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Efeitos da acupuntura na força muscular e nos mediadores inflamatórios de idosos com sarcopenia

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Academic year: 2017

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Brasília - DF

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Autor: Gisele Soares Mendes

Orientador: Prof. Dr. Gustavo de Azevedo Carvalho

Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gerontologia

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GISELE SOARES MENDES

EFEITOS DA ACUPUNTURA NA FORÇA MUSCULAR E NOS MEDIADORES INFLAMATÓRIOS DE IDOSOS COM SARCOPENIA

Dissertação apresentado ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gerontologia da Universidade Católica de Brasília como requisito parcial para obtenção do Título de Mestre em Gerontologia.

Orientador: Prof. Dr. Gustavo Azevedo Carvalho

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7,5cm

Ficha elaborada pela Biblioteca Pós-Graduação da UCB

M538e Mendes, Gisele Soares.

Efeitos da acupuntura na força muscular e nos mediadores inflamatórios de idosos com sarcopenia. / Gisele Soares Mendes –

2015.

75 f.; il.: 30 cm

Dissertação (Mestrado) – Universidade Católica de Brasília, 2015. Orientação: Prof. Dr. Gustavo de Azevedo Carvalho

1. Gerontologia. 2. Sarcopenia. 3. Acupuntura. 4. Envelhecimento. 5. Força muscular. I. Carvalho, Gustavo de Azevedo, orient. II. Título.

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AGRADECIMENTO

Agradeço a Deus por mais este sonho realizado e por estar presente em todos os momentos da minha vida.

Agradeço aos meus pais Aldoir e Alda, que me deram a vida e sempre apoiam meus sonhos.

À minha querida irmã Denise, companheira desde sempre, e sua família linda pelo apoio.

Ao meu companheiro de vida, Luciano, que esteve ao meu lado em todos os momentos, me mostrando que posso ser muito mais do que sou.

Ao meu orientador professor Dr. Gustavo de Azevedo Carvalho, que confiou nas minhas ideias e me mostrou o melhor caminho para torná-las realidade.

Aos meus mestres do Instituto Tao, em especial ao Homero Bernardo e Antonio Carlos, que me despertaram para a beleza da Medicina Chinesa.

Agradeço a todos os professores do Programa de Gerontologia da Universidade Católica de Brasília, que me abriram as portas para novos conhecimentos muito além do envelhecimento.

Ao Prefeito Comunitário da Granja do Torto, Marcelo, ao doutor Tiago Neiva e à enfermeira Karina Pereira, que nos permitiram realizar o trabalho nesta comunidade.

Aos queridos Ana Luísa e Sérgio pela amizade sincera.

Agradeço a Helena Isabel e Thaís Helena, pessoas especiais que me auxiliaram na coleta de dados. Sem vocês esse trabalho não seria possível.

Ao prof. Dr. Otávio Nóbrega, ao Vinicius de Souza e à Maria Aparecida, que me ajudaram na análise dos dados no Laboratório de Imunogerontologia.

À profa. Dr. Gislane Melo pela ajuda com o tratamento estatístico e pelo carinho. Às queridas Elisângela Ilha e Tânia Regina por todo apoio e companheirismo.

Aos idosos que participaram do estudo, pessoas lindas que guardarei no coração sempre.

Aos amigos e colegas do Mestrado em Gerontologia que também ingressaram nessa aventura e com quem compartilhei tantos momentos, em especial à Maíra, amiga querida.

Aos amigos que souberam compreender minhas ausências durante esse período e me desejaram sucesso.

A todos que, direta ou indiretamente, fizeram parte desse projeto. Muito obrigada!

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¨ Quero a delícia de poder sentir as coisas mais simples. ¨

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RESUMO

Referência: MENDES, Gisele Soares. Efeitos da acupuntura na força muscular e nos marcadores inflamatórios de idosos com sarcopenia. 2015. 81 p. Dissertação (Programa Strictu Sensu em Gerontologia) – Universidade Católica de Brasília, Brasília, 2015.

Introdução: a sarcopenia é definida como a perda progressiva de massa muscular esquelética relacionada ao aumento da idade. Cada vez mais se tem priorizado a abordagem multidisciplinar na atenção ao idoso. Uma técnica que tem sido bastante utilizada pelos idosos é a acupuntura. Objetivo: analisar os efeitos da acupuntura na força muscular e em marcadores inflamatórios de idosos com sarcopenia. Métodos: foram realizados: avaliação da composição corporal, teste de força de preensão manual e de funcionalidade e análise das citocinas IL-6, IL-10 e TNF-α. Os sujeitos foram divididos em três grupos: G1 (sarcopenia+ acupuntura), G2 (sarcopenia sem acupuntura) e G3 (sem sarcopenia e sem acupuntura). O G1 recebeu 24 sessões de acupuntura. Todos os testes foram realizados novamente após 12 sessões, 24 sessões e 30 dias após o final da intervenção. Resultados: 26 idosos finalizaram as coletas. Não houve diferença estatisticamente significativa entre o G1 e os demais grupos com relação às variáveis avaliadas (massa muscular, força muscular e funcionalidade). Conclusão: os resultados nos permitiram inferir que é possível que o protocolo de intervenção realizado não tenha apresentado efeitos expressivos na população estudada.

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ABSTRACT

Introduction: sarcopenia is defined as the progressive loss of skeletal muscle mass related to aging. Increasingly has prioritized multidisciplinary approach to care for the elderly. A technique that has been widely used by the elderly is acupuncture. Objective: to analyze the effects of acupuncture in muscle strength and inflammatory markers in elderly with sarcopenia. Methods: we performed: assessment of body composition, grip strength testing and functionality and analysis of the cytokines IL-6, IL-10 and TNF-α. The subjects were divided into three groups: G1 (sarcopenia + acupuncture), G2 (sarcopenia without acupuncture) and G3 (without sarcopenia and without acupuncture). G1 received 24 acupuncture sessions. All tests were performed again after 12 sessions, session 24 and 30 days after the end of the intervention. Results: 26 elderly finalized collections. There was no statistically significant difference between G1 and the other groups using all the variables (muscle mass, muscle strength and functionality). Conclusion: The results allowed us to infer that it is possible that conducted intervention protocol has not shown significant effects in the study population .

