• Nenhum resultado encontrado

Oxidação do fosforeno: cálculos de primeiros princípios

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Oxidação do fosforeno: cálculos de primeiros princípios"

Copied!
42
0
0

Texto

(1)

Universidade Federal Fluminense

Instituto de F´ısica

Gradua¸

ao em F´ısica (Bacharel)

Marcelo F´

abio Costa Albuquerque Filho

Oxida¸c˜

ao do Fosforeno: C´

alculos de Primeiros Princ´ıpios

Niter´

oi-RJ

2016

(2)

MARCELO F´ABIO COSTA ALBUQUERQUE FILHO

OXIDA ¸C ˜AO DO FOSFORENO: C ´ALCULOS DE PRIMEIROS PRINC´IPIOS

Disserta¸c˜ao apresentada

ao Curso de Gradua¸c˜ao

em F´ısica (Bacharel) da

Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obten¸c˜ao do Grau de Bacharelado em F´ısica . Area de Con-´ centra¸c˜ao: Mat´eria Condensada e Sistemas Nanoestruturados.

Orientador: Prof. Dr. PEDRO PAULO DE MELLO VENEZUELA

Niter´oi-RJ 2016

(3)

iii

MARCELO F´ABIO COSTA ALBUQUERQUE FILHO

OXIDA ¸C ˜AO DO FOSFORENO: C ´ALCULOS DE PRIMEIROS PRINC´IPIOS

Disserta¸c˜ao apresentada

ao Curso de Gradua¸c˜ao

em F´ısica (Bacharel) da

Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obten¸c˜ao do Grau de Bacharelado em F´ısica. Area de Con-´ centra¸c˜ao: Mat´eria Condensada e Sistemas Nanoestruturados.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. PEDRO VENEZUELA - Orientador UFF

Prof. Dr. ANT ˆONIO TAVARES DA COSTA JUNIOR UFF

Prof. Dr. MARCIANO ALVES CARNEIRO UFF

Niter´oi-RJ 2016

(4)
(5)

v

Agradecimentos

Fico muito feliz por concluir esta etapa da minha vida, um sonho realizado, a quem devo os seguintes reconhecimentos e agradecimentos:

A Deus pelo amor, for¸ca, paz, sabedoria, e gra¸ca a mim dados.

Ao Professor Dr. Pedro Venezuela, meu orientador, pela paciˆencia, predisposi¸c˜ao, aten¸c˜ao e aux´ılio sempre necess´arios e dispensados sem reservas, pensando sempre no melhor para o nosso trabalho e meu aprendizado, e para a ciˆencia em si.

Ao Professor Dr. Jorge de S´a Martins que, no per´ıodo em que eu estive na monitoria de F´ısica I (aos s´abados) e na disciplina de Termodinˆamica, me prestou muito conhecimento e, tamb´em, reconheci-mento no meu trabalho.

Ao Professor Dr. Paulo Acioly pelos conselhos dados enquanto cursava Laborat´orio de F´ısica Moderna I.

Aos Professores Kaled Dechoum, Marco Moriconi, Rubens Amaral, M´ario Reis e dentre outros pelo esmero, aten¸c˜ao e dedica¸c˜ao no ensino das disciplinas as quais ministraram. Aprendi muito com eles. Aos meus colegas de curso que muito contribu´ıram para que eu pudesse conclu´ı-lo. ´E praticamente imposs´ıvel que algu´em consiga estudar f´ısica sozinho.

Aos meus amigos Ramon Oliveira e Daniel Cataldo, que em diversas situa¸c˜oes foram prontos e capazes de me safar, n˜ao somente na vida acadˆemica, mas tamb´em na pessoal.

A Karine Braga, pelo amor, pelos s´abios conselhos dados, pela paciˆencia e pelo carinho tidos em momentos bons e ruins que vivi aqui. Sabe sempre o que dizer, no momento e forma certas.

`

A minha fam´ılia pelo amor, carinho, educa¸c˜ao e tempo dedicados a mim. Em especial aos meus pais, Marcelo e Cl´audia, e irm˜ao pelo amor dado a mim e por torcerem por mim mesmo aqueles estando longe.

(6)

Lista de Figuras

2.1 Fluxograma das equa¸c˜oes de KS . . . 11

2.2 Vetores da rede rec´ıproca . . . 12

2.3 Pseudopotencial . . . 15

2.4 Superc´elula do fosforeno com defeito pendente e suas repeti¸c˜oes no plano, e na dire¸c˜ao ˆz. 18 3.1 Rede de Bravais e Zona de Brillouin do fosforeno pristine . . . 20

3.2 Fosforeno pristino . . . 20

3.3 Banda de energia para o fosforeno pristine . . . 21

3.4 Fosforeno com defeito pendente . . . 22

3.5 Banda de energia para o fosforeno com defeito pendente . . . 23

3.6 Fosforeno com hidroxila numa ponte horizontal . . . 24

3.7 Banda de energia para o fosforeno com defeito horizontal . . . 25

3.8 Fosforeno com defeito de ponte intersticial . . . 26

(7)

vii

Lista de Tabelas

3.1 Distˆancia entre os ´atomos participantes do defeito . . . 27 3.2 Energia de liga¸c˜ao das estruturas . . . 28

(8)

Sum´

ario

Agradecimentos v

Lista de Figuras vi

Lista de Tabelas vii

Resumo ix Abstract x 1 Introdu¸c˜ao 1 2 Metodologia 3 2.1 O Hamiltoniano Cristalino . . . 3 2.2 A Aproxima¸c˜ao de Born-Oppenheimer . . . 4

2.3 Teoria do Funcional Densidade (DFT) . . . 6

2.3.1 Introdu¸c˜ao . . . 6

2.3.2 Os Teoremas de Hohenberg-Kohn . . . 6

2.3.3 As Equa¸c˜oes de Kohn-Sham . . . 8

2.3.4 Aproxima¸c˜oes para Vxc . . . 9

2.3.5 DFT na pr´atica: Resolvendo as Equa¸c˜oes de Kohn-Sham . . . 10

2.4 M´etodos Num´ericos . . . 11

2.4.1 O problema de uma part´ıcula em uma base de ondas planas . . . 11

2.4.2 Os pontos-k especiais para integra¸c˜oes da Zona de Brillouin . . . 13

2.4.3 Pseudopotenciais . . . 15

2.4.4 Aproxima¸c˜ao de superc´elula . . . 17

3 Resultados 19

(9)

ix

Resumo

Esta monografia tem por finalidade estudar a oxida¸c˜ao do fosforeno, que ´e um al´otropo cris-talino e bidimensional do f´osforo. Ele pode ser obtido por esfolia¸c˜ao mecˆanica do f´osforo negro bulk. Nos baseamos no trabalho de Ziletti [1, 2], onde vimos que ´atomos de oxigˆenio como defeito pendente aumenta a hidrofilicidade do fosforeno. Realizamos c´alculos ab initio na Teoria do Funcional Densidade (Density Functional Theory-DFT) em trˆes configura¸c˜oes de defeitos no fosforeno e encontramos que o mesmo ocorre com o radical hidroxila (OH) pendente do fosforeno. Essa configura¸c˜ao possui um gap de energia de 0,94 eV. Vimos que h´a um n´ıvel da banda de energia (o n´ıvel parcialmente ocupado) que pode ser do radical. Esse n´ıvel pode servir como doador e/ou receptor de el´etrons.

(10)

Abstract

This monograph has the purpose to study the phosphorene’s oxidation that is a crystalline and two-dimensional allotrope of phosphorus. It can be achieved by mechanical exfoliation of the black phosphorus bulk. We relied on Ziletti’s work [1, 2], where we saw that atoms of oxygen as dangling defect increase the hydrophilicity of phosphorene. We performed calculations ab initio in the Density Functional Theory (DFT) in three configurations of defects on phosphorene and we found that the same occurs with the hydroxil radical (OH) dangling of the phosphorene. This configuration has an energy gap of 0,94 eV. We saw that there is a level of energy band (the half-occupied level) that can be the radical. This level can serve as donor and/or acceptor of electrons.

(11)

Cap´ıtulo 1

Introdu¸

ao

A humanidade sempre buscou meios de entender e utilizar os materiais que se apresentam na natureza. Inicialmente, os homens se utilizavam de materiais naturais como pedra, madeira, pele etc, baseando-se em sua dureza. O dom´ınio do fogo trouxe a no¸c˜ao de materiais inflam´aveis e n˜ao-inflam´aveis, e as transforma¸c˜oes decorrentes da temperatura com a suas manipula¸c˜oes ocorreram seguidamente. Com a cerˆamica, mat´eria prima de in´umeros utens´ılios, foi poss´ıvel criar meios de acondicionar e transportar comidas e objetos [3]. Com o passar do tempo o homem foi encontrando mais utilidade nos materiais `

a medida que iam sendo descobertos. Ele foi capaz de construir armas, ind´ustrias, ve´ıculos, aeronaves, computadores de grande porte, de alta capacidade de processamento e tamb´em de armazenamento e, atualmente, os que abarcam essas caracter´ısticas e, ainda, sendo bem pequenos. Hoje temos computa-dores que cabem no nosso bolso gra¸cas ao estudo de uma s´erie de novos materiais e suas propriedades. A descoberta da eletricidade, da f´ısica quˆantica e das propriedades dos materias condutores, semicondu-tores e isolantes e em que situa¸c˜oes essas propriedades se apresentam, tem proporcionado uma grande aplicabilidade na vida das pessoas.

