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5 ENCONTRO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

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5° ENCONTRO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA

DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Belo Horizonte, MG, de 29 a 31 de julho de 2015

Área Temática: Segurança Internacional, Estudos Estratégicos

e Política de Defesa

A IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA DA ANTÁRTICA NA NOVA

ORDEM INTERNACIONAL

Leonardo Faria de Mattos - Escola de Guerra Naval (EGN)

Mônica Heinzelmann Portella de Aguiar – Instituto Universitário

de Pesquisa do Rio de Janeiro (IUPERJ)/ Universidade Cândido Mendes (UCAM)

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RESUMO

O Tratado da Antártica foi assinado ainda durante a Guerra-Fria com o objetivo de preservar o continente e transformá-lo num território isento de conflitos, priorizando a cooperação científica. A proibição de realizar testes de armas e exercícios militares, bem como de explorar recursos naturais foram as conquistas mais importantes de um bem sucedido regime internacional que, ao longo de mais de meio século, quadruplicou o número de seus signatários. Contudo, o Sistema do Tratado da Antártica enfrenta hoje as incertezas que caracterizam a nova ordem internacional, não mais sob a relativa estabilidade da era bipolar. Este artigo visa analisar, desde uma perspectiva realista, a importância estratégica e os interesses dos Estados pela Antártica, em especial o Brasil que só aderiu ao Tratado em 1975, e apenas em 1983 passou a ser membro consultivo com direito a voz ativa. O estudo será composto de duas partes: a primeira destina-se a familiarizar o leitor com o cenário histórico-político da Guerra-Fria e as circunstâncias em torno da adesão brasileira ao regime. A segunda parte consistirá numa reflexão sobre os interesses que países como China e Índia possuem na Antártica, em especial por se tratarem de dois atores cada vez mais relevantes no Sistema Internacional e cujas carências de recursos naturais podem impactar no futuro o Sistema do Tratado da Antártica.

Palavras-chave: Antártica, realismo, interesses estratégicos.

INTRODUÇÃO

Este artigo visa apresentar as circunstâncias em torno da adesão ao Sistema do Tratado da Antártica (STA) de três atores que têm tido cada vez mais relevância no sistema internacional: Brasil, Índia e China. A ascensão desta última é com certeza uma das grandes ocorrências do século XXI e suscetível de balançar o equilíbrio do sistema multipolar. (GLASER, 2011) A partir desta exposição, trata-se de questionar qual o futuro que aguarda o STA frente às necessidades estratégicas dessas três potências emergentes globais. Os processos de cooperação estabelecidos pelos países membros do STA continuarão estáveis ou podem retroceder e levar o regime a um conflito?

Embora não seja possível antever o futuro no campo das Relações Internacionais, a observação de algumas variáveis permite refletir sobre a natureza do sistema internacional e conjeturar – de forma transitiva – sobre a interação entre Estados. A análise política elaborada neste artigo tem como arcabouço teórico o realismo defensivo de Charles Glaser. Ainda que a reflexão desse autor não aborde diretamente a questão antártica, a dimensão de seus conceitos possibilita que eles sejam utilizados para examinar esse tema.

Na segunda parte deste artigo, analisa-se o avanço na participação de China e Índia na Antártica e pondera-se sobre as consequências de sua crescente necessidade por recursos naturais e energéticos.

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Nas considerações finais, argumenta-se que, conquanto possam surgir divergências na aplicação do regime e nos aspectos que regulam a inviolabilidade do continente em relação à exploração mineral, o conflito não é forçoso. Pode ocorrer um aumento da competição. , mas essa não implica necessariamente no término do Sistema do Tratado da Antártica.

APRESENTAÇÃO

A Antártica é o continente mais inóspito do planeta. A temperatura média no verão é de 30°C, enquanto que no inverno é de 60°C. A menor temperatura já registrada foi de -89,2°C, na Estação russa de Vostok, em 1983. Cerca de 98% do continente é coberto por gelo (espessura média de 2.600 m). O continente também é o mais seco da Terra, com uma precipitação média de 150 mm por ano (tão seco como o Deserto do Saara). É o continente mais alto, com uma altitude média de 2.160 m. A área total é de 13.661.000 km2, maior que o Canadá, e equivalente a 1,6 vezes a área total do Brasil. Em termos de riquezas minerais, estima-se que a Antártica seja abundante em petróleo, gás, cobre, urânio, entre outros minerais de grande valor comercial. Isso sem falar que a Antártica possui 70 % da água doce do planeta. É o único continente sem uma população autóctone. No verão, a “população” gira em torno de 5.000 pessoas entre pesquisadores e pessoal de apoio logístico nas estações científicas, e no inverno não passa de 1.000.

