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O alcance da ergonomia

Claudia Lysia de Oliveira Araújo

UNIFATEA - claudialysia@gmail.com

Resumo

O raio de alcance da ergonomia é amplo, cruza os limites de muitas disciplinas em caráter trans e multidisciplinar, constituído por um sistema integrado da fisiologia, medicina, psicologia e física. O objetivo deste estudo é conhecer a produção da literatura na área da ergonomia e saúde e sua influência nas demais áreas do conhecimento. Trata-se de um estudo exploratório, descritivo, do tipo revisão da literatura, de abordagem qualitativa, por meio da identificação, leitura e síntese dos resultados de artigos científicos. A busca totalizou 397 publicações, sendo que destas apenas 20 estavam disponíveis na íntegra nas bases de dados selecionadas. O panorama atual da Ergonomia sugere uma ciência multidisciplinar que conta com informações de áreas auxiliares como Fisiologia, Psicologia, Sociologia, Saúde, Design, Inovações e Tecnologias para compor dados e estratégias importantes aos profissionais expostos a agentes físicos, químicos, ambientais e ergonômicos, melhorando sua capacidade de produção e assim, consequentemente, sua melhora da qualidade de vida.

Palavras-chave: Ergonomia; Saúde.

Abstract

The ergonomics range is wide, crosses the boundaries of many trans and multidisciplinary subjects, consisted by an integrated system of physiology, medicine, psychology and physics. The aim of this study is to explore the literature of production in the area of ergonomics and health and its influence on other areas of knowledge. This is an exploratory, descriptive study, with a literature review and qualitative approach, through the identification, reading and synthesis of the results of scientific papers. The search totaled 397 publications, and of these only 20 were fully available in the selected databases. The current scenario of Ergonomics suggests its relevance, as a multidisciplinary science that includes auxiliary information, such as physiology, psychology, sociology, Health, Design, Innovations and Technologies to render important data and strategies for professionals exposed to physical, chemical, environmental and ergonomic improving its production capacity and so consequently, their quality of life.

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INTRODUÇÃO

O raio de alcance da ergonomia é amplo, cruza os limites de muitas disciplinas em caráter trans e multidisciplinar, constituído por um sistema integrado da fisiologia, medicina, psicologia e física.

A combinação destas áreas fornece informações sobre a estrutura do corpo, as capacidades físicas e limitações do operador, as dimensões do seu corpo, que pode levantar tanto peso que pode suportar a pressão física, etc.

A prevenção de riscos profissionais em uma fase tende a ser desenvolvido e integrado na gestão das empresas, interligando os aspectos da qualidade dos serviços, a eficiência de tarefas e as condições de trabalho.

Todas estas áreas contribuem para o desenvolvimento e aplicação da Ergonomia. Cabe destacar a Biomecânica, que segundo (WILHELMS, 2009), “é o estudo das leis físicas da mecânica aplicadas ao corpo humano. Permite estimar as tensões que ocorrem nos músculos e articulações durante os movimentos e posturas.” e a Antropometria que conforme (WILHELMS, 2009), “refere-se às medidas físicas do corpo humano e descreve suas diferenças quantitativas, tomando como referência as estruturas anatômicas.” Cada área traz sua contribuição para a Ergonomia, com foco no bem-estar e na saúde nos ambientes laborais, em busca da adaptação do trabalho ao homem (FERNANDEZ, 2009).

O homem sempre foi exposto a riscos, mas nos tempos antigos não foram tomadas as medidas adequadas para proteger a vida das pessoas por meios ou técnicas, portanto agora que a ciência da ergonomia está implantada, não deve ser esperado para iniciar medidas conhecidas pela biomecânica.

A ergonomia abrange um princípio de congruências básicas, cada vez mais assumida pela gestão corporativa, segundo a qual trabalhar bem envolve como gostar e necessidade, sem ter que executar movimentos desnecessários para atingir o objetivo do trabalho desenvolvido. Embora não haja nenhum procedimento único para a ergonomia, ele age sempre orientando a procurar um equilíbrio entre as exigências do trabalho e as necessidades das pessoas, olhar para as dimensões físicas, psicológicas e organizacionais do trabalho (GUTIERREZ, 1987).

