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VINTE TODO DIA GABARITO COMENTADO 17

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VINTE

TODO DIA

GABARITO COMENTADO 17

VINTE

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GABARITO COMENTADO

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GABARITO COMENTADO

GABARITO COMENTADO

DIREITO PENAL

1

Pontos abrangidos: 1. Concurso de agentes.

2. Teoria do tipo. Tipo e tipicidade. Do dolo. Da culpa. Erro de tipo. 3. Classificação dos crimes. QUESTÃO GABARITO 1 B 2 A 3 C 4 ERRADO 5 C 6 A 7 D 8 D 9 E 10 E 11 D 12 E 13 CERTO 14 CERTO

1 Por Isabella Miranda.

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15 CERTO 16 CERTO 17 E 18 A 19 C 20 C

BANCO DE QUESTÕES CICLOS

QUESTÃO 1

O concurso de pessoas consiste na colaboração de duas ou mais pessoas para a realização de uma infração penal. Para a sua formação é essencial que haja pluralidade de agentes culpáveis, relevância causal das condutas para a produção do resultado, vínculo subjetivo entre os agentes e unidade da infração penal. Sobre o concurso de pessoas, assinale a alternativa correta: a) O Código Penal adota, de forma exclusiva, a teoria monista do concurso de pessoas. ERRADO. A teoria monista ou unitária é a regra no Código Penal. Os agentes respondem pelo mesmo crime, na medida de suas culpabilidades. No entanto, a teoria pluralista, na qual cada agente responde por crime diverso, é adotada em casos excepcionais como nos crimes de aborto e corrupção ativa e passiva. b) Autoria mediata é aquela em que o autor se utiliza uma pessoa, que atua sem dolo ou sem culpabilidade, como instrumento para a prática de uma infração penal. CERTO. Trata-se de situação em que o autor mediato se utiliza de uma pessoa inculpável ou sem dolo ou culpa (autor imediato) para executar a conduta criminosa. Não há concurso de pessoas e apenas o autor mediato pode ser punido. Situações de autoria mediata: inimputabilidade do executor, coação moral irresistível, obediência hierárquica, erro de tipo provocado por terceiro, erro de proibição inevitável.

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c) Autoria colateral é aquela em duas ou mais pessoas concorrem para o mesmo resultado, havendo liame subjetivo entre elas.

ERRADO.

Na autoria colateral mais de uma pessoa concorre para o mesmo resultado, sem haver liame subjetivo entre elas. Não há concurso de pessoas, são crimes autônomos.

d) Nos crimes de mão própria não é possível coautoria e participação.

ERRADO.

Crimes de mão própria são aqueles que somente podem ser praticados pelas pessoas expressamente indicadas no tipo penal. Não é possível coautoria, embora se admita a participação. Exemplo: falso testemunho. Cuidado com a falsa perícia, pois nessa é possível haver coautoria. e) Nos crimes culposos não é possível coautoria e participação. ERRADO. Os crimes culposos admitem coautoria, mas não admitem participação. GABARITO: B. QUESTÃO 2

Quanto ao concurso de agentes, assinale a alternativa correta:

a) São crimes acidentalmente coletivos/eventualmente coletivos aqueles que podem ser praticados por uma única pessoa, mas a pluralidade de agentes faz surgir uma modalidade mais grave do delito, seja uma qualificadora seja uma causa de aumento da pena.

CERTO.

É exatamente esse o conceito de crimes acidentalmente coletivos ou eventualmente coletivos. Consta na FUC 11, pessoal.

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ERRADO.

Pactum sceleris significa prévio ajuste. Para que haja concurso de agentes é necessário vínculo subjetivo, ou seja, que um agente adira à vontade do outro. Mas isso não é igual a acordo prévio. Portanto, a doutrina rechaça a necessidade de pactum sceleris, se conformando com o mero liame subjetivo, ainda que a parte contrária não saiba da intenção desse outro agente. c) Como regra, o Código Penal adota a teoria unitária ou monista. Como exceção, aceita a teoria dualista. ERRADO. Até o ponto final está certo, mas a afirmativa peca ao dizer que, via de exceção, o CP adota a teoria dualista. Em verdade, adota-se excepcionalmente a teoria pluralista. A teoria dualista diz que autores (todos eles) respondem por um crime único e partícipe (todos eles) por outro crime.

d) A cooperação dolosamente distinta ou desvio subjetivo entre os agentes se dá quando a participação é de menor importância.

ERRADO.

Fiz uma salada nessa alternativa. Participação de menor importância é aquela prevista no §1º do art. 29, CP:

Art. 29. §1º. Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a

um terço.

Já a cooperação dolosamente distinta ou desvio subjetivo, ocorre quando um dos agentes quis participar de crime diverso e está no §2º, do art. 29, CP:

Art. 29. §2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada

a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.

GABARITO: “A”. QUESTÃO 3

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a) O Código Penal acolheu a teoria monista, em relação aos concorrentes, mesmo que por omissão, sujeitando-os às sanções penais, inclusive no caso do concurso absolutamente negativo.

