FUNDAMENTOS DA ANTROPOSOFIA:
A CONSTITUIÇÃO HUMANA
Valdemar W. Setzer
Membro da Sociedade Antroposófica no Brasil Depto. de Ciência da Computação da USP
www.ime.usp.br/~vwsetzer google: setzer apresentacoes
AVALIAÇÃO
NO FIM DO CURSO PARA A FORMAÇÃO EM TERAPIA ARTÍSTICA, PREENCHER O
FORMULÁRIO DE AVALIAÇÃO EM
https://forms.gle/vUTo3jjjZ5T5akRG7
QUESTÕES PRINCIPAIS:
1. O QUE APRENDI DE MAIS IMPORTANTE?
2. QUAL A MAIOR DÚVIDA QUE FICOU?
AGRADECIMENTO
Agradeço minha esposa, Sonia A.L. Setzer,
por valiosas sugestões e discussões.
TÓPICOS
1. Bibliografia
2. O que é a antroposofia 3. Rudolf Steiner
4. Corpo, alma e espírito
5. As três atividades da alma 6. Os três membros da alma
7. Os 3 membros da alma e a história 8. O ser humano quadrimembrado 9. Aplicação: os reinos da natureza 10. Os 4 elementos da antiguidade 11. Origem dos membros da alma
1. Bibliografia básica
Setzer V.W. “Uma introdução antroposófica à constituição humana”
https://www.ime.usp.br/~vwsetzer/const1.htm
Lanz, R. Noções básicas de antroposofia. São Paulo:
Antroposófica, 1983
http://www.sab.org.br/edit/nocoes/
Steiner, R. Teosofia. GA 9. Trad. D.B. de Brito. 4ª ed. São Paulo: Antroposófica, 1994
Steiner, R. A ciência oculta – Esboço de uma cosmovisão suprassensorial. GA 13. Trad. R. Lanz e J. Cardoso. 4ª ed.
São Paulo: Antroposófica, 1998
Setzer, V.W. “Disposições e atitudes anímicas recomendadas por Rudolf Steiner em seu livro
O Conhecimento dos Mundos Superiores – a Iniciação”
https://www.ime.usp.br/~vwsetzer/antrop/artigo-disposicoes-animicas.htm
TÓPICOS
1. Bibliografia básica
2. O que é a antroposofia 3. Rudolf Steiner
4. Corpo, alma e espírito
5. As três atividades da alma 6. Os três membros da alma
7. Os 3 membros da alma e a história 8. O ser humano quadrimembrado 9. Aplicação: os reinos da natureza 10. Os 4 elementos da antiguidade 11. Origem dos membros da alma
2. O que é a antroposofia
Rudolf Steiner, o seu introdutor:
“Antroposofia é um caminho que procura levar o elemento espiritual em cada ser humano para o que é espiritual no universo”
Portanto
Esse caminho deve ser trilhado individualmente
Isto é, não é um caminho coletivo
Uma comunidade segue um caminho que parte dos caminhos individuais
Parte da existência de algo espiritual em cada ser humano
Existe algo espiritual no universo
2. O que é a antroposofia (cont.)
Trata-se de uma concepção de mundo espiritualista
Nada de secreto, tudo publicado
Não tem cultos
Dirigida fundamentalmente à compreensão, e não aos sentimentos
Enorme edifício teórico
De Steiner:
49 volumes com seus livros e escritos (GA,
2. O que é a antroposofia (cont.)
Enorme edifício teórico (cont.)
Centenas (milhares?) de obras de seus seguidores
Coerência
Não contradiz fatos científicos
Pode contradizer julgamentos ou teorias científicas
EX.: Big Bang, evolução neo-darwinista, funções mentais originadas no cérebro etc.
Não há dogmas
Não impõe modos de vida
2. O que é a antroposofia (cont.)
Não contém nada de secreto
Tudo publicado
Não é um misticismo
Misticismos são voltados para os sentimentos
Não usa mediunismo
Não é confiável
Método de investigação acessível a qualquer um
Indicações sobre a origem, a história e a
2. O que é a antroposofia
Deve ser tomada como conjunto de
hipóteses de trabalho, e não de crenças
Em contraposição, em geral, às concepções materialistas
Que negam a existência de qualquer “coisa” ou fenômeno que não seja físico, material
Isso é crença, preconceito
2. O que é a antroposofia (cont.)
Materialismo
Mas o que é a matéria?
Formada por átomos
Mas o que é um átomo? O que se imagina em geral:
Modelo
planetário de
Rutherford
(1911)
2. O que é a antroposofia (cont.)
Materialismo (cont.)
ERRADO! O elétron não é uma bolinha e não
gira em torno do núcleo
2. O que é a antroposofia (cont.)
Materialismo (cont.)
Então o que é um elétron?
Ninguém sabe!
Existem fórmulas da mecânica quântica para prever o comportamento dele, mas elas têm elementos
incompreensíveis.
Também não se sabe o que é a “energia escura”
(68% do universo) e a “matéria escura” (27%)
https://science.nasa.gov/astrophysics/focus-areas/what-is-dark-energy
Portanto, não sabemos o que é a matéria
2. O que é a antroposofia (cont.)
Materialismo (cont.)
