• Nenhum resultado encontrado

DEFINIÇÃO DE UMA ESTRUTURA HIERÁRQUICA GENÉRICA PARA ESCOLHA MODAL

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "DEFINIÇÃO DE UMA ESTRUTURA HIERÁRQUICA GENÉRICA PARA ESCOLHA MODAL"

Copied!
12
0
0

Texto

(1)

DEFINIÇÃO DE UMA ESTRUTURA HIERÁRQUICA GENÉRICA PARA ESCOLHA MODAL

Laís Kimie Oshiro Caldeira

Luiza Lavocat Galvão de Almeida Coelho Sérgio Ronaldo Granemann

Universidade de Brasília

Programa de Pós-Graduação em Transportes RESUMO

Este artigo trata da escolha modal para transporte de cargas. A escolha do modo de transporte é uma das principais decisões logísticas e é responsável por grande parcela dos custos logísticos da empresa. Dentre diversas ferramentas de apoio à tomada de decisão existe a Análise Hierárquica de Processos (AHP), que utiliza uma estrutura hierárquica de critérios qualitativos e quantitativos para análise das alternativas disponíveis. Este artigo visa propor uma estrutura de critérios e subcritérios para análise das modalidades de transporte para produtos gerais com base no AHP. Esta estrutura foi desenvolvida a partir de uma revisão bibliográfica sobre o tema, com diferentes tipos de carga. Assim, foram identificados os seguintes critérios: econômicos, infraestruturais, logísticos, característicos do produto, normativos e socioambientais, cada um com seus subcritérios. Pretende-se que a estrutura de decisão seja aplicável a todos os tipos de carga, cada qual refletindo suas especificidades através da ponderação dos critérios.

ABSTRACT

This paper is about the modal choice of transportation for shipments. The choice of the transport mode is one of the main logistical decisions and is responsible for a big share of logistics costs of the company. Within several tools to support decision-making, there is the Analytic Hierarchy Process (AHP), which uses a hierarchical structure of qualitative and quantitative criteria for analysis of the alternatives available. This paper aims to propose a framework of criteria and sub-criteria to analyze the modalities of modes of transportation for general products based on AHP. This structure was developed from a literature review on the topic, with different types of cargo. Thus, the following criteria were identified: economic, infrastructural, logistical, product characteristics, regulatory and environmental, each with its sub-criteria. It is expected that the decision structure would be applicable to all types of cargo, each reflecting their specificities through the weighting of the criteria.

1. INTRODUÇÃO

A escolha da modalidade de transporte de carga é uma das escolhas da logística com maior representatividade nos custos logísticos totais. Segundo Fleury (2004), esses custos representam em média 60% dos custos logísticos totais e 3,5% do faturamento da empresa. Em alguns casos, esse autor ressalta que o custo pode chegar a mais que o dobro do lucro da empresa. Para esse autor, uma regra geral diz que quanto menor o valor agregado do produto, maior a participação das despesas de transporte no faturamento da empresa (Fleury, 2004). Dessa forma, a decisão sobre o modo de transporte adotado é um fator crítico para a manutenção da competitividade de uma empresa no mercado. Ballou (2006) reforça que a escolha do modo de transporte pode ser utilizada, ainda, como uma ferramenta para criação de vantagem competitiva ou para compensação de outros custos da logística, como o de estoque, por exemplo.

A escolha modal pode ser feita entre um dos cinco modos de transporte ou por uma combinação entre eles. Os modos de transporte existentes são rodoviário, aquaviário, ferroviário, aéreo e dutoviário, cada qual com suas características e restrições específicas para diferentes tipos de carga. A escolha sobre qual modo utilizar dependerá de critérios tais como

(2)

que tratam sobre este assunto de forma genérica, entre eles Ballou (2006) e Oliveira e Cury (2004).

