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Motivos que levam à desistência da prática de musculação em adultos

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA FERNANDO MEDEIROS LEITE.

MOTIVOS QUE LEVAM À DESISTÊNCIA DA PRÁTICA DE MUSCULAÇÃO EM ADULTOS

Palhoça 2012

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FERNANDO MEDEIROS LEITE.

MOTIVOS QUE LEVAM À DESISTÊNCIA DA PRÁTICA DE MUSCULAÇÃO EM ADULTOS

Relatório de estágio apresentado ao curso de Educação Física e Esporte da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Educação Física e Esporte.

Orientador: Prof. Jucemar Benedet, Ms.

Palhoça 2012

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FERNANDO MEDEIROS LEITE.

MOTIVOS QUE LEVAM À DESISTÊNCIA DA PRÁTICA DE MUSCULAÇÃO EM ADULTOS

Este relatório de estágio foi julgado adequado à obtenção do título de Bacharel em Educação Física e Esporte e aprovado em sua forma final pelo Curso de Educação Física e Esporte da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Palhoça, ___ de _________de 2012.

__________________________________________________ Prof. orientador Jucemar Benedet, Ms.

Universidade do Sul de Santa Catarina. ________________________________________

Prof. George R. Piemontez, Ms. Universidade do Sul de Santa Catarina. _________________________________________

Prof. Elinai dos Santos Freitas Schutz, Ms. Universidade do Sul de Santa Catarina.

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Dedico este trabalho à Inevitável Academia, da qual sou sócio, e aos profissionais que lá atuam, para que utilizem as informações aqui presentes no aprimoramento de suas estratégias de trabalho.

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AGRADECIMENTO

Ao fazer um breve retrospecto de momentos vividos nestes cinco anos de graduação, veio-me à lembrança o percurso que envolveu estudos, trabalho, reflexões e muito aprendizado. Isso foi possível devido à disponibilidade, ajuda e orientação de pessoas, que, de tão brilhantes, iluminaram essa caminhada.

Agradeço a todos que, de alguma forma, passaram pela minha vida e contribuíram para a construção de quem sou hoje.

A Deus, porque sem acreditar e confiar nele eu nada conseguiria.

À minha família que sempre viabilizou a realização de meus planos através do amor e apoio incondicional, tornando-me capaz de enfrentar este caminho.

À Fernanda, pelo seu amor, compreensão e por estar do meu lado me ajudando em todas as dificuldades que passei neste último ano.

Ao professor Jucemar Benedet, pelo auxílio e orientação no andamento deste trabalho.

A todos, muito obrigado!

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RESUMO

O objetivo deste estudo foi verificar os motivos que levam à desistência da prática de musculação em adultos desistentes que praticavam a modalidade em uma academia de Biguaçu, SC. A população do estudo foi composta por 600 desistentes da modalidade de musculação, de ambos os sexos, com idade entre 18 e 65 anos. A amostra foi composta por 62 pessoas, que retornaram o questionário. Foram coletadas informações sobre barreiras percebidas para a prática de musculação por meio do questionário desenvolvido e validado por Martins e Petroski (2000), que tem como objetivo identificar os principais motivos apontados para a desistência de atividades físicas. A coleta de dados foi realizada via plataforma virtual (Google Docs), transmitida por e-mail. Os dados foram analisados por meio da estatística descritiva. Para melhor entendimento os fatores motivacionais, estes foram subdivididos em “pessoais e profissionais”, “psicossociais” e “ambientais e institucionais”. Observou-se que a barreira mais citada por homens e mulheres para a prática de atividade física foi jornada de trabalho extensa, (62,5% e 68,4% respectivamente) mostrando similaridade para ambos os sexos. Em contrapartida o segundo motivo mais apontados pelos homens foi a falta de companhia com 20,8%, enquanto para as mulheres o segundo fator mais apontado foram os compromissos familiares com 31,5%. Outros fatores foram apontados com menor destaque. Este estudo pode ajudar os profissionais e proprietários de academias a estimular a permanência dos indivíduos na musculação, podendo montar estratégias para aderir novos alunos.

Palavras chaves: Treinamento de resistência. Musculação. Adulto. Barreiras.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Distribuição da amostra quanto às variáveis sexo e idade ...28 Tabela 2 – Fatores avaliados para totalidade da amostra e a desistência da prática de musculação ...29 Tabela 3 - Fatores pessoais e profissionais de desistência da prática de musculação

...31 Tabela 4 – Fatores psicossociais e a desistência da prática de musculação ...33 Tabela 5 – Fatores institucionais e de ambiente e a desistência da prática de musculação. ...34

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...9

1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E PROBLEMA ...9

1.2. OBJETIVO GERAL ...10 1.3. OBJETIVOS ESPECÍFICOS...10 1.4. JUSTIFICATIVA...11 2. REVISÃO DE LITERATURA ...13 2.1. MUSCULAÇÃO...13 2.1.1. História...13

2.1.2. Benefícios da prática regular do exercício físico...14

2.1.3. Formas de treinamento em musculação...16

2.2. ADERÊNCIA À PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO...17

2.2.1. Conceito...17

2.2.2. Fatores que interferem a aderência...19

2.2.3. Academias de Ginástica ...20

2.3. BARREIRAS PERCEBIDAS PARA A DESISTÊNCIA NA MUSCULAÇÃO ...22

3. MÉTODO ...24

3.1. TIPO DE PESQUISA ...24

3.2. PARTICIPANTES DA PESQUISA ...24

3.3. INSTRUMENTO DE PESQUISA ...25

3.4. PROCEDIMENTOS DE COLETA ...25

3.5. ANÁLISE DOS DADOS ...26

4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ...27

5. CONCLUSÃO ...37

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1. INTRODUÇÃO

1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E PROBLEMA

A crescente preocupação das pessoas com um estilo de vida mais saudável vêm influenciando uma prática regular de exercícios orientados por profissionais da área, fazendo com que cada vez mais a população torne-se ativa na prática de exercícios regulares. No ranking mundial o Brasil é o segundo país com o maior número de academias de ginástica. O treinamento de força (musculação) ganha destaque nesses locais como a atividade mais praticada (PRESTES et al., 2010).

As academias vêm oferecendo cada vez mais opções de atividades ao público, isso faz com que a busca por esses ambientes venha aumentando significativamente. A musculação inclui-se nesta lista de atividades e ao passar do tempo vem ganhando novos adeptos em todo o Brasil (PINHEIRO; SILVA; PETROSKI, 2010). Uma pesquisa realizada em Pelotas/RS no ano de 2005 mostrou que a musculação é citada como a quarta atividade mais praticada por pessoas acima de 20 anos, perdendo apenas para a caminhada, o futebol e a pedalada (DUMITH; DOMINGUES; GIGANTE, 2009).

Monteiro (2006) afirma que a musculação é bastante procurada por ser ela responsável pelo aprimoramento do condicionamento físico e da massa muscular, pela diminuição da massa gorda e pela melhora da qualidade de vida. Hug et al. (2009) destacam também que atividades como musculação ajudam a estimular as relações e o convívio social.