Outros nomes que disfarçam o materialismo
Ateísmo
“Ateu é a pessoa que não acredita em Deus ou deuses”
Frase incompreensível, pois essa pessoa não consegue descrever no que não acredita
Comparar com “acredito que vai chover amanhã”
Positivismo
Baseia-se na experiência física
Agnosticismo
Só usa a razão e fatos observáveis (fisicamente...)
Mas um agnóstico não vê seu próprio pensamento...
Ceticismo
Em geral, não aceita que há processos não físicos no universo
2. O que é a antroposofia (cont.)
Não se sabendo o que é a matéria, pode-se supor, por hipótese, que há “substâncias”, fenômenos e seres que não são físicos
Espiritualismo
A antroposofia é um “espiritualismo científico”
Apresentada conceitualmente, para a compreensão, e não para a crença
Apresenta uma teoria coerente e abrangente
TÓPICOS
1. Bibliografia básica
2. O que é a antroposofia 3. Rudolf Steiner
4. Corpo, alma e espírito
5. As três atividades da alma 6. Os três membros da alma
7. Os 3 membros da alma e a história 8. O ser humano quadrimembrado 9. Aplicação: os reinos da natureza 10. Os 4 elementos da antiguidade 11. Origem dos membros da alma 12. O espírito trimembrado
13. Aplicações conceituais da quadrimembração 14. Epílogo, bibliografia estendida
3. Rudolf Steiner
Foi o introdutor da antroposofia
3. Rudolf Steiner (cont.)
Graduação em engenharia, doutorado em filosofia
Desde criança, era clarividente
Cultivou esse dom e tornou-se capaz de
observar conscientemente o mundo espiritual
transmitir suas observações conceitualmente, para a compreensão de qualquer um
Fez uma quantidade enorme de contribuições originais
Conceituação espiritual do ser humano e do
universo, e aplicações práticas
3. Rudolf Steiner (cont.)
Até o fim do séc. XIX
Atividade filosófica, livros
Editou as obras científicas de Goethe para o arquivo Goethe-Schiller
A partir do início do séc. XX: esoterismo
Exposição de suas observações esotéricas
Tudo publicado
Parte sempre do ser humano
3. Rudolf Steiner (cont.)
Até 1912, palestras para membros da Sociedade Teosófica
Secretário Geral dela na Alemanha
Em 1913 separa-se dela e funda a Sociedade Antroposófica
Devido principalmente a conflitos em relação à concepção do ser cósmico Cristo
Concepções e nomenclatura originais
Em 1923 refunda a Sociedade
Antroposófica, no “Congresso de Natal”
Tornando-se seu presidente
Minha opinião: maior sábio moderno
3. Rudolf Steiner (cont.)
Aplicações práticas
Artes antroposóficas
Euritmia
Arte da fala
Organização social e institucional
Agricultura Biodinâmica
Medicina e terapias antroposóficas
Arquitetura orgânica
3. Rudolf Steiner (cont.)
Goetheanum, Dornach, Suíça
Sede da Sociedade Antroposófica Geral
3. Rudolf Steiner (cont.)
As aplicações devem ser exercidas a partir dos fundamentos antroposóficos
Pois aí pode-se ser criativo
E não sem conhecimento desses fundamentos
Torna-se técnica tendendo a ficar petrificada
Então vamos ver uma pequena parte desses fundamentos
Vamos partir do ser humano
Como fez Steiner
Vamos começar com palavras bem conhecidas
TÓPICOS
1. Bibliografia básica
2. O que é a antroposofia
3. Rudolf Steiner
4. Corpo, alma e espírito
5. As três atividades da alma 6. Os três membros da alma
7. Os 3 membros da alma e a história 8. O ser humano quadrimembrado 9. Aplicação: os reinos da natureza 10. Os 4 elementos da antiguidade 11. Origem dos membros da alma 12. O espírito trimembrado
13. Aplicações conceituais da quadrimembração 14. Epílogo, bibliografia estendida
4. Corpo, alma e espírito
Corpo físico
4. Corpo, alma e espírito (cont.)
O corpo físico trimembrado
MEMBRO FORMA MOBILIDADE PARTES
MOLES CENTRO DO
SISTEMA RELAÇÃO
COM O MUNDO Cabeça caixa óssea
arredondada protetora
estática, a menos da
mandíbula dentro neuro-
senssorial fora para dentro
Tronco
caixa com alternâncias
ossos- músculos
partes fixas e móveis
dentro (órgãos)
e fora (músculos)
circulatório- respiratório
(rítmico)
alterna dentro p/
fora e fora p/
dentro, centro e periferia
Membros
radial, ossos irradiando
para fora (1-2-5)
móveis fora
(músculos) metabólico-
motor dentro para fora
4. Corpo, alma e espírito
Corpo físico (cont.)
Diferente de todos os animais
Deve-se prestar atenção às diferenças e não às
semelhanças (cf. O macaco nu, de Desmond Morris)
Bipedalismo, libertação da gravidade e do mundo circundante
Coluna em duplo S
Cabeça não pende, repousa sobre o corpo
Falta de pelo, escamas ou penas
Grande problema da teoria noe-darwinista
Órgãos fonadores (no pescoço, abóbada palatina)
Problema evolucionista
Oposição do polegar
4. Corpo, alma e espírito (cont.)
Corpo físico (cont.)