O objetivo deste artigo é, a partir de uma revisão bibliográfica para identificação dos principais critérios aplicados para tomada de decisão de escolha modal, considerando diferentes tipos de carga, propor uma estrutura de critérios e subcritérios para tomada de decisão com base no AHP (Analytic Hierarchy Process) para produtos gerais. A escolha desse método está relacionada à facilidade proporcionada na compreensão e avaliação dos critérios utilizados, devido à sua organização em uma estrutura hierárquica (Leal Jr, 2010).

Dessa forma, este artigo está estruturado em seis seções. A primeira consiste na introdução sobre o tema abordado. A segunda e terceira seções trazem o problema da escolha modal e o uso de algumas das ferramentas de apoio para tomada de decisão, respectivamente. A quarta seção explana sobre a ferramenta selecionada para este estudo, o AHP. A quinta seção corresponde à apresentação dos resultados obtidos através da revisão bibliográfica e explica a estrutura final definida para escolha modal. Por fim, são tecidas as considerações finais.

2. ESCOLHA MODAL

A escolha modal consiste na decisão de qual modo (ou modos) será empregado no transporte do produto, seja ele matéria-prima ou produto acabado (Oliveira e Cury, 2004). No caso brasileiro, cerca de 60% dos fluxos de carga são realizados por modo rodoviário (CNT, 2015), mas não se deve deduzir, por isso, que as demais modalidades não são importantes neste contexto (Alvarenga e Novaes, 2000). Além disso, esse dado isolado não deve influenciar na tomada de decisão de qual modo utilizar.

Os objetivos da escolha modal são praticamente os mesmos da logística, ou seja, atender ao nível de serviço esperado pelo cliente e reduzir os custos logísticos da empresa. A partir desses objetivos, é possível identificar alguns fatores específicos que influenciam diretamente a escolha modal.

Oliveira e Cury (2004) exemplificam esses fatores como o custo do transporte, a confiabilidade, a acessibilidade do modo, o tempo de trânsito, a segurança da carga, entre outros. Já Ballou (2006) lista seis fatores: 1) valor dos fretes; 2) confiabilidade; 3) tempo em trânsito; 4) perdas, danos e processamento das respectivas reclamações – e rastreabilidade; 5) considerações de mercado do embarcador; 6) considerações relativas aos transportadores. Ele ainda reforça que entre todos os fatores que influenciam a escolha modal, os referentes ao serviço são os de maior peso, afirmando o seguinte: “Levando em conta que não se pode escolher um serviço que não esteja disponível, ficam necessariamente o tempo em trânsito (agilidade) e a variabilidade do tempo em trânsito (confiabilidade) como os fatores principais na escolha de um serviço, seguidos pelo custo” (Ballou, 2006, p. 188).

Os dois últimos pontos apresentados por Ballou (2006) fazem referência à esfera importante na decisão modal: as características do mercado. O mercado pode impor requisitos de velocidade, acessibilidade, atendimento, volume, distância, entre outros, bem como se trata de um fator relevante na formação dos preços e tarifas. Oliveira e Cury (2004) citam também o impacto das infraestruturas e tecnologias de transporte disponíveis no momento e o local da tomada de decisão sobre o modo de transporte a ser utilizado.

(3)

Além das características do mercado, as características do produto também têm alta influência nesta escolha. Características como volume, valor e peso do produto podem excluir alguns modos da gama de alternativas.

Ainda, para cada modo de transporte os critérios podem ser mensurados de forma distinta de acordo com a percepção do usuário (Hashiba, 2012). Apesar dessas diferenças na percepção e de todos os fatores que impactam na avaliação de cada modo de transporte, pode-se fazer uma análise genérica de cada modo, conforme apresentado por Granemann e Gartner (2000), na Tabela 1 a seguir.

Tabela 1: Critérios de comparação entre os modos de transporte

Parâmetros Rodovia Ferrovia Aerovia Hidrovia Dutovia

Custo Moderado Baixo Alto Baixo Alto

Tempo em trânsito Moderado Lento Rápido Lento Lento

Disponibilidade Alto Moderado Moderado Baixo Baixo

Confiabilidade Alta Moderada Alta Moderada Baixa

Perdas e danos Baixo Alto Baixo Moderado Baixo

Flexibilidade Alto Moderado Moderado Baixo Baixo

Fonte: Granemann e Gartner, 2000

Na próxima seção serão abordadas as ferramentas de apoio à escolha modal de transporte mais utilizadas.