Contudo, existem alguns fatores que dificultam a prática de exercícios físicos. Identificá-los pode ser considerada uma das primeiras estratégias para estimular mudanças de comportamento e adoção de um estilo de vida mais ativo. Essa identificação possibilita o direcionamento dos trabalhos visando reduzir as barreiras encontradas e incentivar a aderência em programas contínuos de musculação (HUG et al., 2009; TAHARA; SCHWARTZ; SILVA, 2003).

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Estudos já foram feitos para tentar identificar essas barreiras, tanto para ambientes internos quanto para ambientes externos. Para atividades realizadas ao ar livre, em ambiente aberto, foram apontados fatores como condições climáticas, estética do local e localização geográfica (SILVA; PETROSKI; REIS, 2009). Porém, quando se trata de atividades realizadas em ambientes indoor é difícil encontrar um consenso, os motivos são variados. Alguns apontam fatores ambientais, como instalações inadequadas e equipamentos inapropriados ou estados de conservação precários, outros dizem ser a falta de tempo o principal obstáculo, e há ainda os que remetem a questões pessoais o desinteresse pela prática (TAHARA; SCHWARTZ; SILVA, 2003).

No caso específico de academias de ginástica, são desconhecidos estudos desenvolvidos com foco voltado para a musculação, o que dificulta o trabalho dos professores de Educação Física no estímulo de seus alunos para que permaneçam na atividade. Os proprietários ficam também sem ter informações do que pode ser feito em seus centros de treinamento para manter seus clientes na atividade por um período de tempo maior, sem o alto índice de desistência percebido normalmente nesses locais.

Com base nessa deficiência de informações e na importância destas para estratégias de melhorias e estímulos focados no problema, busca-se responder ao seguinte problema na pesquisa: Quais os motivos que levam as pessoas a abandonarem a prática de musculação, em uma academia de Biguaçu/SC?

1.2. OBJETIVO GERAL

Verificar os motivos que levam pessoas a abandonarem a prática de musculação, em uma academia de Biguaçu/SC.

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• Verificar se os motivos para desistência estão vinculados aos compromissos (trabalho, estudo...) dos alunos;

• Verificar ser motivos que levam as pessoas desistirem de frequentar academia está relacionado com as condições de equipamento e demais instalações da academia;

• Verificar ser motivos que levam as pessoas desistirem de frequentar academia está relacionado com limitações físicas dos alunos;

• Verificar se os motivos para desistência da musculação estão vinculados a falta de recursos financeiros.

1.4. JUSTIFICATIVA

A influência dos fatores que envolvem o indivíduo e a prática de atividade, assim como sua escolha por determinada atividade, são temas que merecem cada vez mais atenção, pois nos auxiliam na compreensão do comportamento humano para com a atividade física.

Pesquisas realizadas em academias de musculação mostram o papel da motivação para a continuidade de prática dos exercícios físicos (VERENGUER et al., 2008). Sabendo que a desistência da musculação em academias é constante e levando em consideração a falta de informação com relação aos fatores que levam a esse grande número, viu-se a necessidade de uma pesquisa objetiva focada na busca por essas barreiras.

O presente estudo visa contribuir com dados e referenciais teóricos a respeito dos motivos da desistência da prática de musculação. A intenção é trazer informações aos profissionais de educação física que atuam na área, para que possam motivar seus alunos da melhor maneira, tendo ciência das deficiências mais apontadas, incentivando de forma direcionada para que permaneçam motivados na atividade. Parte-se do pressuposto de que é importante para o professor conhecer as principais barreiras para que o plano de atividades seja conduzido da melhor forma possível na motivação dos alunos (ROSSI; HUNGER, 2008).

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Além de contribuir com o profissional de educação física, a pesquisa tem o objetivo de fornecer dados aos proprietários de academias, para que esses possam melhorar suas estratégias de manutenção de seus clientes, conhecendo suas queixas e investindo em melhorias nos aspectos ambientais e interpessoais.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. MUSCULAÇÃO

2.1.1. História

Há nos livros registros de que a musculação é a forma mais antiga de treinamento utilizada pelo homem. Sua finalidade é voltada para o desenvolvimento da resistência muscular localizada, da força explosiva e dinâmica (DANTAS, 2003).

Alguns relatos históricos datam do início dos tempos e citam a prática da ginástica com pesos desde os primórdios - escavações encontraram pedras com entalhes para as mãos permitindo aos historiadores intuir que pessoas utilizavam o treinamento com pesos - além do registro de jogos de arremessos de pedra datados de 1896 a.C. (BITTENCOURT, 1986).

Há relatos na história de Milos de Crotona, um discípulo do matemático Pitágoras e atleta de luta olímpica, que relata uns dos métodos de treinamento mais antigos da história da musculação, e utilizado hoje em dia, é o método da evolução progressiva de carga. Milos corria com um bezerro nas costas, aumentando sua força de MMII, à medida que o bezerro ia crescendo provocava sobrecarga ao organismo daquele que estava treinando, acarretando adaptações orgânicas que permitiam ao mesmo suportar aquela nova carga que lhe era imposta a cada dia. Milos é conhecido como o pioneiro da musculação (FLECK; KRAEMER, 2006).

Relatos mostram a preocupação de Milos de Crotona com a suplementação alimentar, foi uns dos primeiros atleta a dar atenção a alimentação. Estes afirmam que sua ingestão diária de alimentos poderiam chegar a 57mil Kcal, comia 9kg de carne, 9kg de pão e 10 litros de vinho (BITTENCOURT, 1986).

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Rodrigues (2001, p.10) define o treinamento contra resistência:

Termo geralmente usado para descrever uma grande variedade de métodos e modalidades que aprimoram a força muscular. Apesar de ser utilizado como sinônimo de "treinamento com pesos", o treinamento contra resistência inclui também as resistências impostas através de hidráulica, elásticos, molas e isometria. Tecnicamente, o treinamento com pesos refere-se ao levantamento de pesos (anilhas, lastros ou placas de pesos) existente em alguns aparelhos ou implementos.

Em Londres, em 1901 há dados oficial do registro da primeira competição de musculação, onde os atletas exibiam seus músculos. Certamente existiram outras competições, mas essa que deu início oficial ao esporte. Este esporte foi nomeado como: “O Físico mais Fabuloso do Mundo” teve como idealizador e realizador Eugene Sandow e contou a participação de 156 atletas (hoje em dia chamado de fisiculturismo). Willian Murray foi o vencedor, mas tarde criou números artísticos com atletas imitando gladiadores e logo após criou campeonatos de musculação na Inglaterra (BITTENCOURT, 1986).

2.1.2. Benefícios da prática regular do exercício físico

As características da sociedade moderna e o avanço tecnológico proporcionam mais conforto e comodidade para o homem moderno. Essas tecnologias otimizam as tarefas diárias, mas diminuem o nível de atividade física diária. Com isso traz o sedentarismo e o aumento de stress, uns dos inimigos da boa qualidade de vida (COBRA, 2003).

A prática regular de exercícios físicos pode favorecer o desenvolvimento de adaptações fisiológicas que garantam ao praticante o pleno bem estar físico, mental e social, permitindo-o desempenhar suas atividades diárias com um máximo aproveitamento e eficiência, sem colocar em risco a integridade física do organismo (BITTENCOURT, 1986).