ERRADO.

A participação por omissão será relevante quando tivermos a figura do garantidor (ou garante). Assim, por exemplo, um policial não deve deixar um ladrão levar uma bicicleta que não é sua. No concurso absolutamente negativo (#OIAOSINONIMOSÔ: crime silente - participação negativa – conivência), não temos participação, pois a pessoa não tem o dever de evitar o resultado. Logo não vai responder por nada. Ex.: Eduardo diz a sua vizinha Maria que irá roubar um banco. Maria, que não é fofoqueira (rsrs), não vai à polícia. Essa omissão não é penalmente relevante. Neste sentido, Cleber Masson:

A conivência também chamada de participação negativa, crime silente, ou concurso

absolutamente negativo, é a participação que ocorre nas situações em que o sujeito não está vinculado

à conduta criminosa e não possui o dever de agir para impedir o resultado. Exemplo: um transeunte

assiste ao roubo de uma pessoa desconhecida e nada faz. Não é partícipe. Portanto, o mero conhecimento de um fato criminoso não confere ao indivíduo a posição de partícipe por força de sua omissão, salvo se presente o dever de agir para impedir a produção do resultado. (...).

b) Adotou-se, em relação aos concorrentes, a teoria dualista, traduzida pela introdução da cláusula restritiva “na medida de sua culpabilidade”.

ERRADO.

A regra adotada pelo CP é a teoria monista (os agentes que concorrem para um mesmo crime respondem pela pena por ele cominada, na medida da sua culpabilidade), havendo exceções pluralistas.

c) Nosso Código incorporou solução defendida pela doutrina para o desvio subjetivo, que se aplica tanto a coautores, como a partícipes.

CERTO.

Trata-se da cooperação dolosamente distinta, prevista no art. 29, §2º do CP:

Art. 29. (...) §2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.

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De fato, o CP traz a previsão do desvio subjetivo que ocorre quando um ou mais dos agentes desviam do plano comum inicial. d) Admite-se, no que se refere à participação, a teoria da hiperacessoriedade, como regra, e da acessoriedade limitada, como exceção. ERRADO. A teoria adotada pelo nosso CP, para punição do partícipe, é a da acessoriedade limitada, em regra. Assim, basta que o fato seja típico e ilícito para que o partícipe responda por tal conduta. Relembrando:

Teoria da acessoriedade limitada: o fato deve ser típico e ilícito para que se puna a participação. Teoria da hiperacessoriedade: o fato deve ser típico, ilícito, culpável e punível.

GABARITO: “C” QUESTÃO 4

Quem, de qualquer modo, concorre para o crime, incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. Assim, é possível afirmar que o Código Penal adotou, de forma absoluta, a teoria monista quanto ao concurso de pessoas.

ERRADO. Como regra, o CP adotou a teoria monista (art. 29). Para esta, todos os que concorreram para a infração penal devem responder pelo mesmo crime. Contudo, há exceções! No próprio Código Penal foram previstas hipóteses nas quais haverá um crime para cada agente (teorias pluralista e dualista). É o caso, por exemplo, da gestante que consente e se submete ao aborto, que responderá pelo art. 124, 2ª parte, CP, enquanto o sujeito que provoca o aborto se enquadrará no tipo penal do art. 126 do CP.

QUESTÕES DE CONCURSOS JÁ REALIZADOS

QUESTÃO 5

Ano: 2011 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: Juiz de Direito Analise as proposições seguintes:

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punição por crime culposo, ainda que previsto em lei.

ERRADO.

Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a

punição por crime culposo, se previsto em lei.

II. Responde pelo crime o terceiro que determina o erro.

CERTO.

Art. 20. § 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro.

III. O desconhecimento da lei é inescusável, mas o erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, poderá diminuir a pena de um sexto a um terço.

ERRADO.

Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável,

isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.

Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.

IV. O desconhecimento da lei é considerado circunstância atenuante.

CERTO.

Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena:

I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença;

II - o desconhecimento da lei;

V. Se o fato é cometido sob coação irresistível, só é punível o autor da coação.

CERTO.

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manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.

Assinale as proposições corretas: a) I, II e V, apenas.

b) II, III e IV, apenas.

c) II, IV e V, apenas.

d) I, II e III, apenas. e) II, III e V, apenas.

GABARITO: “C” QUESTÃO 6

Ano: 2015 Banca: FCC Órgão: TJ-AL Prova: Juiz de Direito O erro inescusável sobre:

a) a ilicitude do fato constitui causa de diminuição da pena.

CERTO.

Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta

de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.

Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.

#ATENÇÃO:

INESCUSÁVEL = EVITÁVEL ESCUSÁVEL = INEVITÁVEL

b) elementos do tipo permite a punição a título de culpa, se acidental.