3. FERRAMENTAS DE APOIO À TOMADA DE DECISÃO DA ESCOLHA MODAL

Na decisão do modo de transporte a ser adotado, é importante seguir determinados critérios para que a organização oriente-se quanto à decisão da escolha da modalidade nos serviços de transporte visando alcançar as metas definidas, tais como a redução dos custos de transporte e o aumento do nível de serviço (Granemann e Gartner, 2000).

Alguns autores elencam os critérios que definem a escolha do modo de transporte, como custo da operação, tempo de trânsito, confiabilidade, capacidade, acessibilidade, segurança, perdas e danos, já apresentados na seção anterior. Outros autores, por sua vez, têm trabalhado na elaboração de métodos baseados na teoria econômica do consumidor, que associa ao indivíduo ou tomador de decisão um conjunto de necessidades básicas. Neste grupo, pode-se citar Senna, Lindau e Azambuja (1995); Alvim e Novaes (1995); Novaes (1995); Kawamoto (1995); Schluter e Senna (1999); Massler e Strambi (1999).

Na teoria do consumidor, o indivíduo orienta-se por uma função de utilidade e procura maximizá-la escolhendo dentre várias alternativas possíveis aquela cujos atributos ou critérios lhe propiciam o maior nível relativo de satisfação. Em grande parte das aplicações, os trabalhos utilizam modelos comportamentais do tipo logit, binomial ou multinomial.

Outra abordagem que ganha importância nos processos de escolha de alternativas, diz respeito aos métodos multicritérios de análise de decisão (MMAD). Eles vêm sendo cada vez mais utilizados para auxiliar os tomadores de decisão em problemas reais como os de transportes, pois possuem diversidade de componentes que são considerados no planejamento de qualquer projeto ou atividade (Lima, 2007).

(4)

Granemann e Gartner (2000) afirmam que a distinção entre esses métodos e as metodologias tradicionais está no grau de incorporabilidade dos valores do decisor nos modelos de avaliação. Por meio desses métodos, busca-se construir modelos que legitimem a elaboração de juízos de valor subjetivos. Os modelos são a estrutura de valores dos decisores associados a cada critério.

Os métodos multicritérios são alternativas efetivas aos métodos tradicionais de escolha modal e têm sido utilizados em diversos trabalhos de escolha modal (Granemann e Gartner, 2000; Candal, 2002; Pacheco, Drohomeretski e Cardoso, 2008; Tuzkaya e Önüt, 2008; Leal Jr. et al, 2009; Aguiar, Lima e Lima, 2012; Hashiba, 2012).

Existem várias metodologias de auxílio à decisão no ambiente de multicritérios, conforme

pode ser observado na Tabela 2.

Tabela 2: Uso de ferramentas multicritério em problemas de decisão

Ténica Referência Referência de utilização em transporte

Comentário

AHP Clássico Saaty (1980) Granemann e Gartner (2000)

Tuzkaya e Önüt (2008) Romero (2006)

A AHP (Analytic Hierarchy Process) é uma ferramenta em que o problema de decisão é dividido em níveis hierárquicos, facilitando, assim, sua compreensão e avaliação. Um grupo de decisores faz uma comparação, par a par, de cada elemento, criando-se uma matriz de decisão quadrada. A comparação das alternativas é realizada com o auxílio de uma escala verbal, associada a uma escala numérica que varia de 1 a 9.

AHP

Multiplicativo Lootsma (1990) Permite superar pontos críticos como: a escala proposta por Saaty; o uso do autovetor para o cálculo dos valores de impacto das alternativas; os valores finais calculados por uma regra de média aritmética de agregação. Trabalha com uma regra de agregação geométrica.

