (Ursacol®) é um agente colerético que além de fluidificar a bile atua como citoprotetor para os hepatócitos, onde era administrado na dose de 10-15 mg/Kg VO SID por 30-60 dias. O S-adenosil metionina (SAM-e®) é um suplemento alimentar que atua como hepatoprotetor, neuroprotetor e desintoxicante, também utilizado na dose de 20mg/Kg VO SID pelo período de 30-60 dias. A

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silimarina (Legalon®) é um antioxidante e hepatoprotetor a base de flavonoides que auxiliam na recuperação das células hepáticas usados na dose de 20-50 mg/Kg VO SID por período semelhante aos outros medicamentos citados anteriormente (HOWES, 2011).

A lipidose hepática em felinos é a hepatopatia caracterizada por acúmulo de gordura nos hepatócitos e comum em gatos obesos como os diagnosticados no HVU-UFSM, que levam a um quadro de perda de função aguda deste órgão. Os sinais apresentados por esses pacientes, como vômito, diarreia, anorexia, desidratação e icterícia, além de hiperecogenicidade do fígado no exame ultrassonográfico, condizem com os descritos na literatura de casos de lipidose em felinos, porém o diagnóstico definitivo só é obtido através de biópsia de tecido hepático (NELSON & COUTO, 2015), o qual não foi realizado em nenhum dos casos.

O tratamento desses pacientes com lipidose hepática era feito com terapia hidroeletrolítica, suporte nutricional via sonda em pacientes que não se alimentavam, controle de alterações de coagulação e tratamentos dos sinais apresentados (SILVA, 2012). A fluidoterapia é recomendada ser feita com fluidos sem lactato ou glucose, de forma a evitar sobrecarga hepática, de acordo com a necessidade diária/peso de cada paciente. A alimentação era realizada via sonda esofágica com suplementos nutricionais como Nutralife Intensiv® que é composto por vitaminas, ômegas, proteína bruta, enzimas, minerais e antioxidantes essenciais, sob o cálculo da necessidade diária em relação ao peso vivo de cada animal. Tratamentos para sinais como vômito e diarreia eram feitos a base de metoclopramida (Plazil®) sendo a dose de 0,2 a 0,5 mg/Kg SC em cães e gatos e Lactobac Cat® 2g/dia via sonda esofágica enquanto persistiam os sinais.

2.4.3.Afecções Tegumentares

Das doenças que acometem a pele, a terceira com maior incidência, encontradas em cães, foram a dermatite atópica canina - DAC (50,0%) e em gatos não foram acompanhados casos de afecções tegumentares (tabela 4).

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Tabela 4: Afecções Tegumentares acompanhadas durante o estágio curricular no setor de clínica de pequenos animais, realizado no HVU-UFSM.

Afecções Tegumentares Espécie %

Total Caninos Caninos

Dermatite Atópica Canina 8 8 47,06

Dermatite Úmida 2 2 11,77

Piodermite superficial 1 1 5,88

Malasseziose 2 2 11,77

Lúpus eritematoso discóide 1 1 5,88

Eritema Multiforme 1 1 5,88

Abcesso 1 1 5,88

Dermatite alérgica à picada

de Pulga 1 1 5,88

TOTAL 17 17 100

Para o diagnóstico das dermatites atópicas eram observados o histórico do paciente, realizados exames de citologia e raspados para exclusão de possíveis microrganismos e parasitas. O paciente com dermatite atópica tem sensibilidade a diferentes antígenos que quando ativados formam uma resposta alérgica pruriginosa. É a segunda afecção dermatológica mais comum entre os cães, ficando atrás apenas de Dermatite Alérgica à Picada de Pulga, contrariando a casuística observada durante o estágio (ZANON, et al., 2008). Dentre os sinais eram observados prurido, áreas de alopecia com ou sem presença de lesões visíveis.

Para o tratamento de atopia além da terapia medicamentosa, era recomendado diminuir a exposição a fatores que possam induzir a DAC, como poeria, perfumes e odores fortes, grama e utilização de shampoos abrasivos. O tratamento medicamento era feito com oclacitinib (ApoquelⓇ) que é indicado principalmente para o tratamento de atopia exclusivamente em cães na dose de 0,4 à 0,6 mg/Kg a cada 12 horas por 14 dias, após os 14 dias iniciais a cada 24 horas e requistado retorno em 30 dias para acompanhamento do caso.

