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Fatores associados a mortalidade na hemorragia digestiva alta

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Arquivos de Gastroenterologia

FACTORS

ASSOCIATED

TO

MORTALITY

IN

UPPER

GASTROINTESTINAL BLEEDING

Fatores associados a mortalidade na hemorragia digestiva alta

João Marcelo da Silva Merlim¹

Marianges Zadrozny Gouvea Costa2,3,4

1Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL, Universidade de Medicina, Palhoça,

SC, Brasil

2Mestrado em Gastroenterologia Clínica pela Universidade de São Paulo (2008) – USP,

São Paulo, SP, Brasil

3Doutorado em Gastroenterologia Clínica pela Universidade de São Paulo (2015) – USP,

São Paulo, SP, Brasil

4Especialista em Gastroenterologia.

Endereço eletrônico (e-mail) e telefone dos autores

¹joao.merlin13@gmail.com; (48) 996537112

²marianges.costa@gmail.com; (48) 984457000

ORCID¹: https://orcid.org/0000-0003-0625-336X

PALHOÇA 2019

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Fatores associados a mortalidade na hemorragia digestiva

alta

Factors associated to mortality in upper gastrointestinal

bleeding

João Marcelo Merlim¹, Marianges Zadrozny Gouvea Costa²

ABSTRACT – Background – The upper gastrointestinal bleeding is originated above

the Treitz angle and may be caused by a variceal or a non-variceal bleeding. The upper gastrointestinal bleeding world annual incidence is about 89,8/100.000 individuals and leads to around 16% mortality. Many factors are associated to the clinical presentation and evolution therefore they need special attention, due to the risk of worse outcome.

Objective – The aims of these research were to investigate the prevalence and which

factors are associated to mortality from upper gastrointestinal bleeding. Methods – A cross-sectional study was performed and data were obtained from medical records of the period of 2011 to 2018 at the Baía Sul Hospital in Florianópolis. Results – A total of 94 patients were included; these, 22% died. The comorbidities associated with death from upper gastrointestinal bleeding were, the presence of valvopathy (100%, p = 0.008), pulmonary disease (71,4%, p = 0.001) and neoplasms (50%, p = 0.014). The need for blood transfusion, rebleeding and intensive care unit stay were also associated with high rates of mortality (38.6%, 48,3% and 42,5%, p < 0.001). Scores on Rockall scale were related to the risk of dying from upper gastrointestinal bleeding (p = 0.025). In the upper digestive endoscopy examination, signs of portal hypertension (42,8%, p = 0.0578) were more frequent in those who died. Conclusion - The upper gastrointestinal bleeding mortality between 2011 and 2018 at the Baía Sul Hospital in Florianópolis was 22%. The factors associated to mortality from the upper gastrointestinal bleeding were the presence of comorbidities, intensive care unity stay, rebleeding, blood transfusion and larger scores on the Rockall scale.

KEY-WORD: Upper gastrointestinal bleeding. Mortality. Prevalence. Endoscopy.

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Contexto - A Hemorragia Digestiva Alta é o sangramento originado acima do ângulo de Treitz,e pode ser de causa varicosa ou não-varicosa. Apresenta uma incidência anual de 89,8/100.000 indivíduos no mundo com média de mortalidade entre as duas causas de aproximadamente 16%. Diversos fatores associados aos quadros clínicos requerem observação especial, pois, podem piorar o prognóstico do sangramento. Objetivo - Conhecer a prevalência e os fatores associados a mortalidade hospitalar por hemorragia digestiva alta. Método - Estudo transversal de prevalência da mortalidade por hemorragia digestiva alta no período de 2011 a 2018. Os dados foram obtidos a partir de prontuários de domínio do Hospital Baía Sul, em Florianópolis. Resultados – Um total de 94 pacientes foram incluidos, destes, 22% evoluiram ao óbito. As comorbidades associadas ao óbito por hemorragia digestiva alta foram, a presença de valvulopatia (100%, p = 0,008), doença pulmonar (71,4%, p = 0.001) e neoplasias (50%, p = 0.014). Necessidade de transfusão sanguínea, ressangramento e internação em unidade de tratamento intensivo, se associaram a mortalidade por hemorragia digestiva alta (38,6%, 48,3% e 42,5%, p < 0,001). A pontuação no escore de Rockall também está relacionada ao maior risco de óbito (p = 0.025). No exame de endoscopia digestiva alta, sinais de hipertensão portal (42,8%, p = 0,0578) são mais frequentes nos pacientes que evoluíram a óbito.

