• Nenhum resultado encontrado

: Brapci ::

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share ": Brapci ::"

Copied!
8
0
0

Texto

(1)

D A

C A PA C ITA Ç Ã O D E R EC U R SO S

H U M A N O S

EM SER ViÇ O S D E

IN FO R M A Ç Ã O A EXPER IÊN C IA S C O M

ED U C A Ç Ã O A D ISTÂ N IC IA

R esum o:

srqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

D escr eve evoluçã o e conceitos;

efei-tos de muda nça s substa ncia is na socieda de;

ino-va ções tecnolá gica s e ger encia is, que têm ocor r

i-do na á r ea de r ecur sos huma nos em ser viços de

DCBA

in fo r m a ç ã o . O fer ece pa r â metr os nor tea dor es pa r a

ca pa cita çã o de RH , especia lmente a pr ogr a ma

-ções em biblioteca s univer sitá r ia s, a poia ndo-se

em pr eceitos de qua lida de. C omo opçã o

metodo-lógica a ponta a inda a educa çã o a distâ ncia ,

ci-ta ndo a lguma s exper iência s em ter r eno na ciona l.

P alavras-C have: C a pa cita çã o de Recur sos

H uma nos. Ser viços de In fo r m a ç ã o .

Bibliote-ca s U niver sitá r ia s. U NE SP . SIBi-U SP . Br a sil,

Selo P a ulo. E duca çã o a D istâ ncia .

1

INTRODUÇÃO

1.1 Q uestões ger a is a dministr a tiva s, ca pa cita çã o de r ecur sos huma nos e

compr eensã o de seus conceitoszyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Para a compreensão do processo de

capaci-tação de recursos humanos, faz-se necessá-

SRQPONMLKJIHGFEDCBA

R e g in a C é lia B a p tis ta B e llu z z o *

rio traçar pontos históricos, rever impactos

sociais que, entre outras coisas, se

relacio-nam à globalização de atividades, formação

de novos mercados econômicos, urbanização

generalizada da sociedade, tornando-a mais

complexa, desigual e diversifica da. Com isso,

o ritmo de transformação decorre de modo

extremamente rápido, exigindo, por sua vez,

respostas mais flexíveis e mecanismos de

ação participativos.

Em tal cenário, a capacitação de recursos

humanos em qualquer tipo de organização

passa a ser uma função gerencial estratégica, cujos pontos de referência podem ser assim

consubstanciados: a) repensar o universo de

conhecimentos onde se atua, de forma mais

dinâmica e com vista à sua atualização contí-nua; b) reverter o conceito sobre o

conheci-mento, ao invés de sóestocá -Ia , enfatizando

agora a capacidade de gerenciar

conhecimen-to adquirido in continuum, valorizando o

ca-pital intelectual das organizações.

*Professora-assistente Doutora no Departamento de Biblioteconomia e Documentação (Campus MarílialUNESP) .

Consultora em Recursos Humanos e Qualidade. regina@techno.com.br

(2)

R e g in a C é lia B a p tis ta B e llu z z o

srqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

1.2 H istór icozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Numa rápida posição histórica, lembremo-nos das alterações da sociedade dos fins do século dezoito para o início do dezenove, com a revo-lução industrial, mormente ocorrida na Ingla-terra e Estados Unidos. Destaca-se neste ponto a divisão social e suas técnicas do trabalho, nas

quais apontam-se alguns fatores como

multiplicidade de processos de produção,

es-pecialização profissional e criação de novos

mercados de trabalho.

No século vinte surgem nas organizações dos

países desenvolvidos os então chamados

De-partamentos de Administração de Recursos

Humanos (ARH). Sua função precípua era

adaptar os indivíduos às exigências do

traba-lho, amenizando as insatisfações das classes

trabalhadoras. Desse modo, a ARH é área ex-tremamente sensível à cultura que predomina

nas organizações, sendo contingencial e

situacional.

Atualmente, pode-se dizer que a ARH está pas-sando por grandes mudanças e inovações,

re-comendando-se denominá-Ia como G estã o de

P essoa s na s O r ga niza ções, sobretudo às por-tas do terceiro milênio, quando as pessoas dei-xam de ser um desafio para se tomarem a van-tagem competitiva das organizações, capazes de conduzí-las à excelência e ao sucesso. Por-tanto, devem ser abordadas como seres dota-dos de inteligência, conhecimentos,

habilida-des, personalidahabilida-des, aspirações, percepção.

SRQPONMLKJIHGFEDCBA

É

preciso dar ênfase ao seu desenvolvimento, por

meio de ações dedicadas ao

ensino-aprendi-zagem em seu próprio ambiente de trabalho,

modernamente denominadas como E duca çã o

C or por a tiva (Meister, 1999).

1.3 C a r a cter iza çã o e conceitos na á r ea

a dministr a tiva , e sua s difer encia ções

O conceito de recursos humanos (RH), por

sua vez, acompanha a evolução das

organi-24

zações e o processo histórico das relações de

trabalho, destacando-se entre outras coisas a

separação dos elementos que planejam dos

que executam atividades. Sendo estes últimos,

aqueles que dividem responsabilidades nas

estruturas hierárquicas de poder e instituem

a burocracia em forma de valores, normas e

procedimentos; enfim, os que orientam o

pla-no de ação organizacional.

A ciência administrativa de RH

tradicional-mente assenta-se num tripé: ta r efa s, pessoa s

e a dministr a çã o, cujos antigos paradigmas até

hoje norteiam as ações administrativas nas

organizações, tendo como mentores:

Frederick W. Taylor; Elton Mayo e Henri

Fayol. Pontos-chave de suas linhas, podem

ser assim sintetizados:

(a ) Ta r efa s - sistematização de

informa-ções sobre práticas de trabalho, para

melhores métodos de produção do

traba-lhador.

(b) P essoa s - oferecimento de condições de

trabalho para gerar cooperação espontânea

entre-grupos;

(c) P la neja mento, or ga niza çã o, dir eçã o e contr ole - entrosamento entre RH e tarefas a

fim de ocorrer desempenho eficiente nas

or-ganizações, aliado à satisfação humana.

Na fase contemporânea, as teorias

adminis-trativas enfatizam a natureza das

organiza-ções como sistemas, tendo em vista a

interligação dos diversos componentes aos

objetivos. Por sua vez, a eficácia de qualquer prática gerencial dependerá das característi-cas de cada situação em particular.

