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DETERMINAÇÃO DE FENOIS TOTAIS E ANALISE DE ÁCIDOS E AÇÚCARES ORGÂNICOS EM PRÓPOLIS DE SCAPTOTRIGONA BIPUNCTATA

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Academic year: 2021

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DETERMINAÇÃO DE FENOIS TOTAIS E ANALISE DE ÁCIDOS E AÇÚCARES ORGÂNICOS EM PRÓPOLIS DE

SCAPTOTRIGONA BIPUNCTATA

V.M. Barbosa1, M. Bampi2, F.J.Z. Merino3, S.M.R. Ferreira4, O.G. Miguel5

1-Programa de Pós-Graduação em Alimentação e Nutrição – Universidade Federal do Paraná – CEP: 80210-170 - Curitiba- PR- Brasil, Telefone: (43) 9957-1987 – e-mail: (vaniambarbosa@hotmail.com)

2-Programa de Pós-Graduação em Alimentação e Nutrição – Universidade Federal do Paraná – CEP: 80210-170 - Curitiba- PR- Brasil, Telefone: (41) 9663-0608 – e-mail: (eng_marlene@hotmail.com)

3-Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas – Universidade Federal do Paraná – CEP: 80210-170 - Curitiba- PR- Brasil, Telefone: (41) 9911-0342 – e-mail: (secocio@yahoo.com.br)

4- Departamento de Nutrição - Programa de Pós-Graduação em Alimentação e Nutrição – Universidade Federal do Paraná – CEP: 80210-170 - Curitiba- PR- Brasil, Telefone: (41) 3360-4017 – e-mail: (sila.ufpr@gmail.com) 5- Departamento de Farmácia - Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas – Universidade Federal do Paraná – CEP: 80210-170 - Curitiba- PR- Brasil, Telefone: (41) 3360-4066 – e-mail: (obdulio@ufpr.br)

RESUMO – A própolis vem sendo objeto de pesquisa devido aos seus efeitos benéficos uma vez que possui atividade antioxidante, antimicrobiana e anticariogênica comprovadas. No entanto, os principais compostos responsáveis por esses efeitos nem sempre são citados. O objetivo desse trabalho foi realizar o doseamento de fenóis totais do extrato bruto e frações de própolis de abelha Scaptotrigona bipunctata, seu teor de betacaroteno e quantificar ácidos e açúcares orgânicos. Foi realizado o doseamento de fenóis, o teor de betacaroteno e os ácidos e açúcares foram quantificados pela técnica de cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). Os resultados mostraram que o extrato cetônico seguido da fração hexano obtiveram maior teor de fenóis, o valor encontrado para betacaroteno foi de 72,96 (±0,35) µg/g da amostra, sugerindo que a própolis apresenta em sua constituição compostos que possuem atividade antioxidante. Não foram encontrados resultados significativos para ácidos e açúcares.

ABSTRACT – Propolis has been research object because of its beneficial effects since it has antioxidant, antimicrobial and anticariogenic proven. However, the main compounds responsible for these effects are not always mentioned. The aim of this study was the determination of total phenols of the crude extract and bee propolis fractions Scaptotrigona bipunctata, its beta-carotene content and quantify organic acids and sugars. The assay was performed phenols, beta-carotene content and acids and sugars were quantified by liquid chromatography high performance (HPLC). The results showed that the ketone followed by hexane extract fraction obtained a higher content of phenolics, the value found for beta-carotene was 72.96 (± 0.35) µg/g of sample, suggesting that propolis features in its constitution compounds having antioxidant activity. There were no significant results for acids and sugars.

PALAVRAS-CHAVE: própolis; fenóis; betacaroteno; CLAE

KEYWORDS: propolis; phenols; beta carotene; HPLC

1. INTRODUÇÃO

Própolis é a denominação utilizada para descrever uma mistura de substâncias resinosas, gomosas e balsâmicas, colhidas pelas abelhas de brotos, flores e exsudados de plantas, nas quais as

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abelhas acrescentam secreções salivares, cera e pólen para a obtenção do produto final (Koo e Park, 1996). A própolis presenta uma variação na sua composição química, tanto qualitativa quanto quantitativa complexa, devido a influência direta da eco flora da região geográfica, da genética das abelhas responsáveis pela coleta do material e da estação do ano (Burdock, 1998; Russo, 2002).

