• Nenhum resultado encontrado

Utilização de doses reduzidas da eCG na indução de estro aplicadas pela via submucosa vulvar em ovelhas da raça Santa Inês

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Utilização de doses reduzidas da eCG na indução de estro aplicadas pela via submucosa vulvar em ovelhas da raça Santa Inês"

Copied!
67
0
0

Texto

(1)MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGROECOSSISTEMAS. UTILIZAÇÃO DE DOSES REDUZIDAS DA eCG NA INDUÇÃO DE ESTRO APLICADAS PELA VIA SUBMUCOSA VULVAR EM OVELHAS DA RAÇA SANTA INÊS. KARLA DIAS ANTUNES. 2012.

(2) MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGROECOSSISTEMAS. KARLA DIAS ANTUNES. UTILIZAÇÃO DE DOSES REDUZIDAS DA eCG NA INDUÇÃO DE ESTRO APLICADAS PELA VIA SUBMUCOSA VULVAR EM OVELHAS DA RAÇA SANTA INÊS. Dissertação apresentada à Universidade Federal de Sergipe, como parte das exigências do Curso de Mestrado em Agroecossistemas, área de concentração Produção em Agroecossistemas, para obtenção do título de “Mestre” em Ciências.. Orientador: Prof. Dr. Veronaldo Souza de Oliveira. Co-orientador: Prof. Dr. Domingos Ferreira Santos. SÃO CRISTOVÃO SERGIPE – BRASIL 2012. Anselmo.

(3) FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE Antunes, Karla Dias Utilização de doses reduzidas da eCG na indução de estro aplicadas pela via submucosa vulvar em ovelhas da raça Santa Inês / Karla Dias Antunes ; orientador Veronaldo Souza de Oliveira. – São Cristóvão, 2012. 56 f. ; il.. A636u. Dissertação (Mestrado Federal de Sergipe, 2012.. em. Agroecossistemas)–Universidade. O 1. Ovinocultura. 2. Inseminação artificial. 3. Ovino. 4. Aplicação via submucosa vulvar. 5. Hormônio. 6. Estresse. I. Oliveira, Veronaldo Souza de, orient. II. Título. CDU: 636.09.082.453.5.

(4) KARLA DIAS ANTUNES. UTILIZAÇÃO DE DOSES REDUZIDAS DA eCG NA INDUÇÃO DE ESTRO APLICADAS PELA VIA SUBMUCOSA VULVAR EM OVELHAS DA RAÇA SANTA INÊS Dissertação apresentada à Universidade Federal de Sergipe, como parte das exigências do Curso de Mestrado em Agroecossistemas, área de concentração Produção em Agroecossistemas, para obtenção do título de “Mestre” em Ciências. APROVADA em 23 de fevereiro de 2012.. Prof. Dr. Anselmo Domingos Ferreira Santos UFS (Co-orientador). Prof. Dr. Hymerson Costa Azevedo Embrapa Tabuleiros Costeiros. Prof. Dr. Veronaldo Souza de Oliveira UFS (Orientador). SÃO CRISTOVÃO SERGIPE – BRASIL.

(5) A meu avô José Dias da Costa (in memória), um homem inteligente e bem sucedido que me apoiou com muito carinho e preocupação nesta trajetória árdua. DEDICO.

(6) AGRADECIMENTOS. Á Deus por me encorajar nos momentos em que me sentia fragilizada, por nunca me desamparar, por me amar tanto, e por me guiar à conclusão de mais uma preciosa etapa de minha vida; A meus pais Joscelina Dias Antunes e Raimundo Nonato Antunes, que me orientaram para a vida e que, com dedicação, confiança e amor, proporcionaram-me a realização deste sonho: AMO VOCÊS! Aos meus irmãos, Erick Dias Antunes e Fabricio Dias Antunes pelo apoio quando precisei e incentivo em todos os momentos; MUITO OBRIGADA MEUS QUERIDOS! A meu esposo, Osório Melo Neto, por ser do jeito que és, por estar ao meu lado durante todos esses anos e por esse amor que move a minha vida. TE AMO! A meus orientadores Veronaldo Souza de Oliveira e Anselmo Domingos Ferreira Santos que com seus conhecimentos souberam me guiar pelo melhor caminho, colaborando para a minha formação e qualificação profissional, muito obrigada por tamanha dedicação; A meu avô materno José Dias da Costa (in memória) por torcerem por mim em todos os momentos da minha vida, mas infelizmente não pode ver a conclusão de mais uma etapa árdua em minha vida; Ao corpo docente da Universidade Federal de Sergipe pelos ensinamentos passados em sala de aula me proporcionando um amadurecimento profissional; Aos meus colegas de turma que se tornaram meus grandes amigos, em especial a Lícia Mendes, Braz Melo, Mércia Freitas, Lucas Feitosa e Julianne Govéia pelos momentos de estudos e descontração, muito obrigada pela amizade de vocês; Aos estagiários que contribuíram para a execução desse trabalho Thiago Almeida, Raquel, Carol, Júlio, Bruno, Elisson,... As minhas amigas Caroline Maia, Heline Rocha, Lucélia Santos, Anna Cláudia, Roseane Nunes, Flávia Silveira, Lara Hora, Cláudia Fabiana e Solange Correia por me acompanharem nesta trajetória me dando bons incentivos e estando do meu lado neste importante momento; A minha querida afilhada, Letícia Helena por ter entendido a ausência da “dinda”. TE AMO MUITÃO! A todos que fariam enriquecer com seus nomes essa relação que, de uma forma ou de outra, contribuíram para meu êxito..

(7) SUMÁRIO. Página LISTA DE FIGURAS ..................................................................................................... i LISTA DE TABELAS ..................................................................................................... ii. RESUMO ......................................................................................................................... iii. ABSTRACT ..................................................................................................................... iv. 1. INTRODUÇÃO GERAL ............................................................................................ 1. 2. REFERENCIAL TEÓRICO ....................................................................................... 4. 3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 14 CAPÍTULO 1: Utilização de doses reduzidas da eCG na indução de estro aplicadas pela via submucosa vulvar em ovelhas da raça Santa Inês ............................................. 1.1. Resumo ..................................................................................................................... 1.2. Abstract .................................................................................................................... 1.3. Introdução ................................................................................................................ 1.4. Material e Métodos .................................................................................................. 1.5. Resultados e Discussão ............................................................................................ 1.6. Conclusões ............................................................................................................... 1.7. Agradecimentos ....................................................................................................... 1.8. Referências Bibliográficas ........................................................................................ 20 21 22 23 25 29 36 37 38. CAPÍTULO 2: Determinação dos níveis séricos de cortisol em ovelhas da raça Santa Inês inseminadas pela via transcervical .......................................................................... 1.1. Resumo ..................................................................................................................... 1.2. Abstract .................................................................................................................... 1.3. Introdução ................................................................................................................ 1.4. Material e Métodos .................................................................................................. 1.5. Resultados e Discussão ............................................................................................ 1.6. Conclusões ............................................................................................................... 1.7. Agradecimentos ....................................................................................................... 1.8. Referências Bibliográficas ........................................................................................ 41 42 43 44 46 49 52 53 54.

(8) LISTA DE FIGURAS. Página FIGURA 1 – Distribuição do tempo transcorrido entre a remoção das esponjas e a primeira detecção de estro nos diferentes tratamentos em ovelhas da raça Santa Inês .......................................................................................................................... 31 FIGURA 2 – Distribuição dos níveis de cortisol de ovelhas da raça Santa Inês em diferentes momentos, antes, após e sete dias após a inseminação artificial ...................... 49. i.

(9) LISTA DE TABELAS. Página TABELA 1 – Percentagem de animais em estro (AE), tempo transcorrido entre a remoção das esponjas e a primeira detecção de estro (TRE-DE horas ± DP), tempo médio gasto na inseminação artificial (TIA minutos ± DP) submetidos a protocolo de sincronização de estro em ovelhas da raça Santa Inês ................................ 30 TABELA 2 – Taxa de gestação e prolificidade em ovelhas da raça Santa Inês após tratamento hormonal com diferentes doses da eCG e vias de aplicação .......................... 33 TABELA 3 – Custo do protocolo hormonal com diferentes doses da eCG em ovelhas da raça Santa Inês em maio de 2011 ................................................................................ 34 TABELA 4 - Custo benefício (R$) por fêmea tratada com número de cordeiros produzidos em cada tratamento ........................................................................................ 35. ii.