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c) elementos do tipo isenta de pena. ERRADO. Vide comentários acima. d) elementos do tipo exclui o dolo e a culpa, se essencial. ERRADO. Vide comentários acima. e) a ilicitude do fato exclui a antijuridicidade da conduta. ERRADO. Vide comentários acima. GABARITO: A. QUESTÃO 7

Ano: 2012 Banca: FUJB Órgão: MPE-RJ Prova: Promotor de Justiça As três principais teorias sobre o dolo são as seguintes:

a) Eventualidade, Assentimento e Vontade:

ERRADO.

As três principais teorias são:

- ASSENTIMENTO: também conhecida como teoria da indiferença, na qual o sujeito aceita as consequências de sua conduta com indiferença. - CONSENTIMENTO: não é suficiente que o autor veja o resultado enquanto possibilidade. Mais do que isso, deve se manifestar no agente a vontade de consecução do resultado mentalmente representado. - REPRESENTAÇÃO: a mera previsão pelo agente da possibilidade de produção do resultado, sem a necessidade de verificação de qualquer elemento volitivo, fundamenta o dolo, tendo em vista que a existência da possiblidade já deveria ser suficiente para fazer o sujeito desistir de seguir atuando. b) Assentimento, Representação e Atividade; ERRADO.

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As três principais teorias são:

- ASSENTIMENTO: também conhecida como teoria da indiferença, na qual o sujeito aceita as consequências de sua conduta com indiferença. - CONSENTIMENTO: não é suficiente que o autor veja o resultado enquanto possibilidade. Mais do que isso, deve se manifestar no agente a vontade de consecução do resultado mentalmente representado. - REPRESENTAÇÃO: a mera previsão pelo agente da possibilidade de produção do resultado, sem a necessidade de verificação de qualquer elemento volitivo, fundamenta o dolo, tendo em vista que a existência da possiblidade já deveria ser suficiente para fazer o sujeito desistir de seguir atuando. c) Eventualidade, Vontade e Representação: ERRADO. As três principais teorias são:

- ASSENTIMENTO: também conhecida como teoria da indiferença, na qual o sujeito aceita as consequências de sua conduta com indiferença. - CONSENTIMENTO: não é suficiente que o autor veja o resultado enquanto possibilidade. Mais do que isso, deve se manifestar no agente a vontade de consecução do resultado mentalmente representado. - REPRESENTAÇÃO: a mera previsão pelo agente da possibilidade de produção do resultado, sem a necessidade de verificação de qualquer elemento volitivo, fundamenta o dolo, tendo em vista que a existência da possiblidade já deveria ser suficiente para fazer o sujeito desistir de seguir atuando. d) Representação, Assentimento e Vontade; CERTO. As três principais teorias são:

- ASSENTIMENTO: também conhecida como teoria da indiferença, na qual o sujeito aceita as consequências de sua conduta com indiferença.

- CONSENTIMENTO: não é suficiente que o autor veja o resultado enquanto possibilidade. Mais do que isso, deve se manifestar no agente a vontade de consecução do resultado mentalmente representado.

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a necessidade de verificação de qualquer elemento volitivo, fundamenta o dolo, tendo em vista que a existência da possiblidade já deveria ser suficiente para fazer o sujeito desistir de seguir atuando. e) Eventualidade, Atividade e Representação. ERRADO. As três principais teorias são:

- ASSENTIMENTO: também conhecida como teoria da indiferença, na qual o sujeito aceita as consequências de sua conduta com indiferença. - CONSENTIMENTO: não é suficiente que o autor veja o resultado enquanto possibilidade. Mais do que isso, deve se manifestar no agente a vontade de consecução do resultado mentalmente representado. - REPRESENTAÇÃO: a mera previsão pelo agente da possibilidade de produção do resultado, sem a necessidade de verificação de qualquer elemento volitivo, fundamenta o dolo, tendo em vista que a existência da possiblidade já deveria ser suficiente para fazer o sujeito desistir de seguir atuando. GABARITO: D. QUESTÃO 8

Ano: 2017 Banca: FCC Órgão: DPE-SC Prova: Defensor Público Sobre o dolo, é correto afirmar:

a) O dolo requer o pleno conhecimento dos elementos do tipo subjetivo, além da vontade de realizá-lo. ERRADO. O dolo requer o pleno conhecimento dos elementos do tipo objetivo. b) A teoria da imputação objetiva limita os casos em que o dolo é excessivo e pode aumentar a pena do réu diante do risco criado. ERRADO.