Segundo Guyton (1988) a incidência de doenças do sistema cardiovascular, tais como a hipertensão arterial e as doenças coronarianas, estão diretamente ligadas as preocupações do dia a dia e de pressões de responsabilidades submetidas a sociedades moderna.

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Pesquisas mostram que atividades físicas em geral e exercícios recreativos ajudam a redução do stress, aperfeiçoam a atuação do coração e assim diminuem a probabilidade do indivíduo adquirir doenças cardiovasculares. Essa redução se deve ao maior relaxamento físico e mental, melhoria da autoconfiança e autoestima, diminuição da ansiedade e melhoria do entusiasmo e humor levam a uma maior dedicação de tempo livre para o lazer (COBRA, 2003).

A atividade física tem um papel muito importante na interação social, atividade recreativa representa um importante envolvimento com outros praticantes, elevando a autoestima e aumentando sua rede social. Com isso agrega uma grande satisfação pessoal e uma melhora significativa na sua qualidade de vida (CAMARGO, 1989).

O sedentarismo traz malefícios para a saúde, entre eles destacam-se os vícios incorretos de postura, a atrofia muscular, o maior acúmulo de gordura corporal, a diabetes, a hipertensão arterial e o envelhecimento precoce. A prática de exercícios físicos e recreativos ajudam a criar uma maior sensação de prazer na sua realização. Assim, com a prática regular e prazerosa, o indivíduo muda os hábitos e estilo de vidas gradativamente, obtendo uma melhor qualidade de vida (MELLER E MELLEROWICZ, 1987).

Há relatos de que a manutenção e o aumento da massa muscular representam um aumento da taxa metabólica de repouso (METs). Quando se tem um ganho de massa muscular, há um aumento da massa corporal metabolicamente ativa, tendo assim um gasto energético maior e uma modelagem corporal, proporcionando melhorias na autoimagem, autoconfiança e autoconceito. Sem dúvida, com o aumento da massa muscular há uma melhora na qualidade de vida, nos efeitos provocados pela obesidade e na relação interpessoal (COUTINHO, 2001).

Os principais objetivos desejados e que podem ser alcançados com a musculação segundo Fleck e Kraemer (2006) são:

• O emagrecimento;

• O aumento de massa muscular (hipertrofia), • A correção de desproporções corporais, • O aumento da turgescência muscular, • O aumento de força (explosiva, resistência),

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• A melhora da definição muscular, • Recuperação de lesões, entre outros.

2.1.3. Formas de treinamento em musculação

As formas de treinamento resistido foram criadas, em sua maioria, de forma empírica e sem comprovação cientifica, por fisiculturistas, levantadores de peso e treinadores. Esses métodos de treinamento geram grande polêmica sobre a superioridade e a eficácia quando comparados. São utilizados vários sistemas de treinos nas academias, esses métodos são os meios mais adequados para alternar um programa de treinamento e evitar um platô. Entretanto, muitas vezes estes método são aplicado indevidamente, sem o conhecimento especifico do mesmo, e alguns praticantes e profissionais acabam generalizando-os para todos os indivíduos (FLECK; KRAEMER, 2006).

Em geral, os métodos de treinamento de força manipulam as variáveis de treinamento de diferentes maneiras, fornecendo estímulos mecânicos e metabólicos em diferentes magnitudes (GENTIL, 2006).

Segundo Dantas (2003), quando os princípios de treinamento são perfeitamente compreendidos, possibilitam que o profissional de educação física crie seus próprios programas, técnicas e métodos de treinamentos, fundamentados em metodologias já existentes.

Entretanto, na Grécia antiga já se tinha a idéia de periodização de treinamento. O treino dos atletas era dividido em ciclos de três dias sequenciais e um de descanso, esses ciclos eram chamados de “tetras”. Com base nisso, os programas de periodização de treino são utilizados até hoje, e estruturam-se em períodos como: macrociclo, mesociclo e microciclo. Este sistema é fundamental para obtenção do sucesso e preservação do atleta (DANTAS, 2003).

Fleck e Kraemer (2006) relatam a importância do treinamento periodizado pra obtenção de bons resultados. Este treinamento está ligado à divisão da temporada de treino em períodos ou ciclos, seguindo os princípios de treinamento (DANTAS, 2003; GOMES, 2002).

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revelando que no sistema periodizado há um aumento mais significativo de aptidão física, enquanto no não-periodizado é constatada maior ausência de progresso do treinamento (FLECK; KRAEMER, 2006).

Hoje em dia estes métodos ou sistemas são usados para intensificar o treinamento e melhorar os resultados. Estes sistemas têm também como objetivo o aumento da força, a promoção de alterações na composição corporal, a reabilitação de indivíduos lesionados, assim como a adaptação da disponibilidade de tempo e de equipamento (FLECK; KRAEMER, 2006).

2.2. ADERÊNCIA À PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO

2.2.1. Conceito

Em palavras do Dicionário Aurélio (1993) a palavra aderir tem por significado estar ou tornar-se intimamente ligado. Ao iniciar um programa de exercícios físicos, a maior dificuldade percebida é com relação à aderência a essa atividade (MALAVASI; BOTH, 2005).

Nascimento; SORIANO; FÁVARO. (2007) citam que a aderência, que é o comprometimento do praticante de exercícios físicos com a sua rotina programada de treinamento, não ocorre no início da prática, pois há um processo a ser percorrido, que vai da inatividade à manutenção da prática da atividade. Ela acontece de forma gradativa, e pode demorar mais ou menos tempo, de acordo com o empenho e o comprometimento de quem a realiza. É função dos profissionais envolvidos nessa área direcionar sua atenção tanto ao ingresso quanto à manutenção de indivíduos em programas continuados de exercícios.

Segundo Nunomura (1998) há 4 formas de agir perante a aderência da prática do exercício, descritas abaixo:

• Adoção: É relacionada à crença aos benefícios que proporcionam a saúde; provavelmente a motivação estejam relacionada a sensação de prazer e bem-estar.

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• Manutenção: aumento na motivação estabelece suas próprias metas, recebem apoio dos familiares e não percebem a inconveniência e desconforto dos exercícios.

• Desligamento: inconveniência e a disponibilidade de tempo, problemas de saúde, fatores situacionais, intolerância ao exercício e baixa capacidade motora.

• Retomada ao exercício: melhor administração do tempo, controle do peso, sensação de controle e autoconfiança na capacidade de iniciar o exercício novamente, prazer, socialização, redução do estresse e metas mais flexíveis.

Marcus et al (1992, apud SABA, 2001), levam em consideração os períodos em que o indivíduo se encontra e a partir de então apresenta uma classificação para as etapas, apresentando a aderência como último estágio do processo de adesão:

I. Pré-contemplação: momento em que a pessoa pratica exercício e nem pensa em fazê-lo;

II. Contemplação: fase de preparação para a prática, quando existe a vontade de melhorar a condição física e o planejamento de iniciação, mas ainda não executa;

III. Ação: prática de exercício esporádico, sem ter a consciência de todos benefícios da prática regular, com algumas incertezas;

IV. Manutenção e aderência: fase em que a pessoa tem consciência dos benefícios da prática regular e tem prazer em fazê-lo, encontrando a satisfação, tornando-a parte da sua rotina.

