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Prevalência e fatores associados à multimorbidade em idosos no município da Palhoça

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0 CAMILA FABRIS

PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS À MULTIMORBIDADE EM IDOSOS NO MUNICÍPIO DA PALHOÇA

Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado como requisito parcial ao grau de médico e aprovado em sua forma final pelo Curso de Medicina, da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Palhoça, 16 de junho de 2020.

______________________________________________________________ Prof. Giovanna Grunewald Vietta, Dra, orientadora.

Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________________ Prof. Elayne Crestani Pereira, Dra.

Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________________ Prof. Patrícia Junges Frantz, MSc.

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1 Artigo Original

PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS À MULTIMORBIDADE EM IDOSOS NO MUNICÍPIO DA PALHOÇA

Camila Fabris1

Clio Nicolacopúlos2

Márcia Regina Kretzer3

Franciele Cascaes da Silva4

Giovanna Grunewald Vietta5

1- Acadêmica de Medicina da Universidade do Sul de Santa Catarina, campus Pedra Branca; camila.fabris@hotmail.com

2- Acadêmica de Medicina da Universidade do Sul de Santa Catarina, campus Pedra Branca; c.nicolacopulos@hotmai.com

3- Enfermeira; Doutora em Ciências da Saúde; Docente do curso de Medicina da Universidade do Sul de Santa Catarina, campus Pedra Branca;

marcia.kretzer1@gmail.com

4- Fisioterapeuta; Doutora em Ciências do Movimento Humano; Núcleo de Orientação em Epidemiologia – Curso de Medicina da Universidade do Sul de Santa Catarina, campus Pedra Branca; francascaes@yahoo.com.br

5- Biomédica; Doutora em Ciências Médicas, Cardiologia e Ciências Cardiovasculares. Núcleo de Orientação em Epidemiologia – Curso de Medicina da Universidade do Sul de Santa Catarina, campus Pedra Branca; ggvietta@gmail.com

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2 RESUMO

A multimorbidade é definida como a presença de duas ou mais doenças crônicas em um mesmo paciente. O estudo objetivou identificar a prevalência e os fatores associados a multimorbidade entre idosos atendidos em Unidades Básicas de Saúd no munícipio da Palhoça. MÉTODO: Estudo transversal. Incluiu idosos (60 anos ou mais), acompanhados em UBS do Município da Palhoça, Santa Catarina, Brasil. A multimorbidade foi avaliada a partir de uma lista com 20 doenças, com ponto de corte para ≥ 2, ≥ 3 e ≥ 4 morbidades em um mesmo individuo. Aplicado questionário abordando variáveis sociodemográficas, hábitos de vida e clínicos, além do instrumento Patients Health Questionnaire para rastreio de sintomas depressivos. A análise foi realizada pelo programa estatístico SPSS 18.0. Para testar a associação entre multimorbidade e as variáveis de exposição foi utilizado o teste Qui quadrado de Pearson, com nível de significância p<0,05. RESULTADOS: Foram entrevistados 170 idosos, média de idade de 68,9±6,5 anos, e encontrada alta prevalência de multimorbidade (71,2%), com 51,2% e 34,7% para ≥ três e ≥ quatro morbidades, respectivamente. A multimorbidade foi associada (p<0,05) com maior idade, sexo feminino, inatividade física, sobrepeso/obesidade, presença de algum tipo de dor e com polifarmácia. CONCLUSÃO: A multimorbidade mostrou-se altamente prevalente até mesmo em idosos mais jovens, com aumento conforme a faixa etária, e demostra sua relevância para o planejamento de serviços de saúde e desenvolvimento de estratégias de prevenção e tratamento das condições crônicas.

DESCRITORES: Multimorbidade; idosos; saúde pública. INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, os países em desenvolvimento, como o Brasil, vêm enfrentando uma inversão em sua pirâmide etária. O segmento populacional que mais aumenta é o de idosos, associado à melhora nos padrões de vida da população e aos avanços no campo da tecnologia e medicina1. Em 2018 os idosos representavam 13%

da população brasileira (28 milhões), e estima-se que em 2043 um quarto da população deverá ter mais de 60 anos2.