Diferente de todos os animais (cont.)
Neotenia (retenção das formas jovens, embrionárias)
Generalidade, e não especialidade
Todos os animais são especialistas
Com o corpo entramos em contato com meio ambiente
Por meio dos órgãos dos sentidos percepção
Nossos órgãos de sentidos são fiéis
Se não fossem, seríamos todos esquizofrênicos ou pelo menos esquizoides
P.ex. olharíamos um objeto e não saberíamos que objeto é
4. Corpo, alma e espírito (cont.)
Corpo físico (cont.)
Goethe: “Die Sinne trügen uns nicht; das Urteil trügt”
“Os sentidos não nos enganam; o julgamento engana”
Não é com o corpo que fazemos julgamentos e que entramos em contato, p.ex., com a “leis” da natureza e com as ideias
Veremos mais tarde com o que
4. Corpo, alma e espírito (cont.)
Alma
Qual a diferença entre alma e espírito?
Em geral, não se sabe
O porquê da confusão:
Concílio de Constantinopla (ano de 869)
Decretou que o ser humano era composto de corpo e alma
Antes disso, sempre corpo-alma-espírito
O espírito foi eliminado
A alma tinha algumas características do espírito
A Igreja Ortodoxa conservou a tríade corpo-alma-espírito
Materialismo, já visto
Desse ponto de vista, nem alma nem espírito têm sentido
Pois não são físicos, não são perceptíveis fisicamente
4. Corpo, alma e espírito (cont.)
Alma (cont.)
Segundo a antroposofia, a alma não tem absolutamente nada de físico
Mas há uma interação dela com o corpo físico
As percepções sensoriais podem influenciar a alma, despertando nela alguma atividade
A alma pode influenciar o corpo físico
Tenho uma teoria de como é possível algo que não é físico atuar sobre algo físico sem violar as “leis” da física
4. Corpo, alma e espírito (cont.)
Alma (cont.)
Com a alma temos reações e atividades puramente interiores . Exemplos:
Sensações
Sentimentos
Sensações
Podem ser reações a percepções sensoriais
Ex.: Comer um caqui – o sabor que se sente é uma sensação
Ex. mais sutil: a sensação despertada por uma cor
Podem ser puramente mentais
Ex.: Medo de algo que pode acontecer no futuro
4. Corpo, alma e espírito (cont.)
Alma (cont.)
Sensações (cont.)
Voltemos ao caqui
O sabor que se sente do caqui é
Absolutamente individual
Ninguém mais pode sentir essa sensação
Absolutamente subjetivo
Impossível descrever objetivamente o que está se sentindo
Experimentem descrever a um marciano recém chegado como é o gosto do caqui
Impossível ele sentir o gosto a partir da descrição
Isso mostra como a alma tem aspectos
4. Corpo, alma e espírito (cont.)
Alma (cont.)
Sensações (cont.)
É interessante notar que a ciência não tem a mínima ideia de como temos sensações
Quando se tem uma sensação, alguma área do cérebro é ativada
Cientificamente, não se deveria dizer que essa área gera a sensação
Cientificamente, no máximo se deveria dizer que essa área participa da sensação
Sobre a citação seguinte de John Haugeland
Ver meu artigo
IA - Inteligência Artificial ou Imbecilidade Automática? As máquinas podem pensar e sentir?
https://www.ime.usp.br/~vwsetzer/IAtrad.html
As sensações e a ciência
Até mesmo a sensação, que deveria ser de alguma forma o caso mais fácil, produz uma perplexidade profunda. Não se pode negar que as máquinas podem 'ter sensação' do que as rodeia, se tudo o que isso significa é discriminação – dar respostas simbólicas em diferentes circunstâncias. Olhos elétricos, termômetros digitais, sensores de tato etc., são comumente utilizados como órgãos de entrada [input] em toda parte, de brinquedos eletrônicos aos robôs industriais. Mas é difícil imaginar que esses sistemas sentem na verdade qualquer coisa quando reagem a estímulos impingidos a eles. Apesar de o problema ser geral, a intuição é mais clara no caso da dor: muitos sistemas complexos podem detectar danos internos ou mal funcionamento e até mesmo adotar medidas corretivas; mas será que eles sentem dor?
Parece incrível, mas o que exatamente está faltando? Quanto mais
4. Corpo, alma e espírito (cont.)
Alma (cont.)
Sentimentos
Ao comer o caqui
se ele está maduro, macio e docinho
Gosta-se do caqui
Se ele está verde, duro,
com tanino, grudento, amargo
Não se gosta do caqui
Gostar ou não de algo são sentimentos
Reações puramente interiores
Podem manifestar-se exteriormente
Um sorriso, uma careta
Mas eles não são os sentimentos!
São consequências dos sentimentos
4. Corpo, alma e espírito (cont.)
Alma (cont.)
Sentimentos mais básicos
Simpatia
Gostando-se de algo, tem-se simpatia por ele
Antipatia
Se não se gosta de algo, tem-se antipatia
Cuidado com o verbo “sentir”. Ele pode significar
Ter sensação (alemão: empfinden)
Ter sentimento (alemão: fühlen)
Lembrar que ter percepção (alemão:
4. Corpo, alma e espírito (cont.)
Alma (cont.)