AHP

Referenciado e AHP B-G

Belton e Gear

(1985) O AHP referenciado utiliza em sua metodologia uma constante de proporcionalidade que surgiu da comparação dos valores relativos dos critérios das alternativas. O Método BG procura a alternativa que apresenta o maior valor de prioridades a fim de usar esse valor na normalização do vetor de prioridades

PROMÉTHÉE

I, II, III, IV, V Bransetal (1984) Brans e Mareshal (1997)

Brito et al (2006)

Assis (2007) Os Prométhée I, II, III e IV foram propostos para dispor as alternativas em ordem de prioridade.

ELECTRE I, II, III, IV, IS, TRI

Roy (1968) Soares et al (2001) Soares de Mello et al (2005)

Os métodos Electre partem do conceito de superação e empregam a informação dos pesos a fim de construir índices de concordância e discordância.

TODIM Gomes e Lima

(1992) Fernandes (1996) O TODIM (Tomada de Decisão Interativa Multicritério) foi desenvolvido para esclarecer a decisão por meio de uma ordenação de alternativas. É um método construtivista, pois a solução do problema de decisão constrói-se ao

(5)

longo de um processo interativo. É um método híbrido, pois utiliza escala verbal e valoração quantitativa por meio de medições (Gomes et al., 2004).

MAUT Fishburn (apud Neiva e Gomes, 2007)

Romero (2006) O método MAUT (Multiattribute Utility Theory) trabalha com a agregação de diferentes pontos de vista e atributos em uma única função que deve ser otimizada. Aceita apenas variáveis quantitativas. Possui muita similaridade com o AHP (Romero, 2006).

VIP

ANALISYS Dias e Clímaco (2000) Campos e Almeida (2006) O modelo multicritério de agregação aditiva VIP Analysis (Variable Interdependent Parameters) tem como finalidade trabalhar com informações imprecisas e permite calcular o intervalo de valor global de cada alternativa e a matriz de confrontação extrema, em que as alternativas são confrontadas aos pares. Tem como objetivo apoiar a avaliação de um conjunto de alternativas de forma a escolher a mais preferida, de acordo com a função aditiva (Campos e Almeida, 2006).

MACBETH Bana e Costa e Vasnick (1995 e 1997)

Pereira (2001) O método Macbeth requer apenas julgamentos qualitativos sobre as diferenças de atratividade entre elementos para gerar pontuações para as opções em cada critério e para ponderar os critérios (Bana e Costa e Chagas, 2004).

Fonte: Adaptada de Leal Jr (2010)

Para enfatizar a relação entre o processo de seleção do modo de transporte e os métodos multicritérios, coloca-se a existência de vários parâmetros que são levados em consideração no processo de escolha modal. Dessa maneira, esses métodos dão suporte à racionalização da tomada de decisão (Granemann e Gartner, 2000).

Este artigo visa propor uma estrutura de aplicação do modelo AHP para tomada de decisão da escolha modal.

4. AHP (ANALYTIC HIERARCHY PROCESS)

O método AHP é uma ferramenta multicritério que pode ser resumida, segundo Colin (apud Hashiba, 2012), em um procedimento de aplicação de quatro etapas: representação da hierarquia, comparação dos pares, método do autovalor e agregação de prioridades.

4.1. Representação da hierarquia

Primeiramente ocorrem a compreensão do problema e a identificação do objetivo a ser alcançado. Em seguida, a estrutura hierárquica forma uma árvore invertida, que vai descendo da meta da decisão para os critérios e alternativas, em sucessivos níveis (Saaty, 1991), como mostra a Figura 1.

(6)

Figura 1: Representação hierárquica do AHP

Fonte: Adaptado de Saaty (1991)

4.2. Comparação dos pares

O processo de comparação paritária dos elementos dá-se na ordem decrescente de impacto dos níveis, partindo do objetivo em direção às alternativas (Hashiba, 2012). Usa-se uma escala numérica de 1 a 9, conhecida como escala Saaty, para traduzir a importância relativa

entre cada par de elementos (Tabela 3).