Atrelado ao envelhecimento populacional está o aumento da prevalência das doenças crônicas, visto que a queda das taxas de natalidade, diminuição dos índices de mortalidade infantil, com consequente aumento da população e expectativa de vida contribuem para a epidemia das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT)3. Um

mesmo indivíduo pode apresentar mais de uma DCNT e assim possuir um acometimento maior de vários órgãos e sistemas4, 5.

A multimorbidade caracteriza-se pela coexistência de duas ou mais doenças crônicas4, capaz de alterar o funcionamento do organismo, dificultar o tratamento e

diminuir a qualidade de vida e a capacidade funcional do paciente6,7, além de

aumentar a probabilidade de hospitalização8 e de gastos médicos9. Violan e

associados10 observaram, em sua revisão sistemática, uma variação na prevalência de

multimorbidade entre 12,9 e 95,1% da população. Todos os estudos incluídos na revisão demonstraram associação positiva significativa da maior idade e do menor nível socioeconômico com a multimorbidade. Associações positivas com o sexo feminino e transtornos mentais também foram observadas. Estima-se que em 2035

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3 mais da metade da população inglesa com 85 anos terá quatro ou mais condições crônicas, com um aumento dos anos vividos com multimorbidade11. O custo estimado

devido a mortes por DCNT e perda de produtividade no Brasil em 2015 totalizaram 5,4% (US $ 129,8 bilhões) do produto interno bruto12.

Neste sentido, pode-se ressaltar que a multimorbidade é um problema econômico e social, que interfere não somente nos gastos governamentais por intermédio do sistema público de saúde e suas ações, mas também em custos sociais e queda da qualidade de vida. Dessa forma, é fundamental o levantamento de dados populacionais para a elaboração das estratégias públicas de combate e prevenção às doenças que acometem a sociedade. As estatísticas locais permitem identificar populações e fatores de risco e combatê-los de maneira mais efetiva. Sendo assim, o presente estudo objetivou identificar a prevalência e fatores associados à multimorbidade em idosos no Munícipio da Palhoça- SC.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo epidemiológico de delineamento transversal. Idosos (60 anos ou mais), de ambos os sexos, usuários das Unidades Básica de Saúde (UBS) da Ponte do Imaruim e de Passa Vinte, Palhoça-SC, foram entrevistados, no período de outubro de 2017 a novembro de 2019. Foi aplicado um questionário elaborado pelos autores, autorreferindo informações sociodemográficas, hábitos de vida e clínicas; e um instrumento validado Patients Health Questionnaire (PHQ-9)13 para rastreio de

sintomas depressivos, em que pontuações superiores a 10 são indicadores de sintomas depressivos. A amostra foi selecionada por conveniência, de forma consecutiva, antes ou após do atendimento de enfermagem, consulta médica, vacina, grupos ou demais atendimentos dos indivíduos na UBS, posterior aceite e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

A variável dependente foi multimorbidade (sim/não), construída a partir da identificação de duas ou mais doenças crônicas concomitantes4; e avaliada também

com pontos de corte com três ou mais e quatro ou mais DCNT10, a partir de uma lista

com 20 doenças. Entre as DCNT estão: diabetes, hipertensão, hipercolesterolemia, doenças cardíacas, depressão, doença de Parkinson, doença de Alzheimer, artrite reumatoide, osteoartrose, fibromialgia, outras doenças reumatológicas, doença renal crônica, asma, enfisema pulmonar, doença pulmonar obstrutiva crônica, acidente vascular cerebral, trombose, incontinência urinária, câncer e osteoporose. Todas as doenças foram identificadas com o relato do entrevistado com a seguinte pergunta “Algum médico já disse que o(a) senhor(a) possui...?”. A obesidade foi avaliada a partir do Índice de Massa Corporal (IMC) para o idoso14. As variáveis independentes foram