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 9

2 REVISÃO DE LITERATURA ... 12

2.1 ENVELHECIMENTO E SARCOPENIA ... 12

2.2 CAPACIDADE FUNCIONAL E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO . 15 2.3 FORÇA MUSCULAR E DINANOMETRIA ... 16

2.4 MARCADORES INFLAMATÓRIOS ... 18

2.5 ACUPUNTURA ... 19

3 OBJETIVOS ... 24

3.1 OBJETIVO GERAL ... 24

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 24

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 25

APÊNDICE A – SARCOPENIA EM IDOSOS SEDENTÁRIOS ... 34

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1 INTRODUÇÃO

O aumento da população idosa é um fenômeno mundial (FERNÁNDEZ- BALLESTEROS et al., 2013; TAVARES; DIAS, 2012). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2011) a população brasileira atual é de mais de 200 milhões de pessoas, sendo que 10,8% são indivíduos com 60 anos ou mais. Pode-se observar uma tendência à inversão no modelo de crescimento populacional com aumento progressivo dos idosos e redução relativa dos jovens (BRITO et al., 2011).

De acordo com Kuchemann (2012) as alterações na dinâmica populacional são claras, inequívocas e irreversíveis. Com o aumento da população idosa emerge a necessidade de ações voltadas para estes indivíduos, que apresentam particularidades inerentes à idade, como a perda progressiva de massa e força muscular (HAMER; MOLLOY, 2009).

O músculo esquelético possui tendência ao processo de envelhecimento devido a alterações progressivas e deletérias associadas à desorganização estrutural e funcional inerente à senescência (MATSUDO et al., 2001). A sarcopenia pode levar a quedas, diminuição da capacidade físico-funcional e aumento do gasto energético, gerando graves impactos na saúde do idoso. Assim, nota-se a necessidade de maior conhecimento acerca deste processo e de formas de minimizar os seus efeitos deletérios.

Entende-se por sarcopenia a perda progressiva de massa muscular esquelética relacionada ao aumento da idade com redução do número e tamanho das fibras musculares e diminuição paralela da força e resistência muscular (OLIVEIRA et al., 2008; MENG; YU, 2010; LEITE et al., 2012). A prevalência varia de acordo com a idade, acometendo de 10% a 25% dos idosos até 70 anos de idade e mais de 40% em indivíduos acima de 80 anos (MARZETTI et al., 2010).

O desenvolvimento da sarcopenia é um processo multifatorial relacionado com a inatividade física, remodelação da unidade motora, alteração hormonal e diminuição na síntese de proteína (PICOLLI; FIGUEIREDO; PATRIZZI, 2011). A elevação dos níveis séricos de mediadores pró-inflamatórios tais como o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) e interleucina-6 (IL-6) e anti-inflamatórios como a interleucina-10 entre outros mediadores está relacionada com diversas doenças associadas à idade, à diminuição da força muscular e ao aumento da incapacidade e mortalidade em idosos (PEREIRA et al., 2011).

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com qualidade de vida (LINO; HSING; PAI, 2008). Existem diversos instrumentos para a avaliação da capacidade funcional, sendo o Teste Timed Up and Go (TUG) largamente utilizado, pois é um instrumento de fácil aplicação para avaliar o desempenho da mobilidade básica e tem mostrado significativa associação com as atividades de vida diária (AVD) de idosos frágeis (SHIMADA et al., 2010).

Com a diminuição da força muscular é possível observar também uma redução na força de preensão palmar (ANDRADE et al., 2012). A dinamometria é um teste de preensão palmar que expressa a condição aproximada de força muscular global e está intimamente relacionada à funcionalidade (MOREIRA et al., 2003; ALENCAR et al., 2012). Lauretani et al. (2003) afirmam que a medida da força de preensão palmar permite inferir sobre o risco de quedas e que essa medida é um importante indicador de declínio do sistema musculoesquelético e do desempenho funcional de idosos.

Para o tratamento da sarcopenia é preconizada a atividade física, principalmente exercícios de fortalecimento muscular, visto que alteram a síntese metabólica de proteínas e podem mediar os efeitos anti-inflamatórios e anti-atróficos (MENG; YU, 2010; PICOLLI; FIGUEIREDO; PATRIZZI, 2011; TEIXEIRA; FILIPPIN; XAVIER, 2012). Associada ao exercício está a intervenção na dieta, com ingestão de proteínas, alimentos ricos em vitamina D e nutrientes antioxidantes (KENNY et al., 2003; BURGOS, 2006; MOLINA, 2008; LEITE et al., 2012). A intervenção farmacológica se dá através de reposição hormonal, com testosterona, estrógenos e hormônio de crescimento (SILVA et al., 2006).

Cada vez mais se tem priorizado a abordagem multidisciplinar na atenção ao idoso, visto suas diversas demandas e cuidados necessários para manter uma boa qualidade de vida. Uma técnica que tem sido bastante utilizada pelos idosos é a acupuntura (MOLIN, 2013). Nas últimas décadas a acupuntura tem sido praticada no ocidente como medicina complementar, sendo empregada para controle da dor e modulação dos sistemas autônomo e imunológico (MORI et al., 2012). A acupuntura é uma prática milenar que pode auxiliar no tratamento de diversas doenças. Além de ser reconhecida e incentivada pela Organização Mundial da Saúde como terapia complementar, é uma técnica de baixo custo, sem efeitos colaterais e com sua eficácia comprovada para várias condições clínicas (LANGEVIN et al., 2001; SANTOS et al., 2009).

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mais elevados do que no grupo controle, sugerindo que a acupuntura pode prevenir parcialmente a atrofia muscular em ratos.

Luna e Fernandes Filho (2005) verificaram a força máxima dinâmica e explosiva, resistência anaeróbia e velocidade em jovens velocistas de alto rendimento antes e após acupuntura. Eles encontraram melhora clínica e significativa na força máxima dinâmica e na força explosiva, concluindo que a acupuntura melhorou a desempenho físico da população estudada.

Grande parte dos estudos com acupuntura em idosos visa o controle da dor e doenças osteomusculares relacionadas a idade (MOLIN, 2013). Não foram encontrados estudos em idosos que demonstrassem que a acupuntura pode gerar alterações a nível de massa muscular, porém Chae (2007) investigou os efeitos anti-inflamatórios da acupuntura e sua atuação em diversas citocinas em ratos e encontrou que a acupuntura pode causar queda significativa dos níveis séricos de IL-6 e de TNF-α. Outros estudos corroboram com este autor afirmando que alguns pontos de acupuntura podem ser usados em doenças inflamatórias, como artrite reumatoide, espondilite anquilosante, psoríase e lúpus eritematoso sistêmico (YIN et al., 2007; MEDEIROS; SAAD, 2009; KARATAY et al., 2011). É necessário investigar se estas alterações também podem ser encontradas em idosos e aprofundar os conhecimentos nesta área, com o objetivo de reduzir os efeitos deletérios do envelhecimento.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 ENVELHECIMENTO E SARCOPENIA

Em todo o mundo, a população de idosos está aumentando, o que pode ser considerada uma vitória para a humanidade, visto que o envelhecimento é o resultado de um longo processo adaptativo, determinado pela educação ao longo da vida, avanços na medicina, progresso socioeconômico, alterações fisiológicas, entre outros (FERNANDEZ-BALLESTEROS et al., 2013; SILVA et al., 2013).