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conduzindo a resolução para a esfera da tipicidade, ou seja, para a verificação do preenchimento do tipo objetivo. Além disso, centra-se no papel que desempenha o cidadão na sociedade, imputação do comportamento. A teoria da imputação objetiva habitualmente se condensa na seguinte forma: o tipo de um delito de resultado resta cumprido quando a conduta submetida à análise a) gerou um risco juridicamente desaprovado e b) esse risco se realizou no resultado. Além disso, deve comprovar-se que – apesar da ocorrência de uma relação de causalidade e da criação e realização do risco – o resultado ocorrido realmente seja um dos que o tipo em questão pretende evitar. #FALASTJ: De acordo com a Teoria Geral da Imputação Objetiva, o resultado não pode ser imputado ao agente quando decorrer da prática de um risco permitido ou de uma ação que visa a diminuir um risco não permitido; o risco permitido não realize o resultado concreto; e o resultado se encontre fora da esfera de proteção da norma. O risco permitido deve ser verificado dentro das regras do ordenamento social, para o qual existe uma carga de tolerância genérica. É o risco inerente ao convívio social e, portanto, tolerável. (REsp 822.517/DF). c) O momento do dolo não precisa coincidir com o momento da execução da ação, existindo validamente nas figuras do dolo antecedente e subsequente. ERRADO. O dolo deve acompanhar a conduta do agente. Não existe dolo subsequente. E o que antecede o dolo são os motivos do crime (que já existiam antes). O elemento subjetivo atravessa a conduta enquanto ela é realizada. d) O aspecto cognitivo do dolo antepõe-se sempre ao volitivo. CERTO. Partindo da Teoria Finalista, o dolo inclui unicamente o conhecer e o querer a realização da situação objetiva descrita pelo tipo, não fazendo menção à antijuridicidade da conduta (não inclui a consciência da antijuridicidade da conduta). Segundo Welzel, toda a ação consciente é conduzida pela decisão de ação, pela consciência do que se quer – o momento intelectual – e pela decisão a respeito de querer realizar – o momento volitivo. e) Os tipos omissivos prescindem da verificação do dolo.

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ERRADO. Os tipos omissivos impróprios não dispensam a verificação do dolo. GABARITO: D. QUESTÃO 9

Ano: 2016 Banca: UFMT Órgão: DPE-MT Prova: Defensor Público NÃO é elemento constitutivo do crime culposo:

a) a inobservância de um dever objetivo de cuidado. ERRADO. É elemento constitutivo do crime culposo. b) o resultado naturalístico involuntário. ERRADO. É elemento constitutivo do crime culposo. c) a conduta humana voluntária. ERRADO. É elemento constitutivo do crime culposo. d) a tipicidade. ERRADO. É elemento constitutivo do crime culposo. e) a imprevisibilidade. CERTO.

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Não se verifica a culpa no caso de resultados excepcionais, não previsíveis.

A exigência de previsibilidade objetiva do resultado é exigência para que se possa atribuir a responsabilidade ao agente.

GABARITO: E.

QUESTÕES INÉDITAS

QUESTÃO 10

Sobre o concurso de pessoas e as teorias que justificam o conceito de autor para fins de imputação, analise as assertivas a seguir e assinale a alternativa CORRETA:

I – Para o conceito unitário de autor, são autores do crime todos os intervenientes que trazem uma contribuição causal na realização do tipo, com independência da importância que corresponda a sua colaboração no marco da totalidade do sucesso.

CERTO.

Para essa teoria, a causalidade constitui o único critério de relevância jurídico-penal de um comportamento e o conceito de acessoriedade resulta supérfluo. II – Para o conceito restritivo de autor, somente é autor quem realiza por si mesmo a ação típica. CERTO. Para essa teoria, considera-se autor aquele que executa a ação típica legal do tipo respectivo, ou seja, o que realiza os elementos típicos legais. As regras sobre a responsabilidade pela participação são, de acordo com essa concepção, causas de extensão da pena, as que, iguais às da tentativa, ampliam o conceito de delito trazido na Parte Especial. III – Para a teoria objetivo-formal, é autor quem executa pessoalmente a ação típica. CERTO.

Atém ao teor literal das descrições da ação nos tipos e considera autor todo aquele cujo comportamento entre no círculo que o tipo pretende abarcar, enquanto qualquer outra aportação causal

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IV – A teoria objetivo-material proporciona um complemento mediante a consideração da maior periculosidade que deve caracterizar a contribuição ao fato por parte do autor frente à do partícipe.

CERTO.

Busca-se uma restrição distinguida na importância objetiva da contribuição, sobre a base de diferenciar entre condição e causa, trata-se de indagar a maior perigosidade objetiva da conduta. V – Segundo a teoria subjetiva da participação, é autor quem, com vontade de autor, realiza uma contribuição causal ao fato, qualquer que seja seu conteúdo, sendo, pelo contrário, partícipe quem unicamente tem vontade de partícipe. CERTO. Para essa teoria, que anda junto com o conceito extensivo de autor, o autor quer o fato como próprio e tem animus auctoris, enquanto o partícipe quer o fato como alheio, e tem animus socii.

a) I e II estão corretas. b) III e V estão corretas. c) II, IV e V estão corretas. d) I e III estão incorretas.

e) Todas estão corretas. GABARITO: E.

QUESTÃO 11

Sobre o concurso de pessoas, assinale a alternativa INCORRETA:

a) Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste, podendo essa pena ser aumentada até metade na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.

CERTO.