São sensações ou sentimentos?
Calor físico, frio
Fome, sede
Alegria, tristeza
Amor
Pressa
Tédio
Surpresa
Calma interior
A dificuldade em classificar mostra que
Sensações e sentimentos não são claros!
São imprecisos, nebulosos
4. Corpo, alma e espírito (cont.)
Recordação: o corpo físico
É individual (muda de pessoa para pessoa)
É externamente objetivo
Qualquer pessoa examinando-o encontra a mesma coisa
Com os órgãos dos sentidos, percebe o mundo físico exterior (percepção)
Objetivamente
Com clareza (órgãos sadios, objetos próximos)
Se não há clareza na percepção, percebe-se isso
4. Corpo, alma e espírito (cont.)
Recordação: a alma
É interior, individual e subjetiva
Impossível uma pessoa ter as reações anímicas de outra
É portadora de reações puramente interiores
Sensações e sentimentos
Imprecisos, nebulosos
semiconscientes
4. Corpo, alma e espírito (cont.)
Espírito
É o que nos coloca em contado com o que é eterno
Matemática
Exs.: conceitos de ponto, circunferência
“Leis” da natureza
Essas leis não estão nos objetos!
Ex.: soltando um objeto em ambiente calmo, ele cai
Reconhecemos com nosso espírito que há uma “lei” que faz o objeto cair
Lei eterna!
Coloca-nos em contato com os conceitos e as ideias
4. Corpo, alma e espírito (cont.)
Espírito (cont.)
Olhem para a entrada da sala
Que objeto vocês estão percebendo visualmente?
Todos vão dizer: “Uma porta”
Alguém viu outro objeto, uma panela, uma cadeira?
Errado!!! Não se percebeu visualmente “uma porta”, pois “porta” é um conceito
Quando se diz “aquilo é uma porta”
Está se dizendo que o objeto pertence à categoria das portas
É o que há de comum entre todas as portas
A essência do objeto
Porta: separa ambientes, pode ser aberta a fechada
ter dobradiças ou corrediças, ter fechadura, ser de madeira, vidro, metal etc.
Os conceitos dos objetos não podem percebidos
4. Corpo, alma e espírito (cont.)
Espírito (cont.)
O que se percebe visualmente são impulsos luminosos
“Porta” é um conceito
Ele não foi percebido visualmente
Todos chegaram ao mesmo conceito!
Portanto, os conceitos são universais
4. Corpo, alma e espírito (cont.)
Espírito (cont.)
Tome-se todas as possíveis representações simbólicas do número dois:
2, II, ii, .. , dois, dos, due, deux, two, zwei, dba (russo), םייתש (hebraico), duas pessoas, duas cadeiras, ...
O que há de comum entre elas?
O conceito puro do 2!
É com ele que trabalhamos
Tanto faz escrever 2+3=5 como “dois mais três igual a cinco”
Os símbolos não importam
Mas o conceito puro do 2 não tem representação simbólica!
Portanto, não pode estar gravado no cérebro
Está no mundo espiritual dos conceitos
4. Corpo, alma e espírito (cont.)
Espírito (cont.)
Portanto, os conceitos
Não são físicos
Estão no “mundo platônico das ideias”
São espirituais
Intrínseco a cada objeto existe um conceito
O que nos coloca em contato com o mundo dos conceitos (mundo platônico das ideias)?
O nosso espírito!
4. Corpo, alma e espírito (cont.)
Espírito (cont.)!
Percebemos uma separação entre um objeto físico e seu conceito
Essa separação é devida à nossa constituição atual
Na antiguidade remota não havia essa separação
Mas não havia uma percepção física tão nítida quanto hoje
Não havia a possibilidade de conceituar abstratamente
Por isso eram usadas imagens
Como as da Gênesis
P.ex. os “dias” da criação
O Sol é criado no 4° dia! (Gen. 1:16-19)
Como a epopeia de Guílgamech (~2.100 a.C.)
Todas as mitologias
4. Corpo, alma e espírito (cont.)
Espírito (cont.)
Processo cognitivo
Ao ter uma percepção sensorial
Formamos uma imagem mental
Representação mental
Ex.: imagem interior da porta
4. Corpo, alma e espírito (cont.)
Espírito (cont.)
O espírito usando o pensamento, completa o processo cognitivo:
Percepção sensorial representação mental conceito
E o processo anímico:
Percepção sensorial representação mental sensação
sentimento
4. Corpo, alma e espírito (cont.)
Espírito (cont.)
Representação mental pode vir da memória
memória representação mental conceito
A memória é consultada pelo espírito
Mas onde está a memória?
Também não está no cérebro
Veremos mais tarde
TÓPICOS
1. Bibliografia básica
2. O que é a antroposofia
3. Rudolf Steiner
4. Corpo, alma e espírito
5. As três atividades da alma 6. Os três membros da alma
7. Os 3 membros da alma e a história 8. O ser humano quadrimembrado 9. Aplicação: os reinos da natureza 10. Os 4 elementos da antiguidade 11. Origem dos membros da alma 12. O espírito trimembrado
13. Aplicações conceituais da quadrimembração 14. Epílogo, bibliografia estendida
5. As três atividades da alma
Vimos duas atividades da alma
Ter sensações
Ter sentimentos
São as atividades mais típicas da alma e constituem o sentir
O sentir é nebuloso, muitas vezes não temos certeza dele
Onde se sente “medo”? “Saudade”?