´

E conhecido que uma propriedade marcante de alguns materiais ´e que eles podem ser encontrado na natureza ou sintetizado em laborat´orio como semicondutor. Um semicondutor ´e um material que possui um gap de energia da ordem de at´e 4,0 eV [4]. V´arios estudos tˆem sido feito com o grafeno, o M oS2, o W Se2 e tamb´em com o fosforeno, todos na forma bulk [5]. O grafeno possui a propriedade que

permite que el´etrons possam fluir livremente por sua superf´ıcie (tem car´ater met´alico), mas ele carece de um gap, o que favoreceria a faculdade de ligar de desligar o fluxo desses el´etrons. Atualmente, parte das pesquisas tem se direcionado nas monocamadas de fosforeno. O fosforeno ´e um al´otropo cristalino e bidimensional do f´osforo, que pode ser obtido por esfolia¸c˜ao mecˆanica do f´osforo negro bulk, descoberto a mais de 100 anos [5, 6]. Sua estrutura tipo colm´eia, com ´atomos de f´osforo fora do plano alternadamente, ´e semelhante `a do grafeno, que foi primeiro isolado por esfolia¸c˜ao de camadas simples do cristal de grafite usando fita adesiva, m´etodo esse que foi usado em v´arios materias para estudo de suas propriedades por d´ecadas [5]. No entanto, o fosforeno possui um gap natural e h´a esperan¸ca de que ele supere o grafeno nesse quesito, que ele seja mais ´util para dispositivos mais finos e flex´ıveis e que possam ser mais facilmente resfriados [7].

(12)

Os f´ısicos vem estudando o f´osforo negro desde a d´ecada de 1960. Mas s´o no ano de 2013 eles conseguiram isol´a-lo em camadas simples de forma hexagonal ligeiramente enrugadas [7]. Com seu gap, os el´etrons desse material podem ser mudados de estados de valˆencia para estados de condu¸c˜ao. Estudos mostram que o gap do f´osforo negro bulk ´e de 0,3 eV, e aumenta `a medida que a espessura dimunue, ficando em torno de 0,8 eV a 1,5 eV para a monocamanda isolada [5].

O fosforeno ´e um material promissor, mas ainda h´a muito o que ser investigado a respeito dele. Um dos problemas est´a relacionado com a oxida¸c˜ao do fosforeno [1,8]. Existe um c´alculo te´orico pr´evio [1], no qual foi conclu´ıdo que a oxida¸c˜ao do fosforeno seria poss´ıvel num ambiente com oxigˆenio puro (sob ilumina¸c˜ao da luz). Nele foi encontrado que ´e mais prov´avel que o ´atomo de oxigˆenio seja adsorvido pelo fosforeno com energia de liga¸c˜ao de -2,08 eV. Esse defeito ´e eletricamente neutro, pois n˜ao introduz estados no gap mostrado na figura 1(b) de [1]. Uma outra possibilidade (defeito tipo ponte intersticial) seria que o ´atomo de oxigˆenio ficasse inserido no fosforeno, resultando numa deforma¸c˜ao devido ao afastamento dos ´atomos de f´osforo participantes da liga¸c˜ao O-P. Um terceiro defeito, o tipo ponte horizontal, ´e pouco prov´avel de ocorrer (tem energia de ativa¸c˜ao muito alta) em condi¸c˜oes normais de equil´ıbrio. Tal defeito ´e eletricamente ativo uma vez que tem estado de valˆencia perturbado, pois surge uma banda de energia no gap (ver figura 3(b) de [1]), o que contribui para condutividade do material.

Nesta disserta¸c˜ao de monografia, focaremos na oxida¸c˜ao do fosforeno a partir de defeitos do radical hidroxila (−OH). Resolvemos estudar a oxida¸c˜ao do fosforeno em trˆes tipos de defeitos: pendente, pontes horizonal e intersticial. Al´em disso, reproduzimos os c´alculos do fosforeno pristino (puro) a fim de confirmarmos alguns resultados. Calculamos as bandas de energia e alguns dados estruturais das estruturas relaxadas, analisando gap de energia, energia de liga¸c˜ao e as distˆancias interatˆomicas. Queremos, portanto, estudar a fisioabsor¸c˜ao da ´agua no fosforeno. Para isso, usamos c´alculos ab initio (ou de primeiros princ´ıpios) baseados em DFT-Density Functional Theory, ou Teoria do Funcional Densidade, que ´e implementado no pacote QUANTUM ESPRESSO [9]. Os c´alculos de primeiros princ´ıpios s˜ao aqueles que n˜ao se baseiam em dados experimentais e utilizam o Hamiltoniano total para c´alculo dos autovalores (energia total) e outras propriedades do material. Usamos a aproxima¸c˜ao PBE (Perdew-Burke-Ernzenhof), [10], para a energia de troca e correla¸c˜ao e pseudopotencial do tipo PAW (Projector Augmented Waves), [11].

Dadas as considera¸c˜oes inicias, veremos no cap´ıtulo seguinte a metodologia usada nos c´ alcu-los, bem como a teoria por tr´as dela. No c´apitulo 3, uma discuss˜ao dos resultados reproduzidos ser´a demonstrada e, por fim, o ´ultimo cap´ıtulo trar´a as conclus˜oes.

(13)

Cap´ıtulo 2

Metodologia

2.1

O Hamiltoniano Cristalino

Na descri¸c˜ao de um s´olido, ´e de grande utilidade considerar a distin¸c˜ao entre os el´etrons de valˆencia e os el´etrons do caro¸co de um ´atomo. Os ´eletrons de valˆencia s˜ao os mais importantes na descri¸c˜ao das propriedades eletrˆonicas dos s´olidos, pois s˜ao eles que participam diretamente das liga¸c˜oes qu´ımicas com outros ´atomos. Os outros el´etrons, os do caro¸co, s˜ao aquele que est˜ao fortemente ligados aos ´atomos, de modo que suas propriedades em um ambiente cristalino n˜ao mudam muito quando comparadas a um ´atomo isolado. Assim, ´e poss´ıvel tratar os n´ucleos atˆomicos e os el´etrons dos caro¸cos como ´ıons e considerar os el´etrons de valˆencia separadamente. Desse modo, as propriedades do s´olido s˜ao deterinadas pela dinˆamica dos ´ıons e dos el´etrons de valˆencia (que, de agora em diante, ser˜ao chamados apenas el´etrons), e as intera¸c˜oes entre eles. De acordo com [12], na ausˆecia de campos externos o hamiltoniano ´e dado por1

H = Hel+ Hion+ Hel−ion (2.1)

O primeiro termo dessa equa¸c˜ao diz respeito `a parte eletrˆonica, dada pela energia cin´etica e pela energia de intera¸c˜ao coulombiana

Hel= X i p2 i 2 + 1 2 X i6=i0 1 |ri− ri0| . (2.2)

O termo seguinte representa a parte iˆonica dada por

Hion= X j P2 j 2Mj +1 2 X j6=j0 Vion(Rj− Rj0). (2.3)

E, por fim, o ´ultimo termo representa a intera¸c˜ao el´etron-´ıon

1Em todo esse trabalho usaremos unidades atˆomicas de Hartree, em que m

e= e = } = 4πε1

(14)

Hel−ion=

X

ij

Vel−ion(ri− Rj). (2.4)

Uma forma geral da intera¸c˜ao el´etron-´ıon ´e adotada, uma vez que a intera¸c˜ao coulombiana dos n´ucleos ´e blindada pelos el´etrons do caro¸co, o que resulta numa forma complicada pra ela. Isso ser´a melhor visto quando falarmos de pseudopotenciais. A fun¸c˜ao de onda de muitos corpos Ψ({ri}, {Rj}),

rotulada pelas coordenadas dos el´etrons e dos ´ıons, respectivamente, satisfaz a equa¸c˜ao de Schr¨odinger de muitos corpos

HΨ({ri}, {Rj}) = EΨ({ri}, {Rj}). (2.5)

Esse problema, eqs. (2.1)-(2.5), ´e imposs´ıvel de resolver analiticamente, a n˜ao ser que muitas apro-xima¸c˜oes sejam feitas. Felizmente, ´e poss´ıvel reduz´ı-lo a um problema muito mais simples, permitindo-nos resolvˆe-lo numericamente. A primeira aproxima¸c˜ao que faremos ´e a aproxima¸c˜ao de Born-Oppenheimer (conhecida tamb´em como aproxima¸c˜ao adiab´atica). Outras aproxima¸c˜oes ser˜ao descritas nas se¸c˜oes sub-sequentes.

2.2

A Aproxima¸

ao de Born-Oppenheimer

Em qualquer sistema, os ´ıons s˜ao muito mais pesados que os el´etrons, tal que Mion

me ∼ 10

4. Assim,

os el´etrons acabam por ser muito mais r´apidos que os ´ıons, de tal forma que vion

ve ∼ 10

−3, [13]. Portanto,

para o problema da se¸c˜ao anterior, uma aproxima¸c˜ao razo´avel ´e considerar os graus de liberdade dos ´ıons estando congelados para uma dada configura¸c˜ao eletrˆonica. Dessa forma, as coordenadas iˆonicas entram apenas como parˆametros fixos que influenciam na mudan¸ca da configura¸c˜ao eletrˆonica caso a iˆonica seja mudada. Depois de resolver o problema eletrˆonico simplificado, pode-se voltar ao problema da dinˆamica dos ´ıons e resolver a equa¸c˜ao efetiva usando as informa¸c˜oes dos estados eletrˆonicos. Essa ´e a aproxima¸c˜ao de Born-Oppenheimer.