(10) RESUMO ANTUNES, Karla Dias. Utilização de doses reduzidas da eCG na indução de estro aplicadas pela via submucosa vulvar em ovelhas da raça Santa Inês. São Cristovão: UFS, 2012. iiip. (Dissertação – Mestrado em Agroecossistemas). Os objetivos deste trabalho foram melhorar a relação custo benefício da aplicação da técnica de inseminação artificial pela via transcervical em tempo fixo (IATF) em ovinos, testando o efeito da redução da dose e da utilização da via submucosa vulvar (SMV) na aplicação da gonadotrofina coriônica eqüina (eCG) sobre a eficiência do protocolo de sincronização e fertilidade à inseminação artificial (IA), e mensurar o nível de estresse das ovelhas em conseqüência da aplicação desta biotécnica. Foram utilizados seis grupos de vinte animais, onde cada grupo receberam dosagens de 200, 300 e 400 UI da eCG pela via intramuscular (IM) e SMV. O estro foi detectado e 48 horas após feita as inseminações pela via transcervical. Das 120 ovelhas tratadas, 87,5% manifestaram estro. O percentual de deposição intra-uterina de sêmen foi de 88,3%. A taxa de gestação variou de 20 a 70% entre os tratamentos, obtendo-se média de 46,66%. A média dos resultados do cortisol foram significativos com 1,15, 2,86 e 0,52 µg/dL de acordo com os três momentos de coleta, sendo maior após o animal descer do cavalete ao término da IA. A via SMV pode ser utilizada para aplicação da eCG em doses de 300 e 400 UI em protocolos de indução e sincronização de estro e da ovulação em ovinos associados à IATF. A redução da dose da eCG para 200 UI pela via IM diminui os custos mantendo a eficiência dos protocolos de sincronização de estro e IATF apresentando melhor taxa de gestação e prolificidade em ovinos, porém não deve ser utilizada pela via SMV. De um modo geral os procedimentos relacionados á IA pela via transcervical provocam estresse nas ovelhas. Apesar da técnica de IA transcervical causar estresse nos animais, apresenta resultados satisfatórios de fertilidade em ovelhas multíparas da raça Santa Inês. Palavras-chave: estresse, hormônios, inseminação artificial, ovino, via de aplicação. Comitê Orientador: Veronaldo Souza de Oliveira - UFS (Orientador), Anselmo Domingos Ferreira Santos - UFS (Co-orientador) iii.

(11) ABSTRACT ANTUNES, Karla Dias. Use of low doses of eCG in estrus induction applied route submucosis in Santa Ines sheep. São Cristovão: UFS, 2012. ivp. (Dissertation – Master Program in Agroecosystems). The objectives were to improve the cost effectiveness of the technique of artificial insemination by transcervical fixed time (TAI) in sheep, testing the effect of dose reduction and use of the route submucosis (SMV) in the application of equine chorionic gonadotropin (eCG) on the efficiency of the synchronization protocol and fertility to artificial insemination (AI) and measure the stress level of the sheep as a result of the application of biotech. Were used six groups of twenty animals, where each group received doses of 200, 300 and 400 IU of eCG intramuscularly (IM) and SMV. Estrus was detected and made 48 hours after insemination by transcervical. Of the 120 treated ewes, 87.5% in estrus. The percentage of intra-uterine deposition of semen was 88.3%. Pregnancy rate ranged from 20 to 70% among the treatments, obtaining an average of 46.66%. The mean cortisol results were significant at 1.15, 2.86 and 0.52 µg/dL according to the three collections, being higher after the animal off the rack at the end of IA. The through SMV can be used to implement eCG at doses of 300 and 400 IU induction protocols and synchronizing estrus and ovulation in sheep associated TAI. The dose reduction to 200 IU eCG intramuscularly decreases the costs of maintaining the efficiency of estrus synchronization protocols and TAI showing better pregnancy rate and prolificacy in sheep, but should not be used route SMV. In general the procedures listed by the transcervical AI will cause stress in sheep. Although the technique of transcervical AI cause stress in animals produces satisfactory results in fertility multiparous ewes Santa Ines. Key-words: administration path, artificial insemination, hormones, ovine, stress. Guidance Commitee: Veronaldo Souza de Oliveira - UFS (Orientador), Anselmo Domingos Ferreira Santos - UFS (Co-orientador) iv.

(12) 1. INTRODUÇÃO GERAL. A técnica de inseminação artificial (IA) em ovelhas existe a anos no Brasil, mas a sua utilização pelos criadores ainda é reduzida nos rebanhos quando relacionada a IA pela via transcervical em tempo fixo. Além da dificuldade anatômica da cérvix da ovelha em passar a pipeta inseminante, os altos custos dos hormônios utilizados nos protocolos de indução e sincronização de estro e da ovulação é o outro fator limitante neste procedimento. A inseminação artificial transcervical deve apresentar facilidades para que sua utilização seja disseminada. Portanto, antes da utilização desta biotécnica é de fundamental importância o conhecimento dos seus efeitos sobre a fisiologia reprodutiva das ovelhas.. A dificuldade de passar a pipeta inseminante pela cérvix praticamente tem sido superada pela utilização da técnica de tracionamento e sua exteriorização, com relatos de depósitos intra-uterina do sêmen em inseminação na ordem de 84% das ovelhas multíparas (OLIVEIRA et al., 2010). Os custos com hormônios para indução e sincronização de estro e da ovulação de uma ovelha ficam em torno de 20 a 30 reais, dependendo do protocolo e das doses utilizadas. Os protocolos recomendados pelos fabricantes dos hormônios para sincronizar estro, utilizam doses muitas vezes elevadas baseadas em raças lanadas de grande porte, sendo às vezes desnecessárias, principalmente se levarmos em conta as particularidades de nossas raças nativas a exemplo da Santa Inês.. A via de aplicação submucosa vulvar (SMV) rotineiramente não é muito indicada nos protocolos de sincronização de estro, entretanto, Gioso et al. (2005a) mostraram resultados satisfatórios em termos de respostas de expressão de estro utilizando esta via com doses reduzidas de cloprostenol (análogo da prostaglandina) em bovinos por facilitar com mais rapidez a ação dos hormônios na região dos ovários. Diante disto é possível que esta redução diminua os custos com os hormônios em protocolos de indução e sincronização de estro e da ovulação em ovelhas, e promova um grande incremento no percentual de utilização da técnica de inseminação artificial em tempo fixo (IATF) pela via. 1.

(13) transcervical em ovinos, permitindo desta forma, otimizar o potencial reprodutivo bem como acelerar o ganho genético nos rebanhos.. Alguns autores questionam o fato da técnica de IA cervical causar estresse no animal levando ao aumento dos níveis de cortisol e consequentemente interferência nas taxas de ovulação, ocasionando baixas fertilidades nos protocolos de indução e sincronização de estro e da ovulação (HOUDEAU et al., 2002; BREEN et al., 2005).. A inseminação artificial é uma biotecnologia que sofre grande influência de fatores indiretos, incluindo a anatomia cervical comparada á taxas de fertilidade, o estresse causado pela técnica (ANEL et al., 2005; KERSHAW et al., 2005). Podemos destacar também o manuseio das ovelhas, sistema da fazenda, elementos ambientais, saúde, estado fisiológico das ovelhas, etc. O estresse pode ser definido como a reação do organismo do animal a agentes nocivos que manifesta-se por alterações comportamentais e fisiológicas (MAFFEI, 2009), que levam a falha em atingir o potencial genético, por exemplo, a taxa de crescimento, resistência a doenças, produção de leite e a fertilidade (DOBSON & SMITH, 2000).. Durante a IA cervical em ovelhas, para que ocorra o mínimo de estresse é importante que haja a rápida localização da entrada da cérvix, uma facilidade do local de deposição do sêmen e uma limitação na estimulação vaginal com o espéculo. No entanto, fatores como dificuldades em conter o animal após inserção do espéculo ou má acessibilidade do catéter no canal cervical são as difíceis condições para IA, e podem aumentar a intensidade de estimulação vaginal bem como o estresse (HOUDEAU et al., 2002).. A concentração de cortisol é considerada um importante indicador do nível de estresse em que se encontra o indivíduo. Animais em estado de estresse procuram fazer os ajustes comportamentais e fisiológicos necessários para se adequarem às condições adversas do meio, minimizando seus efeitos e restabelecendo o equilíbrio (CHABEL et al., 2009). 2.

(14) É importante enfatizar que a reprodução bem-sucedida requer maturação folicular e biossíntese de estradiol, a indução de pico de hormônio luteinizante (LH), a ovulação, e expressão adequada do comportamento sexual num curto período (BREEN et al., 2005).. Os objetivos deste trabalho foram melhorar a relação custo benefício da aplicação da técnica de inseminação artificial pela via transcervical em tempo fixo em ovinos, testando o efeito da redução da dose e da utilização da via submucosa vulvar (SMV) na aplicação da gonadotrofina coriônica eqüina (eCG) sobre a eficiência do protocolo de sincronização e fertilidade à inseminação artificial e mensurar o nível de estresse das ovelhas em conseqüência da aplicação desta biotécnica.. 3.

