FLEXÃO DE PLACAS
FINAS
(Kirchhoff) e
SEMI-ESPESSAS
(Mindlin/Reissner)
Flexão de placas
n
Serão analisados problemas de geometria plana (curvatura nula).
n
Os carregamentos levam em conta momentos e cargas transversais, apenas.
n
O problema referente a cargas longitudinais (membrana) podem ser resolvidos
separadamente e superpostos aos resultados
de placa (regime linear elástico).
n
A teoria de placas é uma das mais importantes teorias estruturais:
Barras
Vigas
Placas
Cascas Membranas
u
Teoria de Kirchhoff-Love.
u
Contrapartida 2D da teoria de vigas de Euler- Bernoulli (hipótese das seções planas).
u
Despreza o efeito das deformações cisalhantes transversais.
u
Bons resultados para espessura < 10 vezes as dimensões laterais da placa.
n
Teoria de placas finas:
n
Aspectos indispensáveis para compreensão das teorias de placas:
u
As placas podem ser consideradas finas ou não (influência do cisalhamento).
u
“All you need is love...” (Beatles, 1968).
u
Kirchhoff se escreve com dois h’s.
u
Flambagem não tem apenas significado culinário.
n
Definições geométricas - placa plana:
x
y z
2 h
2 h
Superfície de referência
Premissa:
O comportamento de qualquer ponto (x,y,z) da placa pode ser
completamente descrito pelo comportamento da superfície de referência (x,y).
Campo de deslocamentos:
u
Hipótese das seções planas:
F
“As linhas inicialmente retas e perpendiculares à superfície de referência da placa permanecem retas e perpendiculares à esta após a flexão ocorrer”.
F
“Quaisquer linhas originalmente paralelas ao eixo z pemanecem inextensíveis”. Ou seja, a espessura h permanece constante.
' A
θy
x
dx y z
A
) , (x y w ) , (x y u B
'
B A'
θx
y
dy z z
A
) , (x y w ) , (x y v B
' B
h
u
Graficamente:
) , ( ) , , (
) , ( ) , , (
) , ( ) , , (
y x w z y x w
z y x z
y x v
z y x z
y x u
x y
= θ
−
= θ
−
=
u
Campo de deslocamentos:
0
2 2
2 2
= ε
∂
− ∂
= ε
∂
− ∂
= ε
zz yy xx
y z w
x z w
0 2
2
= γ
= γ
∂
∂ ∂
−
= γ
yz xz
xy
x y
z w
uCampo de deformações:
x y w x
y y w x
y x
∂
= ∂ θ
∂
= ∂ θ
) , (
) , (
y z w v
x z w u
∂
− ∂
=
∂
− ∂
=
u
Campo de tensões:
y x, z
z
y x,
yy xx σ σ ,
yz xz τ τ , τxy
{ } σ = [ ] C { } ε
0 0
2 1 1
2
2 2 2 2 2
2 2 2 2 2
≅ σ
= τ
= τ
∂
= ∂ τ
∂ υ ∂
∂ −
∂ υ
−
= − σ
∂ υ ∂
∂ −
∂ υ
−
= − σ
zz yz
xz xy yy xx
xy Gz w
x w y
z w E
y w x
z w
E
u
Esforços internos (tensões resultantes):
dz Q
dz Q
h
h yz y
h
h xz x
∫
∫
+
− +
−
τ
= τ
=
2 /
2 /
2 /
2 /
dz z M
dz z M
dz z M
h
h xy xy
h
h yy yy
h
h xx xx
∫
∫
∫
+
− +
− +
−
τ
= σ
= σ
=
2 /
2 /
2 /
2 /
2 /
2 /
Membrana Esforço cortante Flexão
dz N
dz N
dz N
h
h xy xy
h
h yy yy
h
h xx xx
∫
∫
∫
+
− +
− +
−
τ
= σ
= σ
=
2 /
2 /
2 /
2 /
2 /
2 /
x z y
u
Equações diferenciais de equilíbrio:
Q
xQ
yM
yyM
xxM
xyN
xyN
xxN
yyM
xyN
xyq
zF
zdx dy
h
= 0
∂ + + ∂
∂
∂
z
x y
q
y Q x Q
0 0
=
∂ + + ∂
∂
∂
=
∂ + + ∂
∂
∂
y xy yy
x xx xy
x Q M y M
y Q M x M
Substituindo-se as duas últimas na primeira:
0 2
2 2
2
+ =
∂ + ∂
∂
∂ + ∂
∂
∂
z yy
xx xy
q
y M y x M x
M
Equação diferencial de placas finas em termos dos esforços internos.
