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Avaliação e mensuração de resultados: reflexão sobre uma agência de comunicação de Manaus

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Valber de Araújo SILVA

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Sílvia Regina da Rocha SANTOS

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Judy Lima TAVARES

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Universidade Federal do Amazonas, Manaus, Am

Resumo

O presente artigo tem por objetivo refletir sobre a importância do processo e dos instrumentos de avaliação e mensuração de resultados no âmbito das Relações Públicas, em conjunto com as respostas obtidas em uma entrevista com um bacharel formado que atua em uma agência de comunicação em Manaus. Inicialmente, amparados nas contribuições de autores, como Kunsch (2003) e Yanaze (2013), foram apresentados conceitos sobre os processos de avaliação, mensuração e valoração, instrumentos utilizados para sua execução. Por fim, após a análise da entrevista realizada, constatou- se que mesmo com um maior reconhecimento da importância desses processos para a comunicação de uma empresa, ainda há um déficit de investimentos e de aperfeiçoamento para realiza-los.

Palavras-chave

Avaliação; resultados; agência; Relações Públicas.

Introdução

Uma grande dificuldade no âmbito organizacional se dá na falta do devido reconhecimento a área de comunicação. Fato explanado por Lopes e Grandi (2009), que afirmam que as organizações, focadas na racionalidade econômica e bons resultados financeiros, costumam questionar a existência e os resultados obtidos por áreas como a Comunicação, que possui maior dificuldade em apresentar dados contábeis.

1 Trabalho apresentado no DT 5 – Comunicação multimídia do XVI Congresso de Ciências da Comunicação na Região Norte, realizado de 24 a 26 de maio de 2017

2 Autor. Aluno do 7º período do curso de Comunicação Social – Relações Públicas da Universidade Federal do Amazonas, e-mail: valbeer.silva@hotmail.com

3 Coautora. Aluna do 7º período do curso de Comunicação Social – Relações Públicas da Universidade Federal do Amazonas, e-mail: silvia.reginaa@outlook.com

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A utilização dos instrumentos de avaliação, demonstrando os resultados obtidos transforma-se em ganhos tanto para organização, que perceberá o retorno dos investimentos na área, quanto para o próprio profissional de comunicação.

Pela existência desta problemática, o trabalho a ser apresentado a seguir justifica-se ao propor uma coleta de dados sobre o processo de avaliação, mensuração e valoração em comunicação. Buscou-se adicionar o ponto de vista de um profissional da área, que trabalha diretamente com os três processos.

O processo de avaliação, mensuração e valoração de resultados em comunicação

Na área das Relações Públicas, para Lindenmann (2002), a avaliação compreende a análise e verificação do desempenho das ações de comunicação, apresentando possibilidades de correções e induzindo a procedimentos necessários para que haja o alcance dos resultados almejados. É uma etapa que analisa o sucesso ou fracasso dos esforços planejados anteriormente pela organização. Para que os dados sejam retratados de forma eficiente, faz-se necessário que a avaliação esteja incluída em todo o processo de planejamento.

Segundo Kunsch (2003), a avaliação deve estar presente em todos os três níveis de planejamento. Por meio de parâmetros indicadores pré-estabelecidos, executa o trabalho de comparar e analisar se durante a implementação do planejamento de comunicação os objetivos propostos foram contemplados. A avaliação permite analisar se o trabalho gerou os resultados esperados, verificando a necessidade de possíveis correções durante o processo de execução e não apenas no final, fazendo com que todo o procedimento seja mais eficiente e tenha mais chances de alcançar os resultados estimados.

Ainda acerca do tema, Galerani (2005) aponta que a avaliação em comunicação assume um caráter desafiador e complexo, principalmente pela natureza das funções da profissão, cujas atividades abarcam bens simbólicos intangíveis, de consequências que raramente podem ser medidas por meio de números ou fórmulas matemáticas.

Completando a ideia de avaliação, a seguir será discutido o conceito de

mensuração. De acordo com Lopes (2005) “é a parte do planejamento que tem a

finalidade de demonstrar que os resultados obtidos por um programa, estão de acordo ou

não com os objetivos inicialmente propostos”.