De acordo com a American College of Sports Medicine (2000), apenas 5% dos adultos sedentários que iniciam um programa estruturado de exercícios físicos em academias de ginástica aderem à prática. Já no Brasil, o índice de evasão apontado em pesquisa é de aproximadamente 70% entre os praticantes em academias (ALBUQUERQUE; ALVES, 2007).

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2.2.2. Fatores que interferem a aderência

O sucesso de um programa de exercícios físicos está ligado diretamente à motivação de seus participantes, a qual é caracterizada como um processo ativo, intencional e dirigido a determinada meta (SAMULSKI, 2009). Segundo Weiberg e Gould (2001), a motivação é considerada uma variável fundamental para quem quer atingir êxito na aderência, e no caso da atividade física especificamente, a interação entre os fatores pessoais e da situação influenciam fortemente a motivação.

A Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde (KING et al, 1992; NUNOMURA, 1998) cita quatro fatores que podem ser considerados determinantes na prática de atividade física por adultos:

• Características pessoais: sexo; idade; raça; ocupação; fumante ou não; renda; estado médico; conhecimento; atitudes; crença.

• Atributos psicológico-comportamentais: traços; habilidades.

• Fator programático: alta intensidade de exercícios; programa em grupos; qualidades do líder; percepção na escolha da atividade.

• Fator ambiental: contratempos climáticos; dificuldade geográfica de acesso.

Saba (2001) reforça essa constatação classificando de forma similar os fatores determinantes da aderência da atividade física na área da musculação:

• Fatores pessoais; • Fatores ambientais;

• Características do exercício físico.

Outro autor que cita fatores de manutenção do indivíduo na prática de atividade física é Darido, Isler e Ortiz. (1999, p. 844):

A manutenção de um indivíduo que começou uma atividade física pode depender de fatores ambientais, assim como proximidade do local da prática, tempo disponível para a prática, apoio familiar, influência da relação grupal e a participação dos familiares, como também a característica das sessões, frequência, duração das sessões e intensidade da prática.

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Soares (2004) afirma que um dos aspectos mais fortes e influentes na motivação é a conscientização dos participantes sobre a importância da prática regular de exercício físico para suas vidas.

Diferentes autores apontam fatores que influenciam no estímulo para se dar início à prática de atividade física, e muitos concordam ao apontarem como principal o conhecimento dos benefícios trazidos à saúde; seguindo na lista de fatores mais determinantes vêm o prazer em praticar, a melhora dos aspectos sociais e psicológicos e a melhora estética.

Pessoas que já possuem em seu passado, próximo ou distante, a prática de qualquer atividade física, costumam ter mais facilidade em inserir em seu dia a dia a prática contínua do exercício. Palma (2000) sugere que o hábito de praticar exercício físico é reflexo da prática de Educação Física Escolar.

Outro fator apontado como bastante influente na adesão da prática de atividade física, citado por Figueira Junior (2000), é a interferência da mídia na sociedade, quando ela (a mídia) é usada para a valorização do exercício contínuo de atividades como fundamental para melhora da qualidade de vida. Isso se deve ao fato de ser a mídia um meio muito rápido de divulgação e um dos mais fortes formadores de opinião em massa (principalmente a televisiva), sendo forte aliada na a redução do estilo de vida sedentário.

2.2.3. Academias de Ginástica

As academias de ginástica são entendidas, segundo Rojas (2003), como centros de condicionamento físico que oferecem ambiente e orientação para a prática de programas de exercício físico. Desde o seu surgimento, as academias conquistam cada vez mais adeptos de diferentes faixas etárias e com variados motivos que levam a essa busca (MARCELLINO, 2003), exigindo dos profissionais de Educação Física conhecimentos cada vez mais abrangentes, que vão além de aspectos físicos e biológicos.

Toscano (2001) afirma que a qualidade de vida está fortemente ligada à influência da saúde do indivíduo em suas diversas dimensões, englobando a saúde

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física, o estado emocional, a capacidade de realizar atividades do dia a dia e os fatores sociais. A busca pela qualidade de vida é o principal motivo que leva as pessoas a abandonarem a vida sedentária e se dedicarem a um estilo de vida mais saudável, encontrando nas academias de ginástica um fator facilitador para o início dessa mudança.

Para Toscano (2001, p.41), o conceito de academia de ginástica é citado no apontamento de suas características e serviços oferecidos:

As academias de ginástica são os centros de atividades físicas onde se presta um serviço de avaliação, prescrição e orientação de exercícios físicos, sob supervisão direta de profissionais de educação física. […] Podemos apontar a Academia de Ginástica como sendo um centro com potencial para demanda em serviço de saúde primário, sendo possível sua ampliação para outros níveis de prevenção.

Guiselini (2004) cita que os anos 80 foram marcados pela chegada de novas metodologias de exercitação corporal ao Brasil; a musculação ganhou novo fôlego com aparelhos mais modernos e sofisticados. Nessa década e na seguinte – anos 80 e 90 – foi vivido um forte crescimento no número de academias de ginástica em todo o Brasil, com uma maior variedade de modalidades de exercício para o corpo. Esse período foi denominado de “período de culto ao corpo”, fortemente explorado pela mídia, a qual serviu de aliada na divulgação dessa prática a milhares de pessoas em diversos eventos públicos realizados para disseminar essa prática entre a população brasileira. Esse período foi de exagerada valorização das formas corporais volumosas e bem definidas; houve uma mudança bastante marcante no comportamento vivenciado no interior das academias de ginástica com um grande número de mulheres passando a frequentarem as salas de musculação, antes restritas ao público masculino.

É notável a proliferação de academias de ginástica em todo o mundo, e, paralelo a isso, a grande rotatividade de alunos em seus cadastros. Esse fenômeno estimula profissionais da área e pesquisadores a investigarem os motivos que levam os praticantes a permanecerem em seus treinamentos ou a abandonarem os mesmos em um curto e/ou médio período (MARCELLINO, 2003). É baseado nesse abandono que a busca por informações segue no decorrer do estudo.

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2.3. BARREIRAS PERCEBIDAS PARA A DESISTÊNCIA NA MUSCULAÇÃO

Apesar do crescente número de academias e das informações sobre a importância da atividade física, o número de pessoas que iniciam a prática e desistem em um curto período de tempo é alto. Essa desistência é mais acentuada no final do primeiro e do terceiro mês de treinamento (DISHMAN, 1994).

É sabido que alguns fatores contribuem para a desistência da prática de atividade em academias de musculação. É importante identificá-los para utilizar-se desse conhecimento na formulação de uma estratégia que estimule a mudança de comportamento e consequente adoção de um estilo de vida mais ativo.

Algumas pesquisas foram feitas ao passar do tempo com o intuito de constatar os motivos que levam as pessoas a desistirem pra prática da musculação. Weinberg & Gould (2001) listaram algumas das justificativas usadas pelas pessoas quando questionadas sobre a interrupção do treinamento:

• Falta de tempo: exames detalhados revelam o tempo como uma questão de prioridade. Programas com atividade física atraentes podem ser capazes de derrubar esta barreira.