divididas em socioeconômicas (sexo, etnia, escolaridade, idade, estado civil, aposentadoria); clínicas (peso e altura para cálculo do IMC, pontuação no PHQ-9 sugestiva de sintomas depressivos, e presença auto referida de algum tipo de dor) e hábitos de vida (atividade física, tabagismo, consumo de álcool, consumo de frutas e hortaliças, consumo de carne com excesso de gordura, consumo de alimentos doces, consumo de refrigerante e consumo alto de sal).

Foi considerada atividade física a realização de qualquer atividade, com ponto de corte de 150 minutos ou mais por semana14; quanto ao uso do álcool, cinco doses

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4 por semana para o homem e quatro doses/ semana para as mulheres15; para

tabagismo, individuo que responder positivamente a pergunta, independente do número de cigarros, da frequência e do hábito de fumar. Foi considerado consumo positivo de frutas e hortaliças e alimentos doces e refrigerantes, quando esse for maior ou igual a cinco porções semanais. O consumo alto de sal e consumo de carne com excesso de gordura foram auto referidos15.

Os dados foram analisados por meio do programa estatístico SPSS 18.0 (Statistical Package for the Social Sciences (SPSS). Version 18.0. [Computer program]. Chicago: SPSS Inc; 2009). As variáveis qualitativas foram apresentadas em frequências absolutas e relativas e as quantitativas em médias e desvios-padrão, valores mínimos e máximos. Para testar a associação entre a variável desfecho multimorbidade e as variáveis de exposição fatores sociodemográficos, hábitos de vida e aspectos clínicos foi utilizado o teste Qui quadrado de Pearson. A razão de prevalência (RP) foi utilizada como medida de associação, seguida de intervalo de confiança (IC) de 95%, com nível de significância p<0,05.

O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Sul de Santa Catarina (CEP-UNISUL) e considerado aprovado (CAAE: 81797517.7.0000.5369.). Foram preservadas a privacidade e confidencialidade dos dados coletados em todas as etapas da pesquisa. Os pesquisadores declaram não haver conflito de interesses.

RESULTADOS

Foram entrevistados 170 indivíduos com média de idade de 68,9±6,5 anos (mínimo 60; máximo 91 anos) e identificada uma prevalência de 71,2% de multimorbidade. Houve predomínio do sexo feminino (61,%), brancos (84,1%), aposentados (83,5%) e sem convênio de saúde (58,8%) (Tabela 1).

Sobre os hábitos de vida dos idosos (Tabela 2), observou-se que 52,4% não praticam atividade física. Entre os ativos, 29,4% praticam 150 minutos ou mais minutos semanais. O hábito tabágico é referido por 10,6% dos idosos, dos quais 44,4% são tabagistas pesados. Ex-fumantes representam 31,8% da população. O consumo de cinco ou mais porções de frutas e hortaliças; doces; e refrigerantes por semana foi referido, respectivamente, por 74,7%; 28,8% e 11,2% da população estudada.

Ainda, observou-se uma prevalência de 88,2% de idosos que utilizam algum tipo de medicamento de uso crônico, com uma taxa de 25,3% de polimedicação (cinco ou mais medicamentos de uso contínuo). As doenças mais prevalentes foram hipertensão (66,5%), hipercolesterolemia (35,3%) e diabetes (27,6%). Sobrepeso ou obesidade foram observados em 72,4% da população, e 47,1% referiram algum tipo de dor (Tabela 3).

Ao utilizar como parâmetro a coexistência de duas ou mais DCNT, foi encontrada uma prevalência de 71,2% de multimorbidade na população do estudo, com mediana de 3 DCNT coexistentes (mínimo: 0; máximo: 8). Já para três ou mais; e quatro ou mais morbidades coexistentes, observou-se, respectivamente, 51,2% e 34,7% de multimorbidade. Ao observar a distribuição por sexo, 76,9% das mulheres e

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5 62,1% dos homens apresentam multimorbidade; em relação a faixa etária por sexo, verificou-se uma diferença de 19,23% de multimorbidade entre homens e mulheres de 60-69 anos (Figura 1).