Reforça-se, então, um conceito/objeüvo

so-bre G estã o de P essoa s, que pode ser

expres-so como um conjunto de pr incipios, estr a

té-gia s e técnica s cujo fim é contr ibuir pa r a a

R . b r a s . B ib lio te e o n . D o e ., S ã o P a u lo , N o v a S é r ie , v . 1 , n . 1 ,p.2 3 - 3 7 ,1 9 9 9

D a C a p a c ita ç ã o d e R e c u r s o s H u m a n o s e m S e r v iç o s d e In fo r m a ç ã o aE x p e r iê n c ia s c o m E d u c a ç ã o aD is tâ n ic ia

seleçã o, ma nutençã o, motiva çã o, tr eina mento e desenvolvimento do pa tr imônio huma no de qua lquer gr upo or ga niza do (Toledo, Régis,

1996) . Concomitantemente, surge um novo

conceito para as antigas gerências e chefias,

constituindo-as como lideranças, cujo

gran-de objetivo é sua atuação em três dimensões

nos modernos contextos organizacionais

-gestor es, fa cilita dor es e educa dor es.

De uma perspectiva tayloriana que não

considerava a necessidade de

desenvolvi-mento de capacidades intelectivas do

indi-víduo e de condições humanas no

traba-lho, o conceito posterior de treinamento

evolui, tendo como centro de sua ação o

ser humano e o aumento de sua

produtivi-dade. Proporciona sua integração ao

am-biente de trabalho, e deseja propiciar-lhe

maior satisfação e bem-estar social;

ago-ra, com apoio na linha mayoana e nos

mo-dernos princípios de gestão da qualidade.

Por sua vez, na década de 80, para Macian

(1987) o treinamento atual deveria se

pren-der a um tipo de instrumento implementador

de procedimentos mais racionais,

qualifica-dos e eficazes, porém carregado de

propósi-tos de respeito às necessidades de

desenvol-vimento individual.

De outro lado, devido a uma série de

diver-gências conceituais, permitimo-nos

retrabalhar este assunto, discutindo

expres-sões como tr eina mento e desenvolvimento,

cuja distinção, na própria área de Adminis-tração, nem sempre é clara, limitando-se suas fronteiras entre variáveis de tempo e espaço.

Como processo educativo, as ações

conti-das em forma de tr eina mento acham-se

li-gadas a certas dimensões do conceito de

educa çã o no sentido mais amplo de ensi-no, a pr endiza gem e muda nça s de compor -ta mento (Belluzzo, 1989).

E nsino =educação formalizada, intencional,

geralmente desenvolvida em escolas, em

di-versos níveis. Sua programação ocorre em

termos de objetivos, tempo, conteúdos,

pro-cedimentos metodológicos, público de

inte-resse, formas de avaliação. É administrado

sob cargos de direção e pessoal,

pedagogi-camente orientado para cada tipo de discipli-na, sendo ainda prevista adequação às

carac-terísticas do aprendiz à determinada área e

grau em que o ensino se processa.

Apr endiza gem =ato ou ação de assimilar

co-nhecimento, cujo efeito final é adquirir e/ou

modificar comportamentos pelo aprendiz.

Modernamente, fala-se em

ensino-apren-dizagem, por ser um processo único de

interação, criação e construção entre

"mes-tre e aluno", entendendo que sua

efetividade, eficiência e eficácia só se

efetuam com a satisfação do aprendizado

pelo sujeito da ação - o educando.

Muda nça de compor ta mento = traduz-se

como resultado do processo educacional, no

qual as reações do aprendiz apresentam

ca-racterísticas diferentes das anteriores, e

pre-vistas como desejáveis pelo ensino-aprendi-zagem.

Entendemos que ensino-aprendizagem se

es-tabeleça como conseqüente mudança de'

comportamento, ocorrendo tanto antes,

du-rante, como após uma ação educativa,

con-tando com efetiva interação

educador/apren-diz, gerando conseqüências previsíveis de

estratégias de ação pedagógica. Portanto, toda ação educativa compreende atuação sistêmica

onde os agentes influenciam-se,

reciproca-mente, em múltiplas direções, com diferen-tes graus de liberdade.

Voltando a falar particularmente de

organi-zações, já existem preocupações dos autores

modernos interessados na área

administrati-va com a questão defor ma r a titudes desejá

(3)

R e g in a C é lia B a p tis ta B e l/u z z o

srqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

veis (zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBALima,1987), que bem caracterizam a natureza da empresa como um tipo de

orga-nização humana construída (ou destruída)

pela qualidade de seu pessoal. O que toma

uma empresa diferente de outra é a habilida-de das pessoas que nela atuam para criar e

usar o conhecimento em todas as suas

for-mas, sendo possível produzir assim algum

bem que tenha valor agregado ao mercado

produtivo. No que concerne às ações de ca-pacitação de recursos humanos, seu objetivo

vai além de simples transmissão de

conheci-mentos e de preparar pessoas para a

realiza-ção de determinada tarefa, mas sim de

trans-cender à dimensão mais profunda de formar

atitudes para que sejam atingidas as metas

institucionais e a melhoria de qualidade de

vida da sociedade.

Encontramos em Bomfin (1995) a afirmação

de que uma organização bem-sucedida é

aquela que seus administradores acreditam e

investem na educação plena dos seres huma-nos que compõem seus quadros. Há

necessi-dade pois de ter-se uma fundamentação

sóli-da sobre as correntes que orientam essa

prá-tica educativa, uma vez que elas irão

susten-tar, tanto téorica como metodologicamente o

processo de ensino-aprendizagem nas

orga-nizações.

Chiavenato (1998), autor renomado na área

de Gestão de Pessoas nas Organizações,

acre-dita que o binômio tr eina mento

SRQPONMLKJIHGFEDCBA

&

desenvol-vimento não deve estar dissociado,

conside-rando-se que um complementa o outro. Há

que se distinguir, porém, o treinamento

sig-nificando o preparo da pessoa para o desem-penho de um cargo, enquanto que a

educa-ção para o desenvolvimento, tem como

pro-pósito preparar as pessoas para serem traba-lhadores e cidadãos.

Já na área da Educação, a partir da década de

80 modernas tendências, como a de Fusari

26

(1988), passam a perceber o treinamento, no

conjunto do processo deeducação-em-serv],

ço, como um meio limitado e específico, ca-paz de propiciar mudanças em nível da am-pliação da consciência crítica, dimensão téc-nico-política de uma prática, e sempre

envol-vendo conscientização e instrumentalização.

Sob essa ótica, analisando as organizações

nos anos 90, Rodrigues (1992) chama

aten-ção para a questão da necessidade de ações

educativas nesses ambientes tendo em vista o processo de mudança que, no seu entender,

deverá ocupar-se efetivamente da realidade

e necessidades organizacionais, ao invés de

elaborar "pacotes" de idéias ou cursos

base-ados só em modismos "o que são coisas do

passado". Wanderley (1992) e Naethe (1992)

partilham dessa preocupação e chamam a

atenção às necessidades de capacitação

con-tínua de recursos humanos para lidar com

mercados emergentes de trabalho, onde as

novas tecnologias e os novos padrões de

men-talidade voltados à qualidade, são grandes

desafios.