A própolis é um dos recursos da natureza utilizado desde a idade antiga por gregos e romanos como medicamento, devido aos efeitos comprovado como antimicrobiano, antioxidante, hipotensor, cicatrizante e anti-cariogênico o que pode conferir uma alternativa nas práticas integrativas e complementares em saúde (Barth, 1999; Cabral, 2009; Dutra, 2014). O incentivo à utilização aumentou o interesse na sua origem e composição química, pois apesar de diversos efeitos elucidados, nem sempre são citados os principais compostos responsáveis pelos seus benefícios (Koo e Park, 1996; Sforcin, 2011). A própolis possui grande número de constituintes presentes em pequenas proporções como os flavonoides, os ácidos fenólicos, certas enzimas, ácido ascórbico, flavonois, tocoferol, catequinas e carotenoides. São eles os responsáveis pelo papel antimicrobiano e também antioxidante (Sforcin, 2011; Fianco et al., 2013; Merino et al., 2015)

Na literatura a maioria dos estudos encontrados sobre caracterização, atividades terapêuticas e biológicas da própolis estão associadas à abelha Apis mellifera, pertencente à subfamília Apinae (Fianco et al., 2013). Segundo Dutra (2008) a espécie de abelha Scaptotrigona bipunctata produz uma própolis com características especificas em sua composição que a diferem das demais. Ainda são poucos os estudos relacionados à própolis originária de abelhas sem ferrão e Scaptotrigona Bipunctata. O conhecimento da sua composição em relação aos componentes antioxidantes, assim como dos ácidos e açúcares orgânicos é de grande importância para que a própolis possa ser utilizada, seja para uso popular, produtos alimentícios (sob o ponto de vista tecnológico e nutricional) e farmacêuticos. Além disso, o conhecimento da sua composição pode incentivar o consumo e a produção, visto que estudos epidemiológicos têm demonstrado que a utilização de própolis como medicamento contribui positivamente para a saúde (Barth, 1999; Cabral, 2009; Dutra, 2014).

Devido à importância farmacológica, medicinal, terapêutica e a grande disseminação do uso popular da própolis e ao número reduzido de estudos sobre a própolis de abelhas sem ferrão, o objetivo deste trabalho consiste em determinar os compostos fenólicos totais, carotenoides, ácidos e açúcares orgânicos presentes na própolis de abelhas Scaptotrigona bipunctata.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

2.1 Matéria-prima

As amostras de própolis de abelha (Scaptotrigona bipunctata) foram coletadas no município de Mandirituba – PR nas coordenadas 25°18’27”S e 48°56’37”W, no mês de outubro do ano de 2015.

O projeto foi regularizado de acordo com a resolução nº 35, de 27 de abril de 2011 do Ministério do Meio Ambiente que dispõe sobre a regularização de atividades de acesso ao patrimônio genético.

2.2 Preparo da amostra

O material coletado foi armazenado a temperatura ambiente, ao abrigo de luz, calor e umidade e triturado com o auxílio de um moedor de alimentos. A partir de 0,4 kg de própolis, o extrato bruto cetônico foi obtido por meio de extração cetônica exaustiva em aparelho de Soxhlet modificado sob o número de registro PI 0601703-7 A e posteriormente concentrado em evaporador rotatório, com pressão reduzida, a temperatura de 65 °C e 150 rpm. A partir do extrato bruto foram obtidas as frações n-hexano, clorofórmio e acetato de etila por partição líquido/líquido com solventes de polaridade crescente (Carvalho et al., 2009).