Ao testar a associação de multimorbidade com as variáveis sociodemográficas (Tabela 4) observou-se que a multimorbidade foi 23,8% mais prevalente no sexo feminino (RP:1,238; IC:1,000–1,537). Em relação à idade, a ocorrência de multimorbidade foi, respectivamente, 40,6 e 30,9% maior entre indivíduos na faixa etária de 70 -74 anos (RP:1,406; IC:1,156 – 1,711) e 75 anos ou mais (RP:1,309; IC:1,051–1,631). A menor escolaridade apresentou uma ocorrência 30% maior de multimorbidade (RP: 1,300; IC: 1,012-1,671).

Em relação aos hábitos de vida e as variáveis clínicas, destaca-se que não realizar atividade física e estar em sobrepeso/obesidade apresentaram, respectivamente, 29,2 e 26,9% maior ocorrência de multimorbidade; enquanto não fazer uso rotineiro de bebida alcóolica é 2,938 vezes mais prevalente entre os indivíduos que possuem multimorbidade (RP:2,938;IC:0,882 – 9,792). Ainda, possuir um escore no questionário PHQ-9 positivo para rastreamento de depressão (RP:1,278; IC:1,060 - 1,540), apresentar algum tipo de dor (RP:1,443; IC:1,187 - 1,755) e polimedicação (RP:1,455;IC:1,284-1,648) estão associados à presença de multimorbidade.

DISCUSSÃO

Os resultados desse estudo demostram que a multimorbidade é altamente prevalente na população idosa, com sete em cada dez idosos apresentando duas ou mais doenças crônicas simultaneamente. Mulheres, idosos na faixa de 70-74 anos, menor escolaridade, sobrepeso/obesidade, e/ou que não realizam atividade física apresentaram maiores prevalências.

Estudos internacionais indicam resultados semelhantes em relação à distribuição da multimorbidade. Uma revisão sistemática16 evidenciou prevalência

similar (70%) para duas ou mais DCNT e um aumento da multimorbidade em indivíduos mais velhos. Em países com renda mais alta, como a Sérvia, a multimorbidade esteve presente em 26,9% dos adultos com mais de 20 anos, com um incremento expressivo na população mais velha (47,2% nos homens e 65% nas mulheres)17. Em países de baixa e média renda, esteve presente em 21,9% dos

adultos, chegando a 60,7% em indivíduos com 70 anos ou mais18. No Brasil,

corroborando as taxas identificadas no presente estudo, Nunes et al19, ao avaliar dez

mil idosos de todas as regiões brasileiras, observou que 67,8% dos indivíduos com mais de 50 anos possuíam duas ou mais DCNT e 47,1% três ou mais doenças, com aumento de 23,6% da taxa entre idosos com mais de 80 anos, quando comparado aos da faixa etária de 50-59 anos.

Percebe-se que indiferente as características socioeconômicas do país, ou as significativas diferenças metodológicas nos instrumentos de coleta de dados e ao número de condições médicas incluídas; a multimorbidade está presente, com alta prevalência, a nível global entre os idosos, tornando-se um grave problema de saúde pública. Acredita-se que essa condição esteja vinculada ao próprio processo de

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6 senescência, além da soma de fatores estressores sociodemográficos e de hábitos de vida que culminam nas DCNT14.