1.4 C a pa cita çã o de r ecur sos huma nos e gestã o da qua lida de

Tendo em vista o desenvolvimento de

pro-gramas de capacitação em quaisquer que

se-jam as organizações, os pontos relevantes

requeridos do educando são:

a) capacidade de planejar e desenvolver

ações para maior facilidade de comunicação e efetividade do trabalho em equipe / rede;

b) perfil profissional que integre:

arcabouço teórico, pleno conhecimento dos

produtos/serviços e processos/atividades

em que esteja envolvido; habilidades para

intervir na produção; autonomia, espírito

crítico e capacidade organizacional em sua

esfera de trabalho.

R. bras. Bibliotecon. Doe., São Paulo, Nova Série, v. 1, n. 1, p. 23-37,1999

D a C a p a c ita ç ã o d e R e c u r s o s H u m a n o s e mS e r v iç o s d e In fo r m a ç ã o aE x p e r iê n c ia s c o m E d u c a ç ã o aD is tâ n ic ia

-São pontos bastante enfatizados nas

aborda-gens de gestão da qualidade, como sendo a

"filosofia ger encia l volta da a o a tendimento dos inter esses, desejos enecessida des de cli-entes inter nos e exter nos" (Belluzzo, 1995: 1ge 20). Essa filosofia, calcada em ino-vações básicas, envolve mudanças na

cultu-ra das organizações, cujos princípios, em

sín-tese, são os que seguem:

* Priorização do trabalho em equipe / rede.

* Estímulo à polivalência profissional.

* Valorização da educação contínua.

* Manejo e humanização do conhecimento

como instrumento fundamental de processo

criativo e inovador.

Seu objetivo é atingir os próprios requisitos

de qualidade nas organizações,

fundamenta-dos nas percepções dos clientes externos e

que são considerados a essência dos

produ-tos e serviços oferecidos em mercado

globalizado e altamente competitivo.

Não é possível analisar o desempenho no tra-balho como fato isolado na vida do ser hu-mano, tendo em vista que se interligam,

tan-to fatan-tores intrínsecos como extrínsecos, nas

ações transformadoras dos indivíduos em

sociedade. Não obstante a pessoa apresente

um perfil específico e diferenciado,

carrega-rá consigo informações e influências de

ou-tros campos de atividade.

Nesse processo de trocas recíprocas, pois,

aca pa cita çã o de r ecur sos huma nos

encon-tra sua razão de ser nas organizações

por-que r epr esenta uma for ma de educa çã o pa r a o tr a ba lho. Conseqüentemente, é

oportunizado às organizações o próprio

desenvolvimento pelo reverso da medalha,

ou seja, mediante o crescimento dos seus

recursos humanos, originado dessa troca de

experiências e processo de mudança da

cada indivíduo e/ ou equipes.

Portanto, neste novo conceito valorativo, em que se concebe o homem não apenas como simples meio de produção, e o trabalho,

dei-xa de ser sinônimo de exploração. Épreciso

repensar novas formas de mediação entre as aspirações dos indivíduos e das organizações, assumindo críticas do processo, ampliando a

consciência de fatores contraditórios com o

trabalho no contexto social.

Modelos conservadores de ações educativas,

em especial aqueles denominados

tradicional-mente como treinamento-em-serviço,

basea-dos em diagnósticos fortuitos que identificam

situações isoladas, sem que haja visão

sistêmica do processo produtivo e suas

vari-ações, necessariamente precisam ser

repen-sados criticamente e mudados.

Assim sendo, em que pese a variedade de

conceitos e enfoques apresentados, é

impor-tante esclarecer que acreditamos ser melhor

adotar a expressão formação-em-serviço em

lugar de treinamento-em-serviço, para tratar

do processo de capacitação de pessoas em

seus ambientes de trabalho, tendo como

objetivo a melhoria da competência profissi-onal nos seus campos técnico, humano e po-lítico para alcançar a qualidade tanto no de-sempenho pessoal como no organizacional.

Desta forma, afor ma çã o-em-ser viço -

ter-mo a ser adotado de agora em diante -

signi-fica a funçã o ger encia l que compr eende um pr ocesso educa tivo pa r a fins de integr a çã o

de pessoa s a a mbientes de tr a ba lho, ga r a n-tindo seu bem-esta r e a conseqüente qua li-da de de qua lquer tipo de or ga niza çã o. Sua

contextualização como um ato de educar

im-plica em pensar na inovação em educação,

relacionando-o aos termos "mudança", ou

"melhoria" ou "aperfeiçoamento", porém de

forma contínua e sob enfoque de modernos

princípios de gestão da qualidade em duas

vertentes: como complemento de lacunas/c

(4)

R e g in a C é lia B a p tis ta B e llu z z o

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

rências OU atualização da própria formação

básica recebida.

Convive-se atualmente com modalidades e

estratégias de formação-em-serviço de

natu-reza vária. Basicamente, no entanto,

pode-se distinguir entre a formação presencial

(ações face a face) e aquelas mediadas pelas

tecnologias da informação ( formação à

dis-tância), embora ambas devam coexistir

por-que se completam e interagem entre si.

WVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

2

C A P A C ITA Ç Ã O D E R E C U R S O S H U M A N O S E M S E R V iÇ O S D E

IN FO R M A Ç Ã o/B IB LIO TE C A S

Tema intensamente debatido na literatura

es-pecializada estrangeira. No caso da área

biblioteconômica recairá no envolvimento

com transformações e exigências prementes

de recursos humanos, sobretudo agora com a

introdução de novas tecnologias de

comuni-cação e mudanças sócio-econômicas

afetando as organizações (Casey,1980;

Erikson, 1986; Gurnsey,1985; Igbaria,

Tan,1997; Rehman,1997; Sherron, 1997;

Wray, 1992).

Todavia, o tratamento com mais ênfase

ain-da não acontece com a capacitação de

re-cursos humanos em bibliotecas. Já em 1940

aparece na

srqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Libr a r y Liter a tur e, pela

primei-ra vez, o termo treinamento-em-serviço (

in-ser vice-tr a ining), De modo geral, tal

tema era utilizado para instruções a novas

atribuições e práticas específicas de alguns

tipos de empresas, tendo em vista a

imple-mentação de novas regras ou normas de

trabalho (Stabler, 1987).

Nota-se que o primeiro Programa de

Treina-mento em bibliotecas aconteceu em 1946,

desenvolvido por Lowell Martin. Segundo

Stabler (1987), destacam-se quatro pontos

fundamentais:

SRQPONMLKJIHGFEDCBA

*O aprendiz deve ser colocado à vontade na

biblioteca.

*

Sua tarefa deve ser esclarecida pelo instrutor

de modo claro e passo a passo.

* O programa inclui exercícios práticos.

* Os novos funcionários devem ser

incenti-vados a usar todas as suas potencialidades.

Embora tenham sido simples esses quatro

enunciados, daí em diante passaram a ser

prá-tica habitual nas ações de instruções de

re-cursos humanos em bibliotecas.