(15) 2. REFERENCIAL TEÓRICO. O Brasil possui um rebanho ovino de cerca de 17,4 milhões de cabeças, distribuídos por todas as regiões do país. O Nordeste detém o maior efetivo (56,7%) do total nacional, seguido de 44,9% pela região Sul (IBGE, 2010).. A ovinocultura nacional vive um momento de expansão, não só no tamanho do seu rebanho, como na propagação da genética de animais de qualidade superior. Entre os Estados nordestinos, Sergipe se destaca na criação da raça Santa Inês, não em termos numéricos, mas como um “nicho” da genética da raça, com um significativo número de criadores selecionadores. O Estado sempre foi considerado o “berço da raça Santa Inês”, sendo hoje esse material genético, disseminado por quase todos os estados brasileiros, sem nenhum problema de adaptação ou reprodução. Algumas centrais nacionais de sêmen já dispõem de material de reprodutores de elite, proveniente de vários criatórios nacionais, inclusive reprodutores oriundos de Sergipe.. A raça deslanada Santa Inês, vem demonstrando ter um alto potencial de adaptação à região nordestina, mantendo bons índices produtivos e reprodutivos, com um diferencial em apresentar uma boa conformação de carcaça e por ser bastante fértil, prolífica, precoce, rústica e resistente a parasitas gastrointestinais. Essa raça vem adquirindo grande importância na ovinocultura moderna, sendo utilizada tanto pura quanto para cruzamentos industriais (SILVA et al., 2010) o que a destaca como excelente alternativa na produção de carne para quase todas as regiões tropicais do Brasil, notadamente as zonas semi-áridas nordestina.. As ovelhas da raça Santa Inês são consideradas poliéstricas contínuas por apresentarem atividades reprodutivas durante todo o ano. O ciclo estral dessa espécie tem duração média de 17 dias, apresentando uma fase luteínica de 13 dias e uma fase folicular de 4 dias. Durante este período, os hormônios gonadotróficos folículo estimulante (FSH) e luteinizante (LH), secretados pela hipófise ou pituitária, controlam o desenvolvimento folicular e esteroidogênese, culminando na secreção de estrógenos que levam ao 4.

(16) comportamento de estro dentre eles a receptividade sexual. Sob estímulo do FSH, emergem grupos de folículos em tempos variáveis, que caracterizam as ondas foliculares (FONSECA, 2005).. Durante o ciclo estral, duas a quatro ondas (EVANS, 2003) foliculares podem estar presentes, mas apenas da última onda folicular deriva o folículo ovulatório que alcança maturação final e ovulação com predomínio de atividade estrogênica. A ovulação pode ser única ou múltipla e ocorre predominantemente no final do estro ou logo após o seu final. Após a ovulação, formam-se os corpos lúteos que aumentam de diâmetro e atividade progesterônica que será findada, a menos que ocorra o reconhecimento e manutenção da gestação. A prolificidade, conseqüente do número de ovulações, parece estar mais vinculada ao fator raça, tendo-se raças ovinas e caprinas com maior ou menor prolificidade. Além disso, fêmeas nulíparas apresentam menor prolificidade que fêmeas multíparas (FONSECA, 2005).. O aumento da prolificidade em programas de inseminação artificial, geralmente está associado ao tratamento de indução e sincronização de estro e da ovulação, com a utilização de hormônios exógenos. Esta prática, gera um custo elevado para o produtor, quando comparado à inseminação com estro natural, levando muitos criadores a não utilizarem. Um protocolo de indução e sincronização de estro e da ovulação deve apresentar baixos custos com a aquisição de hormônios e ter resposta satisfatória em termos de expressão de estro e ovulação (DIAS et al., 2001; AMARAL et al. 2003; CARDOSO et al., 2009).. O estro pode eficientemente ser sincronizado pela hormonioterapia que é um método que tanto promove indução de estro na fêmea como permite o estro e/ou ovulação de fêmeas de maneira simples e controlada. Geralmente os protocolos de sincronização de estro em ovinos, empregam hormônios como análogos de progesterona em esponjas vaginais impregnadas, associada à aplicação da gonadotrofina coriônica eqüina (eCG) que aumenta a ocorrência de ovulação e, esta sincronia permite o emprego da inseminação artificial em horário pré-fixado (OLIVEIRA et al., 2009). 5.

(17) O desenvolvimento folicular sendo manipulado com o uso de gonadotrofinas e progestágenos exógenos altera o número e o tempo de persistência dos folículos em desenvolvimento. A ovulação de folículos envelhecidos não é desejável e compromete a fertilidade, fazendo com que protocolos de curta duração sejam mais eficientes que os de longa duração (VIÑOLES et al., 2001).. A sincronização de estro, a identificação do momento da ovulação e a determinação da correlação entre a duração do estro e o momento da ovulação são de fundamental importância para o estabelecimento de protocolos efetivos de inseminação artificial em tempo fixo, que resultem em bons parâmetros reprodutivos como, por exemplo, a máxima fertilidade ao parto (LEITE et al., 2006).. A inseminação artificial por via transcevical permite o uso de sêmen congelado em ovinos com o tracionamento e exteriorização da cérvix. O sêmen é depositado diretamente no útero pela passagem de uma pipeta de inseminação através do canal cervical transpondo todos os anéis, mas este procedimento exige bastante habilidade, pois a anatomia da cérvix das ovelhas limita o desenvolvimento dessa técnica (LEETHONGDEE, 2010).. Segundo Kershaw et al. (2005) o sucesso da inseminação artificial por via transcevical em ovelhas é altamente dependente da anatomia da cérvix e da fase do ciclo estral, mas, algumas pipetas para IA podem superar o lúmen cervical tortuoso e ajudar a sua transposição, melhorando assim as taxas de fertilidade com sêmen congelado. Registrando o local de deposição do sêmen congelado em cervical superficial, cervical médio, cervical profundo e intra-uterina (RABASSA et al., 2007), Taqueda et al. (2011) realizaram inseminação artificial transcervical em ovelhas Santa Inês e apresentaram taxas de prenhez satisfatórias de 45,8% com a deposição intra-uterina.. De acordo com Dias et al. (2001), no Nordeste, a técnica de sincronização de estro e de ovulação tem seu uso limitado pelo elevado custo e pequena disponibilidade de hormônios no mercado nacional, dificultando a popularização da técnica. Amaral et al. (2003) relatam que as despesas com tratamento hormonal, em IATF de bovinos, oscilam 6.

(18) entre 41 e 60% no custo total entre insumos e serviços. No experimento realizado por Cardoso et al. (2009) o valor do tratamento hormonal em ovinos da raça Santa Inês foi de R$ 10,33 por fêmea tratada, sendo os custos da esponja vaginal e da eCG de R$ 3,24; R$ 6,24, respectivamente.. Recentemente Ferreira et al. (2011) calcularam o valor de uma sincronização de estro que, a depender do protocolo hormonal utilizado, variou entre R$ 14,65 a 16,30 por ovelha tratada. Ainda hoje, são poucos os trabalhos avaliando os protocolos com doses reduzidas ou diferentes vias de aplicação dos hormônios com ovelhas deslanadas.. Tentativas de minimizar custos nos programas de IA, têm sido feitas em diversas espécies como bovinos, caprinos e ovinos, seja reduzindo a dose aplicada ou modificando a via de aplicação dos hormônios. Fonseca et al. (2005) obtiveram bons resultados de sincronização de estro em cabras com uso de esponjas intravaginais associado à aplicação de prostaglandina (PGF2α) pela via SMV 24 horas antes da retirada das esponjas. Esta via de aplicação faz com que o hormônio chegue ao seu local de ação, o ovário, mais rapidamente, reduzindo a taxa de metabolização sistêmica. Resultados positivos com a utilização de PGF2α pela via SMV também foram obtidos por Oliveira e Visintin (1993) utilizando doses reduzidas (125; 62,5 e 31,25 microgramas) em programas de sincronização de estro em cabras mestiças. Os autores não observaram diferenças significativas em termos de expressão de estro entre os grupos estudados. O custo relativamente elevado da dose convencional do tratamento aplicado via intramuscular (IM) é fator limitante ao uso intensivo dos agentes luteolíticos, inviabilizando a utilização em larga escala a campo (GIOSO et al., 2005a). Resultados de aplicação de doses fracionadas de PGF2α e eCG pela via SMV em ovelhas, não foram encontrados na literatura, necessitando serem testadas e avaliadas, quanto à sua eficiência bem como o seu custo benefício.. Formas sintéticas da PGF2α foram desenvolvidas e podem ser usadas para induzir a regressão lútea na maioria das ovelhas tendo como conseqüência o estro (RUBIANES et al., 2003). Em associação muitos dos tratamentos de sincronização de estro utilizam uma 7.

