• Nenhum resultado encontrado

TEXTO PARA DISCUSSÃO N o 908

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "TEXTO PARA DISCUSSÃO N o 908"

Copied!
100
0
0

Texto

(1)

ISSN 1415-4765

TEXTO PARA DISCUSSÃO N

o

908

INDICADORES DE COMPETITIVIDADE E DE COMÉRCIO EXTERIOR DA

AGROPECUÁRIA BRASILEIRA

José Garcia Gasques

Júnia Cristina P. R. da Conceição

Brasília, setembro de 2002

(2)

Livros Grátis

http://www.livrosgratis.com.br

Milhares de livros grátis para download.

(3)
(4)

ISSN 1415-4765

TEXTO PARA DISCUSSÃO N

o

908

INDICADORES DE COMPETITIVIDADE E DE COMÉRCIO EXTERIOR DA

AGROPECUÁRIA BRASILEIRA

*

José Garcia Gasques

**

Júnia Cristina P. R. da Conceição

***

Brasília, setembro de 2002

(5)
(6)

ISSN 1415-4765

Governo Federal

Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão

Ministro – Guilherme Gomes Dias Secretário-Executivo – Simão Cirineu Dias

Fundação pública vinculada ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, o Ipea fornece suporte técnico e institucional às ações governamentais – possibilitando a formulação de inúmeras políticas públicas e programas de desenvolvimento brasileiro –, e disponibiliza, para a sociedade, pesquisas e estudos realizados por seus técnicos.

Presidente

Roberto Borges Martins Chefe de Gabinete Luis Fernando de Lara Resende

Diretor de Estudos Macroeconômicos Eustáquio José Reis

Diretor de Estudos Regionais e Urbanos Gustavo Maia Gomes

Diretor de Administração e Finanças Hubimaier Cantuária Santiago

Diretor de Estudos Setoriais Luís Fernando Tironi

TEXTO PARA DISCUSSÃO

Publicação cujo objetivo é divulgar resultados de estudos direta ou indiretamente desenvolvidos pelo Ipea, bem como trabalhos que, por sua relevância, levam informações para

profissionais especializados e estabelecem um espaço para sugestões.

As opiniões emitidas nesta publicação são de exclusiva e de inteira responsabilidade dos autores, não exprimindo, necessariamente, o ponto de vista do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada ou o do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

É permitida a reprodução deste texto e dos dados nele contidos, desde que citada a fonte. Reproduções para fins comerciais são proibidas.

Esta publicação contou com o apoio financeiro do Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID, via Programa Rede de Pesquisa e Desenvolvimento de Políticas Públicas – Rede-Ipea, o qual é operacionaliza- do pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvol- vimento – Pnud, por meio do Projeto BRA/97/013.

(7)
(8)

SUMÁRIO

SINOPSE ABSTRACT

1 INTRODUÇÃO 7

2 CONCEITUAÇÃO DE COMPETITIVIDADE 7

3 METODOLOGIA 8

4 RESULTADOS DOS INDICADORES DE COMÉRCIO EXTERIOR DA AGROPECUÁRIA PARA BRASIL E PAÍSES SELECIONADOS 17

5 INDICADORES PARA O BRASIL 20

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 29

ANEXO I 30

ANEXO II 42

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 91

(9)
(10)

SINOPSE

Este trabalho tem por objetivo estimar um conjunto de indicadores de comércio exte- rior da agropecuária brasileira no período 1990/2001, e representa uma síntese de uma pesquisa feita no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com o propó- sito de estimar indicadores de comércio exterior da agropecuária. A importância desse tema foi também sistematizar os principais resultados do comércio exterior a fim de facilitar uma análise mais abrangente da agricultura. Os resultados encontrados cons- tituem importante instrumento para o acompanhamento e para a avaliação de políti- cas públicas que tenham impacto no desempenho exportador.

ABSTRACT

This work analyses some indicators of international commerce of agricultural during the period of 1990 to 2001. It represents a sintesis of a research that has made in Ipea, with the purpose of to estimate indicators of international commerce of agriculture.

The issues of this research represents importants instruments for evaluation of public

policies in Brazil.

(11)
(12)

1 INTRODUÇÃO

As baixas taxas de crescimento da economia brasileira registradas nos últimos anos reacendem as discussões sobre os caminhos possíveis do crescimento. Esse ponto é bem explicitado no recente trabalho de Bielschowsky e Mussi (2002), o qual reúne opiniões e estudos de economistas brasileiros de diferentes tendências analíticas sobre estratégias de desenvolvimento do país. Os autores são unânimes em reconhecer que o setor externo da economia é uma questão-chave para o crescimento. Nesse sentido, estudos que procurem analisar o tema da competitividade fornecem importantes sub- sídios para a definição e para a orientação de políticas públicas.

Nesse sentido, este trabalho teve por objetivo estimar um conjunto de indicadores de comércio exterior da agropecuária brasileira no período 1990/2001, e representa uma síntese de uma pesquisa feita no Ipea com o propósito de estimar indicadores de comércio exterior do setor agropecuário (Gasques e Conceição, 2002). A importância deste tema foi, também, sistematizar os principais resultados do comércio exterior, a fim de facilitar uma análise mais abrangente da agricultura. Os resultados encontra- dos constituem importante instrumento para o acompanhamento e para a avaliação de políticas públicas que tenham impacto no desempenho exportador.

O trabalho foi organizado da seguinte forma, além desta introdução. Na segun- da seção são apresentadas conceituações de competitividade além de serem relaciona- dos estudos sobre o tema. Na terceira seção é apresentada a metodologia utilizada para a obtenção das estimativas dos indicadores de comércio exterior da agropecuária e também destacada a fonte dos dados utilizados. Na seção 4 são apresentadas as es- timativas dos indicadores de comércio exterior para os diversos países analisados, bem como são discutidos os principais resultados obtidos. Na quinta seção é feita uma análise específica para o Brasil a partir dos dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Secex). O uso desta fonte possibilitou que a análise se estendesse até 2001. Nesta seção são incorpo- rados e discutidos os resultados de estimativas de equações de oferta de exportações agropecuárias obtidas por Barros, Bacchi e Burnquist (2002).