2.1 P r á tica s envolvendo a a mbiência dos ser viços de infor ma çã o

Selecionando-se práticas de alguns países:

2.1.1 Ingla ter r a (1977)

A Library Association (LA) publica oRepor t

of the Libr a r y Associa tion Wor king P a r ty of Tr a ining; resultante de estudos do seu

Education Committee. Resumindo as

reco-mendações desse documento, temos:

• Programas de capacitação de recursos

hu-manos, calcados na identificação de

neces-sidades determinadas.

• Formação-em-serviço como atividade a ser

integrada nos objetivos de todo sistema bi-bliotecário e incluído no orçamento-progra-ma da organização.

• Coordenador devidamente qualificado e

nomeado para tal empreendimento.

• Conscientização do valor desses programas

com início desde a formação básica dos bi-bliotecários e cultivada durante sua atuação profissional.

• Estudos e pesquisas in loco, bem como um

sistema de avaliação sobre os resultados des-ses programas, sendo levados em conta pe-los administradores de bibliotecas como sub-sídio a planejamentos de futuros programas.

D a C a p a c ita ç ã o d e R e c u r s o s H u m a n o s emS e r v iç o s d e In fo r m a ç ã o aE x p e r iê n c ia s c o m E d u c a ç ã o aO is tã n ic ia

-pela importância e representatividade de uma

Associação de classe como a LA e de seus

Grupos de Trabalho, sendo um deles

dedica-do à formação-em-serviço, surgiram dessas

recomendações uma série de diretrizes

intituladas como G uidelines for Tr a ining in

Libr a r ies [ D ir etr izes pa r a Tr eina mento em Biblioteca s] subdivididas em:

• Tr a ining in Sma ll Libr a r ies [ Tr eina mento em Biblioteca s P equena s] (Boodson, 1990).

• Tr a ining on Ma na gement in Libr a r ies [ Tr ei-na mento pa r a G er encia mento em

Bibliote-ca s] (Backer, 1991).

Esses trabalhos, contendo pontos teóricos e

práticos fundamentais para o delineamento de

ações de capacitação de recursos humanos,

são de valia aos interessados no planejamen-to de tais atividades. Neles, cada elemenplanejamen-to é discutido em relação aos diferentes tipos de

necessidades de formação, conhecimento e

experiência, combinando-se as

responsabili-dades e oba ckgr ound de cada tipo de

ele-mento que compõe o quadro de RH da Bibli-oteca. Ao final, além de bibliografia seletiva, nos anexos são apresentados modelos de

pro-gramas, comprovando a viabilidade de

operacionalização dessas diretrizes.

2.1.2 Livr os

Já têm sido publicados inúmeras obras,

des-tacando-se o "P la nning Libr a r y Tr a ining

P r ogr a mmes" de autoria de Mary Casteleyn, bibliotecária inglesa, que desde 1976

desen-volve programas para o Sta jJ a nd Tr a ining

O fJ icer Westminster C ity Libr a r ies e oBr itish C ouncil Tr a ining P r ogr a mme. Segundo a autora, para que as bibliotecas ofereçam um

serviço eficiente e eficaz é importante que

seus RH sej am bem formados, não apenas em

técnicas biblioteconômicas, mas

principal-mente nas relações interpessoais com os

cli-entes externos. Oferece ainda ampla

descri-ção de experiências educativas em

bibliote-cas inglesas, com visão teórico-prática sobre

o planejamento e desenvolvimento de cursos

para bibliotecários e pessoal de apoio

(Casteleyn, 1981).

2.1.3 D éca da s de 80 e 90 - E sta dos U nidos - E xper iência s em Biblioteca s

U niver sitá r ia s

Neste contexto, um importante relato sobre o

desenvolvimento de um programa de

capaci-tação de RH é oferecido, em 1993, por

Grumling; Sheehy. Lançado pelas

bibliote-cas da Northwestern University, University

of Chicago e University of Illinois, a partir

de 1985, em forma de consórcio, compreen-dendo a efetivação de eventos como

seminá-rios ewor kshops com apoio de leitura de

tex-tos, discussões, exercícios práticos e sob a

responsabilidade de lideranças mais

experi-entes. Temas que variam a cada ano,

incluin-do basicamente: serviços técnicos, coleções

especiais, serviço de referência, acesso às

bases de dados, orçamento-programa e

ges-tão estratégica de recursos humanos. Este

enfoque da gestão participativa, são

princí-pios que norteam atualmente as organizações

consideradas como benchma r king no

merca-do de negócios.

2.1.4 C ontr ibuições de Ser viço de

Refer ência em Ambientes Vir tua is

A par das publicações citadas,

focalizan-do sob diferentes óticas a formação de

pes-soas em ambientes bibliotecários, pode-se

notar também a tendência crescente para

estudos voltados aos serviços de

referên-cia e informação que incorporaram novas

ferramentas de trabalho.

Destaca-se então a Association for

Research Libraries (ARL, 1984) que

pu-blica documento intitulado Sta jJ Tr a ining

for Automa tion in ARL Libr a r ies,

(5)

R e g in a C é lia B a p tis ta B e llu z z o

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

do aos interessados ambientes virtuais na

área da educação importantes diretrizes

acerca da elaboração de programações de

capacitação de RH em bibliotecas

automatizadas.

Um relato substancioso é o de Valerie

Thompson (1992), em artigo intitulado

srqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Tr a ining for a utoma ted cir cula tion systems, sobre a necessidade de

formação-em-serviço de RH, detectada em 21

biblio-tecas automatizadas na Nova Zelândia.

Trata-se de pesquisa em parceria com a

Associação de classe daquele país. De

modo geral, as ações educativas

produzi-ram melhor desempenho no sta ff quando

da implantação e desenvolvimento do

sis-tema de circulação automatizado,

diminu-indo falhas na operacionalização, e

otimi-zando o uso dos recursos informacionais

pelos clientes.

Merece destaque ainda a experiência da

University College of Wales Library,

descrita por Tedd (1984), enfatizando a

formação-em-serviço a fim de que haja

envolvimento das equipes bibliotecárias na

introdução e implementação das novas

tecnologias em biblioteca acadêmica.

Esses trabalhos têm sido notáveis subsídios

para melhor compreensão do novo

significa-do ao bibliotecário de referência e de sua

equi-pe, principalmente em ambientes virtuais.

Tudo isto, no que se refere ao aumento da

produtividade e responsabilidade desta faceta

de profissionais que atua em serviços de

re-ferência, agentes estes capazes de atuar com o que se denomina "soluções individuais ou

personalizadas", vindo a representar um novo

conceito sobre a tendência na oferta de

pro-dutos/serviços com foco nos interesses e

ne-cessidades dos clientes das organizações

(Nolan,1992; Stabler, 1987; Veaner, 1985;

Whitehall, 1992).