Seguindo o Apˆendice C da referˆencia [14], a energia cin´etica da eq. 2.3 ´e pequena e pode ser tratada como uma perturba¸c˜ao. Isso nos conduz ao problema eletrˆonico

(Hel+ Hel−ion+ Eion−ion)ψn({ri}, {Rj}) = Eeln({Rj})ψn({ri}, {Rj}), (2.6)

onde os termos do hamiltoniano eletrˆonico foram definidos nas eqs. (2.2) e (2.4), e

Eion−ion=

X

j6=j0

(15)

5 ´e a energia eletrost´atica cl´assica. A importˆancia desse termo no problema eletrˆonico ´e preservar a neu-tralidade da carga do sistema. Se as solu¸c˜oes dessa equa¸c˜ao formam um conjunto completo para uma dada configura¸c˜ao iˆonica, ent˜ao podemos expandir a fun¸c˜ao de onda de muitos corpos Ψ({ri}, {Rj})

Ψ({ri}, {Rj}) =

X

n

χn({Rj})ψn({ri}, {Rj}). (2.8)

Ap´os algumas manipula¸c˜oes encontramos que

[Tion+ Eeln({Rj}) − E]χn({Rj}) = X n0 βnn0χn0({Rj}), (2.9) onde Tion=Pj− (∇2j)

2Mj ´e a energia cin´etica dos ´ıons. Os coeficientes βnn0 s˜ao dados por

βnn0 = Ann0+ Bnn0, Ann0 = X j 1 Mj hψn|∇j|ψn0i ∇j, Bnn0 = X j 1 2Mj hψn|∇2j|ψn0i. (2.10)

Note que em Ann0, o ´ultimo gradiente age sobre χn0. A eq. (2.9) ´e uma equa¸c˜ao de Schr¨odinger

para as autofun¸c˜oes iˆonicas χn({Rj}), que possui energias eletrˆonica de um potencial efetivo para os ´ıons.

Os elementos da diagonal βnnpode ser adicionado ao potencial efetivo, enquanto os de fora da diagonal,

βnn0(n 6= n0), acoplam estados eletrˆonicos diferentes. A aproxima¸c˜ao de Born-Oppenheimer surge quando

negligenciamos esses termos de fora da diagonal. Por isso, essa aproxima¸c˜ao n˜ao considera transi¸c˜oes eletrˆonicas advindas das intera¸c˜oes com os ions ou, mais precisamente, com suas vibra¸c˜oes em torno de suas posi¸c˜oes de equil´ıbrio (fˆonons) [15]. Eles s˜ao importantes para fenˆomenos como espalhamento Raman e supercondutividade.

Nosso foco estar´a nas propriedades eletrˆonicas do fosforeno, que pode bem ser descrito pelo problema eletrˆonico (2.6), para o que a aproxima¸c˜ao adiab´atica ´e suficiente. Portanto, omitiremos as coordenadas iˆonicas das fun¸c˜oes de onda e das energias, e a eq. (2.6) fica

(Hel+ Hel−ion+ Eion−ion)ψ({ri}) = Eψ({ri}). (2.11)

Assim, nessa aproxima¸c˜ao, o problema completo de muitos corpos ´e dado por Ψ = χψ. Nesse trabalho, lidaremos com propriedades de estado fundamental, de modo que o ´ındice n tamb´em ser´a omitido daqui em diante.

(16)

2.3

Teoria do Funcional Densidade (DFT)

2.3.1

Introdu¸

ao

DFT ´e uma teoria ab initio amplamente usada para sistemas de muitos corpos interagentes. ´

E poss´ıvel calcular uma gama de propriedades para um amplo n´umero de sistemas tais como ´atomos, mol´eculas, nanoestruturas, s´olidos bulk, o que faz esse m´etodo ser o mais utilizado atualmente. A raz˜ao do grande sucesso ´e que muitas propriedades do sistema de muitos corpos que dependem da energia total (energia de forma¸c˜ao, for¸cas, espectro de fˆonons, fun¸c˜oes respostas etc . . . ) podem ser expressos como um funcional da densidade de estado fundamental n0(r). Desse modo, apenas n0(r) determina todas

as informa¸c˜oes do problema de muitos corpos, incluindo os estados excitados e as fun¸c˜oes de onda de muitos corpos, fazendo da densidade de estado fundamental uma vari´avel fundamental para o problema de muitos corpos, em vez de uma complicada fun¸c˜ao de onda de muitos corpos, simplificando sobremaneira o problema. Na pr´atica, o que fazemos ´e substituir um conjunto de fun¸c˜oes de onda dependentes das 3N coordenadas dos el´etrons por uma fun¸c˜ao simples de trˆes dimens˜oes. As provas desses funcionais s˜ao dadas em [16], que ser´a discutida nas pr´oximas subse¸c˜oes. A utilidade pr´atica do DFT surgiu com o trabalho de Kohn e Sham [17], em que eles fazem um ansatz que substitui o problema de muitos corpos interagentes por um problema auxiliar de el´etron independente, onde os efeitos das intera¸c˜oes de muitos corpos (al´em da repuls˜ao coulombiana cl´assica) s˜ao inclu´ıdos no funcional de troca-correla¸c˜ao [15]. Essa abordagem leva as equa¸c˜oes de Kohn-Sham, ser´a discutido na subse¸c˜ao 2.3.3. Nas subse¸c˜oes seguintes ser˜ao discutidas aproxima¸c˜oes para os funcionais de troca-correla¸c˜ao e como o DFT funciona na pr´atica. Nesta se¸c˜ao, seguiremos com as discu¸c˜oes de [14] (cap´ıtulos 3 e 6-9) e as referˆencias originais.

2.3.2

Os Teoremas de Hohenberg-Kohn

Vamos come¸car introduzindo o operador densidade

nop(r) = N

X

i=1

δ(r − ri), (2.12)

onde {ri} s˜ao as coordenadas das N part´ıculas. A densidade de part´ıculas n(r) ´e dada pelo valor esperado

do nop(r) num estado de muitos corpos ψ(r1, r2, . . . , rN)

n(r) = hψ|nop|ψi hψ|ψi = N R d3r 2. . . d3rN|ψ(r, r2, . . . , rN)|2 R d3r 1d3r2. . . d3rN|ψ(r1, r2, . . . , rN)|2 . (2.13)

Aqui usamos o fato de elas serem idˆenticas para eliminar a soma, introduzindo o fator N na express˜ao2. A

energia total ´e calculada a partir do valor esperado do Hamiltoniano da eq. (2.11). Estamos interessados em especial ´e no potencial externo total

2Estamos negligenciando a vari´avel spin. Ela pode ser inclu´ıda ao supor que as integrais tamb´em incluem uma soma na

(17)

7 hVexti = N X i=1 hψ|Vext(ri)|ψi hψ|ψi = N R d3r 1Vext(r1)R d3r2. . . d3rN|ψ(r1, r2, . . . , rN)|2 R d3r 1d3r2. . . d3rN|ψ(r1, r2, . . . , rN)|2 = Z d3Vext(r)n(r), (2.14)

onde usamos novamente o fato de elas serem idˆenticas e a eq. (2.13). Assim, a energia total ´e

E =hψ|H|ψi

hψ|ψi = hT i + hVinti + Z

d3rVext(r)n(r) + Eion−ion, (2.15)

que, sujeita `a condi¸c˜ao de normaliza¸c˜ao hψ|ψi = 1, as energia de estado fundamental e a fun¸c˜ao de onda podem ser obtidas.

O funcional da energia dado pela eq. (2.15) ´e o ponto de partida para os teoremas de Hohenberg-Kohn (HK). Iniciemos pelo primeiro teorema, como dado por [14]:

Teorema 1 (a vari´avel fundamental: a densidade) : Qualquer que seja o sistema de part´ıculas in-teragentes em um potencial externo Vext(r), ´e poss´ıvel determin´a-lo unicamente atrav´es da densidade de

part´ıculas do estado fundamental n0(r), a menos de uma constante.

Esse teorema ´e provado por contradi¸c˜ao, mas n˜ao o faremos aqui. O fato ´e que potencial externo ´e unicamente determinado pela densidade, e uma consequˆencia que surge desse teorema ´e que, se todos os termos do hamiltoniano s˜ao determinados (a menos de uma constante), ent˜ao todas as fun¸c˜oes de onda de muitos corpos s˜ao determinadas, incluindo as do estado excitado [15]. Portanto, em princ´ıpio, todas as propriedades do sistema s˜ao completamente determinadas a partir de n0(r).

O segundo teorema de HK nos diz que existe um funcional de energia universal E[n], dependente apenas da densidade, do qual o estado fundamental pode ser obtido.

Teorema 2 (existˆencia do funcional energia e a obten¸c˜ao do estado fundamental) : Um fun-cional universal para energia E[n] em termos da densidade n(r) pode ser definido e ´e v´alido para qualquer potencial externo Vext(r). Para qualquer Vext(r), a energia do estado fundamental exata do sistema ´e o

valor m´ınimo global desse funcional, e a densidade que minimiza esse funcional ´e a densidade do estado fundamental n0(r).

Definimos o funcional de HK como

F [n] = T [n] + Vint[n] = hT i + hVinti, (2.16)

onde os valores esperados s˜ao calculados no estado ψ(n(r)) correspondente a uma dada densidade. F [n] depende apenas das part´ıculas do sistema e da intera¸c˜ao entre elas, sendo v´alido para qualquer Vext. Com

(18)

E[n] = F [n] + Z

d3rVext(r)n(r) + Eion−ion, (2.17)

que tamb´em ´e um funcional da densidade. Eion−ion ´e constante no problema eletrˆonico. A energia do

estado fundamental ´e o m´ınimo global do funcional energia, e a densidade nesse m´ınimo ´e a densidade do estado fundamental.