BREVE HISTÓRICO

A Antártica foi primeiramente avistada no início do século XIX por uma expedição russa comandada pelo capitão Fabian Von Bellinghausen em 1820. A filosofia grega já antevira sua existência, admitindo a presença de um polo oposto ao indicado pelas constelações da grande e pequena ursa, o antiarktos. Foram essas considerações que levaram o capitão inglês James Cook a cruzar inicialmente o círculo antártico entre 1772 -75 numa tentativa vã de encontrar o continente.

As primeiras explorações da região antártica permitiram o desenvolvimento de um importante negócio de pele de focas que foi seguido posteriormente pela caça de baleias. O intenso trânsito de embarcações comerciais na região facilitou o mapeamento da área e a elas agregaram-se também as expedições de natureza científica que tinham como objetivo a pesquisa dos campos magnéticos locais (HATHERTON, 1986).

No século XX, o Polo Sul foi alcançado graças à épica vitória do norueguês Roald Amundsen (1911), e ocorrem também as primeiras reivindicações territoriais sobre o continente. Os países limítrofes ou com algum histórico de expedição na região foram os primeiros a fazerem seus reclamos de soberania alegando argumentos variados. Entre

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1908 e 1940, Reino Unido, Austrália, Nova Zelândia, Noruega, França, Chile e Argentina demandaram porções do território antártico sendo algumas dessas reivindicações em áreas superpostas1 (QUADRI, 1986).

Ao servir de base para que submarinos e navios alemães atacassem os navios mercantes aliados, a II Guerra Mundial acabou de revelar o potencial estratégico militar do continente (FERREIRA, 2009). As rotas polares e suas imediações foram reconhecidas como objetivo estratégico por serem uma rota alternativa para os transportes mundiais entre Ásia, Europa e América (COUTO E SILVA, 2003). Finda a Guerra e dentro de uma nova perspectiva internacional bipolar, o destino do continente seria decidido entre as duas grandes potências antagônicas: Estados Unidos da América (EUA) e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).

Cogitaram-se duas propostas nesse período, mas ambas enfrentaram resistências. O projeto de internacionalizar a Antártica deparou-se com a oposição de alguns países territorialistas que se negavam a renunciar a seus direitos. A outra alternativa, criar um condomínio de alguns países sob a direção das Nações Unidas também foi descartada, posto que significava a inclusão da URSS no entendimento, fato que contrariava o governo norte-americano. Frente à dificuldade de se alcançar um consenso sobre o status jurídico da Antártica, a International Council for Scientific Union (ICSU) promoveu um importante projeto mundial de pesquisa, o Ano Geofísico Internacional (AGI) , de junho de 1957 a dezembro de 1958, que foi pioneiro em tornar a ciência uma continuação da política por outros meios (ELZINGA, 2011).

O AGI congregou pesquisadores de sessenta e seis países do mundo num esforço internacional de investigação que favoreceu a cooperação científica entre as partes e instigou os EUA a convocar uma conferência internacional em Washington D.C. para resolver definitivamente a situação legal do continente (1959). Protelar essa decisão seria municiar a Índia que, como líder das nações não alinhadas, desde 1956 alegava ser o continente patrimônio comum da humanidade, tentando levar o tema para discussão na Assembleia das Nações Unidas. A decisão soviética de não desfazer suas estações científicas e permanecer na Antártica ao término do Ano Geográfico Internacional também

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É o caso de Argentina, Chile e Reino Unido que apresentam uma superposição de demandas territoriais. A reivindicação do Reino Unido estabelece que todas as terras e ilhas da latitude 50°S entre as longitudes 20°W e 80°W são britânicas em função da continuada presença britânica nas Ilhas Falklands. A Argentina, exige o território entre as longitudes 25°W a 74°W. Sobrepondo-se a pretensão anterior, o Chile, por sua vez, requer da longitude 53°W a 90°W.

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pesou na necessidade de se fazer um acordo. Doze foram os países convocados, os anfitriões EUA, a superpotência rival URSS e as nações com mais histórico na região: África do Sul, Argentina, Austrália, Bélgica, Chile, França, Japão, Noruega, Nova Zelândia e Reino Unido (FERREIRA, 2009).