Tabela 3: Escala Saaty

Intensidade de Importância Definição Explicação

1 Mesma importância (igual) As duas atividades contribuem igualmente para o objetivo

3 Importância pequena de uma

sobre a outra (fraco) levemente uma atividade em relação à outra A experiência e o julgamento favorecem 5 Importância grande ou essencial

(forte) fortemente uma atividade em relação à outra A experiência e o julgamento favorecem 7 Importância muito grande ou

demonstrada (muito forte) Uma atividade é muito fortemente favorecida em relação à outra; sua dominação de importância é demonstrada na prática 9 Importância absoluta (absoluto) A evidência favorece uma atividade em

relação à outra com o mais alto grau de certeza

2, 4, 6, 8 Valores intermediários entre os

valores adjacentes Quando se procura uma condição de compromisso entre duas definições Fonte: Saaty (1991)

Os resultados das comparações são apresentados em matrizes de comparação paritária, e cada elemento é comparado com os demais.

4.3. Método do autovalor

Cada matriz de comparação paritária possui um autovalor com autovetor associado. Esse autovetor expressa as importâncias relativas de cada critério (Saaty, 1991), ou seja, a ordem de preferência dos elementos analisados. Esta é uma propriedade do maior autovalor da matriz de comparação paritária, quando esta respeita à condição de consistência (Hashiba, 2012).

(7)

Com as importâncias relativas dos critérios e os níveis de preferência das alternativas, parte-se para a valoração global de cada uma das alternativas, segundo o método da soma ponderada, assim calculado:

V(a) (1)

Com e 0< em que V(a) é o valor global da alternativa

analisada; é a importância relativa do critério j; e é o nível de preferência da alternativa

analisada no critério j (Saaty, 1991).

O próximo tópico consiste em uma revisão bibliográfica para levantamento dos principais critérios utilizados na tomada de decisão do modo de transporte. Com isto, objetiva-se propor um modelo referência genérico para orientar tal decisão.

5. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DAS ALTERNATIVAS DA ESCOLHA MODAL

Para propor um modelo genérico de critérios a serem considerados na tomada de decisão do modo de transporte, foi realizada uma revisão bibliográfica a fim de se identificar os principais critérios ou atributos utilizados pela literatura para diferentes tipos de produto.

A Tabela 4apresenta o levantamento bibliográfico realizado e o tipo de produto tratado em

cada trabalho relacionado.

Tabela 4: Referência bibliográfica e tipo de produto tratado

Autor/ Tipo de Produto C ar ga g er al De rivados de pe tróleo Alim entos C ar ga s a gr ícola s conteine riza da s M anuf atur a Pe ça s mec ânica s Pr odutos Pe rigos os Novaes (1995) X Candal (2002) X Ribeiro e Ferreira (2002) X Oliveira e Cury (2004) X Ballou (2006) X Pacheco, Drohomeretski e Cardoso (2008) X Mello (2010) X Leal Jr (2010) X Aguiar (2011) X Hashiba (2012) X Shoji (2013) X

(8)

Tabela 5: Critérios por referência bibliográfica Referência / Atributo Nova es (1995 ) C anda l ( 2002) R ibeir o e F er re ira (2002) Oliveir a e C ur y (2004) B all ou ( 2006) Pach eco , Dr ohomer ets ki e C ar dos o ( 2008) M ell o ( 2010) Le al Jr (2010 ) Aguia r ( 2011) Ha shiba ( 2012) Shoji (2013 )

Tarifa dos fretes/

Preço X X X X X X X X X Acessibilidade do modo X X X Capacidade do modo X Disponibilidade X X X Confiabilidade X X X X X X X Prazo/Tempo X X X X X X X X X Segurança X X X X X Flexibilidade X X X Serviço ao cliente X X X Custo de estoque X X Perdas e danos X X X Rastreabilidade X Frequência X X Economia de escala X Considerações de mercado X Adequação de instalações logísticas X Conforto e conveniência X Oferta de instalações logísticas X

Como é possível perceber da Tabela 5, são vários os critérios considerados pelos diferentes autores.