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Como forma de complementar a ideia de Lopes, Yanaze (2013) alega que deve- se fazer uma diferenciação entre ambos os processos, deixando claro que a mensuração se trata apenas de uma etapa do processo de avaliação. Mensurar é utilizar o sistema de informação, por meio de diferentes tipos de pesquisa, para levantar dados quantitativos, usualmente relacionados às metas, que sejam úteis para a avaliação, processo mais subjetivo e abrangente, que considera outros fatores, além dos números, para a chegada de conclusões que levem então à tomada de decisão.

Além dos processos de avaliação e mensuração, existe também a valoração que, para Lopes (2009), está correlacionada com a distribuição econômica de determinadas ações ou programas nas organizações. De acordo com Kaplan e Norton (2004), o processo de valoração está interligado com os resultados tangíveis produzidos em setores dependentes dos serviços realizados pela Comunicação.

Instrumentos de avaliação e mensuração em comunicação

Para que sejam criados instrumentos ou métricas eficientes para os atos de avaliar e mensurar, é necessário inicialmente que se projete como os mesmos estarão relacionados com os objetivos da empresa. Importante destacar que, para a área de comunicação, devem-se levar em consideração os três tipos de comunicação integrada, ou seja, a administrativa, mercadológica e institucional. Os indicadores podem ser considerados como: moedas financeiras que são a receita bruta, custos com a produção, lucro líquido, etc.; moedas não financeiras podem ser índices de satisfação, adesão de novos clientes, etc; e de performance (YANAZE; FREIRE; SENIZE, 2013 apud.

ASSIS, FRANCO, et.al, 2016, p. 11). Apesar da existência dessa divisão em três tipos para análise da comunicação, o modo que as análises serão aplicadas é o mesmo para todos. O mais importante, para diferenciá-los, é para qual moeda irá o foco.

Como exemplo de tais instrumentos temos o clipping, que pode ser levado para

o ambiente eletrônico e digital assim como utilizado na comunicação offline. É definido

como um trabalho de acompanhamento em que as pautas referentes a empresas,

produtos ou pessoas públicas, divulgadas em qualquer veículo de mídia são registradas

e, posteriormente, analisadas (GARRIDO, 2012). Considera-se como uma análise

prévia da imagem organizacional perante o público em geral. Para Teixeira (2001, p.5),

é um gerenciador de informações que pode auxiliar em ações da área de comunicação e

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na análise da evolução pelo qual o serviço percorre. Ou seja, neste trabalho entende-se o clipping como necessário para que a organização entenda como suas ações, políticas e suas atividades são quistas pela sociedade.

Durante a pesquisa para apresentar os instrumentos de avaliação e mensuração no ambiente offline, reparou-se uma dificuldade para conceituar e encontrar várias ferramentas. O clipping foi o único encontrado. Entretanto, no mesmo passo que houve grande exposição de exemplos desse instrumento a serem seguidos, também houve dificuldade para defini-lo, fora da conceituação genérica, ao contrário dos instrumentos de avaliação e mensuração online. Os artigos científicos e obras sobre esse assunto foram encontrados em abundância, provavelmente por ainda ser considerado um assunto novo e que intriga as pessoas.

Avaliação e mensuração no ambiente online

O surgimento das redes sociais online é um cenário de inovação constante para os profissionais de comunicação. A internet proporciona no ambiente da comunicação uma ampla difusão de conhecimentos, maior conectividade e interação entre os seus interagentes, sendo assim um dos maiores meios para uma comunicação em rede. Com essa inovação tecnológica, presenciou-se o surgimento das redes sociais online. Para Lima (apud RECUERO, 2013), as redes sociais são sistemas que permitem a interação entre pessoas, de diversos lugares do mundo, com os mesmos interesses e opiniões, através da criação de um perfil ou página pública. De acordo com pesquisa realizada pela União Internacional das Telecomunicações, órgão vinculado a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 3,2 bilhões de pessoas no planeta já utilizam a internet (G1, 2015)

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. Entretanto, ainda são poucos os trabalhos que falam sobre o ato de mensurar e avaliar neste novo ambiente comunicacional.