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b) Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. CERTO. Esse o teor do art. 29, §1º, do CP. Quanto mais a conduta se aproximar do núcleo do tipo, maior deverá ser a pena quanto mais distante do núcleo, menor deverá ser a resposta penal.

c) Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. CERTO. É o que nos diz o art. 30 do CP. CIRCUNSTÂNCIAS são fatos ou dados, de natureza objetiva ou subjetiva, ACIDENTAIS, que não interferem na configuração do tipo, destinando-se apenas a influir sobre a quantidade de pena cominada para efeito de aumenta-la ou de diminui-la. As CIRCUNSTÂNCIAS OBJETIVAS são sempre comunicáveis (porém, não o são quando desconhecidas por parte do agente) e as SUBJETIVAS são, em regra, incomunicáveis. Quando estas, conduto, fizerem parte da própria economia interna do tipo, integrando sua estrutura, tornam-se comunicáveis.

d) A teoria do conceito restritivo de autor explica melhor a coautoria, posto que todos que dominam funcionalmente o fato, ainda que não realizem a conduta estritamente descrita no tipo, são coautores. ERRADO. A assertiva faz referência, na realidade, à teoria do domínio do fato. Essa teoria tem sua origem no finalismo, e a característica geral do autor é o domínio final sobre o fato. Senhor do fato é aquele que o realiza na forma final, em razão de sua decisão volitiva. Domínio do fato significa ter nas mãos o curso típico dos acontecimentos que compreende o dolo, a possiblidade fática de dirigir em todo o momento a configuração típica. Adotada a teoria objetivo-formal, como fazem alguns doutrinadores, não haveria como condenar como coautor aquele que somente segura a vítima ou a mantém sob ameaça para que outro subtraia os bens, posto que, em realidade, NÃO pratica a conduta descrita no verbo nuclear do tipo.

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Assim, pode-se concluir que: • sempre é autor quem executa por sua própria mão todos os elementos do tipo; • é autor quem executa o fato utilizando a outro como instrumento (autoria mediata); • é autor o coautor, que executa uma parte necessária da execução do plano global (domínio funcional do fato), mesmo que não seja um ato típico em sentido estrito, mas participando em todo caso da comum resolução delitiva. A teoria do domínio do fato engloba na autoria não só o executor material, como também a autoria mediata e casos de coautoria sem um ato típico em sentido estrito. Somente faz referência aos delitos dolosos. É justamente com a adoção da teoria do domínio do fato que poderemos incluir condutas que, embora aparentem participação (teoria formal-objetivo) em realidade configuram verdadeira coautoria. #OLAHOGANCHO: A teoria do domínio do fato não permite que a mera posição de um agente na escala hierárquica sirva para demonstrar ou reforçar o dolo da conduta. Do mesmo modo, também não permite a condenação de um agente com base em conjecturas. Assim, não é porque houve irregularidade em uma licitação estadual que o Governador tenha que ser condenado criminalmente por isso. STF. 2ª Turma. AP 975/AL, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 3/10/2017 (Info 880). e) O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. CERTO. Essa a redação do art. 31 do CP. É a acessoriedade da participação. A ressalva do artigo diz respeito aos casos em que a instigação, a determinação e o auxílio são puníveis como delitos autônomos. GABARITO: D. QUESTÃO 12

Assinale a alternativa CORRETA a respeito da participação no concurso de pessoas:

I – Para a teoria da acessoriedade máxima, exigiam-se todos os requisitos para que houvesse um fato principal, isto é, tipicidade, antijuridicidade e culpabilidade.

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CERTO. Isso produzia certos problemas insolúveis, se ajudava-se um menor de idade ou um alienado à realização de um delito, não havia um fato principal, pois tanto ao menor como ao alienado faltava a culpabilidade, logo, não havia autor e tampouco podia haver partícipe. Todos ficavam impunes. II – A participação não é um conceito autônomo, senão dependente do conceito de autor e que somente com base neste pode ajuizar-se a conduta do partícipe. CERTO. Se não existe um fato pelo menos típico e antijurídico, cometido por alguém como autor, não pode falar-se em participação – acessoriedade limitada – já que não há por que castigar alguém que se limita a participar num fato penal irrelevante ou ilícito para seu autor. III – Instigação é a dolosa colaboração de ordem espiritual objetivando o cometimento de um crime doloso. CERTO. O indutor limita-se a provocar no autor a resolução de realizar o fato, sem ter participação alguma no próprio domínio deste. A denominação instigação abrange a determinação e a instigação propriamente dita. Por determinação se compreende a conduta que faz surgir no autor direto a resolução que conduz à execução; por instigação propriamente dita se compreende a conduta que faz reforçar e desenvolver no autor direto uma resolução ainda não concretizada, mas preexistente. IV – Cumplicidade é a dolosa colaboração de ordem material, objetivando o cometimento de um crime doloso. CERTO. O legislador brasileiro optou pela palavra “auxílio”. A cumplicidade tem que favorecer (objetivamente) o fato principal, e este favorecimento ser querido (subjetivamente) pelo cúmplice, para o qual basta o dolo eventual.