As doenças mais prevalentes encontradas nesse estudo estão em concordância com a literatura, com a hipertensão sendo a morbidade mais prevalente nos países de renda média19, 20. A hipertensão e a osteoartrose mostraram-se a

combinação de doenças mais frequente em uma revisão sistemática, seguida de diferentes combinações de doenças cardiometabólicas10. Os resultados demostram

que as morbidades mais prevalentes foram aquelas que fazem parte da rotina de diagnóstico no âmbito da Atenção Primária, como a hipertensão e o diabetes mellitus21. Transtornos mentais, como as demências, podem ser subnotificadas pela

maior complexidade do processo diagnóstico22.

Entre os fatores sociodemográficos associaram-se à multimorbidade, ser do sexo feminino, ter 70 anos ou mais e menor escolaridade. Em concordância, uma revisão sistemática10, que contemplou 44 estudos em sua avaliação quantitativa,

demonstrou maior risco de multimorbidade para o sexo feminino (OR entre 1,12 e 1,50), maior idade (OR entre 1,26 e 227,46) e status socioeconômico mais baixo (OR entre 1,20 e 1,91). No Brasil, Nunes e colaboradores19, observaram, entre indivíduos

com 50 anos ou mais, participantes do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil), maior prevalência do sexo feminino (RP: 1,26) e de faixas etárias longevas (RP 60-69: 1,22; 70-79: 1,30; 80 ou mais). A relação da multimorbidade em idosos com a menor escolaridade também foi observada em países como a Finlândia, Índia, Polônia, Rússia, África do Sul e Espanha20, assim

como no Brasil19,23.

Acredita-se que esses resultados possam ser explicados pela diferença da expectativa de vida entre homens e mulheres, com mulheres vivendo em média quatro anos a mais em todo o mundo24; o que aumenta a exposição a estressores, e

consequentemente a doenças crônicas, o que também sugere o aumento da multimorbidade em indivíduos mais velhos10. Mulheres também procuram mais

atendimento médico25, e assim podem ser melhores diagnosticadas de suas doenças

do que os homens. A menor escolaridade impacta em uma maior dificuldade de entendimento do processo saúde-doença, o que diminui a adesão das medidas preventivas e tratamento. Estudo de coorte europeu26 destacou que a educação pode

ter um papel importante como ferramenta no desenvolvimento de medidas preventivas para a multimorbidade.

Em relação aos hábitos de vida, foi identificada associação com a inatividade física. Menos da metade dos entrevistados realizavam atividade física, dos quais apenas 29,4% o faziam de acordo com o preconizado pela Organização Mundial da Saúde (150 minutos semanais)14, além da maioria (72,4%) se encontrar em sobrepeso

ou obesidade. O presente estudo, embora sem significância estatística demonstrou que a multimorbidade é 21% mais frequente entre os menos ativos(<150min/sem), quando comparados aos mais ativos (>150min/sem). Estudo realizado com idosos na Espanha27, com a atividade física autorreferida, corroborou os resultados do presente

estudo, identificando que 52,1% dos idosos que possuíam duas DCNT não realizavam atividade física. Observaram, ainda, uma redução da mortalidade em pacientes com multimorbidade fisicamente ativos em comparação com inativos (Hazard Ratios (HR)

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7 =2.63; IC95%: 2.09-3.31). No Brasil, a partir de dados da vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico (VIGITEL), identificou-se referência de inatividade física por 58,5% dos idosos, com a frequência de multimorbidade maior nos inativos, com uma tendência inversa entre a presença de duas doenças (p <0,001) e o total de atividade física28. A obesidade, fator de risco para

diversas DCNT29, mostrou-se altamente prevalente na África do Sul (46,9%), Rússia

(34,46%) e Polônia (35,36%)20. A atividade física é utilizada como prevenção de

muitas doenças crônicas, incluindo diabetes, doenças cardiovasculares e respiratórias, assim como obesidade30, podendo os resultados encontrados no presente estudo

demostrar uma possível relação entre a multimorbidade e a inatividade física, entretanto não é possível estabelecer relação causa e efeito pela transversalidade do estudo.