2 CONCEITUAÇÃO DE COMPETITIVIDADE

A literatura sobre comércio internacional é bastante rica e há vários conceitos de

competitividade internacional. Valdés (1996) coloca que existe um consenso sobre o

fato de a competitividade internacional ser a habilidade de os empresários criarem,

produzirem e comercializarem mercadorias e serviços com mais eficiência do que seus

(13)

tam a competitividade das unidades de produção: dinamismo macroeconômico, di- namismo financeiro, dinamismo comercial, elementos de infra-estrutura e recursos humanos das firmas.

Há estudos como o de Gopinath et alii (1997) que mostram que a competiti- vidade é um conceito relativo com duas dimensões: a doméstica e a internacional.

Se em um país o crescimento real da agricultura for maior que o crescimento da economia, então conclui-se que a agricultura do país está ganhando competitividade em relação ao resto da economia. E se o crescimento da agricultura de um país é maior que o de outro, então, segundo esses autores, diz-se que o primeiro está ganhando competitividade bilateral sobre o segundo.

O trabalho de Haguenauer (1989) indica que, do ponto de vista do desempenho das exportações de um setor (indústria), seriam competitivas as indústrias que ampliam sua participação na oferta internacional de determinados produtos. Conforme a auto- ra, a competitividade consiste na capacidade de um país em manter e em expandir sua participação nos mercados internacionais e em elevar simultaneamente o nível de vida de sua população Segundo ela, quando se expande o conceito também para a capaci- dade de competir no mercado doméstico, é utilizado o índice de penetração das im- portações, o saldo entre exportações e importações ou o grau de exposição à competi- ção externa. Este último combina a participação de exportações e de importações na produção e na demanda internas.

Outros autores vêem a competitividade como a capacidade de um país em pro- duzir determinados bens igualando ou superando os níveis de eficiência observáveis em outras economias. O crescimento das exportações seria uma provável conseqüên- cia da competitividade, e não sua expressão. A literatura associa também o conceito da competitividade a diferenciais de preços, problemas tecnológicos, salários e produ- tividade, em que a medida mais usual é a produtividade do trabalho.

Um estudo realizado pelo Ipea analisou a competitividade de grãos e de algumas cadeias a partir de preços, custos e tecnologia. O trabalho mostrou que outros fatores relacionados a políticas são decisivos na determinação da competitividade (Gasques e Villa Verde, 1998). Martin, Westgren e Van Duren (1991) utilizam o conceito de competitividade como a habilidade de um país em obter e em manter sua participa- ção, além de afirmarem que a competitividade envolve um conceito comparativo.

O trabalho de David e Nonnenberg (1997) foi a base para a definição e para a escolha dos indicadores usados no presente trabalho, além do contato pessoal com o primeiro autor, o que possibilitou a discussão dos indicadores utilizados. Finalmente, o trabalho de Barros, Bacchi e Burnquist (2002) também tratou da questão da com- petitividade de produtos agropecuários e estimou equações de exportação para onze complexos agropecuários.

3 METODOLOGIA

As informações utilizadas nesta pesquisa são as publicadas pela Organização das Nações

Unidas (ONU), cujos dados são compatibilizados para mais de 100 países, por meio da

Standart International Trade Classification (SITC). Essas informações são consolidadas

(14)

e publicadas no International Trade Statistics Yearbook. A opção pelo uso dos dados da ONU incorreu numa limitação quanto ao detalhe, pois não foi possível utilizar a classi- ficação de cinco dígitos, e sim de três dígitos. As informações individuais por país e por grupos de produtos são apresentadas em até cinco dígitos. Quando se tomam as infor- mações entre países por grupo de produtos a abertura máxima da classificação é de ape- nas três dígitos. Daí o fato de a análise ter sido feita até esse detalhamento quando se tratou de comparações entre países. Além dessa fonte, utilizou-se também a Secex, o que permitiu uma análise mais detalhada e atual para o Brasil.

3.1 DEFINIÇÃO DOS INDICADORES

Os indicadores utilizados neste documento são detalhados a seguir:

a) Posição no Mercado Mundial (Sik

)

S

ik

= (X

ik

– M

ik

)/ W

k

) . 100 (1)

em que:

X

ik

= exportações do produto ou setor referentes ao país ou grupo i;

M

ik

= importações do produto ou setor k referentes ao país ou grupo i;

W

k

= comércio mundial do produto ou setor k.

Como é expresso em porcentagem, os valores do indicador variam entre zero e 100. Quanto mais alto for esse valor, maior é a intensidade de participação do país no comércio internacional do produto ou do setor selecionado, seja como exportador ou como importador. O indicador pode ser calculado para um produto ou setor.

b) Participação do Saldo Comercial dos Produtos no PIB (yi)

yik = 100 . ((Xik – Mik)/ Yi) (2)

em que:

Xik = exportações do produto ou setor k referentes ao país ou grupo i;

Mik = importações do produto ou setor k referentes ao país ou grupo i;

Yi = PIB do país ou grupo i.

c) Participação do Saldo Total no PIB

yi = 100 . ((Xi – Mi)/ Yi) (3)

em que:

Xi = exportações totais do país ou grupo i;

Mi = importações totais do país ou grupo i;

(15)

d) Índice para Eliminação da Influência das Mudanças Não Específicas do País

Estudado (e

k(n)

)

e

k1

(n)

= (W

k(r)

/ W

(r)

) / (W

k(n)

/ W

(n)

) (4) e

k2(n)

= (W

u(r)

/ W

(r)

) / (W

u (n)

/ W

(n)

) ⇐ Para o Total de Produtos Agrícolas (5) em que:

W

u(r)

comércio mundial dos produtos agrícolas no ano de referência;

W

u(n)

comércio mundial dos produtos agrícolas no ano estudado.