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A doença mais prevalente dentre as doenças infecciosas sistêmicas foi a leishmaniose (37,5%) nos caninos, e nos felinos a leucemia viral felina e imunodeficiência felina (77,78%) demonstrados na tabela 5.

Tabela 5: Infecções sistêmicas acompanhadas durante o estágio curricular no setor de clínica de pequenos animais, realizado no HVU-UFSM.

Infecções Sistêmicas Espécie % %

Total Caninos Felinos Caninos Felinos

Cinomose 1 1 0 12,5 0 Parvovirose 2 2 0 25,0 0 Leishmaniose 3 3 0 37,5 0 Leptospirose 1 1 0 12,5 0 Esporotricose 2 0 2 0 22,22 FIV e FeLV 7 0 7 0 77,78 Babesiose 1 1 9 12,5 0 TOTAL 17 8 9 100 100

A leishmaniose em cães é uma enfermidade infectocontagiosa transmitida principalmente por flebotomineos que se manifesta de forma cutânea e visceral, apresentando sinais como úlceras na derme, linfoadenomegalia generalizada, descamação de focinho e pontas de orelhas, ceratoconjuntivite, apatia e inanição. O diagnóstico realizado foi através de SNAP’s Test e CAAF de linfonodos em busca do protozoário nestes 3 cães. O grande problema da leishmaniose está relacionado ao tratamento pois a medicação considerada de eleição, miltefosina na dose 2mg/kg VO SID por 4 a 6 semanas, não é reconhecida pelo ministério da saúde por não se tratar de medida de controle da doença mas sim como uma escolha do proprietário. Porém a partir do momento que o proprietário resolve tratar o seu cão com leishmaniose, ele se torna responsável pelo controle de vetores flebotomíneos dentro da sua área domiciliar (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2018; SIMÃO, 2018).

A imunodeficiência felina é uma doença ocasionada pelo vírus da imunodeficiência viral felina (FIV) que é comparado ao vírus da HIV em seres humanos. Já a leucemia viral felina é causada pelo vírus da leucemia viral felina (FeLV) que desencadeia linfomas, anemia, imunodeficiência e falha reprodutiva (CRIVELLENTI, 2015). Os vírus da FeLV e da FIV

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estão entre os mais comuns causadores de doenças infecciosas dos gatos, tendo sua soroprevalência maior em nestes com acesso a rua e em grandes populações de felinos (LITTLE, 2015).

Os gatos que chegavam ao HVU-UFSM apresentavam sinais como: anorexia, apatia, dispneia, gengivite, conjuntivites e diarreia persistente, coincidindo com a literatura (NELSON & COUTO, 2015). Eram realizados SNAP’s Test para identificar a possível presença desses vírus sendo confirmado e a partir disto iniciado o tratamento, que era basicamente sintomático com fluidoterapia de ringer lactato, alimentação de boa qualidade, antibióticos como o metronidazol em casos de infecções secundárias, nas doses de 7-15 mg/Kg VO BID e quimioterapia em casos de linfoma, como citado nas afecções oncológicas.

2.4.5.Afecções Urinárias

As doenças do trato urinário nos animais que foram acompanhados durante o estágio, dentre as mais comuns foram a Doença Renal Crônica - DRC em cães (50%) e a Doença do trato Urinário Inferior dos Felinos (70%), conforme mostra a tabela 6.

Tabela 6: Afecções do Sistema Urinário acompanhadas durante o estágio curricular no setor de clínica de pequenos animais, realizado no HVU-UFSM.

Afecções Urinárias Espécie % %

Total Caninos Felinos Caninos Felinos

Cistite Bacteriana 3 2 1 33,33 10,0

Cistite Psicogênica 1 0 1 0 10,0

Doença do Trato Urinário

Inferior dos Felinos 7 0 7 0 70,0

Urolitíase 1 1 0 16,67 0

Doença Renal Crônica 4 3 1 50,0 10,0

TOTAL 16 6 10 100 100

A doença renal crônica em cães ocorre quando os mecanismos compensatórios da doença renal não são mais capazes de manter a excreção de metabólitos pela urina, associado a uma perda de 65- 75% de néfrons funcionais. Cães com DRC apresentam sinais clínicos como poliúria, polidipsia, emagrecimento progressivo, anorexia, apatia e fraqueza, sendo esta

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ultima resultado da anemia decorrente da baixa produção de eritropoetina pelo rim (NELSON e COUTO, 2015).