Conclusão – A prevalência da mortalidade por hemorragia digestiva alta entre o período

de 2011 e 2018 no Hospital Baía Sul de Florianópolis foi de 22%. Os fatores associados a mortalidade na hemorragia digestiva alta foram: comorbidades, internação em unidade de tratamento intensivo, ressangramento, necessidade de transfusão sanguínea e maior pontuação escore de Rockall.

Palavras-chave: Hemorragia Digestiva Alta. Mortalidade. Prevalência. Endoscopia. Introdução

A Hemorragia Digestiva Alta (HDA) é uma das mais importantes condições de atendimento nos serviços de emergência1, com incidência anual de aproximadamente 89,8/100.000 pessoas no mundo2 e com mortalidade que pode chegar a 13% na HDA não varicosa3 e até 20% na HDA varicosa4. A HDA é definida como sangramento originado do tubo digestivo proximal ao ângulo de Treitz5. O sangramento, clinicamente significativo, pode ser compreendido principalmente por presença de hematêmese, vômitos com conteúdo em borra de café e melena6. Tradicionalmente a HDA é dividida

em varicosa e não-varicosa, devido a significante diferença em relação ao prognóstico associado a cada categoria7.

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A principal causa de HDA varicosa é a hipertensão portal, um distúrbio hemodinâmico decorrente principalmente da cirrose8. A hipertensão portal é definida como um aumento do gradiente de pressão portal, que resulta em formação de vias colaterais porto-sistêmicas e na consequente formação de varizes gastresofágicas, as quais dependendo do seu tamanho e sinais de cor vermelha tem a possibilidade de romper e gerar o sangramento9. Já a HDA não-varicosa possui diversas etiologias. As principais causas estão associadas a úlcera péptica, duodenal, gástrica, gastroduodenite, lesões esofágicas e má formação vascular10. A fisiopatologia das lesões pépticas estão muito relacionadas ao H.pylori e ao uso de anti-inflamatórios não esteroidais sistêmicos (AINES) que, por sua vez, causam uma falha da mucosa pela produção de citotoxinas ou pela alteração da ciclooxigenase-2 que leva a um prejuízo estrutural da mucosa11.

Devido à perda de sangue, algumas repercussões clínicas se apresentam, dentre elas, a instabilidade hemodinâmica, que se reflete por alterações nos níveis de pressão arterial e frequência cardíaca; a anemia que pode levar a necessidade de transfusão sanguínea de concentrado de hemácias, onde a estratégia restritiva demonstrou-se mais eficaz em estudo recente (transfusão indicada em níveis de hemoglobina <7 objetivando valores entre 7-9 de hemoglobina sérica)12; a necessidade de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que deve ser adotada quando o paciente necessita intervenções de suporte a vida, com alta probabilidade de recuperação e sem limitações de suporte terapêutico13.

Um desafio precoce na evolução inicial do paciente é definir se a HDA tem um caráter severo ou benigno14, com o objetivo de otimizar e direcionar os melhores recursos para cada paciente individualmente, a fim de proporcionar uma terapêutica mais eficaz. O escore de Rockall é uma boa opção para determinar a diferença entre a HDA severa ou benigna, com base nos achados clínicos e no diagnóstico endoscópico15 e, conforme a etiologia e o achado endoscópico, pode-se estratificar o risco de ressangramento com base na classificação de Forrest16 para doenças úlcerosas.

Dentre os fatores associados a maior gravidade da HDA, estão o uso de anticoagulantes, anti-agregante plaquetários e AINES. Estudo que incluiu 114.835 pacientes demonstrou que o uso de anticoagulantes, juntamente com outras drogas gastrotóxicas, como os AINES, determinaram risco maior de HDA e pior prognóstico17.