Os cálculos são os mesmos utilizados no indicador anterior, com a diferença de que, em vez de utilizarmos o comércio mundial do produto k no ano de referência e em todos os anos estudados, utilizamos o comércio mundial de produtos agrícolas nos mes- mos anos.

e) Participação do Saldo Comercial por Produto na Média das Trocas do País

pik= 100 . ((X

ik

– M

ik

) / ((X

i

+ M

i

) /2)) (6) em que:

X

ik

= exportações do produto ou setor k referentes ao país ou grupo i;

M

ik

= importações do produto ou setor k referentes ao país ou grupo i;

X

i

= exportações totais do país ou grupo i;

M

i

= importações totais do país ou grupo i;

X

ik

= exportações do produto ou setor k referentes ao país ou grupo i;

M

ik

= importações do produto ou setor k referentes ao país ou grupo i;

X

i

= exportações totais do país ou grupo i;

M

i

= importações totais do país ou grupo i.

Para cada ano, esse indicador mostra a razão entre o saldo comercial para deter- minado produto ou setor e a média das trocas [(exportações totais + importações)/ 2]

de um país. Caso pik seja maior que zero, o país é um exportador líquido; caso seja menor que zero, o país é um importador líquido.

f) Participação do Saldo Comercial Total de Produtos Agrícolas na Média das

Trocas do País

pi = 100 . ((X

i

– M

i

) / ((X

i

+ M

i

) / 2)) (7) em que:

X

i

= exportações totais do país ou grupo i;

M

i

= importações totais do país ou grupo i;

p

i

= >0 país é um exportador líquido;

p

i

= <0 país é um importador líquido.

g) Participação do Comércio do Produto k no Comércio Total de Produtos

Agrícolas do País

(16)

qik = (X

ik

+ M

ik

) / (X

i

+ M

i

) (8) em que:

X

ik

= exportações do produto ou setor k referentes ao país ou grupo i;

M

ik

= importações do produto ou setor k referentes ao país ou grupo i;

X

i

= exportações totais do país ou grupo i;

M

i

= importações totais do país ou grupo i.

Tal indicador mostra o peso relativo do produto ou setor selecionado no comér- cio exterior do país, independemente de este ser um exportador ou importador líqui- do do produto.

h) Vantagem Comparativa (fik

)

f

ik

= (y

ik

– q

ik

. y

i

) (9)

em que:

y

ik

= participação do saldo comercial dos produtos no PIB = 100 . ((X

ik

– M

ik

)/ Y

i

);

y

i

= participação do saldo comercial total no PIB = 100 . ((X

i

– M

i

) / Y

i

);

qik = participação do comércio do produto k no comércio total do país = (X

ik

+ M

ik

) / (X

i

+ M

i

);

X

ik

= exportações do produto ou setor k referentes ao país ou grupo i;

M

ik

= importações do produto ou setor k referentes ao país ou grupo i;

X

i

= exportações totais do país ou grupo i;

M

i

= importações totais do país ou grupo i;

Y

i

= PIB do país ou grupo i.

Valores positivos do indicador determinam que o país apresenta uma vantagem comparativa para aquele produto ou setor específico. Valores negativos, ao contrário, indicam uma desvantagem comparativa.

i) Contribuição Corrigida ao Saldo dos Produtos Agropecuários

C’

ik

= p’

ik

– q’

ik

. p’i (10)

p’

ik

= participação corrigida do saldo comercial na média

= 100 . ((X’

ik

– M’

ik

) / (1/2 (X

i

+ M

i

))) (11) q’

ik

= participação corrigida do comércio do produto k no comércio total de pro- dutos agrícolas do país i

= (X’ k + M’ ) / (X + M ) (12)

(17)

M’

ik

= importações corrigidas do produto ou setor k referentes ao país ou grupo i;

X

i

= exportações totais do país ou grupo i;

M

i

= importações totais do país ou grupo i.

Esse indicador faz parte do cálculo do indicador de adaptação à demanda mun- dial, mas também pode ser analisado isoladamente. Foi calculado com base nos dados corrigidos de exportações e de importações. Nesses dados são eliminadas as influên- cias que não são específicas do país estudado, e sim decorrentes da evolução dos pesos dos produtos ou dos setores no comércio internacional. Para tanto, é necessário esco- lher um ano base em relação ao qual toda a série permanece referenciada. Para cada ano, esse indicador mostra a diferença entre as contribuições efetiva e esperada, corri- gidas, de um produto ou setor selecionado ao saldo comercial de um país, em relação à média das trocas. Por contribuição esperada entende-se a participação relativa das trocas (exportações + importações) do produto ou setor selecionado na contribuição ao saldo da balança comercial em relação à média das trocas que seria vigente caso o produto ou setor em questão tivesse conservado a mesma participação no comércio internacional que apresentava no ano de referência (David e Nonnemberg, 1997).

Da mesma forma, contribuição efetiva corrigida é a participação que o saldo comercial do produto ou do setor selecionado teria na média das trocas do país, caso esse produto ou setor tivesse mantido a mesma participação no comércio internacio- nal que tinha nos anos de referência. Valores positivos do indicador determinam que o produto ou setor selecionado contribuiria mais que o esperado para o saldo comer- cial do país se houvesse mantido a mesma posição no comércio internacional apresen- tada no ano de referência. Nas mesmas condições, valores negativos selecionados con- tribuiriam menos que o esperado (David e Nonnemberg, 1997).

j) Taxa Tendencial de Crescimento da Demanda Mundial

Calcula-se a tendência do Comércio Mundial para cada um dos produtos estu- dados, mediante a utilização dos valores logaritmizados (

ln

) das exportações mundiais.

Em seguida, são calculados dois tipos diferentes de d

k

. Entenda-se por demanda mundial as exportações mundiais no valor do produto ou do setor em questão.

j.1) Taxa tendencial de crescimento da demanda mundial em relação ao ano de

referência (d

k1

).

d

k1

= tendência (l

n

W

k(n)

) / tendência (l

n

W

k

(ano de referência));

d

ki

= taxa tendencial de crescimento da demanda mundial em relação ao ano de referência.

Tendência ((l

n

W

kln

) = tendência do valor logaritimizado do comércio mundial no ano estudado.