30

2.1.5 D éca da de 90 - F or ma çã

o-em-Ser viço e G estã o da Q ua lida de

Mais recentemente desponta no campo das

bibliotecas otema for ma çã o-em-ser viço e

suá estreita relação com os princípios de

gestã o da qua lida de. Assim, um dos

pou-cos trabalhos recuperados com essa

carac-terística é o de Loney; Belle-Fontaine

(1993), onde é salientada a importância dos

bibliotecários trabalharem no foco dos

ser-viços voltados para o cliente. Digno de nota

é o modelo de implementação de

progra-ma de qualidade em bibliotecas,

principal-mente no que diz respeito ao

planejamen-to estratégico e desenvolvimento de

habi-lidades específicas nos recursos humanos

por meio de ações educativas contínuas e

apropriadas a cada situação. Pode-se

sintetizá-lo nas seguintes fases:

• E xplor a çã o e compr omisso (conscienti-zação / visão geral sobre gestão da

qua-lidade e serviços aos clientes).

• O r ga niza çã o pa r a a qua lida de

(planeja-mento estratégico e formação de equipes

da qualidade com suporte de ações

educativas denominadas

formação-em-serviço ) .

• Impla nta çã o do pr ogr a ma de qua lida de

to-ta l(avaliação dos processos/atividades

me-diante o uso de ferramentas da qualidade).

• E xpa nsã o e integr a çã o

(desenvolvimen-to de programas contínuos de

formação-em-serviço com todo osta jJ ).

2.1.6 Br a sil - E xper iência s em decur so

SRQPONMLKJIHGFEDCBA

É incipiente ainda a literatura

especializa-da nacional nesta temática. A própria

ges-tão da qualidade, em geral, requer maior

amadurecimento e se ressente da

transfe-rência de conceitos e técnicas consagrados

pelo setor de produção industrial para o

ambiente de serviços de informação.

R. b r a s . B ib lio te c o n . D o c ., S ã o P a u lo , N o v a S é r ie , v . 1 , n .1 , p.2 3 - 3 7 ,1 9 9 9

D a c a p a c ita ç ã o d e R e c u r s o s H u m a n o s e m S e r v iç o s d e In fo r m a ç ã o a E x p e r iê n c ia s c o m E d u c a ç ã o a O is tâ n ic ia

--Vm dos poucos trabalhos deste teor, foi de-senvolvido como parte integrante da

pesqui-sa para a tese de doutorado defendida na

ECA-USP (Belluzzo, 1995). Trata-se o

mes-mo, em síntese, de um "Programa de

Capa-citação dos Recursos Humanos da Rede de

Bibliotecas da Universidade Estadual Paulista

(lJNESP)" que compreendeu o

desenvolvi-mento de dois projetos: o primeiro voltado a

équipe multifuncional e o outro direcionado

às equipes bibliotecárias em todos os níveis

funcionais (bibliotecários e pessoal de apoio).

Ambos projetos se integravam ao "Plano de

Gestão da Qualidade", apoiado pela

Coordenadoria Geral de Bibliotecas e Reito-ria da UNESP ( Silva et al., 1994).

o

programa de formação-em-serviço

desti-nado à Equipe Multifuncional refere-se à

ca-pacitação de um grupo representativo de

bi-bliotecários das diferentes áreas de atuação

das bibliotecas (Humanas, Exatas e Biológi-cas) e objetivou interagir junto às gerências

para divulgar ações e oferecer orientação

quanto à integração das equipes

bibliotecári-as ao ambiente de trabalho e ainda às

atividades do Plano de Gestão da Qualidade.

Por sua vez, o projeto voltado para todos os recursos humanos das Bibliotecas da UNESP

orientou-se na formação de novas posturas

em relação à qualidade dos serviços, ao de-senvolvimento de habilidades e

competênci-as. A ênfase recai na assimilação e domínio

de conceitos e técnicas adequados aos

pro-cessos de planejamento e execução das ações

consideradas estratégicas para o alcance das

metas de qualidade desejáveis pela comuni-dade acadêmica. Neste ponto, em particular,

Ocorre a utilização do modelo

teórico-práti-co para a determinação dos perfis de

compe-tências de equipes bibliotecárias, sob enfoque

da gestão da qualidade desenvolvido por

Belluzzo ( 1995). O qual norteou todo o

pla-nejamento e execução do programa de

for-mação-em-serviço, desenvolvido junto à

Rede de Bibliotecas da UNESP durante um

período de três anos (1993-1995).

Apesar de dificuldades havidas e ajustes que

continuamente se fazem necessários, esta

experiência, devido ao seu caráter pioneiro

em contexto brasileiro, tem um grande méri-to em nosso entender. Desperméri-tou e susciméri-tou o início de mudanças nas posturas

administra-tivas das gerências das bibliotecas

envolvi-das por meio da implementação do programa

de aperfeiçoamento contínuo dos RH, a fim

de alcançar a excelência na prestação de

ser-viços informacionais há muito almejada.

É importante ressaltar que em setembro de

1999 a Coordenadoria Geral de Bibliotecas

da UNESP e a Reitoria decidiram priorizar a continuidade do programa de capacitação dos

recursos humanos das bibliotecas, tendo em

vista os projetos de modernização e

automação havidos na ambiência de todas as

unidades da Rede. Deste modo, espera-se

poder contribuir para a sua consecução,

ago-ra apoiados na gestão da qualidade, também

em novas tecnologias de informação e em

princípios de gestão participativa e educação

corporativa.

Paralelamente à experiência relatada, o

Sis-tema Integrado de Bibliotecas da

Universi-dade de São Paulo (SIBi-USP) que, desde

1992 passa por processo de remodelação e

replanejamento estratégico de suas ações,

oportunizou a um de seus Grupos de

Traba-lho - Meta 9 - Q ua lida de e P r odutivida de

- efetivar o planejamento e a implantação de

programas de capacitação de equipes

biblio-tecárias em todos os níveis funcionais das

bibliotecas integrantes do Sistema. Criou-se

pois o "Programa de Capacitação de Equipes

Bibliotecárias do SIBi-USP

(PROCAP-SIBi-USP), estruturado de acordo com linhas de

ação destinadas:

(6)

R e g in a C é lia B a p tis ta B e llu z z o

srqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

• C a pa cita çã o pr é-ser viçozyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA(recém-admitidos nas bibliotecas da USP e/ou indicadas para

exercer novos processos/atividades),

• Recicla gem e a tua liza çã o (revitalizando o programa de formação-em-serviço).

• Aper feiçoa mento de pessoa l (participando

de cursos de pós-graduação e atividades

es-pecíficas de estudos e pesquisas).

Inseridos no PROCAP-SIBi-USP,

encontram-se projetos, sob a coordenação da Profa. Dra. Regina Celia Baptista Belluzzo, e que podem ser sintetizados:

• "C a pa cita çã o de equipes bibliotecá r ia s do

SIBi-U SP : desenvolvimento de modelo

tecnologico pa r a a mbientes em pr ocesso de r emodela çã o e a poia do em pr incípios de qua -lida de" (Belluzzo et al., 1997).