Ainda em relação aos hábitos de vida, foi identificada menor frequência de multimorbidade entre os idosos que faziam consumo de bebida alcoólica rotineiramente, culminando numa associação entre o hábito de não fazer uso rotineiro de bebida alcóolica com multimorbidade. Essa associação já foi relatada em outro estudo brasileiro, que observou uma diminuição de 9% da frequência de multimorbidade entre idosos que consumiam bebida alcoólica uma ou mais vezes por mês, quando comparado aos idosos que nunca ingeriam bebida alcoólica19. Neste

sentido, pode-se explicar essa relação pela causalidade reversa, visto a natureza transversal do estudo. Idosos que ingerem álcool podem já ter morbidade e procuram mais a assistência médica, prevenindo assim outras morbidades. Ou então idosos sem doença acabam ingerindo mais bebida alcoólica.

No presente estudo, foi constatado que indivíduos com pontuação positiva para rastreio de sintomas depressivos e que apresentavam algum tipo de dor possuíram mais multimorbidade, assim como uma alta taxa (88,2%) de uso de algum medicamento crônico, com todos os idosos polimedicados possuindo multimorbidade. Rzewuska e colaboradores observaram que a proporção de pessoas com algum distúrbio de saúde mental aumentou de acordo com o número de morbidades físicas, demonstrando uma frequência em que uma em quatro pessoas com multimorbidade apresentavam comorbidades mentais23. Estudos incluídos em uma revisão

sistemática10 também observaram associação da multimorbidade com doenças

mentais, demostrando a importância da abordagem de saúde mental em indivíduos portadores de múltiplas DCNT.

A presença de dor não é frequentemente avaliada nos estudos de multimorbidade, porém é um componente comum dessa condição19. Quase metade dos idosos entrevistados nesse estudo referia algum tipo de dor (47,1%), em concordância com estudo estadunidense que observou 38,5% de dor crônica entre os participantes idosos, com um aumento da frequência em mulheres e em indivíduos com 85 anos ou mais31. A dor crônica tem um grande impacto na saúde do idoso, com

a diminuição da frequência da atividade física e da mobilidade, aumento da fragilidade e do comprometimento cognitivo32.

Um estudo brasileiro33, de abrangência nacional, observou uma prevalência

similar (93%) de uso crônico de medicamentos entre aqueles que possuíam pelo menos uma DCNT, com uma prevalência de 13% e 37% de polimedicação para duas

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8 e três doenças crônicas, respectivamente. Assim, torna-se evidente que a presença de doenças crônicas é o grande fator de uso de medicamentos, principalmente em idosos, devendo a prática médica ser capaz de gerenciar a multimorbidade e polifarmácia evitando iatrogenias nessa população.

Os resultados encontrados no presente estudo reiteram a necessidade de medidas preventivas de saúde, principalmente no âmbito da Atenção Primária do Sistema Público de Saúde, muitas vezes o único acesso disponível a saúde entre os brasileiros. Promover um cuidado abrangente envolvendo a multimorbidade e suas complicações é uma tarefa complexa. A atenção primária desempenha um papel importante na prevenção e controle de doenças34, e demostra a necessidade de tratar

o indivíduo como um todo, portador de múltiplas doenças, indo além do direcionamento de doenças únicas em favor de direcionar esforços para reduzir a morbidade geral nessa população. O levantamento de dados populacionais para a criação de protocolos e diretrizes para manejo da multimorbidade poderá garantir melhor qualidade de vida aos idosos brasileiros.

Entre as limitações cita-se a natureza transversal desse estudo, não podendo fazer inferências de riscos, como a avaliação da associação do consumo de bebida alcoólica com a multimorbidade. Além disso, os idosos entrevistados são usuários de UBS, o que pode ter superestimado a frequência de multimorbidade. A inexistência de padronização nos instrumentos de coleta de dados nos estudos sobre multimorbidade pode refletir em grandes diferenças na prevalência de doença e na comparabilidade dos resultados.

