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MATURIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MILHO 1

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MATURIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MILHO

1

1Aceito para publicação em 25.06.2001.

2Estudantes de Pós-Graduação em Produção e Tecnologia em Sementes da FCAV/UNESP, Jaboticabal-SP; bolsista FAPESP; e-mail: sifessel

@fcav.unesp.br - furtado@fcav.unesp.br

3Prof. Titular do Depto. de Produção Vegetal, FCAV/UNESP; bolsista CNPq; e-mail: rdvieira@fcav.unesp.br

4Melhorista da Empresa Dow AgroSciences.

SIMONE APARECIDA FESSEL2, ROBERVAL DAITON VIEIRA3, ELISABETH APARECIDA FURTADO DE MENDONÇA2 E ROBERTO VESCESLAU DE CARVALHO4

RESUMO - O momento ideal para a colheita de sementes depende de vários fatores, dentre os quais o conhecimento do processo de maturação das sementes da variedade cultivada. Assim, este trabalho teve o objetivo de observar o desenvolvimento da camada preta e da linha de transformação em amido (linha do leite), determinar as relações entre essas duas características e a qualidade física e fisiológica das sementes e verificar a possibilidade de indicar o melhor ponto de colheita para cada material. Para tal, foi instalado um experimento na área de pesquisa da empresa de Sementes Dow AgroSciences, com dois materiais, uma linhagem (LA) e um híbrido simples (HS) de milho, que foi conduzido conforme as recomendações para a cultura. As colheitas começaram quando foi observado o início de solidificação do endosperma líquido, ou seja, quando começou o movimento da linha do leite. Após cada colheita, foi determinado o teor de água das sementes e avaliadas a linha do leite e a camada preta. No laboratório, após secagem, as sementes foram analisadas quanto ao teor de água, germinação, envelhecimento acelerado, teste de frio e condutividade elétrica. Baseado nos resultados, pode-se concluir que a colheita de milho para os genótipos estudados, visando a produção de sementes de alta qualidade fisiológica, pode ser iniciada a partir do estádio 3 e 4 do desenvolvimento da camada preta, para a linhagem e o híbrido respectivamente, e do estádio 5 do endosperma (linha do leite) para os dois genótipos.

Termos para indexação: Zea mays L., camada preta, linha do leite, ponto de colheita.

PHYSIOLOGICAL MATURITY OF MAIZE SEEDS

ABSTRACT - The ideal moment for the harvest of seeds depends on many factor, such as the knowledge of the seed maturation process. Thus this research was carried out to analyse the development of black layer and initiantion of endosperm solidification (milk line), to determinate the relationship between those caracteristics and seeds fisical and physiological quality and to verify the possibility of indicating the best point fot harvesting of each material. For this purpose, an experiment was at Dow agroSciences, with two materials: a lineage (LA) and a corn simple hybrid (HS). The harvest began at the initiantion of endosperm solidification, that is when the amylum transformation line started to move. After each harvest it was determined the seeds moisture content, and analysed the milk line and black layer. At laboratory, after drying, the seeds were analysed for moisture content, germination and vigor. The vigor tests, were: accelerated aging, cold test and electrical conductivity. Based on the results it was concluded the harvesting time of corn for seeds can be determined using the milk line and black layer. Harvesting can be done at stage et the 5

th

of milk line or 3rd and 4th of the black layer development.

Index terms: Zea mays L., black layer, milk line, harvest point.

INTRODUÇÃO

O momento ideal para colheita de sementes depende de

vários fatores, dentre os quais o conhecimento do processo

de maturação das sementes da variedade cultivada. Geralmen-

te, as características utilizadas para indicar a época de colhei-

ta de sementes de milho são o teor de água e o máximo de

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acúmulo de matéria seca; entretanto, essas características podem sofrer alterações devido a fatores climáticos, tempo- rais e genéticos, não constituindo indicativos seguros do ponto de colheita (Borba el al., 1994). Assim, tem-se procurado outros métodos para predizer e estimar a maturidade fisioló- gica das sementes de milho, como é o caso do aparecimento da camada preta na região pedicelo-placenta e da linha de transformação em amido (Rench & Shaw, 1971 e Afuakwa

& Crookston, 1984).

