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PROGRAMA DE APOIO AO DISCENTE COM DEFICIÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR: POTENCIALIDADES E DESAFIOS

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PROGRAMA DE APOIO AO DISCENTE COM DEFICIÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR: POTENCIALIDADES E DESAFIOS

Havolinne Farias da Silva 1 Águida Batista Andrade 2 Silmara Pereira de Almeida 3 Universidade do Sul e Sudeste do Pará Lucélia Cardoso Cavalcante Rabelo 4 Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará

Fomento: Monitoria /PROEG Eixo: Práticas de Inclusão Escolar no Ensino Superior Comunicação Oral RESUMO:

Este trabalho descreve e analisa as ações de ensino do Programa de Monitoria de Apoio/PROEG/NAIA a discentes com deficiência da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, ressaltando suas potencialidades e desafios entre 2015-2016. Utilizou-se uma abordagem qualitativa, quando foram explorados registros de diários de trabalho dos monitores, análise documental do Programa que visa contribuir com a oferta de atendimento educacional especializado de qualidade aos discentes público-alvo da educação especial.

Diante das ações projetadas fazendo um paralelo entre os anos, identifica-se que as metas do programa têm sido atingidas de modo satisfatório; ingresso de novos alunos com deficiência favoreceu a ampliação da equipe; atividades de formação da equipe foram fundamentais para que o processo de acompanhamento e apoio ocorra com qualidade; a experiência de atuação como monitores, tem provocado aprendizagens relevantes para as discentes apoiadoras que são de diferentes cursos; a interlocução com os discentes com deficiência na maioria dos casos tem sido exitosa, mas ainda há casos que necessitam uma consolidação das interações; o processo de acessibilização de materiais, constitui-se uma ação técnica que garante condições essenciais de acesso ao conhecimento. O Programa tem por meta que os discentes atendidos concluam seus cursos com sucesso. A institucionalização

1Graduanda do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia (FACED/ICH/Unifesspa). Bolsista do Programa de Monitoria no Apoio a Discentes com Deficiência da Unifesspa. Agência financiadora: MONITORIA/PROEG. E-mail: havolinnefarias@hotmail.com.

2 Graduanda do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia (FACED/ICH/Unifesspa). Bolsista do Programa de Monitoria no Apoio a Discentes com Deficiência da Unifesspa. Agência financiadora: MONITORIA/PROEG. E-mail: andradeaguida82@gmail.com.

3Graduanda do Curso de Licenciatura Plena em Letras Português (FAEL/ILLA/Unifesspa).

Bolsista do Programa de Monitoria no Apoio a Discentes com Deficiência da Unifesspa.

Agência financiadora: MONITORIA/PROEG. E-mail: Silmara.jc1@gmail.com.

4Doutora em Educação Especial pelo Programa de Pós-Graduação em Educação Especial da Universidade Federal de São Carlos - UFSCar. Professora Adjunta da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará. Coordenadora do Núcleo de Acessibilidade Acadêmica da UNIFESSPA. E-mail: luceliaccr14@gmail.com.

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permanente do Programa necessita ser pensada como uma política institucional.

PALAVRAS-CHAVE: Educação Especial. Inclusão Acadêmica. Ensino Superior.

INTRODUÇÃO

O presente trabalho descreve ações de ensino do Programa de Monitoria no processo de apoio acadêmico a discentes com deficiência e as potencialidades e desafios que surgiram entre o ano de 2015 e 2016. Tendo em vista que, o acesso à educação é um direito assegurado conforme aborda a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, art. 205, “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”, considerando tal proposta o programa de monitoria consiste em auxiliar no processo de apoio educacional especializado dos discentes com deficiência da UNIFESSPA. Analisando os referenciais teóricos estudados encontramos algumas dificuldades da inclusão no ensino superior, conforme aponta Rabelo (2016):

O ensino superior fazendo parte dos sistemas de ensino deveria ter caminhado, junto com as iniciativas da educação básica para atender a esses princípios. Mas ao analisarmos estudos sobre a educação inclusiva no ensino superior, [...] é possível identificar um mar pleno de desafios no ensino superior, no processo de materialização dos princípios da educação inclusiva: a resistência à adaptação do ensino, falta de recursos humanos especializados na área de Educação Especial, a falta de acessibilidade, poucos avanços na inclusão acadêmica efetiva, são algumas das dificuldades enfrentadas (RABELO, 2016, p. 2).