O teorema 2 nos informa as densidade e energia do estado fundamental, que vem do funcional energia total E[n], e todas as propriedades relacionadas a elas. No entanto, n˜ao nos diz sobre a forma espec´ıfica do funcional de HK, F [n], que cont´em a energia cin´etica das part´ıculas e os efeitos das intera-¸

c˜oes3. A utilidade pr´atica do DFT vem de um ansatz feito por Kohn e Sham [17]. ´E poss´ıvel substituir um problema de muitos corpos por um conjunto de problemas de el´etrons independentes, que pode ser exatamente resolvido (numericamente, na pr´atica). Veremos o funcionamento disso na subse¸c˜ao seguinte.

2.3.3

As Equa¸

oes de Kohn-Sham

O ansatz de Kohn-Sham consiste em supor que a densidade de estado fundamental ´e a mesma tanto para o sistema interagente quanto para um sistema auxiliar n˜ao-interagente4. Assim, constru´ı-mos um funcional da energia total do sistema interagente usando as informa¸c˜oes do sistema auxiliar. Minimizando-o, obtemos as energia e densidade do estado fundamental do sistema interagente. O hamil-toniano de uma part´ıcula auxiliar ´e

Hauxσ = −1 2∇

2+ Vσ(r), (2.18)

que satisfaz a equa¸c˜ao de Schr¨odinger para os orbitais φσ

i(r) e autovalores i. Agora estamos levando em

conta a possibilidade de configura¸c˜oes de polariza¸c˜ao de spin e o potencial Vσ(r) ´e um potencial geral

que depende do spin. A densidade de um sistema n˜ao interagente ´e dada por

n(r) =X σ n(r, σ) =X σ Nσ X i=1 |φσ i(r)| 2, (2.19)

onde contamos Nσ el´etrons para cada spin. Uma vez que os orbitais podem ser vistos como funcionais

da densidade, a energia cin´etica e a energia de Hartree (energia de repuls˜ao coulombiana cl´assica) podem ser vistos como funcionais da densidade tamb´em

Ts[n] = − 1 2 X σ Nσ X i=1 hφσi|∇ 2 |φσii = 1 2 X σ Nσ X i=1 Z d3r|∇φσi(r)| 2 , (2.20) EH[n] = 1 2 Z d3rd3r0n(r)n(r 0) |r − r0| (2.21)

3Tamb´em n˜ao nos diz sobre os estados excitados. Isso poderia ser feito a partir da densidade do estado fundamental

(teorema 1), mas isso ainda ´e um desafio hoje.

4Ainda n˜ao h´a uma prova que confirme isso para qualquer n

0(r). Contudo, o DFT descreve muito bem as propriedades

(19)

9 assim, o funcional de energia total, eqs. (2.16) e (2.17), pode ser escrito como

EKS[n] = Ts[n] +

Z

d3rVext(r)n(r) + EH[n] + Eion−ion+ Exc[n]. (2.22)

Os efeitos de muitos el´etrons s˜ao incorporados no funcional Exc[n], ou energia de troca-correla¸c˜ao. Os

efeitos de troca advˆem do princ´ıpio da exclus˜ao de Pauli, inclu´ıdos na teoria de Hartree-Fock. O que h´a al´em dos efeitos cl´assicos e de troca ´e conhecido como efeitos de correla¸c˜ao, basicamente refletindo toda a nossa ignorˆancia sobre os aspectos mais complicados das intera¸c˜oes [15]. Podemos expressar Exc[n] como

Exc[n] = hT i − Ts[n] + hVinti − VH[n], (2.23)

A minimiza¸c˜ao dos funcionais deve estar submetida `a condi¸c˜ao de ortonormaliza¸c˜ao dos orbitais

hφσ i|φ

σ0

j i = δi,jδσ,σ0. (2.24)

Depois de alguma ´algebra, chegamos a equa¸c˜ao de Kohn-Sham " −1 2∇ 2+ Vσ KS(r) # φσi(r) = σiφσi(r), (2.25)

onde o potencial de Kohn-Sham ´e dado por

VKSσ = Vext(r) + VH(r) + Vxcσ(r). (2.26) O potencial de Hartree ´e VH(r) ≡ δEH[n] δn(r, σ)= Z d3r0 n(r 0) |r − r0|, (2.27)

o potencial de troca-correla¸c˜ao ´e definido como

Vxcσ ≡ δExc[n]

δn(r, σ). (2.28)

Da equa¸c˜ao de Kohn-Sham obtemos os orbitais φi. Pela eq. (2.19), eles d˜ao a densidade de

estado fundamental do sistema auxiliar, que ´e igual a do sistema interagente. A partir da´ı, a energia do estado fundamental e todas as propriedades do sistema s˜ao determinadas. No entanto, o potencial Vxc

n˜ao tem uma forma clara. Aproxima¸c˜oes s˜ao feitas para ele, que ser˜ao discutidas na se¸c˜ao seguinte.

2.3.4

Aproxima¸

oes para V

xc

Aproxima¸c˜ao de Densidade Local (LDA)

Uma das vantagens da teoria de Kohn-Sham ´e que se pode separar a energia cin´etica e a energia de intera¸c˜ao de Hartree de longo alcance da part´ıcula independente da parte que cont´em a intera¸c˜ao de curto alcance contido no funcional de troca-correla¸c˜ao Exc[n]. Desse modo, esse funcional pode ser

(20)

Exc[n↑, n↓] =

Z

d3r n(r)xc(n↑(r), n↓(r)), (2.29)

onde xc ´e a densidade de energia de troca-correla¸c˜ao e as setas indicam r´otulos de spin up e spin down,

respectivamente, e tal que n = n↑+ n↓. A densidade de energia de troca-correla¸c˜ao em cada ponto ´e dada pela aquela do g´as de el´etrons homogˆeneo com densidade em cada ponto, isto ´e

ExcLDA[n↑, n↓] = Z d3r n(r)homxc (n↑(r), n↓(r)) = Z d3r n(r)homx (n↑(r), n↓(r)) + homc (n↑(r), n↓(r)). (2.30)

A densidade de energia de troca de um g´as de el´etron homogˆeneo hom

x ´e conhecido analiticamente da

teoria de Hartree-Fock, mas n˜ao h´a forma anal´ıtica para a densidade de energia de correla¸c˜ao hom c . A

express˜ao final para o potencial de troca-correla¸c˜ao pode ser obtida de Exc por meio da eq. (2.28).

Essa aproxima¸c˜ao ´e muito ´util ao descrever sistemas que fogem da homogeneidade tal como ´

atomos, mol´eculas e s´olidos covalentes, onde a aproxima¸c˜ao baseada num g´as de el´etrons homogˆeneo n˜ao funcionaria bem. Gra¸cas a esse sucesso, funcionais melhorados foram constru´ıdos, como os GGA, tratados em seguida.

Aproxima¸c˜ao de Gradiente Generalizado (GGA)

A poss´ıvel melhoria sobre as aproxima¸c˜oes locais ´e incluir em xc uma dependˆencia sobre a

magnitude do gradiente da densidade |∇nσ|. Pode-se ainda incluir derivadas de ordem mais alta de

modo que a eq. (2.29) possa ser generalizada para a forma

ExcGGA[n↑, n↓] = Z d3r n(r)xc(n↑(r), n↓(r), |∇n↑(r)|, |∇n↓(r)|, ...) = Z d3r n(r)homx (n(r)) Fxc n↑(r), n↓(r), |∇n↑(r)|, |∇n↓(r)|, ..., (2.31)

onde x(n) ´e a densidade de energia de um g´as de el´etrons homogˆeneo n˜ao polarizado e Fxc ´e uma

fun¸c˜ao adimensional das densidades e suas derivadas. As aproxima¸c˜oes mais amplamente utilizadas s˜ao as LDA-PZ [18] e GGA-PBE [10]. Esta ´ultima ´e a que usamos em nosso trabalho.

2.3.5

DFT na pr´

atica: Resolvendo as Equa¸

oes de Kohn-Sham

Os potenciais das eqs. (2.25)-(2.28) dependem da densidade, que por sua vez dependem dos orbitais de um el´etron pela eq. (2.19). Mas os potenciais em si dependem das solu¸c˜oes das equa¸c˜oes dos orbitais de um el´etron. Logo, numericamente, as equa¸c˜oes devem ser resolvidas de forma auto-consistente. Primeiramente come¸camos com um “chute” razo´avel para a densidade, do qual constru´ımos o potencial de Kohn-Sham. Em seguida resolvemos as equa¸c˜oes de Kohn-Sham e obtemos um novo conjunto de

(21)

11 fun¸c˜oes de onda de um el´etron, a partir das quais constru´ımos a nova densidade e o novo potencial de Kohn-Sham. O novo potencial entra como um input para o pr´oximo passo e esse ciclo se repete at´e que a autoconsistˆencia seja alcan¸cada. Esse procedimento pode ser esquematicamente representado como

Vi → ni → Vi+1 → ni+1 → . . . (2.32)

onde os r´otulos representam as itera¸c˜oes. A autoconsistˆencia ´e alcan¸cada quando um parˆametro de con-vergˆencia selecionado (energia total ou densidade, por exemplo) varia por menos que uma dada tolerˆancia entre a diferen¸ca entre dois passos consecutivos. Todo o processo est´a ilustrado no fluxgrama da figura 2.1. Em cada passo, as equa¸c˜oes de KS s˜ao resolvidas usando alguma base dos m´etodos de ´algebra linear padr˜ao. Para o nosso trabalho, usamos um pacote dispon´ıvel na internet, com base em DFT, chamado QUANTUM ESPRESSO [9], que usa bases de ondas planas. Um fato importante ´e que, para alcan¸car a autoconsistˆencia, o pacote faz uso de misturas de densidades de input e output para construir o poten-cial para o pr´oximo passo, at´e mesmo usando informa¸c˜oes de mais de um passo anterior. Finalmente, depois que a autoconsistˆencia ´e alcan¸cada, a energia do estado fundamental ´e obtida, assim como todas as propriedades do estado fundamental que dependem dela.