Compreen-deu um aprendizado em equipe e dialogação

com base em raciocínio sistêmico, A tônica

deste primeiro momento de capacitação

pro-curou transcender limitações, identificar e

compreender melhor o SIBi-USP e seu

con-texto organizacional, gerando visão

compar-tilhada de imagem futura, onde a convergên-cia de esforços é fundamental para o alcance

das metas estabelecidas em programa

remodelador.

Trata-se de proposta fundamentada em

no-vas posturas gerenciais, diversidade dos

con-textos sócio-culturais e peculiaridades dos

diferentes locais onde é implantada.

Consti-tui integração inédita e aprimoramento de

metodologia e instrumentos disponíveis no

Sistema. Baseia-se em modernos princípios

da qualidade, administração por projetos e

gestão participativa, a fim de que propicie

formação-em-serviço e desenvolvimento de

RH de forma institucionalizada nas

bibliote-cas da USP.

o

foco de atenção desse projeto recai nas

gerências e equipes bibliotecárias

integran-32

tes das "Metas", consideradas como Grupos

de Trabalho, que atuam de forma matricial e

traçam as linhas de ação prioritárias do Siste,

ma. Tais Metas, portanto, definem novas

diretrizes, estratégias estruturais e

metodológicas, que de forma contínua

complementarão conhecimentos e

habilida-des em função da gestão das novas

sistemáti-cas de implementação da cultura da

aprendi-zagem organizacional, tornando o SIBi-USP

um serviço de informação acadêmico que

gera conhecimento às demandas da área no

contexto brasileiro.

o

intuito deste trabalho chega no momento

culminante de abrir espaço especial para a

Educação a Distância, sem contudo entrar em

pormenores teóricos. No momento, a

inten-ção é salientar a importância desta opção

metodológica como nova forma de

capacita-ção exigida aos modernos ambientes

eletrônicos dos serviços de informação,

apon-tando ainda experiências desta autora no

SIBi-USP (Belluzzo et al., 1998).

3

WVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

E D U C A Ç Ã O A D IS T N C IA C O M O O pçà O M E TO D O LÓ G IC A P A R A A

C A P A C ITA Ç Ã O D E E Q U IP E S

B IB LIO TE C Á R IA S D O S IB I-U S P

U M P R O G R A M A S O B E N FO Q U E D A

G E S TÃ O D A Q U A LID A D E

Tendo-se implementado uma nova

filo-sofia educacional para a melhoria

contínua dos RH no SIBi-USP como

re-sultado do projeto anteriormente

mencio-nado, sentiu-se a necessidade de inovar o

PROCAP-SIBi-USP, com a otimização dos

recursos humanos e tecnológicos

disponí-veis no Sistema. Elaborou-se, assim, esse

novo projeto para a continuidade do

pro-cesso de formação-em-serviço com apoio

de programa educativo não apenas

R.

SRQPONMLKJIHGFEDCBA

b r a s . B ib lio te c o n . D o e ., S ã o P a u lo , N o v a S é r ie , v . 1 , n . 1 ,p.2 3 - 3 7 ,1 9 9 9

D a C a p a c ita ç ã o d e R e c u r s o s H u m a n o s e m S e r v iç o s d e In fo r m a ç ã o aE x p e r iê n c ia s c o m E d u c a ç ã o aD is tâ n ic ia

---resencial, cujo objetivo é oferecer novas

~etodologias e estratégias didáticas,

espe-cialmente aquela denominada como E

du-ca çã o a D istâ ncia (EAD).

O EAD foi escolhido como meio de dotar

o SIBi-USP de condições de atender às

novas demandas por formação-em-serviço

de forma ágil, célere e qualitativamente

superior. Teve por base a compreensão de

que, a partir dos anos sessenta, a educação

a distância começou a distinguir-se como

metodologia não-convencional de

educa-ção, capaz de atender com grande

perspec-tiva de eficiência, eficácia e qualidade aos

anseios da universalização do

ensino-aprendizagem. É meio apropiado também

à permanente atualização dos

conhecimen-tos gerados de forma cada vez mais

inten-sa pela ciência e cultura humanas em uma

sociedade onde o aprender continuamente

é considerado como novo modus de

tra-balhar.

Na verdade, a EAD tem uma longa

histó-ria de experimentações, sucessos e

fracas-sos. Sua existência recente, distante das

cartas de Platão e das famosas epístolas de

São Paulo, repousa nas experiências de

ensino por correspondência iniciadas a

partir do século XVIII e com grande

in-centivo e disseminação em meados do

sé-culo vinte. Assim, acreditamos ser

perfei-tamente racional a sua inserção junto a um

sistema de bibliotecas como o da USP. Nos

dias atuais, o mundo em que vivemos está

se tornando cada vez mais interativo e

vi-sual, com possibilidade de utilização dos

muItimeios que vão desde os impressos a

simuladores on-line em redes de

computa-dores, avançando a cada momento em

direção da comunicação instantânea de

da dos-voz-ima gem via satélite ou

medi-ante cabos de fibra ótica. Certamente o

EAD é um veículo a mais que vem

permi-tir a aplicação de formas de grande

interação entre o aprendiz e os centros

edu-cacionais, com a vantagem de não

reque-rer a necessidade do deslocamento fisico

dos ambientes de trabalho para o

aprendi-zado, como também pela absorção de

no-vos instrumentos e desenvolvimento de

habilidades diferentes daqueles enfatizados

no processo de educação tradicional.

Em nosso país, registram-se várias

expe-riências com EAD em instituições

gover-namentais, não -governamentais e

particu-lares. Entretanto, na área de bibliotecas

universitárias é quase certo que este

pro-jeto do SIBi-USP é uma iniciativa

pionei-ra, uma vez que sua implementação

acha-se norteada pelo uso de novas tecnologias

de informação e princípios de gestão

es-tratégica de recursos humanos, onde a

fi-losofia do "aprender a aprender juntos" tem

sido a base para o desenvolvimento de uma

Lea r ning O r g a ni z a tion no Sistema

(Bender, 1997; Riggs, 1997) . Espera-se

que este primeiro passo de investimento ao

EAD permita ao SIBi-USP seguir a

dinâ-mica própria das transformações

tecnológicas que devem ser incorporadas

às organizações de serviço, bem como a

sofisticação, o requerimento da agilidade

e flexibilidade no trato com a informação

e o conhecimento, além de oferecer aos

profissionais que nele atuam o

desenvol-vimento contínuo de cor e competence

embasado nos princípios da qualidade.

4

C O N S ID E R A Ç Õ E S FIN A IS

A questão da capacitação de equipes bibliote-cárias tem-se revestido de crescente importân-cia na atualidade, principalmente devido às

rá-pidas e vertiginosas mudanças tecnológicas,

econômicas e sociais que caracterizam o

ce-nário social das últimas décadas.