Afuakwa & Crookston (1984) observaram que a maturi- dade fisiológica de sementes de milho poderia ser determina- da com base no movimento descendente da linha de solidificação do endosperma leitoso em amido e, que, 95%

do acúmulo máximo de matéria seca seria atingido quando essa linha alcançasse a metade da semente, no sentido topo- região de inserção da espiga. Esses autores verificaram a ocor- rência dessa linha para todos os híbridos examinados. Cons- tataram também que o teor de água era de 40%, quando a linha de transformação em amido apresentava-se na parte mediana da semente.

Hunter et al. (1991) após estudarem diferentes indicado- res de maturação de sementes de milho e suas relações com a assimilação de carbono-14, observaram que a maturidade fi- siológica ocorreu quando 75% do comprimento das semen- tes continha endosperma solidificado, juntamente com a ocor- rência da camada preta. Observaram também, que a ocorrên- cia destes dois eventos, juntos, representam um prático e real indicador da maturidade fisiológica das sementes.

Utilizando, como indicadores do ponto de maturidade fisiológica, a formação da camada preta na região placento- chalazal e o desenvolvimento da linha de transformação em amido, em sementes de diversos genótipos de milho, Tekrony

& Hunter (1995) determinaram que o nível máximo de vigor, medido pelos testes de frio e de condutividade elétrica, foi atingido no estádio 4 para ambos indicadores visuais. Embo- ra o máximo vigor da semente tenha ocorrido mais cedo nos híbridos simples e duplo do que nas linhagens, as sementes colhidas de todas as progênies tinham alcançado o nível má- ximo no estádio 4 dos indicadores. Resultados similares foram obtidos, no Brasil, por Vieira et al. (1995), os quais verifica- ram a condutividade elétrica variando de 10 a 24µScm

-1

g

-1

nas fases iniciais (estádio 2) e de 3,9 a 9,5 µ Scm

-1

g

-1

nos está- dios 4 e 5, para dois híbridos.

O estádio de desenvolvimento ou maturação da semente no momento da colheita é um dos fatores que pode também influenciar o resultado da condutividade elétrica. Deste modo, redução da condutividade elétrica, durante o processo de maturação das sementes, foi observada em ervilha (Bedford

& Matthews, 1976), em feijão-francês (Siddique & Goodwin, 1985) e em milho (Vieira et al., 1995 e 1999).

Visando a obtenção de sementes de alta qualidade, este trabalho teve como objetivo observar o desenvolvimento da camada preta (black layer) e da linha de transformação em amido (milk line), determinar as relações entre essas duas características e a qualidade física e fisiológica das sementes e verificar a possibilidade de indicar o melhor ponto de co- lheita para cada material estudado.

MATERIAL E MÉTODOS

Este trabalho foi conduzido, durante o ano agrícola 99/

00, na área de pesquisa da Empresa de Sementes Dow AgroSciences, situada na cidade de Jardinópolis e no Labo- ratório de Análise de Sementes do Departamento de Produ- ção Vegetal da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinári- as, UNESP - Campus de Jaboticabal, SP.

Foram avaliados dois materiais, uma linhagem (LA) e um híbrido simples (HS), que foram semeados e conduzidos conforme recomendações técnicas para a cultura (Fornasieri- Filho, 1992). Para que pudessem ser feitas as avaliações das características propostas, por ocasião do florescimento (emis- são do cabelo), foi marcada uma espiga por planta, totalizando um número que permitisse até oito épocas de colheitas e que formaram os tratamentos. As espigas marcadas apresentavam os cabelos medindo entre 1,5 e 2,5cm de comprimento. Em cada colheita foram retiradas 10 espigas por material. As co- lheita tiveram início quando foi possível observar a movi- mentação da linha do leite e a formação da camada preta nas sementes (Hunter et al., 1991). Após cada colheita, as se- mentes foram avaliadas quanto ao teor de água, linha do leite e a camada preta. Todo material foi colhido manualmente e as sementes sofreram secagem à baixa temperatura (30

o

C), nas espigas despalhadas, até atingirem 8-10% do teor de água, e depois as espigas foram debulhadas manualmente.