O diagnóstico da doença renal crônica era realizado através de exames de hemograma, creatinina, ureia, urinálise e RPC urinário, além de exames de imagem como o ultrassom. No hemograma é esperado encontrar anemia como já citado anteriormente devido à deficiência de eritropoetina, além de trombocitopenia decorrente da alteração na adesão plaquetária resultante dos níveis de ureia elevados na corrente sanguínea (GOMES, 2011).

O nível de ureia e creatinina encontrados eram geralmente 4 vezes maiores que os valores de referência, caracterizando um quadro de azotemia. Os rins nas imagens de ultrassom se encontravam hiperecogênicos, irregulares e com pouca diferenciação corticomedular, conforme descrito por Nelson & Couto (2015). Na urinálise são encontradas densidade urinária baixa, proteinúria e também como no RPCU vistos valores maiores 0,5, proporcionando avaliar a magnitude das lesões renais, resposta do tratamento e progressão da doença nesses pacientes (MENESES, 2011).

No tratamento da DRC eram instituídos fluidoterapia com o objetivo de estimular o funcionamento renal; inibidores da ECA para reduzir hipertensão arterial como enalapril 0,5-1,0 mg/Kg SID, uso contínuo; sucralfato (Ulcar®) para o tratamento de úlceras gástricas na dose de 0,5 a 1 g/animal TID por 15 dias; manejo dietético com níveis reduzidos de proteína como rações k/d Hill’s ou Renal Royal Canin a vontade; além de eritropoetina (Eprex ®) em pacientes que se encontravam com hematócrito abaixo de 12%, sob a dose 100 UI/Kg SC a cada 2 dias para estimular a produção de células sanguíneas (MORAILLON, et al. 2013).

A doença do trato urinário inferior dos felinos pode se apresentar na forma obstrutiva ou não, com sinais clínicos de polaquiúria, disúria, hematúria e até mesmo anúria (BALBINOT, et al. 2006). Dos sete casos acompanhados todos eram da forma obstrutiva por meio de tampões uretrais em que foi necessário a sondagem desses felinos por meio de cateteres 24 e 22 inicialmente, seguidos de sondas uretrais tamanho 4 ou 6, dependendo da espessura da uretra de cada animal e mantidos sondados para realização da lavagem vesical diária por no mínimo 3 dias. Estes gatos foram sedados para a realização deste procedimento com uso de fentanil na dose 2 a 3 ug/Kg IV e propofol IV para indução e manutenção de acordo com o felino, quando necessário era feito diazepam IV 0,2 a 0,4 mg/Kg para agir como relaxante muscular e facilitar a desobstrução. O tratamento medicamentoso após o procedimento baseava-se em antibioticoterapia, anti-inflamatórios e analgésicos de forma a retirar a possível causa, além de enriquecimento ambiental, diminuir causas de estresse,

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aumentar o número de potes de água e caixas de areia por animal, respeitando a regra de sempre colocar uma a mais que o número total de gatos.

2.4.6.Afecções Oncológicas

As afecções oncológicas acompanhadas durante o estágio foram a sexta mais observada, onde 45,45% dos cães tinham tumores mamários e 100% dos gatos linfoma (tabela 7).

Tabela 7: Afecções Oncológicas acompanhadas durante o estágio curricular no setor de clínica de pequenos animais, realizado no HVU-UFSM.

Afecções Oncológicas Espécie % %

Total Caninos Felinos Caninos Felinos Tumores mamários a esclarecer 5 5 0 45,45 0 Melanoma 1 1 0 9,09 0 Carcinoma de Células Escamosas 1 1 0 9,09 0 Histiocitoma 1 1 0 9,09 0 Linfoma 5 1 4 9,09 100,0 Tumor Venéreo Transmissível 1 1 0 9,09 0 Sertolioma 1 1 0 9,09 0 TOTAL 15 11 4 100 100

Os tumores mamários são comuns em cadelas que receberam a administração de progestágenos durante a sua vida para evitar crias indesejadas, conforme foi observado nestes cinco animais. Dentre os tumores mamários os mais comuns de acordo com Zuccari, et al. (2001) são os carcinomas e tumores mistos malignos. O diagnóstico dos tipos de tumores só era conclusivo após a realização de histopatológico das massas retiradas durante a mastectomia e OSH terapêutica dessas pacientes, encaminhados pelos cirurgiões.