Tendência (

ln

Wk (ano de referência)) = tendência do valor logaritimizado do comércio mundial no ano de referência.

j.2) Taxa tendencial de crescimento da demanda mundial em relação ao ano

anterior

d

k2

= tendência (l

n

W

k(n)

/ tendência ((l

n

W

k(n-1

))

(18)

d

k2

= taxa tendencial de crescimento da demanda mundial em relação ao ano an- terior.

Tendência

ln

(W

k(n-1

)) = tendência do valor logaritimizado do comércio mundial no ano anterior ao estudado.

Esse indicador mostra a taxa tendencial de crescimento da demanda internacional do produto ou setor selecionado no período estudado. Entenda-se por demanda in- ternacional as exportações mundiais no valor do produto ou do setor em questão.

k) Indicador de Desempenho

PERF

kij

= (

Vkijt −(Vkijtº.Vkjt /Vkjtº)

(14) em que:

Vt

kij

= exportações do produto k no ano t originárias do país ou grupo i, e dire- cionadas para o país ou grupo j;

Vtº

kij

= exportações do produto k no ano to originárias do país ou grupo i, e di- recionadas para o país ou grupo j;

Vt

kj

= importações totais do produto realizadas pelo país j no ano t;

Vtº

kj

= importações totais do produto k realizadas pelo país j no ano to;

Valores positivos do indicador significam que o país exportador ganhou espaço, em relação ao ano inicial, no mercado do país importador, para o produto ou setor selecionado. Ao contrário, valores negativos indicam que o país exportador perdeu espaço no mercado do país importador.

3.2 CONSTRUÇÃO DOS INDICADORES

A relação que compreende o setor agropecuário totaliza 60 (sessenta) produtos apre- sentados na tabela 1, os quais constituem o comércio total do setor agropecuário para os países analisados.

Desse total de produtos agropecuários, as comparações entre países foram possí- veis com 23 (vinte e três), conforme a tabela 1.2, os quais foram os produtos utiliza- dos para a construção dos indicadores de competitividade e de comércio exterior.

O nível de agregação de três dígitos foi determinado pela disponibilidade das in- formações existentes no anuário das Nações Unidas. Esse nível de agregação é aquele que possibilita que as informações de comércio dos países sejam comparadas. Embora as informações disponibilizadas pelas Nações Unidas atinjam cinco dígitos, as compa- rações entre países ficam limitadas a três dígitos.

Na tabela 2 observa-se a lista dos 102 (cento e dois) países utilizados na pesquisa.

(19)

TABELA 1

Relação de Produtos de Origem Agropecuária

Cód. Produto Cód. Produto

011 Carne fresca congelada e resfriada 081 Ração para Animais (forragem) 012 Carne salgada, defumada e ressecada 091 Margarina e gordura

014 Carne preparada, preservada 098 Produtos comestíveis, mantimentos

022 Leite e creme 121 Tabaco

023 Manteiga 211 Couro, pele brutos

024 Queijo e coalho 212 Peles não trabalhadas

025 Ovos de aves, frescos e preservados 222 Sementes (p/ óleos) 034 Peixe fresco congelado e resfriado 223 Sementes para outros óleos 035 Peixe salgado e defumado 232 Borracha natural e gomas 036 Outros peixes(moluscos) frescos e congelados 233 Borracha sintética

037 Peixe preparado, preservado 244 Cortiça natural, não trabalhada

041 Trigo não triturado 246 Polpa da madeira

042 Arroz 247 Outras madeiras brutas

043 Cevada não processada 248 Lã

044 Milho não triturado 251 Polpa para Papel

045 Cereais não processados 263 Algodão

046 Trigo, farinha e farinha refinada 274 Sulphur, unrstd irn pyrte

047 Outros cereais (farinha e pó) 261 Seda

048 Cereais 264 Juta, outras fibras têxteis

054 Vegetais frescos e outros 265 Fibras vegetais

056 Vegetais preparados e preservados 267 Outras fibras

057 Frutas, nozes e outros 268 Lã, cabelos de animais

058 Frutas preparadas e preservadas 291 Materiais animais crus

061 Açúcar 292 Materiais vegetais brutos

062 Balas e doces de açúcar 411 Óleos animais

071 Café e substitutos 423 Óleos vegetais

072 Cacau 423 Óleos vegetais refinados

073 Chocolate e produtos 424 Óleos vegetais não refinados

074 Chá e mate 431 Óleos animais processados

075 Tempero, condimentos 625 Tubos de borracha p/ pneus

Fonte: ONU.

Para alguns indicadores, foram utilizados apenas 33 (trinta e três) países, cuja se-

leção justifica-se pela freqüência no comércio dos produtos trabalhados e pela impor-

tância de tais países no comércio mundial (ver tabela 2.1 adiante).

(20)

TABELA 1.2

Produtos Analisados

Cód. Produto

011 Carne fresca congelada e resfriada 022 Leite e creme

024 Queijo e coalho

034 Peixe fresco congelado e resfriado 035 Peixe salgado e defumado 041 Trigo não triturado 042 Arroz

044 Milho não triturado 048 Cereais

054 Vegetais frescos e outros 057 Frutas, nozes e outros 058 Frutas preparadas e preservadas 061 Açúcar

071 Café e substitutos 072 Cacau

121 Tabaco

222 Sementes (p/ óleos) 232 Borracha natural e gomas 233 Borracha sintética

248

251 Papel 263 Algodão 423 Óleos vegetais

Fonte: ONU.

(21)

TABELA 2

Relação de Países

Países

África do Sul Etiópia Mianma

Alemanha Fiji Nigéria

Arábia Saudita Filipinas Noruega

Argentina Finlândia Nova Zelândia

Austrália França Países Baixos

Áustria Gana Panamá

Azerbaijão Grécia Papua-Nova Guiné

Bélgica Guatemala Paquistão

Benin Guiana Paraguai

Brasil Holanda Peru

Bulgária Honduras Polônia

Burkina Faso Hong Kong Portugal

Camarões Hungria Reino Unido

Canadá Índia República Dominicana

Casaquistão Indonésia Romênia

Chade Iran Rússia

Chile Irlanda Síria

China Islândia Sri Lanka

Chipre Israel Suécia

Cingapura Itália Suíça

Colômbia Iugoslávia Suriname

Coréia Japão Tajiquistão

Costa Rica Kenya Tailandia

Côte d'lvoire Líbano Tanzânia

Cuba Lituânia Tchecoslováquia

Dinamarca Macedônia Tunísia

Equador Malásia Turcomenistão

Egito Malawi Turquia

El Salvador Mali Ucrânia

Emirados Árabes Unidos Marrocos Uganda

Eslováquia Maurício Uruguai

Espanha Mauritânia Usbequistão

Estados Unidos México Vietnã

Estônia Moldávia Zimbabwe

Fonte: ONU.