• Falta de energia: talvez seja mais mental do que física, por isso o conhecimento dos benefícios pode reverter essa barreira e levar o indivíduo à prática do exercício.

• Falta de motivação: pode ser entendido como a soma dos motivos citados acima, unindo o cansaço com o uso do tempo para outras atividades.

No mesmo ano, Tamayo et al. (2001), apontaram a resistência de indivíduos adultos na adesão de exercícios físicos devido ao fato de terem que encontrar disponibilidade em sua rotina; se para a prática for preciso buscar uma instituição ou infraestrutura para sua realização, a dificuldade tende a ser potencializada.

Cousins (1997) também citou alguns fatores que desestimulam a prática e entre eles destacou o desencorajamento de familiares e amigos, a falta de tempo para relacionamentos sociais, a sensação de exclusão no ambiente onde acontece a

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prática da atividade, a falta de equipamentos e acessórios necessários para a atividade e a falta de companhia para sua execução.

Levando em consideração os principais motivos apontados, pode-se dizer que evidenciar os benefícios do exercício físico e fazer o indivíduo percebê-los parece ser um fator motivacional importante para que se diminua o índice de desistência nas academias de musculação.

Um estudo realizado e citado por Skinner (2004) demonstrou que 50% dos participantes abandonaram um programa de atividade física no prazo de 1 ano, enquanto Pollock e Wilmore (1993, apud LOPES, 2000) citam outra pesquisa realizada nos EUA e Grã-Bretanha esse número de 50% de participantes desistentes se fez em menos de 6 meses de atividade.

O abandono pode ter relação com o comportamento do indivíduo e as ações desse em relação à prática de exercício: no início do foco motivacional as ações para a satisfação da necessidade ou desejo são efetuadas normalmente; ao atingir o objetivo, o estado de motivação desaparece (LIMA, 1970).

Partindo dessa variação de motivos, o presente estudo pretende investigar pontualmente os principais motivos apontados por ex-alunos de uma academia localizada na cidade de Biguaçu/SC e chegar a dados estatísticos que possam contribuir com os proprietários e funcionários, para que estes possam minimizar as barreiras e tornar menor o número de desistentes e maior o índice de manutenção de seus praticantes.

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3. MÉTODO

3.1. TIPO DE PESQUISA

Foi uma pesquisa aplicada quanto à sua natureza, que segundo Barros e Lehfeld (2000, p. 78), é motivada pela necessidade de produzir conhecimento para ser aplicado em seus resultados, com o objetivo de “contribuir para fins práticos, visando à solução mais ou menos imediata do problema encontrado na realidade”

Além disso, ela foi considerada quantitativa quanto à forma de abordagem, por traduzir em números as opiniões e informações que foram classificadas e analisadas posteriormente (RODRIGUES, 2007).

Quanto ao objetivo, classificou-se como descritiva, identificada por Gil (1991, p.207) como aquela que busca características de determinada população ou fenômeno, tendo como principal característica a utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados. É bastante valorizada por considerar-se que os problemas podem ser resolvidos e as práticas melhoradas em consequência da descrição e análise de observações objetivas e diretas.

Por fim, a pesquisa em questão foi classificada ainda quanto aos procedimentos técnicos utilizados, nesse caso enquadrando-se na descrição de uma pesquisa empírica, que é aquela dedicada ao tratamento da "face empírica e fatual da realidade; produz e analisa dados, procedendo sempre pela via do controle empírico e fatual" (DEMO, 2000, p. 21).

3.2. PARTICIPANTES DA PESQUISA

A população participante da pesquisa foi de ex-alunos de uma academia de Biguaçu/SC de ambos os gêneros, da faixa etária de 18 a 65 anos. No total, 600 (seiscentos) alunos desistentes da modalidade de musculação foram contatados caracterizando a população em estudo. Sendo uma amostragem não probabilística e

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por conveniência, fizeram parte da amostra os 62 indivíduos que aceitaram participar da pesquisa respondendo ao questionário online. Tendo como critério de exclusão a permanência a modalidade de musculação.

3.3. INSTRUMENTO DE PESQUISA

Foi utilizado, para verificar as barreiras para a prática de musculação, o instrumento desenvolvido e validado por Martins e Petroski (2000), que tem como objetivo identificar os principais motivos apontados como justificativa para a desistência de atividades físicas. O questionário foi adaptado e listou 21 fatores (sendo 19 do original de Martins Petroski) que foram identificados de acordo com a frequência que cada um deles é encarado como motivo para a não prática da atividade física por cada entrevistado. Ele apresentou níveis de classificação que apontaram a importância de cada item citado. Os classificados com “sempre” ou “quase sempre” foram classificados como fatores importantes que levam o aluno a desistência enquanto os marcados com “às vezes”, “quase nunca” ou “nunca” foram considerados menos importantes ou inexistentes. Foi enviado junto ao questionário de pesquisa três perguntas para identificação do entrevistado, sendo elas de sexo, idade e atual prática de musculação.

3.4. PROCEDIMENTOS DE COLETA

Inicialmente foram contatados os gestores da academia de musculação, explicando os objetivos da pesquisa e ocorrendo a concordância de participação foi assinada a declaração de ciência e concordância entre instituições.

Na sequencia o trabalho foi encaminhado para aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da UNISUL, e após aprovado pelo CEP foram selecionados os alunos desistentes de um determinado período, identificados no banco de dados do sistema cadastral (Data Fitness). Posteriormente, foi criada uma

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plataforma virtual (ferramenta Google Docs) com apresentação da pesquisa e o questionário a ser respondido com suas devidas instruções para melhor clareza e facilitação das repostas. A plataforma foi enviada por e-mail para os endereços selecionados.

Anexo ao e-mail foi enviado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e as pessoas que retornaram com o questionário respondido aceitaram participar da pesquisa nos termos do TCLE.

Os alunos que trocaram de academia nesse período foram excluídos da pesquisa. Enquanto aqueles que se recusaram a participar da pesquisa ou não retornaram o e-mail foram desconsiderados.

3.5. ANÁLISE DOS DADOS

Os dados foram tabulados e armazenados em um banco de dados. Para análise dos dados foi utilizada a estatística descritiva. Para a apresentação e descrição foram utilizadas tabelas, e para a discussão dados da literatura vigente.

Os dados foram transportados para o programa Excel, no qual foram agrupadas as respostas semelhantes, com intuito de chegar a uma resposta com fatos comuns entre todas e assim realizou-se a estatística descritiva de frequência relativa.

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4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

O presente estudo objetivou analisar as barreiras encontradas na realização da modalidade de musculação em pessoas adultas, de ambos os sexos. De um total de seiscentos questionários enviados, apenas sessenta e dois foram respondidos, significando uma taxa de 10,3% de adesão. Isso demonstra que a taxa de retorno foi baixa, comprometendo a extrapolação dos resultados em relação à totalidade da população em estudo. Por ter sido feito contato apenas via e-mail e com pessoas que já não frequentam a academia, a garantia de recebimento não é certa, visto que o endereço eletrônico pode estar desatualizado e com isso parte da população pesquisada pode não ter recebido o questionário.