Ergonomia é uma adaptação multidisciplinar preocupado do trabalho ao homem. O seu desenvolvimento é recente em nosso meio e há uma grande necessidade de profissionais

de saúde para incorporar os princípios da ergonomia em suas atividades, porque no mundo moderno, há um grupo de doenças que podem ser causadas ou agravadas pelo trabalho. Nestes casos, os tratamentos não são eficazes se as causas subjacentes não forem corrigidas.

Esta ergonomia busca ressaltar o caráter interdisciplinar e o objeto de estudo, que é a interação entre o homem e o trabalho no sistema homem-máquina-ambiente, ou mais precisamente, as interfaces desse sistema, nas quais ocorrem trocas de informações e energias entre homem, máquina e ambiente, resultando na realização do trabalho (IIDA, 2005). É importante conhecer os métodos e medidas adequadas para ajudar os trabalhadores e aumentar a sua qualidade de vida com as pessoas, técnicas e trabalho.

A ergonomia é uma técnica preventiva que considera o trabalhador e seu ambiente, (condições de trabalho), para ser capaz de soluções ergonômicas, viáveis e eficazes para os problemas existentes.

Enquanto o tempo progrediu, as tecnologias cresceram descontroladamente, trazendo novos problemas para a segurança e a saúde das pessoas, daí a importância fundamental da ergonomia como ciência interdisciplinar para resolver os problemas que surgem a cada dia. O homem sempre foi exposto a riscos, mas nos tempos antigos não foram tomadas medidas adequadas para proteger a vida das pessoas por meios ou técnicas. Ergonomia é uma técnica preventiva que considera o trabalhador, seu ambiente e condições de trabalho, para ser capaz de soluções ergonômicas, viáveis e eficazes para os problemas existentes. Por meio desta pode ser melhorada a produtividade organizacional e as condições de trabalho e incentivado o desenvolvimento pessoal dos funcionários (FARRER, 1995).

O objetivo deste estudo é conhecer a produção da literatura na área da ergonomia e saúde e sua influência nas demais áreas do conhecimento.

MÉTODO E MATERIAIS

Trata-se de um estudo exploratório, descritivo, do tipo revisão da literatura, de abordagem qualitativa, por meio da identificação, leitura e síntese dos resultados de artigos científicos.

A busca totalizou 397 publicações, sendo que destas apenas 20 estavam disponíveis na íntegra nas bases de dados selecionadas.

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A busca desses artigos foi realizada em março de 2016, quando entre 112 artigos da Biblioteca Digital da USP (DEDALUS), foram selecionados 02; dos 32 artigos da Scientific Electronic Library Online (SciELO), foram selecionados 04; dos 86 artigos da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS - BIREME), foram selecionados 03; e finalizando, dos 167 artigos do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (OASIS BR), foram selecionados 11, utilizando-se os descritores: Ergonomia e Saúde.

Após, procedeu-se à análise crítica dos artigos, com base nos critérios de inclusão:

Título Autor Ano

Saúde e qualidade de vida nos processos de trabalho: um enfoque pertinente para a

ergonomia. Clarissa Stefani Teixeira

2010

Importância da ergonomia na saúde dos funcionários de unidades de alimentação e

nutrição

Marlene Azevedo Magalhães Monteiro 2009 Ergonomia da Atividade Aplicada à

Quali-dade de Vida no Trabalho: Saúde e Promo-ção do Bem Estar dos Trabalhadores em

Questão

Mário César Ferreira 2013 Contribuições da ergonomia à saúde do

músico: considerações sobre a dimensão física do fazer musical

Cristina Porto Costa 2005 Aspectos ergonômicos e posturais e o

tra-balhador da área de saúde Neusa Maria Costa Alexandre 2007 O Trabalho do bibliotecário e os riscos

potenciais a sua saúde integral: considera-ções em torno do campo da Ergonomia

Francisco das Chagas de Souza

Paula Senhudo da Silva 2007 Contribuições da ergonomia para o

desen-volvimento de projetos / atividades de co-municação de informações de saúde: O caso

das “Salas de Situação” no SUS.