Para aplicações de metodologias multicritérios, Schmidt (1995) lembra que o número de critérios não deve ser muito grande, nem tão pequeno, ao ponto de se correr o risco de deixar de fora aspectos importantes para a avaliação, devendo então se elencar uma quantidade tão reduzida quanto possível, variando de 7 (+ ou – 2) critérios.

Além disso, percebe-se a existência de critérios complementares, que poderiam ser agrupados em categorias de critérios. Exemplo disso é dado por Pacheco, Drohomeretski e Cardoso (2008) ao expressarem que custo de estoque inclui custo financeiro, de depreciação, obsolência e seguro.

Hashiba (2012) também contribui com essa linha de pensamento ao colocar acessibilidade, flexibilidade e oferta de instalações logísticas como subcritérios do atendimento às particularidades da carga. E, vale também ressaltar Bowersox (2006), quando diz que os custos de transporte são calculados a partir de sete fatores: distância, volume, densidade, capacidade de acondicionamento, manuseio, responsabilidade e aspectos de mercado.

(9)

Considerando tal possibilidade de agregação de critérios, foi possível categorizá-los com base em aspectos econômicos, infraestruturais, logísticos e relacionados à característica do produto.

No âmbito dos aspectos levantados na literatura, percebeu-se a necessidade de ampliação de alguns subcritérios econômicos e de características do produto. Aos econômicos foram acrescentados o custo de oportunidade, o retorno do investimento e o risco financeiro, em virtude de serem indicadores atuais importantes para análise de investimentos, projetos e tomadas de decisão relativas a escolhas de alternativas. Já em relação aos parâmetros ligados ao produto, foi acrescentado o subcritério perecibilidade, visando incluir a categoria de produtos que têm vida útil curta.

Nessa mesma linha, percebeu-se que alguns aspectos não citados são relevantes nos dias atuais, tais como as questões normativas e socioambientais já consideradas na escolha modal para transporte de passageiros (Manoel e Hernández, 2014).

Assim, na Tabela 6 são apresentados todos os critérios e subcritérios considerados, a fim de se

garantir a generalização proposta por este trabalho.

Tabela 6: Critérios e subcritérios

Aspectos (Critérios) Atributos (Subcritérios)

Econômicos Frete/ Preço

Custo de estoque Economia de escala Mercado Custo de oportunidade Retorno de investimento Risco financeiro Perdas e danos

Infraestruturais Oferta de infraestrutura logística Oferta de infraestrutura de comunicação Adequação de instalações logísticas Acessibilidade Disponibilidade Segurança Logísticos Confiabilidade Capacidade Prazo/Tempo Segurança Rastreabilidade Flexibilidade Serviço ao cliente Conforto e conveniência Frequência

Características do Produto Valor Volume Densidade

Capacidade de acondicionamento Perecibilidade

(10)

Produção de resíduos Emissão atmosférica Poluição da água e do solo Poluição sonora

Desenvolvimento social regional

Esta estrutura de critérios e subcritérios procura contemplar os principais fatores identificados pela literatura como relevantes na tomada de decisão sobre modo de transporte, bem como incluir algumas contribuições dos autores deste artigo.

Finalmente, foi possível estruturar um modelo de decisão mais abrangente que os modelos descritos na literatura (Figura 2) e que usam o AHP como ferramenta de apoio à tomada de decisão. Pretende-se com isso apresentar uma modelo de escolha modal que represente de forma mais completa o processo de tomada de decisão.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme Ribeiro e Ferreira (2002), os transportes são parte do sistema das empresas, e por isso, estão interligados com os demais para realizar as atividades de escoamento e auxiliar na distribuição dos produtos. Então, para a disponibilização do produto da empresa no mercado, deve-se necessariamente tomar uma decisão de escolha modal, tanto por meio da terceirização do serviço, quanto pela opção de constituir frota própria para a realização do transporte.

Este artigo propôs-se a identificar os principais critérios utilizados para escolha modal registrados na literatura e, adicionalmente, estruturar uma hierarquia de critérios e subcritérios aplicáveis à decisão de transporte para qualquer tipo de produto.