Identificando as dificuldades mencionadas para o processo de inclusão acadêmica, colocamos em evidência a realidade da educação inclusiva no ensino superior que deveria ter apresentado melhores avanços, assim como ocorreu na rede básica de ensino que buscou caminhos para inclusão escolar de educandos com deficiência. Atualmente o programa de monitoria coordenado pelo Núcleo de Acessibilidade e Inclusão Acadêmica – NAIA,

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criado em 2014 atende e apoia os discentes com deficiência, transtorno global do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação da referida instituição, mas no presente momento evidencia-se como maior demanda alunos com deficiência visual.

O perfil dos discentes apoiados pelo Programa, abrangem discentes cegos, com baixa visão e deficiência física (mobilidade reduzida), essas condições, geraram a necessidade de buscar formação nas áreas específicas da deficiência visual, acessibilidade, tecnologias assistivas, orientação e mobilidade.

As atividades de Grupos de Estudos no NAIA, tem viabilizado esses espaços de maior aprofundamento nos estudos sobre a educação especial e mais detidamente, sobre as necessidades específicas dos discentes com deficiência que são atendidos pelo programa e as tecnologias que podem ser utilizadas por eles

Compreendemos a pessoa com deficiência visual, segundo define Domingues (2010, p. 08; p.30; p. 31), como sendo aquela que apresenta as seguintes condições:

A baixa visão pode ser causada por enfermidades, traumatismos ou disfunções do sistema visual que acarretam diminuição da acuidade visual, dificuldade para enxergar de perto e/ou de longe, campo visual reduzido, alterações na identificação de contraste, na percepção de cores, entre outras alterações visuais. [...] A ausência da visão manifestada durante os primeiros anos de vida é considerada cegueira congênita, enquanto a perda da visão de forma imprevista ou repentina é conhecida como cegueira adquirida ou adventícia, geralmente ocasionada por causas orgânicas ou acidentais. [...] A cegueira congênita pode ser causada por lesões ou enfermidades que comprometem as funções do globo ocular. [...] A cegueira adventícia caracteriza-se pela perda da visão ocorrida na infância, na adolescência, na fase adulta ou senil.

Ao que se refere as conceituações acima assinaladas, é possível identificar os diferentes tipos de deficiência visual, logo as suas principais necessidades específicas e suas potencialidades, para que sejam identificados recursos, planejada a oferta de serviços em educação especial e se proporcione as condições de acessibilidade, para que haja a plena participação da pessoa com deficiência visual nas diversas dimensões da vida social.

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Para colaborar no apoio das pessoas com deficiência física De acordo com o Decreto nº 3.298 de 1999 da legislação brasileira, encontramos o conceito de deficiência física:

I - deficiência física - alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções; (BRASIL, 1999, p. 2).

Partindo desse principio percebemos que existem vários perfis de pessoas com deficiência física e que se faz necessário pensar no processo de orientação e mobilidade a partir da demanda que atendemos tanto no que concerne a deficiência visual quanto a mobilidade reduzida. No documento

“Orientação e Mobilidade: Conhecimentos básicos para a inclusão do deficiente visual” o autor Mazzaro (2003, p. 17, 18) nos fala um pouco sobre orientação e mobilidade a partir dos conceitos utilizados por Weishaln, (1990):

Orientação é o processo de utilizar os sentidos remanescentes para estabelecer a própria posição e o relacionamento com outros objetos significativos no meio ambiente. [...] define mobilidade como, a habilidade de locomover-se com segurança, eficiência e conforto no meio ambiente, através da utilização dos sentidos remanescentes.

Nesse sentindo o ingresso de pessoas com deficiência no ensino superior, indubitavelmente, vem requerer uma série de medidas, para se garantir as condições de acessibilidade necessárias a oferta de uma formação acadêmica de qualidade. Com vistas atender ao direito que o discente com deficiência, de contar com o atendimento educacional especializado no ensino superior.