Outra limitação diz respeito ao viés de comportamentos socialmente desejáveis, fato comum ao se empregarem questionários ainda que anônimos. Neste sentido deve-se considerar que alguns respondentes tenham optado por respostas que não se traduzem de fato na opinião dos mesmos. Face ao exposto, deve-se interpretar com cuidado os resultados apresentados na sequência deste trabalho. Ainda assim, os resultados podem dar valorosos indicativos sobre as questões que envolvem a desistência das atividades físicas na academia investigada.

Os dados serão apresentados primeiramente de forma geral, possibilitando uma ampla visão das barreiras citadas como motivos de desistência, independente do sexo. Após isso, e para um melhor entendimento dos fatores, serão divididos por sexo (feminino e masculino) e apresentados de acordo com três dimensões identificadas no questionário, a saber: fatores pessoais e profissionais; fatores psicossociais; fatores institucionais e de ambiente.

Inicialmente na tabela 1, apresenta-se a distribuição da amostra quanto às variáveis sexo e idade.

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Tabela 1 - Distribuição da amostra quanto às variáveis sexo e idade. Biguaçu, SC (n= 62) Variáveis Quantidade n % Feminino 38 (61,3%) Sexo Masculino 24 (38,7%) 18 a 24 anos 23 (37,1%) 25 a 34 anos 31 (50%) 35 a 44 anos 06 (9,7%) 45 a 54 anos 01 (1,6%) Idade 55 a 65 anos 01 (1,6%)

Fonte: Elaboração dos autores, 2012.

Como pode ser observado, a amostra foi constituída em sua maioria por indivíduos do sexo feminino (61,3%) e a idade predominante varia de 18 a 34 anos (87,1%). Todos os integrantes da amostra estão sem praticar a modalidade de musculação.

Uma pesquisa já realizada em Campinas-SP relata que as mulheres formam o principal público de atividade física realizada em ambientes indoor; enquanto elas dão preferência aos ambientes internos e com supervisão, os homens preferem se exercitar em ambientes abertos, na maioria das vezes, sem a supervisão de um profissional (CARVALHO; MADRUGA, 2011). Alves (2003) aponta que a maior participação das mulheres em grupos tem a ver com a possibilidade de uma maior vivência social em espaços que dispõem de ambientes fechados, mais controlados e seguros. De certa forma, estes parecem conferir maior proteção, se comparados aos espaços urbanos abertos.

Alguns pesquisadores apontam como comum a cena de um casal de idosos visitar um local com atividades físicas voltadas a adultos mais velhos e apenas a mulher se matricular (CABRAL, 1997; SANTOS, 1997). O fato de mulheres serem maioria em grupos mistos de atividade física pode estar relacionado com a cultura de gênero, que pode ser apontada como herança histórica e social.

A tabela 2 traz as barreiras constantes no questionário enviado e o resultado quantitativo da totalidade de participantes da amostra, sem distinção de sexo.

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Tabela 2 – Fatores avaliados para a totalidade da amostra e a desistência da prática

de musculação. Biguaçu, SC (n=62)

Fonte: Elaboração dos autores, 2012.

Percebe-se, de forma geral, que os fatores jornada de trabalho (66,1%) e compromissos familiares (24,2%) foram os que mais se destacaram como motivos que causam desistência à prática de musculação, sendo os mais apontados com classificação “sempre/quase sempre” pelos entrevistados. Um estudo anterior, realizado por Salve (2007), com acadêmicos de graduação da universidade estadual de Campinas-SP, já afirmava ser a falta de tempo e a extensa carga horária de estudos/trabalho os principais motivos para a não adoção de um estilo de vida ativo.

FATOR SEMPRE / QUASE SEMPRE % ÀS VEZES / QUASE NUNCA % NUNCA %

Jornada de trabalho extensa 66,1% 27,4% 6,5%

Compromissos familiares (pais, cônjuge,

filhos, etc.) 24,2% 56,5% 19,3%

Tarefas domésticas (para com a casa) 19,3% 41,9% 38,7%

Falta de companhia 17,7% 38,7% 43,5%

Falta de incentivo da família e/ou amigos 4,8% 33,9% 61,3%

Falta de recursos financeiros 11,3% 41,9% 46,8%

Mau humor 1,6% 45,2% 53,2%

Medo de lesionar-se 1,6% 16,1% 82,3%

Limitações físicas (p. Exemplo, muscular ou

articular) 4,8% 25,8% 69,4%

Dores leves ou mal-estar 6,5% 38,7% 54,8%

Falta de energia (cansaço físico) 12,9% 41,9% 45,2%

Falta de habilidades físicas (coordenação

motora, força, resistência) 3,2% 22,6% 74,2%

Preocupação com a aparência durante a

prática 1,6% 22,6% 75,8%

Falta de interesse em praticar 4,8% 51,6% 43,5%

Insatisfação com resultados do treinamento 16,1% 38,7% 45,2%

Insatisfação com o acompanhamento

profissional 9,7% 32,2% 58,1%

Falta de clima adequado (vento, frio, calor,

etc.) 4,8% 58,1% 37,1%

Falta de espaço disponível para a prática 9,7% 43,5% 46,8%

Falta de equipamentos disponíveis 8% 35,5% 56,5%

Falta de conhecimento ou orientação sobre

A.F. 1,6% 35,5% 62,9%

Ambiente insuficientemente seguro

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Corroborando com a justificativa de muita gente, Berger e McInman (apud SABA, 2001) afirmam que as pessoas culpam a falta de tempo por não atribuírem a importância devida à prática de exercícios físicos. Obter prazer com a prática e conhecer os benefícios dos exercícios físicos pode facilitar a transposição dessa barreira, pois contribui para a maior motivação do aluno.

Uma solução para quem tem na falta de tempo um impedimento para a prática de atividade física é direcionar a um treinamento de força em forma de circuito, pois são treinos realizados com média em 30min com uma sequência de estações estipulada; este tipo de treinamento tende ser mais intenso e mais curto que os treinos convencionais, resultando um maior aumento no consumo de energia pós-exercício (EPOC, excss post-exercise consumption). Dessa forma, tanto o treinamento em circuito quanto o convencional têm gasto energético semelhante, comprovando ser o circuito uma boa alternativa para quem dispõe de pouco tempo no dia para atividade física e deseja perder peso e ganhar massa muscular, tendo em vista seus bons resultados comprovados. (GUILHERME 2006).

Em situação oposta na quantificação dos dados, encontram-se os fatores “medo de lesionar-se” e “ambiente insuficientemente seguro (criminalidade)”, apontados como motivos que nunca interferem na desistência por 82,3% e 85,5% dos entrevistados, respectivamente.

Um dado importante de ser citado quando se fala em atividade física realizada em ambientes privados, com cobrança de taxa de mensalidade, é relacionado aos gastos financeiros envolvidos na permanência do aluno. Uma pesquisa feita por uma empresa internacional de consultoria especializada em gestão de riscos empresariais, apresentando dados de 2005, afirma que o percentual de alunos que abandonam as academias pelo fator financeiro é de apenas 8% (DELOITTE, 2008) - na pesquisa do presente estudo, esse número chegou aos 11,3%, ainda representando um baixo percentual da amostra. Apesar do alto custo da mensalidade ser citado como barreira em alguns estudos, constata-se também que a aderência é maior nas academias mais caras (ROJAS, 2003) e que nestes estabelecimentos apenas 3% dos alunos atribuem o preço da mensalidade como fator influente sobre a desistência (ALBUQUERQUE e ALVES, 2007).