Com a maior concentração de idosos na população nota-se um aumento na prevalência de doenças crônico-degenerativas, que trazem sequelas que podem limitar o desempenho funcional e gerar dependência (TAVARES; DIAS, 2012). Com o envelhecimento também ocorre declínio na massa e força muscular contribuindo ainda mais para o declínio funcional do idoso (HAMER; MOLLOY, 2009).

A patogênese da sarcopenia é multifatorial (Figura 1), sendo as principais causas: a. Disfunção mitocrondrial – as mitocôndrias decaem em número e capacidade funcional

com o envelhecimento, devido a lesões do DNA mitocondrial e ao déficit das células na remoção das mitocôndrias danificadas (HIPKISS, 2010; LANZA; NAIR, 2010). Além disso, pode haver um acúmulo de proteínas e DNA modificado oxidados, levando ao aumento de radicais livres no organismo (DIAGO; MEJIA, 2013).

b. Alterações endócrinas – com relação aos mecanismos hormonais associados à sarcopenia, a ativação do sistema renina-angiotensina e o consequente aumento dos níveis de angiotensina I e II implicados na atrofia muscular por levarem ao aumento dos níveis da E3 ligase atrogina podem ocasionar à proteólise (SUKHANOV et al., 2011). Além disso, hormônios como a insulina, o fator de crescimento, hormônios tireoidianos e sexuais, que promovem o acúmulo de proteína, decaem com a idade, favorecendo a perda muscular. A resistência à insulina, que aumenta com o envelhecimento, é mais um dos fatores de propensão à sarcopenia, sendo esta diretamente proporcional ao conteúdo de gordura intracelular (YKI-JÄRVINEN, 2005).

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ocasionar a obesidade sarcopênica, com perda de massa muscular associada ao ganho de tecido adiposo (DUTRA, 2013).

d. Perda de neurônios motores – as alterações que ocorrem no sistema nervoso com o envelhecimento influenciam na sarcopenia, através da perda de unidades motoras, que está relacionada com a diminuição da força. As moléculas de adesão celular neural aumentam no músculo envelhecido, o que sugere uma remodelação após a denervação relacionada com a idade, conforme decresce o número de motoneurônios alfa (JONES et al., 2011).

e. Imobilidade e inatividade física – a imobilidade e o sedentarismo são as condições mais importantes no surgimento e progressão da sarcopenia, visto que a atividade física tem efeito sobre as demais causas da sarcopenia e favorece o aumento da massa e da função muscular (MATA-ORDÓÑEZ et. al, 2013).

Com o envelhecimento o processo de regeneração muscular se torna deficiente à medida que a produção de células estaminais endógenas fica ineficaz, ocorrendo substituição muscular funcional por tecido adiposo e fibroso. Além disso, há uma redução na capacidade de reinervação muscular e perda de neurônios motores alfa da medula espinhal, gerando degeneração dos axônios e redução no recrutamento das unidades motoras (VISSER et al., 2002). A perda muscular não se dá de forma uniforme entre as fibras musculares, afetando mais as fibras tipo II até os 70 anos de idade, com perdas entre 20% e 50% com o avanço da idade (LEITE et al., 2012).

Figura 1. Fatores relacionados ao surgimento da sarcopenia. Fonte: CRUZ-JENTOFT et. al, 2010.

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De acordo com Picolli, Figueiredo e Patrizzi (2011) a sarcopenia estabelece seus sintomas principalmente em indivíduos fisicamente inativos, mas também é vista em sujeitos que permanecem fisicamente ativos ao longo de suas vidas, ocasionando a diversidade de alterações funcionais encontradas nestes idosos.

Cabe ressaltar que este processo leva não só a perda de massa muscular, com também à diminuição da força muscular absoluta e por unidade de superfície muscular. Por isso, tem-se preconizado o conceito de dinapenia (perda de força e rendimento físico associado à idade), já que o problema não é somente a perda na quantidade de músculo propriamente dito mas também com a relação existente entre a quantidade de músculo e a força e o rendimento muscular (DIAGO; MEJÍA, 2013).

O Consenso Europeu de Sarcopenia (CRUZ-JENTOFT et al., 2010) preconiza que sejam realizados testes de composição corporal, funcionalidade e força muscular para diagnóstico e avaliação do grau da sarcopenia (Tabela 1), bem como sugere um algoritmo para realização do diagnóstico (Figura 2).

Tabela 1. Instrumentos para avaliação da massa muscular, força muscular e capacidade física em pesquisa e na prática.

Variável Pesquisa Prática Clínica

Massa Muscular

Tomografia Computadorizada Ressonância Magnética

Absormetria de raios-X de dupla energia (DXA)

Bioimpedância

Concentração total ou parcial de potássio livre de gordura em tecidos moles

Bioimpedância

Absormetria de raios-X de dupla energia (DXA)

Antropometria

Força Muscular

Força de preensão palmar Flexão/extensão de joelho Pico de fluxo expiratório

Força de preensão palmar

Capacidade física

Short Physical Performance Battery (SPPB)

Velocidade de marcha usual Teste Timed get-up-and go Teste de subida de escada

Short Physical Performance Battery (SPPB)

Velocidade de marcha usual Teste Timed get-up-and go

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Figura 2. Algoritmo sugerido pelo Consenso (EWGSOP) para diagnóstico da sarcopenia em idosos.

Fonte: CRUZ-JENTOFT et al., 2010.

2.2 CAPACIDADE FUNCIONAL E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO

A capacidade funcional é definida como a aptidão que o indivíduo possui para decidir e realizar suas atividades cotidianas de forma independente (FIEDLER et al., 2008). Com o envelhecimento e o consequente declínio das funções motoras, seja de forma idiopática ou como sequela de alguma doença, o idoso pode apresentar limitações na realização de tarefas básicas ou mais complexas que irão culminar em perda de independência e da qualidade de vida (GREVE et al., 2007, ALVES; LEITE; MACHADO, 2010). A avaliação da capacidade funcional pode detectar precocemente um nível de dependência no futuro e auxiliar no estabelecimento de intervenções para o indivíduo (CAMARA et al., 2008).

Para analisar a capacidade funcional existem diversos instrumentos que indicam as restrições que o idoso apresenta para realizar atividades básicas ou atividades instrumentais de vida diária (DUCA; SILVA; HALLAL, 2009). Dentre estes testes pode-se citar a Medida de Independência Funcional (MIF), o Teste Timed Up and Go e o Teste de Caminhada de 6 minutos.

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da contagem de tempo gasto para a sua realização (NEWTON, 1997; FIGUEIREDO; LIMA; GUERRA, 2007).

