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Metodologia para elaboração de um plano de gerenciamento de resíduos de serviço de saúde

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Metodologia para elaboração de um plano de gerenciamento de

resíduos de serviço de saúde

Vera Luci de Almeida (UFSC) veraluci@eps.ufsc.br Paulo Maurício Selig (UFSC) selig@led.ufsc.br Gregório Varvakis (UFSC) grego@deps.ufsc.br

Paulo Dias (UFSC) pmdias@eps.ufsc.br

Resumo

O objetivo deste artigo é apresentar uma metodologia para a elaboração e implementação de um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) em Estabelecimentos de Saúde, baseado na legislação vigente, principalmente nas Resoluções do CONAMA 05/93 e 283/01 e ANVISA RDC 33/03. Ela está baseada nos dados levantados junto a um projeto realizado para o REFORSUS – Reforço a Reorganização do Sistema Único de Saúde, em 2003 – que capacitou profissionais de saúde, de todas as regiões do Brasil, a confeccionar e implementação um PGRSS, visando melhorar o desempenho ambiental destes estabelecimentos. A adoção de procedimentos corretos de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde produz impactos ambientais positivos quanto a proteção do meio ambiente, como a minimização da produção de resíduos perigosos, o manuseio e a destinação adequada dos mesmos, além da preservação da saúde pública e do meio ambiente.

Palavras chave: Plano de gerenciamento de resíduos de serviço de saúde, Estabelecimentos de saúde, Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde.

1. O Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde - PGRSS

A adoção de procedimentos adequados de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde tem sido cada vez mais debatido entre os estabelecimento de saúde, seja pela pressão legal imposta pelo governo, seja pela mudança de postura dos geradores, quanto a preservação do meio ambientes e da saúde pública.

Os resíduos de serviços de saúde (RSS), por apresentarem fontes potenciais de impacto negativo ao meio ambiente e de disseminação de doenças, podem oferecer perigo aos trabalhadores dos estabelecimentos de saúde, bem como aos pacientes e para a comunidade em geral (BRASIL, 2002).

Desta forma, conforme a Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA RDC 33/03, o gerenciamento dos RSS

constitui-se num conjunto de procedimentos de gestão, planejados a partir de bases científicas e técnicas, normativas e legais, como o objetivo de minimizar a produção de resíduos e proporcionar aos resíduos gerados, um encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando a proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente.

Uma das formas mais utilizadas para o gerenciamento do RSS, o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde – PGRSS, tornou-se exigência legal, como documento integrante do processo de licenciamento ambiental, através da Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA nº 5, de 05/08/93, que estabelece a obrigatoriedade de sua elaboração, assim como a sua aprovação junto ao órgão ambiental competente. Esta Resolução, assim como, a Resolução CONAMA nº 283/01, que a complementa,

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regulamentam o “tratamento e a disposição final adequada” dos resíduos de serviços de saúde (RSS), visando “prevenir danos à saúde e ao meio ambiente”.

Porém, não existe um modelo de PGRSS aplicável a todos os tipos estabelecimentos de saúde. Eles podem apresentar uma variação de acordo com o tipo, estrutura e especialidade de estabelecimento. Assim, há alguns passos que todo o Plano deve contemplar. Estes passos são baseados nas exigências legais, principalmente as Resoluções do CONAMA nº 5/93 e 283/01, e da ANVISA RDC 33/03.

2. O PGRSS

Para que a estruturação do Plano ocorra é necessário um conjunto de ações integradas que vão desde a definição dos objetivos do Plano, até a sua viabilização econômica e controle de seus indicadores.

Partindo-se dos resultados alcançados na experiência obtida com o Projeto Reforsus – Reforço à Reorganização do Sistema Único de Saúde, realizado entre março de 2002 e jun/2003, numa parceria com o Consórcio formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Fundação Getúlio Vargas (FGV), na realização do Curso, na modalidade ensino a distância, “Saúde Ambiental e Gestão de Resíduos de Serviços de Saúde”, foi possível determinar uma metodologia de elaboração de Planos que conseguisse atender as exigências legais para a sua elaboração. O objetivo do curso era capacitar profissionais para o gerenciamento dos RSS e a confecção de seus Planos. Este curso atendeu 15.647 profissionais/funcionários de 728 unidades de saúde de todo o Brasil, apresentando como atividade de aprendizado do curso a confecção do seu PGRSS.