A partir daqui, apresentar-se-ão tabelas com dados distintos, quantificando os motivos para homens e mulheres separadamente. Além disso, os

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fatores serão expostos agrupados por grupos, separados em fatores pessoais e profissionais, psicossociais e institucionais e de ambiente. Pretende-se dessa maneira dar maior clareza às informações, permitindo uma melhor análise dos resultados.

Na tabela 3 são apresentadas as barreiras encontradas para prática de musculação relativa aos fatores pessoais e profissionais.

Tabela 3 - Fatores pessoais e profissionais de desistência da prática de

musculação. Biguaçu, SC (n=62) MULHERES (n=38) HOMENS (n=24) FATOR SEMPRE / QUASE SEMPRE ÀS VEZES / QUASE NUNCA NUNCA SEMPRE / QUASE SEMPRE ÀS VEZES / QUASE NUNCA NUNCA Jornada de trabalho extensa 68,4% 26,3% 5,3% 62,5% 29,2% 8,3% Compromissos familiares (pais, cônjuge, filhos, etc.)

31,5% 50% 18,5% 12,5% 66,7% 20,8%

Tarefas domésticas

(para com a casa) 21% 42,1% 36,8% 16,6% 41,7% 41,7%

Falta de companhia 15,8% 34,2% 50% 20,8% 45,8% 33,4% Falta de incentivo da família / ou amigos 7,9% 28,9% 63,1% 0% 41,7% 58,3% Falta de recursos financeiros 13,2% 47,4% 39,4% 8,3% 33,4% 58,3% TOTAL 26,3% 38,2% 35,5% 20,1% 43,1% 36,8%

Fonte: Elaboração dos autores, 2012.

Como pode-se observar, a jornada de trabalho extensa e os compromissos familiares se destacam entre os principais motivos para a desistência da prática de musculação entre as mulheres, com 68,4% e 31,5% respectivamente. Em contrapartida, entre os homens, os compromissos familiares não parecem comprometer a frequência na academia tanto quanto entre as mulheres, pois o fator com maior impacto para a desistência foram a jornada de trabalho extensa (62,5%) e falta de companhia (20,8%), o que mostra que homens precisam de parceria para a prática de atividade física regular, e muitas vezes encontram essas companhias em atividades realizadas ao ar livre e sem supervisão de profissionais.

Um estudo feito por Silva, Petroski e Reis (2009) sobre barreias e facilitadores de atividades físicas em frequentadores de parques públicos indica que

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o apoio e incentivo dos amigos são considerados estimuladores para prática de atividade física. Neste sentido, a presença de amigos ou familiares em academias pode contribuir para permanência dos usuários em programas de musculação.

Marcellino (2003) apresentou o resultado de uma pesquisa envolvendo 115 academias de Campinas-SP, com observação de aulas e entrevistas com alunos e professores, que reforça essa afirmação; ele constata que indivíduos que possuem laços de amizade dentro da academia que frequentam permanecem por mais tempo na atividade. Isso demonstra que as academias não são vistas apenas como locais de prática de interesses físico-esportivos, mas também satisfazem outros interesses, como os sociais.

Os compromissos familiares, apontados como segunda barreira com maior influência para as mulheres, também já foram apontados em outros estudos similares. Um deles, de Elsangedy et al. (2008) traz resultados semelhantes à esta pesquisa, apontando esses compromissos como o segundo fator de maior destaque em ambos os sexos; outro estudo, realizado com idosos, também aponta os compromissos familiares como barreira para a prática da atividade física (EIRAS et al., 2010).

A tabela 4 traz a relação dos fatores vistos como psicossociais que podem influenciar na desistência da prática de musculação.

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Tabela 4 – Fatores psicossociais e a desistência da prática de musculação. Biguaçu, SC (n=62) MULHERES (n=38) HOMENS (n=24) FATOR SEMPRE / QUASE SEMPRE ÀS VEZES / QUASE NUNCA NUNCA SEMPRE / QUASE SEMPRE ÀS VEZES / QUASE NUNCA NUNCA Mau humor 0% 47,4% 52,6% 4,1% 41,7% 54,2% Medo de lesionar-se 0% 21% 79% 4,1% 8,3% 87,5% Limitações físicas (p. Exemplo, muscular ou articular) 5,3% 31,5% 63,1% 4,1% 16,6% 79,2%

Dores leves ou mal-estar 7,9% 44,7% 47,4% 4,1% 29,2% 66,7%

Falta de energia (cansaço físico) 21% 39,4% 39,4% 0% 45,8% 54,2% Falta de habilidades físicas (coordenação motora, força, resistência) 5,3% 28,9% 65,8% 0% 12,5% 87,5% Preocupação com a aparência durante a prática 2,6% 23,7% 73,7% 0% 20,8% 79,2% Falta de interesse em praticar 5,3% 52,6% 42,1% 4,1% 50% 45,8% TOTAL 5,9% 36,2% 57,9% 2,6% 28,1% 69,3%

Fonte: Elaboração dos autores, 2012.

Com base nos dados relacionados a fatores psicossociais podem concluir que para os homens, estes são de pouca relevância dentre os motivos que levam à desistência, sendo considerado por apenas cinco deles (2,6%) como razões que desestimulam a prática de musculação. Para as mulheres, também ficam entre os motivos com menor destaque – 5,9% das mulheres consideram uma barreira que sempre ou quase sempre desestimulam na prática de atividade física.

Entre os motivos psicossociais são apontados como fatores que influenciam na desistência da musculação, ainda que com pouca intensidade, a “falta de energia (cansaço físico)” e a “falta de interesse em praticar”. Outras pesquisas destacam a preguiça e a falta de interesse como motivos de desistência. É papel do profissional de Educação Física orientar seu aluno e motivá-los na continuidade da prática. É necessário que o aluno seja o centro da relação “sujeito x atividade física”, alimentando um sentimento de autonomia e consequentemente tornando-o mais motivado (DECI; LYAN, 2000, apud LIZ et al., 2010). Nesse sentido,

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os exercícios devem ser orientados em função das preferências dos alunos, e não adequar o aluno a atividades pré-estabelecidas.

Alguns fatores são citados pela maioria dos participantes como barreiras que nunca interferem na desistência da prática de atividade física, tais como “falta de habilidades físicas” (65,8% das mulheres e 87,5% dos homens), “preocupação com aparência durante a prática” (73,7% das mulheres e 79,2% dos homens), “limitações físicas (muscular ou articular)” (63,1% mulheres e 79,2% dos homens) e “medo de lesionar-se” (79% das mulheres e 87,5% dos homens); levando isso em consideração descadeirar-se-ão os mesmos como barreiras para o grupo pesquisado.

Como último grupo de motivos que levam à desistência da prática de musculação levantados na pesquisa, constam na tabela 5 os fatores institucionais e de ambiente.

