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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO SEÇÃO CRIMINAL

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO SEÇÃO CRIMINAL

PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO DO MINISTÉRIO PÚBLICO Nº 0066821-30.2013.8.19.0000

(Ação nº 0047870-90.2010.8.19.0000)

REMETENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO

INFORMADO: HEITOR SILVESTRE DA SILVA

RELATOR: DES. ANTÔNIO CARLOS NASCIMENTO AMADO

PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. RECEBIMENTO DA DENÚNCIA. PRESCRIÇÃO. REJEIÇÃO. SÚMULA 438 DO STJ.

DELITO DE RECEPTAÇÃO. EMPILHADEIRAS SUBTRAÍDAS EM ROUBO. TRIPLAMENTE QUALIFICADO. OCULTAÇÃO E VENDA À TERCEIRO. Versão do comprador que as adquiriu do denunciado, a quem efetuou pagamento por depósito em conta corrente, sem escondê-las, o que permitiu, inclusive, a apreensão da res. Alegação de que só a palavra do adquirente não é suficiente para o início da ação penal, faltando justa causa. Descabimento.

As circunstâncias fáticas do negócio, tal como demonstrado nos autos, inclusive por prova documental, tornam coerente e de razoável credibilidade a versão incriminatória.

Recebimento da denúncia. Unânime.

A C Ó R D Ã O

VISTOS, relatados e discutidos estes Autos de Procedimento Investigatório do Ministério Público nº 0066821-30.2013.8.19.0000, remetido pelo MINISTÉRIO PÚBLICO, tendo

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ACORDAM, por unanimidade, os Desembargadores

que compõem a Egrégia Seção Criminal deste Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, em receber a denúncia, em obediência ao artigo 6º da Lei nº 8.038/90 c/c artigo 1º da Lei 8.658/93, nos termos do voto do Relator.

Rio de Janeiro, 10 de setembro de 2014.

DES. ANTÔNIO CARLOS NASCIMENTO AMADO

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO SEÇÃO CRIMINAL

PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO DO MINISTÉRIO PÚBLICO Nº 0066821-30.2013.8.19.0000

(Ação nº 0047870-90.2010.8.19.0000)

REMETENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO

INFORMADO: HEITOR SILVESTRE DA SILVA

RELATOR: DES. ANTÔNIO CARLOS NASCIMENTO AMADO

V O T O

Trata-se de denúncia oferecida pelo Ministério Público em face de Heitor Silvestre da Silva, Vereador do Município de Porto Real, por violação do artigo 180, caput do Código Penal, porque teria o ora denunciado adquirido, recebido e ocultado as

empilhadeiras da marca HYSTER, modelo H50FT, identificadas

pelas etiquetas de números A977Y03244E, A977Y03446E,

A977Y03245E, consoante Auto de Apreensão acostado aos autos (doc. 01278 - nº5) e devidamente periciadas, bens de propriedade da

empresa BRASIF S/A EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO, também comprovado nos autos (anexo 1 - doc. 00743 – nº 10/12).

As empilhadeiras teriam sido roubadas em 05/11/2007, por volta das 04h00min, nas proximidades de Seropédica, Rio de Janeiro, com emprego de arma de fogo e restrição à liberdade do motorista Francisco de Chagas Paulo, condutor do veículo Scania, de placa KTT-0759/SP, que transportava o maquinário.

Posteriormente, após o roubo, mas antes de 14/11/2007, as três empilhadeiras foram adquiridas e recebidas no Município de Porto Real pelo ora denunciado, ciente da origem criminosa e em proveito próprio, ocultou-as até a referida data quando, então, o sócio proprietário da empresa ITA ARMÁRIOS LTDA, recebeu-as em sua sede, indicada na denúncia, no Município de Itanhangá-MG, porém de boa-fé.

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O maquinário foi transportado para lá, a mando do denunciado, consoante Nota Fiscal em seu nome, constante dos autos.