Outro fator que influencia no risco de mortalidade é a idade avançada, 37% de mortalidade entre os pacientes acima de 40 anos comparado com os 28% do pacientes

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abaixo desta idade. Já a realização de endoscopia se mostrou um fator de melhor prognóstico visto que a mortalidade foi de 55% para pacientes que não realizaram endoscopia contra 12% entre aqueles que realizaram o procedimento. Em relação ao sexo não houve diferença significativa para o desfecho final de óbito, 33% para o sexo masculino e 32% para o sexo feminino18. Outras variáveis como ressangramento (mortalidade de 40%) e presença de comorbidades (87% de mortalidade), mostram-se assim fatores de risco significativo para maior mortalidade19.

Embora a taxa de mortalidade ainda seja consideravelmente alta, vem diminuindo em decorrência da evolução terapêutica, bem como o avanço nas técnicas de intervenção endoscópica e radiológica20-22. Pelas diferentes etiologias da enfermidade, seja ela varicosa ou não-varicosa, diversos fatores devem ser levados em consideração quando se analisa o paciente portador de HDA, pois podem agravar significativamente o quadro clínico, sejam a idade elevada, o uso de anticoagulantes e de AINES, e a presença de comorbidades que de fato já se mostraram prejudiciais ao portador de HDA23. Este

estudo visa analisar variáveis clínicas e achados endoscópicos no paciente que se apresenta com HDA. Os achados desde estudo podem contribuir para a definição de triagem, diagnóstico e terapêuticamais específicos e efetivos. Com base nesses dados e na condição da enfermidade, este estudo definiu o seguinte objetivo: conhecer a prevalência e os fatores associados a mortalidade hospitalar por HDA.

Métodos

Trata-se de um estudo transversal realizado no Hospital Baía Sul, na cidade de Florianópolis/SC. A população estudada foi composta por pacientes atendidos por HDA, no o período entre Janeiro/2011 e Julho/2018. Um total de 94 prontuários, sendo uma amostra não probabilística, foram inclúidos na pesquisa. Os critérios de inclusão foram, pacientes acima de 18 anos de idade, com exteriorização de hematêmese e/ou melena e foram excluídos pacientes admitidos com sintomas de Hemorragia Digestiva Baixa. A coleta de dados deu-se exclusivamente por meio da análise de prontuários, em meio eletrônico. Para variável dependente “mortalidade” (óbito/não-óbito), foi considerado “óbito” associado a HDA. As variáveis independentes foram, características demográficas: sexo (masculino/feminino), idade categorizados em faixas etárias: (18-35 anos/36-60 anos/61-74 anos/75-85 anos/86 a 100 anos); características clínicas: comorbidades (sim(quais)/não), AINES (sim/não), anticoagulantes (sim/não) ou antiagregante plaquetário (sim/não), outros medicamentos (quais) frequência cardíaca na

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admissão hospitalar (≤100/>100), medida de pressão arterial sistólica (≤100/>100), necessidade de transfusão sanguínea (sim/não), ressangramento (sim/não), internação na UTI (sim/não); e características endoscópicas origem do sangramento: esôfago (diagnóstico); estômago (diagnóstico); duodeno (diagnóstico), classificação de Forrest16 (I/ IIA-IIB/ IIC-III), exame endoscópico (sim/não), escore de Rockall24 (1,2,3,4,5,6,7,8).

Os dados foram tabulados no software Windows Excel. Para a análise dos dados foi utilizado o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS).

Version 18.0. [Computer program]. Chicago: SPSS Inc; 2009. Os dados qualitativos

foramapresentados na forma de frequências simples e relativa. O teste qui-quadrado ou prova exata de Fisher foi utilizado para analisar a associação entre variáveis categóricas de HDA para óbito. Foi considerado nível de significância o valorde p≤0,05 e a medida de associação foi Razão de Prevalência (RP), com os respectivos Intervalos de Confiança 95% (IC95%) obtidas com a regressão de Poisson com estimador robusto.

O projeto foi aprovado pelo CEP- Unisul sob o parecer CAAE: 93528418.3.0000.5369. Os pesquisadores declaram ausência de conflito de interesses.