Após secas, as sementes foram avaliadas quanto ao: teor

de água (TA) - determinado com quatro repetições de 25

sementes pelo método da estufa a 105±3ºC, por 24 horas (Bra-

sil, 1992) e os resultados foram expressos em porcentagem,

base úmida; peso de mil sementes - foi determinado utili-

zando-se oito repetições de 100 sementes para cada tratamen-

to, pesadas em balança com precisão de 0,001g. A condução

do teste foi de acordo com Brasil (1992) e a média dos dados

foi expressa em gramas; para a avaliação do desenvolvimen-

to da camada preta (black layer) - após cada colheita, fo-

ram retiradas 20 sementes aleatoriamente das espigas, para

cada repetição, sendo realizada três repetições por tratamen-

(3)

to. Essas sementes foram cortadas ao meio, no sentido longi- tudinal, e a avaliação do desenvolvimento da camada preta seguiu o sistema proposto por Hunter et al. (1991): estádio 1:

ausência de pigmentação na base do endosperma; estádio 2:

a região entre o embrião e a placenta-chalaza tem uma apa- rência translúcida; estádio 3: o tecido entre a base do em- brião e a região pedicelo-placenta é mais fina e escura do que no estádio 2; estádio 4: tem uma fina borda marrom escura, alcança toda a base da semente e estádio 5: completo desen- volvimento da camada preta, tem uma fina borda preta, em toda a base da semente; na avaliação do desenvolvimento da linha de transformação em amido (milk line) - utilizaram- se as mesmas 20 sementes, mencionadas na avaliação do de- senvolvimento da camada preta. Esta avaliação baseou-se em uma escala de 1 a 5 descrita por Hunter et al. (1991): estádio 1: endosperma inteiramente líquido; estádio 2: 25% da se- mente com endosperma solidificado; estádio 3: 50% da se- mente com endosperma solidificado; estádio 4: 75% da se- mente com endosperma solidificado e estádio 5: 100%

endosperma completamente solidificado; matéria seca - foi determinada a partir da diferença entre o peso de mil semen- tes e seu conteúdo de água e os resultados expressos em gra- mas; teste de germinação - realizado utilizando-se oito re- petições de 50 sementes para cada tratamento, semeadas em rolos de papel umedecidos com água na proporção de 3:1 (peso da água: peso do papel seco), mantidas em câmara de germinação à temperatura constante de 25ºC. A avaliação das plântulas normais foi feita de acordo com Brasil (1992) e os dados foram expressos em porcentagem; vigor das semen- tes - no decorrer da maturação, foi avaliado através do enve- lhecimento acelerado - conduzido com oito repetições de 50 sementes de acordo com as recomendações contidas no manual de testes de vigor da ISTA (Hampton & Tekrony, 1995). As sementes foram envelhecidas em caixas de plásti- co (gerbox) contendo 40ml de água deionizada, sobre uma tela para evitar o contato das sementes com a água, colocadas em uma única camada e incubadas em câmara de envelheci- mento acelerado. Depois do período de envelhecimento, 72 horas e a 45ºC, com umidade relativa próxima a 100%

(Hampton & Tekrony, 1995 e Fessel et al., 1999), foi realiza- do o teste de germinação e os resultados expressos em por- centagem; teste de frio com solo - realizado com oito repeti- ções de 50 sementes por tratamento, semeadas em caixas de plástico (26x16x9cm) contendo uma mistura (2:1) de areia e terra proveniente de área anteriormente cultivada com milho.