Conforme o que está prescrito na Política Nacional de Educação Especial de Educação Especial na perspectiva da educação inclusiva (BRASIL, 2008), é necessário:

[...] assegurar a inclusão escolar de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, orientando os sistemas de ensino para garantir: acesso ao ensino regular, com participação, aprendizagem e

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continuidade nos níveis mais elevados do ensino; transversalidade da modalidade de educação especial desde a educação infantil até a educação superior; oferta do atendimento educacional especializado;

formação de professores para o atendimento educacional especializado e demais profissionais da educação para a inclusão;

participação da família e da comunidade; acessibilidade arquitetônica, nos transportes, nos mobiliários, nas comunicações e informação; e articulação intersetorial na implementação das políticas públicas (BRASIL, 2008, p. 14)

A este respeito Baptista (2011, p. 69) esclarece:

Os desafios são imensos, pois devemos qualificar os sistemas de ensino para essa ação, em sintonia com a busca de oferecimento de serviços de qualidade para os diferentes planos da ação pedagógica:

ampliar e qualificar a educação infantil, garantir a aprendizagem e a continuidade nos ciclos iniciais do ensino fundamental, reduzir o acentuando declínio na passagem ao ensino médio, escolarizar aqueles que não tiveram formação compatível com as idades previstas, ampliar o acesso ao ensino superior, assegurar a presença de apoio qualificado aos processos de inclusão escolar.

O Programa de Monitoria de Apoio a discentes com deficiência, foi pensado com a intenção de garantir esse apoio com qualidade. O conjunto de ações do NAIA, aglutina projetos de ensino, pesquisa e extensão, que direcionam o seu foco para a área de educação especial. O apoio especializado, na acessibilização de materiais, no acompanhamento, orientação e locomoção de discentes com deficiência visual e mobilidade reduzida é um dos serviços em educação especial ofertados pela equipe do NAIA, no apoio a inclusão acadêmica. E para esse processo ocorrer com a qualidade esperada, a equipe participa de forma integrada de Grupos de Estudos do NAIA, visando oportunizar processos formativos a todos bolsistas.

No espaço de grupos de estudos, todos são responsáveis por conduzir estudos e trabalhar temáticas específicas da área de educação especial, no formato de palestras, aula dialogada, oficinas e minicursos. A interação de bolsistas de diferentes projetos, permite a troca de experiências e conhecimentos.

Atualmente a monitoria conta com dezenove bolsistas, estudantes de diferentes cursos entre licenciaturas e bacharelado e tem como público alvo

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apoiar 6 discentes com deficiência visual e 1 uma discente com mobilidade reduzida da Unifesspa. E nos chama a atenção, pensar o quanto o quadro de bolsistas evoluiu de acordo com a demanda apresentada no período de 2016.

Logo a partir da convivência com pessoas com deficiência visual e física, por meio de diálogos, ofertar apoio, prover recursos, produzir materiais adequados às suas necessidades específicas, acessibilizar conteúdos, atuar como áudios descritores e aprender sobre a atuação como guia, tem nos propiciado muitos desafios, por um lado, e por outro uma série de aprendizados.

OBJETIVOS:

Descrever as ações de ensino do programa de monitoria desenvolvidas na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, ressaltando suas potencialidades e desafios no processo de apoio educacional de discentes universitário com deficiência visual e física no âmbito acadêmico e científico de sua formação e como as vivencias tem contribuído para formação inicial das discentes de monitoria.

METODOLOGIA

O estudo trata-se de uma abordagem descritiva qualitativa com exploração de documentos do NAIA, o projeto de monitoria e os relatórios de 2015 e o relatório parcial da bolsa de 2016, que descreve as ações realizadas ao no ano de 2015 e os registros do primeiro semestre de 2016. E registros dos planos de atendimento especializado, desenvolvidos pelos monitores juntamente com os discentes atendidos e coordenação do NAIA. Os bolsistas de monitoria frequentam diariamente o NAIA, dedicando-se 20 horas semanais a diversas atividades que contribuem para criação de condições de acessibilidade e dedicam-se a estudos em grupo sobre a área de educação especial e mais especificamente deficiência visual.

O programa de Monitoria de Apoio a Discentes com Deficiência atuante do NAIA - UNIFESSPA, busca desenvolver ações de apoio ao ensino, visando,

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contribuir para a formação acadêmica desses discentes, como se é assegurado na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/96 (BRASIL, 1996) que delega aos sistemas de ensino a responsabilidade de assegurar uma educação que atenda as necessidades especiais do educando – “currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organizações específicas, professores com formações na área da educação especial e inclusiva”

(BRASIL, 1996, p. 44).

A equipe do NAIA Unifesspa atualmente é constituída por: 1 coordenadora, 2 bolsistas administrativas, 1 bolsistas PIBIC/CNPQ, 2 bolsistas PIBEX/PROEX e 19 bolsistas de Monitoria/PROEG.