Flávio Ricardo Liberali Magajewski 2002

Segurança, saúde e ergonomia de trabalha-dores em galpões de frangos de corte

equi-pados com diferentes sistemas de abastecimento de ração. Cinara da C. S. Carvalho Cecília de F. Souza Ilda de F. F. Tinôco Maria de F. A. Vieira Luciano J. Minette 2011

Uma contribuição ao debate sobre

as relações saúde e trabalho Ada Ávila Assunção

2003

A situação ergonômica do trabalhador de

enfermagem em unidade básica de saúde. Sueli Soldati Abranches 2005

Riscos ocupacionais em saúde

Maria Yvone Chaves Mauro Camila Drumond Muzi Raphael Mendonça Guimarães

Carla Christina Chaves Mauro

2004 Estudo ergonômico aplicando o método

Occupational Repetitive Actions (OCRA). Uma contribuição para a gestão da saúde

no trabalho.

Ronildo Aparecido Pavani 2007

estudos que abordassem especificamente a temática proposta; artigos disponíveis na íntegra nas bases de dados selecionadas; em língua portuguesa; e publicados nos últimos quinze anos (2001- 2016) (Quadro 1).

Foram critérios de exclusão, as publicações veiculadas apenas em seu resumo, além dos artigos duplicados nas bases citadas; e publicações do tipo dissertações, teses, editoriais, notas ao editor, ou a ausência do artigo na íntegra on line, assim como a completa ausência dos descritores citados anteriormente.

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A avaliação dos riscos ergonômicos como

ferramenta gerencial em saúde ocupacional Osvaldo Luiz Gonçalves QuelhasRonildo Aparecido Pavani 2006 Ergonomia: atividades que comprometem

a saúde do trabalhador

Danielle Satie Kassada Fernando Luis Panin Lopes

Daiane Ayumi Kassada. 2011 Analise ergonômica do trabalho em

ambiente hospitalar. Um caso na assistência ambulatorial

Ivan Bolis

Laerte Idal Sznelwar 2011 Cargas psíquicas no trabalho e processos

de saúde em professores universitários. Jadir Camargo Lemos 2005 O processo de trabalho e o

desencadea-mento dos agravos à saúde dos trabalhado-res rurais: um estudo ergonômico na

agricul-tura familiar em santa catarina.

Janne Cavalcante Monteiro 2004 Saúde do trabalhador: a relação entre

ergonomia, atividade física e qualidade de vida.

Mariângela Gagliardi Caro Salve

Patrícia Franco Rabello Theodoro 2004 Análise ergonómica dos postos de trabalho

com equipamentos dotados de visor em centros de saúde da administração regional

de saúde do centro.

Alice Manuela Palmeirão Pinto. 2009 Representações de diferentes atores sociais

sobre o trabalho: ergonomia e saúde - um

estudo de caso. Mônica Thais Simões Matsukura Bernardino. 2006

Fonte: o autor (2016)

A pesquisa elaborada por Assunção (2003) abre a perspectiva de sair do campo tradicional dos estudos das relações saúde e trabalho a luz das demandas atuais, dos objetos cada vez mais complexos e da pertinência da elaboração de argumentos sofisticados para gerar medidas preventivas, vislumbrando ultrapassar a árdua tarefa de propor um modelo de investigação para as relações saúde-trabalho, convocando um debate sobre a abordagem multidisciplinar no terreno comum de conceitos fundamentais da ergonomia.