A adição de água foi feita até atingir 70% da capacidade de retenção do substrato. As caixas foram tampadas e colocadas

em câmara fria (10ºC) por sete dias; posteriormente, foram retiradas, destampadas e mantidas em ambiente de laborató- rio (temperatura 25-30ºC) por cinco dias, quando as plântulas normais foram contadas e os resultados expressos em por- centagem, seguindo-se as recomendações da AOSA (1983);

teste de condutividade elétrica - foi conduzido segundo re- comendações contidas na AOSA (1983), com oito repetições de 50 sementes cada, pesadas com precisão de duas casas decimais e colocadas para embeber em copos de plástico (com capacidade de 200ml), contendo 75ml de água deionizada, durante 24 horas, à temperatura de 25ºC (AOSA, 1983;

Loeffler et al., 1988 e Vieira & Krzyzanowski,1999). Decor- rido o tempo de embebição, procedeu-se a leitura da conduti- vidade elétrica, usando-se um condutivímetro 600 Analyser, com eletrodo com constante 1,0. Os resultados finais foram expressos em µ Scm

-1

g

-1

. Durante a condução do experimento as sementes foram acondicionadas em sacos de papel e arma- zenadas em condições de laboratório (±25ºC e UR 65%).

Na análise estatística, utilizou-se o delineamento intei- ramente casualizado (DIC), com oito repetições por tratamen- to, para os teste de germinação, envelhecimento acelerado, de frio e condutividade elétrica Os dados obtidos foram ana- lisados sem transformação e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os dados meteorológicos por ocasião da cultura no campo encontram-se na Tabela 1.

Para os dois genótipos, verificou-se alto teor de água nas sementes, quando da primeira colheita (52,17 e 53,26%), o qual reduziu-se para 21,59 e 9,81% na última colheita. Pa- ralelamente à redução no teor de água, houve um aumento

TABELA 1. Condições climáticas mensais por ocasião da cultura no campo (1999).

Meses

Temperatura média

(ºC)

Umidade relativa

(%)

Precipitação mensal

(mm)

Fevereiro 24,3 81,0 375,4

Março 24,1 79,3 115,9

Abril 21,9 73,0 107,4

Maio 18,6 70,4 28,6

Junho 18,6 72,5 19,9

Julho 20,3 67,5 2,0

Agosto 20,8 49,6 –

Setembro 23,7 30,0 –

(4)

significativo no peso de mil sementes, variando de 134,05 a 226,25g e 154,81 a 248,65g para a linhagem e o híbrido sim- ples respectivamente (Tabelas 2 e 3). O teor de água das se- mentes dos dois genótipos encontrava-se bastante alto no momento da primeira colheita, como pode ser observados nas Tabelas 2 e 3. Paralelamente à redução do teor de água, no decorrer das épocas de colheitas, houve um aumento progres- sivo e significativo da matéria seca analisada através do peso de mil sementes.

Observando-se os dados das Tabelas 2 e 3, sobre a linha de transformação em amido e a camada preta, verifica-se que

com o avanço da maturação das sementes, houve também o desenvolvimento concomitante das duas características, para ambos os genótipos.

Nas Tabelas 4 e 5 estão os resultados médios do teste de germinação e de vigor, dos dois genótipos, avaliados através dos testes de envelhecimento acelerado, teste de frio e condu- tividade elétrica. Independente dos dias após o florescimento, não houve variação da germinação para os dois genótipos.

Com relação ao vigor, verifica-se pelo teste de envelhecimento acelerado, para o material LA (Tabela 4), que a menor germi- nação foi obtida na primeira colheita, quando as sementes

TABELA 2. Valores médios das características físicas das sementes de milho da linhagem (LA) durante a maturação.

Teor de água na colheita

Teor de água após secagem

Peso de mil

sementes Linha do leite Camada preta Dias após o

florescimento

... % ... ... g ... ... % ...

