1Faculdade Santa Rita de Cássia – UNIFASC, Itumbiara/GO. Aluno Bacharelando no curso de Engenharia Agronômica pela Faculdade Santa Rita de Cássia. E-mail: matheus.hfb96@gmail.com;
2Faculdade Santa Rita de Cássia – UNIFASC, Itumbiara/GO. Professor Mestre do curso de Engenharia Agronômica da Faculdade Santa Rita de Cássia. E-mail: sandroasouza@yahoo.com.br
3Faculdade Santa Rita de Cássia – UNIFASC, Itumbiara/GO. Doutora em Genética e Bioquímica. Docente pela Faculdade Santa Rita de Cássia. E–mail: srdufu@gmaill.com
4Faculdade Santa Rita de Cássia – UNIFASC, Itumbiara/GO. Professora Doutora do curso de Engenharia Agronômica da Faculdade Santa Rita de Cássia. E-mail: mansuemia@gmail.com
EFEITO DE DIFERENTES DOSAGENS DE BIOFERTILIZANTE APLICADO EM SUBSTRATO NO DESENVOLVIMENTO DE
MUDAS DE ALFACE (Lactuca sativa)
Matheus Henrique Ferreira BARÇANTE1 Sandro Ângelo de SOUZA2 Simone Ramos DECONTE3 Mansuêmia Alves Couto OLIVEIRA4
Resumo: Com o objetivo de avaliar o desenvolvimento de mudas de alface sobre o efeito de micro- organismos eficientes foi produzida uma forma líquida contendo biofertilizante e aplicado com diferentes dosagens em mudas de alface. O experimento foi conduzido em estufa no Campus 2 (campus experimental) da UNIFASC de Itumbiara-GO, em bandejas contendo as mudas de alface, com o uso de diferentes dosagens de micro-organismos eficientes - EM (0%, 1%, 2%, 3% e 4%). O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizado, com 4 repetições. As variáveis avaliadas foram: comprimento do caule, comprimento de raíz, número de folhas, comprimento da parte aérea, massa fresca da parte aérea foram avaliadas aos 24 dias após emergência. O biofertilizante na forma líquida na concentração de 1%
foi o que apresentou os maiores valores para as características: comprimento da raiz e comprimento da parte aérea.
Palavras-chave: Lactuca sativa L; micro-organismos; Orgânico.
Abstract: In order to evaluate the development of lettuce seedlings on the effect of efficient microorganisms, a liquid form containing biofertilizer was produced and different dosages seedlings. The experiment was conducted in a greenhouse at the UNIFASCs experimental campus in Itumbiara-GO, in trays containing lettuce seedlings, using different dosages of efficient microorganisms - EM (0%, 1%, 2%, 3% and 4%). The experimental design used was randomized blocks, with 4 replications. The variables stem length, root length, number of leaves, aerial part length, aerial part of the fresh mass were evaluated 24 days after emergence. The biofertilizer in liquid form at a concentration of 1% presented the highest values for the characteristics: root length and aerial part length.
Key-words: Lactuca sativa L; Microorganisms; Organic.
1. INTRODUÇÃO
A alface (Lactuca sativa L.) é uma das principais hortaliças mais vendidas no país e, consequentemente sendo uma das mais cultivadas. O cultivo da alface é de grande importância para a população devido ser rica em ferro, antioxidantes, vitaminas e minerais. A alface é uma hortaliça de grande preferência aos produtores rurais, gerando uma importância econômica para o produtor.
Devemos obter um cuidado muito grande na produção de alface para a comercialização, pois devido à grande demanda na produção, precisamos ter plantas sadias e de grande vigor, para que o consumidor tenha maior interesse na compra da hortaliça. A atenção na criação de mudas de alface deve ser rigorosa desde a criação de mudas até o seu plantio.