(22)

TABELA 2.1

Relação de Países mais Importantes no Comércio Mundial dos Produtos Agropecuários Analisados

Países

Alemanha Estados Unidos Nova Zelândia

Argentina França Países Baixos

Austrália Grécia Paraguai

Bélgica Hong Kong Peru

Brasil Índia Polônia

Canadá Indonésia Portugal

Chile Itália Reino Unido

China Japão Rússia

Colômbia Malásia Suécia

Dinamarca México Tailândia

Espanha Noruega Uruguai

Fonte: ONU.

A análise da importância desses países no comércio mundial dos produtos anali- sados mostra que os países relacionados na tabela 2.1 representam mais de 90% das exportações mundiais de cada produto considerado (Gasques e Conceição, 2002).

4 RESULTADOS DOS INDICADORES DE COMÉRCIO EXTERIOR DA AGROPECUÁRIA PARA BRASIL E

PAÍSES SELECIONADOS

Os resultados comparativos dos indicadores de comércio para os principais países exportadores estão apresentados no quadro 1 adiante. Para maiores detalhes e verifi- cação das magnitudes dos indicadores para os países e produtos, pode-se consultar o Anexo 1 deste trabalho. O relatório original desta pesquisa apresenta esses resultados para 33 países analisados (Gasques e Conceição, 2002).

Verificando-se o que mais se destaca no quadro 1, nota-se que, no comércio mundial do açúcar, os países que se encontram em melhores posições são Brasil, Cu- ba e Tailândia. Seus indicadores de posição no mercado mundial são os mais eleva- dos. O Brasil mostra uma característica única quanto a esse produto: a expansão da importância do açúcar nas trocas e no comércio interno do país.

Outro destaque entre os diversos países refere-se ao arroz. A importância desse

produto no PIB e no comércio em relação ao total dos produtos cresce de maneira

(23)

velmente sua posição no mercado mundial. Contudo, a China, como produtor tradi- cional de arroz, também melhora sua posição no mercado mundial.

O café, apesar de constar como um importante formador do saldo comercial em vários países do mundo, não mostra tendência de expansão nos diversos indicadores.

A carne fresca congelada e resfriada tem a Nova Zelândia como melhor represen- tante em termos de Posição no Mercado Mundial. Entretanto, há uma tendência de perda de importância desse produto nos principais países produtores no indicador Participação do Saldo Comercial por Produto na Média das Trocas. Na classificação mundial, os países que ocupam as melhores posições quanto ao indicador Posição no Mercado Mundial são Estados Unidos e Países Baixos.

Há certa estabilidade dos indicadores referentes a frutas e nozes. No Chile, entre os poucos produtos com os quais o país se destaca no comércio mundial, frutas e no- zes são aqueles sobre os quais o país tem Vantagem Comparativa. Observando-se os resultados desses produtos, verifica-se que poucos países têm vantagem comparativa.

Tradicionais produtores, como Espanha, têm perdido vantagem; outros, como Chile, têm ganho vantagem comparativa.

Em frutas preservadas e preparadas poucos países têm Vantagem Comparativa.

Os únicos países que apresentam sinal positivo quanto a esse indicador são Alemanha, Bélgica, Brasil e Tailândia. Vários países, como Espanha, Estados Unidos, França e Itália vêm perdendo vantagem.

No comércio mundial de milho, sem dúvida, a melhor posição é a dos Estados Unidos, mas é na Argentina onde há melhor comportamento dos demais indicadores.

Poucos países têm vantagem comparativa nesse produto; entre estes encontram-se Argentina, Alemanha, Bélgica, Estados Unidos e França.

Óleos vegetais apresentam pouca expressão no PIB dos países. A melhor posição no mercado mundial se observa no Brasil, Alemanha, Espanha e Argentina.

Peixe fresco, congelado e resfriado é um produto que tem grande expressão na formação do PIB em países como a Islândia. Mas chama a atenção o aumento de sua importância em alguns grandes países, embora a Noruega mantenha o melhor indi- cador de Posição no Mercado mundial. Poucos países têm Vantagem Comparativa nesse produto. Entre os que a têm encontram-se Canadá, Chile, Dinamarca e Espanha.

Em sementes e óleos, cujo principal produto é a soja em grão, as melhores posi- ções no mercado mundial são de Estados Unidos e Brasil. Mas vêm aumentando sua importância no comércio desse produto a Argentina e a China. Sementes e óleos têm grande expressão no indicador Participação do Saldo do Produto na Média de Tro- cas, na Argentina e no Brasil. Muitos países apresentam vantagem comparativa nesse produto. Entre os que não têm vantagem encontram-se Rússia e Países Baixos.

Em relação ao fumo, os países que detêm as melhores posições são Brasil e Esta- dos Unidos, Turquia e Zimbawe. É um dos produtos sobre os quais o Brasil tem Vantagem Comparativa, juntamente com Itália e Índia.

Finalmente, no que se refere ao trigo, as melhores posições no mercado mundial

são Austrália, Canadá, Estados Unidos, França e Argentina, embora este último país

se encontre numa posição inferior em relação aos demais.

(24)

Pelo fato de os dados dos países serem muito agregados, não são percebidas de- terminadas mudanças que possam estar ocorrendo na distribuição dos diversos pro- dutos no comércio do país. Para procurar perceber as eventuais mudanças que ocor- rem em cada país, construiu-se a composição dos produtos exportados ao longo dos anos em cada país (ver Anexo 2).