Já o linfoma em gatos é uma enfermidade comum por ser relacionado aos vírus da leucemia viral felina (FeLV) em 70% dos casos. Dentre os quatro casos de linfoma acompanhados no HVU-UFSM, dois eram linfomas multicêntricos e dois linfomas mediastinais que são as formas mais comuns, sendo que os pacientes eram FIV ou FeLV

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positivos, isso devido ao potencial oncogênico do vírus por se replicar em células de mitoses ativas do sistema hematopoético. Os sinais apresentados por esses pacientes eram de apatia, dificuldade respiratória, anorexia e perda de peso. Foram realizados exames SNAP’s Test para FIV e FeLV os quais deram positivos para um ou outro nos quatro animais. No hemograma foi anemia arregenerativa, leucocitose por neutrofilia, monocitose e eosinofilia com ou sem desvios à esquerda e presença de linfócitos anormais, onde a literatura cita que ocorre devido à imunossupressão causada por esses vírus levando a quadros de infecções secundárias como conjuntivite, gengivite e infecção respiratória superior (NELSON & COUTO, 2015; CRIVELLENTI, 2015; MORAILLON, 2013).

A terapia realizada nesses pacientes, que não foram a óbito sendo apenas um deles, ao início do protocolo quimioterápico com ciclofosfamida na dose 300mg/m² BSA de 21 em 21 dias + vincristina 0,75 mg/m² BSA, IV, também a cada 21 dias + prednisona 2 mg/Kg, VO SID, continuando o protocolo de manutenção após um ano, é bem tolerado por gatos, tendo 75% de remissão completa nesses animais, conforme diz a literatura (CRIVELLENTI, 2015).

2.4.7.Afecções Neurológicas

Dentre as afecções do sistema neurológico acompanhadas no estágio as mais observadas em cães foi a Doença do Disco Intervertebral (DDIV) e em gatos foi os Trauma Crânio Encefálicos (TCE) presentes na tabela 8.

Tabela 8: Afecções Neurológicas acompanhadas durante o estágio curricular no setor de clínica de pequenos animais, realizado no HVU-UFSM.

Afecções Neurológicas Espécie % %

Total Caninos Felinos Caninos Felinos

Intoxicações 2 1 1 9,09 33,33 Doença do Disco Intervertebral 4 4 0 36,36 0 Neolpasias de Encefálicas 2 2 0 18,18 0 Mordedura Psicogênica 1 1 0 9,09 0 Tétano 1 1 0 9,09 0

Trauma Crânio Encefálico 2 0 2 0,00 66,67

Epilepsia idiopática 2 2 0 18,18 0

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A doença do disco intervertebral é caracterizada pela compressão da medula dentro do canal medular seja pela extrusão ou protrusão do disco intervertebral, caracterizando a doença neurológica mais comum em cães (SANTINI et al. 2010). Dentre os sinais que estes cães apresentavam estavam dor a manipulação, paresia ou paraparesia e déficits proprioceptivos. Era possível diagnosticar através de exames proprioceptivos, resposta à palpação vertebral e radiografia de coluna vertebral. O tratamento inicial era repouso absoluto destes pacientes, medicamentos analgésicos como tramadol 1-4 mg/Kg VO TID por 5 dias, dipirona 25 mg/Kg VO TID por 5 dias e gabapentina 5-15 mg/Kg VO BID por 30-45 dias.

O trauma crânio encefálico em felinos é comumente relatado devido a acidentes, ataques de cães, quedas e agressões, ou mesmo abuso dos tutores chegando geralmente como emergência na rotina do HVU-UFSM. O diagnóstico era feito com base no histórico, onde geralmente os animais eram encontrados já com alteração do estado mental e sinais como convulsões, agressividade e hipermetria. Radiografias eram realizadas para identificar possíveis fraturas cranianas. O tratamento era emergencial e consistia em oxigenioterapia, manter a cabeça do gato estável e inclinada, analgésicos como tramadol na dose 1- 4 mg/Kg SC TID, além de controle da hipertensão arterial e intracraniana com diuréticos osmóticos como o manitol na dose de 0,25 -1,0 g/Kg IV lenta até estabilização do paciente (BONELLI et al, 2009).