A Ergonomia pode auxiliar instituições que se engajem nesta iniciativa, oferecendo uma perspectiva mais ampla, considerando as características cognitivas e afetivas. A dimensão física evidenciada na atividade está interligada às demais dimensões, sendo que a implementação de ações preventivas passa, necessariamente, pela existência de margem de manobra para negociações nas situações laborativas. Um ensino preventivo que possibilite ao aluno apropriar-se dos conhecimentos obtidos em campos como a ergonomia pode contribuir efetivamente para a manutenção de sua saúde, colaborando sensivelmente para a formação de profissionais mais críticos, incrementando pesquisas na área e promovendo conscientização para ações individuais e coletivas (COSTA, 2005).

A ergonomia estuda os diversos agentes que influenciam no desempenho do sistema produtivo e procura reduzir as consequências

nocivas sobre o trabalhador. Procura reduzir todos os agentes nocivos, enquanto se relaciona com esse sistema. A eficiência do sistema será uma consequência de todo este sistema (PINTO, 2009).

A ação ergonômica deve partir do foco em produtividade, que é uma variável em função do bem-estar dos funcionários. São produtividade e bem-estar, intimamente ligados, a melhora de uma, tende a causar melhora na outra e vice-versa. No entanto a empresa deve sempre cuidar das relações dos funcionários com o trabalho (BOLIS; SZENEWAR, 2011).

A complexa temática “trabalho e saúde” tem merecido atenção de diferentes áreas do conhecimento. Partindo-se de pressupostos da Ergonomia, Saúde do Trabalhador e Pesquisa Ação, discutiu-se conceitualmente as possibilidades da consideração dos pontos de vista dos trabalhadores e de diferentes níveis hierárquicos sobre a compreensão do trabalho e para a proposição de intervenção em ergonomia e saúde sobre essa realidade (BERNADINO, 2006).

Abranches (2005) em seu estudo analisou as condições ergonômicas no trabalho de enfermagem. Quanto às características dos trabalhadores evidenciou-se o excesso de peso e uso de cigarro no ambiente de trabalho. Identificou a necessidade de intervenções para o ruído e temperatura. A abordagem ergonômica permitiu concluir que os trabalhadores não possuem plenas condições

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de trabalho.

Alguns países desenvolvidos têm elaborado e colocado em políticas administrativas e legais que levam em conta o tratamento e a prevenção das dores lombares em trabalhadores da área da saúde. Tais medidas englobam inúmeras estratégias com uma abordagem ergonômica que precisam ser implementada na realidade brasileira. O estudo elaborado por Alexandre (2007) procurou mostrar essas medidas de controle e prevenção dos sintomas osteomusculares.

A dor e o desconforto referidos pelos professores estudados por Lemos (2005) estão intimamente relacionados à precariedade das condições de trabalho. Em relação às condições físicas: ruídos de fontes diferenciadas, a exigência de posturas (estáticas e dinâmicas) desequilibradas e a exigência do uso da voz, necessárias às demandas da jornada de trabalho. Foi evidenciado que a precariedade das condições de trabalho constitui um fator determinante nos processos de saúde.

Existem medidas especificas de proteção à saúde do trabalhador que são quantitativa e qualitativamente satisfatórias, embora de circulação ainda limitada, e devem ser implantadas como norma obrigatória do Ministério do Trabalho. É uma questão de cidadania a conquista desse direito do trabalhador. A enfermagem ainda não está mobilizada o suficiente para aplicar as medidas em favor de sua própria saúde, da produtividade do serviço, do seu melhor desempenho e satisfação no trabalho. Destaca-se como elemento de grande eficiência o domínio do conhecimento dos fatores de risco ocupacionais, causa das patologias do trabalho e medidas de controle (MAURO; MUZI; GUIMARÃES; MAURO, 2004).