Partindo de uma proposta do jurista chileno Julio Escudero Guzman, concebeu-se um modelo de condomínio tendo em vista a preservação da área ao sul da latitude de 60°S com uma moratória territorial acompanhada de uma internacionalização parcial do continente. O ingresso na Antártica só seria permitindo a expedições e bases científicas com fins exclusivamente pacíficos de forma a impedir que a área se convertesse “em cenário ou objeto de discórdia internacional” (SAT,2015a).

O Tratado foi firmado em 1 de dezembro de 1959, entrando em vigor em 23 de junho de 1961. Agregaram-se a ele a Convenção para a Conservação das Focas Antárticas (1972), a Convenção para a Conservação dos Recursos Vivos Marinhos Antárticos (1980) e o Protocolo de Madri (para proteção do meio ambiente – 1991) originando o que hoje é o Sistema do Tratado Antártico (STA). Desde então, 40 países se afiliaram ao STA sendo o mais recente a Mongólia em março de 2015. Atualmente, são 29 países membros consultivos, que possuem direito à voto nas Antarctic Treaty Consultative Meetings (ATCMs), sendo o último a República Tcheca, em 2014 (SAT, 2015b).

CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS

O fim da Guerra-Fria e do sistema bipolar não eclipsou o prestígio da escola de pensamento realista como uma das principais linhas teóricas de interpretação no campo das Relações Internacionais. No século XXI, conquanto a estrutura anárquica do sistema internacional pareça apontar para a continuidade da competição, ela não se manifesta de forma inconteste, o que suscitou o realismo a refletir sobre a questão. Charles Glaser lapidou a perspectiva realista fazendo-a convergir com o enfoque construtivista e institucionalista para mostrar que o conflito nem sempre é inevitável e é possível aos Estados engajar-se em políticas de cooperação.

Para Glaser, os atores estatais buscam segurança e para alcançar esse objetivo inicial tomam decisões estratégicas condicionadas às oportunidades e restrições presentes no ambiente internacional. O autor prioriza o termo ambiente em vez de sistema internacional para dar a medida de como a complexidade e a anarquia do entorno interferem na tomada de ação. Sua análise teórica considera simultaneamente duas dimensões: o plano da unidade, observando a motivação de cada Estado, se ele meramente busca

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garantir sua segurança ou é mais ganancioso e o da estrutura, examinando as variáveis materiais e informacionais em jogo (COUTINHO, 2012).

A teoria de Glaser associa três categorias de variável para definir se um Estado irá optar por uma estratégia de cooperação ou competição dentro do ambiente internacional. Como assinalado, a variável motivacional identifica o estímulo que move aquele ator para ser um security seeker ou greedy state. Ainda que o autor não explique o porquê dessa atitude, os primeiros tendem a superar seus receios e serem mais cooperativos enquanto que os segundos se inclinam mais para a guerra.

As variáveis materiais avaliam a aptidão para a guerra demonstrada por um Estado. Essa competência se manifesta na expressão de poder de um Estado, sua capacidade de dispor de recursos econômicos, demográficos, tecnológicos e transformá-los em ativos militares. Também deve ser considerado o balanço ofensivo-defensivo, a razão entre quanto custa para um atacar e o outro se defender. O ultimo elemento material é a distinguibilidade ofensiva defensiva, a avaliação de como essas capacidades podem ser intercambiáveis. Se uma força pode ser usada tanto de forma defensiva quanto ofensiva, pode haver o risco de uma sinalização deletéria com um simples aumento da vantagem defensiva.

A essa sequência ainda se acrescentam variáveis informacionais, que lidam com o conhecimento concreto que os Estados detêm sobre seus adversários e o que eles avaliam que o outro sabe sobre eles. Resumidamente, um Estado - ao escolher sua estratégia de ação - considera não somente sua vontade e sua capacidade bélica como a motivação e aptidão de seu adversário (RAMOS, 2013).

A combinação dessas variáveis resulta num leque de seis resultados ao dilema de segurança, oscilando da extrema competição, quando um Estado tem vantagem ofensiva e se depara a um adversário ganancioso, até um quadro cooperativo, quando um Estado de vantagem defensiva encontra um adversário apenas preocupado com sua segurança, uma conjuntura favorável à paz. Não existe uma estratégia preponderante, deve-se avaliar caso a caso as condições na situação internacional de cada Estado para escolher entre cooperação ou competição como meio de promover a segurança. Através do uso dessas múltiplas variáveis, Glaser consegue explicar a mudança e frente às críticas sobre a complexidade de sua argumentação, a resposta de Glaser é que teorias mais simples, que apenas lidam com poder são de efetividade duvidosa (GLASER,2010).