(22)

Figura 2.1: Fluxograma para a solu¸c˜ao das equa¸c˜oes autoconsistente de Kohn-Sham (tirada de [14], Fig. 9.1).

2.4

etodos Num´

ericos

Nesta se¸c˜ao discutiremos alguns dos m´etodos num´ericos empregados na solu¸c˜ao das equa¸c˜oes de Kohn-Sham de DFT para sistemas real´ısticos com qualquer problema de uma part´ıcula na forma da eq. (2.25). Nas quatro subse¸c˜oes seguintes discutiremos a expans˜ao das fun¸c˜oes de onda e as equa¸c˜oes de uma part´ıcula numa base de ondas planas, o uso de pontos-k especiais para integra¸c˜oes na zona de Brillouin

(23)

13 (ZB), o uso do m´etodo de pseudopotenciais para a intera¸c˜ao el´etron-´ıon e, finalmente, discutiremos o uso de superc´elulas para descrever sistemas com defeitos.

2.4.1

O problema de uma part´ıcula em uma base de ondas planas

´

E conveniente expandir as fun¸c˜oes de onda numa base de ondas planas5

φi(r) = 1 √ Ω X q ci,qeiq.r≡ X q ci,q× |qi, (2.33)

onde Ω ´e o volume do cristal no espa¸co rec´ıproco. As ondas planas s˜ao representadas pelos seus vetores de onda, |qi. Usando a rela¸c˜ao de ortonormalidade hq0|qi = δq0,q, inserindo a expans˜ao (2.33) na eq.

(2.25) e multiplicando-a por hq0|ri = exp(−iq0.r)/Ω) e integrar sobre todo o espa¸co de coordenadas,

obtemos que

X

q

hq0|Hef f|qi = ici,q0, (2.34)

que ´e a equa¸c˜ao de Schr¨odinger no espa¸co rec´ıproco.

Definimos que q = k + G e q0= k + G0, onde G e G0 s˜ao vetores de transla¸c˜ao da rede no espa¸co rec´ıproco, conforme ilustra a figura 2.2.

Figura 2.2: Pontos de uma rede rec´ıproca quadrada arbitr´aria de tamanho 2π/a. A regi˜ao cinza indica a primeira zona de Brillouin, na qual o vetor k ´e mostrado. Os vetores de transla¸c˜ao da rede rec´ıproca, G e G0, determinam todos os pontos q e q0 do espa¸co rec´ıproco.

´

E f´acil notar que a diferen¸ca entre vetores q e q0 da rede rec´ıproca ´e tamb´em um vetor da rede rec´ıproca. Assim obtemos que

5Usando o fato que qualquer fun¸ao peri´odica pode ser expandida em um conjunto completo de componentes de Fourier

(24)

X G0 Hk+G,k+G0cn,k+G0 = n,kcn,k+G, (2.35) com Hk+G,k+G0 = hk + G|Hef f|k + G0i = 1 2|k + G| 2δ G,G0+ Vef f(G − G0). (2.36)

Essa ´e a forma final da equa¸c˜ao de uma part´ıcula em uma base de ondas planas.

Usando os coeficientes cn,k+Gna expans˜ao (2.33), temos que as fun¸c˜oes de onda ser˜ao rotuladas

com ´ındices n e k e a soma ficar´a restrita apenas aos vetores da rede rec´ıproca. Ent˜ao, temos

φn,k(r) = 1 √ Ω X G cn,k+Gei(k+G).r= 1 √ Ncell eik.run,k(r), (2.37)

onde Ncell´e o n´umero de c´elulas unit´arias no cristal e

un,k(r) = 1 √ Ncell X G cn,k+GeiG.r. (2.38)

A eq. (2.37) representa o famoso teorema de Bl¨och, que diz que uma fun¸c˜ao de onda pode ser escrita como um produto de um fator de fase e uma fun¸c˜ao com a periodicidade da rede, ambos definidos pelo n´umero quˆantico k ou, equivalentemente, que φn,k(r + R) = exp(ik.R)φn,k(r), para qualquer vetor

de tranla¸c˜ao R. Podemos ver, ainda, das eqs. (2.37) e (2.38), que φn,k+G(r) = φn,k(r). Ent˜ao as energias

e as fun¸c˜oes de onda de Bl¨och s˜ao fun¸c˜oes peri´odicas no espa¸co rec´ıproco. Desso modo, podemos restringir nossa an´alise `a c´elula unit´aria primitiva do espa¸co rec´ıproco. Dentre tantas possibilidades, h´a a c´elula de Wigner-Seitz6, que ´e conhecida como a primeira Zona de Brillouin (do inglˆes, BZ) no espa¸co rec´ıproco.

A principal vantagem dessa escolha ´e que os limites s˜ao os planos onde ocorrem os espalhamentos de Bragg, enquanto que dentro da BZ a energia ´e uma fun¸c˜ao anal´ıtica de k. No limite termodinˆamico, o conjunto discreto de pontos-k, os que satisfazem as condi¸c˜oes peri´odicas de contorno de Bl¨och, se tornam um continuum, e as fun¸c˜oes n,k representam as bandas de energia para diferentes ´ındices de bandas n

na BZ. Essa ´e a conhecida estrutura de bandas do material.

Um parˆametro importante em c´alculos num´ericos ´e a energia de corte Ec. Cada expans˜ao do tipo

(2.37) ter´a sua pr´opria energia de corte a fim de termos c´alculos eficientes e fun¸c˜oes de onda t˜ao suaves quanto poss´ıvel. Ela ´e definida como

Ec =

1 2G

2

max, (2.39)

onde Gmax´e a magnitude de uma fam´ılia de vetores de mesma magnitude, relacionados por opera¸c˜oes

de simetria de grupo pontual do cristal. Portanto, as eqs. (2.35) e (2.36) s˜ao o n´ucleo do formalismo de Kohn-Sham numa base de ondas planas. H´a outras express˜oes similares para densidade, energia total e propridades relacionadas, todas no espa¸co rec´ıproco (que est˜ao relacionadas `as fun¸c˜oes de onda expandidas nessa base).

6A c´elula de Wigner-Seitz ´e definida tal que seus limites s˜ao planos bissetores dos vetores G (ou R), que s˜ao os planos

(25)

15

2.4.2

Os pontos-k especiais para integra¸

oes da Zona de Brillouin

Os c´alculos de estruturas eletrˆonicas, que incluem energia total, densidades eletrˆonica, densidade de estados etc., geralmente ocorrem em estimativas dadas por somas ou m´edias sobre pontos-k dentro da BZ. No limite termodinˆamico (cristal infinito), o conjunto discreto de pontos-k se torna um continuum, e as somas se tornam em integrais

1 Nk X k fn(k) → Ωcell (2π)d Z BZ ddkfn(k), (2.40)

onde Nk ´e o n´umero de pontos-k dentro da BZ e (2π)d/Ωcell ´e o volume da BZ em d dimens˜oes. Em

c´alculos num´ericos, devemos aproximar as integrais por somas sobre um conjunto apropriado de pontos-k. O mais comumente usado ´e o conjunto de pontos especiais de Monkhorst-Pack (MP) [19], definido por7

kn1,n2,n3 = 3 X i=1 2ni− Ni− 1 2Ni bi, (2.41)

onde {bi} s˜ao os vetores primitivos da rede rec´ıproca e ni = 1, 2, . . . , Ni. Podemos ver, ent˜ao, que isso

define uma grade uniforme de tamanho NM P = N1× N2× N3 e, ainda, que ela representa uma vers˜ao

reduzida da rede rec´ıproca, com vetores primitivos de tamanho bi/Ni em cada dire¸c˜ao. Portanto, se o

tamanho da grade Ni em cada dire¸c˜ao ´e grande o bastante, tal que a expans˜ao truncada correspondente

reproduz fn(k) para a precis˜ao desejada, ent˜ao as integra¸c˜oes dessa fun¸c˜ao sobre a BZ s˜ao precisamente

reproduzidas pelas somas sobre os pontos-k da grade MP. Na pr´atica devemos testar a convergˆencia das propriedades desejadas (energia total, densidades etc.) com o tamanho da grade at´e obtermos o tamanho ideal para a precis˜ao desejada, que varia de sistema para sistema.

Algo muito ´util usado nos c´alculos das somas ´e o uso de simetrias do grupo pontual cristalino. Se fn(k) ´e uma fun¸c˜ao expandida em ondas planas, ent˜ao a transformada de Fourier dela ´e dada por

e fn(R) = Ωcell (2π)3 Z BZ d3kfn(k)e−ik.R. (2.42)

Usando a grade de MP na equa¸c˜ao acima ficamos com

e fn(R) = 1 NM P X n1,n2,n3 fn(kn1,n2,n3)e −ikn1,n2,n3.R. (2.43)

H´a muitos termos na eq. (2.43) que envolvem um conjunto de pontos-k que s˜ao equivalentes por simetria para efn(0). Podemos agrupar esses termos, incluindo apenas um desses pontos de cada conjunto,

atribuindo a ele um peso ωk, correspondendo ao n´umero de pontos em cada conjunto normalizado pelo

n´umero total de pontos-k. Assim, a intergral da eq. (2.40) ´e calculada como

Ωcell (2π)3 Z BZ d3kfn(k) = efn(0) ≈ IBZ X n1,n2,n3 ωkn1,n2,n3fn(kn1,n2,n3), (2.44)

onde a soma agora ´e restrita a uma por¸c˜ao da BZ que cont´em os pontos-k da grade que n˜ao s˜ao equivalente aos outros por simetria, reduzindo demais o custo do c´alculo. Essa por¸c˜ao ´e conhecida como Zona

(26)

Irredut´ıvel de Brillouin (do inglˆes, IBZ). O QUANTUM ESPRESSO [9] possui rotinas que ´e capaz de obter a grade MP na IBZ para um dado tamanho de grade, juntamente com os correspondentes pesos.