No que concerne a infraestrutura o NAIA dispõe hoje de uma sala ampla e conta com vários equipamentos e materiais específicos para propiciar condições de acessibilidade e que são utilizados pelos monitores no NAIA:

Quadro 1 - Equipamentos e Matérias de Acessibilidade do NAIA Quantidade Equipamento Quantidade Equipamento

8 Teclados braille; 1 Notebook;

20 Calculadoras sonoras 10 Resmas de papel Braillon/Braille;

3 Impressoras

braille;

2 Resmas de papel formulário usado para fazer a impressão em Braille;

5 Guia de assinatura de alumínio utilizado pela

pessoa cega para assinar seu nome;

5 Blocos de papel Swell A3 e de papel Swell A4 para a produção de material em alta relevo, para que o

deficiente visual possa compreender imagens;

30 Kits de prancheta, reglete e punção;

6 Scanner com voz, para digitalizar textos por pessoa vidente ou por deficiente visual, o texto pode ser

lido, editado ou convertido para outros formatos de textos;

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10 Lupas de apoio; 42 Sorobans, recurso didático usado pelo deficiente visual para fazer

cálculos matemáticos;

2 Máquinas fusora; 2 Teclados braille e ampliado;

2 Máquinas de escrever em braille;

3 Teclados colmeia usado por pessoas com deficiência que tem

dificuldade de uso do teclado convencional, para facilitar a

digitação;

8 Microcomputadores; 3 Acionador de pressão para pessoas com deficiências motoras;

Fonte: NAIA/UNIFESSPA – 14/08/2015

Imagens dos principais materiais utilizados:

Impressora Braille INDEX BASIC-D V4 – S/N 59149 Scanner e leitor automático com voz Sara Fonte: NAIA/UNIFESSPA – 14/08/2015 Fonte: NAIA/UNIFESSPA

RESULTADOS

O Programa de Monitoria coordenado pelo Núcleo de Acessibilidade e Inclusão Acadêmica – NAIA propõe-se a oferecer condições de acessibilidade e inclusão acadêmica a discentes com deficiência através de apoio educacional especializado. O programa tenciona identificar as demandas de discentes com deficiência existente dentro da Unifesspa que necessitam de apoio educacional especializado, e a partir disso é realizado o planejamento e desenvolvimento

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de ações que contribuam com o processo formativo e a inclusão dos mesmos no ensino superior.

Os resultados e objetivos alcançados até o momento foram:

Levantamento do perfil dos discentes com deficiência e suas demandas de apoio especializado, participação dos monitores em grupos de estudos sobre a educação especial, apresentação do Núcleo de Acessibilidade e Inclusão Acadêmica NAIA para as turmas de Geografia 2010 e 2011 da Unifesspa, referente à disciplina: Fundamentos da Educação Especial, Participação em eventos da área de educação especial, solicitação aos professores dos discentes com deficiência de todo o material disponibilizado escrito ou digitalizado para transposição textual em tecnologias assistivas, a exemplo de programas com síntese de voz DOSVOX e leitores de tela NVDA; gravação de áudio; transcrições de áudios; audiodescrição de cenas e imagens; auxílio em pesquisas de trabalho, acompanhamento dos discentes deficientes visuais (baixa visão e cegos) em sala de aula por duas ou até mesmo cinco vezes na semana nos períodos matutino, vespertino e noturno, com intuito de acessibilizar os conteúdos em sala de aula, realizando audiodescrição de slides, vídeos, cenas, imagens, escritas dos professores no quadro branco para que os discentes possam acompanhar as explicações e auxiliar na leitura de textos em sala de aula, além de elaboração de folders e cartilhas informativas sobre categorias de deficiência, material informativo voltado para o público de discentes, docentes e técnicos da universidade.

Logo nas tabelas abaixo segue a relação com perfil dos discentes acompanhados pelo programa de monitoria nos anos 2015/2016.

Respectivamente, Curso, Idade, Sexo, categoria de deficiência, ano de ingresso na universidade e ano de conclusão do curso.

