PU BLI C
CONSELHO DA
UNIÃO EUROPEIA Bruxe las , 7 de Junho de 2010 (14 .06) (OR . en)
Doss ier inter inst ituc iona l:
2009 /0157 (COD)
10390 /10 LIMITE
JUSTCIV 113 CODEC 499 NOTA
de : Pres idênc ia
para : Grupo das Ques tões de D ire i to C iv i l (Sucessões) n . º doc . an t. : 9240 /10 JUSTCIV 85 CODEC 377
n . º prop . Com : 14722 /09 JUSTCIV 210 CODEC 1209
Assun to : Propos ta de regu lamen to do Par lamen to Europeu e do Conse lho re la t ivo à compe tênc ia , à le i ap l icáve l , ao reconhec imen to e execução das dec isões e dos ac tos au tên t icos em ma tér ia de sucessões e à cr iação de um cer t if icado sucessór io europeu
Jun to se env ia , à a tenção das de legações , o novo tex to do Cap í tu lo VI da propos ta em ep ígrafe e laborado pe la Pres idênc ia à luz dos deba tes hav idos no Grupo das Ques tões de D ire i to C iv i l (Sucessões) , des ignadamen te do deba te gera l de 11 de Ma io de 2010 sobre o cer t if icado sucessór io europeu , e dos comen tár ios escr i tos das de legações aos Cap í tu los IV a VII (ver doc . 7704 /10 JUSTCIV 49 CODEC 229 + ADD) .
Todas as a l terações re la t ivamen te ao tex to da propos ta da Com issão es tão ass ina ladas a negro, e as supressões com ( . . .)
1.
___________________
1
No te-se que a lgumas das mudanças fe i tas nas d iferen tes versões l ingu ís t icas são meras
a l terações l ingu ís t icas ou term ino lóg icas ao tex to da propos ta da Com issão .
ANEXO 2009/0157 (COD)
Proposta de
REGULAMENTO DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO
relativo à competência, à lei aplicável, ao reconhecimento e execução das decisões e dos actos autênticos em matéria de sucessões e à criação de um certificado sucessório europeu
(….)
Capítulo VI
Certificado sucessório europeu
Artigo 36.º
Criação de um certificado sucessório europeu
1. O presente regulamento cria um certificado sucessório europeu (a seguir designado por
"certificado"), que produz efeitos em todos os Estados-Membros nas condições definidas no presente capítulo. (…)
12. O recurso ao certificado não é obrigatório. O certificado não substitui os documentos internos utilizados nos Estados-Membros. [Todavia, os efeitos do certificado também são reconhecidos no Estado-Membro cujas autoridades o emitiram por força do presente capítulo.]
21
O resto do n.º 1 foi transferido para outras disposições (primeira parte do n.º 1 do novo artigo 36.º-A e última parte do n.º 3 do artigo 37.º).
2
A Presidência convida o Grupo a ponderar a necessidade deste último período
Artigo 36.º-A Finalidade do certificado
11. O certificado destina-se a ser utilizado pelos herdeiros ou legatários e executores testamentários ou administradores de sucessões que precisem de [provar] [fazer valer]
noutro Estado-Membro, respectivamente, a sua qualidade e/ou os seus direitos de herdeiros ou legatários, ou os seus poderes de executores testamentários ou administradores, ao abrigo da lei aplicável à sucessão por força do Capítulo III.
2. O certificado pode ser utilizado, designadamente, para atestar um ou mais dos seguintes elementos específicos:
a) Direitos de cada herdeiro ou legatário designado no certificado e quota-parte da herança que lhes cabe;
b) Direito da pessoa designada no certificado a um bem determinado (…);
c) Poderes da pessoa designada no certificado para executar o testamento ou administrar a sucessão.
1
O n.º 1 deste novo artigo corresponde a parte do artigo 36.º, n.º 1, e o n.º 2 retoma o
texto do artigo 39.º, relativo ao certificado parcial.