2.4.8.Consultas de Rotina

As consultas de rotina que foram acompanhadas durante o estágio foram comuns para avaliação de pacientes doadores de sangue (tabela 9) onde era tomado o cuidado que os cães tivessem mais de 25Kg, hematócrito maiores que 37% e plaquetas maiores que 230.000/mm, devendo não ter alterações no exame físico, leucograma e bioquímicos básicos. Os exames de FIV e FeLV para gatos só eram solicitados quando estes apresentavam sinais e alterações no exame físico.

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Tabela 9: Consultas de Rotina acompanhadas durante o estágio curricular no setor de clínica de pequenos animais, realizado no HVU-UFSM.

Consultas Rotineiras Espécie % %

Total Caninos Felinos Caninos Felinos

Doadores de Sangue 11 10 1 90,91% 50,00%

Consultas pré

operatórias/Castração 2 1 1 9,09% 50,00%

TOTAL 13 11 2 100,00% 100,00%

2.4.9. Afecções Respiratórias

As afecções respiratórias mais encontradas em cães foram as bronquites crônicas (50%) e em felinos o complexo respiratório (66,67%) como demonstradas na tabela 10. Tabela 10: Afecções Respiratórias acompanhadas durante o estágio curricular no setor de clínica de pequenos animais, realizado no HVU-UFSM.

Afecções Respiratórias Espécie % %

Total Caninos Felinos Caninos Felinos Doença viral do trato

respiratório superior felino 4 0 4 0,00% 66,67%

Intoxicação por Fumaça 2 0 2 0,00% 33,33%

Pneumonia 2 2 0 33,33% 0,00%

Condromalácia Traqueal 1 1 0 16,67% 0,00%

Bronquite Crônica 3 3 0 50,00% 0,00%

TOTAL 12 6 6 100,00% 100,00%

A bronquite crônica canina é uma doença caracterizada pela presença de tosse por mais de 2 meses, sem outra doença concomitante, além da presença de muco nas vias aéreas superiores, comum em cães de meia-idade a idosos, conforme os pacientes acompanhados no estágio, que com a sua evolução podem levar a intolerância ao exercício e dispneia (NELSON & COUTO, 2015). Com a sua causa multifatorial, ficando difícil descobrir a sua causa específica, podendo estar relacionada a alergias, inalação de toxinas, infecção ou outras doenças respiratórias mal tratadas.

O diagnóstico era baseado no histórico e ausência de outra enfermidade, mas também a presença de padrão pulmonar intersticial na radiografia torácica, contudo pode ser

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confundido com alterações relacionadas à idade avançada. Lavado traqueobrônquico também poderia ser realizado para eliminar diagnósticos de infecções bacterianas ou virais. Medicamentos antitussígenos como a codeína foram administrados na dose de 0,1-0,3 mg/Kg VO QID uso contínuo.

O complexo respiratório felino é uma doença infectocontagiosa causada pelo herpesvírus felino (FeHV), também conhecido como vírus da rinotraqueíte felina, pelo calicivírus felino (FCV) e pela bactéria Chlamydophila felis que ocasionam aproximadamente 90% dessas infecções respiratórias em gatos. Sua transmissão ocorre pelo contato com gatos infectados, portadores ou fômites, acometendo em geral gatos jovens ou imunossuprimidos, apresentando sinais como febre, espirros, secreção nasal, conjuntivite, hipersalivação, anorexia e desidratação. O diagnóstico era realizado pelo histórico dos pacientes, sinais clínicos e histórico de vacinação para esta doença. O tratamento feito era alimentação balanceada, hidratação, nebulização com solução cloreto de sódio 0,9%, antibióticos para tratar a infecção bacteriana concomitante como a ampicilina 22 mg/kg ou a amoxicilina 22 mg/kg VO TID por período de 7 dias, além de tobramicina colírio para conjuntivite conforme citado nas afecções oftalmológicas (NELSON & COUTO, 2015).