44 52,17 9,53 134,05 95 estádio 2 100 estádio 1

51 44,93 9,32 146,01 93 estádio 3 100 estádio 1

55 41,93 8,57 187,60 62 estádio 3 100 estádio 2

58 40,23 8,55 188,65 68 estádio 4 100 estádio 2

62 35,67 8,68 215,80 98 estádio 4 90 estádio 2

72 31,46 8,86 222,70 00 estádio 5 100 estádio 3

80 26,53 8,68 213,75 100 estádio 5 100 estádio 4

88 21,59 8,70 226,25 100 estádio 5 100 estádio 5

Linha do leite: estádio 1 → endosperma inteiramente líquido; estádio 2 → 25% da semente com endosperma solidificado; estádio 3 → 50% da semente com endosperma solidificado; estádio 4 → 75% da semente com endosperma solidificado; estádio 5 → 100% endosperma completamente solidificado.

Camada preta: estádio 1 → ausência de pigmentação na base do endosperma; estádio 2 → a região entre o embrião e a placenta-chalaza tem uma aparência translúcida; estádio 3 → o tecido entre a base do embrião e a região pedicelo-placenta é mais fina e escura do que no estádio 2; estádio 4 → tem uma fina borda marrom escura, alcança toda a base da semente; estádio 5 → completo desenvolvimento da camada preta, tem uma fina borda preta, em toda a base da semente.

TABELA 3. Valores médios das características físicas das sementes de milho do híbrido simples (HS) durante a maturação.

Teor de água na colheita

Teor de água após secagem

Peso de mil

sementes Linha do leite Camada preta Dias após o

florescimento

... % ... ... g ... ... % ...

50 53,26 8,40 154,81 100 estádio 2 100 estádio 1

57 46,13 8,46 193,95 100 estádio 2 50 estádio 1

64 39,00 8,40 229,50 100 estádio 3 100 estádio 2

73 28,16 8,40 234,70 64 estádio 4 65 estádio 3

80 19,50 8,37 239,40 100 estádio 5 100 estádio 4

88 15,80 7,94 242,40 100 estádio 5 100 estádio 4

95 13,86 8,14 244,95 100 estádio 5 100 estádio 5

101 9,81 8,75 248,65 100 estádio 5 100 estádio 5

Linha do leite: estádio 1 → endosperma inteiramente líquido; estádio 2 → 25% da semente com endosperma solidificado; estádio 3 → 50% da semente com endosperma solidificado; estádio 4→ 75% da semente com endosperma solidificado; estádio 5 → 100% endosperma completamente solidificado.

Camada preta: estádio 1 → ausência de pigmentação na base do endosperma; estádio 2 → a região entre o embrião e a placenta-chalaza tem uma aparência translúcida; estádio 3→ o tecido entre a base do embrião e a região pedicelo-placenta é mais fina e escura do que no estádio 2; estádio 4 → tem uma fina borda marrom escura, alcança toda a base da semente; estádio 5 → completo desenvolvimento da camada preta, tem uma fina borda preta, em toda a base da semente.

(5)

ainda se apresentavam com alto conteúdo de umidade, indi- cando que estas só devem ser colhidas a partir de 72 dias após o florescimento, para não ocorrer perda na qualidade fisiológica. Avaliando-se o vigor pelos testes de frio e de condutividade elétrica, observa-se que as sementes podem ser colhidas a partir dos 62 dias após o florescimento. Para o material HS (Tabela 5), o vigor das sementes, depois de sub- metidas ao envelhecimento acelerado, sofreu decréscimo mais

acentuado quanto maior o teor de água no momento da co- lheita. Observando-se os resultados do vigor após os testes de envelhecimento acelerado, de frio e da condutividade elé- trica, verifica-se que as sementes podem ser colhidas a partir dos 73 dias, após a florescimento, sem que ocorra diferenças significativas até a maturidade fisiológica. Analisando o de- sempenho das sementes após o teste de frio, verifica-se que tanto a primeira quanto a última época de colheita provoca- TABELA 4. Resultados médios do teste de germinação (TG), envelhecimento acelerado (EA), teste

de frio (TF) e condutividade elétrica (CE) de sementes de milho da linhagem (LA).