Artigo 37.º
Competência para emitir o certificado 1. (…)
12. O certificado é emitido:
a) pelo tribunal competente do Estado-Membro cujos tribunais sejam competentes por força do presente regulamento
2, ou
b) por outra autoridade competente do Estado-Membro cujos tribunais sejam competentes por força do presente regulamento e que, por delegação do poder público, a legislação nacional autorize a tratar matérias sucessórias.
3. A emissão do certificado pelo tribunal ou outra autoridade competente a que se refere o n.º 2 (a seguir designados por "autoridade emissora") processa-se nos termos do presente capítulo.
Artigo 38.º Pedido de certificado
0. O certificado é emitido a pedido de qualquer das pessoas a que se refere o artigo 36.º-A, n.º 1, para as finalidades indicadas no pedido
3.
1. O pedido de certificado deve ser apresentado à autoridade emissora no formulário que consta do Anexo I.
1
Transferido para o n.º 0 do artigo 38.º .
2
A Presidência convida o Grupo a ponderar se o regulamento proposto também deve abarcar a competência interna nos Estados-Membros, de modo a garantir que o tribunal competente para emitir o certificado seja o tribunal que se ocupa, ou se ocupou, da sucessão.
3
A Presidência convida o Grupo a ponderar se também deverá ser prevista a
possibilidade do pedido de certificado ser apresentado por alguém que tenha um
legítimo interesse.
1-A O requerente deve facultar no seu pedido as informações abaixo enumeradas que sejam do seu conhecimento e de que a autoridade emissora necessite para atestar os elementos requeridos:
a) Dados relativos ao falecido: apelido, nome(s) próprio(s), sexo, local e data de nascimento, estado civil, nacionalidade, número de identificação (eventualmente), endereço da (…) residência habitual à data do óbito, e local e data do óbito;
b) Dados relativos ao requerente: apelido, nome(s) próprio(s), sexo, nacionalidade, número de identificação (eventualmente), endereço e grau de parentesco ou vínculo com o falecido, se houver;
b-1) Finalidade do certificado;
c) Elementos (…) em que o requerente baseia, consoante o caso, o direito reclamado aos bens da sucessão na qualidade de herdeiro ou legatário e/ou o direito reclamado a executar o testamento do falecido e/ou a administrar a sucessão;
c1) Se o falecido tomou alguma disposição por morte e, se assim for, cópia da disposição caso esta se encontre na posse do requerente;
d) Se o requerente substitui outro herdeiro ou legatário e, se assim for, prova do óbito dessa outra pessoa ou de qualquer outro acontecimento que justifique a substituição (…);
e) Se o falecido celebrou uma convenção matrimonial e, se assim for, cópia da convenção caso esta se encontre na posse do requerente;
f) Se o requerente tem conhecimento da existência de qualquer contestação dos
direitos sucessórios.
2. O requerente deve juntar ao pedido cópia autenticada de todos os documentos necessários para provar a exactidão das informações nele facultadas. (…)
13. (…)
2Artigo 39.º Certificado parcial
(suprimido)
3Artigo 40.º Análise do pedido
1. Ao receber o pedido, a autoridade emissora analisa-o e avalia as informações facultadas pelo requerente em conformidade com o artigo 38.º. (…)
4
1-A. Se não tiver sido possível ao requerente apresentar cópias autenticadas dos documentos necessários, a autoridade emissora pode decidir aceitar outros tipos de elementos de prova.
1-B. Se o seu direito interno o permitir, a autoridade emissora pode solicitar que as declarações sejam feitas sob juramento [ou mediante declaração solene substitutiva do juramento].
1
A última parte desta disposição passou para o artigo 40.º, que diz respeito às medidas a tomar pela autoridade emissora (novo n.º 1-A).
2
O conteúdo do n.º 3 está contemplado no artigo 40.º, n.º 1-B e n.º 2.
3
O conteúdo deste artigo foi integrado no novo artigo 36.º-A (n.º 2), relativo à finalidade do certificado.
4
O antigo texto do n.º 1 foi integrado no novo artigo 40.º-A, relativo à emissão do
certificado.
2. Com base nas indicações e declarações do requerente e nos documentos e outros meios de prova por este apresentados, a autoridade emissora procede por iniciativa própria [se tal se encontrar previsto no seu direito interno] às investigações necessárias à verificação dos elementos facultados e à obtenção das provas posteriores que considere pertinentes
1.