(19) única injeção da eCG, objetivando aumentar a ocorrência e a velocidade de ovulação, além de favorecer a fertilidade (AMER & HAZZAA, 2009). A eCG é um hormônio essencial nos protocolos de sincronização de estro e após tratamento com progestágenos pode aumentar a resposta ovariana, taxa de concepção e porcentagem de nascimentos múltiplos por indução da ovulação (MOEINI et al., 2007). Esse hormônio atua simulando a atividade das gonadotrofinas FSH e LH, e consegue provocar o incremento do desenvolvimento de folículos, mesmo durante os períodos de inatividade hipofisária nesses animais (HUSEIN & ABABNEH, 2008).. Os fabricantes dos hormônios comerciais a base da eCG encontrados no mercado brasileiro, recomendam sua aplicação para a ovulação em ovinos e caprinos na sua maioria variando entre 400 a 500 UI (Unidades Internacionais), sendo a via de aplicação indicada a IM. Como é um hormônio que tem como alvo o ovário, é possível, obter respostas ovulatórias com doses reduzidas pela via SMV, resposta esta, ainda não relatada na literatura com ovelhas.. Gioso et al. (2005b) investigaram a angioarquitetura venosa da genitália de fêmeas bovinas não prenhes, para avaliar a presença de possíveis anastomoses dos vasos provenientes da região da vulva e da vagina com a veia útero-ovariana. Um ramo da veia vaginal caudal, infundido com contraste radiográfico intravascular, foi submetido à radiografia tendo sido observada que a veia vaginal forma intensa rede de anastomoses na superfície ventral do útero, entre os antímeros direito e esquerdo. As genitálias apresentaram anastomoses dos vasos vulvares e vaginais com vasos da cérvice, corpo e cornos uterinos, sugerindo que parte de um agente luteolítico administrado via SMV pode ser transportado diretamente aos ovários por uma rota local, sem atingir a circulação sistêmica diferente da via IM (GIOSO et al., 2005a).. Ainda não há um consenso entre os pesquisadores, sobre qual a dose resposta ideal da eCG, em termos de unidades internacionais a ser utilizada nos protocolos de IATF em ovelhas, que proporcione boas respostas em termos de indução e sincronização de estro e da ovulação, associado a um baixo custo. Nos protocolos utilizados em ovelhas as doses 8.

(20) variam entre 100 a 600 UI, entretanto as respostas quanto à taxa de ovulação são as mais variadas possíveis, podendo ser influenciada pela raça, via de aplicação, estado nutricional e época do ano.. Os primeiros relatos do uso da eCG em protocolos de sincronização de estro em caprinos, foram descritos por Gonzalez Stagnaro (1974), utilizando 600UI da eCG para indução da ovulação, comparando ao grupo não tratado, onde encontrou resultados mais satisfatórios em termos de estro e fertilidade no grupo tratado (100 e 67%) e não tratado (40 e 50%), respectivamente. Para Hashemi et al. (2006) os tratamentos hormonais de sincronização de estro com progestágenos associados a eCG, tem apresentado bons resultados, uma vez que esta gonadotrofina atua no recrutamento folicular ovariano de fêmeas cíclicas ou acíclicas.. Barbas et al. (2002), trabalhando com doses de 250 e 500 UI da eCG em ovelhas nativas portuguesas não observaram diferenças significativas nos parâmetros estudados como a fertilidade, prolificidade e fecundidade (número de óvulos que atingem a maturidade durante o estro) na inseminação cervical com sêmen refrigerado, recomendando o uso da dose reduzida (250 UI) sem que a eficiência reprodutiva seja afetada já que obteve 87,5% de fecundidade. Resultados positivos foram observados por Guimarães et al. (2008) em ovelhas da raça Santa Inês tratadas com doses reduzidas da eCG de 150 e 200 UI por via IM, não encontrando diferença significativa na expressão de estro (95% e 78%), respectivamente, porém, não avaliando a taxa de gestação e via de aplicação.. O resultado de gestação tem apresentado grande variação na IA quando se trabalha com sêmen congelado pela via cervical. Segundo Rabassa et al. (2007), utilizando dose de 500 UI da eCG em protocolo de sincronização de estro em 70 ovelhas Corriedale em anestro estacional inseminadas em tempo fixo com sêmen congelado e, comparando a técnica de IA transcervical, utilizando tracionamento cervical, com a laparoscopia, encontraram resultados semelhantes entre os métodos em relação aos índices de prenhez (40%). Resultado semelhante foi encontrado por Gilberti e Monreal (2008) (42,9%) com 9.

(21) IATF em ovelhas Santa Inês, inseminadas por laparoscopia 48 horas após a retirada do progestágeno com reduzida dose da eCG (200 UI/IM) utilizando sêmen congelado durante a estação reprodutiva.. Não se pode afirmar que baixos índices de gestação após inseminação artificial laparoscópica ou transcervical são devidos exclusivamente ao sêmen congelado, à dose de sêmen empregada, local de deposição do sêmen, efeito raça, protocolo de sincronização utilizado ou a tantos outros fatores estudados, mas é preciso investigar se existe uma causa comum dentre as metodologias empregadas. O estresse pode ser essa causa, por exemplo á maioria das inseminações laparoscópicas realizadas de forma comercial não fazem uso da anestesia geral nos animais.. A resposta ovariana nas ovelhas submetidas à sincronização de estro e subsequentes taxas de fertilidade e fecundidade variam com o estresse, meio ambiente, raça, tipo de progestágeno entre outros (MOEINI et al., 2007). No entanto o estresse pode ser definido como a reação do organismo do animal a agentes nocivos que manifesta-se por alterações comportamentais e fisiológicas (MAFFEI, 2009). Khalid et al. (1998) pesquisaram a resposta de cortisol em ovelhas submetidas à inseminação cervical ou laparoscópica e os procedimentos de manipulação associados com tais técnicas detectaram que o pico na concentração de cortisol foi similar após ambos os tratamentos, o que sugere que os dois procedimentos são estressantes.. Podemos destacar também o manuseio das ovelhas, sistema da fazenda, elementos ambientais, saúde, estado fisiológico das ovelhas, etc., que levam a falha em atingir o potencial genético, por exemplo, a taxa de crescimento, resistência a doenças, produção de leite e a fertilidade (DOBSON & SMITH, 2000).. Durante a IA cervical em ovelhas, para que ocorra o mínimo de estresse é importante que haja a rápida localização da entrada da cérvix, uma facilidade do local de deposição do sêmen e uma limitação na estimulação vaginal com o espéculo. No entanto, fatores como dificuldades em conter o animal após inserção do espéculo ou má 10.

(22) acessibilidade do catéter no canal cervical são as difíceis condições para IA, e podem aumentar a intensidade de estimulação vaginal bem como o estresse (HOUDEAU et al., 2002).. Um fácil procedimento da IA cervical é comumente observado em ovelhas multíparas porque o alto grau de distensibilidade do canal cervical depois de nascimentos múltiplos, muitas vezes permite rápida localização da entrada da cérvix. Em contra partida, um difícil procedimento na IA é frequentemente encontrado em ovelhas primíparas e nulíparas (HOUDEAU et al., 2002).. A concentração de cortisol é considerada um importante indicador do nível de estresse em que se encontra o indivíduo. Animais em estado de estresse procuram fazer os ajustes comportamentais e fisiológicos necessários para se adequarem às condições adversas do meio, minimizando seus efeitos e restabelecendo o equilíbrio (CHABEL et al. 2009).. Quando o estresse é prolongado ou crônico resulta em secreção suprimida de gonadotrofinas e inibição da reprodução, mas, quando a duração da resposta ao estresse é transitória ou aguda, as consequências não são claras; há relatos de ausência de efeito, seja este efeito estimulante ou inibitório na reprodução (TILBROOK et al., 2000).. O estresse agudo pode ocorrer devido a manejos de rotina relativamente rápidos como IA com tração cervical em ovelhas, coleta de sêmen com eletroejaculação, exame ginecológico e andrológico por palpação transretal em grandes animais (COSTA-SILVA et al., 2010). Quando um animal sente dor ocorre liberação de opióides endógenos que bloqueiam o LH, consequentemente atrasando ou bloqueando a ovulação (BREEN et al., 2005). Portanto, eventos dolorosos e estressantes no período de reprodução também têm efeitos deletérios na fertilidade diminuindo a eficiência reprodutiva (DOBSON & SMITH, 1998).. 11.