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O BRASIL E A ANTÁRTICA

Até a década de 1950, o Brasil não mostrou possuir interesse pela Antártica. Nenhuma expedição foi realizada e nenhum artigo em revistas ou jornais defendeu a presença do país naquele continente. Geopolíticos, como Mario Travassos e Everardo Backheuser priorizavam em seus escritos a necessidade da ocupação das faixas de fronteira terrestre e dos grandes vazios populacionais na Amazônia, mas não aludiam ao continente. Os primeiros registros de interesse surgiram nos artigos da professora Therezinha de Castro, em 1956 e 1957, na Revista do Clube Militar, e nos do professor Joaquim Ribeiro, no jornal O GLOBO, também na mesma época. Em fevereiro de 1958, finalmente um brasileiro pisou no continente. Tratava-se do médico e jornalista Durval Borges que, a fim de produzir artigos para o jornal Correio da Manhâ e revista Visão, esteve nas estações científicas de Mc Murdo (EUA) e Scott (Nova Zelândia) (MATTOS, 2015).

Oficialmente, contudo, o Brasil posicionou-se diplomaticamente quando, em Nota enviada ao embaixador dos EUA no Brasil (julho 1958), protestou por não ter sido incluído na conferência de Washington D.C., que discutiria – no ano seguinte - o destino político da Antártica. Durante o AGI (1957/58), a Marinha do Brasil chegara a realizar diversos levantamentos oceanográficos, mas como foram todos conduzidos no litoral brasileiro sem nenhuma expedição à Antártica, o país foi excluído dos debates sobre o continente.

A década de 1970 trouxe grande mudança na postura do país com relação a Antártica. O Deputado Federal Eurípides Cardozo de Menezes, amigo de Therezinha, teve papel importante nessa transformação, passando a defender em plenário, a presença do Brasil no continente. A mobilização de Eurípides também incentivou o surgimento do Instituto Brasileiro de Estudos Antárticos (IBEA), em setembro de 1972, que pretendia organizar a primeira expedição científica brasileira aquele continente.

O governo do Presidente Emílio Médici (1969-1974), julgando que tal expedição pudesse provocar reações negativas por parte do Governo argentino2, optou por não apoiar sua organização. É necessário lembrar que, naquele momento, o tema mais sensível das relações externas entre o Brasil e a Argentina, era a construção da hidrelétrica de Itaipu e havia grande empenho para que o projeto não fosse prejudicado. O fato da tese da

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Therezinha de Castro e Eurípides em seus artigos defendiam que o Brasil deveria reivindicar território na Antártica pela tese da Defrontação, onde a área que seria destinada ao país, coincidiria parcialmente com a área que a Argentina havia formalmente reivindicado em 1940. Ao mesmo tempo, o tema mais sensível das relações externas entre o Brasil e a Argentina, na década de 1970, era a construção da hidrelétrica de Itaipu, bastante contestada pelo governo de Buenos Aires. Uma expedição brasileira naquele momento à Antártica poderia, no entender de membros do governo Médici, aumentar a tensão entre os dois países (MATTOS, 2015).

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Defrontação de Therezinha de Castro, sugerir para o Brasil um território na Antártica coincidindo parcialmente com a reclamação formal argentina tampouco facilitava as relações entre ambos. A expedição do IBEA acabou não ocorrendo. Foi apenas no governo Ernesto Geisel (1974-1979), com a mudança de postura na política externa brasileira, e atuação do chanceler Azeredo da Silveira, que o Brasil aderiu ao Tratado da Antártica (maio de 1975).

Mesmo com a adesão, o país ainda demorou a chegar naquele continente, o que ocorreu apenas no governo de João Figueiredo (1979-1985), quando os navios da Marinha, “Barão de Teffé”, e da Universidade de São Paulo, “Prof. Besnard”, realizaram a primeira expedição brasileira à Antártica, no verão de 1982/19833. Em setembro de 1983, o país foi aceito como membro consultivo, sendo a estação antártica “Comandante Ferraz”, inaugurada em fevereiro de 1984. Em fevereiro de 2012, um incêndio de grandes proporções destruiu a estação brasileira, e desde então, o Programa Antártico Brasileiro prossegue com as pesquisas sendo realizadas a partir dos navios da MB, “Ary Rongel” e “Almirante Maximiano”, e dos Módulos Antárticos Emergenciais, lá instalados em março de 2013, que permitem a manutenção da presença ininterrupta do Brasil naquele continente (MATTOS, 2015).