Resultados

Dos 94 pacientes incluídos em estudo e atendidos com HDA no Hospital Baía Sul no período de Janeiro/2011 e Julho/2018, 22% evoluiram à óbito. Os aspectos demográficos relacionados a mortalidade na hemorragia digestiva alta estão descritos na

Tabela 1. Houve 53,8% de óbito na faixa etária entre 86 a 100 anos (RP = 4,85), seguido

de 30,4% na faixa de 75 – 85 anos (RP = 2,74), quando comparada a faixa etária de 18 a 35 (11,1%) (valor de p = 0,016). Em relação ao óbito entre homens e mulheres não houve diferença significativa, sendo de 31,4% em mulheres (RP = 1,85 IC 95% 0,25 – 1,19) e 16,9% entre os homens.

A Tabela 2 apresenta a análise sobre a presença de comorbidades e uso de medicamentos. Das comorbidadeds estudadas, associaram-se significativamente a mortalidade, a ocorrência de valvulopatia, aonde se verificou 100% de óbito (RP = 4,84 IC 95% 3,24 – 7,22), seguido de 71,4% de óbito nos portadores de doença pulmonar (RP = 3,88 IC 95% 2,04 – 7,40) e 50% nos pacientes com diagnóstico de neoplasia (RP = 2,73 IC 95% 1,32 – 5,65). Nenhum dos medicamentos estudados determinou diferença estatística associado ao desfecho, óbito.

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Sobre os aspéctos clínicos, descritos na Tabela 3, o óbito associou-se significativamente à necessidade de transfusão sanguínea, ressangramento e internação em UTI, com percentuais de 38,6% (RP = 4,83 IC 95% 1,75 – 13,27), 48,3% (RP = 4,48 IC 95% 2,02 – 9,92) e 42,5% (RP = 5,73 IC 95% 2,09 – 15,74), respectivamente.

A análise sobre os achados de endoscopia digestiva alta encontra-se descrita na Tabela 4. A variável que traz significância estatística são os achados de risco para ressangramento IIa e IIb encontrados na classificação de Forrest com frequência de mortalidade de 100% (RP = 4,69 IC 95% 2,89 – 7,60). O achado de hipertensão portal, apesar de não atingir significância estatística, foi mais frequente nos pacientes que evoluíram a óbito, 42,8% (RP = 2,33 IC 95% 1,00 – 5,43). Já os outros achados identificados ao exame endoscópico não se mostraram associados ao desfecho. A váriavel “escore de Rockall” demonstrou a maior relação com o óbito (66,7%) no escore 8 (RP = 4,66), seguido de 57,1% no escore 6 (RP = 3,99) e por fim, no escore 5, 36,8% (RP = 2,57) quando comparados ao escore 4 (14,4% de óbito) (valor de p = 0,02).

Discussão

A prevalência de mortalidade na hemorragia digestiva alta é considerado elevada (22%) o que reforça a seriedade da condição e exige um conhecimento apurado do médico assistente frente ao problema. Estudos realizados em diversas localidades, como no Canadá, Austrália, Nigéria e Oriente Médio, mostram resultados que variam entre 10 a 17% de óbito3,24-26. Em relação idade e óbito demonstrou-se quase que uma linearidade crescente, diretamente relacionada ao desfecho. A explicação para este número mais elevado neste estudo, pode decorrer do fato de que alguns atendimentos foram realizados em pacientes que já apresentavam doenças graves prévias, como por exemplo, neoplasias disseminadas, cirrose descompensada e doença pulmonar incapacitante, sendo o Hospital Baía Sul, uma referência municipal ao atendimento de pacientes graves por sua disponibilidade de recursos. Consequentemente, os pacientes mais idosos, que apresentam diversas comorbidades tendem a descompensar com o passar do tempo e os insultos à sua homeostase vão se agravando, tanto pela causa da doença em si como também pela terapêutica intervencionista, em grande parte dos pacientes. Estudos34,35 comprovam a idéia de que os pacientes mais idosos apresentam maior taxa de mortalidade por conta de maior fragilidade aos insultos da doença.

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Poderia ser esperada diferença relacionada ao desfecho entre os gêneros, pelo fato de que comorbidades como cirrose e alcoolismo são mais prevalêntes no sexo masculino37. Estas comorbidades, quando presentes, estão associadas ao maior risco do desenvolvimento e agravamento da hemorragia digestiva alta. Possivelmente a diferença esperada não foi observada pela baixa prevalência de cirrose e alcoolismo entre os participantes do estudo.