(23) Para Costa-Silva e Russi (2005), o estresse afeta a reprodução pela diminuição na expressão de estro o que implica na diminuição da eficiência de sua detecção em sistemas que adotam a inseminação artificial, também pode comprometer a maturação final dos folículos e atrasar ou impedir a ovulação ou mesmo levar ao aumento de perdas embrionárias.. Hormônios relacionados ao estresse podem influenciar a função reprodutiva em todos os três níveis do eixo hipotálamo-hipófise-gonadal (HPG): no cérebro inibindo o estímulo a secreção do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH), na pituitária interferindo na indução do GnRH para a liberação de LH, e nas gônadas alterando o efeito estimulatório das gonadotrofinas na secreção dos esteróides sexuais. Os efeitos do estresse na função reprodutiva e os mecanismos que mediam esses efeitos dependem do tipo, da duração e frequência do estímulo (RIVIER & RIVEST, 1991).. O estresse ativa o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA) levando a alta secreção de glucocorticóides e ao mesmo tempo inibindo a secreção de gonadotrofina e interrompendo a ciclicidade ovariana. Quando prolongado afeta a função reprodutiva por meio da ação do cortisol que interfere na maturação folicular reduzindo a freqüência dos pulsos de LH, ao diminuir a freqüência secretória de GnRH. Com isso, há um atraso ou bloqueio do estradiol, assim como de FSH e no pico de LH (DOBSON & SMITH, 1998; DALEY et al., 1999; TILBROOK et al., 2000; BREEN et al., 2005; BREEN & KARSCH, 2006; OAKLEY et al., 2008).. Uma variedade de estressores inibe a secreção de gonadotrofina e interrompe a ciclicidade ovariana. Por exemplo, a contenção agressiva e o isolamento reduzem as concentrações plasmáticas e a secreção pulsátil de LH em ratos, ovelhas e macacos. O transporte inibe a secreção pulsátil e atrasa e atenua o pico de LH em ovelhas e vacas (TILBROOK et al., 2000; BREEN et al., 2005). Estes estressores são definidos como estressores agudos (DOBSON & SMITH, 2000).. 12.

(24) Estudos recentes têm determinado que a secreção aumentada de cortisol é necessária para que haja a rápida (dentro de 30 minutos) supressão da capacidade de resposta da pituitária ao GnRH em ovelhas expostas a um estresse psicossocial agudo. Este efeito é bloqueado por antagonismo do receptor glicocorticóide (GR) do tipo II (BREEN et al., 2007).. É importante enfatizar que a reprodução bem-sucedida requer maturação folicular e biossíntese de estradiol, a indução de pico de LH, a ovulação, e expressão adequada do comportamento sexual num curto período (BREEN et al., 2005).. Embora estudos anteriores indiquem que os glicocorticóides podem bloquear ou atenuar o estradiol, Wagenmaker et al. (2009) revelam que um estresse que promova a elevação do cortisol plasmático pode mudar o tempo de resposta de feedback positivo por um sinal fixo de estradiol, como é visto em resposta a fatores de estresse. A interferência na resposta ao estradiol constitui um mecanismo pelo qual o cortisol compromete a fase folicular do ciclo estral, e provavelmente contribui para que agentes estressores graves tais como a endotoxina perturbe a ciclicidade do ovário. Isto poderia ter valor adaptativo de reduzir a probabilidade de gravidez nos animais com doença infecciosa ou imunológica / inflamatória ou com distúrbios adrenais que cronicamente elevam cortisol a exemplo da doença de Cushing, assim permitindo que a energia metabólica possa ser participada de uma maneira que otimize a sobrevivência.. 13.

(25) 3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. ANEL, L.; KAABI, M.; ABROUG, B.; ALVAREZ, M.; ANEL, E.; BOIXO,, J. C.; FUENTE, L. F. de la; PAZ, P. de. Factors influencing the success of vaginal and laparoscopic artificial insemination in churra ewes: a field assay. Theriogenology, v.63, p.1235–1247, 2005.. AMARAL, T. B.; COSTA, F. P.; CORRÊA, E. S. Touros melhoradores ou inseminação artificial: um exercício de avaliação econômica. Campo Grande, MS: EMBRAPA – CNPGC, p. 1-28, 2003. (Documentos, 140).. AMER, H. A.; HAZZAA, A. M. The effect of different progesterone protocols on the reproductive efficiency of ewes during the non-breeding season. Veterinarski Arhiv, v. 79, p. 19-30, 2009.. BARBAS, J.; BAPTISTA C.; MASCARENHAS, R.; HORTA, A. E. M. Efeito de duas doses de eCG em ovelhas Serra da Estrela submetidas a dupla inseminação artificial sobre a fertilidade, prolificidade e fecundidade. Revista Portuguesa de Zootecnia, Ano IX, Nº 2, p. 13-26, 2002.. BREEN, K. M.; OAKLEY, A. E.; PYTIAK, A. V.; TILBROOK, A. J.; WAGENMAKER, E. R.; KARSCH, F. J. Does cortisol acting via the type II glucocorticoid receptor mediate suppression of pulsatile luteinizing hormone secretion in response to psychosocial stress? Endocrinology, v. 148, p. 1882–1890, 2007.. BREEN, K. M.; KARSCH, F. J. Does season alter responsiveness of the reproductive neuroendocrine axis to the suppressive actions of cortisol in ovariectomized ewes? Biology of Reproduction, v. 74, p. 41–45, 2006.. BREEN, K.M.; BILLINGS, H.J.; WAGENMAKER, E.R.; WESSINGER, E. W.; KARSCH, F. J. Endocrine basis for disruptive effect of cortisol on preovulatory events. Endocrinology, v.146, n.4, p. 2107-2115, 2005.. CARDOSO, E.; CRUZ, J. F. da; FERRAZ, R. C. N.; TEIXEIRA NETO, M. R.; SANTOS, R. S. dos. Avaliação econômica de diferentes técnicas de inseminação artificial em ovinos da raça Santa Inês. Revista Brasileira de Ciências Agrárias, v. 4, n. 2, p. 217-222, 2009.. 14.

(26) CHABEL, J. C.; VAN ONSELEN, V. J.; MORAIS, M. da G.; NETO, I. M. C.; TEDESCHI. B. P. Efeito de um complexo homeopático “Homeobase Convert H®” em ovinos sob condições de restrição alimentar. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, v. 46, n. 5, p. 412-423, 2009.. COSTA-E-SILVA, E. V. da; RUSSI, L dos S. Ambiência e reprodução de bovinos de corte.In: Zootec, 2005, Campo Grande-MS, Anais... 2005.. DALEY, C. A.; MACFARLANE, M. S.; SAKURAI, H.; ADAMS, T. E. Effect of stresslike concentrations of cortisol on follicular development and the preovulatory surge of LH in sheep. Journal of Reproduction and Fertility, v. 117, p. 11-16, 1999. DIAS, F. E. F.; LOPES JUNIOR, E. S.; VILLAROEL, A. B. S. Sincronização do estro, indução da ovulação e fertilidade de ovelhas deslanadas após tratamento hormonal com gonadotrofina coriônica eqüina. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 53, n. 5, p. 618-623, 2001. DOBSON, H.; SMITH, R. F. What is stress, and how does it affect reproduction? Animal Reproduction Science, v. 60–61, p. 743–752, 2000.. DOBSON, H.; SMITH, R. F. Stress and Subfertility. Reproduction in Domestics Animals, v. 33, 1998.. EVANS, A. C. O. Ovarian follicle growth and consequences for fertility in sheep. Animal Reproduction Science., v.78, p.289-306, 2003.. FERREIRA, A. B.; CARDOSO NETO, B. M.; BARBOSA, L. P.; ALMEIDA, V. F.; SILVA, M. A. A.; FIGUEREDO JÚNIOR, J.; RIBEIRO, M. O.; LEITE, M. C. P. Taxa de gestação e avaliação econômica de diferentes métodos de inseminação artificial em ovinos. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE REPRODUÇÃO ANIMAL, v. 19, 2011, Recife, PE, Anais... Belo Horizonte: CBRA, 2011.. FONSECA, J. F.; BRUSCHI, J. H.; SANTOS, I. C.; VIANA, J. H.; MAGALHÃES, A. C. Induction of estrus in non-lactanting dairy goats with different estrous synchrony protocols. Animal Reproduction Science, v. 85, p. 117-124, 2005.. 15.