Uma das problemáticas que dificultam na realização desses dois processos no ambiente online, possivelmente causada pela falta de literatura sobre o assunto, é que muitos profissionais de comunicação ainda se baseiam pela forma que a comunicação offline é realizada (YANAZE, 2013 apud SOARES, 2015, p. 42). Ou seja, utilizam as

5 Mundo tem 3,2 bilhões de pess koas conectadas à internet, diz UIT, http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2015/05/mundo-tem-32-bilhoes-de-pessoas-conectadas-internet-diz-uit.html (acesso em 9 dez 2016).

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mesmas métricas para os dois ambientes, mas que acabam não sendo os reais e os mesmos fatores determinantes de sucesso para ambos.

Em 2011, com base em resultados da pesquisa Usos e Percepções do Monitoramento de Mídias Sociais (SILVA, 2011 APUD. SILVA; STABILE, 2016), viu-se uma predominância de ferramentas de monitoramento parcial. Tais ferramentas são responsáveis pelo armazenamento de dados, porém não há nenhum filtro para os mesmos. Enquanto isso, as de monitoramento pleno realizam um processo de decodificação dos dados armazenados, realizando além da coleta, a classificação e categorização de um grande volume de dados.

Durante a pesquisa realizada em 2011, foram citadas 49 ferramentas pelos profissionais entrevistados. Ao passo que, em 2016, foram mencionadas 98 ferramentas.

Esse aumento, de acordo com Silva e Stabile (2016), pode ser justificado pelo amadurecimento dos administradores e maior confiança dos mesmos para investir em novas ferramentas com mais recursos.

Segundo Yanaze (2013), o mais importante para esse trabalho é conhecer o comportamento que os seus seguidores possuem na internet e analisar qual o tipo de assunto ou oferta lhe interessa. Para Recuero (2013), o processo de mensuração e avaliação online estão focadas no engajamento que pode ser definido como “uma decorrência do envolvimento das pessoas entre si e com a marca como persona”. Por esse motivo, o número de pessoas que se conectam em uma rede social não é de uma grande importância para a empresa, apesar de ser um diferencial. Lenskold (apud YANAZE, 2013, p. 385) conclui que, com o desenvolvimento tecnológico, é possível identificar o comportamento do interagente na internet, identificando assim o percentual de vezes que o mesmo acessa o e-mail, quantos cliques faz por link, o número de acessos, entre outras coisas.

É importante destacar que na área de comunicação, assim como na de

marketing, não se procura avaliar as ações apenas para que haja um entendimento dos

resultados e dos lucros garantidos, mas também para gerir as relações da empresa com

seus públicos de interesse. Por isso ainda em 2002, Whitecross (apud. WOODS, 2007,

p.39), já afirmava que “a otimização de um site não só implica na captação de novos

clientes, mas também precisa estar focada na retenção de clientes existentes,

transformando-os de ‘clientes comuns’ para ‘clientes fiéis’”.

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Para Yanaze (2013), devem-se considerar três métodos no estudo de mensuração e avaliação no ambiente online. São eles, a pertinência, a abrangência e a vitalidade. A primeira tem a ver com as palavras ou temas que mais se relacionam com a organização e que mais são utilizadas pelo usuário. Esse reconhecimento se dá a partir da busca de palavras-chave. Sobre abrangência, significa falar sobre o número potencial de pessoas atingidas na rede social. Isso tem a ver com seguidores, curtidas e visualizações, dependendo da rede social utilizada pela empresa ou número de acessos no site institucional. Por fim, ao falar em vitalidade, discute-se sobre o número de interações de usuários, comentários relevantes, o número de tópicos criados, entre outras coisas (YANAZE, 2013, p. 401-403).

Com o avanço da tecnologia, as redes sociais online possuem instrumentos, como gráficos e mapeamentos de públicos, que ajudam no conhecimento do público específico de uma organização e do seu engajamento. O Facebook Analytics

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, por exemplo, ajuda na organização, a entender a faixa etária, gênero, local de origem dos seus seguidores. Além de outros dados mais específicos, como o horário que o público está mais online e o tipo de engajamento que possuem na página da empresa. O Instagram

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, rede composta majoritariamente por postagens de fotos e vídeos, lançou em 2016 um sistema semelhante ao citado anteriormente, que mostra o alcance e os resultados das postagens dos usuários (TECHTUDO, 2016).