A atividade de girar 180 graus, para voltar a sentar-se, avalia o desempenho do idoso em mudar de direção, refletindo na sua capacidade funcional, pois está presente em diversas AVD. A atividade funcional de levantar-se da cadeira, embora pareça simples, requer força muscular de membros inferiores, principalmente em idosos com desordens musculoesqueléticas ou neuromotoras (CAMARA et al., 2008). Além disso, com o envelhecimento, a maioria do peso corporal perdido é massa magra (ALEXANDRE et al., 2008). Por isso, deve-se também avaliar a força muscular dos idosos.

Para realização do teste o participante deve ser orientado a sentar-se encostado e com os braços apoiados nos braços da cadeira e, se necessitar de algum auxílio locomoção, deverá utilizá-lo durante todo o teste. O idoso deve ser instruído a, ao ouvir o comando “vá”,

levantar-se e andar seguro e confortavelmente até uma linha a três metros, virar-se, retornar e sentar-se novamente na cadeira. O paciente deve realizar o teste uma vez como treinamento antes de fazer o teste cronometrado. O desempenho é avaliado medindo-se em segundos e a

cronometragem é iniciada logo após a palavra “vá”, enquanto o indivíduo ainda estiver

sentado e termina imediatamente quando o sujeito se sentar novamente. Não é permitida a assistência física durante o teste (PODSIADLO; RICHARDSON, 1991).

2.3 FORÇA MUSCULAR E DINANOMETRIA

O tecido muscular compreende aproximadamente 50% do peso corporal e representa um importante papel na homeostasia do organismo, pois além de ser responsável por dar estrutura aos órgãos e auxiliar na constituição de tecidos e enzimas, é também um importante componente nos sistemas bioquímicos de produção de energia corporal (ESQUENAZI et al., 2014, ARAÚJO; BERTOLINI; MARTINS JÚNIOR., 2014). Ele alcança sua maturação entre 20 e 30 anos de idade quando a densidade muscular diminui e ocorre perda gradual e seletiva de fibras esqueléticas que são substituídas por tecido adiposo e colágeno (FREEMONT; HOYLAND, 2008).

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redução da massa e da força muscular são maiores nos membros inferiores do que nos superiores e que tais perdas influenciam negativamente na velocidade do caminhar, utilizar escadas e fazer a transição da posição sentada para de pé, por exemplo.

A deterioração da função muscular relacionada com a idade está associada a uma redução no desempenho de atividades funcionais. Entre os indivíduos acima de 65 anos de idade, 18% são dependentes em suas AVD (AKBARI; MOUSAVIKHATIR, 2012). A composição corporal influencia o desempenho muscular e funcional e alterações nessa composição podem ser capazes de gerar dependência (ALEXANDRE et al., 2008).

Geraldes et al. (2008) afirmam que avaliar a força muscular permite inferir sobre o risco de quedas, sendo postulado ainda que a medida da força de preensão palmar é um importante indicador de declínio do sistema musculoesquelético e desempenho funcional de idosos. Em uma análise da força de preensão palmar de mulheres brasileiras realizada por Pereira et al. (2011) observou-se diminuição significativa da força de preensão palmar acima de 50 anos, quando comparada com mulheres entre 20-27 anos, evidenciando o declínio desta variável associada ao envelhecimento, sendo mais acentuada após a sétima década de vida.

A dinamometria é um teste para avaliar a força de preensão palmar capaz de analisar a força muscular global e identificar mudanças no desempenho físico ao longo do envelhecimento do indivíduo (ALEXANDRE et al., 2008). Segundo Alencar et al. (2012), é uma medida de baixo custo, que fornece uma aproximação da força muscular global e que está fortemente associada à funcionalidade. O dinamômetro é considerado o aparelho hidráulico mais aceito para medir a força de preensão desde 1954 (DURWARD et al., 2001).

O dinamômetro consiste num sistema hidráulico fechado com um calibrador sensível para medições em libras e quilograma. É constituído por duas barras de aço que são interligadas. Na medida em que o sujeito aperta as barras elas se aproximam, provocando uma alteração na resistência dos aferidores, ocorrendo com isso, uma alteração correspondente na produção de voltagem diretamente proporcional à força de preensão exercida pela mão, sendo registrado o valor no aparelho (DURWARD et al., 2001).

Os cabos ou manoplas de posicionamento do dinamômetro podem ser ajustados em cinco posições de dentro para fora, sendo a segunda posição considerada a mais eficiente para testes de força e tem sido adotada pela Sociedade Americana de Terapeutas de Mão (SATM) para testes rotineiros (DESROSIERS et al., 1995; DURWARD et al., 2001).

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intervalo de um minuto entre as medições para evitar a fadiga muscular. O valor mais alto é considerado para fins diagnósticos (CAPORRINO et al., 1998; DESROSIERS et al., 1995).

2.4 MARCADORES INFLAMATÓRIOS

O processo de envelhecimento está associado a uma atividade inflamatória crônica resultante dos diferentes mecanismos da resposta imunológica na tentativa de manter a homeostasia do organismo e recuperar tecidos eventualmente lesados (DUTRA, 2013). O termo inflammaging define esta resposta inflamatória e sugere-se que seja desencadeado por uma desorganização funcional crônica do sistema imunitário inato que detecta amplo espectro de lesões e que durante a imunossenescência induz uma resposta inflamatória exacerbada por modificação no perfil de citocinas pró-inflamatórias (FRANCESCHI et al., 2000; CANDORE et al., 2006).

As citocinas são componentes de uma complexa rede de sinalização celular e tem a função de mediar a comunicação intercelular, regular a resposta imunológica por meio da maturação, proliferação, ativação ou inibição de diferentes células do sistema imunológico e de outros sistemas do organismo, aumentando ou diminuindo a resposta imune. Elas podem ser sintetizadas por diferentes células e seus efeitos nas células-alvo podem ser inibidos ou exacerbados por outras citocinas, hormônios, antagonistas dos receptores de citocina e receptores circulantes (ABBAS; LITHMAN, 2009; DUTRA, 2013).

A redução da eficiência do sistema imunológico e a reatividade inespecífica encontrada em idosos são influenciadas pela genética e pelo estado energético-metabólico do organismo (TONET; NOBREGA, 2008). Os níveis plasmáticos de mediadores inflamatórios como as citocinas e as proteínas de fase aguda podem aumentar de duas a quatro vezes no idoso, comparados aos valores encontrados no adulto jovem (OLIVEIRA et al., 2008).