2.3 Determinação de fenólicos totais

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O extrato bruto cetônico e frações foram diluídas em metanol na concentração de 1000 μg.ml-1. Foram adicionados 2 ml de Folin-Ciocalteau (Sigma Aldrich) e o volume da amostra completado para 2 mL. Após 3 min de repouso foram adicionados 0,4 mL de carbonato de sódio a 10%. As amostras permaneceram em repouso ao abrigo da luz por 30 minutos e realizadas as leituras em espectrofotômetro Shimadzu Modelo UV-1601 à 740 nm. Foi utilizado a curva de calibração de ácido gálico nas concentrações de 2,5, 5, 10, 15, 20 µg.mL–1 como padrão (Minussi et al., 2003). O teor de compostos fenólicos totais foi determinado em miligramas equivalente de ácido gálico (EAG) por grama de extrato bruto, utilizando a seguinte equação com base na curva de calibração:

y=0,0396x–0,054, R2=0,9982.

2.4 Quantificação de betacaroteno

O teor de betacaroteno foi determinado de acordo com Rodriguez-Amaya (2001). Para a extração de carotenoides foram homogeneizados 5g de própolis com 20 mL de acetona. A mistura obtida foi filtrada sob vácuo e transferida para tubos de centrífuga, onde foram adicionados éter de petróleo e água deionizada. O sobrenadante da centrifugação foi utilizado para leitura em espectrofotometro (Gold S53 UV-Vis, Ningbo Biotek) a 450nm para a determinação de betacaroteno.

O coeficiente de correção utilizado foi 2592 (Britton, 1995).

2.5 Determinação de ácidos e açúcares orgânicos

A análise de ácidos orgânicos nas amostras de própolis foi realizada por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) em cromatógrafo líquido (350, Varian) equipado com desgaseificador à vácuo, bomba binária, injetor automático, loop de 20 μL. Para a separação cromatográfica foi utilizada uma coluna Rezex ROA (300 x 7.8 mm). A fase móvel utilizada para separação dos ácidos foi uma solução aquosa de ácido sulfúrico 8 mM,na vazão de 0,5mL/min, com pH ajustado para 2,6 com ácido fosfórico e tempo de corrida de 20 min. A quantificação dos ácidos orgânicos foi realizada por curva de padronização externa com 6 pontos para cada ácido orgânico (cítrico, málico, succinico, oxalico e tartárico). Todas as amostras e a fase móvel foram centrifugadas antes da injeção em cromatógrafo.

Foram mantidas as mesmas condições cromatográficas para os padrões e amostras. As amostras de propolis foram diluídas com fase móvel (1/40), previamente centrifugada.

A análise de açúcares orgânicos foi realizada com os mesmos equipamentos da analise dos ácidos, sendo a curva de padronização externa com seis pontos para os padrões de sacarose, glicose e frutose obtidos da Sigma-Aldrich (USA).

A identificação de ácidos e açucares foi obtida pela comparação do seu tempo de retenção com o dos respectivos padrões (Macrae, 1998).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados obtidos na determinação de fenóis totais pelo método de Folin Cicalteu, expressos como equivalentes de ácido galico (EAG)/g de extrato estão presentes na Tabela 1.

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Tabela 1 – Fenóis Totais

Amostra

FT (mg de EAG/g do extrato bruto e frações ±

DP)

Teor de fenóis (%)

ECE 67,00 ± 9,47 6,7a

FHE 64,56 ± 4,61 6,45b

FCL 43,94 ± 4,46 4,39c

FAE 41,00 ± 0,56 4,1d

ECE: Extrato Cetônico; FHE: Fração Hexano; FCL: Fração Clorofórmio; FAE:

Fração Acetato de Etila; FT: Fenóis Totais; EAG: Equivalente Ácido Gálico; DP:

Desvio Padrão

Diferentes letras indicam significância estatística entre os extratos.

Fonte: Os autores (2016)

O fracionamento do extrato cetônico com solventes de polaridade crescente levou a uma melhor extração dos flavonóides e possibilidade uma melhor avaliação das atividades biológicas.