O emprego de fertilizantes e defensivos químicos em hortaliças é uma prática agrícola que traz resultados satisfatórios, porém deve-se levar em consideração a qualidade do produto, pois sabe-se que o uso desordenado desses produtos pode vir a prejudicar a saúde dos consumidores, além de onerar o custo de produção (COSTA, 1994).
Biofertilizantes são adubos vivos, porque é constituído de microrganismos. É um adubo orgânico que pode ser líquido ou solido resultante de um processo de decomposição da matéria orgânica (animal ou vegetal), pela fermentação microbiana, com ou sem a presença de oxigênio, ocorrida em meio líquido (PENTEADO, 2010).
A utilização de biofertilizantes é interessante para a agricultura, pois além de ser uma alternativa favorável economicamente, ajuda a contribuir para o meio ambiente pelo motivo de aproveitar resíduos orgânicos e reduzir a aplicação de fertilizantes minerais (CHICONATO et al., 2013).
Dentre as necessidades requeridas no processo de produção, pode-se dizer que o fornecimento de nutrientes para as plantas é uma das principais etapas, além de ser fundamental para o sucesso da produção. Isso combinado com o aumento da demanda por mais alimentos e os inúmeros problemas ambientais existentes na sociedade atual, fazem com que novas pesquisas direcionadas ao reaproveitamento de recursos no campo se façam cada vez mais necessárias (CHICONATO et al., 2013).
Os biofertilizantes líquidos na forma de fermentados microbianos simples ou enriquecidos, tem grandes variáveis de elementos e contém grandes diversidades de
nutrientes e minerais, proporcionado substancias nutritivas para atividades biológicas (ALVES et al., 2009). A criação de biofertilizante não existe uma formula especifica, vem sendo testada diversas formulas para fins diversos segundo Seixas et al. (1980).
Com isso, os biofertilizantes podem ser feitos com amido de mandioca, resíduos de sementes, farinha de ossos, compostos orgânicos, estercos, entre outros.
Todo material de origem orgânica sujeito a procedimentos de biodigestão anaeróbica, produz biogás e considerável biofertilizante (VILELLA Jr. et al., 2003).
Para Bettiol, et al, (1998), O biofertilizante tem como principal características a presença de micro organismos, que se encarregam pela decomposição da matéria orgânica, contribuindo na produção de gás e liberação de metabólicos, incluindo antibióticos e hormônios.
Estudos vem demonstrando que o uso de biofertilizantes vem demonstrando eficácia nas exigências nutricionais das plantas, favorecendo o crescimento, trocas gasosas e a sua grande produtividade (DINIZ et al., 2011; SILVA et al., 2011; LIMA et al., 2012; SOUSA et al., 2013).
Diante deste contexto, o presente trabalho objetivou avaliar o efeito de diferentes doses de biofertilizante na forma liquida no desenvolvimento de mudas de alface americana.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
O experimento foi realizado no Campus 2 da Faculdade Santa Rita de Cassia (Unifasc), situada em Itumbiara Goiás, Setor São João. Com a Latitude: 18º 40’ 77’’
e longitude: 49º 19’ 07’’, respectivamente. O clima de Itumbiara é um clima tropical com chuvas entre outubro e abril com temperatura moderadas altas, e seca de maio a setembro, com temperaturas mais amenas nesta época.
Para o preparo do biofertilizante, foi utilizado 700 g de arroz cozido sem adição de sal ou tempero e, depois de frio, foi colocado em uma bandeja tampada com sombrite e enterrada em uma região isolada no Campus 2, com solo fértil, sem intervenção humana. Depois de enterrada, a bandeja foi coberta com serapilheira e deixada por 7 dias. Passado esse tempo, a bandeja foi retirada do solo.
Depois de retirado do solo, promoveu-se a remoção das partes escuras do EM (micro organismos eficientes) (Figura 1), as partes onde tinha as colorações rosadas, azuladas, amareladas e alaranjadas foram retiradas, pois nestas é que estão presentes
os EM, e por isso elas foram retiradas para posteriormente serem adicionado 500g de açúcar mascavo, como fonte de carboidrato para o desenvolvimento dos micro- organismos.