Considerando ser o Brasil possuidor de grandes jazidas de recursos minerais, incluindo petróleo e gás, não se vislumbra num horizonte temporal previsível a necessidade do país explorar comercialmente as riquezas antárticas. A manutenção do Tratado como está no momento, com o continente apenas voltado para as pesquisas científicas e sob rígido controle ambiental, parece ser o melhor para o Brasil. Essa realidade de relativa auto suficiência em recursos naturais não chega a ser igual para todos os atores do sistema internacional, incluindo dois dos mais importantes, China e Índia.

A CHINA NA ANTÁRTICA

A China, como o Brasil e a Índia, também não estava representada na Conferência de Washington D.C., de 1959, e somente veio a aderir ao Tratado da Antártica em junho de 1983.

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O Programa Antártico Brasileiro foi criado em janeiro de 1982, e coube à Marinha do Brasil a coordenação do mesmo, que ainda possui como responsável pelo componente político, o Ministério das Relações Exteriores, e como responsável pela coordenação das pesquisas científicas, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Muitos outros ministérios e órgãos governamentais, como o Ministério do Meio Ambiente, também participam do programa, e se reunem regularmente sob a coordenação do Comandante da Marinha. Um deles é o Comando da Aeronáutica, responsável pelo apoio aéreo ao programa, realizando, anualmente, 10 vôos com aeronaves C-130, utilizando os aeroportos chilenos em Punta Arenas e na Península Antártica, com pontos de apoio (BRASIL, 2015).

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O país tencionava participar com expedições ao sexto continente durante o Ano Geofísico Internacional (1957/58), mas seus planos foram frustrados pela direta influência dos EUA, preocupados em impedir a entrada de países comunistas naquele continente de soberania e regulação ainda indefinidos. Nos anos 1970, o novo posicionamento norte-americano em relação à República Popular da China4 e a própria abertura da política externa do país fizeram com que ela preparasse sua primeira expedição a Antártica (verão de 1984/85) (BRADY, 2013).

Após sua primeira expedição, o país foi aceito como membro consultivo com direito a voto, em outubro de 1985, por ocasião da XIII ATCM, ocorrida em Bruxelas, na Bélgica.

Desde 2008, o Programa Antártico chinês é subordinado ao Ministério da Terra e dos Recursos Naturais, sendo o Instituto de Pesquisas Polares, sediado em Xangai, o órgão que diretamente coordena as expedições polares5, incluindo a manutenção das estações científicas e do navio quebra gelo “Xue Long”, bem como todas as pesquisas científicas realizadas tanto no Ártico como na Antártica (MATTOS, 2014).

Embora tenha iniciado seu programa antártico após o Brasil, a China já possui quatro estações no continente, sendo duas de ocupação permanente (MATTOS, 2014):

a) Great Wall (1985), na Ilha Rei Jorge, onde também se encontra a Estação brasileira, com capacidade máxima para 80 pessoas;

b) Zhougshan (1989), na região de Larseman Hills, próxima a estação científica russa Progress II, com capacidade máxima para 60 pessoas;

c) Kunlun (2009), que somente é operada no verão, com capacidade máxima para 24 pessoas. Cabe ressaltar, que Kunlun fica a 4087 metros de altitude, sendo a estação científica mais elevada da Antártica, e dista 1200 km do litoral (mais precisamente, da Estação Zhougshan, onde chega o “Xue Long”, trazendo material e pessoal para as estações chinesas). Sua posição, o chamado Dome A, é um dos últimos pontos daquele continente ainda não explorados, e é considerado um dos melhores locais do mundo para observações astronômicas; e

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A República Popula da China passou a fazer parte como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU em outubro de 1971. Durante o Ano Geofísico (1957/1958), a China, nem mesmo possuia assento nas Nações Unidas, que reconheciam o governo em Taipei (Formosa), como o legítimo representante político daquele país.

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A China também possui interesses crescentes no Ártico, tendo em maio de 2013 alcançado o status de observador junto ao Conselho do Ártico, formado pelos oito países que defrontam aquele oceano (Canadá, Dinamarca, EUA, Finlândia, Islândia, Noruega, Rússia e Suécia). O país opera uma estação científica permanente em Ny-Alesund, Arquipélago de Svalbard, Noruega, desde 2004. Disponível em: http://www.chinare.gov.cn/en/ . Acesso em: 05 mai de 2015.