Já os Sistemas de Informações Geográficas que são sistemas computacionais usados para o entendimento dos fatos e fenômenos que ocorrem em um determinado espaço geográfico, ressaltam os conceitos básicos dos sistemas de informação geográficos e os princípios da cartografia aplicados à saúde tem tido desenvolvimento acelerado no Brasil. Eles foram introduzidos pela cooperação internacional, que financiou instrumentos computadorizados para compatibilizar o processo de territorialização proposto nas experiências piloto para a distritalização da assistência à saúde, a partir do final da década de oitenta e início da década de noventa. (MAGAJEWSKI, 2002).

A ergonomia mostra-se aplicável a quaisquer organizações de outros setores econômicos em seus distintos ambientes e

nos equipamentos utilizados. Esse alcance, dá origem a uma tipologia ou dimensionamento que abrange todo o conjunto de atividades profissionais, com suas competências e habilidades, que a designa como Ergonomia Física, Ergonomia Cognitiva e Ergonomia Organizacional, que podem ser utilizadas na análise das atividades executadas nas rotinas de trabalho dos profissionais envolvidos (SOUZA; SILVA, 2007).

Em sistemas de abastecimento de ração, em galpões avícolas, equipados com comedouros tubulares, os trabalhadores estão expostos a maiores esforços físicos quando comparado às atividades de manejo desenvolvidas em galpões equipados com comedouros automáticos, estando, porém, abaixo dos valores recomendados pela Norma Regulamentar do Ministério do Trabalho e Emprego (CARVALHO et al, 2011).

Considera-se de extrema importância o apoio que as indústrias e empresas promovam programas de prevenção e promoção à saúde do trabalhador, com o atual e crescente aumento de doenças relacionadas à profissão. Os Estados correm o risco de não possuírem recursos nem condições de atender e reabilitar toda esta população afetada. O conhecimento do estudo ergonômico é importante para a promoção, prevenção e reabilitação para solidificar a mudança de hábitos e o estilo de vida. Assim haverá um trabalho para melhor qualidade de vida dos funcionários, bem como da empresa (SALVE; THEODORO, 2004).

O estudo de Gontijo (2004) verificou em que a medida as atividades laborais podem influenciar nos agravos à saúde do agricultor e utilizou Análise Ergonômica do Trabalho para a compreensão da situação do trabalho, o que pode influenciar a qualidade de vida.

A presença de posturas inadequadas ou repetitivas durante a realização de tarefas, verificado em um estudo de Pavani (2007) com a aplicação pratica do método OCRA apresentou como “fatores de risco” de lesões para membros superiores, não se mostraram determinantes na análise global destes postos de trabalho. A ausência de condicionantes de organização do trabalho como controle rígido de ritmo, de modo operante e de produtividade, evidenciado pelo grau de liberdade que os operadores destes postos têm para se organizar no trabalho, contribui para uma situação de baixo risco de ler/dort.

Mas nem todas as posturas e aplicação de força realizada pelo trabalhador no ambiente de trabalho podem causar prejuízo à sua saúde. Para que haja risco é necessária uma combinação de vários fatores, como

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a intensidade da força aplicada, duração do esforço, posturas, velocidade com que o trabalho é realizado e condições ambientais do local de trabalho. É necessário escolher e aplicar um método de avaliação de risco ergonômico que seja adequado à realidade de trabalho a ser avaliada e que apresente uma orientação à gestão eficaz da saúde ocupacional, através da graduação hierárquica dos fatores de risco, tarefas ou atividades críticas, facilitando a tomada de decisão (PAVANI; QUELHAS, 2006).

Um ambiente de trabalho não ergonômico, pode trazer as condições de trabalho prejudiciais tanto à saúde do trabalhador quanto a produtividade da empresa. É necessária uma conscientização da empresa quanto aos benefícios da ergonomia como um investimento que, em médio/longo prazo, trará aumento de produtividade dos recursos humanos e, em consequência, aumento dos lucros. Para tal, é necessário implementar melhores condições de trabalho ao homem sob os aspectos de praticidade, conforto físico e psíquico por meio de melhoria no processo de trabalho, melhores condições no local de trabalho, modernização de máquinas e equipamentos, melhoria no relacionamento entre as pessoas, alteração no ritmo de trabalho, ferramentas adequadas, postura adequada, entre outras (KASSADA; LOPES; KASSADA, 2011).