Mas há outras atividades da alma
Pensar
Querer
5. As três atividades da alma (cont.)
Pensar
O que nosso espírito usa para ir da representação mental ao conceito?
O pensar!
O que é o pensar?
Para caracterizar o pensar
Vamos estudar algumas de suas características
Com o pensar, atribuímos significado às nossas percepções, isto é, ao mundo
O pensar pode ser absolutamente claro
Ao contrário do sentir, que é nebuloso
Se não fosse claro, a matemática e a ciência não existiriam
Elas são transmitidas por meio de conceitos universais
Tem-se a sensação de se pensar com a cabeça
Se a cabeça não está em ordem (dor, febre) não dá para pensar
5. As três atividades da alma (cont.)
Pensar (cont.)
Pode ser autodeterminado
Isto é, determinar-se, com o pensar, o próximo pensamento
Se não fosse assim, não poderíamos fazer à mão uma conta de somar com vários algarismos
Uma indicação de que o pensamento não é gerado pelo cérebro!
É autoreflexivo (o objeto confunde-se com a ação)
O que se digere?
O alimento, e não a digestão
Mas pode-se pensar sobre o pensar
Esse é um estado de exceção (Rudolf Steiner em A filosofia da liberdade, cap. III)
5. As três atividades da alma (cont.)
Pensar (cont.)
Como o pensar capta conceitos, ele deve ser da mesma natureza que os conceitos
Spinoza, em Ética, prop. 3, "De coisas que não têm nada em comum, uma não pode ser a causa da outra." ("Quae res nihil commune inter se habent, earum una alterius causa esse non potest.")
Os conceitos são espirituais, portanto o pensamento é espiritual!
5. As três atividades da alma (cont.)
Pensar (cont.)
O que é ter conhecimento?
Trazer à consciência
O que é observado, percebido
E os conceitos correspondentes
A consciência está dividida entre
A percepção e
O conceito do que foi percebido
Observado pelo pensamento por atuação do espírito
“Perceber” (p. ex. “ver”) alguma coisa depende de se poder associar a ela um conceito
Que figuras vocês estão vendo?
5. As três atividades da alma
Pensar (cont.)
Depois de associar algo percebido a um conceito, passa-se a ver esse algo!
O que é compreender?
Associar corretamente, por meio do pensamento, uma percepção correta ao conceito correto
Ex.: compreender que a figura representa 2 cubos
Quando não é possível fazer essa associação, o ser humano devia ficar irrequieto, curioso
Ex.: ramo de arbusto mexendo-se sem vento
5. As três atividades da alma (cont.)
Pensar (cont.)
A tecnologia está cada vez mais complicada, e os seres humanos sentem-se incapazes de
compreendê-la
Abafamento da curiosidade
Paralisia mental!
Ex.: por que um avião voa?
Ler o cap. 22 do meu livro
Com uma observação fenomenológica do processo segundo o método de Goethe
5. As três atividades da alma (cont.)
A sensação de individualidade
“Nosso pensar nos une ao mundo; nosso sentir faz-nos conduzir a nós mesmos, tornando-nos indivíduos. Se fôssemos simplesmente seres que pensam e percebem, toda a nossa vida transcorreria numa monótona indiferença. Se pudéssemos simplesmente reconhecer-nos como nós mesmos em nossa identidade, ser-nos-íamos completamente indiferentes. Apenas pelo fato, de que junto com o reconhecimento de nós mesmos, experimentamos o sentimento de nós mesmos, e que ao perceber as coisas sentimos prazer e dor, vivemos como seres individuais, cuja existência não se esgota com a relação conceitual em que se
5. As três atividades da alma
Vimos o sentir e o pensar. Agora vamos ao
Querer
Ou vontade
Manifesta-se por meio de ações
Motoras
Ex.: levantar um braço, andar
Concentração do pensamento em um tema predeterminado
Ex.: Fazer uma soma armada
Ex.: Leitura
O que acontece nesses casos quando perdemos a concentração?
5. As três atividades da alma (cont.)
Querer (cont.)
O que acontece ao se levantar conscientemente um braço?
1. Tem-se a intenção (querer) de levantar o braço
2. Imagina-se o braço levantando (representação mental) 3. A intenção é concretizada (querer)
Ergue-se o braço. Mas como?
5. As três atividades da alma (cont.)
Querer (cont.)
A imaginação foi consciente
Mas o movimento do braço é totalmente inconsciente
Se for conscientizado (cada músculo, cada movimento) produz-se paralisia
Ex.: pianista pensando em cada movimento dos dedos, mão, braço para tocar cada nota
Não consegue tocar nada!
5. As três atividades da alma (cont.)
O 7 aspectos do querer
Rudolf Steiner, em O estudo geral do ser
humano – Uma base para a pedagogia. GA 293.
5ª ed. São Paulo: Antroposófica, 2015, 4ª conf., 25/8/1919, pp. 69-76:
1.
Resolução (decisão)
[Mais ligado ao espiritual]2.
Intenção
3.
Desejo (aspiração)
4.
Motivo
5.
Cobiça
5. As três atividades da alma (cont.)
O 7 aspectos do querer (cont.)