Após fazer a mistura, ela foi agitada no primeiro dia como forma de ativação do EM, a partir do dia seguinte, não era mais necessário agitar, pois devido a grande quantidade de biogás pode acontecer de derramar o biofertilizante, então devido a grande quantidade de biogás que contêm no produto, é necessário destampar a garrafa para liberar o biogás e tampar logo em seguida, fazer esse procedimento 2 vezes ao dia.
O biofertilizante foi deixado na geladeira por 7 dias, após esse período, foi coado e armazenado em outra garrafa pet de 2 litros, para pode ser utilizado para o experimento.
Figura 1 – Arroz contendo os micro-organismos após ser coletado do solo.
O experimento foi conduzido em telado. Foi utilizada a cultivar de alface Americana. As mudas foram obtidas em bandejas de poliestireno expandido com uma mistura de substrato comercial, solo e esterco nas proporções de 33% cada uma colocando-se duas sementes por célula.
O delineamento utilizado foi blocos casualizados com quatro repetições. Cada parcela foi constituída por 10 plântulas distribuídas nas bandejas. Os tratamentos consistiram de doses de micro-organismos eficientes aplicados após o décimo, décimo quarto e vigésimo primeiro dia após o preparo, em solução liquida, nas concentrações 0%; 1%; 2%; 3% e 4% via foliar na quantidade de 6mL/planta. A primeira aplicação foi realizada 7 dias após a semeadura, contendo três pulverizações realizadas de 7 em 7 dias.
A irrigação foi realizada duas vezes por dia utilizando regador de acordo com
a necessidade da cultura. Em plantas de cada parcela ao vigésimo quarto dia após a emergência e com o auxílio de uma régua, foram avaliadas as seguintes nas características: comprimento do caule (CC), comprimento de raíz (CR), número de folhas (NF), comprimento da parte aérea (CPA), massa fresca da parte aérea (MFPA).
As médias dos dados observados de cada tratamento foram submetidas à análise de variância e ajustadas equações de regressão que descrevessem o comportamento dos dados, utilizando o software Sisvar 5.1 (FERREIRA, 2011)
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O resultado da análise variância revelam uma diferença significativa entre os tratamentos (doses) para comprimento de raiz (CR) e comprimento da parte aérea (CPA). Para comprimento do caule (CC), número de folhas (NF) e massa fresca da parte aérea (MFPA) não apresentou diferença estatística entre os tratamentos.
Tabela 1 – Resumo da análise de variância em mudas de alface para comprimento de caule (CC), comprimento de raiz (CR), número de folhas (NF), comprimento da parte aérea (CPA) e massa fresca da parte aérea (MFPA),
F.V. G.L. Q. M.
CC (cm)
CR (cm)
NF CPA
(cm)
MFPA (gramas) Doses 4 0,165ns 3,327* 0,082ns 0,469** 0,012ns Blocos 3 0,537** 0,739ns 1,177** 0,602** 0,022ns
Resíduo 12 0,067 0,639 0,078 0,063 0,06
C.V. 14,90 15,06 14,76 7,43 33,29
Média 1,74 5,31 3,82 3,40 0,24
*, ** Significativo a 5% e a 1% de probabilidade ns não significativo
Para comprimento de raiz (CR) foi observado que as plantas que receberam 1% e 4% da solução da forma líquida contendo biofertilizante tiveram maiores valores, porém não significativamente para as doses de 2% e 3% e diferindo significativamente da dose 0%. Para comprimento de parte aérea (CPA) foi observado que as plantas que receberam 1%, 3% e 4% da solução da forma líquida contendo biofertilizante tiveram maiores valores, porém não significativamente da dose 2% diferindo significativamente da dose 0%, Para Comprimento do Caule (CC), Numero de folhas (NF) e Massa fresca da parte aérea (MFPA), não obteve resultado
7 6 5 4 3 2 1
0
0% 1% 1% 2% 2% 3% 3% 4% 4% 5%
Doses
significativo...com isso a dosagem ideal que estabeleceu um bom desenvolvimento no comprimento da raiz (CR) e comprimento da parte aérea (CPA) a dosagem recomendada é de 1% (Tabela 2).