Monteiro (2009) mostra em seu estudo ergonômico mudanças nas condições e no ambiente de trabalho, aperfeiçoando e adaptando máquinas e equipamentos utilizados na execução das tarefas, de acordo com as características físicas e condições psicológicas do trabalhador, com o objetivo de propiciar-lhe segurança, saúde e conforto e obter maior eficiência no trabalho executado. A adoção de práticas ergonômicas, impactou na melhoria da qualidade de vida no trabalho, o que é condição essencial para o êxito de uma empresa ou de um empreendimento. A qualidade de vida no trabalho reflete diretamente na vida social e no relacionamento familiar do trabalhador, que pode ser afetado. A qualidade dos produtos fabricados e/ou dos serviços prestados também é afetada pelas más condições de trabalho, devido ao estresse, ao cansaço e à fadiga.

A qualidade de vida no trabalho reflete um cenário organizacional, contrário e complexo, do qual fazem parte diferentes atores com múltiplas necessidades onde se destaca a ferramenta essencial complementar: a competência da questão ética (FERREIRA, 2013).

Por fim, a qualidade de vida do trabalhador

está relacionada a uma maior produtividade, visto que as abordagens que tratam do tema trazem como fundamentação o trinômio (qualidade de vida – motivação - maior produção), salários justos, relevância do trabalho, flexibilização da empresa e das exigências de produção, que são estratégias esperadas e que podem beneficiar o contexto geral de produção da empresa e as condições para as atividades dos trabalhadores (TEIXEIRA, 2010).

CONCLUSÃO

A ciência ergonômica vem evoluindo desde metade do século XIX como recurso para as empresas, que pode favorecer o desempenho produtivo e financeiro das instituições, assumindo o papel de uma estratégia capaz de levar à melhoria das condições de trabalho aos empregados, através de procedimentos que auxiliam a análise do ambiente e dos equipamentos utilizados para as atividades de produção.

O panorama atual da Ergonomia sugere uma ciência multidisciplinar que conta com informações de áreas auxiliares como Fisiologia, Psicologia, Sociologia, Saúde, Design, Inovações e Tecnologias para compor dados e estratégias importantes aos profissionais expostos a agentes físicos, químicos, ambientais e ergonômicos, melhorando sua capacidade de produção e assim, consequentemente, sua melhora na qualidade de vida.

REFERÊNCIAS

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ASSUNÇÃO, Ada Ávila. Uma contribuição ao debate sobre as relações saúde e trabalho. Belo Horizonte, v. 5, n. 8, p.1005-1018, 2003.

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BOLIS, Ivan; SZNELWAR, Laerte Idal. Análise Ergonômica do Trabalho em Ambiente Hospitalar. Um Caso

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do Trabalho Em Ambiente Hospitalar. Um Caso na Assistência Ambulatorial.. In: XXXI Encontro Nacional de Engenharia de Produção, 31., 2011, Belo Horizonte. Anais... . Belo Horizonte: ABEPRO, 2011. p. 1 - 14.

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SALVE, Mariângela Gagliardi Caro; THEODORO, Patrícia Franco Rabello. Saúde Do Trabalhador:: A Relação Entre Ergonomia, Atividade Física E Qualidade. Re. Salusvita, Bauru, v. 23, n. 1, p. 137-146, 2004.

SOUZA, Francisco das Chagas de; SILVA, Paula Senhudo da. O Trabalho do bibliotecário e os riscos potenciais a sua saúde integral:: considerações em torno do campo da Ergonomia. Rev em Questão, Porto Alegre, v. 13, n. 1, p. 127-146, 2007.

COMO ESTE ARTIGO DEVE SER CITADO: ARAÚJO, Claudia Lysia de Oliveira. O Alcance da Ergonomia. DI Factum, Lorena, v. 1, n. 1, p. 17-23, 2016.

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