CONCLUSÃO:

A multimorbidade é altamente prevalente entre os idosos usuários das Unidades Básica de Saúde (UBS) da Ponte do Imaruim e de Passa Vinte, Palhoça-SC. Ser do sexo feminino, ter 70 anos ou mais, menor escolaridade, ser inativo, apresentar sinais e sintomas depressivos, algum tipo de dor e polimedicação são fatores associados à multimorbidade. Dessa forma, o presente estudo fortalece a relevância do tema para o planejamento de serviços de saúde e desenvolvimento de estratégias de prevenção e tratamento das condições crônicas dos idosos, principalmente no âmbito da Atenção Primária a Saúde.

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9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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(13)

12 Tabela 1. Características sociodemográficas dos idosos (n=170) acompanhados em Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Município da Palhoça – Santa Catarina, no período entre outubro de 2017 a novembro de 2019.

Variável n % Sexo Masculino 66 38,8 Feminino 104 61,2 Idade 60-69 anos 104 61,2 70-74 anos 33 19,4 75 anos ou mais 33 19,4 Etnia Branco 143 84,1 Não Branco 27 15,9 Estado Civil Com companheiro 83 48,8 Sem companheiro 87 51,2 Escolaridade Analfabeto 12 7,1 Fundamental 107 62,9 Médio 41 24,1 Graduação 10 5,9 Aposentadoria Sim 142 83,5 Não 28 16,5 Convênio de saúde Sim 70 41,2 Não 100 58,8

(14)

13 Tabela 2. Hábitos de vida dos idosos (n=170) acompanhados em Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Município da Palhoça – Santa Catarina, no período entre outubro de 2017 a novembro de 2019.

Variável n %

Prática de atividade física 81 47,6

Prática de atividade física por 150 minutos ou mais semanal 50 29,4

Fumante 18 10,6

Ex-fumante 54 31,8

Fumante pesado entre os fumantes (maior ou igual a 20 cigarros/dia) 8 44,4 Uso de bebida alcoólica (5 doses/semana para homem e 4 doses/semana para

mulher) 8 4,7

Consumo de frutas (maior ou igual a cinco porções diárias) 127 74,7

Consumo de carne com excesso de gordura 27 15,9

Ingestão de doces (cinco ou mais vezes na semana) 49 28,8

Ingestão de refrigerante (cinco ou mais vezes na semana) 19 11,2

(15)

14 Tabela 3. Descrição das morbidades e características clínicas dos idosos (n=170) acompanhados em Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Município da Palhoça – Santa Catarina, no período entre outubro de 2017 a novembro de 2019.

Variável n %

Hipertensão Arterial Sistêmica 113 66,5

Hipercolesterolemia 60 35,3 Diabetes Mellitus 47 27,6 Osteoartrose 46 27,1 Depressão 43 25,3 Doença Cardíaca 37 21,8 Osteoporose 23 13,5 Doenças reumatológicas 20 11,8 Incontinência Urinária 18 10,8

Problema Renal Crônico 12 7,1

Artrite Reumática 12 7,1

Fibromialgia 13 7,6

Câncer 11 6,5

Asma 6 3,5

Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica 4 2,4

Acidente Vascular Cerebral 4 2,4

Enfisema Pulmonar 2 1,2 Trombose 2 1,2 Doença de Parkinson 1 0,6 Doença de Alzheimer 1 0,6 IMC Baixo peso (<18,49) 1 0,6 Adequado (18,5 -24,99) 46 27,1 Sobrepeso (25 - 29,99) 79 46,5 Obesidade (>30) 44 25,9 Presença de dor 80 47,1

(16)

15

Figura 1. Distribuição de multimorbidade (n=121), segundo sexo (1A) e faixa etária por sexo (1B), entre idosos acompanhados em Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Município da Palhoça – Santa Catarina, no período entre outubro de 2017 a novembro de 2019. Mulheres estão representadas em vermelho e homens em azul.