2.4.10.Afecções Reprodutivas

O complexo hiperplasia endometrial cística/piometra é uma condição muito comum (tabela 10) em cadelas e gatas que é caracterizado pelo acúmulo de pus no interior do útero, influenciada pelos níveis de hormônio e por consequência de administração de progestágenos como prevenção de prenhez. Os pacientes apresentavam sinais como febre, polidpsia, dor abdominal, apatia, anorexia e êmese. O diagnóstico era realizado por ultrassonografia onde era encontrado conteúdo anecóico no interior do útero e espessura de parede aumentada. O tratamento eletivo consistia em OSH terapêutica que apresentava bons resultados após a recuperação cirúrgica (GARCIA FILHO, et al. 2012).

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Tabela 11: Afecções Reprodutivas acompanhadas durante o estágio curricular no setor de clínica de pequenos animais, realizado no HVU-UFSM.

Afecções Reprodutivas Espécie % %

Total Caninos Felinos Caninos Felinos

Pseudociese 3 3 0 33,33 0 Complexo Hiperplasia Endometrial Cistica/Piometra 4 3 1 33,33 50,0 Prostatite 1 1 0 11,11 0 Prenhez 1 0 1 0 50,0 Postite 1 1 0 11,11 0,0 Prolapso de Vagina 1 1 0 11,11 0,0 TOTAL 11 9 2 100 100 2.4.11.Afecções Cardiovasculares

Das afecções mais observadas dentro do sistema cardiovascular temos a endocardiose de válvula mitral representando 71,43% dessas afecções (tabela 12).

Tabela 12: Afecções Cardiovasculares acompanhadas durante o estágio curricular no setor de clínica de pequenos animais, realizado no HVU-UFSM.

Afecções Cardiovasculares Espécie % %

Total Caninos Felinos Caninos Felinos Doença valvar degenerativa

crônica 5 5 0 71,43 0

Cardiomiopatia Dilatada 2 1 1 14,29 100

Estenose de Val. Pulmonar 1 1 0 14,29 0

TOTAL 8 7 1 100 100

A endocardiose de válvula mitral é uma doença comum em cães de pequeno porte, com idade avançada e a principal causa de insuficiência cardíaca em cães, onde ocorre a formação de pequenos nódulos na extremidade livre da válvula e perda de elasticidade das cordas tendíneas, que com o tempo dificultam o fechamento das válvulas induzindo

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regurgitação no átrio ou sobrecarga de ventrículo. Os sinais encontrados nos pacientes eram sopro sistólico esquerdo e tosse por compressão de brônquios. O diagnóstico era feito através de radiografia de tórax evidenciando dilatação atrial esquerda; eletrocardiograma com duração de onda P e QRS elevadas; e ecocardiografia com dilatação de átrio esquerdo e refluxo de mitral (MORAILLON, 2013).

O tratamento de endocardiose de mitral era feito com o uso de diuréticos de alça como a furosemida em casos de edema pulmonar, na dose de 1,0-3,0 mg/Kg IV BID uso contínuo; enalapril 0,5 mg/Kg VO SID uso contínuo e ração Cardiac Royal Canin por ter níveis moderados de Na e equilíbrio de mesmo e K.

2.4.12.Afecções Otológicas

A otite em cães e gatos é uma das causas mais comuns de atendimentos na clínica de pequenos animais (BIRCHARD & SHERDING, 2003), conforme pode-se verificar na tabela 13 abaixo, onde é encontrado cerume espesso e abundante associado a prurido, caracterizando o diagnóstico dessa enfermidade. Podem ser realizados swabs da secreção para diagnostico e correto tratamento a partir do microrganismo responsável. O tratamento era realizado essencialmente com a limpeza do conduto auditivo e produtos tópicos que atuam sobre fungos, bactérias e ácaros, exemplo do Oto SanaⓇ que é composto por gentamicina, cetoconazol e betametasona, devendo ser aplicado 4-8 gotas por ouvido, após a limpeza TID.

Tabela 13: Afecções Otológicas acompanhadas durante o estágio curricular no setor de clínica de pequenos animais, realizado no HVU-UFSM.

Afecções Otológicas Espécie % %

Total Caninos Felinos Caninos Felinos

Otite 6 5 1 83,33 100

Oto-hematoma 1 1 0 16,67 0

TOTAL 7 6 1 100 100

2.4.13.Afecções Musculoesqueléticas

Dentre as afecções musculoesqueléticas acompanhadas no estágio a que se destacou foram as fraturas, sendo elas de membros ou pelve pelo acesso que estes animais tinham a rua, sendo os três animais vítimas de atropelamento (tabela 14).