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d) Taishan (2014), também operada somente no verão, tendo como principal missão servir de ponto de apoio logístico à Estação de Kunlun, de difícil acesso, pois fica situada no caminho entre ela e a de Zhougshan.

Por ocasião da 31ª expedição da China ao continente antártico, ocorrida no verão 2014-2015, que marcou os 30 anos de presença naquele continente, foi avaliado o local para a construção de uma quinta estação, a princípio, a ser estabelecida na região de Victoria Land, mais próxima da estação científica norte-americana de Mc Murdo, a maior da Antártica (CHINA, 2015).

Reforçando o comprometimento político com o programa antártico, o Presidente chinês, Xi Jinping, esteve a bordo do “Xue Long”, em novembro de 2014, e de lá falou por satélite com pesquisadores chineses que estavam na Antártica. No evento, Xi também celebrou um Memorando de Entendimentos com o Primeiro Ministro australiano Tonny Abbott, criando uma comissão conjunta para tratar das questões de interesse comum naquele continente, e onde o porto de Hobart foi formalizado como ponto de apoio logístico para as operações chinesas na Antártica. Esse acordo, além das questões logísticas, também marca um movimento político importante por parte da China, pois são exatamente os australianos que mais têm demonstrado preocupação pelo incremento da presença chinesa naquele continente. Das quatro estações chinesas, três ficam localizadas dentro da área reivindicada formalmente pela Austrália6.

A crescente presença chinesa na Antártica também aparece nos números dos turistas chineses que visitam aquele continente. No verão de 2013-2014, a China, com 8,9%, alcançou a terceira posição entre os países que mais enviam turistas para aquele continente, somente atrás dos EUA, com 33%, e da Austrália, com 11%, do total de 37.405 turistas. Em 2012-2013, a China foi o quinto país que mais enviou turistas, ficando também atrás de Alemanha e Reino Unido (IAATO, 2015).

O Programa Antártico chinês, acompanhando o crescimento econômico do país, teve um significativo aumento em seu orçamento, tendo chegado a US$ 44 milhões (quarenta e quatro milhões de dólares), em 2010, o que corresponde ao quinto maior orçamento entre os programas antárticos. Perde apenas para os orçamentos dos EUA, da Austrália, do Reino Unido e da Rússia, naquele ano. Segundo Brady (2013, p. 31), o orçamento chinês já atingiu US$55 milhões (cinquenta e cinco milhões de dólares) em 2012.

6 Sobre a visita do presidente Xi Jinping a bordo do “Xue Long”, ver em:

http://english.gov.cn/news/international_exchanges/2014/11/19/content_281475012308991.htm. Acesso em 5 mai de 2015. A respeito das preocupações australianas com o aumento da presença chinesa na Antártica, ver em: http://www.lowyinterpreter.org/post/2014/02/10/China-expands-presence-in-Antarctica.aspx?COLLCC=4224501337& . Acesso em: 5 mai de 2015.

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Sendo a China, a maior importadora mundial de diversos minerais, o maior consumidor de energia, e também o segundo maior importador de petróleo, tendo indícios de já ter ultrapassado os EUA em 2014; possui a maior população do mundo, com 1.4 bilhão de habitantes; e ainda possui a maior parte de sua população com níveis bem baixos de consumo de energia; é esperado que o país aumente cada vez mais sua busca por novas fontes dos minerais estratégicos de que necessita (EIA, 2015a).

A ÍNDIA NA ANTÁRTICA

A Índia, antes de aderir ao Tratado da Antártica em agosto de 1983, teve um histórico atuante de oposição a este. Foi um dos países que, antes mesmo da realização do Ano Geofísico Internacional, insistiu para que a questão antártica fosse debatida na assembleia das Nações Unidas. A independência da Índia em 1947 marca o envolvimento da política externa do país com questões de interesse global. Sob o governo do primeiro-ministro Jawarhlal Nehru , a Índia posicionou-se a favor de uma solução sob a chancela da ONU por ver nas reivindicações de soberania um resquício de mentalidade colonizadora e imperialista. A tentativa de levar o caso à ONU e formar uma coalizão anti-imperialista esbarrou, no entanto, na articulação conjunta de Argentina e Chile, duas nações de passado colonial, mas com fortes interesses territoriais no continente (CHATURVEDI, 2013).