A estrutura proposta foi organizada na forma de critérios e subcritérios devido à identificação de um número muito elevado de parâmetros que influenciam a tomada de decisão e que são relatados na literatura científica.

A utilização de uma estrutura de critérios e subcritérios permite maior abrangência na escolha dos critérios relevantes, bem como uma visualização sistêmica de todas as esferas compreendidas por esse processo de decisão. Nesse sentido, a tomada de decisão é mais abrangente e em acordo com o objetivo da empresa, seja ele exclusivamente financeiro, ou operacional, ou ainda guiado por política social ou ambiental.

Assim, foram definidos os seguintes critérios: econômicos, infraestruturais, logísticos, ligados às características do produto, normativos e socioambientais, cada um com seus subcritérios.

Esses critérios e subcritérios listados na Tabela 6podem ser aplicados para escolha modal de

transporte para qualquer tipo de carga, cujas especificidades serão incorporadas pelo modelo na etapa de ponderação.

Dessa maneira, o artigo contribui na etapa de representação da hierarquia no uso do método AHP (Analytic Hierarchy Process) para escolha modal, com a identificação dos principais critérios aplicados para essa tomada de decisão.

Um próximo passo para este estudo seria a aplicação desta ferramenta em caso real de tomada de decisão para escolha modal, visando à validação dos critérios apontados e à verificação da abrangência e da pertinência dos subcritérios.

(11)
(12)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGUIAR, M. S.; LIMA, J. P.; LIMA, R. S. (2012) Abordagem Multicritério para a Priorização de Alternativas de Transporte Multimodal de Cargas Manufaturadas. In: XVII PANAM, 2012, Santiago de Chile. XVII Congreso Panamericano de Ingeniería de Tránsito Transporte y Logística.

AGUIAR, M. S. (2011) Análise de alternativas do transporte multimodal de cargas manufaturadas destinadas à exportação. Programa de pós-graduação em Engenharia de Produção. UNIFEI. Itajubá.

ALVARENGA, A., NOVAES, A. G. (2000) Logística Aplicada: suprimento e distribuição física. São Paulo, Blucher.

ALVIM, B. G. e NOVAES, A. G. (1995) Análise de preferência declarada com experimentos de escolha – um estudo de caso para serviços de fretamento. Anais do IX Anpet, São Carlos, v. 2, p. 595-606.

BALLOU, R. H. (1993) Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial. 5ª Edição. Porto Alegre. Bookman.

CNT - Confederação Nacional de Transporte. Boletim CNT - Boletim Estatístico. Março, 2015.

CANDAL, P. C. B. (2002) Utilização do método de análise hierárquica (AHP) para a escolha do modal de transporte de derivados de petróleo. Santa Catarina.

GRANEMANN, S. R.;GARTNER, I. R. (2000) Modelo Multicriterial para Escolha Modal/Submodal de Transporte. Anais do XIV Congresso de Pesquisa e Ensino em Transportes, ANPET, Gramado.

HASHIBA, T. I. (2012) Metodologia para escolha de modal do transporte, do ponto de vista da carga, através da aplicação do método de análise hierárquica. – ed. rev. – São Paulo.

KAWAMOTO, E. (1995) Processo de escolha modal. Anais do IX Anpet, São Carlos, v. 2, p. 561-572.

LEAL JR, I. C. (2010) Método de escolha modal para transportes de produtos perigosos com base em medidas de ecoeficiência. Rio de Janeiro.

LEAL JR, I. C., INACIO, G. R. A., OLIVEIRA, L. F. R. e COSTA, B. S. (2009) Escolha modal para produtos perigosos com a utilização do Processo de Análise Hierárquica – AHP. In: VII Rio de Transportes, Rio de Janeiro.

LIMA, J. P. (2007) Modelo de decisão para a priorização de vias candidatas às atividades de manutenção e reabilitação de pavimentos. Tese (Doutorado). Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo. São Carlos.