Substituindo-se as definições de esforços internos:
∂ υ ∂
∂ +
= ∂
∂ υ ∂
∂ +
= ∂
2 2 2 2
2 2 2 2
x w y
D w M
y w x
D w M
yy
xx
( )
y x D w
M
xy∂
∂ υ ∂
−
= 1
2
∂ + ∂
∂
∂
∂
= ∂
22 22y
w x
w D x
Q
x
∂ + ∂
∂
∂
∂
= ∂
22 22y
w x
w D y
Q
yOnde:
( ) 1
3 212 − υ
= Eh D
Módulo de rigidez à
flexão da placa
D q y
w y x
w x
w = −
z∂ + ∂
∂
∂ + ∂
∂
∂
4 4 2 2
4 4
4
2
Equação diferencial de placas finas em termos dos deslocamentos.
- Equação de Navier -
Substituindo as últimas equações na equação diferencial do problema:
Ou:
D w = − q
z∇
4u
Problemas:
F
Ao se verificar o equilíbrio de um elemento diferencial da placa contendo um canto vivo, conclui-se que o equilíbrio não é verificado na direção z . Isto é, somente o esforço cortante não é suficiente para equilibrar q
z.
F
Então define-se o esforço cortante efetivo:
•
Levam ao aparecimento de cargas concentradas nos cantos.
∂
− ∂
= x
Q M
V
x x xy
∂
− ∂
= y
Q M
V
y y xyu
Por que precisamos desta nova variável ?
F
Está se impondo um estado plano de deformações (EPD) a um estado plano de tensões (EPT), o que é incoerente do ponto de vista da elasticidade.
F
Causa: o efeito das deformações cisalhantes está sendo desprezado.
F
Consequência: Ficam sobrando condições de contorno para serem impostas. A solução então é condensar duas condições de contorno em uma (momento torçor e esforço cortante) - o esforço cortante efetivo.
u
Condições de contorno clássicas:
t n
t n
t n
= 0
=
nn
V
M
= 0
= M
nw
= 0
∂
= ∂ n w w
Aresta livre
Aresta apoiada
Aresta engastada
u
Tensões:
2 3 3
6 12 12
max
h
M h N
h z M h N
h z M h N
xy xy xy
yy xx yy
xx yy xx
+
= τ
+
= σ
−
= σ
yx, z
yy xx σ σ ,
y x, z
yy xx σ σ ,
Flexão
Membrana
u
Soluções típicas:
F
Placas circulares: Permitem solução analítica fechada para muitos casos (coordenadas polares).
F
Placas retangulares: Normalmente utilizam
soluções baseadas em séries infinitas (Navier, Levy, Marguerre etc.).
F
Outras geometrias:
•
Existem soluções para algumas (placas elípticas, triangulares, trapezoidais, rômbicas...).
•
Técnicas de mapeamento conforme.