Tendo sido redigido e ratificado o Tratado a despeito de suas objeções, a Índia relegou o tema a um segundo plano, visto que questões mais prementes de enfrentamento com seus vizinhos ocupavam toda sua atenção. Durante as décadas de 1960 e 1970, o país viveu sérios conflitos com os vizinhos Paquistão, China, e também, com Portugal por conta do estado de Goa. Essa questão geopolítica voltou à tona, contudo, sob o segundo governo da Primeira Ministra Indira Gandhi. Nessa ocasião, no fórum dos países não alinhados, o tema ressurgiu e o país se manifestou à favor da internacionalização do continente (VILLA,2004).

A estratégia utilizada pela Índia para ter acesso a Antártica foi pouco convencional e despertou desconfiança entre os membros signatários do Tratado. Entre janeiro e dezembro de 1982 foram enviadas duas expedições científicas ao continente. O procedimento não chegava a ser ilegal, mas tampouco era regular, visto que de hábito, primeiro aderia-se ao Tratado para depois despachar a missão. Os indianos sabiam que poderiam vir a enfrentar dificuldades políticas por causa disso, mas se respaldaram no princípio de que o Tratado estava aberto a todos os países da ONU desde que com fins pacíficos (SHARMA, 2001).

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Para Indira Gandhi as expedições foram a “realização do sonho de uma vida” fazendo com que a Índia despontasse como potência de peso internacional (NYT, 1982).

As duas expedições ocorreram logo após a XI reunião consultiva, numa época em que as partes só se encontravam a cada dois anos, o que impediu que houvesse uma discussão oficial para tratar do assunto. Na véspera da XII reunião (13 a 27 setembro 1983) a Índia aderiu ao Tratado e conseguiu o status consultivo no decorrer desta. Foi o processo de promoção mais célere de toda a história do regime, episódio sem precedentes e nunca reproduzido.

A aceitação da Índia como membro consultivo no Sistema do Tratado da Antártica foi uma manobra estratégica para esvaziar as críticas ao regime e sinalizar ao mundo que o clube, antes exclusivo, não somente estava aberto a novas adesões como refletia o novo equilíbrio de forças da ordem internacional. Assim mesmo, circularam suspeitas de que a intenção oculta da Índia fosse de implodir o grupo exacerbando suas divisões internas. Entre os países não alinhados também houve inconformismo. Alguns enxergaram na “defecção” de uma das principais lideranças do bloco um indício de sua cooptação pelos interesses das grandes potências e uma guinada em favor do conformismo político (BECK, 2014; CHATURVEDI, 2013). .

É importante salientar que o Brasil se tornou membro consultivo do Sistema do Tratado da Antártica na esteira do movimento indiano. O Tratado é relativamente vago sobre as exigências que devem ser preenchidas para mudar de status: refere-se apenas à necessidade de promoção “de substancial atividade de pesquisa científica, tal como o estabelecimento de estação científica ou o envio de expedição científica” (artigo IX, parágrafo 2). Até então, os únicos países, fora dos doze membros originais, a conquistar status de membro consultivo haviam sido a Polônia em 1977 e a Alemanha Ocidental em 1981. O primeiro tardou dezesseis anos, o segundo dois, mas ambos investiram fortemente em seus projetos antárticos para justificar tal efetivação. Partindo dessa perspectiva, o Brasil calculava que ainda tardaria muito a preencher as condições necessárias para a mudança de status. A candidatura da Índia viabilizou o pedido brasileiro e inibiu qualquer objeção, visto a incoerência de aceitar um país em desenvolvimento e recusar outro.

Um fator que deve ser considerado quando se analisam as circunstâncias em torno da adesão de China, Índia e outros países ao Sistema do Tratado da Antártica é a concomitância com a possibilidade de revisão do Tratado prevista para ocorrer 30 anos após sua ratificação. Os dois choques do petróleo (1973 e 1979) haviam feito sentir a extensão da dependência desse recurso natural e previa-se que a exploração de recursos

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minerais seria autorizada na Antártica. Entre 1982 e 1988 ocorreram reuniões para elaborar o marco regulatório do regime de exploração, a Convenção para a Regulação de Atividades sobre Recursos Minerais (CRAMRA). A expectativa de participar desse processo de negociação fez com que, na década de 1980, muitos países (18 em total) aderissem ao STA e/ou buscassem se tornar parte consultiva.