2-A. A autoridade emissora verifica, por todos os meios adequados, se todos os herdeiros e legatários foram informados da sucessão. Pode designadamente (…) chamar a comparecer, ou ouvir, as pessoas interessadas e os eventuais executores ou administradores (…), podendo ainda publicar anúncios destinados a convidar outros potenciais herdeiros a fazerem valer os seus direitos.
3. Para efeitos do presente (…) artigo, os Estados-Membros permitem o acesso (…) das autoridades emissoras dos outros Estados-Membros (…) aos registos civis, aos registos dos documentos e a factos relativos à sucessão e ao regime matrimonial de bens da família do falecido, bem como aos registos prediais.
4. (transferido para o n.º 2-A)
Artigo 40.º-A Emissão do certificado
A autoridade emissora deve emitir sem demora o certificado caso se considere provado que os elementos a atestar foram estabelecidos nos termos da lei aplicável à sucessão por força do Capítulo III; utilizará para o efeito o formulário constante do Anexo II
2.
1
A Presidência convida o Grupo a ponderar se deve ser exigido à autoridade emissora que tome medidas por iniciativa própria a fim de verificar e/ou completar as
informações facultadas pelo requerente (agora previstas nos n.ºs 2, 2-A e 3). Se o Grupo decidir que deve caber ao requerente facultar todas as informações e que a autoridade emissora se deve basear exclusivamente nas informações facultadas, talvez seja adequado inserir uma disposição segundo a qual a autoridade emissora pode pedir ao requerente que forneça elementos adicionais dentro de determinado prazo.
2
Este novo artigo engloba o artigo 40.º, n.º 1, e o artigo 41.º, n.º 1.
Artigo 41.º Conteúdo do certificado
1. (…)
12. Tanto quanto seja necessário para a finalidade da emissão, o certificado inclui as seguintes informações:
a) Nome e endereço da autoridade emissora;
a-1) Elementos (…) com base nos quais a autoridade emissora se considera competente para emitir o certificado (…);
a-2) Data de emissão;
a-3) Dados relativos ao requerente: apelido, nome(s) próprio(s), sexo, local e data de nascimento, nacionalidade, número de identificação (eventualmente), endereço e grau de parentesco ou vínculo com o falecido, se houver;
b) Dados relativos ao falecido: apelido, nome(s) próprio(s), sexo, local e data de nascimento, estado civil, nacionalidade, número de identificação (eventualmente), endereço da (…) residência habitual à data do óbito, e local e data do óbito;
c) Dados relativos às eventuais convenções matrimoniais celebradas pelo falecido
2; d) Lei aplicável à sucessão por força do Capítulo III e elementos (…) que estiveram
na base da determinação dessa lei;
1
Transferido para o artigo 40.º-A.
2
A Presidência convida o Grupo a ponderar se estes dados têm alguma utilidade no
certificado.
e) Elementos (…) dos quais decorrem os direitos e/ou poderes dos herdeiros, legatários, executores testamentários ou (…) administradores da sucessão, designadamente, se a sucessão é não testamentária (…) ou testamentária por força de um testamento ou de um pacto sucessório;
f) (transferida para a alínea a-3))
g) Se for caso disso, indicação da natureza da aceitação [ou repúdio] da sucessão relativamente a cada herdeiro;
h) Se houver vários herdeiros, quota-parte que cabe a cada um deles, [bem como, se for caso disso, (…) direitos que cabem a um determinado herdeiro]
1e/ou lista dos bens a que esse herdeiro tem direito;
i) (…) Direitos dos legatários e/ou lista dos bens a que têm direito (…);
j) Restrições aos direitos do herdeiro ou herdeiros, à luz da lei aplicável à sucessão por força do Capítulo III e/ou nos termos (…) do testamento ou do pacto sucessório;
k) Lista dos actos que o herdeiro, legatário, executor testamentário e/ou administrador da sucessão, consoante o caso, pode realizar relativamente aos bens da sucessão ao abrigo da lei aplicável à mesma por força do Capítulo III.