A respeito da relação entre as comorbidades e o desfecho, as associação mais fortes, no estudo atual, foram a ocorrência de valvulopatias, doença pulmonar e neoplasias, concomitantes à HDA, com mortalidades respectivas de 100, 71 e 50%, estando de acordo com outros estudos internacionais que descrevem maior risco de óbito na presença de comorbidades e exemplificam citando mortalidade relacionada a neoplasia de 56%18. A mortalidade de 30,8%44 associada ao DM é relatada em estudo prévio e é semelhante a frequência de 34,8% de óbito no presente estudo, porém sem significância estatística, o que provavelmente teria sido alcançada com maior número de participantes. A alta prevalência da mortalidade nos portadores de valvulopatia se deve provavelmente ao fato de que os 2 únicos pacientes portadores de valvulopatia no estudo foram a óbito. Já a doença pulmonar crônica está diretamente relacionada a mortalidade, por conta da possível descompensação respiratória durante a internação. Ainda que a cirrose seja a principal causa de hipertensão portal27, o diagnóstico de cirrose não demonstrou significância estatística neste estudo, provavelmente devido a ausência de registro em prontuário, além do fato de ser um estudo retrospectivo, alguma informação pode não ter sido registrada ou podem ter ocorrido situações em que o paciente desconhecia a condição. Em oposição aos achados deste estudo, já está descrito na literatura a associação entre aumento da morbimortalidade na HDA associada a cirrose4,25 com as consequentes formações de hipertensão portal e varizes esofágicas. Em relação às medicações usadas pelos pacientes, previamente ao atendimento pela HDA, não se mostraram associadas ao desfecho, provavelmente pelo fato do uso crônico de AINES, não ter sido diagnosticado pela equipe médica, ou por que, neste estudo retrospectivo, pequena parcela dos participantes relatou uso deste tipo de medicação. No entanto, outros estudos associam o uso crônico de AINES, antiagregante plaquetário e anticoagulantes como contribuintes para um desfecho desfavorável do paciente portador de HDA28-31.

No atendimento primário ao portador de HDA a frequência cardíaca e a pressão arterial sistólica não se mostraram significativas de forma isolada. Entretanto,

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quando associadas ao escore de Rockall apresentam uma boa relação com o prognóstico do paciente, refletindo em maior mortalidade. Em concordância com o estudo em discussão, há pesquisas32,38,39 que evideciam que o risco de mortalidade está diretamente associado ao escore de Rockall mais elevado. Este escore de classificação é importante pelo fato de que intervenções mais agressivas podem ser realizadas em pacientes mais graves, e com isso reduzir o risco de mortalidade e complicações associadas ao quadro. Outros scores como o Glasgow-Blatchford e o AIMS65 não foram analisados porque exames laboratoriais não eram variáveis deste estudo.

As variáveis de necessidade de transfusão sanguínea, ressangramento e internação em UTI estão relacionadas ao desfecho em estudo, provavelmente pelo fato de que cada uma dessas váriaveis esteja diretamente associada com a gravidade do paciente e consequentemente, quando elas estão presentes, refletem a sua má evolução. Associação à evolução desfavorável é semelhante a encontrada em outros artigos19,34,40 sobre estas

váriaveis e reforçam o achado da pesquisa.