Todos eles não são físicos
A “resolução” (“decisão”) é onde o espirito mais atua na alma em termos de vontade
Ex.: escolher um tema para o próximo pensamento e concentrá-lo nesse tema
Ex.: pensar em dois números que não signifiquem nada
Imaginá-los em um mostrador
Escolher um deles e concentrar o pensamento só nele
Vivência do livre arbítrio
O livre arbítrio não está no pensamento
Está na decisão, no querer do que pensar em seguida
O pensamento é um instrumento perfeito do livre arbítrio
Notar a expressão “arbítrio”, ligado à vontade
5. As três atividades da alma (cont.)
Querer (cont.)
É com ele que mudamos o mundo!
É com ele que cumprimos nosso destino (carma)
Inscrito em nosso espírito
Nosso carma nos coloca inconscientemente em certas situações
Lugares, encontros, possibilidades de agir
Temos liberdade, se em cada situação decidirmos conscientemente o que fazer
5. As três atividades da alma (cont.)
Querer (cont.)
Atenção:
Somente o ser humano toma decisões
Computadores fazem escolhas lógicas
Não se trata de eles usarem circuitos binários
Ex.: escolha ternária reduzida a uma sequência de escolhas binárias
Escolher entre SIM, MAIS OU MENOS e NÃO
Se SIM, escolha SIM e interrompa a escolha, senão prossiga
Se MAIS OU MENOS, escolha MAIS OU MENOS e interrompa a escolha, senão prossiga
Sua escolha foi NÃO
5. As três atividades da alma (cont.)
O equilíbrio na alma
Agir conscientemente sempre levando em conta os impulsos de vontade, os sentimentos e os
pensamentos
Ação dominada pelo querer leva à bestialidade
Ação dominada pelos sentimentos leva ao fundamentalismo, fanatismo
Ação dominada pelos pensamentos leva à
racionalidade, frieza, falta de compaixão,
automatismo, robotização do ser humano
5. As três atividades da alma (cont.)
O equilíbrio na alma (cont.)
Ação com bom senso: leva em conta a realidade do mundo e parte do equilíbrio anímico
RSt, GA 196: “Sem bom senso, todos os teus esforços são em vão para o futuro da
humanidade”
5. As três atividades da alma (cont.)
O equilíbrio na alma (cont.)
RSt: 2ª parte da “Pedra Fudamental” (no Congresso de Natal, dez. 1923)
Menschenseele!
Du lebest in dem Herzens-Lungen-Schlage, Der dich durch den Zeitenrhythmus
Ins eigne Seelenwesensfühlen leitet:
Übe Geist-Besinnen Im Seelengleichgewichte, Wo die wogenden
Welten-Werde-Taten Das eigne Ich
Dem Welten-Ich Vereinen;
Und du wirst wahrhaft fühlen
Alma humana!
Tu vives no bater do coração e pulmões Que, através do ritmo dos tempos
Leva-te ao teu próprio ser do sentir anímico Pratica o ponderar espiritual
No equilíbrio da alma Onde os ondulantes Atos do devir universal O [teu] próprio Eu
Ao Eu universal Unem;
E verdadeiramente sentirás
TÓPICOS
1. Bibliografia básica
2. O que é a antroposofia
3. Rudolf Steiner
4. Corpo, alma e espírito
5. As três atividades da alma 6. Os três membros da alma
7. Os 3 membros da alma e a história 8. O ser humano quadrimembrado 9. Aplicação: os reinos da natureza 10. Os 4 elementos da antiguidade 11. Origem dos membros da alma 12. O espírito trimembrado
13. Aplicações conceituais da quadrimembração 14. Epílogo, bibliografia estendida
6. Os três membros da alma
A alma tem três membros
Pode-se dizer que temos três almas diferentes:
Alma das sensações
Alma racional e dos sentimentos
Alma da consciência
6. Os três membros da alma (cont.)
A alma das sensações
Já vimos que não existe conhecimento científico de como temos sensações
E nunca vai haver, pois elas são devidas à alma da sensações, que não é física
É o membro da alma mais voltado à corporalidade
Animais também têm alma das sensações
Mas a nossa é permeada pelo espírito
Por isso podemos nos conscientizar das sensações
Animais reagem institivamente às sensações
6. Os três membros da alma (cont.)
A alma das sensações (cont.)
Os sentimentos inferiores que temos em comum com os animais estão na alma das sensações
Por exemplo, como nós, animais sentem fome, frio etc.
Por meio da alma das sensações podemos ter interesse pelo mundo
Pois ele provoca na alma das sensações uma reação interior
Animais têm curiosidade pelo mundo
6. Os três membros da alma (cont.)
A alma racional e dos sentimentos (Verstand und Gemütseele)
É devido a esse membro da alma
Que temos capacidade de raciocinar, pensar
O pensamento surge por uma atuação do espírito na alma racional
Associar pensamentos aos instintos, às sensações e aos sentimentos
Animais sentem fome, não pensam que estão sentindo fome
E seguem seus instintos, a menos de condicionamentos
e ter sentimentos elevados
Ex.: A compaixão
Nos animais é instintiva
Ex.: O senso estético
6. Os três membros da alma (cont.)
A alma racional e dos sentimentos (cont.)