2.4.3

Pseudopotenciais

Os ´ıons e os el´etrons interagem atrav´es do potencial coulombiano. No entanto, apenas os el´etrons de valˆencia s˜ao importantes para as liga¸c˜oes qu´ımicas, uma vez que os el´etrons de caro¸co s˜ao muito pouco relevantes quando se trata de propriedades de mol´eculas ou de s´olidos. Portanto, a id´eia central do m´etodo de pseudopotencial ´e criar um potencial que leva em conta a intera¸c˜ao efetiva dos el´etrons de valˆencia e o potencial que tem as intera¸c˜oes tanto dos el´etrons de caro¸co quanto desses com o n´ucleo. Esse potencial efetivo, ou pseudopotencial, substitui o potencial coulombiano na equa¸c˜ao de Schr¨odinger, cujas fun¸c˜oes de onda, ou pseudofun¸c˜oes de onda, sejam suaves (sem nodos) para os el´etrons de valˆencia na regi˜ao do caro¸co. Essas solu¸c˜oes suaves para os el´etrons de valˆencia s˜ao adequadas para c´alculos num´ericos. As pseudofun¸c˜oes de onda s˜ao constru´ıdas de tal forma que elas preservam as propriedades de valˆencia de todos os el´etrons, que s˜ao importantes para a descri¸c˜ao das propriedades de liga¸c˜ao entre os ´atomos. O m´etodo de pseudopotencial faz uso de um potencial efetivo que substitui o potencial de todos os el´etrons (AE-all-electrons) tal que os estados do caro¸co s˜ao eliminados e os el´etrons de valˆencia s˜ao descritos por pseudofun¸c˜oes de onda sem nodos. Pseudopotenciais de primeiros princ´ıpios s˜ao derivados de um certo estado atˆomico, necessitando que os autoestados de valˆencia AE e pseudo sejam os mesmos fora do raio de corte escolhido. Isso est´a ilustrado na figura 2.3. Pseudopotenciais com grandes rc s˜ao mais suaves,

(27)

17

Figura 2.3:Compara¸c˜ao entre a fun¸c˜ao de onda no potencial coulombiano (azul) e no pseudopotencial (vermelho). A partir do raio de corte escolhido, as fun¸c˜oes de onda e os potenciais real e pseudo se igualam.

Nos nossos c´alculos, utilizamos esse pseudopotenciais do tipo Projector Augmented Waves-PAW, [11]. Esse m´etodo permite realizar os c´alculos mais eficientemente ao transformar as fun¸c˜oes de onda rapidamente oscilantes pr´oximo ao caro¸co em fun¸c˜oes de onda suaves. Ele fornece uma maneira de calcular as propriedades de todos os el´etrons a partir dessas fun¸c˜oes de onda mais suaves. A tranforma¸c˜ao linear T tranforma uma pseudofun¸c˜ao de onda fict´ıcia | eΨi na fun¸c˜ao de onda de todos os el´etrons (AE) |Ψi:

|Ψi = T | eΨi. (2.45)

E isso leva a uma equa¸c˜ao de Kohn-Sham modificada

T†HT | eˆ Ψii = iT†T | eΨii (2.46)

Note que a fun¸c˜ao de onda de todos os el´etrons ´e uma fun¸c˜ao de onda de part´ıcula simples de KS, n˜ao uma fun¸c˜ao de onda de muitos corpos. Para que | eΨi e |Ψi apenas sejam diferentes perto da regi˜ao do caro¸co, escrevemos a expans˜ao

T = 1 +X

R

ˆ

TR, (2.47)

onde ˆTR ´e n˜ao nulo apenas em alguma regi˜ao da esfera de aumento ΩR, que delimita o ´atomo R. ´E ´util,

(28)

| eΨi =X

i

| eφii ci, em ΩR, (2.48)

onde os coeficiente podem ser calculados por meio do produto interno com uma fun¸c˜oes projetoras |pii:

ci = hpi| eΨi, (2.49)

onde hpi| eφji = δij. As fun¸c˜oes de ondas parciais de todos os el´etrons, |φii = T | eφii, s˜ao escolhidas para

serem solu¸c˜oes da equa¸c˜ao de Sch¨odinger de Kohn-Sham para um ´atomo isolado. Assim, sintetizando, a tranforma¸c˜ao T ´e especificada por trˆes quantidades:

1. Um conjunto de fun¸c˜oes parciais de todos os el´etrons |φii

2. Um conjunto de pseudo-ondas parciais | eφii

3. Um conjunto de fun¸c˜oes projetoras |pii

e podemos escrevˆe-la como

T = 1 +X i  |φii − | eφii  hpi|. (2.50)

Fora da regi˜ao ΩR, as pseudo-ondas parciais s˜ao iguais a fun¸c˜ao de onda parcial de todos os el´etrons,

como vimos na figura 2.3. Dentro da esfera, elas podem ser qualquer fun¸c˜ao suave e cont´ınua, como uma combina¸c˜ao linear de polinˆomios ou fun¸c˜oes de Bessel. Ainda, no m´etodo PAW, assume-se que o caro¸co est´a ”congelado”, uma vez que os estados do caro¸co s˜ao ditos n˜ao serem afetados pelo ambiente do ´ıon.

2.4.4

Aproxima¸

ao de superc´

elula

Em sistemas peri´odicos perfeitos, temos que fornecer a rede de Bravais e as posi¸c˜oes dos ´ atomos-base na c´elula unit´aria, e o cristal ´e gerado por repeti¸c˜ao dela em todas as dire¸c˜oes cristalogr´aficas. Fizemos uso do XcrySDen [20], um programa de visualiza¸c˜ao de estruturas cristalina e molecular, para observarmos as estruturas dos fosforenos pristino e com defeito de hidroxila. A quest˜ao que surge ´e: Como podemos descrever, uma vez que formam sistemas n˜ao peri´odicos? A solu¸c˜ao ´e utilizar a aproxima¸c˜ao de superc´elula. Em vez de utilizarmos a c´elula unit´aria do fosforeno pristino (fosforeno perfeito), utilizaremos uma c´elula unit´aria maior, na qual colocamos o defeito. Isso ser´a melhor discutido no cap´ıtulo 3. Essa c´elula maior, chamada superc´elula, ´e repetida em todas as dire¸c˜oes de modo que, se o tamanho da superc´elula ´e grande o suficiente, as intera¸c˜oes entre os defeitos nas c´elulas vizinhas podem ser desprezadas e n´os voltamos ao caso de um defeito isolado que queremos. A figura 2.4(a), esquerda, mostra uma superc´elula do fosforeno com defeito de hidroxila pendente. A 2.4(a), direita, mostra a superc´elula repetida em todas as dire¸c˜oes no plano do fosforeno. As distˆancias entre um ´atomo de oxigˆenio e seu vizinho s˜ao suficientes para que as intera¸c˜oes entre eles sejam desprezadas. Para as outras configura¸c˜oes, que veremos no pr´oximo cap´ıtulo, as distˆancias s˜ao tais que as intera¸c˜oes tamb´em s˜ao minimizadas.

(29)

19 Al´em disso, para os c´alculos realizados, ´e importante que haja um v´acuo na dire¸c˜ao perpendicular ao plano do fosforeno, para que n˜ao haja intera¸c˜oes entre os ´atmos de um plano com o plano superior. Para os nossos c´alculos, foi dado um v´acuo de 15,00 ˚A [1], conforme est´a ilustrado na figura 2.4(b).

(a)

(b)

Figura 2.4:Em (a) vemos o fosforeno com radical hidroxila (´atomo de oxigˆenio, vermelho, ligado ao de hidrogˆenio, azul) pendurado ou pendente a um ´atomo de f´osforo (amarelo), formando uma superc´elula; e sua expans˜ao no plano do fosforeno. Cada ´atomo de oxigˆenio distam do seu vizinho 9,85 ˚A e 13,88 ˚A nas dire¸c˜oes horizontal e vertical, respectivamente. Em (b) est´a ilustrado a repeti¸c˜ao dela na dire¸c˜ao ˆz. A distˆancia entre os ´atomos de oxigˆenio na dire¸c˜ao paralela ao plano do fosforeno ´e de 9,85 ˚A.