Tabela 5 – Fatores institucionais e de ambiente e a desistência da prática de

musculação. Biguaçu, SC (n=62) MULHERES (n=38) HOMENS (n=24) FATOR SEMPRE / QUASE SEMPRE ÀS VEZES / QUASE NUNCA NUNCA SEMPRE / QUASE SEMPRE ÀS VEZES / QUASE NUNCA NUNCA Insatisfação com resultados do treinamento 21% 34,2% 44,7% 8,3% 45,8% 45,8% Insatisfação com o acompanhamento profissional 13,2% 31,5% 55,3% 4,1% 33,4% 62,5%

Falta de clima adequado

(vento, frio, calor, etc.) 2,6% 60,6% 36,8% 8,3% 54,2% 37,5%

Falta de espaço

disponível para a prática 5,3% 36,8% 57,9% 16,6% 54,2% 29,2%

Falta de equipamentos

disponíveis 7,9% 26,3% 65,8% 8,3% 50% 41,7%

Falta de conhecimento ou

orientação sobre A.F. 2,6% 36,8% 60,6% 0% 33,4% 66,7%

Ambiente

insuficientemente seguro (criminalidade)

2,6% 15,8% 81,6% 0% 8,3% 91,2%

TOTAL 7,9% 34,6% 57,5% 6,5% 39,9% 53,6%

Fonte: Elaboração dos autores, 2012.

Aqui percebe-se que a maioria dos entrevistados não vê nos fatores institucionais e ambientais motivos fortes para a desistência da prática; entre as

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mulheres 57,5% consideram que esses fatores nunca são encarados como motivos para a evasão das academias, enquanto essa afirmação para os homens representa 53,6% dos entrevistados, caracterizando maioria em ambos os sexos. Dessa forma, pode-se afirmar que esses são fatores com pouca importância para um estudo de estratégias que modifiquem a atuação dos profissionais para aumentar a motivação visando a permanência em treinos de musculação.

Os fatores com menor influência ditos pelos participantes da pesquisa, entre os institucionais e ambientais, são “ambiente insuficientemente seguro (criminalidade)” descartado por 81,6% das mulheres e 91,2% dos homens, “falta de conhecimento ou orientação sobre A.F.” com descarte de 66,7% dos homens e “falta de equipamentos disponíveis” descartado por 65,8% das mulheres. Dentre os motivos citados por alguns como sempre ou quase sempre, os que mais aparecem dentre esses fatores, ainda que poucas vezes, são a “insatisfação com resultados do treinamento” para as mulheres (21%) e a “falta de espaço disponível para a prática” para os homens (16,6%).

As pessoas buscam um resultado imediato e algumas não tem a informação de que o corpo precisa passar por adaptações neurológicas e fisiológicas para poder aparentar um resultado estético, o que leva aproximadamente três meses.

Deschenes e Kraemer (2002 apud PRESTES, 2010) falam sobre essas adaptações. Eles relatam que nas primeiras 12 semanas de treinamento os principais mecanismos que ocasionam o aumento de força são as adaptações neurais, podendo ocorrer adaptações musculares, porém com menor intensidade. Após esse período, a hipertrofia muscular passa a prevalecer como mecanismo responsável pela melhora da força muscular.

E também muitos indivíduos não procuram outros especialistas (nutricionista, psicóloga, endocrinologistas), para poder ajudar nos resultado desejado. Estudo recente mostrou um posicionamento sobre a prescrição do treinamento de força (musculação) para adultos saudáveis, no qual se recomenda como método essencial para melhora de desempenho e saúde. Neste sentido, o treinamento de musculação faz parte de um programa de saúde abrangente, que pode ter integração com treinamento de flexibilidade, exercícios aeróbios,

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intervenções de nutricionistas psicólogos e médicas (KRAEMER, 2006 apud PRESTES et al.,2010).

Embora com menor representatividade, a “Insatisfação com o acompanhamento profissional” também foi um item pesquisado e apontado por algumas pessoas como barreira para a desistência, apesar de a maioria dos entrevistados na academia envolvida entenderem ser um fator que não interfere na interrupção do treinamento. Mas esse é um fator que não deve ser deixado de lado; com a maior valorização na mídia da importância de um estilo de vida ativo e a facilidade de acesso à informação proporcionada pela internet, as pessoas estão cada vez mais cientes sobre o assunto e consequentemente exigem mais dos profissionais. A competência profissional é resultado do conhecimentotécnico aliado ao científico, ou seja, uma intervenção de qualidade é fruto do conhecimento e domínio técnico das tarefas profissionais (NASCIMENTO; SORIANO; FÁVARO, 2007). Martins Júnior (2000) também destaca a importância do professor, que além de conhecer das técnicas de abordagem, deve se envolver com teorias acerca da motivação, para com isso elaborar estratégias mais eficazes para manter o aluno fisicamente ativo.

Findo o estudo, percebeu-se uma limitação com relação à falta de informação sobre a migração das pessoas para outro tipo de atividade física, não tendo embasamento para se concluir se os entrevistados passaram para a inatividade ou continuam se exercitando em outras modalidades.

O presente estudo apresenta contribuição importante para a área, uma vez que existem poucos abordando o mesmo tema no país. Essas informações podem ser úteis para proprietários de academias e professores de educação física na busca por alternativas para aumentar a aderência dos alunos na prática de musculação.

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5. CONCLUSÃO

A partir da análise e interpretação das informações coletadas e com base nos objetivos propostos conclui-se que as principais barreiras para a prática de musculação envolvem motivos pessoais e profissionais, sendo a “jornada de trabalho extensa”, os “compromissos familiares” e a “falta de companhia” os mais citados pelos participantes da pesquisa como fatores que sempre ou quase sempre causam a desistência da prática de musculação. A falta de tempo, consequência da jornada excessiva de trabalho, é o fator mais citado por ambos os sexos, fazendo perceber o dia a dia cada vez mais comprometido com o sustento próprio e familiar, tanto por homens quanto por mulheres. Ao mesmo tempo em que se dedica ao mercado de trabalho, a mulher também se entrega com maior intensidade à família, apontando como segundo motivo mais influente os compromissos familiares, reforçando a realidade de dupla jornada vivida pela ala feminina, com compromissos no trabalho e em casa, atendendo sempre seus filhos e cônjuge. A mulher, mais determinada em alguns aspectos, tende a ter mais motivação para o treino, enquanto os homens precisam de estímulo, e muitas vezes de companhia para a prática de atividade física, sendo sua falta apontada como o segundo fator que mais leva essa parcela a desistir da prática de musculação. Fatores psicossociais e institucionais e ambientais ficam em segundo plano, sendo citados pela maioria como fatores que às vezes ou nunca impedem a prática de atividade física.

Com base em resultados dessa natureza, é possível auxiliar os profissionais de educação física e proprietários de academias na elaboração de estratégias de intervenção com o intuito de manter os praticantes, aumentando a adesão em treinamentos a longo prazo adotando um estilo de vida mais ativo e saudável, com todos os benefícios que a atividade física oferece.

É importante que novos estudos venham a abordar o tema com uma amostra maior, facilitando com isso a discussão sobre os resultados obtidos e uma maior ação dos interessados na intenção de reverter esse índice de desistência que é tido como alto atualmente em academias espalhadas por todo o Brasil.

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