(17)

16 Tabela 4. Associação de características sociodemográficas, clínicas e hábitos de vida com a presença de multimorbidade entre idosos (n=170) acompanhados em Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Município da Palhoça – Santa Catarina, no período entre outubro de 2017 e novembro de 2019.

Variável Com Multimorbidade n(%) Sem Multimorbidade n(%) RP(IC) Valor de p Sexo Feminino 80 (76,9) 24 (23,1) 1,238 (1,000 – 1,537) 0,038 Masculino 41 (62,1) 25 (37,9) Idade 60-69 anos 65 (62,5) 39 (37,5) 1 70-74 anos 29 (87,9) 4 (12,1) 1,406 (1,156 – 1,711) 0,006 75 ou mais 27 (81,8) 6 (18,2) 1,309 (1,051 – 1,631) 0,039 Etnia Branco 101 (70,6) 42 (29,4) 1 0,717 Não-Branco 20 (74,1) 7 (25,9) 1,049 (0,819 – 1,342) Estado Civil Com companheiro 61 (73,5) 22 (26,5) 1,066 (0,880 - 1,290) 0,515 Sem companheiro 60 (69) 27 (31) Escolaridade Até ensino fundamental completo 91 (76,5) 28 (23,5) 1,300 (1,012-1,671) 0,019 Até graduação completo 30 (58,8) 21 (41,2) Aposentadoria Sim 105 (73,9) 37 (26,1) 1,294(0,925-1,810) 0,073 Não 16 (57,1) 12 (42,9) Atividade Física Sim 50 (61,7) 31 (38,3) 1 0,009 Não 71 (79,8) 18 (20,2) 1,292 (1,057 – 1,581)

Atividade Física 150 min

Sim 31(62) 19(38) 1 0,088 Não 90 (75) 30 (25) 1,210 (0,951 – 1,538) Fumante Sim 13 (72,2) 5 (27,8) 1,072 (0,780 – 1,474) 0,683 Não 66 (67,3) 32 (32,7) 1 Ex-fumante 42 (77,8) 12 (22,2) 1,155 (0,947 – 1,408) 0,175 Fumante Pesado Sim 6 (75) 2 (25) 1,071 (0,606 - 1,894) 0,814 Não 7 (70) 3 (30) Bebida Alcoólica Sim 2 (25) 6 (75) 1 0,015 Não 119 (73,5) 43 (26,5) 2,938 (0,882 – 9,792) Consumo de Frutas

(18)

17 Sim 91 (71,7) 36 (28,3) 1,027 (0,820 - 1,286) 0,813 Não 30 (69,8) 13 (30,2) Consumo de Carne gordurosa Sim 19 (70,4) 8 (29,6) 1 1 0,92 Não 102 (71,3) 41 (28,7) 1,014 (0,777 – 1,322) Consumo de doces Sim 35 (71,4) 14 (28,6) 1,005 (0,814 - 1,240) 0,963 Não 86 (71,1) 35 (28,9) Consumo de refrigerante Sim 16 (84,2) 3 (15,8) 1,211 (0,970 - 1,511) 0,183 Não 105 (69,5) 46 (30,5)

Consumo alto de sal

Sim 19 (82,6) 4 (17,4) 1,191 (0,959 - 1,478) 0,193 Não 102 (69,4) 45 (30,6) IMC Adequado 28 (59,6) 19 (40,4) 1 0,038 Sobrepeso/Obesidade 93(75,6) 30 (24,4) 1,269 (0,982 – 1,639) Pontuação sugestiva de sintomas depressivos no PHQ Sim 21 (87,5) 3 (12,5) 1,278 (1,060 - 1,540) 0,056 Não 100 (68,5) 46 (31,5) Presença de dor Sim 68 (85) 12 (15) 1,443 (1,187 - 1,755) <0,001 Não 53 (58,9) 37 (41,1) Polimedicação Sim 38 (100) 0 (0) 1,455 (1,284-1,648) <0,001 Não 77 (68,8) 35 (31,2)

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