Dos 94 pacientes incluídos neste estudo, 78,5% foram submetidos a endoscopia digestiva alta, e em 21% dos pacientes examinados por endoscopia, o sangramento foi decorrente de hipertensão portal. O motivo de que nem todos os pacientes terem realizado o exame de endoscopia digestiva alta por todos os pacientes pode ser explicado por alguns deles apresentarem alto risco para sua realização, como por exemplo, nos casos em que o exame não traria beneficios aos pacientes terminais, ou pacientes em que não foi necessário a realização do exame para a decisão de conduta. Os achados endoscópicos, realizados na maioria dos pacientes atendidos por HDA, demonstraram que os sinais de hipertensão portal são mais frequentes naqueles pacientes que evoluíram a óbito, chegando a níveis próximos a significância estatística (p = 0,057), principalmente pela presença de varizes esofágicas. Em estudo33 com 2200 pacientes, 54% dos sangramentos digestivo de origem alta foram decorrentes de hipertensão portal com consequente formação de varizes, ruptura e desenvolvimento do sangramento, números que reforçam a gravidade da hipertensão portal na HDA. Outro estudo41, com 1929 pacientes pesquisou as diversas causas e o prognóstico dos pacientes com HDA e chegou a conclusão de que pacientes portadores de hipertensão portal apresentaram mortalidade maior quando comparado com HDA de origem não varicosa (9.2% vs. 5.5%, p = 0.002), como também, apresentavam sintomas de hematêmese e melena mais intensos quando comparados com outras etiologias do sangramento. As causas do pior

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prognóstico para a hemorragia digestiva alta varicosa gira em torno tanto da clínica do paciente quanto no perfil biopsicosocial. Pacientes portadores de varizes esofágicas geralmente apresentam outros fatores de risco diretamente relacionados a pior prognóstico clínico, como doença hepática crônica (usuários de drogas, alcoolismo, doenças infecciosas) e nivel socioeconômico vulnerável, com menor acesso a medicina preventiva41,42. Mesmo com o controle do sagramento, os pacientes com varizes esofágicas apresentaram pior prognóstico quando comparados àqueles sangramentos de outras etiologias, provavelmente pelo fato de que esses pacientes apresentavam outras condições agravantes para o quadro, além do sangramento42,43.

As limitações deste estudo relacionam-se com uma amostragem relativamente pequena e possíveis falta de dados nas informações colhidas dos prontuários por tratar-se de um estudo retrospectivo. Frente aos resultados do presente estudo, identifica-se a importância do quadro de HDA como condição em que a gravidade da apresentação reflete em alto risco de óbito. Pelo fato da HDA ser uma condição comum nas unidades de pronto atendimento, apresentar-se em ampla faixa etária, possuir diversas etiologias e associar-se a inúmeras condições, é fundamental a adoção de estratégias de identificação dos fatores de risco para a má evolução destes pacientes. As informações e os achados encontrados nesta pesquisa visam contribuir para produção de protocolos de diagnóstico e conduta eficazes para o atendimento ao paciente acometido pelo Hemorragia Digestiva Alta.

Conclusões

A prevalência da mortalidade associada a hemorragia digestiva alta foi de 22%. Os fatores associados a mortalidade foram a presença de comorbidades, internação em UTI, ressangramento, necessidade de transfusão sanguínea, achados endoscópicos IIa e IIb na Classificação de Forrest e maiores pontuações no Escore de Rockall.

Contribuições dos autores

João Marcelo Merlim: Coleta dos dados e a redação deste artigo. Marianges Zadrozny Gouvea Costa: Redação deste artigo e análise dos dados.

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Agradecimento especial a professora Nazaré Nazário coordenadora da disciplina de trabalho de conclusão de curso da Universidade do Sul de Santa Catarina, Campus Pedra Branca, pelas críticas e contribuições à redação deste artigo.

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(16)

Tabela 1- Análise dos aspectos demográficos relacionados a mortalidade na hemorragia digestiva alta.

RP = Razão de Prevalência; IC = Índice de confiança; P = Pearson.

Váriaveis

Óbito (n%)

RP (IC 95%)

Valor de p

Idade

18 - 35 anos

1 (11,1)

1 (-)

-

36 – 60 anos

2 (8,7)

0,78 (2,46 – 24,99)

0,21

61 – 74 anos

5 (15,4)

1,38 (5,78 – 29,85)

0,40

75 – 85 anos

7 (30,4)

2,73 (13,03 – 42,33)

0,24

86 – 100 anos

7 (53,8)

4,84 (19,64 – 57,14)

0,05

Sexo

Masculino

19 (16,9)

1,85 (0,25 – 1,19)

0,10

Feminino

11 (31,4)

(17)

Tabela 2 – Análise da presença de comorbidades e medicamentos em uso no atendimento à HDA.

