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INFLUENCIA DO ALUMÍNIO NO DESENVOLVIMENTO Ε COMPOSIÇÃO MINERAL DO FEIJOEIRO

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Academic year: 2019

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INFLUENCIA DO ALUMÍNIO NO DESENVOLVIMENTO Ε

COMPOSIÇÃO MINERAL DO FEIJOEIRO

(Phaseolus vulgaris L.) *

I.P. OLIVEIRA ** E. MALAVOLTA ***

RESUMO

Foram estudadas doses crescentes de alumí-nio em sete cultivares de feijão (Phaseolus vulgaris L.) cultivados em solução nutriti-va. A determinação de matéria seca permitiu verificar o efeito do alumínio no crescimen¬

to e no peso seco.

As análises minerais da parte aérea e raiz forneceram indicações que ajudam na avalia-ção do estado nutricional da planta.

INTRODUÇÃO

Plantas de diferentes espécies tem mostrado, em solos e em soluções nutritivas, variações de tolerância a níveis ele-vados de alumínio trocáveis ou solúveis. Estudos de nutrição

* Entregue para publicação em 10/09/1981.

Parte da tese de doutorado em Solos e Nutrição de Plantas, apresentada pelo primeiro autor.

** Centro Nacional de Pesqui sa de Arroz e Feijão, EMBRAPA, GO. *** Departamento de Química, ESA "Luiz de Q.uei roz1 1

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tem mostrado que as plantas tolerantes ao alumínio geralmente são mais eficientes no uso de fósforo, cálcio, magnésio e po-tássio (FOY et alii ( 1 9 7 2 ) .

RUSCHEL et alii ( 1 9 6 8 ) , trabalhando com feijão {Phaseo-lus vulgaris L . ) , em solução nutritiva, verificaram que plan tas cultivadas em 7 ppm de alumínio ou mais não apresentaram diferenças nos teores de fósforo da parte aérea e da raíz, entretanto, soluções com níveis a partir de 3 ppni prejudicaram

o desenvolvimento da planta. Os resultado sugerem que os efei tos prejudiciais obtidos foram causados pelo excesso do alu-mínio da solução e não pela deficiência de fósforo na planta.

ANDREW et alii ( 1 9 7 3 ) , estudando o efeito do alumínio em 1 2 espécies de leguminosas, verificaram que a relação par-te aérea/raiz não foi afetada nas diversas plantas utiliza-das. Foi verificada redução na concentração de cálcio e fós-foro da parte aérea de todas as espécies testadas.

As plantas, segundo HOWELER & CADAVIC ( 1 9 7 6 ), podem

so-frer de toxicidade de alumínio, em condições de campo, quando a concentração de alumínio do solo encontra-se acima de 1 ppm, e os sintomas aparecem nas folhas, em solução nutritiva, em concentrações acima de 2 5 ppm.

As primeiras evidências de injúrias nas plantas ocorrem na raiz. Estas tornam-se descoloridas e suas ramificações a-trofiadas, o desenvolvimento é prejudicado e todo o sistema radicular sofre redução. As plantas podem morrer principalmen te em altas concentrações de alumínio.

A finalidade desta pesquisa é conhecer o efeito do alu-mínio no desenvolvimento e na composição mineral d o f e i j o e i r a

MATERIAL Ε MÉTODOS

Foram utilizadas, no experimento, sete cultivares de fej jão (C] = Jalo, C2 = Mulatinho paulista, C? = Ricobaio 1014, CÍ4. = Roxo 76O F 8 , C5 = Jamapa, C£ = Rio Tibagi e Cy = Tambó) . As sementes foram germinadas em vermiculita umidecida com CaSOz* 10""*4 Μ (MALAVOLTA, 1 9 7 6 ) . As plântulas

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modifi-cada de HOAGLAND δ ARNON n? 2 ( 1 9 5 0 ) , pH 4 , 5 - 5 , 5 onde permaneceram quatro semanas com arejamento permanente. Foram e s

-tudados cinco níveis de alumínio ( 0 , 6 , 1 2 , 1 8 e 2k p p m ) , em blocos ao acaso, sendo considerada uma planta por repetição.

Após a colheita, as raízes foram lavadas uma vez com água de torneira e três vezes com água destilada (MALAVOLTA,

1 9 7 6 ) . As raízes foram destacadas da parte aérea, sendo ambas

as partes acondicionadas em sacos de papel perfurados e colo-cadas em estufa ã temperatura entre 70 - 80? C , por um período

de doze horas.

Foram considerados os seguintes parâmetros para avalia-ção dos tratamentos: peso da matéria seca total (PST) , altu-ra das plantas (Η), comprimento da raiz (CR) e composição m i neral da parte aérea e raiz (Al, P, Ca e M g ) . A análise e s -tatística foi feita apenas nos seguintes parâmetros: PST, Η e CR.

0 alumínio e o fósforo foram determinados por colorime-tria, segundo REIS et alii ( 1 9 7 8 ) , em sistema por injeção de fluxo contínuo segmentado; o cálcio e o magnésio, por espec-trofotometria de absorção atômica em fluxo contínuo, conforme JORGENSEN ( 1 9 7 7 ) .

RESULTADOS Ε DISCUSSÃO

Efeito do alumínio nos componentes de crescimento

As Tabelas de 1 a 3 representam o efeito do alumínio nos componentes de crescimento, significativamente ao nível de de probabi1 idade.

0 efeito do alumínio em excesso, de modo geral (Tabela 1 , 2 e 3 ) , foi prejudicial a todos os componentes de cresci-mento.