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Esse processo de rastreamento do comportamento online do público é conhecido como Web-analytics. Ou seja, é a apresentação dos resultados das interações das pessoas com os códigos nos ambientes virtuais (WOODS, 2007). Entretanto, esta avaliação também leva em conta, além dos dados de um site, os dados demográficos, o perfil dos clientes e seu histórico de vendas.

Para que sejam utilizadas tais ferramentas em ambiente online, é necessário que o profissional de comunicação saiba os objetivos da empresa para este ambiente.

Além disso, deve ter claro em sua cabeça as diferenças deste processo entre o ambiente digital e o offline.

Metodologia

6 Facebook Analytics: https://analytics.facebook.com/

7 Instagram https://www.instagram.com/

8 CARDOSO, P. Instagram Analytics: rede social testa análise de audiência dos posts, http://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2016/05/instagram-analytics-rede-social-testa-analise-de-audiencia-dos- posts.html (acesso em 9 dez. 2016).

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O objeto de estudo desse artigo foi elaborado através de entrevista com um relações-públicas que trabalha em uma assessoria externa na cidade de Manaus. O profissional recém-formado Gustavo Queiroz

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exerce o cargo de social media na agência The White Publicidade, localizada na rua Acre, nº 01, bairro Nossa Senhora das Graças.

A entrevista foi realizada por meio da internet. O meio foi escolhido pela indisponibilidade do entrevistado que não poderia receber os autores em seu trabalho.

Um questionário foi enviado no dia 23 de janeiro de 2017 para o e-mail do profissional com cinco perguntas abertas. As respostas foram recebidas na noite do mesmo dia e analisadas a partir de então.

Perspectiva de um relações-públicas em uma agência de comunicação de manaus

As agências de comunicação são consideradas por Alessandra Eduardo (2005, p.37) como empresas especializadas, que possuem uma visão imparcial, global e normalmente seguem todas as tendências mundiais da área de comunicação. Pelo fato de possuírem clientes de diversas áreas, a agência possui contatos com diferentes editorias dos veículos de comunicação, bem como da comunidade, associações e até de fornecedores.

A The White Publicidade é dividida em setores entrevistado para a análise desse artigo trabalha no setor de criação. A responsabilidade desta área é o desenvolvimento de trabalhos, desde o planejamento até a execução, de campanhas publicitárias, peças gráficas, e de estratégias de comunicação para os ambientes online e offline. Queiroz (2017), o único social media na empresa, trabalha com o processo criativo que faz parte da comunicação digital de todos os empresários que possuem contrato com a agência. Ou seja, não há um profissional específico para a realização deste serviço, de análise dos resultados obtidos. Esta concentração de atividades pode afetar de forma positiva ou negativa na avaliação final, devido a sobrecarga de serviços.

Os trabalhos do setor, principalmente o de planejamento, são diretamente

dependentes do briefing retirado de uma conversa entre cliente e representante da

agência. De acordo com Bruce, Cooper e Vasquez (1999 apud. Viaro; Bernardes; Silva,

2014) o briefing tem o objetivo de realizar uma coleta de informações sobre marketing,

público-alvo, concorrência, objetivos do projeto, entre outras coisas, e é um dos

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primeiros passos na elaboração de um projeto de comunicação. É a base do planejamento. Na The White, o ato de planejar ações depende da especificidade da demanda deixada pelo cliente, podendo ser realizado a cada semana, ou mês. De acordo com Queiroz (2017) “se o planejamento é mensal, para uma página do Facebook, por exemplo, verificamos as datas e horários, o conteúdo e identidade visual que irá compor a programação.”. Após tal elaboração, o planejamento é enviado para análise do cliente.

Através da entrevista, a agência demonstra seguir o exemplo de empresas de comunicação que atrelam os três processos à elaboração do planejamento. E não só isso, a mesma parece permitir com que esses processos guiem o ato de planejar, não sendo apenas uma parte, mas a base desta ação. Reconhecendo que a apresentação desses dados aos clientes é de extrema importância para que os serviços de comunicação sejam valorizados.

O processo de mensuração dos trabalhos realizados é serviço do setor de atendimento da agência. É o responsável pelo contato direto com as empresas que possuem conta com a agência. Entretanto, esse serviço para as ações realizadas em ambiente digital, junto com monitoramento e avaliação, é feito pelo social media. A avaliação para Queiroz (2017) é considerada como “o momento final do processo de assessorar um cliente, no qual você mostra os resultados e pensa em propostas para melhorar aquilo já feito.”.