MANOEL, M. V. e HERNÁNDEZ, C. T. (2014) Transporte rodoviário de passageiros: a escolha de alternativas em relação ao custo, tempo e emissão de CO2. XI Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia. MELLO, P. F. B. (2010) Contribuição ao estudo do transporte marítimo com a identificação dos atributos de

desempenho para o uso de contêineres na exportação de commodities agrícolas no Brasil. Programa de Engenharia de Transportes, UFRJ/COPPE. Dissertação (mestrado).

NOVAES, A. G. (1995) Análise de mercado de serviços de transportes com dados de preferência declarada. Anais do IX Anpet, São Carlos, v. 2, p. 573-584.

OLIVEIRA, R. L. M. A., CURY, M. V. Q. (2004) Modelo Neuro-Fuzzy para Escolha Modal no Transporte de Cargas. In: XIII Panamerican Conference - Traffic and Transportation Engineering, Nova Iorque. Anais da XIII Panamerican Conference –Traffic and Transportation Engineering.

PACHECO, E. A., DROHOMERETSKI, E., CARDOSO, P. A. (2008) A decisão do modal de transporte através da metodologia AHP na aplicação da logística enxuta: um estudo de caso. IV Congresso Nacional de Excelência em Gestão, Niterói.

RIBEIRO, P. C. C. e FERREIRA, K. A. (2002) Logística e transportes: uma discussão sobre os modais de transporte e o panorama brasileiro. XXII Encontro Nacional de Engenharia de Produção, Curitiba. SAATY, T. L. (1991) Método de Análise Hierárquica. São Paulo: Makron Books, p. 367.

SCHLUTER, M. R e SENNA, L. A. S. (1999) As decisões de aquisição de serviços de transportes do pequeno varejista. Anais do XIII Anpet, São Carlos, p. 627-638.

SCHMIDT, A. M. A. (1995) Processo de Apoio a Tomada de Decisão – Abordagens AHP e MACBETH. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção). Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, UFSC.

SENNA, L. A. S., LINDAU, L. A. e AZAMBUJA, A. M. (1995) Avaliando a demanda potencial do Trensurb através de técnicas de preferência declarada. Anais do IX Anpet, São Carlos, v.2, p. 585-594.

SHOJI, D. V. (2013) Aplicação do AHP em um caso de escolha dos modais de transporte para a movimentação das partes de uma aerogerador. Trabalho de conclusão de curso (Bacharel em Engenharia de Produção Mecânica). UNESP.

TUZKAYA, U. R. and ÖNÜT, S. (2008) A fuzzy analytic network process based approach to transportation-mode selection between Turkey and Germany: A case study. Information Sciences. March.

Referências

Documentos relacionados

Por último, temos o vídeo que está sendo exibido dentro do celular, que é segurado e comentado por alguém, e compartilhado e comentado no perfil de BolsoWoman no Twitter. No

Este artigo está dividido em três partes: na primeira parte descrevo de forma sumária sobre a importância do museu como instrumento para construção do conhecimento, destaco

Para esse fim, analisou, além do EVTEA, os Termos de Referência (TR) do EVTEA e do EIA da Ferrogrão, o manual para elaboração de EVTEA da empresa pública Valec –

Local de realização da avaliação: Centro de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação - EAPE , endereço : SGAS 907 - Brasília/DF. Estamos à disposição

Código Descrição Atributo Saldo Anterior D/C Débito Crédito Saldo Final D/C. Este demonstrativo apresenta os dados consolidados da(s)

%PCuC – Percentagem de passes curtos corretos %PLC – Percentagem de passes longos corretos %PTD – Percentagem de passes corretos no terço defensivo %PTM – Percentagem de

O termo extrusão do núcleo pulposo aguda e não compressiva (Enpanc) é usado aqui, pois descreve as principais características da doença e ajuda a

Para Piaget, a forma de raciocinar e de aprender da criança passa por estágios. Por volta dos dois anos, ela evolui do estágio sensório motor, em que a ação envolve os