(7)

R e g in a C é lia B a p tis ta B e llu z z o

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

No Brasil, onde grande parte dos

profissio-nais disponíveis no mercado produtivo tem

baixo nível de escolaridade, é preciso

estar-mos atentos a esse novo elemento

educacio-nal para que o país possa se desenvolver e

disputar mercados de forma competitiva.

Trata-se de assunto da maior relevância e

requer especial atenção dos profissionais

da informação para a consolidação da

pes-quisa na área de

srqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

G estã o de P essoa s, tanto

de modo geral como, particularmente, à

área da Biblioteconomia, que ainda se

res-sente da formação de base téorica mais

consistente, causando inúmeras barreiras

ao desenvolvimento de serviços de

infor-mação com a qualidade.

Mesmo diante da escassez da produção

na-cional especializada sobre conhecimentos e

tecnologias voltados à capacitação de

equi-pes bibliotecárias, recomenda-se que esse

assunto seja incorporado às atividades de

G estã o E str a tégica de P essoa s nos Ser viços de Infor ma çã o no contexto brasileiro e que

as seguintes condições sejam intemalizadas

nesses ambientes de trabalho:

• Maior produtividade e interesse dos

profis-sionais da informação na busca e geração

do conhecimento nessa área.

• Melhor aproveitamento dos modelos e

tecnologias já desenvolvidos,

consideran-do-se as especificidades nacionais.

• Desenvolvimento de projetos que

contem-plem novas modalidades pedagógicas

como meio de formação-em-serviço de

equipes bibliotecárias. Em especial, aE

du-ca çã o a D istâ ncia , considerada como um processo de comunicação mediatizado e que

permite a situação de "a pr ender a a pr ender

pa r a empr eender ':

Em síntese, em um mundo em que se vive

sob a égide das transformações e mudanças,

34

o acesso à informação e ao conhecimento

sis-tematizados e às formas de capacitação para

a tomada de decisões independentes e

autônomas, requerem inúmeras ações estra-tégicas apoiadas em interfaces entre as

fron-teiras da educação formal, pois:

SRQPONMLKJIHGFEDCBA

*O centro de atenção de qualquer área de

atuação profissional não está voltado para

ofa zer , mas sim para o quer er e sa ber fa zer , o que exige competência

inovado-ra permanente.

*Over da deir o pr ofissiona l não é

simples-mente aquele que a dquir iu uma pr

ofis-sã o, mas aquele que se aperfeiçoa e se

desenvolve continuamente para poder

acompanhar e até mesmo se antecipar na

intervenção da realidade social em

mu-tação contínua.

Em decorrência, a exemplo da educação

corporativa que as organizações estão

adotando atualmente, as formas de EAD

podem desempenhar múltiplos papéis,

con-tribuindo para o fortalecimento de

Progra-mas de Capacitação de Recursos Humanos,

incutindo mentalidade crítica e criativa aos

profissionais da informação, o que

certa-mente possibilitará a transformação das

nossas bibliotecas em verdadeiros espaços

de expressão e criação num F utur o que se

inicia H oje eSempr e.

Abstract: D escr ibes evolution, concepts a nd

eJ J ects of subsla ntia l cha nges in lhe society, a s we!l

ma na gement a nd technologica l a dva nces in

huma n r esour ces of infor ma tion ser vices. So, in

a n a ttempt to o ffe r guidelines to the univer sity

libr a r ies, with lhe suppor t of qua lity pr incipies,

exper iences in na tiona l infor ma tion systems a r e

pr esented.

K e y - w o r d s : H uma n Resour ces. E duca

tion-In fo r m a tio n Ser vices. U NE SP SIBi-U SP Br a zil,

Sã o P a ulo. Aca demic Libr a r ies. D ista nC e

Lea r ning.

R. bras. Bibliotecon. Doe., São Paulo, Nova Série, V. 1, n.1, p. 23-37,1999

D a C a p a c ita ç ã o d e R e c u r s o s H u m a n o s e m S e r v iç o s d e In fo r m a ç ã o aE x p e r iê n c ia s c o m E d u c a ç ã o aD is tâ n ic ia

-~ E R Ê N C IA S

WVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

B IB LIO G R Á FIC A S

ASSOCIATION OF RESEARCH

LIBRA-RIES, 1984, Staff training for

auto-mation in ARL Libraries: SPEC Kit

109. Washington: ARL Office of

Ma-nagement Studies, 1984.

BACKER, D., 1991. Guidelines for

trai-ning in libraries. London: Library

Association.

BELLUZZO, R.C.B., 1989, Educação de

usuários de bibliotecas universitárias:

da conceituação e sistematização ao

es-tabelecimento de diretrizes. São

Pau-10,1989. Dissertação (Mestr.) - Escola

de Comunicações e Artes, USP.

BELLUZZO, R.C.B., 1995, Da capacitação

de recursos humanos à gestão da

quali-dade em bibliotecas universitárias:

paradigma teórico-prático para ambiente

de serviço de referência e informação.

São Paulo, 1995. Tese (Dout.) - Escola

de Comunicação e Artes, USP.

BELLUZZO, R.C.B. et aI., 1997,

Capacita-cion de recursos humanos del Sistema

Integrado de Bibliotecas de Ia

Uníver-sidad de San Pablo (Brasil): una

expe-riencia apoyada en principíos de gestión

de calidad. In: CONGRESO

INTERNA-TIONAL DE INFORMACIÓN ( INFO/

97). Cuba, Textos completos, Cuba,

RSM.

BELLUZZO, R.C.B. et aI., 1998, A

educa-ção a distância como opção

metodoló-gica para a capacitação contínua de

equipes bibliotecárias do SlBi-USP:um

programa sob enfoque da gestão da

quali-dade. In: CONGRESSO

INTERNACI-ONAL DE EAD. 5. São Paulo, 1998.

Ana is. São Paulo: ABED.

BENDER, L.J., 1997. Team

organization-learning organization. Information

Outlook, v.l,n.9, p.l9-23, Sept. '97.

BOMFIN,D., 1995,P eda gogia no tr eina

men-to: correntes pedagógicas no treinamento

empresarial. Rio de Janeiro: Qualitymark.

BOODSON, K., 1990, Guidelines for training

in libraries: training in small libraries.

London: Library Association.

CASEY, G.M., 1980, A educação continuada

na área de biblioteconomia nos Estados

Unidos. Revista Br a sileir a de

Biblioteco-nomia e D ocumenta çã o, v.13, n.l/2, p.

79-80 jan./jun. '80.

CASTELEYN, M., 1981, Planning library

training programmes. London: Andre

Deutsch/ Grafton Book.

CHIAVENATO, 1.,1998, Recur sos huma nos.