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O papel catabólico da IL-6 na sarcopenia pode estar exacerbado em indivíduos obesos ou com sobrepeso devido às concentrações elevadas de IL-6 também estarem relacionadas com o aumento da gordura abdominal. Igualmente, estudos também mostram níveis elevados de citocinas pró-inflamatórias como o TNF-α (JONES et al., 2011; MATA-ORDOÑEZ et al., 2013).

O TNF-α também é uma citocina pró-inflamatória produzida por monócitos, macrófagos, linfócitos NK, adipócitos e miócitos. Está fortemente associado ao aumento da idade e leva a apoptose celular, principalmente quando associado à obesidade (JEWETT; CAVALCANTI; BONAVIDA, 1997). Relaciona-se com a indução de outras citocinas (IL-6 e IL-1, por exemplo), aumento da permeabilidade vascular, ativação de monócitos e neutrófilos e a destruição direta de células infectadas ou malignas (TONET; NOBREGA, 2008).

A IL-10 é uma citocina anti-inflamatória e inibe macrófagos ativados, exercendo importante papel homeostático. É responsável pela maturação das células dendríticas e tem sido encontrada em níveis elevados em idosos saudáveis. É a principal citocina para suprimir a imunidade mediada pelas células (MACEDO; GAZZOLA; NAJAS, 2008).

2.5 ACUPUNTURA

A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) é uma prática milenar que adota uma postura vitalista, uma vez que se fundamenta no princípio da energia sobre a matéria, do doente sobre

a doença, e na ideia de “tipos constitucionais humanos”, características de pessoas com

determinados padrões físicos, estruturais, psicológicos e de comportamento. A MTC tem por base a integração entre o ser humano e a natureza, visando o equilíbrio geral das pessoas (LIN et al., 2008; MEDEIROS; SAAD, 2009; CINTRA; FIGUEIREDO, 2010). A Acupuntura é uma das técnicas utilizadas na MTC e consiste no uso de agulhas em pontos do corpo capazes de regular as funções orgânicas (MEDEIROS; SAAD, 2009).

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rarefeitos da matéria, enquanto o Yin simboliza seus estados mais materiais e densos. Por exemplo, o sol, a luz, a atividade, o tempo e o céu pertencem ao Yang, ao passo que a lua, a escuridão, o descanso, o espaço e a terra pertencem ao Yin (MACIÓCIA, 2007).

Da mesma forma, o corpo humano pode ser dividido em Yin e Yang. Logo, o que é superior, superficial e posterior é Yang. Já o que é inferior, interior e frontal é Yin (MACIÓCIA, 2007). Com relação aos órgãos, cada um tem uma função Yin ou Yang. De acordo com Wang (2001), existem cinco órgãos que pertencem ao Yin (Coração, Baço-Pâncreas, Pulmão, Rim, Pericárdio e Fígado), os quais têm a função de armazenar as substâncias do organismo, e seis órgãos Yang (Intestino Grosso, Intestino Delgado, Estômago, Bexiga, Vesícula Biliar e Triplo Aquecedor), que tem a função de digestão e excreção.

Além disso, o fluxo de energia no corpo é analisado com base nos cinco elementos existentes na natureza: fogo, terra, água, metal e madeira. Eles são responsáveis por uma série de relações e ciclos entre si que explicam os fenômenos vitais do corpo humano (CINTRA; FIGUEIREDO, 2010). Eles representam as qualidades fundamentais da matéria e cada elemento tem sua própria qualidade particular de Qi (energia), ou seja, cada um tem sua natureza específica (HICKS; HICKS; MOLE, 2007). Cada elemento é responsável por dois órgãos, um Yin e outro Yang, que apresentam características específicas, não somente com as funções orgânicas reconhecidas no Ocidente, mas com propriedades emocionais e correspondentes a outras áreas do corpo, demonstrando como os órgãos e seus fenômenos relacionados formam um todo integrado e indivisível (MACIÓCIA, 2007). Estas relações podem ser observadas na Tabela 2.

Tabela 2. Principais correspondências dos Cinco Elementos.

Madeira Fogo Terra Metal Água

Cores Verde Vermelho Amarelo Branco Preto

Sabores Azedo Amargo Doce Picante Salgado

Órgão Yin Fígado Coração

Baço-pâncreas Pulmão Rim

Órgão Yang Vesícula Biliar

Intestino Delgado

Estômago Intestino Grosso

Bexiga

Órgãos dos

sentidos Olhos Língua Boca Nariz Ouvidos

Tecidos Tendões Vasos Músculos Pele Ossos

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Assim como o Yin e Yang, os cinco elementos também se inter-relacionam em sequências de geração, na qual cada elemento gera e é gerado por outro e em sequência de controle, na qual cada elemento controla e é controlado por outro (MACIÓCIA, 2007) (Figura 3).

Os desequilíbrios energéticos nesses sistemas levam ao aparecimento de doenças. Para critérios diagnósticos, são observados oito aspectos: localização (interno ou externo); natureza (frio ou calor); intensidade: (deficiência ou excesso); princípio: (yin ou yang). Também são ressaltadas as condições de vida do indivíduo, tais como: aspecto emocional, hábitos alimentares, hábitos sexuais e atividade física (LUZ, 1993; MACIÓCIA, 2007).

Figura 3. Ciclo de controle e geração dos cinco elementos, segundo a MTC. Fonte:MACIÓCIA, 2007.

De acordo com a MTC, o organismo é nutrido pela energia dos órgãos internos através de canais específicos, os meridianos, que conectam as vísceras com as extremidades (PELHAM, et al., 2011). São 12 meridianos principais, cada um relacionado com um órgão. Eles são bilaterais e possuem um trajeto superficial e profundo. Os pontos de acupuntura estão localizados ao longo dos meridianos.

(23)

utilização de acupontos relacionados à visão, à audição e à dor estimulam áreas cerebrais respectivas (LEWITH; WHITE; PARIENTE, 2005).

No tratamento com acupuntura utilizam-se meios de estimulação dos acupontos, como agulhas metálicas, laser, magnetos, pressão, dentre outros, para realinhar as energias que estão em desequilíbrio no organismo (KUREBAYASHI; FREITAS; OGUISSO, 2009). No tratamento mais convencional, são utilizadas agulhas de pequeno calibre, com manipulação manual ou elétrica, dependendo da situação clínica. Esta manipulação é realizada até provocar

a sensação de agulhamento, conhecida como "De qi”, componente indispensável no

tratamento visto que é a confirmação de que o ponto está sendo estimulado, percebido como uma dor, sensação de peso na área em torno da agulha, dormência ou formigamento (LANGEVIN et al., 2001; SUN et al., 2013).