A cumplicidade pode ser também por omissão, contanto que incumba ao cúmplice um dever de garantidor (exemplo do guarda que não tranca o cofre para que seja facilitada a ação do autor). É

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necessário, para que ocorra a cumplicidade, que o favorecimento do partícipe tenha eficiência causal na ação do autor, não bastando realizar uma atividade que não contribua na realização final do autor. O crime deve ser ao menor tentado. Deve o partícipe ter consciência de que coopera na conduta delitiva do autor, mesmo que este desconheça essa cooperação. V – A autoria colateral caracteriza-se pela ausência do vínculo subjetivo entre os participantes. CERTO.

A autoria colateral ocorre quando mais de uma pessoa, ignorando uma contribuição da outra, realizam condutas convergentes objetivando a execução da mesma infração penal.

Na autoria colateral cada agente deve responder por sua conduta, considerada individualmente.

#ATENÇÃO: pode ocorrer a AUTORIA INCERTA quando na autoria colateral não se determine

quem produziu o evento. A solução é admitir a tentativa para ambos. a) II e III estão corretas.

b) I e IV estão corretas. c) Apenas II está incorreta. d) IV e V estão incorretas.

e) Todas estão corretas. GABARITO: E.

QUESTÃO 13

Para a teoria monística ou unitária, o crime permanece único e indivisível, mesmo que tenha sido praticado em concurso por diversas pessoas.

CERTO.

Nesse caso, não há distinção entre autoria e participação, assim, todo aquele que concorre para o crime causa-o em sua totalidade.

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QUESTÃO 14

Para a teoria dualística há dois crimes: um para os autores, aqueles que realizam a atividade principal, a conduta, e outro para os partícipes, aqueles que desenvolvem uma atividade secundária.

CERTO.

Essa teoria não se ajusta aos casos de autoria mediata.

QUESTÃO 15

Para a teoria pluralística, a cada um dos participantes corresponde uma conduta própria, um elemento psicológico próprio, um resultado próprio, devendo-se concluir que cada um responde por delito próprio.

CERTO. Existem tantos crimes quantos forem os participantes do fato delituoso. Há pluralidade de agentes e pluralidade de crimes. É uma teoria subjetiva, ao contrário da unitária, que é objetiva. Em algumas hipóteses o CP adotou a teoria pluralística, em que a conduta do partícipe constitui outro crime, havendo, então, um crime do autor e outro do partícipe, sendo que ambos são descritos pela norma como delitos autônomos. Assim seria o caso dos crimes de corrupção ativa e passiva. QUESTÃO 16

As elementares são dados ou fatos que compõem a própria descrição do fato típico, integrando a descrição da infração penal e cuja ausência exclui ou altera o crime.

CERTO.

As circunstâncias elementares, sejam de caráter objetivo ou pessoal, comunicam-se entre os fatos cometidos entre os participantes, desde que tenham ingressado na esfera de seu conhecimento.

QUESTÃO 17

A respeito do conceito de tipo e tipicidade, assinale a alternativa CORRETA:

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GABARITO COMENTADO

das normas efetivamente proibitivas, ou seja, às hipóteses de verdadeira antinormatividade, assim entendida como as prescrições violadoras do ordenamento jurídico em geral e não unicamente penal. CERTO. Segundo ZAFARONI, antinormatividade é a contrariedade ao ordenamento jurídico, isto é, a qualquer norma que autorize o comportamento. Assim, para a configuração de um tipo penal, seria preciso, antes, investigar se a conduta estaria autorizada em alguma norma do ordenamento. Estando autorizada, sequer se realizaria o juízo de tipicidade, ainda quando presente a subsunção do fato à norma.

#ATENÇÃO: a diferença entre a tipicidade conglobante e as causas de justificação residiria, segundo

ZAFARONI, no fato de que as causas de justificação traduziriam comportamentos apenas tolerados, excepcionalmente, em razão de determinadas e específicas circunstâncias, enquanto a tipicidade conglobante abarcaria, no próprio tipo, o exame acerca da normatividade do comportamento, referindo-se às condutas incentivadas no Direito. Assim, se adotada essa concepção, o estrito cumprimento do dever legal e o exercício regular do direito sequer constituiriam causas de justificação, mas hipóteses de atipicidade da conduta. II – O tipo penal exerce função seletiva, função de garantia, função indiciária da ilicitude e função de delimitação do iter criminis. CERTO. A função seletiva consiste basicamente em determinar o que é e o que não é crime. A função de garantia pode ser verificada no fato do tipo penal, ao determinar a conduta proibida, limitar a atuação punitiva estatal. A função indiciária da ilicitude consiste no fato de toda conduta típica ser, provavelmente, ilícita ou antijurídica. A função delimitadora do tipo em relação ao iter criminis consiste em determinar quando se pode afirmar que uma conduta começa a realizar o delito, isto é, pode-se afirmar que o sujeito ingresso na esfera do ilícito penal (delimitadora do início da execução de um delito).