(30)

Cap´ıtulo 3

Resultados

Nesta parte do trabalho mostraremos os resultados obtidos, todos partindo de primeiros princ´ı-pios. A ideia ´e compreender o que ocorre com o fosforeno quando oxidado e observar suas propriedades eletrˆonicas. Nosso trabalho come¸cou com c´alculos feitos em uma pequena c´elula com quatro ´atomos na base: dois de f´osforo e dois de nitrogˆenio. Fizemos c´alculos com esses ´atomos apenas permutando as po-si¸c˜oes de dois deles, PNPN e PPNN. O objetivo foi o de obter o valor da energia cin´etica de corte para as fun¸c˜oes de onda numa base de ondas planas para o qual a diferen¸ca de energia total dos dois sistemas con-vergem. Esse valor para energia de corte foi encontrado como sendo 70 Ry. O mesmo tipo de abordagem foi usada para encontrar o valor ideal da distˆancia entre uma camada e outra do fosforeno, o parˆametro c da c´elula unit´aria, que est´a na dire¸c˜ao perpendicular ao plano do fosforeno. Em seguida, ampliamos a nossa c´elula para uma rede 4x3x1 (superc´elula), composta por 36 ´atomos de f´osforo, baseando-nos em [1, 2]. Reproduzimos alguns c´alculos desse paper para iniciar o aprendizado com o QUANTUM ES-PRESSO [9]. Observamos a concordˆancia dos resultados com o fosforeno nas estruturas pristino (apenas ´

atomos de f´osforo) e em seus defeitos de oxigˆenio nas estruturas pendente, pontes horizontal e intersticial. Nosso objetivo ´e, usando c´alculos ab-initio, entender o que ocorre com a estrutura do fosforeno quando o defeito passa a ser o radical OH, que pode vir da ´agua, de mistura dos gases hidrogˆenio e oxigˆenio ou de mistura da ´agua com esses gases. Al´em disso tamb´em nos ´e de igual importˆancia compreender as propriedades eletrˆonicas dos mesmos. As figuras 3.1(a) e 3.1(b) mostram, respectivamente, uma unidade do fosforeno com os vetores primitivos da rede de Bravais e com a BZ e seus pontos de alta simetria (Γ, X, S e Y ) usados para o c´alculo da estrutura de bandas de energia. A figura 3.1(b) mostra o caminho na BZ [2, 6]. Repare que quanto maior o tamanho dos vetores primitivos da rede de Bravais, menores ser˜ao os vetores da rede rec´ıproca, ou seja, os pontos k sobre estes se tornam mais densos. Temos ent˜ao que os vetores da rede de Bravais s˜ao, em ˚A,

~a1= (18.62, 0.00) e ~a2= (0.0, 26, 22), (3.1)

Na figura 3.2 mostramos o fosforeno pristine em maior detalhe. A altura entre um plano e outro de ´atomos de f´osforo ´e de 2,10 ˚A. Na figura 3.3 mostramos a estrutura de bandas do fosforeno pristine. O gap de energia ´e de 0,9 eV, que est´a em conformidade com [6]. Podemos notar, ainda, que o gap ´e

(31)

21

(a) (b)

Figura 3.1: Na figura da esquerda temos a c´elula unit´aria primitiva do fosforeno pristine com sua c´elula unit´aria convencional com 4 ´atomos na base (com c´ırculos escuros sobre eles). Os vetores a1e a2 s˜ao os vetores primitivos

da rede de Bravais. Na figura da direita temos a primeira zona de Brilloiun, com seus pontos de alta simetria. Nela tamb´em est˜ao representados os m´odulos dos vetores primitivos da rede rec´ıproca.

direto no ponto Γ.

(a) (b) (c)

Figura 3.2: Fosforeno pristine visualizado a partir de trˆes perspectivas distintas. Note o espa¸camento entre os planos e como cada ´atomo de f´osforo permanece em seus respectivos planos.

(32)

Figura 3.3: Estrutura de bandas de energia do fosforeno pristine. As linhas azuis indicam os n´ıveis de energia preenchidos pelos el´etrons, enquanto que as vermelhas indicam os n´ıveis desocupados em T = 0 K. No eixo horizontal mostramos os pontos de alta simetria da primeira zona de Brillouin indicados na figura 3.1(b).

Na referˆencia [1] foram feitos c´alculos de primeiros princ´ıpios para o fosforeno ligado a ´atomos de oxigˆenio. Eles estudaram essas liga¸c˜oes como trˆes tipos de defeitos: pendente e pontes horizontal e intersticial. Eles obtiveram energia de liga¸c˜ao de -2,08 eV para o pendente, e 0,01 eV e -1,66 eV para as pontes horizontal e intersticial, respectivamente. Nesse trabalho, vamos repetir os c´alculos para essas trˆes configura¸c˜oes, considerando, agora, o radical hidroxila (OH), que tamb´em pode ser um agente da oxida¸c˜ao do fosforeno.

(33)

23

(a) (b)

(c)

Figura 3.4: O Fosforeno com defeito de hidroxila pendente em diferentes perspectivas. Os ´atomos de f´osforo s˜ao amarelos, o oxigˆenio ´e vermelho e o hidrogˆenio, azul.

A figura 3.4 mostra o defeito de hidroxila pendente, que ´e o tipo de defeito em que o radical hidroxila fica como se estivesse pendurado a um ´atomo de f´osforo. Esse defeito possui a estrutura mais est´avel, conforme a tabela 3.2. Na figura 3.5 mostramos a estrutura de bandas para este sistema. Podemos observar um n´ıvel n˜ao dispersivo dentro do gap (na cor verde), que ´e devido ao radical hidroxila. Note,

(34)

ainda, que se n˜ao houvesse essa banda a estrutura seria semelhante `a da figura 3.3. A liga¸c˜ao O-P, melhor mostrada na figura 3.4(b), foi aumentada de 0,39 ˚A em rela¸c˜ao ao ´atomo de f´osforo participante da liga¸c˜ao, uma vez que ele sofreu um arrasto para dentro do plano de 0,22 ˚A; a distˆancia final entre eles ´e de 1,64 ˚A. A distˆancia entre os ´atomos O-H praticamente n˜ao ´e alterada, diminui de 0,02 ˚A. Ali´as, isto se repete nas outras configura¸c˜oes tamb´em.

Figura 3.5: Estrutura de bandas de energia do fosforeno com defeito de hidroxila pendente. As linhas azuis indicam os n´ıveis de energia preenchidos, enquanto que as vermelhas indicam os n´ıveis desocupados em T = 0 K. O nivel verde indica que est´a preenchido com apenas um el´etron.

A pr´oxima estrutura, chamada de ponte horizontal, est´a mostrada na figura 3.6. Temos o caso que a hidroxila n˜ao ligou ao fosforeno, mantendo a distˆancia de 2,13 ˚A com cada ´atomo de f´osforo participante. Repare no valor da energia de liga¸c˜ao na tabela 3.2. Ele indica que ´e necess´ario que aquela energia seja dada ao sistema para que a hidroxila se ligue ao fosforeno, e esse valor ´e alto. Logo, n˜ao ´e uma estrutura favor´avel. Os ´atomos de f´osforo, que se ligariam ao radical, se afastam um do outro de 0,21 ˚

A, no plano do fosforeno. A distˆancia final entre esses ´atomos de f´osforo ´e de 3,25 ˚A. ´E, ainda, poss´ıvel notar, pela figura 3.6(b), o quanto o plano do fosforeno entorta um pouco. Na figura 3.7, notamos que h´a uma banda de energia com um el´etron desemparelhado, que assim como no caso do defeito pendente, pode pertencer ao radical. No entanto, esse n´ıvel ´e mais dispersivo que o do pendente.

(35)

25

(a) (b)

(c)

Figura 3.6: O fosforeno com defeito de hidroxila formando uma ponte horizontal visualizado em trˆes perspectivas diferentes.

(36)

Figura 3.7: Estrutura de bandas de energia do fosforeno com defeito de hidroxila numa ponte horizontal. As linhas azuis indicam os n´ıveis de energia preenchidos com el´etrons emparelhados, enquanto que as vermelhas indicam os n´ıveis desocupados, em T = 0 K. O n´ıvel verde possui um el´etron desemparelhado.

A figura 3.8 mostra o fosforeno com defeito de hidroxila do tipo ponte intersticial. Nesse caso, o radical est´a entre os planos do fosforeno ligado a um ´atomo de f´osforo de cada plano do fosforeno como bem mostram as figuras 3.8(b) e 3.8(c). O radical empurra os ´atomos de f´osforo participantes da liga¸c˜ao para fora dos respectivos planos e eles ficam alinhados na dire¸c˜ao perpendicular ao plano do fosforeno. As distˆanicas entre os ´atomos est˜ao na tabela 3.1. Os ´atomos de f´osforo, superior e inferior, se afastam de 0,58 ˚A e 0,61 ˚A, mantendo uma distˆancia de 1,76 ˚A e 1,94 ˚A, respectivamente. O arrasto entre os f´osforos ligantes ´e de 1,16 ˚A para longe um do outro. Comparando com os dados da tabela 3.2, essa configura¸c˜ao ´e a menos prov´avel de ocorrer. O fato do radical hidroxila estar posicionado entre os planos do fosforeno faz com que os ´atomos de f´osforo participantes das liga¸c˜oes O-P se afastem para fora do plano. Olhando para figura 3.9, note que, assim como na estrutura de bandas da figura 3.5, h´a uma banda n˜ao dispersiva (que possui o el´etron desemparelhado), o que tamb´em pode indicar o orbital do radical hidroxila.

(37)

27

(a) (b)

(c)

Figura 3.8: Fosforeno com defeito de ponte intesticial visualizado em trˆes perspectivas. Note que o radical hidroxila fica posicionado entre os planos do fosforeno.

(38)

Figura 3.9: Estrutura de bandas de energia do fosforeno com defeito de hidroxila numa ponte intersticial. As linhas azuis indicam os n´ıveis de energia preenchidos pelos el´etrons, enquanto que as vermelhas indicam os n´ıveis desocupados, em T = 0 K. O n´ıvel verde possui um el´etron desemparelhado.

Tabela 3.1: Distˆancia entre as liga¸c˜oes O-P e O-H, e P-P para o horizontal e instersticial, em ˚A. Os sobrescritos + e − designam os ´atomos de f´osforo ligados ao radical por cima e por baixo, respectivamente, mediante a figura 3.8(b).