Alguns dos clientes da agência possuem setores internos que são responsáveis pelo marketing das empresas. Tais setores avaliam os resultados obtidos com a comunicação mercadológica e se reúnem periodicamente com representantes da agência. Um trabalho em conjunto e que permite maior controle do interessado pelo serviço. Essa interdependência exemplifica a ideia de que a contratação de uma agência ou consultoria de comunicação não exclui ou anula a existência de uma assessoria de comunicação como parte do organograma organizacional.

A avaliação digital é realizada através de softwares especializados. O social media utiliza as chamadas Web-Analytics, como a que existe no Facebook e no Google, que o mesmo admite ser superficial mesmo que funcional. Gustavo costuma utilizar o Opsocial

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e o Instamizer

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para análises mais complexas.

10 http://www.opsocial.com.br/

11 https://instamizer.com/

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O entrevistado ainda faz parte dos profissionais que não possuem especialização

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em ferramentas plenas de monitoramento, o mesmo está formado há um ano. Entretanto, aponta que fica muito mais fácil realizar esses serviços e monitoramento por trabalhar com mídias digitais. Esse ambiente deixa o feedback, ou melhor dizendo, a opinião do público muito mais exposta o que enriquece sua análise. O entendimento e manuseio de tais softwares são importantes, mas em sua opinião a transformação desses dados em satisfação dos clientes deve ser o foco de quem trabalha com avaliação e mensuração.

A The White Publicidade está no grupo de empresas que usufrui tanto de ferramentas de monitoramento parcial como de monitoramento pleno. Pode ser pelo fato de que atualmente todas as grandes redes sociais online possuem seus próprios sistemas de métricas, o que não exclui um possível investimento em ferramentas pagas. Há um reconhecimento de que as gratuitas não possuem grande complexidade e poucos filtros para esse processo, não tratando os dados, o que não descarta totalmente esses investimentos.

Considerações

Avaliação e mensuração de resultados são processos de extrema importância para identificar os reais resultados obtidos por ações de setores e profissionais de comunicação. Junto com a valoração ajudam também no maior reconhecimento de importância dos mesmos perante as administrações superiores das empresas. No ambiente digital há uma grande leva de ferramentas que possam ser utilizadas para realizar tais processos. Bem mais do que as existentes em ambiente offline.

Os dados apresentados neste artigo demonstram como o grau de importância sobre os processos de avaliação e mensuração na área de comunicação vem se desenvolvendo. Tanto a pesquisa como a entrevista comprova que houve uma mudança na percepção dos empresários do ramo de mídias online, em que muitos já enxergam os processos como algo intrínseco a atividade de social media. Entretanto, ainda há um grande déficit para que essas partes da atividade sejam realizadas de forma correta e

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com o devido suporte necessário, tanto no sentido de investimento financeiro quanto no sentido de capital humano.

Durante a elaboração do trabalho apresentado houve grande dificuldade na busca por obras que fundamentariam o referencial teórico. Tal déficit possibilitou a percepção de que o tema avaliação e mensuração de resultados em comunicação ainda é pouco explorado por cientistas da área. Além disso, como dito anteriormente, houve a dificuldade em achar textos que falassem de forma mais complexa sobre o clipping e que apresentassem outros instrumentos de comunicação offline.

Também foram encontrados problemas para a realização da entrevista. Cerca de cinco profissionais foram contatados para que a atividade fosse feita, porém apenas o relações-públicas da agência The White Publicidade respondeu. Admite-se que com a presença de outros entrevistados, provavelmente, a análise realizada seria mais ampla e mais complexa. Seriam vários pontos de vistas sobre o mesmo tema, o que daria um material maior a se pensar.

Entretanto, a entrevista foi bastante proveitosa na conclusão deste artigo.

Foram apresentados instrumentos de avaliação e mensuração online ainda desconhecidos pelos próprios autores. Além disso, pode-se observar o modo em que as agências de comunicação têm valorizado os dois processos e os utilizado em todas as etapas do trabalho de comunicação.

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Referências

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