(27) FONSECA, J.F. Estratégias para o controle do ciclo estral e superovulação em caprinos e ovinos. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE REPRODUÇÃO ANIMAL, 16, Anais... Goiânia, GO, 2005.. GILBERTI, M.; MONREAL, A. C. D. Identificação do intervalo de tempo fixo para o emprego da inseminação artificial laparoscópica com sêmen congelado em ovelhas Santa Inês, Agrarian, v. 1, n. 2, p. 123-132, 2008. GIOSO, M. M.; COSTA, E. P. da; FERNANDES, C. A. de C; TORRES, C. A. A.; CARVALHO, G. R. de. Perfil de Progesterona e Intervalo ao Estro de Receptoras Bovinas Sincronizadas com Doses Reduzidas de Cloprostenol, Revista Brasileira de Zootecnia, v. 34, n. 4, p.1181-1187, 2005a.. GIOSO, M. M.; COSTA, E. P.; FERNANDES, C. A. C.; PAULA, T. A. R.; GUIMARÃES, J. D. Angioarquitetura venosa do órgão genital da fêmea bovina. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.57, n.6, p.715-719, 2005b.. GONZALEZ-STAGNARO, C. Control hormonal del ciclo estrual en cabras criollas. I. Sincronización artificial del celo antes de la estación sexual principal con esponjas vaginales impregnadas con cronolone (SC 9880) e inyección gonadotrópica (PMSG). Ciência Veterinária, v. 4, p.131-161, 1974.. GUIMARÃES, C. R. R.; MARIANI, A. C. B.; SANTOS, J. S. et al. Sincronização de estro com diferentes doses de eCG em ovelhas da raça Santa Inês na região sul do estado do Tocantins. In: ZOOTEC, Anais... João Pessoa, PB, 2008.. HASHEMI, M.; SAFDARIAN, M.; KAFI, M. Estrous response to synchronization of estrus using different progesterone treatments outside the natural breeding season in ewes. Small Ruminant Research, v. 65, p. 279-283, 2006.. HOUDEAU, E.; RAYNAL, P.; MARNET, P. G.; GERMAIN, G.; MORMÈDE, P.; ROSSANO, B.; MONNERIE, R.; PRUD HOMME, M. J. Plasma levels of cortisol and oxytocin, and uterine activity after cervical artificial insemination in the ewe. Reproduction Nutrition Development, v. 42, p. 381–392, 2002.. HUSEIN, M. Q.; ABABNEH, M. M. A new strategy for superior reproductive performance of ewes bred out-of-season utilizing progestagen supplement prior to withdrawal of intravaginal pessaries. Theriogenology, v. 69, p. 376 – 383, 2008. 16.

(28) INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Produção da Pecuária Municipal, Rio de Janeiro, RJ, v. 38, p. 18, 30, 32 , 2010.. KERSHAW, C. M.; KHALID, M.; MCGOWAN, M. R.; INGRAM, K.; LEETHONGDEE, S., WAX, G.; SCARAMUZZI, R. J. The anatomy of the sheep cervix and its influence on the transcervical passage of an inseminating pipette into the uterine lumen. Theriogenology, v. 64, p. 1225-1235, 2005.. KHALID, M.; HARESIGN, W.; BRADLEY D.G. Heart-rate responses and plasma cortisol concentrations in ewes: comparison between cervical and laparoscopic intrauterine insemination and their associated handling procedures. Animal Science, v.66, p.383-387, 1998.. LEETHONGDEE, S. Development of trans-cervical artificial insemination in sheep with special reference to anatomy of cervix. Journal Science Technology, v. 17, p. 57-69, 2010.. LEITE, P. A. G.; CARVALHO, G. R.; RODRIGUES, M. T.; RUAS, J. R. M.; AMORIM, E. A. M.; MAFFILI, V. V. Indução da ovulação em cabras, fora da estação reprodutiva, com LH e GnRH e com estro induzido por progestágenos. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 58, n. 3, p. 360-366, 2006.. MAFFEI, W. E. Reatividade animal. Revista Brasileira de Zootecnia, v.38, p.81-92, 2009.. MOEINI, M. M.; MOGHADDAM, A. A.; BAHIRALE, A.; HAJARIAN, H. Effects of breed and progestin source on estrus synchronization and rates of fertility and fecundity in Iranian Sanjabi and Lori ewes. Pakistan Journal of Biological Sciences, v. 10, p.38013807, 2007.. OAKLEY, A. E.; BREEN, K. M.; CLARKE, I. J.; KARSCH, F. J.; WAGENMAKER, E. R.; TILBROOK, A. J. Cortisol reduces GnRH pulse frequency in follicular phase ewes: Influence of ovarian steroids. Endocrinology, v 18, 2008.. OLIVEIRA, V. S.; MATOS, J. E.; FERREIRA, A. D.; AZEVEDO, H. C.; ALMEIDA, T. S. Utilização da técnica da inseminação artificial com sêmen congelado por via transcervical em tempo fixo em ovelhas da raça Santa Inês no Estado de Sergipe. In: 47a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, Anais... Salvador, BA, 2010. 17.

(29) OLIVEIRA, M. E. F.; RODRIGUES, L. F. S.; ALMEIDA, O. M.; CORDEIRO, M. F.; MOURA, A. C. B.; SOUSA, H. L. L.; LOUREIRO, F. N.; TEIXEIRA, P. P. M.; PENHA FILHO, M. M.; VICENTE, W. R. R. Eficiência do protocolo ovsynch em ovelhas da raça Santa Inês. Archivos de Zootecnia, v. 58, p.281-284, 2009.. OLIVEIRA, V. S.; VISINTIN, J. A. Respostas de diferentes doses da prostaglandina “Cloprostenol” na indução do estro em cabras por via submucosa vulvar. In: X Congresso Brasileiro de Reprodução Animal, v 2, 1993, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte, MG, 1993. p. 246.. RABASSA, V. R.; TABELEÃO, V. C.; PFEIFER, L. F. M.; SCHNEIDER, A.; ZIGUER, E. A.; SCHOSSLER, E.; SEVERO, N. C.; PINO, F. A. B.; CORRÊA, M. N. Efeito das técnicas transcervical e laparoscópica sobre a taxa de prenhez de ovelhas inseminadas em tempo-fixo. Ciência Animal Brasileira, v. 8, n. 1, p. 127-133, 2007.. RIVIER, C.; RIVEST, S. Review effect of stress on the activity of the hypothalamicpituitary-gonadal axis: peripheral and central mechanisms. Biology of Reprocution, v. 45, p. 523-532, 1991.. RUBIANES, E.; MENCHACA, A.; CARBAJAL, B. Response of the 1–5 day-aged ovine corpus luteum to prostaglandin F2α. Animal Reproduction Science, v. 78, p. 47–55, 2003.. SILVA, B. D. M.; SARTORI, R.; SILVA, T. A. de S. N.; CARDOZO, D. M. M.; OLIVEIRA, M. A. L. de; NEVES, J. P. Sincronização de estro com prostaglandina F2α versus progestágeno associado à gonadotrofina coriônica eqüina (eCG) em ovelhas Santa Inês no Distrito Federal, Brasil. Ciência Animal Brasileira, v. 11, n. 2, p. 417-424, 2010.. TAQUEDA, G. S.; AZEVEDO, H. C.; SANTOS, E. M.; MATOS, J. E.; BITTENCOURT, R. F.; BICUDO, S. D. Influência de aspectos técnicos e anatômicos nos índices de fertilidade baseado no desempenho da inseminação artificial transcervical em ovinos. ARS Veterinaria, v.27, n.2, p. 127-133, 2011.. TILBROOK, A.J.; TURNER, A.I.; CLARKE, I.J. Effects of stress on reproduction in nonrodent mammals: the role of glucocorticoids and sex differences. Reviews of reproduction, v.5, p.105-113, 2000.. 18.

(30) VIÑOLES, C.; FORSBERG, M.; BANCHERO, G.; RUBIANES, E. Effect of long-term and short-term progestagen treatment on follicular development and pregnancy rate in cyclic ewes. Theriogenology, 55:.993- 1004, 2001.. WAGENMAKER. E. R; BREEN, K. M.; OAKLEY,A. E.; PIERCE, B. N.; TILBROOK, A. J.; TURNER, A. I.; KARSCH, F. J. Cortisol Interferes with the Estradiol-Induced Surge of Luteinizing Hormone in the Ewe. Biology of Reproduction, v. 80, p. 458–463, 2009.. 19.

(31) CAPÍTULO 1. Utilização de doses reduzidas da eCG na indução de estro aplicadas pela via submucosa vulvar em ovelhas da raça Santa Inês. 20.