O objetivo do tratamento com acupuntura é reestabelecer o balanço das energias internas do organismo utilizando agulhas metálicas. Estas agulhas são inseridas em pontos específicos do corpo, de acordo com o objetivo do tratamento e deve seguir alguns critérios: seleção dos pontos, profundidade a ser inserida, tempo de permanência da agulha e forma de estimulação. Esses pontos podem ser estimulados em sedação (para inibir a função do ponto), tonificação (para ativar a função do ponto) ou harmonização (para equilibrar a função do ponto) de acordo com a necessidade do tratamento (MACIÓCIA, 2007).

De acordo com a MTC o envelhecimento corresponde a diminuição progressiva do nível de Qi. Quando o organismo é privado de adquirir uma quantidade necessária de Qi ou o gasta em excesso, o sistema entra em um processo degenerativo. Segundo a MTC, o Rim é responsável pela formação da Essência que é herdada pelos ancestrais e pode ser preservada

com bons hábitos de vida. Na teoria da “substância vital” considera-se que o indivíduo nasce com uma quantidade limitada de substância vital e ao longo dos anos esta é consumida, gerando alterações graduais relacionadas à idade, levando a perda da capacidade física no indivíduo (FRANÇA et al., 2006).

(24)

observaram diminuição da atividade das células NK em idosos após o tratamento com acupuntura.

(25)

3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Analisar os efeitos da acupuntura na força muscular e nos mediadores inflamatórios de idosos com sarcopenia.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a. Analisar a força muscular e a capacidade funcional de idosos com sarcopenia pré e pós-intervenção com acupuntura.

b. Investigar as alterações nos marcadores inflamatórios (TNF-α, IL-6 e IL-10) em idosos sarcopênicos antes e após intervenção com acupuntura.

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(35)

APÊNDICE A – SARCOPENIA EM IDOSOS SEDENTÁRIOS

SARCOPENIA EM IDOSOS SEDENTÁRIOS SARCOPENIA IN SEDENTARY ELDERLY

Gisele Soares Mendes, Thaís Helena Machado Marçal Teixeira, Vinicius Carolino de Souza, Tiago Sousa Neiva, Karina Prudente Pereira, Maria de Fátima Teles Landim, Gislane Ferreira de Melo, Juliana de Faria Fracon e Romão, Otávio Tolêdo Nóbrega, Gustavo de Azevedo Carvalho

RESUMO

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Verificou-se também que houve um aumento de massa gorda tanto em idosos sarcopênicos quanto em não sarcopênicos.

Palavras-chave: sarcopenia, sedentarismo, citocinas, epidemiologia.

ABSTRACT

Introduction: sarcopenia is the progressive loss of skeletal muscle mass related to aging. A sedentary lifestyle is a major factor related to the imbalance between synthesis and protein degradation, especially in the elderly. Objectives: To determine the prevalence of sarcopenia in a group of sedentary elderly and relate with inflammatory markers. Methods: We conducted assessment of the level of physical activity, anthropometric data, assessment of body composition, Timed Up and Go Test, handgrip test and collection of blood sample for evaluation of inflammatory markers. Results: The prevalence of sarcopenia was 50% of men and 54% of women among sedentary elderly. The average age was 71.31 ± 7.84 years in sarcopenia Group (GS) and 66.40 ± 6.24 years in the group not sarcopenia (GNS). There was no statistically significant difference between the values found for IL-6 and IL-10. Conclusion: there was a high prevalence of sarcopenia in sedentary elderly and muscle mass loss was associated with loss of muscle strength in men and women. It was also found that there was an increase in fat mass in both sarcopenic elderly and in non sarcopenic.

Keywords: sarcopenia, sedentary, citokines, epidemiology.

INTRODUÇÃO

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anos ou mais3. Pode-se observar uma tendência à inversão no modelo de crescimento populacional, com aumento progressivo dos idosos e redução relativa dos jovens4.

As alterações na dinâmica populacional são claras, inequívocas e irreversíveis5. Com o aumento da população idosa emerge a necessidade de ações voltadas para estes indivíduos, que apresentam particularidades inerentes à idade, como a perda progressiva de massa e força muscular6.

Entende-se por sarcopenia a perda progressiva de massa muscular esquelética relacionada ao aumento da idade, com redução do número e tamanho das fibras musculares e diminuição paralela da força e resistência muscular7-9. O desenvolvimento da sarcopenia é um processo multifatorial relacionado com a inatividade física, remodelação da unidade motora, alteração hormonal e diminuição na síntese de proteína10. A elevação dos níveis séricos de mediadores pró-inflamatórios tais como o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) e interleucina-6 (IL-6) e anti-inflamatórios como a interleucina-10 entre outros mediadores está relacionada com diversas doenças associadas à idade, à diminuição da força muscular e ao aumento da incapacidade e mortalidade em idosos11.

Com o envelhecimento o processo de regeneração muscular se torna deficiente à medida que a produção de células estaminais endógenas fica ineficaz, ocorrendo substituição muscular funcional por tecido adiposo e fibroso. Além disso, há uma redução na capacidade de reinervação muscular e perda de neurônios motores alfa da medula espinhal, gerando degeneração dos axônios e redução no recrutamento das unidades motoras12. A perda muscular não se dá de forma uniforme entre as fibras musculares, afetando mais as fibras tipo II até os 70 anos de idade, com perdas entre 20% e 50% com o avanço da idade9.

(38)

principalmente resistidos, é a intervenção mais indicada para o tratamento da sarcopenia, pois aumenta a força e resistência muscular13.

A sarcopenia está intimamente relacionada com a capacidade funcional, ou seja, a habilidade para realizar atividades que permitam o autocuidado e viver independentemente e com qualidade de vida14,15. Com a diminuição da força muscular, é possível observar também uma redução na força de preensão palmar16, que está intimamente relacionada à funcionalidade17.

Visto isso, o objetivo deste trabalho foi verificar a prevalência de sarcopenia em um grupo de idosos sedentários de uma comunidade do Distrito Federal, bem como analisar esta prevalência entre os sexos e relacionar com marcadores inflamatórios.

MATERIAIS E MÉTODOS

Foi realizado um estudo do tipo quantitativo transversal na comunidade da Granja do Torto, no Distrito Federal. A amostra foi composta de 53 idosos, com idade igual ou superior a 60 anos. Em um levantamento prévio realizado na Granja do Torto – Distrito Federal foi encontrado 149 idosos nesta comunidade. Este trabalho foi aprovado pelo comitê de ética e pesquisa da Universidade Católica de Brasília.

Os critérios de inclusão foram: idosos dos sexos masculino e feminino sedentários. Foram excluídos desse estudo indivíduos com dificuldades de locomoção que o impedissem de comparecer ao local de coleta de dados, que apresentassem dificuldades na compreensão dos testes aplicados e que apresentassem doenças que afetassem a massa e a força muscular, tais como sequela de acidente vascular encefálico, esclerose múltipla, distrofia muscular, doença de Parkinson, dentre outras.