•
Outros métodos aproximadados (Rayleigh-Ritz)
Apêndice
ALGUMAS SOLUÇÕES ANALÍTICAS PARA
PLACAS
A.1 Placas retangulares apoiadas
n
Carregamento senoidal:
n
E.D.:
b πy a
q πx
q =
0sin sin
x
y
a
b
b πy a
πx D
w q
0sin sin
2
=
∇
n
Condições de contorno:
n
Solução geral:
b , M
w
a , x M
w
yy xx
0 y em 0
0
0 em 0
0
=
=
=
=
=
=
0
0
22 2
2
=
∂
= ∂
∂
∂
y w x
w
b y a
C x
w = sin π sin π
n
Deslocamento transversal:
n
Momentos fletores:
b y a
x D
w q π π
α
= π
4 0sin sin
( )
b y a
x ab
M q
b y a
x b
a M q
b y a
x b
a M q
xy yy xx
π π
α π
υ
= −
π
π
υ + α
= π
π
π
+ υ α
= π
cos 1 cos
sin 1 sin
sin 1 sin
4 0
2 2 4
0
2 2 4
0
2 2 2
1
1
+
=
α a b
n
Esforços cortantes:
n
Reações vinculares:
b y a
x b
Q q
b y a
x a
Q q
y x
π π
= πα
π π
= πα
sin sin
cos cos
0 0
a x b
b a V q
b y b
a a V q
y x
π
− υ + πα
= −
π
+ − υ πα
= −
1 sin 2
2 sin 1
2 2
0
2 2
0
a x xy x
x
y
Q M V
∂
=− ∂
=
b y xy y
y
x
Q M V
∂
=− ∂
=
V
xV
yn
Soma das reações:
( )
ab q ab
dy q V dx
V ds
V
a y b xα π
υ
−
− −
− π
= +
= ∫ ∫
∫ 2
02
04
028
201
2 0 0 0 0
sin 4
sin = π
= ∫ ∫
∫∫ q dA
a bq πx a πy b dxdy q ab
?
ε
n
Reações nos cantos:
t Q M
V
t t nt∂
− ∂
= ( ( ) )
( ) a b
M
ds V R
xy b a
b
a t
, 2
lim
,0 ,
−
=
=
ε→∫
−ε−ε( )
ab R q
α π
υ
= 2 1
2−
0R R
R
No mesmo sentido do carregamento
Solução de Navier (1820)
( ) x y
f q = ,
( ) ∑∑
∞=
∞
=
π
= π
1 1
cos sin
,
m n
mn
b
y n a
x a m
y x f
n
Carregamento genérico:
n
Expansão - série dupla:
x
y
a
b
n
Coeficientes de Fourier:
n
Deslocamento transversal:
∫ ∫ ( )
=
a bn
m
dxdy
b nππ a
y mππ x ab f
a 4
0 0, sin sin
b y n a
x m a
w D
m n
mn
π π
π α
= ∑ ∑
∞=
∞
=
sin 1 sin
,...
3 ,
1 1,3,...
4
2 2 2 2
2
+
=
α b
n a m
y
n
Caso particular: q = q
0∑ ∑
∞=
∞
=
π π
α
= π
,...
3 ,
1 1,3,...
4
0
1 sin sin
16
m n
b
y n a
x m mn
D w q
Série converge rapidamente
ímpar), ( 16
1 1
2 2 2 2 6 2
0
n m
b n a mn m
b y senn a
x senm
D w q
m n
∑∑
∞= ∞=
+ π π
=π
x y
x y
x y
x y
w M
xxM
yyM
xyx
y
xQ
x y
Q
yn
Esforços:
n
Caso particular - placa quadrada sob carregamento uniforme:
u
Usando apenas o primeiro termo da série:
u
Erro 2,5%.
n
Caso particular - placa retangular com carga distribuída sobre uma área retangular.
3 4 0 max
0 , 0454
Eh a w = q
Solução de Lévy (1899)
x
y
a
b
( ) x y
f q = ,
( ) y
Y a Y
x Y m
w
m mm
m
π =
= ∑
∞=1
sin
n
Carregamento genérico:
n
Expansão - série simples:
n
Coeficientes de Fourier:
n
Deslocamento transversal:
0
2
44 4 2
2
2
π ′′ + π =
−
mIV
m
Y
a Y m a Y m
a x m b
y b
y
b y m
D w qa
m m
m m
m m
m m
π α α
+ α
α + α
+ α
− α
= π ∑
∞=
2 sin cosh sinh
2 2
cosh 2 cosh
2
2 1 tanh
1 4
,...