1
A Presidência convida o Grupo a ponderar se convém conservar o texto entre
parênteses rectos por uma questão de coerência com o artigo 19.º, n.º 2, alínea i).
Artigo 42.º Efeitos do certificado
1. (…)
12. O certificado (…) é [reconhecido] [aceite] (…) em todos os Estados-Membros, considerando estes que reflecte os elementos estabelecidos nos termos da lei aplicável à sucessão por força do Capítulo III. (…) Quem o certificado designar como herdeiro, legatário, executor testamentário ou administrador da sucessão é [reconhecido] [aceite]
como titular dos direitos (…) ou poderes (…) indicados no certificado. O certificado é [reconhecido] [aceite], considerando-se que reflecte todas as condições ou restrições (…) associadas aos direitos ou poderes de quem o certificado designar.
3. Qualquer pessoa que efectue pagamentos ou entregue bens a quem um certificado designar como estando habilitado a aceitar pagamentos ou bens (…), por força do certificado, fica isenta de responsabilidades a menos que tenha ou deva ter conhecimento de que o conteúdo do certificado não é exacto
2.
4. Considera-se que qualquer pessoa tendo adquirido bens sucessórios a outra, a quem um certificado designe como estando habilitada a dispor dos bens em questão por força (…) do certificado, os adquiriu a uma pessoa com poderes para deles dispor, a menos que tenha ou deva ter conhecimento de que o conteúdo do certificado não é exacto.
21
O conteúdo deste número foi integrado nos artigos 36.º, n.º 1, e 36.º-A, n.º 1, e fundido com o n.º 2.
2
O Grupo terá de debater, numa fase posterior, a relação entre os efeitos do certificado
previstos nos n.ºs 3 e 4 e o Capítulo IV.
5. O certificado constitui um título válido para a transcrição ou inscrição da aquisição sucessória nos registos públicos do Estado-Membro onde se situam os bens. A transcrição é feita nas condições estabelecidas pela lei do Estado-Membro sob cuja autoridade o registo é mantido, e produz os efeitos previstos nessa lei
1.
Artigo 42.º-A
Cópias autenticadas do certificado
1. A autoridade emissora conserva o original do certificado (…) e entrega uma ou mais cópias autenticadas ao requerente e a qualquer pessoa que demonstre possuir um legítimo interesse.
2. As cópias autenticadas entregues (…) são válidas durante um período limitado de [seis]
meses e contêm referência da data em que expiram
2. Decorrido este prazo, (…) os detentores de cópia autenticada devem solicitar nova cópia autenticada (…) à autoridade emissora para poderem fazer valer (…) o conteúdo do certificado.
3. Os efeitos do certificado previstos no artigo 42.º não são afectados pelo termo de validade de uma cópia autenticada.
1
Esta disposição deve ser lida em articulação com o artigo 1.º, n.º 4, do documento 9239/10 JUSTCIV 84 CODEC 376.
2
Recorde-se que foi sugerida a criação de um registo electrónico de certificados; se isso
se concretizar, o prazo de validade limitado das cópias autenticadas não será tão
problemático, pois se tornará mais fácil verificar se a cópia corresponde ao original.
Artigo 43.º
Rectificação, suspensão ou anulação do certificado
1. A pedido de qualquer parte interessada, dirigido à autoridade emissora, ou (…) por iniciativa desta (…), o certificado pode ser objecto de:
a) Rectificação, em caso de erro material;
b) (…) Suspensão dos efeitos, se a sua (…) exactidão for contestada
1;
c) Anulação, se estiver determinado que o certificado (…) não corresponde à realidade
2.
2. A autoridade emissora (…) anota na margem do original a rectificação, a suspensão dos efeitos ou a anulação do certificado, e notifica sem demora esse facto à pessoa ou pessoas designadas no certificado.
31
A Presidência convida o Grupo a ponderar quando devem os efeitos ser suspensos, e se a suspensão deve ser automática em caso de contestação ou determinada por uma autoridade competente.
2
A Presidência sugere que se indique num considerando que as alíneas a) e b) se aplicam igualmente às situações em que esteja determinado que existe conflito entre o certificado e outro certificado ou uma decisão judicial.
3