Percebem-se, assim, algumas mudanças importantes nos indicadores. Na Argen- tina, tem sido crescente a participação do saldo de óleos vegetais na média das trocas.

Substanciais mudanças têm ocorrido no Brasil em relação a esse indicador para lã, óleos vegetais, soja, tabaco e frutas preservadas e preparadas. A participação do saldo desses produtos na média das trocas tem-se elevado.

Outras mudanças têm ocorrido no Chile quanto ao aumento da importância de peixe e frutas. Também na China é visível o aumento da importância de arroz, frutas preservadas e preparadas, peixe fresco e tabaco. Estados Unidos têm aumentado seus negócios no produtos nos produtos arroz e óleos vegetais.

QUADRO 1

Resultados Comparativos dos Indicadores de Comércio Exterior para os Principais Países Exportadores

Indicadores Produtos Particip. do Saldo Comercial

dos Produtos no PIB

Particip. do Comércio do Produto K no Comércio

Total de Produtos Agrícolas do País

Particip. do Saldo Comercial por Produto

na Média das Trocas

Vantagem

Comparativa Posição no Mercado Mundial (061)

Açúcar Cuba e Maurício são os países onde esse indicador é mais importante.Para o Brasil, embora esse indicador seja pequeno, revela um sinal sempre positivo.

O Brasil tem uma participação crescente do açúcar no comércio total de produtos agrícolas do país.

A importância desse indicador é crescente para o Brasil e o país é um exportador líquido.

O Brasil revela vantagem comparati- va no açúcar e há tendência de crescimento desse indicador.

Brasil, Cuba, França e Tailândia apresentam as melhores posições e Brasil e Cuba apresentam tendência de crescimento do indicador.

(042) Arroz Uruguai e Vietnã são os países onde esse indicador é mais importante, mas o Uruguai apresenta tendên- cia de crescimento, e o Vietnã, de queda.

Uruguai é o país que vem apresentando a maior expansão desse indicador.

Esse indicador revela-se muito expressivo no Uruguai.

Maior vantagem mundial é do Uruguai, onde há também tendência de crescimento.

Países estão mantendo sua posição no mercado mundial. Os Estados Unidos, embora apresen- tem uma posição inferior à da Tailândia, vêm melhorando de maneira acentuada sua posição.

Surpreende a melhoria da posição da China.

(263)

Algodão Os países que apresentam o maior destaque nesse indicador são Turcomenis- tão, Mali e Benin

--- Tal indicador mostra-se importante em alguns países e crescente na Austrália.

As maiores vanta- gens são da Austrália e da Argentina

Os maiores destaques para esse indicador são Estados Unidos e Usbe- quistão.

(072)

Cacau Esse indicador, no que se refere a esse produto, se mostrou importante para alguns países.

Indonésia apresentou aumento expressivo desse indicador.

--- Malásia tem a

melhor vantagem comparativa.

O Brasil é o sétimo país em relação a esse indicador.

(071) Café Este produto é importante na formação do saldo comercial em diversos países.

Em nenhum dos países analisados esse indica- dor mostra tendência de expansão. Mesmo na Colômbia e no Brasil a tendência é mais de

Esse indicador é muito alto na Colômbia, agora com importância decres- cente tanto naquele país como no Braisil.

Colômbia e Brasil apresentam vanta- gem comparativa.

Brasil e Colômbia sem dúvida têm a melhor posição no mercado mundial.

(25)

(Continuação) (011) Carne Fresca Congelada e Resfriada

O país com maior destaque nesse indicador é a Nova Zelândia.

Os países mantêm esse indicador relativamente estável no tempo.

Há uma tendência de perda de importância desse produto nos principais países produto- res: Austrália, Dinamarca e Nova Zelândia.

A vantagem compa- rativa é observada na Nova Zelândia.

As melhores posições no mercado mundial são ocupadas por Estados Unidos e Países Baixos.

(057) Frutas, Nozes e Outros

Costa Rica e Equador são os países onde esse indicador é mais relevante.

Há certa estabilidade do indicador. Sem grandes alterações. Mas na Espanha foi muito importante há cinco anos.

Chile e Espanha são os países de maior desta- que.

Nesse indicador o Chile é o país de maior destaque.

As melhores posições são ocupadas por Espanha, Equador, Chile e Turquia.

(058) Frutas Preservadas e Prepara- das

--- O indicador praticamen- te não apresenta alterações ao longo do tempo.

Esse indicador se revela mais importante para o Brasil.

Poucos países têm vantagem comparati- va.

O Brasil apresenta a melhor posição mundial.

Milho (044) Este indicador é pouco expressivo nos diversos países.

Este indicador mostra um comportamento crescente na Argentina.

Argentina tem a melhor posição nesse indicador.

A Argentina é o país onde se apresenta o melhor comporta- mento desse indica- dor.

A melhor posição mundial é dos Estados Unidos. O Brasil é um importador, pois mostra um indicador negativo.

(423) Óleos

Vegetais Esse indicador mostra-se pouco expressivo para os países estudados.

Constatou-se aumento desse indicador em Argentina, Brasil, Estados Unidos e Países Baixos.

Esse indicador mostra-se mais expressivo na Argentina.

A maior vantagem comparativa é da Argentina.

A melhor posição no mercado mundial é observada no Brasil, Alemanha, Espanha, Argentina.

(034) Peixe Fresco Congelado e Resfriado

Islândia é o país que apresenta destaque para esse indicador.

Destaque de aumento do indicador no Chile, China e Noruega.

Destacam-se nesse indicador o Chile e a Noruega.

Chile apresenta a melhor vantagem comparativa.

A melhor posição no mercado mundial é, sem dúvida, da Noruega.

(222) Sementes para Óleos (soja em grão)

O indicador apresenta tendência de crescimento no Brasil e no Paraguai.

Os maiores destaques para esse indicador são Brasil, Argentina e China.

Para esse indicador, Brasil e Argentina são os principais países.

A maior vantagem é apresentada pelo Paraguai. Brasil tem pouca vantagem comparativa, embora o indicador seja crescente.

