FICHA DE ORTOGRAFIA
– E agora, direção 190º, sobre a ilha dos loucos!
– Que tipo de loucura?
– Ah, quanto a isso, queremos que seja surpresa (1). E não ficarás dececionada (2), palavra de cartógrafo (3). Então, Jean-Luc, que é que diz a meteorologia (4)?
– Turbulências (5), como sempre acontece ali em baixo.
Qual era, então, esta loucura dos habitantes (6), suficientemente grave e poderosa para desordenar o ar? Decididamente, este novo destino deixava-me de pulga atrás (7) da orelha. Tanto mais que a paisagem se anunciava sumptuosa (8): uma cadeia de pequenas montanhas muito pontiagudas (9) que mergulhavam a pique (10) no mar.
Os meus dois companheiros tinham retomado a sua eterna discussão de antigos jockeys: o que é mais nobre, mais glorioso (11), o obstáculo (12) ou o galope, a coragem de saltar barreiras e rios, ou a inteligência (13) necessária para manter a velocidade de uma tonelada de músculos (14)? Tinham-se esquecido de mim. Adormeci. Mais vale prevenir (15) o meu futuro marido (ainda a encontrar): quando se esqueceram de mim, adormeço. No mesmo instante e sem importar onde: à mesa, nas aulas, na praia… Quando deixo de existir para os outros, prefiro o sono. Ao menos ele toma-me nos braços e oferece-me, só para mim, o cinema dos sonhos. Se esse futuro marido não deseja viver com uma dorminhoca, que nunca se esqueça de me prestar atenção. Para bom entendedor…
***
Um grito acordou-me, logo seguido por uma dezena de outros:
– Deem (16) meia-volta!
– Aterrem imediatamente!
– Anunciem os vossos nomes!
– Presta atenção, piloto!
Entreabri os olhos.
– Querias saber qual era a loucura desta gente? Ei-la. Não param de dar ordens. De manhã à noite. E não importa a que propósito (17). A doença deles é o imperativo. Acham-se todos imperadores. Tentou-se curá-los (18) atirando-lhes água gelada em aviões-cisterna (19);
pondo-lhes no rum poderosos (20) calmantes.
Os Cavaleiros do Conjuntivo (adaptado), de Erik Orsenna (2006), Lisboa, ASA
FICHA DE ORTOGRAFIA
– E agora, direção 190º, sobre a ilha dos loucos!
– Que tipo de loucura?
– Ah, quanto a isso, queremos que seja ________________ (1). E não ficarás ________________ (2), palavra de ________________ (3). Então, Jean-Luc, que é que diz a ________________ (4)?
– ________________ (5), como sempre acontece ali em baixo.
Qual era, então, esta loucura dos _______________ (6), suficientemente grave e poderosa para desordenar o ar? Decididamente, este novo destino deixava-me de pulga ________________ (7) da orelha. Tanto mais que a paisagem se anunciava ________________
(8): uma cadeia de pequenas montanhas muito ________________ (9) que mergulhavam a ________________ (10) no mar.
Os meus dois companheiros tinham retomado a sua eterna discussão de antigos jockeys: o que é mais nobre, mais ________________ (11), o ________________ (12) ou o galope, a coragem de saltar barreiras e rios, ou a ________________ (13) necessária para manter a velocidade de uma tonelada de ________________ (14)? Tinham-se esquecido de mim. Adormeci. Mais vale ________________ (15) o meu futuro marido (ainda a encontrar):
quando se esqueceram de mim, adormeço. No mesmo instante e sem importar onde: à mesa, nas aulas, na praia… Quando deixo de existir para os outros, prefiro o sono. Ao menos ele toma-me nos braços e oferece-me, só para mim, o cinema dos sonhos. Se esse futuro marido não deseja viver com uma dorminhoca, que nunca se esqueça de me prestar atenção. Para bom entendedor…
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Um grito acordou-me, logo seguido por uma dezena de outros:
– ________________ (16) meia-volta!
– Aterrem imediatamente!
– Anunciem os vossos nomes!
– Presta atenção, piloto!
Entreabri os olhos.
– Querias saber qual era a loucura desta gente? Ei-la. Não param de dar ordens. De manhã à noite. E não importa a que ________________ (17). A doença deles é o imperativo.
Acham-se todos imperadores. Tentou-se ________________ (18) atirando-lhes água gelada em aviões-________________ (19); pondo-lhes no rum ________________ (20) calmantes.
Os Cavaleiros do Conjuntivo (adaptado), de Erik Orsenna (2006), Lisboa, ASA