Estrutura O-P O-H P-P

Pendente 1,64 0,98

Horizontal 2,13 0,98 3,25 Intersticial+ 1,76 1,00 3,43 Intersticial− 1,94

A tabela 3.2 indica os valores da energia de liga¸c˜ao EL do radical hidroxila para cada um dos

trˆes defeitos. Consideramos trˆes cen´arios poss´ıveis para adi¸c˜ao do radical OH ao fosforeno. No primeiro, imaginamos o fosforeno num ambiente com mol´eculas de ´agua e de oxigˆenio. No segundo, o fosforeno esta num ambiente com mol´eculas ´agua. O produto final ´e que temos o fosforeno ligado ao radical hidroxila, com a presen¸ca de mol´eculas de H2. Por ´ultimo, o terceiro cen´ario ´e o que apresenta o fosforeno na

(39)

29 (I) Fosforeno +12H2O +14O2−→ Fosforeno-OH.

(II) Fosforeno + H2O −→ Fosforeno-OH +12H2.

(III) Fosforeno +12O2+12H2−→ Fosforeno-OH.

Nos trˆes casos a energia de liga¸c˜ao EL pode ser calculadas pela express˜ao abaixo:

EL= Eox− Ep+ αEH2O+ βEO2+ γEH2, (3.2)

onde Eox, Ep, EH2O, EO2 e EH2 s˜ao as energias totais do fosforeno oxidado, do fosforeno pristine, e

das mol´eculas de ´agua, oxigˆenio e hidrogˆenio, respectivamente, e α, β e γ s˜ao n´umeros reais tais que no cen´ario (I), α = 1/2, β = 1/4 e γ = 0; no cen´ario (II), α = 1, β = 0 e γ = −1/2; no cen´ario (III) , α = 0, β = 1/2 e γ = 1/2.

Tabela 3.2: Energia de liga¸c˜ao ELem eV para o fosforeno com defeito de hidroxila: pendente, pontes horizontal

e intersticial.

Cen´ario

(I) (II) (III)

Pendente −0, 01 1, 24 −1, 26 Horizontal 0, 87 2, 12 −0, 38 Intersticial 1, 23 2, 48 −0, 02

Portanto, podemos ver que a configura¸c˜ao mais prov´avel de ocorrer ´e a do defeito pendente, num ambiente com O2 e H2. Ali´as, ela pode ocorrer em qualquer ambiente. O defeito de ponte intersticial ´e

o que tem menor probabilidade de ocorrer em qualquer ambiente. O defeito de ponte horizontal tem a segunda maior chance de ocorrer, tamb´em em qualquer ambiente.

(40)

Cap´ıtulo 4

Conclus˜

oes

Realizamos c´alculos ab initio usando a Teoria do Funcional Densidade para determinar as propri-edades estruturais e eletrˆonicas de radicais hidroxila ligados ao fosforeno. Conclu´ımos que ´e mais prov´avel que num ambiente em que h´a mol´eculas de O2e de H2o fosforeno se ligue a um radical hidroxila formando

um defeito pendente. Calculamos que a energia de liga¸c˜ao dessa configura¸c˜ao ´e de -1,26 eV. Al´em disso, calculamos sua estrutura de bandas e constatamos que h´a um gap de 0,94 eV no ponto Γ de alta simetria da primeira zona de Brillouin. Notamos que a banda de menor energia desocupada pode ser referente ao orbital do radical OH, que pode servir como doador e/ou receptor de el´etrons. Portanto, o fosforeno oxidado ´e um semicondutor com um gap direto de energia de 0,94 eV. Quanto as outras configura¸c˜oes, elas s˜ao pouco prov´aveis de ocorrer ou, talvez, podem n˜ao existir. No caso do defeito ponte intersticial vimos que ou o radical n˜ao est´a ligado ao fosforeno ou ele est´a ligado ao ´atomo de f´osforo superior, do ponto de vista da figura 3.8(b), se mantendo entre os planos do fosforeno. Vimos tamb´em que h´a uma banda semelhante ao caso do defeito pendente, o que corrobora que ele pode estar ligado ao ´atomo referido, embora seja a configura¸c˜ao que tenha maior energia de liga¸c˜ao. O fosforeno com defeito ponte horizontal, apresenta um gap direto tamb´em, por´em menor que o caso fosforeno pristine. Vimos que o radical efetivamente n˜ao se liga ao fosforeno.

(41)

Referˆ

encias Bibliogr´

aficas

[1] ZILETTI, A.; CARVALHO, A.; CAMPBELL, D.; COKER, D.; NETO, A. C. Oxygen defects in phosphorene. Physical review letters, v. 114, n. 4, p. 046801, 2015.

[2] ZILETTI, A.; CARVALHO, A.; CAMPBELL, D.; COKER, D.; NETO, A. C.

Sup-plemental material for: ”oxygen defects in phosphorene”, 2015. Dispon´ıvel em: http://link.aps.org/supplemental/10.1103/PhysRevLett.114.046801.

[3] Ciˆencia dos materiais, 2012. Dispon´ıvel em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ciˆencia dos materiais. [4] SIMON, S. H. The oxford solid state basics. Oxford University Press, 2013.

[5] CHURCHILL, H. O.; JARILLO-HERRERO, P. Two-dimensional crystals: Phosphorus joins the family. Nature nanotechnology, v. vol. 9, n. 5, p. 330–331, 2014.

[6] TOM ´ANEK, D. Informal phosphorene symposium. 2014. pp. xii-xiii.

[7] REICH, E. S. Phosphorene excites materials scientists. Nature, London, v. 506, n. 7486, p. 19, 2014. [8] YANG, T.; DONG, B.; WANG, J.; ZHANG, Z.; GUAN, J.; KUNTZ, K.; WARREN, S. C.; TOM ´ A-NEK, D. Interpreting core-level spectra of oxidizing phosphorene: Theory and experiment. Physical Review B, v. 92, n. 12, p. 125412, 2015.

[9] GIANNOZZI, P.; BARONI, S.; BONINI, N.; CALANDRA, M.; CAR, R.; CAVAZZONI, C.; CERE-SOLI, D.; CHIAROTTI, G. L.; COCOCCIONI, M.; DABO, I.; Dal Corso, A.; DE GIRONCOLI, S.; FABRIS, S.; FRATESI, G.; GEBAUER, R.; GERSTMANN, U.; GOUGOUSSIS, C.; KOKALJ, A.; LAZZERI, M.; MARTIN-SAMOS, L.; MARZARI, N.; MAURI, F.; MAZZARELLO, R.; PAOLINI, S.; PASQUARELLO, A.; PAULATTO, L.; SBRACCIA, C.; SCANDOLO, S.; SCLAUZERO, G.; SEITSONEN, A. P.; SMOGUNOV, A.; UMARI, P.; WENTZCOVITCH, R. M. Quantum espresso: a modular and open-source software project for quantum simulations of materials. Journal of Physics: Condensed Matter, Bristol, v. 21, n. 39, p. 395502 (19pp), 2009. http://www.quantum-espresso.org. [10] PERDEW, J.; BURKE, K.; ERNZERHOF, M. Phys rev lett 77: 3865. Errata:(1997) Phys Rev

Lett, v. 78, p. 1396, 1996.

[11] BL ¨OCHL, P. E. Projector augmented-wave method. Physical Review B, v. 50, n. 24, p. 17953, 1994. [12] MADELUNG, O. Introduction to solid-state theory. Springer Science & Business Media, 1996.

(42)

[13] ASHCROFT, N. W.; MERMIN, N. D. Solid state physics. Thomson, 1976.

[14] MARTIN, R. M. Electronic structure: basic theory and practical methods. Cambridge University Press, 2004.

[15] MENEZES, M. G. Electronic and structure properties of graphene. 2013. Tese (Doutorado em F´ısica) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de F´ısica, Programa de P´os-Gradua¸c˜ao em F´ısica, Rio de Janeiro, 2013.

[16] HOHENBERG, P.; KOHN, W. Inhomogeneous electron gas. Physical review, v. 136, n. 3B, p. B864, 1964.

[17] KOHN, W.; SHAM, L. J. Self-consistent equations including exchange and correlation effects. Phy-sical Review, New York, v. 140, n. 4A, p. A1133, 1965.

[18] PERDEW, J. P.; ZUNGER, A. Self-interaction correction to density-functional approximations for many-electron systems. Physical Review B, v. 23, n. 10, p. 5048, 1981.

[19] MONKHORST, H. J.; PACK, J. D. Special points for brillouin-zone integrations. Physical Review B, v. 13, n. 12, p. 5188, 1976.

[20] KOKALJ, A. Xcrysden: a new program for displaying crystalline structures and electron densities. Journal of Molecular Graphics and Modelling, v. 17, n. 3, p. 176–179, 1999.

Referências

Documentos relacionados

Os testes de desequilíbrio de resistência DC dentro de um par e de desequilíbrio de resistência DC entre pares se tornarão uma preocupação ainda maior à medida que mais

Há usos complementares, como a produção de energia e o controle de enchentes; há usos que competem entre si, como o abastecimento público e a diluição de dejetos; há usos que

e l final de Una Política Pública : análisis del ciclo Político del Proyecto destinos indUctores Para el desarrollo tUristico regional (didtr) – b rasil ...496 María Belén

15, estão representados os teores médios de safrol contido em óleo essencial obtido, no decorrer do progresso de extração, da biomassa aérea de pimenta longa procedente de cultivos

As técnicas são baseadas em descontinuidade: detecção de pontos isolados, detecção de linhas e detecção de bordas, e similaridade: limiares (Thresholding), crescimento de

Foram incluídos no estudo os portadores de cirrose hepática e carcinoma hepatocelular diagnosticado pelos critérios da EASL ( European Association for the Study of the Liver ). Após

grandiflora por estaquia, foram avaliados dois ambientes (viveiro e ambiente / condições de ocorrência natural), assim como o efeito do hormônio de enraizamento, o ácido

Algumas sementes e castanhas vão ficar só nessa etapa de hidratação pois já passaram por um processo térmico no caso de algumas castanhas e nozes, outras sementes descascadas