As melhores posições são do Estados Unidos e do Brasil. O Brasil apr esenta melhora de posição e os Estados Unidos apresen- tam piora de posição.

(121) Fumo --- --- Esse indicador revela-se

importante para Brasil e Grécia.

O Brasil apresenta vantagem comparati- va para esse produto.

As melhores posições no mercado mundial são de Brasil, Estados Unidos, Turquia e Zimbabwe.

(041) Trigo não Triturado

Os países onde esse indicador é mais expressivo são Argentina, Austrália e Casaquistão.

Esse indicador se mostra mais expressivo na Argentina e na Austrália.

Esse indicador mostra-se muito relevante para Argentina e Austrália.

A maior vantagem comparativa é para a Argentina e Austrá- lia.

Destacam-se quanto a esse indicador Austrália, Canadá, Estados Unidos e França. Em uma posição pouco inferior encontra- se a Argentina.

Fonte: Elaboração dos autores.

5 INDICADORES PARA O BRASIL

A análise para o Brasil até o ano 2001 foi feita utilizando-se os dados da Secex para um conjunto de produtos selecionados para os quais foram estimados os seguintes indicadores: Posição no Mercado Mundial; Participação do Saldo Comercial por Produto na Média das Trocas do País; Participação do Saldo Comercial dos Produtos no PIB; Participação do Comércio do Produto K no Comércio Total de Produtos Agrícolas do País e Vantagem Comparativa.

O indicador Posição no Mercado Mundial mostra, por meio de seus valores po-

sitivos e relativamente elevados para vários produtos, que o Brasil ocupa uma boa

posição no mercado mundial. Este é o caso do açúcar, café, carne, fumo, suco de la-

ranja e soja. A posição em relação ao trigo é de um país francamente importador, o

que pode ser visto pelo valor negativo desse indicador.

(26)

Entretanto, os resultados revelam um aspecto preocupante pelo fato de estarmos perdendo posição no mercado mundial de café, cacau, fumo e suco de laranja. Note-se que, para essas mercadorias, o indicador Posição no Mercado Mundial tem-se reduzi- do acentuadamente nos últimos seis anos. Felizmente, para outros produtos, tais co- mo carnes, açúcar e soja, o país encontra-se num processo de melhoria de sua posição no mercado mundial.

A perda de importância relativa do café ocorre também quando se toma o indi- cador Participação do Saldo Comercial do Café na Média das Trocas, o qual é clara- mente decrescente no período 1996/2001.

Os derivados da soja (farelo e óleo bruto) também têm uma redução da participação do Saldo Comercial na Média das Trocas. Outros produtos, como a soja em grãos e car- nes de bovinos e de suínos apresentam melhoria acentuada desse indicador ao longo do período analisado. Contudo, a carne de frango sofre no período analisado (1996/2001) acentuada redução da participação do seu saldo comercial na média das trocas.

A tendência desse indicador em relação a esses produtos é apresentada, tam- bém, quando se estima o indicador Participação do Comércio de Cada Produto no Comércio de Produtos Agrícolas do País no período 1996/2001. Repete-se a perda de importância do café cru e solúvel, dos derivados da soja e da carne de frango e, em contrapartida, se eleva a participação de carnes de bovinos e de suínos e do açúcar no comércio de produtos agrícolas do país. Esses resultados mostram clara mudança na composição do comércio externo do país, pois observa-se uma flagrante redução de importância do café e dos derivados de soja.

O indicador Vantagem Comparativa revela alguns pontos importantes sobre os produtos agropecuários do país. Especialmente nos últimos anos (1999/2001), os produtos analisados, com exceção de algodão, papel e celulose e trigo, mostram indi- cador positivo, o que comprova que eles apresentam vantagem comparativa em rela- ção aos produtos comercializados pelo país. Outro resultado importante é que esse indicador apresentou tendência de aumento da vantagem comparativa de 1996 a 1999 e de redução em todos os produtos analisados entre 1999 e 2001. Essa mudança de comportamento coincide com a mudança da política cambial ocorrida a partir de janeiro de 1999. Como um dos principais resultados dessa política foi a desvaloriza- ção cambial, esperava-se que houvesse aumento e não redução da vantagem compara- tiva dos produtos agrícolas.

Finalmente, observando-se os resultados dos indicadores de comércio para o

Brasil nos anos 2000 e 2001, conclui-se que, com exceção de café, laranja e, em certos

casos de cacau, houve, em 2001, uma melhoria da situação do comércio dos produtos

analisados em relação a todos os indicadores testados. Desse modo, o ano de 2001 foi

favorável em relação ao comércio externo dos produtos agropecuários.

(27)

TABELA 3

Brasil − Posição no Mercado Mundial PCM Sik=((Xik-Mik)/Wk) . 100

(em %)

Produto 20011 2000 1999 1998 1997 1996

Açúcar 14,43 9,24 14,45 14,46 12,25 10,26

Cristal em bruto - - - - - -

Refinado - - - - - -

Algodão 2,30 -0,88 -1,82 -3,68 -5,98 -5,58

Em bruto - - - - - -

Cacau 1,14 0,90 0,49 1,66 1,68 2,81

Café 7,04 10,72 15,10 16,27 18,16 21,20

Cru em grão - - - - - -

Solúvel - - - - - -

Carne 5,93 4,57 4,75 3,71 3,32 3,17

Bovino congelado - - - - - -

Bovino fresco - - - - - -

Frango inteiro - - - - - -

Suíno congelado/fresco, miúdos - - - - - -

Couro/calç. couro - - - - - -

Fumo 12,16 12,31 14,44 23,00 22,18 21,38

Em folhas - - - - - -

Laranja 5,63 8,12 10,14 10,30 9,49 11,87

Suco concentrado - - - - - -

Papel e celulose 1,98 1,27 1,47 0,05 0,28 0,36

Soja 29,78 26,57 24,76 31,16 32,62 28,01

Em grão - - - - - -

Farelo - - - - - -

Óleo bruto - - - - - -

Trigo -5,89 -6,57 -6,17 -6,10 -5,61 -6,78

Fonte: dos dados brutos: Secex/Decex.