(32) 1.1. Resumo ANTUNES, Karla Dias. Utilização de doses reduzidas da eCG na indução de estro aplicadas pela via submucosa vulvar em ovelhas da raça Santa Inês. São Cristovão: UFS, 2012. 21p. (Dissertação – Mestrado em Agroecossistemas). O objetivo deste trabalho foi melhorar a relação custo benefício da aplicação da técnica de inseminação artificial em tempo fixo (IATF) pela via transcervical em ovinos, testando o efeito da redução da dose e da utilização da via submucosa vulvar (SMV) na aplicação da gonadotrofina coriônica equina (eCG) sobre a eficiência do protocolo de sincronização e fertilidade à inseminação artificial. Foram utilizados seis grupos de vinte animais, onde cada grupo receberam dosagens de 200, 300 e 400 UI da eCG pela via intramuscular (IM) e SMV. O estro foi detectado e 48 horas após feita as inseminações pela via transcervical. Das 120 ovelhas tratadas, 87,5% manifestaram estro. O percentual de deposição intrauterina de sêmen foi de 88,3%. A taxa de gestação variou de 20 a 70% entre os tratamentos, obtendo-se média de 46,66%. O que demonstra que a via SMV pode ser utilizada para aplicação da eCG em doses de 300 e 400 UI em protocolos de indução e sincronização de estro e da ovulação em ovinos associados à IATF. A redução da dose da eCG para 200 UI pela via IM diminui os custos mantendo a eficiência dos protocolos de sincronização de estro e IATF apresentando melhor taxa de gestação e prolificidade em ovinos, porém não deve ser utilizada pela via SMV. Palavras-chave: hormônios, inseminação artificial, ovino, via de aplicação. Comitê Orientador: Veronaldo Souza de Oliveira – UFS (Orientador), Anselmo Domingos Ferreira Santos - UFS (Co-orientador) 21.

(33) 1.2. Abstract ANTUNES, Karla Dias. Use of low doses of eCG in estrus induction applied route submucosis in Santa Ines sheep. São Cristovão: UFS, 2012. 22p. (Dissertation – Master Program in Agroecosystems). The objective of this study was to improve the cost effectiveness of the technique of artificial insemination in fixed time (TAI) in sheep route transcervical, testing the effect of dose reduction and use of the route submucosis (SMV) in the application of equine chorionic gonadotropin (eCG) on the efficiency of the synchronization protocol and fertility to artificial insemination. Were used six groups of twenty animals, where each group received doses of 200, 300 and 400 IU of eCG intramuscularly (IM) and SMV. Estrus was detected and made 48 hours after insemination by transcervical. Of the 120 treated ewes, 87.5% in estrus. The percentage of intra-uterine deposition of semen was 88.3%. Pregnancy rate ranged from 20 to 70% among the treatments, obtaining an average of 46.66%. This demonstrates that the route SMV can be used to implement eCG at doses of 300 and 400 IU induction protocols and synchronizing estrus and ovulation in sheep associated with the TAI. The dose reduction to 200 IU eCG intramuscularly decreases the costs of maintaining the efficiency of estrus synchronization protocols and TAI showing better pregnancy rate and prolificacy in sheep, but should not be used route SMV. Key-words: administration path, artificial insemination, hormones, ovine. Guidance Commitee: Veronaldo Souza de Oliveira – UFS (Orientador), Anselmo Domingos Ferreira Santos - UFS (Co-orientador) 22.

(34) 1.3. Introdução A ovinocultura nacional vive um momento de expansão, não só no tamanho do seu rebanho, como na propagação da genética de animais de qualidade superior. O Nordeste brasileiro é visto como região de vocação para a exploração de pequenos ruminantes, a exemplo dos caprinos e ovinos.. A raça deslanada Santa Inês, vem demonstrando ter um alto potencial de adaptação à região nordestina, mantendo bons índices produtivos e reprodutivos, com um diferencial em apresentar uma boa conformação de carcaça e se destaca por ser bastante fértil, prolífica, precoce, rústica e resistente a parasitas gastrointestinais. Essa raça vem adquirindo grande importância na ovinocultura moderna, sendo utilizada tanto pura quanto para cruzamentos industriais (SILVA et al., 2010) o que a destaca como excelente alternativa na produção de carne para quase todas as regiões tropicais do Brasil, notadamente as zonas semi-áridas nordestina. Estas ovelhas são consideradas poliéstricas contínuas por apresentarem atividades reprodutivas durante todo o ano (FONSECA, 2005).. A inseminação artificial com tracionamento e exteriorização da cérvix em ovelhas da raça Santa Inês, vem apresentado índices satisfatórios de fertilidade com uso de sêmen congelado (ALMEIDA et al., 2011), apesar de alguns autores citarem a dificuldade na passagem do catéter pelo canal cervical devido a sua anatomia ser composta de anéis tortuosos, e associarem isto com a dificuldade de disseminação da inseminação cervical (LEETHONGDEE, 2010; KERSHAW et al. 2005). Outro fator limitante que leva a dificuldade do uso da inseminação artificial em tempo fixo (IATF), são os altos custos dos hormônios utilizados nos protocolos de indução e sincronização de estro e da ovulação.. O custo com hormônios para sincronização de estro de uma ovelha fica em torno de 20 a 30 reais, dependendo do protocolo e das doses utilizadas. Os protocolos recomendados pelos fabricantes dos hormônios para sincronizar estro, utilizam doses elevadas geralmente baseadas em raças lanadas de grande porte, sendo às vezes desnecessárias, principalmente se levarmos em conta as particularidades de nossas raças nativas a exemplo da Santa Inês. 23.

(35) A via de aplicação submucosa vulvar (SMV) rotineiramente não é muito indicada nos protocolos de sincronização de estro, entretanto, Gioso et al. (2005) mostraram resultados satisfatórios em termos de respostas de expressão de estro utilizando esta via com doses reduzidas de cloprostenol (análogo da prostaglandina) em bovinos por facilitar com mais rapidez a ação dos hormônios na região dos ovários. Diante disto é possível que esta redução diminua os custos com os hormônios em protocolos de indução e sincronização de estro e da ovulação em ovelhas, e promova um grande incremento no percentual de utilização da técnica de IATF pela via transcervical em ovinos, permitindo desta forma, otimizar o potencial reprodutivo bem como acelerar o ganho genético nos rebanhos.. O objetivo deste trabalho foi melhorar a relação custo benefício da aplicação da técnica de inseminação artificial pela via transcervical em tempo fixo em ovinos, testando o efeito da redução da dose e da utilização da via SMV na aplicação da gonadotrofina coriônica equina (eCG) sobre a eficiência do protocolo de sincronização e fertilidade à inseminação artificial.. 24.

(36) 1.4. Material e Métodos O experimento foi realizado entre os meses de junho de 2011 a janeiro de 2012 em duas propriedades rurais com criatório de ovelhas da raça Santa Inês no município de Graccho Cardoso e Maruim. A fazenda Agropecuária Nova Nordeste (Propriedade “A”), localiza-se no município de Gracho Cardoso, Sertão do Estado de Sergipe, distante 77,2 Km da capital Aracaju, a uma latitude 10º13'36" sul e longitude 37º11'54" oeste, estando a uma altitude de 242 metros (WIKIPÉDIA, 2011a) e possuindo um índice pluviométrico de 700 a 900 mm/ano (GEOGRAFIA DE SERGIPE, 2010). No município de Maruim, está a fazenda Rebanho AFN (Propriedade “B”), localizada a uma latitude 10º44'15" sul e longitude 37º04'54" oeste, estando a uma altitude de 10 metros, Região Leste de Sergipe, distante 30,0 Km de Aracaju (WIKIPÉDIA, 2011b) e apresentando índice pluviométrico entre 500 a 700 mm/ano (GEOGRAFIA DE SERGIPE, 2010).. Foram selecionadas 120 ovelhas multíparas da raça Santa Inês, sendo 60 ovelhas em cada propriedade, com idade média, de três anos, peso vivo entre 35 a 40 kg e avaliação do escore de condição corporal (ECC) entre 3,0 a 3,5 (escala das notas de 0 a 5) (RUSSEL et al., 1969). Os animais foram devidamente identificados com brincos ou coleiras numeradas para facilitar o manejo e controle. Nas duas propriedades predominam o sistema de exploração semi-intensivo. Na propriedade “A” a principal fonte de volumoso a pasto era o capim Tanzânia (Panicum maximum), capim Aruana (Panicum maximum) e o pasto Nativo. Na propriedade “B” predominava o capim Pangola (Digitária decumbens) e o capim Tifton 85 (Cynodon sp.). Em ambas propriedades os animais tinham acesso a sal mineral específico para ovinos e água “ad libitum”. As fêmeas foram selecionadas após exame ultra-sonográfico com diagnóstico de prenhez negativo e escore corporal compatível com o citado na metodologia.. Na propriedade “A” as ovelhas receberam um manejo nutricional diferenciado (flushing alimentar) 15 dias antes e 15 dias após IA, composto de suplementação concentrada com 70% de nutrientes digestivéis totais (NDT) e 18% de proteína bruta (PB) formulado na própria propriedade a base de Milho (70%) e Soja (30%) no total de 250 g de. 25.