(39)

palestra, marcada antecipadamente, oferecida a todos os convidados para explicação do estudo. Os idosos que aceitaram fazer parte voluntariamente do projeto assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e foram orientados a voltar em dia e hora marcados para realização dos demais procedimentos que serão descritos a seguir.

Todos os participantes passaram por uma avaliação do nível de atividade física, coleta de dados antropométricos, avaliação da composição corporal, Teste Timed up and Go, Teste de preensão palmar e coleta de amostra de sangue para avaliação dos marcadores inflamatórios.

A coleta de dados foi realizada na Prefeitura Comunitária da Granja do Torto – Distrito Federal, em um consultório reservado para esta avaliação, bem iluminado e arejado, no período da manhã.

Inicialmente foi realizada avaliação do nível de atividade física. Os idosos responderam ao questionário de nível de atividade física International Physical Activity

Questionaire– IPAQ, versão traduzida e validada para população brasileira18 que foi aplicado

pela pesquisadora. Somente os indivíduos classificados como sedentários ou irregularmente ativos foram admitidos neste estudo e passaram pelos procedimentos seguintes.

Em seguida, foi feita a coleta dos dados antropométricos, constando de avaliação da massa corporal e altura. A massa corporal foi obtida por meio de balança digital devidamente calibrada, da marca Filizola®, com capacidade máxima de 180 kg e resolução de 100 gramas. A altura foi verificada por estadiômetro de parede da marca Cardiomed®.

(40)

Para análise da capacidade funcional, foi realizado o Teste Timed Up and Go (TUG). O participante realizou o teste uma vez como treinamento antes de fazer o teste cronometrado. O desempenho foi avaliado medindo-se em segundos e a cronometragem foi iniciada logo

após a palavra “vá”, enquanto o indivíduo ainda estava sentado e terminou imediatamente

quando o sujeito se sentou novamente. Não foi permitida a assistência física durante o teste. Foi fixada uma fita colorida para demarcar os três metros de caminhada19.

Em seguida, foi mensurada a força de preensão palmar, utilizando dinamômetro da marca Jamar® calibrado. Este foi ajustado na segunda posição, considerada mais eficiente para testes de força. Foram realizadas três medidas alternadas entre os membros, com descanso de um minuto entre as aferições. Os valores das três aferições foram anotados e o maior valor foi considerado20,21. Todos os procedimentos de coleta acima foram realizados por um único avaliador fisioterapeuta formado, com mais de cinco anos de experiência e treinado para os instrumentos utilizados.

Por fim, foi coletada amostra de sete ml de sangue para a análise dos marcadores inflamatórios por técnico de laboratório devidamente treinado e qualificado. As amostras foram armazenadas em freezer a -80°C para posterior dosagem e análise dos marcadores inflamatórios, a saber, das citocinas, IL-6 e IL-10 por meio do método imunoenzimático

“ELISA” (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay). As dosagens foram realizadas através de

um kit comercial Elisa da marca Biolengend®22. Os dados foram analisados no Laboratório de Imunogerontologia da Universidade Católica de Brasília (UCB).

Após análise dos dados acima, os participantes foram divididos em dois grupos (sarcopênicos e não sarcopênicos), de acordo com os critérios sugeridos pelo European

Working Group on Sarcopenia in Older People (EWGSOP)23. Este grupo sugere que para o

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Os dados coletados foram passados para planilha do programa Excel 2010 para Windows e analisados no programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) 20.0. Foi realizada Anova Two-Way para comparação inter-grupos e Test t para amostras independentes. Para avaliação intra-grupos foi utilizada ANOVA para medidas repetidas. Foi adotado o nível de significância de p<0,05.

RESULTADOS

De 68 idosos que se interessaram em participar do estudo, 15 foram excluídos na primeira anamnese por não estarem dentro dos critérios estabelecidos neste estudo. Assim, 53 idosos finalizaram todos os testes, sendo 28 no grupo Sarcopênicos (GS) e 25 no grupo Não Sarcopênicos (GNS). Foram considerados sarcopênicos 50% dos homens e 54% das mulheres. A média de idade foi de 71,31±7,84 anos no GS e de 66,40±6,24 anos no GNS. Os grupos tiveram uma distribuição normal.

O GS foi composto por 19 participantes do sexo feminino e nove do sexo masculino. Já o GNS constituía-se de 16 indivíduos do sexo feminino e nove do sexo masculino. Os grupos apresentaram diferença estatística nos seguintes critérios avaliados: peso de massa magra (GS: 37,09±9,21 kg / GNS: 48,93±7,66 kg), dinamometria de MSD (GS: 24,38±7,72 kg / GNS: 30,80±8,65 kg) e de MSE (GS: 22,61±7,09 kg / GNS: 28,50±8,39 kg) e TUG (GS: 12,52±5,69 seg / GNS: 9,74±2,37 kg). Não houve diferença estatística entre os grupos com relação ao percentual de gordura (GS: 35,54±9,66% / GNS: 35,64±6,45%).

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Figura 1. Peso de Massa Magra Corporal.

* diferença significativamente estatística entre os sexos masculino e feminino. † diferença significativamente estatística entre os grupos GS e GNS.

Já o Percentual de Gordura analisado pela BIAS apresentou diferença estatística somente na comparação entre os sexos feminino (GS: 37,94±10,48% / GNS: 38,35±6,03%) e masculino (GS: 30,48±5,01% / GNS: 30,81±3,97%), não havendo diferença significativa entre os grupos GS e GNS (Figura 2).

Figura 2. Percentual de Gordura Corporal.

* diferença significativamente estatística entre os sexos masculino e feminino. 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65

MASCULINO FEMININO

SARCOPÊNICOS NÃO SARCOPÊNICOS

kg † * † * 20 25 30 35 40 45 50

MASCULINO FEMININO

SARCOPÊNICOS NÃO SARCOPÊNICOS

%

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Os dados obtidos através do Teste de Preensão Palmar demonstraram que houve diferença significativa tanto na análise inter-grupos (p=0,001), quanto na análise entre os sexos (p=0,000) (Figura 3).

Figura 3. Teste de Preensão Palmar.

* diferença significativamente estatística entre os sexos masculino e feminino. † diferença significativamente estatística entre os grupos GS e GNS.

MSD: membro superior direito. MSE: membro superior esquerdo.

O Teste TUG apresentou diferença estatisticamente significativa inter-grupos no sexo feminino (GS: 13,56±6,54 segundos / GNS: 9,98±2,04 segundos). Não houve diferença significativa no tempo de realização do teste entre homens e mulheres (Figura 4).

Figura 4. Teste Timed up and Go.