Vigor Dias após o florescimento TG

(%) EA

(%)

TF (%)

CE (µScm

-1

g

-1

)

44 90A 34 C 88 B C 43,3A

51 97A 84 AB 98A 27,1 B

55 92A 78 B 98A 23,9 C

58 96A 76 B 99A 24,4 B C

62 95A 77 B 98A 17,5 D

72 95A 84 AB 96AB 17,2 D

80 95A 92 A 96AB 19,8 D

88 92A 86 AB 92 B 18,9 D

F 1,5 ns 44,19 ** 16,63 ** 166,90 **

DMS 9,1754 12,5832 4,2989 3,1133

CV (%) 4,18 7,05 1,92 5,54

Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si, pelo teste de Tukey, a 5%.

ns - Não significativo; ** - Significativo a 1%.

TABELA 5. Resultados médios do teste de germinação (TG), envelhecimento acelerado (EA), teste de frio (TF) e condutividade elétrica (CE) de sementes de milho do híbrido simples (HS).

Vigor Dias após o florescimento TG

(%) EA

(%)

TF (%)

CE (µScm

-1

g

-1

)

50 91A 67 C 72 C 63,9A

57 97A 93 A 100A 32,8 B

64 96A 88 B 98A 20,2 C

73 95A 98 A 98A 15,4 C D

80 95A 96 A 99A 14,8 D

88 96A 94 A 100A 13,9 D

95 95A 95 A 95 B 15,1 C D

101 92A 95 A 95 B 15,0 C D

F 2,24 ns 21,73 ** 58,33 ** 134,64 **

DMS 6,2825 10,1437 5,7715 5,2953

CV (%) 2,84 4,79 2,62 9,47

Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si, pelo teste de Tukey a 5%.

ns - Não significativo; ** - Significativo a 1%.

(6)

CONCLUSÃO

A indicação do ponto de colheita para os genótipos estu- dados, pode ser iniciada a partir do estádio 3 e 4 do desenvol- vimento da camada preta, para a linhagem e o híbrido respec- tivamente, e do estádio 5 do desenvolvimento do endosperma (linha do leite) para os dois genótipos.

REFERÊNCIAS

AFUAKWA, J.J. & CROOKSTON, R.K. Using the kernel milk line to visually monitor grain maturity in maize. Crop Science, Madison, v.24, n.4, p.687-691, 1984.

ALDRICH, S.R. Maturity measurements in corn and indication that grain development continues after premature cutting. Journal American Society Agronomy, Washington, v.35, n.3, p.567- 568, 1943.

AOSA - ASSOCIATION OF OFFICIAL SEED ANALYSTS. Seed vigor testing handbook. East Lasing, 1983. 93p. (Contribution, 32).

BEDFORD, L.V. & MATTHEWS, S. The effect of seed age at harvest on the germinability and quality of heat-dried seed peas. Seed Science and Technology, Zürich, v.4, n.2, p.275-286, 1976.

BORBA, C.S.; ANDRADE, R.V.; AZEVEDO, J.T. & OLIVEIRA, A.C. Maturidade fisiológica de sementes do híbrido simples BR 201 de milho (Zea mays L.). Revista Brasileira de Sementes, Brasília, v.16, n.1, p.63-67, 1994.

BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para análise de sementes. Brasília: SNAD/DNDV/ CLAV, 1992. 365p.

ram uma redução significativa na germinação das sementes em ambos os genótipos. Com relação aos dados da condu- tividade elétrica, nos dois genótipos, houve uma redução pro- gressiva e significativa ao longo das épocas de colheita. Ob- servando-se os dados da condutividade elétrica da solução de embebição, de cada genótipo estudado, observa-se que o HS e a LA tiveram os melhores resultados na quinta e sexta co- lheita. Para o genótipo HS, os melhores resultados de germi- nação e de vigor ocorreram entre 80 e 88 dias após o florescimento, quando as sementes estavam com um conteú- do de água entre 19,5 a 15,8% e com peso de mil sementes entre 239,4 a 242,4g. Observa-se que, neste material o peso máximo de matéria seca não correspondeu a máxima quali- dade fisiológica das sementes de milho.

Para a linhagem, os melhores indicativos da qualidade fisiológica, avaliada através da germinação e do vigor, enve- lhecimento acelerado e teste de frio, se situaram numa ordem intermediária entre os dois extremos, embora o teste de condutividade elétrica tenha indicado diferenças significati- vas a melhor qualidade só ocorre após a quinta colheita. Os valores da condutividade elétrica das sementes observados nas Tabelas 4 e 5, decresceram com o desenvolvimento da semente, indicando a existência de diferenças na permeabi- lidade das membranas celulares, durante o processo de maturação. Provavelmente, por estas, estruturalmente se for- marem com o desenvolvimento da linha de transformação do amido até a maturidade fisiológica, resultados semelhantes foram observados por Vieira et al. (1999).

Quando se comparam os dados do teor de água, do peso de mil sementes, germinação e vigor com os dados sobre a linha de transformação em amido, observou-se que o ponto de maturidade fisiológica de sementes de milho, ou seja, aque- le ponto de máximo acúmulo de matéria seca, máxima ger- minação e vigor, ocorreu antes do máximo peso seco e antes que o desenvolvimento da camada preta atingisse o estádio de desenvolvimento máximo, ou seja, estádio 5, como pro- posto por Hunter (1989). Assim, no presente trabalho, o má- ximo vigor (EA, TF e CE) ocorreu próximo ao estádio 3 e 4 da camada preta para LA e HS respectivamente e estádio 5 da linha do leite, para ambos os genótipos.

Considerando-se os sistemas de avaliações (escala de 1 a 5), utilizados para a o desenvolvimento completo da cama- da preta, só atinge o estádio 5 da escala após a maturidade das sementes. Variações desse tipo, em estudos de maturação de sementes de milho, já foram relacionados por alguns auto- res, como Rench & Shaw (1971); Daynard (1972); Carter &

Poneleit (1973) e Hunter (1989). Para a camada preta, os da- dos contrariam resultados anteriores (Daynard & Duncan,

1969; Rench & Shaw, 1971 e Carter & Poneleit, 1973), os quais propuseram que o ponto de maturidade fisiológica, ou máximo acúmulo de matéria seca, deva coincidir com o com- pleto desenvolvimento da camada preta, ou seja, estádio 5. A indicação do ponto de maturidade fisiológica, ou de um pon- to de colheita que permita produzir sementes de milho com alta qualidade fisiológica, pode ser feita baseada na linha do leite e na camada preta durante a maturação de sementes, sem necessariamente ter que determinar o teor de água das se- mentes. A indicação desse ponto, ao contrário do que foi apon- tado por vários trabalhos (Aldrich, 1943; Afuakwa &

Crookston, 1984; Daynard & Duncan, 1969; Rench & Shaw,

1971 e Carter & Poneleit, 1973), ou seja a linha do leite ou a

camada preta no estádio 5, pode ocorrer mais cedo, como

verificado por Hunter (1989). Esse autor concluiu que a co-

lheita pode ocorrer com linha do leite ou camada preta no

estádio 4, sem prejuízo para a qualidade das sementes. No

presente trabalho, observou-se que a colheita pode ocorrer

até antes, ou seja, no estadio 3 e 4 camada preta. Resultados

semelhantes também foram obtidos por Fagioli et al. (1999).

(7)

CARTER, M.W. & PONELEIT, C.G. Black layer maturity and filling period variation among embred lines of corn (Zea mays L.).

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