O denunciado já vendia madeira para a mencionada empresa, mantendo relacionamento comercial através de sua empresa H. M. Porto Real Com. de Madeiras Ltda., o que fez o parceiro comercial, sem desconfiar e de boa-fé, adquirir os equipamentos. Ocorreram, inclusive, sinal e princípio de pagamento de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) mediante três transferências bancárias, cada qual de R$ 10.000,00 (dez mil reais), ficando condicionado o pagamento do restante do preço (sessenta mil reais

por cada equipamento), a ser pago mediante os documentos para a

“devida escrituração”.

A denúncia veio instruída com ampla prova documental, como o procedimento policial que resultou na apreensão das empilhadeiras na empresa acima citada, nota fiscal do maquinário em nome do denunciado, como produto usado e integrante do ativo mobilizado da ITA ARMÁRIOS LTDA. (doc.

01111 - nº 27) transferido pelo denunciado, comprovante dos

depósitos à titulo de sinal e principio de pagamento (anexo 1 - doc.

00979 - nº 15/21), ocorrência policial do roubo (anexo1 - doc. 00743 - nº 7 e seguintes), inclusive com as notas fiscais comprobatórias da

propriedade dos equipamentos pela BRASIF S/A., além do laudo pericial e Auto de Apreensão, identificando as empilhadeiras apreendidas com aquelas roubadas na data da ocorrência.

Instado o denunciado a se pronunciar, veio a defesa

preliminar com fundamento na ocorrência da prescrição, posto que mais de 07(sete) anos transcorridos entre a data do fato indicado na denúncia (14/11/2007) e porque, mesmo na hipótese de condenação, a pena não ultrapassaria dois anos.

Ocorreria ausência de materialidade e falta de indícios de autoria. Alega que os documentos seriam imprestáveis para comprovar a autoria e que a única testemunha ouvida quis se esquivar da ação de receptação, além da ausência de nota fiscal em nome do denunciado.

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O Ministério Público contrariou a pretensão defensiva,

porque a Súmula 438 do Superior Tribunal de Justiça impede a prescrição em perspectiva, e prematuro prever-se a pena nos casos em que pode superar o patamar de dois anos. Salienta o prejuízo causado, a culpabilidade pelo valor elevado dos bens receptados e os antecedentes do denunciado, inclusive com outra ação penal nesta Corte. O mérito da pretensão acusatória e a credibilidade da prova colhida serão apreciados no momento oportuno, posto que nenhum documento acompanhou a tese da defesa.

Sem dúvida, existe justa causa para o recebimento da denúncia.

Adoto o parecer da Procuradoria Geral de Justiça quanto a não ocorrência da prescrição, na forma regimental, passando para tanto a fazer parte deste acórdão.

A materialidade resta inconteste, pela comprovação do roubo, pela propriedade evidenciada pelas notas fiscais apresentadas na ocorrência policial e pela apreensão dos equipamentos subtraídos e periciados, afastando qualquer dúvida quanto à origem espúria dos equipamentos em poder de terceiro.

Outrossim, o depoimento de Samuel (doc. 00979 - nº

29/31), sócio proprietário da empresa onde localizado o maquinário,

é claro e coerente, indicando como foi instado pelo denunciado para adquirir os bens. A sinceridade de sua declaração é corroborada pelos depósitos realizados na conta corrente do denunciado, pelo fato de ter entrado em contato com a própria BRASIF S/A, solicitando assistência técnica e por ter expedido nota fiscal de entrada na sua empresa dos referidos equipamentos, sem se preocupar em ocultá-los.

Se foi ou não coautor na receptação, não é motivo, por si só, de rejeição da denúncia contra o denunciado. O Ministério Público não está impedido de denunciar a referida testemunha no foro comum.

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que deve ser examinada pelo crivo do contraditório, mas por importar no mérito da demanda, não será motivo para o não recebimento da denúncia.

Diante do exposto, voto pelo recebimento da denúncia. É como voto.

Sessão realizada em 10 de setembro de 2014.

Rio de Janeiro, 19 de setembro de 2014.

DES. ANTÔNIO CARLOS NASCIMENTO AMADO

Referências

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