Os animais têm a alma das sensações
Não têm a alma racional e dos sentimentos
Ela é uma das distinções interiores entre o ser humano e os animais
Na parte de sentimentos, fortemente associada ao nosso sistema rítmico (coração e pulmões)
Uma emoção forte muda as frequências
6. Os três membros da alma (cont.)
A alma racional e dos sentimentos (cont.)
A parte de sentimentos diz respeito aos mais elevados, que os animais não têm
Ao se ter uma sensação, a alma racional nos permite ter consciência dela
Ex.: uma dor
Animal tem só a sensação, o mal estar, e o manifesta
Não tem consciência dela
A alma dos sentimentos é o membro mais típico da alma
Pois a alma das sensações está muito voltada para o corpo
E que parte da alma está mais voltada para o espírito?
6. Os três membros da alma (cont.)
A alma da consciência
Mais próxima do espírito
Com ela, temos autoconsciência
A conscientização do próprio pensar, do sentir e do querer é uma autoconsciência
Conhecimento de si próprio
Percepção de ser uma individualidade única
Pois ela provoca uma separação da pessoa em relação ao meio ambiente
Animais não têm autoconsciência
Com ela, podemos nos abstrair totalmente da
6. Os três membros da alma (cont.)
A alma da consciência (cont.)
Podemos ter autocontrole
Não ser dominados por instintos, desejos, simpatias, antipatias etc.
Por meio dela manifesta-se nossa entidade superior, nosso espírito
O espírito emprega a alma da consciência para perceber o mundo das ideias, o mundo
espiritual
É por causa dela que podemos compreender
Chegar aos conceitos das coisas e fenômenos
6. Os três membros da alma (cont.)
A alma da consciência (cont.)
Devido a ela podemos exercer a liberdade
Uma ação só pode ser livre
Se partir de um pensamento
Pensando-se nas consequências
Ser consciente
Devido a ela podemos ter responsabilidade
Que é uma consequência da liberdade
Assinatura individual de obras
Desde o séc. XV
Assumir as consequências dos próprios atos
6. Os três membros da alma (cont.)
A alma da consciência (cont.)
Na época da imagem do Paraíso bíblico o ser humano não tinha autoconsciência
Gen 3:6 – Logo depois de “comer” do fruto da
“árvore do conhecimento do bem e do mal”
Qual a primeira coisa que “acontece”?
Gen 3:7 – “E foram abertos os olhos de ambos ...
Será que antes andavam com os olhos fechados?
Adquiriram consciência!
... e souberam que estavam nus”
Adquiriram autoconsciência!
Naquela época, ainda incipiente
Criança pequena quase não tem autoconsciência
Não se envergonha de estar nua
6. Os três membros da alma (cont.)
A separação em relação ao mundo físico, a capacidade de observá-lo acuradamente e a perda do contato com o mundo espiritual
Levou ao materialismo
RSt: ele é uma doença
Veremos como suplantá-lo
TÓPICOS
1. Bibliografia básica
2. O que é a antroposofia
3. Rudolf Steiner
4. Corpo, alma e espírito
5. As três atividades da alma
6. Os três membros da alma
7. Os 3 membros da alma e a história 8. O ser humano quadrimembrado 9. Aplicação: os reinos da natureza 10. Os 4 elementos da antiguidade 11. Origem dos membros da alma 12. O espírito trimembrado
13. Aplicações conceituais da quadrimembração 14. Epílogo, bibliografia estendida
7. Os 3 membros da alma e a história
Ver Lanz, R. Passeios através da história à luz da antroposofia. 4ª ed. São Paulo: Antroposófica,
2018
Segundo o materialismo, as mudanças históricas foram devidas a
Mudanças no meio ambiente
Mudanças culturais
Obviamente, isso influi, mas não é tudo
Rudolf Steiner introduziu uma nova concepção
7. Os 3 membros da alma e a história (cont.)
No início do séc. XV começou uma enorme transformação na humanidade
Especialmente na Europa
Isso irradiou lentamente para o resto do mundo
Renascença
Ciência experimental e teórica
Descobrimentos
Na pintura: naturalismo, perspectiva
A grande transformação no séc. XV foi o advento da alma da consciência
Estamos na “época da alma da consciência”
Ou “5ª época pós-atlântica”
7. Os 3 membros da alma e a história (cont.)
Exemplo: a perspectiva na pintura
Na Idade Média não
havia perspectiva
7. Os 3 membros da alma e a história (cont.)
Exemplo: a perspectiva na pintura (cont.)
Minha teoria: Os seres humanos estavam em contato com a realidade intrínseca às coisas
Alameda como ela é Como se a vê
7. Os 3 membros da alma e a história (cont.)
Na antiguidade, a vivência da realidade
subjacente às coisas era mais forte do que a percepção sensorial
Pintavam a realidade, e não o que viam
Isso começou a acabar com o advento da alma da consciência
A autoconsciência produz uma separação do ser humano em relação ao seu exterior
Aumento da capacidade de abstração
7. Os 3 membros da alma e a história (cont.)
A demonstração da perspectiva por Brunelleschi
(entre 1412 e 1425)
7. Os 3 membros da alma e a história (cont.)
7. Os 3 membros da alma e a história (cont.)
7. Os 3 membros da alma e a história (cont.)
7. Os 3 membros da alma e a história (cont.)
Sobre a perspectiva, ver meu livro
(aguardando confirmação da Ed. E. Blücher)
“O surpreendente infinito na geometria, nos
conjuntos de números e na física”
7. Os 3 membros da alma e a história (cont.)
A alma da consciência (cont.)