Tabela 2 – Valores médios em mudas de alface utilizando o teste Tukey para comprimento de caule (CC), comprimento de raiz (CR), número de folhas (NF), comprimento da parte aérea (CPA) e massa fresca da parte aérea (MFPA)
Tratamentos Médias
CC
(cm)
CR (cm)
NF (cm)
CPA (cm)
MFPA (cm)
0% 1,39 3,80 b 3,95 2,86 b 0,17
1% 1,90 6,26 a 2,70 3,55 a 0,31
2% 1,80 5,37 ab 4,30 3,30 ab 0,23
3% 1,83 5,47 ab 4,10 3,75 a 0,29
4% 1,81 5,65 a 4,05 3,52 a 0,23
Para comprimento de raiz (CR) (Figura 1) foi observado que as plantas que receberam 1% da solução da forma líquida contendo biofertilizante tiveram maiores valores, com comportamento quadrático. Lopes et al. (2017) observaram aumento no comprimento das raízes das mudas de rúcula com o incremento das concentrações do biofertilizante. No estudo observou que o substrato Tri mix 50-25-25 foi o que proporcionou melhor desenvolvimento às plantas de rúcula, obtendo-se um aumento linear para a variável comprimento de raiz estudada à medida que houve aumento das diluições do biofertilizante. Os resultados encontrados para comprimento de raiz são relevantes, pois considera-se que as raízes proporcionam uma maior absorção de nutrientes influenciando diretamente no desempenho final das plantas.
y = -2550 x2 + 131.1 x + 4.218 R² = 0.5281
Comprimento de raiz (cm)
4 3.5 3 2.5 2 1.5 1 0.5 0
0% 1% 1% 2% 2% 3% 3% 4% 4% 5%
Doses
Figura 1 - Comprimento raiz (cm) de plântulas de alface em função de doses da solução da forma líquida contendo biofertilizante aplicado via foliar.
Para comprimento de parte aérea (CPA) (Figura 2) foi observado que as plantas que receberam 3% da solução da forma líquida contendo EM tiveram maiores valores, com comportamento quadrático. Medeiros et al. (2007) obteve melhores resultados no desenvolvimento da parte área com o uso de fertilizante organo mineral.
Mas também obteve resultado significativo com o uso do biofertilizante, porém com resultados inferiores, sendo que este biofertilizante foi produzido a partir de esterco de curral fresco, cinzas, leite e caldo de cana.
Figura 2 - Comprimento da parte aérea (cm) de plântulas de alface em função de doses da solução da forma líquida contendo biofertilizante.
y = -814.29x 2 + 47.771x + 2.9291 R ² = 0.7027
4. CONCLUSÃO
Podemos concluir que o emprego de biofertilizante na cultura da alface é de grande importância para o produtor, pelo simples motivo de atender suas exigências na qual é o baixo custo para a produção de alface, sem ter que se preocupar em comprar fertilizantes químicos com valor oneroso.
O emprego do biofertilizante torna-se sua produção mais rentável, com essa
Comprimeto parte aerea (Cm)
grande economia na produção de alface, o produtor consegue ter um preço acessível para a sua comercialização, podendo disputar preço com a concorrência.
A aplicação do biofertilizante foi significativa para comprimento da raiz e no comprimento da parte área, e a concentração com melhor resultado foi a de 1%, o bom resultado obtido com essa dosagem possibilita uma economia do biofertilizante para o produtor de mudas de alface.
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