† diferença significativamente estatística entre os indivíduos do sexo feminino dos grupos GS e GNS. 5 7 9 11 13 15 17 19 21

MASCULINO FEMININO

SARCOPÊNICOS NÃO SARCOPÊNICOS

seg u n d o s †

0 10 20 30 40

MSE Feminino MSD Feminino MSE Masculino MSD Masculino

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Nos dados obtidos através da análise sanguínea, observou-se que as mulheres não sarcopênicas apresentaram valores de IL-6 maiores do que as sarcopênicas (GS: 4,14±3,14 / GNS: 6,55±5,31) e que os homens apresentaram inversão desses valores (GS: 5,87±3,72 / GNS: 3,52±2,57).

Não houve diferença estatisticamente significativa entre os valores encontrados para IL-10(Tabela 1), bem como não foi encontrada significância estatística inter-grupos ou entre homens (GS: 2,94±1,30 / GNS: 3,04±1,53) e mulheres (GS: 3,04±1,04 / GNS: 4,06±2,09).

Tabela 1. Relação da Interleucina 6 e Interleucina 10 entre os grupos e entre os sexos, média e desvio padrão

Sarcopênicos Não sarcopênicos

Masculino Feminino Masculino Feminino

IL-6 5,87±3,72 4,14±3,14 3,52±2,57 6,55±5,31 IL-10 2,94±1,30 3,04±1,04 3,04±1,53 4,06±2,09

DISCUSSÃO

A sarcopenia é uma condição clínica do envelhecimento diretamente relacionada com a perda da funcionalidade do indivíduo. A prevalência varia de acordo com a idade, acometendo de 10% a 25% dos idosos até 70 anos de idade e mais de 40% em indivíduos acima de 80 anos24. No presente estudo, a prevalência de sarcopenia em idosos comunitários sedentários foi de mais de 50%, sendo este número maior em mulheres.

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encontrados, visto que a atividade física ameniza os efeitos catabólicos do envelhecimento e a consequente sarcopenia12. Cerca de 50% das perdas funcionais são consequências do sedentarismo, o que pode tornar os idosos ainda mais inativos e dependentes com o avanço da idade25.

Em um grande estudo realizado pelo grupo Saúde, Bem-estar e Envelhecimento (SABE), com o objetivo de avaliar a prevalência de sarcopenia e outros fatores associados em idosos na cidade de São Paulo, foram utilizados os mesmos parâmetros de avaliação do presente estudo, com instrumentos de avaliação diferentes, porém os valores encontrados foram bem menores. No estudo citado, 16% dos indivíduos foram considerados sarcopênicos26.

Castro et al (2014), em estudo na população brasileira realizado com 124 mulheres fisicamente ativas, encontrou-se uma prevalência de 34%27. No presente estudo, apesar da prevalência ser maior em mulheres (54%), não houve diferença estatística significativa entre os sexos. As mulheres possuem menor massa magra que os homens, o que as predispõe a sarcopenia28. Neste estudo houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos masculino e feminino, com diferença maior no grupo não sarcopênico, demonstrando que, mesmo não diagnosticadas como sarcopênicas, as mulheres apresentam massa muscular menor. A perda de massa muscular não é proporcional entre indivíduos do sexo masculino e feminino. Homens apresentam maior massa muscular e uma perda gradual com o envelhecimento, enquanto que as mulheres sofrem uma perda abrupta ao chegar à menopausa29.

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total28. Esta condição tem sido associada com piores funções físicas do que em situações somente de obesidade30.

Se for levado em consideração o IMC dos idosos do presente estudo, temos que tanto homens quanto mulheres estão com valores de sobrepeso grau I (IMC > 25), sendo que as mulheres apresentaram IMC próximo de 3031. Ao analisar o percentual de gordura, observa-se que este quadro se repete. Em um estudo de referência, Baumgartner et al. (1998) consideram obesos homens com percentual de gordura acima de 27 e mulheres acima de 3832. De acordo com esses parâmetros, tanto os indivíduos do sexo masculino quanto feminino do presente estudo podem ser considerados acima do peso. Não houve diferença significativa no percentual de gordura entre os grupos estudados, porém, é importante ressaltar que, apesar dos idosos não sarcopênicos terem um percentual de gordura elevado, sua massa magra também é maior.

Em um estudo que verificou a associação entre força muscular, sarcopenia e obesidade sarcopênica com o desempenho funcional de 137 idosas, a prevalência de sarcopenia e de obesidade sarcopênica foi de 13,9% e 23,4%, respectivamente. Nenhuma das variáveis funcionais diferiu significativamente entre as mulheres sarcopênicas e não sarcopênicas33.

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funcionais, demonstrando que as classificações de sarcopenia não têm relação com os testes funcionais. Porém, houve correlação entre os testes funcionais e os testes de força muscular33. Na avaliação da funcionalidade dos idosos, o presente estudo apresentou diferença estatisticamente significativa entre as mulheres sarcopênicas e não sarcopênicas. Considera-se que o indivíduo é independente quando realiza o teste TUG em até 10 segundos. As mulheres sarcopênicas realizaram o teste em aproximadamente 14 segundos. Apesar de não ser considerado de grande risco, quanto maior o tempo de execução do teste, maior é o risco do idoso ter dificuldades em suas atividades de vida diária e apresentar outras comorbidades35. Considerando que estas mulheres foram as que apresentaram menor força de preensão manual, maior tempo no teste de funcionalidade e menor peso de massa magra, pode-se inferir que a sarcopenia em mulheres teve correlação com os testes de funcionalidade e força muscular.

Sugere-se que, com o envelhecimento, ocorra uma desorganização funcional crônica na defesa orgânica, desencadeando uma resposta inflamatória crônica, denominada

inflammaging36. Este termo tem sido utilizado para descrever uma regulação crônica positiva

da resposta inflamatória, de origem idiopática, que contribui com o aparecimento de doenças inflamatórias. Assim, dosagens elevadas de citocinas inflamatórias em idosos estão associadas com maior morbidade e predisposição à incapacidade funcional37.

Os valores de IL-6 elevados (acima de 2,08 pg/ml) estão fortemente associados com o aumento da taxa de mortalidade em indivíduos idosos37. No presente estudo tanto os idosos do grupo com sarcopenia quanto os do grupo sem sarcopenia apresentaram valores de IL-6 elevados, sendo que os homens sarcopênicos e as mulheres não sarcopênicas foram os que obtiveram maiores valores.

Imagem

Figura 1. Fatores relacionados ao surgimento da sarcopenia.
Figura 2.  Algoritmo sugerido pelo Consenso (EWGSOP) para diagnóstico da sarcopenia em  idosos
Tabela 2. Principais correspondências dos Cinco Elementos.
Figura 3. Ciclo de controle e geração dos cinco elementos, segundo a MTC.
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Referências

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