Perfil dos discentes acompanhados em 2015

CURSO IDADE SEXO TIPO DE

DEFICIÊNCIA

ANO DE INGRESSO NA UNIVERSIDADE

ANO DE CONCLUSÃO

DE CURSO Ciências

Sociais

31 Masculino Cego 2009 2016

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Pedagogia 36 Feminino Baixa Visão 2010 2015 Matemática 23 Masculino Baixa Visão 2010 2015

Biologia 20 Feminino Baixa Visão 2015 2020

Fonte: NAIA/UNIFESSPA – 19/01/2015

Perfil dos discentes acompanhados em 2016

CURSO IDADE SEXO TIPO DE

DEFICIÊNCIA

ANO DE INGRESSO NA UNIVERSIDADE

ANO DE CONCLUSÃO

DE CURSO Ciências

Sociais

31 Masculino Cego 2009 2016

Pedagogia 18 Feminino Baixa Visão 2016 2020

Ciências Econômicas

20 Masculino Cego 2016 2021

Ciências sociais

47 Masculino Cego 2016 2020

Letras Português

22 Feminino Mobilidade Reduzida

2013 2017

Direito 18 Feminino Baixa Visão 2016 2021

Biologia 20 Feminino Baixa Visão 2015 2020

Fonte: NAIA/UNIFESSPA – 02/07/2016

No ano de 2016 apresentou-se uma demanda maior de discentes ingressantes com deficiência na universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará. Em 2015 o número de discentes acompanhados pelo programa de monitoria totalizava-se 4, sendo destes 1 cego e 3 com baixa visão, estudantes dos cursos de Pedagogia, Ciências Sociais, Biologia e Matemática. Em 2016 como podemos perceber na tabela demonstrativa, evidenciou-se um número maior de discentes que solicitaram apoio. Se em 2015 eram atendidos 4 discentes, em 2016 esse número aumentou para 7 discentes dos cursos de Ciências Sociais, Ciências Econômicas, Direito, Pedagogia, Biologia e Letras.

Destes discentes apoiados e apresentados no quadro de 2015 é importante ressaltar que uma aluna com baixa visão matriculada no curso de Pedagogia concluiu o seu trabalho de conclusão de curso e apresentou à banca.

No que se refere ao número de bolsistas do Programa de Monitoria de apoio a discentes com deficiência, em 2015 o quadro de bolsista contava

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apenas com 4 monitores, sendo esses estudantes de diferentes cursos. Em 2016, para que se realizasse o atendimento sistemático dos alunos com deficiência foi necessário tomar medidas que potencializasse e contribuísse com o acesso e permanência desses discentes ingressantes na universidade.

Dessa forma, em 2016 o número de bolsista aumentou para 19 estudantes dos cursos de licenciaturas de Letras Português, Pedagogia, Letras Inglês, História, Ciências Sociais, Matemática e estudantes de bacharelado em Direito, Engenharia Mecânica, Agronomia e Engenharia Civil, para que possamos desempenhar o trabalho de forma eficaz é realizada a alternância de turnos entre os bolsistas para o acompanhamento em sala de aula e acessibilização de material.

O atendimento com os discentes deficientes visuais é realizado através de acompanhamentos contínuos em sala de aula, realiza-se o trabalho de descrição de slides, imagens, audiodescrição, leituras de textos e também da escrita do professor no quadro branco, apoio na realização de trabalhos concernentes a academia. Além de acessibilização de materiais como:

ampliação e transposição dos textos para tecnologias assistivas, para que assim o discente tenha acesso ao material e realize os trabalhos da universidade. No que concerne à aluna com mobilidade reduzida é realizado o seguinte trabalho: assistência em sala de aula para auxiliar no processo de escrita de conteúdos, pois a mesma já não consegue exercer tal atividade devido estar perdendo sua coordenação motora das mãos, além de realizar o exercício de locomoção e acessibilidade através do acompanhamento do trajeto do ônibus da universidade até o local da unidade em que a discente estuda. Além de realizar trabalhos de modo geral de assessoramento através de orientações de acessibilidade na tentativa de promover melhorias físicas no espaço da Unifesspa desenvolvendo uma relação de parceria entre o Núcleo de Acessibilidade, Institutos e Pró-Reitorias.