RP = Razão de Prevalência; IC = Índice de confiança; P = Pearson; HAS = Hipertensão Arterial Sistêmica; DM = Diabette Mellitus; IRC = Insuficiência Renal Crônica; AINES = Anti-inflamatórios não esteroidais; IECA = Inibidor da enzima conversora de angiotensina; BRA = Bloqueador do receptor de angiotensina.

Váriaveis

Óbito (n%)

RP (IC 95%)

Valor

de p

Comorbidades

Valvulopatia

2 (100)

4,842 (3,24 – 7,22)

0,01

Cardiopatia

5 (16,7)

0,667 (0,27 – 1,64)

0,36

Vasculopatia

4 (23,5)

1,066 (0,41 – 2,76)

0,89

HAS

12 (27,9)

1,581 (0,73 – 3,39)

0,23

Cirrose

4 (36,4)

1,775 (0,73 – 4,32)

0,23

DM

8 (34,8)

1,900 (0,90 – 4,00)

0,09

Neoplasias

6 (50)

2,733 (1,32 – 5,65)

0,01

IRC

2 (40)

1,874 (0,59 – 5,88)

0,33

Doença Pulmonar

5 (71,4)

3,884 (2,03 – 7,39)

0,001

Doença Péptica

1 (20)

0,890 (0,14 – 5,35)

0,89

Medicações em uso

AINES

0

-

-

Anticoagulantes

2 (28,6)

1,308 (0,38 – 4,50)

0,68

Anti agregante

Plaquetário

5 (20,8)

0,911 (0,37 – 2,22)

0,83

Inibidor de Prótons

8 (30,8)

1,609 (0,75 – 3,42)

0,22

Beta Bloqueador

4 (16,7)

0,686 (0,25 – 1,83)

0,43

IECA ou BRA

11 (35,5)

2,235 (1,06 – 4,68)

0,03

(18)

Tabela 3 – Associação entre óbito na hemorragia digestiva alta e dados clínicos.

Váriaveis

Óbito

(n%)

RP (IC 95%)

Valor de p

Frequência Cardíaca

<100

19 (24,7)

2,097 (0,53 – 8,16)

0,24

>100

2 (11,8)

PAS

<100

5 (38,5)

1,947 (0,86 – 4,40)

0,13

>100

16 (19,8)

Transfusão Sanguínea

17 (38,6)

4,830 (1,75 – 13,27)

<0,001

Ressangramento

14 (48,3)

4,483 (2,02 – 9,92)

<0,001

Internação em UTI

17 (42,5)

5,738 (2,09 – 15,74)

<0,001

RP = Razão de Prevalência; IC = Índice de confiança; P = Pearson; PAS = Pressão arterial sistólica; UTI = Únidade de tratamento intensivo.

(19)

Tabela 4 – Associação dos achados ao exame de endoscopia digestiva alta e mortalidade na hemorragia digestiva alta

Váriaveis

Óbito (n%)

RP (IC 95%)

Valor

de p

Realização de

Endoscopia

20 (27)

5,405 (0,77 – 37,86)

0,36

Sinais de Hipertensão

Portal

6 (42,8)

2,333 (1,00 – 5,43)

0,05

Gastrite

6 (54,5)

1,42 (0,59 – 3,42)

0,43

Doença Úlcerosa

4 (21,1)

0,842 (0,30 – 2,31)

0,73

Lesão Vegetante

2 (66,7)

3,077 (1,21 – 7,82)

0,74

Laceração de Cárdia

1 (100)

4,429 (2,79 – 7,02)

0,07

Forrest I

2 (22,2)

0,923 (0,24 – 3,42)

0,90

Forrest IIa – b

2 (100)

4,692 (2,89 – 7,60)

0,01

Forrest IIc – III

11 (21,2)

0,582 (0,22 – 1,49)

0,28

Escore de Rockall

1

0 (0)

-

-

2

0 (0)

-

-

3

0 (0)

-

-

4

2 (14,3)

1 (-)

-

5

7 (36,8)

2,57 (14,9 – 44,39)

0,14

6

4 (57,1)

3,99 (13,56 – 50,21)

0,06

7

0 (0)

-

-

8

2 (66,7)

4,66 (9,04 – 47,77)

0,11

Referências

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