Ainda no início de seu desenvolvimento
Não se deve impedir esse desenvolvimento em nenhuma pessoa
Não se deve interferir na liberdade individual
Cada pessoa deve encontrar seu próprio caminho conscientemente
7. Os 3 membros da alma e a história (cont.)
No séc. VIII a.C. houve uma enorme transformação na humanidade
O advento da alma racional e dos sentimentos
Na Grécia, aparece a filosofia, o formalismo matemático e as artes
Filosofia: Feréquides de Siros (“1° filósofo” ~585-? a.C.);
Platão (425-348 a.C.), Aristóteles (384-322 a.C.)
Teatro: Ésquilo (525-456 a.C.), Sófocles (497-406 a.C.), Eurípedes (480-406 a.C.), Aristófanes (447-385 a.C.)
Matemática: Tales de Mileto (~624–548 a.C.); Pitágoras de Samos (~580–500 a.C.); Euclides (~325-~270 a.C.)
Escultura, arquitetura: Fídias (~430-480 a.C.)
7. Os 3 membros da alma e a história (cont.)
Core (senhora) de Auxerre (650-625 a.C.)
7. Os 3 membros da alma e a história (cont.)
Advento da alma racional e dos sentimentos (séc. VIII a.C.) (cont.)
No Oriente
O grande Buda (563?-483? a.C.),
Que introduziu a doutrina do amor e da compaixão
Voltados para os sentimentos
Lao Tse ( 老子 , em mandarim Laotzi, séc. VI a.C.)
Fundador do Taoísmo
Confúcio ( 孔夫子 , Cong Futzi – mestre Futzi, 551–479 a.C.)
7. Os 3 membros da alma e a história (cont.)
Advento da alma racional e dos sentimentos (séc. VIII a.C.) (cont.)
Profetas bíblicos
Isaías (sec. VIII-VII a.C.); Amós (ativo em 760-755 a.C.);
Nakhum (escreveu seu livro entre 633-612 a.C.);
Habacuc (ativo em 612 a.C.); Jeremias (650?-~570)
Rudolf Steiner chama o período entre o séc. VIII a.C. e o início do séc. XV de
“Período greco-latino” ou
4ª época pós-atlântica
7. Os 3 membros da alma e a história (cont.)
Advento da alma racional e dos sentimentos (séc. VIII a.C.) (cont.)
Havia povos que tinham o impulso de criar no mundo físico uma forma perfeita
Daí a arte grega
O templo grego é a “casa do espírito”
Havia “centros de iniciação”, os antigos Centros de Mistérios
Onde pessoas especialmente escolhidas eram treinadas para a percepção do mundo espiritual
Depois de um longo preparo anímico
Por causa dessa percepção provêm a filosofia, a medicina, a matemática (p. ex. os pitagóricos)
7. Os 3 membros da alma e a história (cont.)
Advento da alma racional e dos sentimentos (séc. VIII a.C.) (cont.) Na antiguidade muito remota, as pessoas não tinham percepção clara do mundo físico
Mas tinham percepção do mundo espiritual
Na antiga Índia
O mundo espiritual era percebido mais claramente que o mundo físico
Daí o mundo físico ser chamado de “maia”, uma ilusão
Correto, no sentido de não se ter percepção da essência dos objetos
7. Os 3 membros da alma e a história (cont.)
Advento da alma racional e dos sentimentos (séc. VIII a.C.) (cont.)
Na época greco-latina a percepção do mundo espiritual já tinha desaparecido
O ser humano tinha se aprofundado no mundo material
Conquistou o mundo sensorial
Por isso os mitos gregos representam os deuses
como tendo todos os problemas e qualidades do ser humano
Exceto a mortalidade
7. Os 3 membros da alma e a história (cont.)
Advento da alma racional e dos sentimentos (séc. VIII a.C.) (cont.)
Havia um grande perigo de a materialização do ser humano ser forte demais
Ele perderia totalmente a possibilidade de
se relacionar com o mundo espiritual
receber a sabedoria do mundo espiritual
Por isso foi necessário que um ser espiritual altíssimo, um ser divino, viesse à Terra e
revertesse esse processo
7. Os 3 membros da alma e a história (cont.)
Advento da alma racional e dos sentimentos (séc. VIII a.C.) (cont.)
O Cristo foi, portanto, o salvador da humanidade
Não é à toa que ele é denominado “salvador”, sem se saber o que isso significa
Em alemão, Heiland, o sanador, de heilen, curar
7. Os 3 membros da alma e a história (cont.)
Advento da alma racional e dos sentimentos (séc. VIII a.C.) (cont.)
O ser humano tinha sido lançado por seres divinos na Terra
Não houve “pecado original”!
Pois no “Paraíso” o ser humano ainda estava no mundo espiritual
Não tinha consciência, portanto não tinha liberdade
Somente um ser divino poderia ajudar o ser humano a se libertar da Terra
E voltar-se para o mundo espiritual
Com consciência e em liberdade