III – A adequação direta é aquela em que o tipo penal possui todos os elementos necessários à subsunção do fato, não necessitando do auxílio de outra norma.

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GABARITO COMENTADO

Já a adequação indireta ocorre quando não existe um tipo penal que contenha todos os elementos suficientes para a conformidade da conduta à norma incriminadora, havendo a necessidade da incidência de uma norma que amplie a abrangência do tipo. Exemplo: tentativa e concurso de pessoas. IV – Todo dolo tem um espaço intelectual e um volitivo. CERTO.

Para que haja a configuração do dolo deve o agente preencher ambos os elementos, com o conhecimento do conteúdo típico (elemento intelectivo ou intelectual) e com a vontade dirigida à realização do fato típico (elemento volitivo).

O elemento intelectual abrange o saber o que faz e o conhecer os elementos que caracterizam a sua ação como ação típica.

V – Para a teoria do consentimento, não é suficiente que o autor veja o resultado enquanto possibilidade; exige-se que o sujeito tenha aprovado a produção do resultado interiormente, que haja concordado com ele. CERTO. Ou seja, a mera representação da possível ocorrência do resultado não basta para a configuração do dolo; deve haver, pois, um querer o resultado para que esteja presente o dolo. a) I e III estão corretas. b) II e V estão incorretas. c) I e IV estão corretas. d) IV e V estão incorretas.

e) Todas estão corretas. GABARITO: E.

QUESTÃO 18

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GABARITO COMENTADO

a) São chamados crimes obstáculo os crimes da mesma espécie que compõem a série da continuidade delitiva, desde que presentes os demais requisitos exigidos pelo art. 71, caput, do Código Penal. ERRADO. Os crimes obstáculo caracterizam-se pela tipificação, como crime autônomo, dos atos preparatórios de um outro crime. Exemplo: associação criminosa, petrechos para falsificação de moeda. A assertiva trouxe a definição de crimes parcelares. b) Crime falho é sinônimo de tentativa perfeita. CERTO. É a tentativa em que o agente esgota os meios executórios que tinha à sua disposição e, mesmo assim, o crime não se consuma por circunstâncias alheias à sua vontade. c) Somente se verifica o crime subsidiário se o fato não constitui crime mais grave. CERTO. Exemplo: crime de dano é considerado subsidiário, em relação ao crime de incêndio (art. 250, CP). #OLHAOTERMO: “soldado de reserva” é uma expressão utilizada pela doutrina como sinônimo de crime subsidiário. d) Crime de tendência interna transcendente é aquele em que possui uma finalidade específica prevista no tipo penal, que transcende o tipo objetivo. CERTO. Essa intenção especial não necessita ser alcançada para a consumação do delito. Exemplo: extorsão mediante sequestro (CP, art. 159). e) Nos crimes de tendência ou tendência intensificada é preciso verificar a ânimo do agente para a configuração do delito, pois a tendência afetiva do autor delimita a ação típica. CERTO.

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Em outras palavras, a tipicidade pode ou não ocorrer em razão da atitude pessoal e interna do agente. Exemplos: toque do ginecologista na realização do diagnóstico, pode configurar mero agir profissional ou então algum crime de natureza sexual, a depender da tendência (libidinosa ou não). Do mesmo modo, palavras dirigidas contra alguém, podem ou não caracterizar o crime de injúria em razão da intenção de ofender a honra ou de apenas criticar ou brincar.

GABARITO: A. QUESTÃO 19

Está correto o que se afirma em:

a) Há erro de proibição direto quando alguém na comissão de um fato desconhece uma circunstância que pertence ao tipo legal. ERRADO. Trata-se do ERRO DE TIPO. Quando ao seu conteúdo, o erro de tipo pode consistir tanto numa representação falsa como na falta de uma representação, pois erro é, em termos gerais, a discrepância entre consciência e realidade. Por “circunstâncias” alude-se a todos os elementos objetivos do tipo legal. O erro, quando referente ao dolo, deve se referir a qualquer dos elementos integrantes do tipo, sejam de natureza descritiva ou normativa. A doutrina costuma dizer que no erro de tipo existe a tipicidade objetiva, mas não há tipicidade subjetiva por estar ausente o dolo. b) Ocorre a aberratio criminis naqueles casos em que o autor individualizou suficientemente um objeto de ação e dirigiu sua vontade de atuação até este, mas o efetivo curso de causalidade afeta, entretanto, a outro objeto não considerado pelo autor. ERRADO. Trata-se da aberratio ictus, ou ERRO NA EXECUÇÃO, disciplinado no art. 73 do CP.

Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir

a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime

contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.

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GABARITO COMENTADO

O erro na execução verifica-se não na fase do juízo do agente, mas no mecanismo da ação. A divergência entre o desejado e o produzido não depende de um defeito de percepção ou valoração da realidade, de um erro que se desenvolve na fase de formação da vontade, mas sim de um desvio que surge na atividade executiva subsequente, quando a vontade se traduz em ato. c) Na aberratio criminis, o agente realiza um crime diverso do pretendido. CERTO. Trata-se do resultado diverso do pretendido, previsto no art. 74 do CP.

Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução do crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.

Aqui, o que se altera não é a pessoa atingida, como na aberratio ictus (ou erro na execução), mas o título do delito. d) O erro acidental exclui o dolo. ERRADO. Erro de tipo acidental é o que não versa sobre elementos ou circunstâncias do crime, incidindo sobre dados acidentais do delito ou sobre a conduta de sua execução. Não impede o sujeito de compreender o caráter ilícito de seu comportamento. O erro de tipo acidental pode ocorrer nos seguintes casos: erro sobre o objeto, erro sobre a pessoa, erro na execução e resultado diverso do pretendido. e) O erro essência evitável exclui o dolo e a culpa e, em decorrência disso, o fato típico, isentado de qualquer responsabilidade penal o agente. ERRADO. Consequências do erro essencial evitável: exclui o dolo, mas permite a punição de crime culposo, se previsto em lei. GABARITO: C.

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QUESTÃO 20

Considerando as proposições a seguir, está correto o que se afirma em:

I – Para a teoria do assentimento, não se caracteriza o dolo quando consideradas indesejáveis as consequências e o sujeito tiver a esperança de que não se produzirão. CERTO. Essa teoria é mais direcionada ao dolo eventual, por estar fundamentada na indiferença do agente quanto à configuração do resultado típico. II – De acordo com a teoria do conhecimento, a mera previsão da futura ocorrência do resultado é suficiente para a configuração do dolo. CERTO.

Nessa teoria, o dolo se configura com a verificação unicamente do seu elemento intelectual, excluindo-se da análise o elemento volitivo do dolo. Essa teoria pode ser dividida em duas subteorias: - teoria da representação: a mera previsão, pelo agente, da possibilidade de produção do resultado, sem a necessidade de verificação de qualquer elemento volitivo, fundamenta o dolo, tendo em vista que a existência da possibilidade já deveria ser o suficiente para fazer o sujeito desistir de seguir atuando. Entretanto, trata-se de teoria de difícil aplicação, pois ela afasta a possibilidade da configuração da culpa consciente. - teoria da probabilidade: aprecia a existência do dolo se, na representação do autor, a realização do resultado típico é considerada próxima. Diferencia-se da anterior pelo grau de convicção atribuída à ocorrência do resultado. Ou seja, probabilidade significa mais do que a mera possibilidade. III – Designa-se como dolo eventual aquele presente no caso no qual o agente realmente persegue a realização do delito, possui a intenção de produção do resultado, não importando se possua certeza da produção do resultado ou se o tome como possibilidade. ERRADO. Essa é a definição de DOLO DIRETO DE SEGUNDO GRAU. No dolo direto de segundo grau, ou de consequências necessárias, o agente não busca diretamente a produção do delito, mas essa produção se lhe apresenta como necessária produção de sua conduta.

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GABARITO COMENTADO

A distinção dessa modalidade de dolo direto de segundo grau com o dolo eventual se dará pela presença ou não do querer e da segurança em relação à ocorrência do resultado. O dolo eventual configura-se quando o agente prevê que o resultado possa ocorrer, entretanto não o deseja, ou seja, apenas assume o risco de produzi-lo. O dolo eventual, por ser espécie do dolo, não se consubstancia pela mera possibilidade, probabilidade ou necessidade do resultado, mas por uma representação dessa possibilidade somada a uma atitude do sujeito diante dessa representação, que aqui é compreendida pela atitude de INDIFERENÇA.

IV – O preterdolo configura-se quando o agente deseja o resultado a título doloso, mas, por negligência, imprudência ou imperícia, causa um resultado mais grave do que aquele pretendido. CERTO. Deve haver uma vontade específica e um resultado mais grave que o pretendido, a título de culpa, de maneira que se conjugue o dolo no resultado antecedente e a culpa no resultado consequente. V – Na culpa consciente está presente o conhecimento acerca do perigo. CERTO. A culpa consciente ocorre quando o agente não quer o resultado, não o deseja nem o aceita. O resultado é previsto pelo agente, mas ele acredita que não irá produzi-lo ou que poderá evita-lo, por confiar em suas habilidades ou conhecimentos. VI – Na culpa inconsciente, conquanto o agente seja capaz de prever o resultado e assim fosse exigível que fizesse, ele não o faz, age sem cumprir com um dever de cuidado, e vem a dar causa a um resultado proibido. CERTO.

Na culpa inconsciente, antes de não desejar o resultado, o agente não o prevê. Assim, ocorre quando o agente não quer o resultado, não o aceita, não o prevê, mas ele seria previsível. O resultado, embora previsível, não é antevisto pelo agente.

a) II e V estão incorretas. b) I e IV estão incorretas.

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c) III está incorreta.

d) III, IV e V estão corretas. e) Todas estão corretas.

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