Embora o CRAMRA fosse assinado, nunca chegou a ser ratificado e foi abandonado devido a pressões dos movimentos ambientalistas, que tiveram grande influência no posicionamento da Austrália e da França, países que acabaram liderando o bloco daqueles que bloquearam a ratificação daquela convenção. Em 1991, ela foi substituída pelo Protocolo de Madri, que estabeleceu a proteção ambiental da Antártica, proibindo qualquer exploração mineral para fins comerciais naquele continente pelos próximos 50 anos a partir de sua data de ratificação (1998).

A Índia, que também não chegou a ratificar a CRAMRA, possui duas estações permanentes:

a) Maitri (1989), com capacidade máxima de 40 pessoas, está localizada a cerca de 100km do litoral, na Dronning Maud Land; e

b) Bharathi (2012), com capacidade máxima de 72 pessoas, está localizada a 3.000 km a leste da estação de Maitri, bem no litoral de Larsemann Hills.

Em novembro de 2015 está prevista a trigésima quinta expedição indiana à Antártica.7

O país é o quarto maior importador mundial de petróleo e a segunda maior população, com previsão de ultrapassar a China até 2020, como o país mais populoso do mundo com mais de 1,5 bilhão de habitantes. Como a China, a Índia ainda possui baixos níveis de consumo per capita de energia, o que indica a possibilidade de que o consumo total de energia por parte dos indianos possa aumentar significativamente, no futuro. Para atender a esse aumento da demanda, os indianos, como os chineses, terão que buscar cada vez mais novas fontes de energia (EIA, 2015b).

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Informações sobre as estações científicas da Índia na Antártica e sobre as expedições do país, estão disponíveis em: http://www.ncaor.gov.in/antarcticas. Acesso em: 9 mai de 2015.

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Segundo o professor Michael Klare (2012, pp. 14-15, trad. nossa):

Os líderes dos países e das grandes empresas estão mais do que conscientes de que as reservas conhecidas de diversos recursos naturais vitais estão diminuindo e ações urgentes são necessárias para que seus respectivos países e empresas continuem possuindo os recursos suficientes para sua sobrevivências. Eles estão determinados a por em prática qualquer medida nas próximas décadas para repor as reservas existentes por novas reservas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A teoria de Glaser, quando aplicada a Índia e a China não os identifica - na atual conjuntura – como sendo Estados gananciosos, senão como motivados pela busca de segurança. Não há, na história mais recente de suas relações externas, um caso que evidencie o primeiro tipo de posicionamento. No caso da China, desde a morte de Mao, o país tem buscado aderir - com sucesso - aos principais organismos internacionais. Os conflitos nos quais Índia e China incorreram nas últimas décadas do século XX, seja entre eles mesmos ou com Paquistão e Vietnã tiveram origem em questões históricas de fronteira e/ou ideológicas.

Entretanto, a política de ascensão pacífica da China pode estar com seus dias contados. Não somente Pequim retomou seu programa nuclear de miniaturização e implantação de ogivas múltiplas em mísseis balísticos, como a atual disputa em torno da soberania das Ilhas Diaoy/Senkaku, revela as tensões geopolíticas dos atores regionais, China, Formosa e Japão (O GLOBO, 2015). A busca pelo protagonismo regional inclui a Coréia do Sul e esbarra na hegemonia americana.

Ainda assim, se forem consideradas as variáveis materiais e informacionais mencionadas por Glaser, o preço da competição não é favorável (ainda) para a China que está aquém da capacidade militar americana. Num cálculo de oportunidade, em que se deve avaliar também a possibilidade do aumento do dilema de segurança na região, a via diplomática pode ser mais proveitosa para negociar um desenlace sobre a exploração de recursos naturais antárticos, sejam eles minerais ou ligados à bioprospecção.

É de se presumir que o Sistema do Tratado da Antártica venha a sofrer pressões para ser revisto e flexibilizado, sobretudo o Protocolo de Madri que proíbe a exploração mineral e está em vigor até 2048. A implementação de alguma forma de regulamentação da exploração mineral e bioprospecção se fará necessária, resgatando as contribuições do CRAMRA. Nesse sentido, talvez as maiores divergências não ocorram necessariamente

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entre Estados, mas entre estes e organizações ambientalistas egressas da sociedade civil transnacional e que tem adquirido maior relevância na política internacional.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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KLARE, Michael T. The race for what´s left: the global scramble for the world´s last

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