Os resultados obtidos indicam que o extrato cetônico contém um maior de teor de fenóis, seguidos por FHE>FCL>FAE, a análise de Tukey indica que há diferença estatística entre os quatro extratos. Os valores de ECE e FHE se aproximam dos encontrados por Fianco et al. (2011), de 6,06%

e de Funari e Ferro, 7,39%, ambos expressos em ácido gálico. O valor encontrado para betacaroteno foi de 72,96 (±0,35) µg/g da amostra, sugerindo que a própolis apresenta em sua constituição compostos que possuem atividade antioxidante. Não foram encontrados outros trabalhos sobre o teor de betacaroteno em própolis de Scaptotrigona bipunctata.

Em relação aos teores de açúcares (glicose, frutose e sacarose) e ácidos (ácido málico, succínico, oxálico, cítrico) não foram encontrados resultados significativos, nem registro desses dados na literatura.

4. CONCLUSÃO

Os ensaios preliminares levaram a identificação dos teores de fenóis totais e de betacaroteno para utilização futura no isolamento de compostos bioativos e avaliação da atividade antioxidante.

Agradecimento a Capes pela bolsa e ao CNPQ pelo financiamento do projeto.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Burdock, G. A. (1998). Review of the biological properties and toxicity of bee propolis (propolis).

Food and Chemical Toxicology. 36, 347-363.

Britton, G. (1995) Structure and properties of carotenoids in relation to function. FASEB. 9; 1551–

1558.

Carvalho, J.L.S., Cunico, M.M., Dias, J.F.G., Miguel, M.D., Miguel, O.G. (2009). Termoestabilidade de processos extrativos de Nasturtium officinale R. Br., Brassicaceae por sistema Soxhlet modificado.

Química Nova. 32, 1031-1035.

Cabral, I. S. R., Oldoni, T.L.C., Prado A., Bezerra, R.M.N., Alencar, S.M., Ikegaki, M., Rosalen, P.L.

(2009). Composição fenólica, atividade antibacteriana e antioxidante da própolis vermelha brasileira.

Quimica Nova. 32, 1-5.

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Dutra R.P., Nogueira A.M.C., Marques R.R.O., Costa M.C.P., Ribeiro M.N.S. (2008). Avaliação farmacognóstica de geoprópolis de Melipona fasciculata Smith da Baixada maranhense, Brasil. Revista Brasileira de Farmacognosia. 18, 557-562.

Fianco, A.L.B.; Falcão, M.A.; Cassel, E.; Milão, D. (2013). Determinação da atividade antimicrobiana e teor de polifenóis totais de extratos etanólicos de própolis das abelhas sem ferrão Tetragonisca angustula (Jataí) e Scaptotrigona bipunctata (Tubuna). Revista Liberato, Novo Hamburgo, 14, 21-28.

Funari, C. S.; Ferro, V. O. (2006). Análise de Própolis. Ciência e Tecnologia de Alimentos. 26, 171- 178.

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Macrae, R. (1998). HPLC in Food Analysis, Academic Press: London.

Merino, F.J.Z.; Oliveira, V.B.; Paula, C.S.; Cansian, F.C.; Souza, A.M.; Zuchetto, M.; Hirota, B.C.K.;

Duarte, A.F.S.; Kulik, J.D.; Miguel, M.D.; Miguel, O.G. (2015). Análise fitoquímica, potencial antioxidante e toxicidade do extrato bruto etanólico e das frações da espécie Senecio westermanii Dusén frente à Artemia salina. Rev. Bras. Plantas Med. 17, 1031-1040.

Minussi, R.C., Rossi, M., Bologna, L., Cordi, L., Rotilio, D., Pastore, G.M., Durán, N. (2003).

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Rodriguez-Amaya, D.N. (2001). A guide to carotenoid analysis in foods (1. ed.). Wahsington: ILSI Press.

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Sforcin, J.M.; Bankova, V. (2011). Propolis: Is there a potential for the development of new drugs?. Journal Of Ethnopharmacology. 133, 253-260.

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