(37) concentrado/cabeça/dia. Os animais da propriedade “B” não receberam suplementação alimentar durante o período pré e pós IA.. Em ambas as propriedades o estro das fêmeas foi sincronizado por meio de protocolo com duração de 9 (nove) dias, mediante aplicação de esponjas intravaginais impregnadas com 60 mg de Acetato de Medroxiprogesterona (MAP) (Progespon®, Intervet-Schering-Plough, SP, Brasil) por 9 dias. Estas foram inseridas as 08:00 horas da manhã no dia 0 (zero), no 7° dia as 08:00 horas da manhã foi aplicado por via intramuscular (IM) 100 µg (0,5 mL) de prostaglandina (PGF2α) (Ciosin®, IntervetSchering-Plough, SP, Brasil). No 9° dia no momento da retirada das esponjas, as ovelhas em cada propriedade foram aleatoriamente divididas em 6 (seis) grupos de 20 (vinte) animais cada, para receberem as 08:00 horas da manhã as dosagens de 200, 300 e 400 UI da gonadodrofina coriônica eqüina (eCG) (Novormon 5000®, Intervet-Coopers Saúde Animal, SP, Brasil) por via intramuscular (IM) e submucosa vulvar (SMV).. A detecção de estro foi realizada no 10° dia do protocolo a cada 8 horas com auxílio de rufiões por um período de 40 minutos, iniciando-se 24 horas após a retirada das esponjas e aplicação da eCG e identificando-se as fêmeas que apresentavam as manifestações de estro, isto é, cauda em movimento ou aceitação de monta e liberação ou não de muco pela vulva.. No 11° dia as 08:00 horas da manhã foram iniciados os trabalhos de inseminação artificial transcervical em todas as fêmeas, conforme recomenda a técnica de inseminação artificial em tempo fixo (IATF) adaptada de Pursley et al. (1995) . As fêmeas foram inseminadas entre 48 a 56 horas após a retirada das esponjas vaginais, por um mesmo inseminador. As mesmas encontravam-se em jejum prévio de 24 horas à realização da IA.. Para realização da IA pela via transcervical, as fêmeas foram posicionadas e imobilizadas mediante elevação dos seus posteriores sobre cavalete próprio, com 90,0cm de altura e imobilização dos membros pélvicos. Foi realizada limpeza da região vulvar com água e em seguida secagem com papel toalha. Para visualização da cérvix utilizou-se um 26.

(38) espéculo vaginal e com o auxílio de uma lanterna e pinças de Allis, foi fixada a entrada da cérvix, seguida da retirada do espéculo da vagina, tracionando-se as pinças até a abertura vulvar. Com o tracionamento e fixação da cérvix foi manipulado o aplicador expansor (Modelo Alta Genetics) através dos anéis cervicais, e em seguida foi realizada a IA pela via transcervical na tentativa de atingir o útero. Todo o material utilizado para execução da inseminação foi esterilizado previamente e mantido em solução de iodo 2% entre os procedimentos.. Todas as ovelhas, independente de terem apresentado estro foram inseminadas com sêmen congelado em palhetas de 0,25 mL de reprodutor da Raça Santa Inês, adquirido de central de sêmen credenciada no Brasil. No momento da IA, o sêmen foi descongelado por meio de imersão em água a 37ºC por 20 segundos.. A constatação da gestação dos animais foi observada por meio do uso do aparelho de ultrassonografia (Modelo AquilaVET, Marca Pie Medical) via transretal, com transdutor linear de 6,0 MHz, acoplado a uma haste de pvc (diâmetro 25 mm; comprimento de 50 cm), inserido e manipulado no reto dos animais 35 a 40 dias após as inseminações. Os seguintes parâmetros foram avaliados: tempo transcorrido entre a remoção das esponjas e a primeira detecção de estro (TRE-DE); percentual de animais em estro; tempo médio gasto na IA (TIA) que é o tempo entre o tracionamento e pinçamento da borda da cérvix e a inseminação propriamente dita; local de deposição do sêmen (cervical superficial, médio, profundo ou intra-uterino); taxa de gestação; prolificidade e os custos hormonais de acordo com cada tratamento.. As análises estatísticas dos dados das propriedades foram agrupadas por não ter havido diferenças significativas (P<0,05) entre elas, portanto o experimento foi conduzido num delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 3x2 sendo três doses da eCG (200, 300 e 400 UI) e duas vias de aplicação (IM e SMV). Os dados paramétricos TRE-DE (horas) e TIA (minutos) foram analisados pelo procedimento GLM do pacote estatístico SAS (2009). Os dados não paramétricos como percentual de animais em estro e taxa de gestação e prolificidade foram comparados usando-se o teste de Qui-quadrado. Os 27.

(39) resultados obtidos foram submetidos á análise de variância e as diferenças encontradas foram avaliadas pelo teste SNK usando-se pelo procedimento ANOVA dos SISVAR 5.0 (FERREIRA, 2007). Os testes foram analisados com nível de significância de P<0,05. A análise de custos hormonais foi realizada por meio de cotação de mercado nacional.. 28.

(40) 1.5. Resultados e Discussão Das 120 ovelhas tratadas, 87,5% expressaram estro, não havendo diferença significativa (P>0,05) entre os tratamentos (TABELA 1), indicando que independente da dose da eCG (200, 300 e 400 UI) ou via de aplicação (IM e SMV) utilizada o protocolo para sincronização de estro foi eficiente. Percentual inferior de estro em ovelhas utilizando doses de 200, 200 e 400 UI foram observadas por Fonseca et al. (2005); Guimarães et al. (2008) e Moeini et al. (2007), com índices de 84,2; 78,0 e 71,7% respectivamente. Dias et al. (2001), também não observaram diferença significativa no percentual (76,7 e 96,7%) de expressão de estro em ovelhas deslanadas, utilizando diferentes doses (200 e 400 UI) da gonadotrofina. Segundo Rabassa et al. (2007) a utilização de 500 UI da eCG em protocolos de sincronização de estro em ovelhas, proporcionou expressão de estro em 97,1% dos animais trabalhados. O elevado percentual de animais em estro no experimento, pode ser explicado pela ação da gonadotrofina coriônica eqüina (eCG) utilizada no protocolo, que tem na sua composição FSH e LH propiciando crescimento e maturação folicular, culminando com a elevada produção de estradiol, hormônio responsável pela expressão dos sinais clínicos de estro e, conseqüentemente, favorecendo o alto índice de sincronização.. Pesquisa comparando as vias de administração SMV e IM para sincronizar estro com doses reduzidas de prostaglandina foi realizada por Chacur et al. (2010), que avaliaram os efeitos de doses reduzidas na sincronização de estro e taxas de prenhez de vacas nelore. Os autores concluíram que independente da dose e da via de administração, não houve diferenças significativas nas características avaliadas.. 29.

Referências

Documentos relacionados

- Evitar contato direto com o produto (olhos, pele, roupa, não ingerir o produto).. - Manter longe de alcaliz, para evitar possíveis

Por outro lado, é necessário ressaltar que o comportamento dos custos (quer sejam Custos Fixos ou Custos Variáveis) pode apresentar alterações quando considerados os diversos

Sobre a entrevista concedida pelo presidente da Comissão Municipal de Empresários de Macaé, observou-se que logo ao ser provocado sobre qual a importância que o

[r]

Freire (1993, p. 32) assevera que o fazer pedagógico do professor não dicotomiza o saber do senso comum do outro saber, mais sistemático, de maior exatidão, mas busca uma síntese

Os resultados indicaram que, a partir da gestão de recursos humanos verde (GRHV), por meio das práticas como recrutamento e seleção, treinamento, avaliação de desempenho e

As compras dos alimentos destinados à merenda escolar através do PNAE nos municípios de Santo Augusto, Redentora e Três Passos são parcialmente oriundas diretamente

Proporção de vacas não inseminadas aos 70 dias de lactação e proporção de vacas gestantes aos 103 dias de lactação, taxa de gestação e perdas gestacionais em vacas de leite