3 , 1
5 5
4
a b m
m
2
= π α
x y
n
Caso particular: q = q
0Série converge rapidamente
x y
x y
x y
x y
w M
xxM
yyM
xyn
Esforços:
x
y
xQ
y
Q
yn
Esforços:
n
Soluções tabulares:
u
Placa quadrada sob carga uniforme:
u
Cuidado com parametrizações diferentes:
u
Placas retangulares:
D a w q
4 0 max
= 0 , 00406
Navier 3 max
4 Lévy 0
max
0 , 0443 0 , 98 w
Eh a
w = q =
D a w q
4 0 max
= α
Tabelas -
f(a/b)Navier
100
Lévy Navier
− × w
w w
x
n
Comparação - w:
Navier
100
Lévy Navier
− ×
x x x
Q Q Q
Navier
100
Lévy Navier
− ×
xx xx xx
M M M
x
x
n
Comparação - Q
x:
A.2 Placas retangulares com
condições de contorno diversas
A.3 Placas finas circulares
n
Coordenadas polares
n
Axissimetria
n
E.D.:
D q dr
r dw dr
d r dr r d dr
d
r =
1 1
r
a
+ υ
−
=
+ υ
−
= dr
dw dr r
w D d
dr M dw dr r
w D d
M
nn tt1
2 2 2
2
n
Momentos:
n
Esforço cortante:
=
dr r dw dr
d D r
Q 1
n
Caso particular:
n
Solução geral:
0
2 π r Q = π r
2q q
0q =
3 2
2 1 4
0
log
4
64 C
a C r
r C D r
w = q + + +
2
0
r Q = q
r
a
Placas fina circular engastada
n
Carregamento uniforme
n
Solução:
2 2 4
0
1
64
−
= a
r D
a w q
( ) ( )
[ + υ − + υ ] = [ ( + υ ) − ( + υ ) ]
= 1 1 3
3 16 16 1
2 0 2
2
0 2
q a r
M r
q a
M
nn ttr
a
Placas fina circular apoiada
n
Carregamento uniforme
n
Solução:
( )
−
υ +
υ +
=
0 2−
2 2 21 5
64 a r
D r a w q
( + υ ) ( − ) = [ ( + υ ) − ( + υ ) ]
= 3 1 3
3 16 16
2 0 2
2
0 2
q a r
M r
q a
M
nn ttr
a
Placas semi-espessa circular engastada
n
Carregamento uniforme
n
Solução (Dym pp.339):
( )
− υ
− + κ
−
=
2 2
2 2 0 2 2
4
0
1
1 1 24
64 a
r D
h a q a
r D
a w q
Kirchhoff parcela devido ao cisalhamento
Solução unificada para placas circulares engastadas:
−
+
−
=
2 2 4 2
0
1 1 2
64 a
C r a
r D
a w q
0 16 1
3 2 0
= φ
−
= φ
t
n a
r a r D
a q
n
Deslocamento transversal:
n
Rotações:
( ) ( )
( ) ( )
υ +
′ − + υ +
=
=
υ +
′ − + υ +
=
2 2 0
2 2 0
3 1 1
16 1
0 3
1 16 1
a C r
a M q
a M C r
a M q
tt
nt nn
n
Momentos:
n
Esforços cortantes:
0 2
0
=
−
=
t n
Q
a
r
a
Q q
n
Constantes:
u
Modelo de Kirchhoff:
u
Modelo de Mindlin:
u
Modelo de Reissner:
( )
C C
a C h
′ =
υ
−
= κ
2 2
1
3 4
( )
0 1 3
4
22
′ =
υ
−
= κ C
a C h
= 0
= C ′ C
= 100 h a
r w
n
Deslocamentos:
Reissner
Mindlin
Kirhhoff
r
r
=10 h a
=5 h a
w
w
Mindlin Kirhhoff
Reissner Mindlin
Kirhhoff
r
r
=100 h a
=5 h a
M
nnM
nnReissner Mindlin Kirhhoff
Mindlin
Kirhhoff
Reissner
n