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tras (C-j = Jalo, C2 = Mulatinho paulista, C O = Ricobaio 1014, = Roxo 76O F8, Cc; = Jamapa e C £ = Rio T i b a g i ) , aumento no desenvolvimento da raiz e em menor numero ( C ] = Jalo, C 2 = Hu

latinho paulista, C3 = Ricobaio 1014 e CL = Roxo 760 F § ) uma maior produção de matéria seca. M A G I S T A D ( 1 9 2 5 ) acredita que

pequenas quantidades de alumínio sio benéficas as plantas de-vido a um efeito cataiítico desse elemento no processo da fo-tossíntese. Quanto a diferença no comportamento dos

cultiva-res pode ser atribuída ao grau de permeabilidade da membrana

celular que permite o alumínio penetrar na célula. A entrada

do alumínio provoca coagulação de proteínas e cria diferentes condições para os cations presentes, permitindo inclusive saí

da rápida de cálcio, potássio e outros cations da célula. F O X

et alii ( 1 9 7 2 ) verificaram diferenças varietais em relação ao

alumínio, em feijão {Phaseolus vulgaris L . ) , atribuindo esta diferença ãs variações nas concentrações de fósforo, cálcio, magnésio e potássio do exudado das plantas analisadas. Os

e-feitos generalizados do alumínio nos componentes de crescimen to verificados nesta pesquisa concordam com os descritos por HOWELER & C A D A V I D ( 1 9 7 6 ) .

Efeito do alumínio na composição mineral

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Ao aumentar o teor de alumínio da solução nutritiva, au mentou o teor de alumínio na parte aérea e na raíz, havendo, contudo redução nos teores de cálcio e magnésio da parte a é

-rea. Não houve relação constante entre teores de fósforo, cál cio e magnésio da parte a é r e a , teor de fósforo da raíz com os tratamentos de alumínio.

Trabalho de RUSCHEL et alii (1968) com o feijoeiro (Pha seoulus vulgaris L.) mostraram resultados semelhantes ã con-centração de cálcio da parte aérea, o que concordam com FOY et alii ( 1 9 7 2 ) analisando o exudado de plantas de feijão. A N

-DREW et alii ( 1 9 7 2 ) observaram, e m diversas espécies de legu-minosas, concentrações aproximadas, quantitativamente, de fos

foro, cálcio, magnésio e.alumínio, mas que nao podem ser con-sideradas constantes para qualquer grupo de planta.

RESUMO Ε CONCLUSÕES

Foram estudadas, em solução nutritiva, sete cultivares, de feijão {Phaseolus vulgaris L . ) , observando os aspectos

re-lacionados com desenvolvimento e a composição mineral da plan ta na presença do alumínio.

0 estudo dos dados obtidos permitiu fazer as seguintes

observações:

a) o alumínio afetou o desenvolvimento do feijoeiro, re duzindo a altura da planta, comprimento da raiz e o peso seco total ;

b) o aumento na concentração do alumínio na solução n u -tritiva contribuiu para o aumento deste elemento na planta; havendo, contudo, redução nas concentrações de cálcio,

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SUMMARY

INFLUENCE O F ALUMINUM ON GROWTH AND MINERAL COMPOSITION OF BEAN (Phaseolus vulgaris L . ) .

Seven cultivars of Phaseolus vulgaris L. were grown in nutrient solution in the presence and absence of aluminum. Da ta obtained herewith allowed for the following conclusions to be drawn:

(1) plant height, root lenght and total dry weight

decreased with increase of aluminum levels in the nutrient solution;

(2) aluminum concentration in plant tissue increased

with higher levels of aluminum in the substrate; decreases pf calcium and magnesium concentration in the dry matter in the presence of higher aluminum concentration in the nutrient

so-lution were observed.

LITERATURA CITADA

ANDREW, C.S.; JOHNSON, A.D.; SANDLAND, R.L., 1973. Effect of aluminium o n the growth a n d chemical composition of some tropical and temperature pasture legumes. Aust. J . Agric.

2 4 ( 3 ) : 3 2 5 - 3 3 9 .

FOY, C D . ; FLEMING, A . L . ; GERLOFF, G.C., 1972. Differential aluminium tolerance in two snapbean varieties. Agron. J .

Gk: 8 1 5 - 8 1 8 .

HOAGLAND, D.R.;ARMOM, D.I ., 1950. The water culture method

for growing plants without soil. Calif. Agr. Exp. S t a (Cir.

3 4 7 ) .

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JORGENSEN, S.S., 1 9 7 7 . Guia analítico; metodologia utilizada para análises químicas de rotina, Piracicaba, CENA, 23 p.

MAGISTAD, O.C., 1 9 2 5 . The aluminium content of the soil

solution and its relation to soil react ion and plant growth. Soil. Sci. 2 0 ( 3 ) : 1 8 1 - 2 1 2 .

MALAVOLTA, E . , 1976. Manual de Química Agrícola, nutrição e fertilidade do solo, Sao Paulo, Editora Agronômica Ceres, 528 p.

REIS, B.F.; BERGAMIN F º , H. ; ZAGATTO, E.A.G.; KRUG,F.J., 1 9 7 8 . Merging zones in flow injection analysis. Part ill. Spec¬

trofotometric determination of aluminium in plant and soil material with sequential addtion of pulsed reagents. Anal. Chim. Acta 9 7 : 4 2 7 - 4 3 5 .

RUSCHEL, A . P . ; ALVAYDO, R.; SAMPAIO, I.Β.Μ., 1968. Influência do excesso de alumínio no feijão (Phaseolus vulgaris L.) cultivado em solução nutritiva. Pesq. agri. bras. 3: 229

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