Nota: 1 2001 (janeiro a outubro).

(28)

TABELA 4

Brasil − Participação do Saldo Comercial dos Produtos no PIB Yik = 100 . ((Xik-Mik)/Yi)

(em %)

Produto 20011 2000 1999 1998 1997 1996

Açúcar 0,310 0,202 0,361 0,247 0,219 0,207

Cristal em bruto 0,192 0,128 0,220 0,139 0,129 0,154

Refinado 0,118 0,074 0,141 0,108 0,090 0,054

Algodão 0,040 -0,015 -0,036 -0,048 -0,086 -0,091

em bruto 0,006 -0,049 -0,067 -0,066 -0,100 -0,111

Cacau 0,015 0,011 0,007 0,014 0,013 0,022

Café 0,200 0,299 0,464 0,330 0,386 0,275

Cru em grão 0,171 0,262 0,421 0,296 0,340 0,221

Solúvel 0,029 0,037 0,043 0,034 0,047 0,053

Carne 0,372 0,282 0,325 0,168 0,159 0,158

Bovino congelado 0,067 0,053 0,058 0,022 0,012 -0,005

Bovino fresco 0,026 0,015 0,013 -0,007 -0,007 -0,011

Frango inteiro 0,068 0,061 0,080 0,049 0,108 0,108

Suíno congelado/fresco, miúdos 0,049 0,028 0,022 0,019 0,016 0,016

Couro/calç. couro 0,294 0,321 0,298 0,199 0,235 0,249

Fumo 0,139 0,138 0,179 0,188 0,190 0,182

Em folhas 0,130 0,129 0,160 0,108 0,122 0,121

Laranja 0,132 0,185 0,252 0,167 0,144 0,204

Suco concentrado 0,117 0,174 0,234 0,161 0,124 0,180

Papel e celulose 0,047 0,032 0,044 0,001 0,006 0,008

Soja 0,780 0,674 0,683 0,558 0,643 0,529

Em grão 0,427 0,345 0,285 0,251 0,257 0,100

Farelo 0,287 0,275 0,282 0,219 0,322 0,349

Óleo bruto 0,056 0,045 0,093 0,075 0,056 0,077

Trigo -0,132 -0,151 -0,164 -0,112 -0,121 -0,174

Fonte: dos dados brutos: Secex/Decex.

Notas: 1 2001 (janeiro a outubro).

(29)

TABELA 5

Brasil − Participação do Saldo Comercial por Produto na Média das Trocas do País Pik = 100 . ((Xik-Mik)/((Xi+Mi)/2))

(em %)

Produto 20011 2000 1999 1998 1997 1996

Açúcar 17,014 10,405 19,884 14,796 12,571 12,293

Cristal em bruto 10,536 6,597 12,096 8,345 7,427 9,102

Refinado 6,478 3,808 7,788 6,451 5,145 3,190

Algodão 2,219 -0,795 -1,967 -2,901 -4,944 -5,418

Em bruto 0,313 -2,521 -3,672 -3,984 -5,764 -6,553

Cacau 0,812 0,576 0,363 0,863 0,733 1,313

Café 10,972 15,407 25,579 19,790 22,175 16,277

Cru em grão 9,383 13,506 23,208 17,756 19,500 13,122

Solúvel 1,589 1,900 2,371 2,034 2,675 3,154

Carne 20,423 14,553 17,894 10,068 9,129 9,361

Bovino congelado 3,702 2,712 3,171 1,318 0,707 -0,322

Bovino fresco 1,435 0,798 0,708 -0,402 -0,388 -0,664

Frango inteiro 3,763 3,124 4,414 2,922 6,209 6,413

Suíno congelado/fresco, miúdos 2,710 1,442 1,223 1,156 0,944 0,920

Couro/calç. couro 16,144 16,569 16,439 11,907 13,480 14,790

Fumo 7,644 7,132 9,864 11,276 10,896 10,813

Em folhas 7,160 6,655 8,839 6,457 6,999 7,198

Laranja 7,260 9,547 13,891 10,008 8,258 12,100

Suco concentrado 6,425 8,953 12,893 9,632 7,128 10,646

Papel e celulose 2,607 1,659 2,424 0,064 0,357 0,492

Soja 42,871 34,774 37,635 33,471 36,912 31,361

Em grão 23,450 17,805 15,726 15,048 14,758 5,925

Farelo 15,764 14,159 15,533 13,108 18,477 20,688

Óleo bruto 3,053 2,298 5,102 4,484 3,218 4,539

Trigo -7,262 -7,813 -9,042 -6,708 -6,946 -10,288

Fonte: dos dados brutos: Secex/Decex Nota: 1 2001 (janeiro a outubro).

Referências

Documentos relacionados

Muitos olhos humanos possuem córneas que se comportam como lentes tóricas convexas, gerando para cada ponto de objeto, do infinito, três imagens de interesse clínico: uma linha

O produto a ser ofertado pela MultiFit Gourmet será um tipo de alimentação voltada para pessoas que fazem musculação, que precisam se alimentar de maneira

Observar as instruções de instalação e operação do amplificador de medição e do dispositivo regulado (por exemplo uma unidade de dosea- mento de gás ou uma bomba doseadora).

O Instituto Sócrates Guanaes, a partir do dia 14 de abril de 2014, iniciou suas atividades de gestão no Hospital Estadual Azevedo Lima, porém apenas esse mês iniciou-se a

Nos tempos atuais, ao nos referirmos à profissão docente, ao ser professor, o que pensamos Uma profissão indesejada por muitos, social e economicamente desvalorizada Podemos dizer que

O fabricante não vai aceitar nenhuma reclamação dos danos causados pela não observação deste manual ou por qualquer mudança não autorizada no aparelho.. Favor considerar

Dessa forma, os níveis de pressão sonora equivalente dos gabinetes dos professores, para o período diurno, para a condição de medição – portas e janelas abertas e equipamentos

Nosso estudo visa à descrição de uma série de 194 pacientes com fraturas faciais, avaliando a epidemiologia dos pacientes acometidos por essas fraturas, as