5.ed. São Paulo: Atlas.

DRUCKER, P.F., 1980, Administração em

tempos turbulentos. 2.ed. São Paulo:

Pioneira.

ERIKSON, A . M.P. de, 1986, Human

resources: a renewable resource?

Quarterly Bulletin IAALD , v.31, n.2,

p.41-47'86.

FUSARI, J.C., 1988, A educação do

edu-cador em serviço: o treinamento de

professores. São Paulo, 1988.

Disser-tação (Mestr.) - Pontifícia

Universida-de Católica.

GRUMLING, D.K.; SHEEHY, C.A., 1993,

Professional development program:

trai-ning for success within academic

librarianship. College & Research

Libraries, v.54, n.l, p.17-24, jan.'93.

(8)

R e g in a C é lia B a p tis ta B e llu z z o

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

GURNSEY, J., 1985, The information

professions in the eletronic age.

London:Bingley.

IGBARIA, M.; TAN, M., 1997, The

con-sequences of information technology

acceptance on subsequent individual

performance. Information &

Manage-ment, v.32, n.3, p.113-21.

LIMA, R.C. de, 1992, Informação para

o desenvolvimento e a formação de

re-cursos humanos especializados.

Flori-anópolis, 1982. Diss. (Mestr.) -

Uni-versidade Federal de Santa Catarina.

LONEY, T.; BELLEFONTAINE, A, 1993,

TQM training: the library service

chal-lenge. Journal Library

Administrati-on, v.18, n.1I2, p.85-96 '93.

MACIAN, L.M., 1987, Treinamento e

de-senvolvimento de recursos humanos.

São Paulo: EPU.

MARCONDES E SILVA, M.C., 1999,

Competência e resultados em

plane-jamento estratégico de recursos

hu-manos. Rio de Janeiro: Qualitymark.

MEISTER, .J., 1999, Educação

corporativa: a gestão do capital

inte-lectual através das universidades

corporativas. Rio de Janeiro: Makron

Books.

NAETHE, P., 1992, A educação flexível

para o desenvolvimento de pessoal.

In: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE

RECURSOS HUMANOS.

srqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Recur sos

huma nos: foco na modernidade. Rio de

Janeiro: Qualitymark. /s.p./

NOLAN, C.W., 1992, Closing the

reference interview: implications for

policy and practice. Reference

Quarterly, v.31, n.4, p.513-23.

REHMAN, S. et a l., 1997, Defining

competencies for special library

professionals: malaysian experience.

Aslib Proceedings, v.49, n.6, p.162-69,

June '97

RIGGS, D.E., 1997, A commitment to

making the library a learning

organization. College & Research

Libraries, v.58, n.4, p.297-98, July'97.

RODRIGUES, M.V.C., 1992, A

organi-zação dos anos 90 e o processo de

mu-danças. In: ASSOCIAÇÃO

BRASI-LEIRA DE RECURSOS HUMANOS.

Recur sos huma nos: foco na

modernidade. Rio de Janeiro:

Qualitymark /s.p./

SHERRON, G.T., 1997, A new approach

to information education. Education

for Information, v.15, n.l, p.153-69,

March.'97.

SILVA, A. M.; ALMEIDA, G.M.B.;

BELLUZZO, R.C.B, 1994, O plano de

gestão de qualidade e sua

implanta-ção na Rede de bibliotecas da UNESP:

relato de uma experiência. In:

SEMI-NÁRIO NACIONAL DE

BIBLIOTE-CAS UNIVERSITÁRIAS, 8., Campinas,

1994. Ana is. Campinas: Biblioteca

Central /UNICAMP, p.307-16.

STABLER, K.Y., 1987, Introductory

trai-ning of academic reference librarians: a

survey. Reference Quarterly, v.20,

n.3, p.363-69, Spring ,'87.

TEDD, L.A ., 1984, An introductory to

computer-based library sysre

ms-2.ed. Chichester Wiley,' 84.

----36

R_bras ...Bihliotecon_Doc~Sã.o_eaulJl. Noya

SRQPONMLKJIHGFEDCBA

S é r i_ e...Y.~1._n~1~•..•~ ~ _ : l7 _ 1 _ Q Q Q

D a C a p a c ita ç ã o d e R e c u r s o s H u m a n o s e m S e r v iç o s d e In fo r m a ç ã o aE x p e r iê n c ia s c o m E d u c a ç ã o aD is tã n ic ia

---TBOMPSON, v ., 1992, Training for

automated circulation systems: the New

Zealand experience. Library

Manage-ment, v.l3, n.2, p.l-44,'92.

TOLEDO, F. ; REGIS, R., 1996, Recursos

humanos e globalização: como

enfren-tar os novos desafios com humanismo e

competência. São Paulo: FTA.

TRAINING in libraries: report ofthe Library Association, 1997, Working Party on Trai-ning. London: Library Association.

VEANER, A . B., 1985 to 1995: the next

decade in academic librarianship.

College & Research Libraries, v.46,

n.4, p.295-308'85.

WANDERLEY, J.A.C., 1992, Mudanças

organizacionais. In: ASSOCIAÇÃO

BRASILEIRA DE RECURSOS

HU-MANOS. Recursos humanos: foco

na modernidade. Rio de Janeiro:

Qualitymark /s.p/

WHITEHALL, T., 1992, Quality in library

and information service: a review.

Library Management, v.13, n.5,

p.23-35 '92.

WRAY, D., 1983, An exploration into the

social and economic effects of

information technology. Aslib

P r oceedings, v.35, n.l0, p.379-88, Oct.'83.

Referências

Documentos relacionados

Sem dúvida alguma o Estado Democrático de Direito vem consagrar junto a ele o Princípio da Dignidade Humana como um princípio norteador de todo o ordenamento jurídico, sendo este

prestação devida pela MAPFRE está limitada ao dano decorrente do sinistro até ao montante do capital seguro e por referência ao valor do interesse seguro ao tempo

Ao analisar as respostas de todos os entrevistados, foi possível apresentar as seguintes características como perfil dos moradores na invasão do Km2: jovens, brancos, vivem em

A Tabela 6 identifica as categorias de CI mais empregadas nos estudos investigados. Percebe-se que as categorias empregadas referem-se a categorias que mesclam a

autoincriminação”, designadamente através da indicação de exemplos paradigmáticos. Sem prejuízo da relevância da matéria – traduzida, desde logo, no número e

Por fim, dada as previstas asserções, o presente artigo conclui a nulidade da Língua Esperanto como proposta de embate ao imperialismo americano, conquanto, o

 We have seen above that an important special case of representation by full-comparability domains is the maximization of a possibly incomplete preference relation, which is

Este artigo possui a seguinte estrutura: na se¸ c˜ ao II s˜ ao explanados os Fundamentos da Termodinˆ amica aplicados ` as m´ aquinas t´ ermicas; a se¸ c˜ ao III exp˜ oe o