Assim, com base nos resultados obtidos com o curso é possível afirmar que o roteiro sugerido para esta atividade conseguiu atender as exigências legais, tornando a atividade de elaboração do Plano simples e objetiva. Já que a maior dificuldade para os alunos do curso eram referentes a forma de elaborar o documento.

O roteiro apresentado para os alunos foi baseado no roteiro apresentado em Brasil (2001), e compreende 6 passos, conforme a figura, a seguir:

Figura 1 – Passos para a elaboração de um PGRSS Definição dos Objetivos

Gerais do Plano Definição da Equipe de Trabalho Diagnóstico Inicial da Situação Atual Elaboração dos Procedimentos Implementação do Plano Controle e Avaliação do PGRSS

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Desta forma, com base na legislação vigente e na literatura utilizada para a elaboração da capacitação e treinamento dos profissionais que participaram do curso, o roteiro foi melhorado e complementado em suas atividade, a fim de apresentar uma metodologia de confecção de um PGRSS de forma objetiva, possibilitando o entendimento e confecção de suas etapas, conforme a seguir.

2.1 Passo 1 - definir os objetivos do plano

Este é um requisito indispensável do Plano. Ele deve contemplar, basicamente, a direção dos esforços da equipe para resolver os problemas específicos do estabelecimento, buscando a adequação do estabelecimento às boas práticas, envolvendo os resíduos e os riscos, referentes ao manejo dos RSS. Eles devem contemplar, também, a preocupação do estabelecimento com a proteção à saúde e o meio ambiente, o gerenciamento adequado dos resíduos, a minimização dos riscos associados as atividades dos serviços de saúde; e o cumprimento da legislação.

2.2 Passo 2 - montar a equipe de trabalho

Dentro da metodologia proposta para o projeto, no cumprimento deste requisito, o estabelecimento informa a estrutura do estabelecimento (o organograma) definindo claramente quais os responsáveis por cada departamento/unidade/setor.

Conforme Brasil (2002), o organograma ilustra de forma gráfica a hierarquia de cargos e funções do estabelecimento. Nele pode-se verificar, quais as pessoas chave do estabelecimento e que estão relacionadas a implementação de um PGRSS.

Desta forma, na confecção do Plano, o estabelecimento deve informar, desde a direção até o nível de supervisão, quais as pessoas responsáveis por cada unidade ou serviço do estabelecimento. Com o intuito de padronizar esta atividade no curso, foi criado um formulário, afim de coletar algumas informações essenciais para o cumprimento deste passo. O formulário contemplou em cada nível (direção, responsável pelo PGRSS, responsável pela CCIH, responsável pelo Serviço de segurança e medicina do trabalho – SESMT, chefias, supervisões), as responsabilidades, assim como, o nome da pessoa ocupante do cargo.

Neste passo é importante ressaltar o responsável pela implementação do PGRSS, que deve estar registrado no documento. Ele deve ser definido pela Direção do estabelecimento, de forma registrada e comunicada a todo o estabelecimento.

2.3 Passo 3 - fazer um diagnóstico da situação atual

Neste passo, os estabelecimentos faz um inventário sobre os tipos de resíduos gerados, as quantidades, bem como os tipos de riscos associados a cada um dos resíduos, levantando dados sobre a limpeza, formação e capacitação dos funcionários envolvidos com o manejo dos resíduos, entre outras.

As realidades dos estabelecimentos de saúde são diversas. Assim, para que se possa avaliar o Plano é necessário que a caracterização do estabelecimento seja bastante abrangente. O responsável pelo Plano deve coletar o máximo de informações possíveis, inclusive sobre o município onde o estabelecimento se localiza. Além da caracterização do estabelecimento (razão social, nome de fantasia, endereço completo, tipo de estabelecimento, especialidades, capacidades, responsáveis) é necessário registrar os dados sobre o espaço físico (área do terreno, área construída, nº de prédios); registrar os locais onde possam ocorrer os aspectos ambientais - processos ou atividades que causam impactos no meio ambiente (resíduos sólidos, efluentes líquidos e gasosos); e os indicadores de desempenho que o estabelecimento já possua. Para registra os indicadores, foi sugerido um formulário. Nele são registrados os indicadores; a sua forma de cálculo; a meta/padrão a ser alcançada, conforme a política atual

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do estabelecimento, o índice atual, a freqüência de medição e o setor ou função responsável pela realização das medições.