CONCLUSÕES

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Considerando as ações do programa de Monitoria no Apoio a discentes com deficiência da Unifesspa, que visa auxiliar no processo de inclusão e acessibilidade dos alunos com deficiência, como podemos perceber no discorrer do trabalho, houve um aumento no atendimento a discentes com deficiência pelo programa de monitoria de 2015 para 2016 exigindo assim, práticas que fomentassem o atendimento de forma a contribuir para a garantia do acesso e permanência desses educandos no ensino superior, através das práticas do atendimento educacional especializado. Às metas alcançadas durante o ano de 2015 e o primeiro semestre de 2016 foram de suma relevância da bolsa contribuíram de forma significativa tanto com os monitores quanto com os discentes apoiados propiciando espaços de formação inicial e uma experiência nova e diferenciada dentro do contexto acadêmico dos monitores e discentes apoiados,

É possível perceber que houveram alguns avanços com relação ao atendimento de discentes com deficiência na Unifesspa, bem como o ingresso de um número mais elevado de discentes comparado ao ano anterior. Porém a partir da demanda que nos é apresentada muitos desafios também vão surgindo para que possamos promover de fato o acesso a educação de modo inclusivo. Ainda percebemos a resistência por parte de alguns alunos com deficiência no processo de receber o apoio do núcleo através dos monitores o que acaba prejudicando a execução de algumas atividades que viabilizam a inclusão acadêmica do mesmo. Outro fator preocupante é a falta de sensibilização por partes de alguns alunos e funcionários da universidade com relação a acessibilidade do espaço físico que acarretam problemas desde o estacionamento com veículos estacionados em frente as vias de acesso das pessoas com deficiência até os corredores das salas de aula com cadeiras e outros objetos dispostos no local atrapalhando assim a locomoção dos alunos com deficiência física e visual. Por isso é importante a realização de cartilhas e folders informativos para que possamos ter uma universidade acessível.

Acreditamos que a partir das atividades que já foram e estão sendo realizadas, ainda há muito que aprender para que possamos propiciar um atendimento eficaz afim de que as barreiras que ainda se encontram presentes

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sejam superadas através de um aprofundamento teórico, na participação em grupos de estudos, na elaboração de artigos que visem relatar a nossa experiência enquanto monitoras e na realização de oficinas e minicursos voltados para a acessibilidade no ensino superior, para que assim possamos colaborar no futuro com outros bolsistas apoiadores e demais estudantes de licenciaturas.

As experiências de atuação de monitoria vivenciadas trazem impactos positivos de aprendizados, propiciado por um modelo de organização do trabalho no NAIA que integra ações de pesquisa, ensino e extensão contribuindo com a formação inicial dos discentes com deficiência visual, concomitante, com a formação das discentes apoiadoras e demais estudantes de graduação da Unifesspa, cumprindo com os objetivos propostos no programa, elevando a qualidade do ensino na educação superior da Unifesspa e avançando na consolidação de políticas de acessibilidade e inclusão acadêmica.

REFERÊNCIAS

BAPTISTA, Cláudio Roberto. Ação Pedagógica e Educação Especial: para além do AEE”. In: JESUS, Denise Meyrelles de; BAPTISTA, Claudio Roberto;

CAIADO, Kátia Regina Moreno. Prática pedagógica na educação especial:

multiplicidade do atendimento educacional especializado. 2 ed.

Junqueira&Marin. Araraquara, SP, 2013.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Art. 205 que estabelece a educação como direito de todos. Disponível em: <

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm > acesso em 10 de abr. de 2015.

BRASIL. Decreto Nº 3.298, de 20 de Dezembro de 1999. Art. 4. Regulamenta a Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras providências. Disponível em:

<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3298.htm> acesso em 01 de jul.

de 2016.

______. Domingues, Celma dos Anjos. A educação especial na perspectiva da inclusão escolar: os alunos com deficiência visual: baixa visão e cegueira /Celma dos Anjos Domingues... [et. al.]. – Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial; [Fortaleza]: Universidade Federal

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do Ceará, 2010. v.3. (Coleção a Educação Especial na perspectiva da inclusão escolar).

. Lei de Diretrizes e Bases da educação Nacional 9.394/96. Que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em:<

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm > acesso em 10 de abr. de 2015.

______. MACHADO, Edilene Vieira. Orientação e Mobilidade:

Conhecimentos básicos para a inclusão do deficiente visual/Elaboração Edileine Vieira Machado... [et al.] - Brasília: MEC, SEESP, 2003. 167 p.1.

Deficiente Visual. 2. Políticas Públicas de Inclusão. 3. Educação Especial. 4.

Orientação e Mobilidade Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial.

______. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC/SEESP, 2008a. Disponível em: <

http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf>. Acesso em: 02 Acesso em: fev. de 2015.

. RABELO. L.C.C. Programa de Monitoria: Apoio ao Atendimento Educacional Especializado dos Discentes com Deficiência 2016. Campus de Marabá/UNIFESSPA/PROEG/2016.

Referências

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