(43)

44

Tabela 14: Afecções Musculoesqueléticas acompanhadas durante o estágio curricular no setor de clínica de pequenos animais, realizado no HVU-UFSM.

Afecções

Musculoesqueléticas Espécie % %

Total Caninos Felinos Caninos Felinos

Fraturas 3 3 0 75,0 0

Artrose 1 1 0 25,0 0

TOTAL 4 4 0 100 0

As fraturas mais comuns são fraturas espinhais, pélvicas, femorais e fraturas distais dos membros posteriores. O diagnóstico era realizado pelo histórico de acidente destes pacientes e pela radiografia da área acometida sempre em duas projeções, ventrodorsal e laterolateral, revelando os tipos de fratura e auxiliando no encaminhamento para cirurgia de correção quando possível, através de redução por pinos, placas e parafusos intraósseos (CORREIA, 2015).

2.4.14.Afecções Odontológicas

Dentre as afecções odontológicas as mais comuns em cães foram as fístulas dentárias e a periodontite em felinos (tabela 15).

Tabela 15: Afecções Odontológicas acompanhadas durante o estágio curricular no setor de clínica de pequenos animais, realizado no HVU-UFSM.

Afecções Odontológicas Espécie % %

Total Caninos Felinos Caninos Felinos

Fístulas Dentárias 3 3 0 100 0

Periodontite 1 0 1 0 100

TOTAL 4 3 1 100 100

As fístulas dentárias acometem cães que possuem tártaros que nunca foram tratados ou realizados profilaxia dentária anteriormente. Ocorre pela saída do pus proveniente de um abcesso dentário e podendo ser classificada quanto a sua localização em: infraorbitária, submandibular, gengival, por via alveolar, intranasal e intra orbitária de acordo com o dente acometido. O tratamento é realizado com antibioticoterapia sistêmica, como espiramicina

(44)

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associada a metronidazol (StomorgylⓇ) 1 comprimido SID por 7 dias, limpeza e curetagem do caminho realizado pela fístula (MORAILLON, et al. 2013).

A periodontite em felinos é uma enfermidade com maior causa de anorexia, associada sialorreia e halitose por acometimento da gengiva e tecido periodontal por bactérias em gatos. Comum em pacientes FIV, FeLV positivos ou com infecções pelo calicivírus felino, diagnosticados pelo exame visual da cavidade oral. O tratamento é realizado com mesmo antibiótico usado para tratamento de fístulas dentárias em cães e escovação regular dos dentes dos gatos acometidos (NELSON & COUTO, 2015).

2.4.15.Afecções Endócrinas

As afecções endócrinas acompanhadas no estágio realizado no HVU-UFSM foram o hiperadrenocorticismo ocorrendo em três cães, que apresentavam sinais de poliúria, polidipsia, polifagia, dispneia, aumento de volume abdominal, alopecia e fraqueza muscular leve, mais comumente encontrada em cães de pequeno porte com idade avançada, caso destes pacientes.

O hiperadrenocorticismo é uma enfermidade onde é encontrado excesso de cortisol circulante, diagnosticada através de exames de sangue como hemograma onde ocorre leucocitose por neutrofilia e linfopenia chamado de leucograma de estresse, aumento de enzimas como a ALT, onde os valores devem estar acima de 1.000 UI/L e colesterol aumentado em até 3 vezes; ultrassonografia para avaliar o aumento de adrenais uni ou bilateral; teste de supressão de baixa dose de dexametasona onde é administrado 0,1 mg/Kg de dexametasona IV e coletar soro antes e após 4 e 8 horas depois da aplicação de dexametasona onde a concentração de cortisol deve estar maior que 50% do valor pré aplicação para confirmar o diagnóstico (NELSON & COUTO, 2015).

O tratamento de hiperadrenocorticismo era feito a base de trilostano (Vetoryl®) na dose 0,5 a 1,0 mg/Kg BID, VO de uso contínuo, trazendo uma eficácia maior que 80%, por ser inibidor competitivo da produção de cortisol, sempre importante fazer acompanhamento do paciente para ajuste da dose (NELSON & COUTO, 2015).

3. CONCLUSÃO

O estágio curricular tem importante papel na formação do médico veterinário por fornecer ao estagiário a chance de acompanhar as casuísticas mais comuns na rotina da clínica médica de pequenos animais. Ao ser realizado no Hospital Veterinário Universitário da

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