Todas estas informações devem ser trabalhadas, descrevendo a situação em que o estabelecimento se encontrava antes da implementação do PGRSS.

2.4 Passo 4 - elaborar o PGRSS do estabelecimento

Neste passo são registrados os procedimentos de manejo para cada categoria de resíduos, desde a segregação até a disposição final dos resíduos, o levantamento dos riscos associados ao manejo dos RSS e o levantamento dos recursos necessários para a minimização destes riscos. Conforme Brasil (2001), o PGRSS deve cumprir, pelo menos, os seguintes pontos:

• prever os recursos humanos, financeiros (contratos externos, aquisição de equipamentos, etc.) e materiais necessários (recipientes, etiquetas, sacos, equipamentos de segurança, etc);

• prever e realizar os contratos com os provedores de serviços externos, contemplando tanto aspectos de custo como de responsabilidade; • definir o fluxo de operações e as normas de manejo para cada categoria

de resíduos e as políticas e procedimentos necessários. Alguns estabelecimentos de saúde já possuem normas ou planos de manejo. Dessa maneira devem ser estudadas as modificações necessárias para adaptá-las à nova situação criada pela implementação do PGRSS, identificando também, profissionais que já tenham responsabilidade neste âmbito para que se envolvam nesse novo plano.

Este requisito deve contemplar: 2.4.1 A classificação dos RSS

O estabelecimento deve definir qual a classificação deverá ser adotada: do CONAMA, conforme a Resolução 283/01, ou da ANVISA, RDC 33.

A Resolução do CONAMA 283/01 classifica os RSS em 4 grupos (A – resíduos com risco biológico, B – resíduos com risco químico, C – rejeitos radioativos e D – resíduos comuns) e a Resolução da ANVISA RDC 33, classifica os resíduos em 5 grupos (A – potencialmente infectantes, B – químicos, C – rejeitos radioativos, D – resíduos comuns e E – perfurocortantes).

2.4.2 Segregação e acondicionamento dos RSS

Na descrição do procedimento de segregação e acondicionamento, o estabelecimento deve registrar como segrega e acondiciona seus resíduos. Para esta atividade, o curso sugeriu um formulário, onde todos os resíduos são identificados, por local de geração, sua descrição, grupo a que pertence, estado físico e os recipientes utilizados para seu acondicionamento (descrição, capacidade e simbologia utilizada). Conforme figura abaixo:

Grupos Recipiente Utilizado

A B C D Estado Físico Local (Unidade ou serviço) Descrição do

Resíduo R NR S L Descrição Capacidade

Simbologia/ Identificação Emergência Algodão,

gaze, atadura

x x Recipiente plástico com tampa acionada por pedal

20 litros Símbolo do grupo A com inscrição “Risco “Biológico

Figura 2 – Formulário de coleta de dados referentes a segregação e acondicionamento

Este formulário foi utilizado pela maioria dos Planos confeccionados durante o curso. O preenchimento correto dos dados são suficientes para deixar o procedimentos de segregação e acondicionamento registrado, informando aos funcionários a forma correta de segregar e

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acondicionar os diversos tipos de resíduos produzidos pelo estabelecimento, ou seja, demonstrando que ele atende plenamente ao procedimento.

2.4.3 Armazenamento temporário e armazenamento externo

O procedimento de armazenamento temporário é facultativo para os pequenos geradores de resíduos. Nele, assim como no armazenamento externo, os estabelecimentos registram como é o realizado o armazenamento, além das descrições do espaço físico, que tem que estar de acordo com as normas da ABNT 12809, 12810 e especificações da FUNASA (1999). Para auxiliar o atendimento a este requisito, foi desenvolvido um formulário que auxiliou a equipe de confecção do PGRSS a obter as informações necessárias ao cumprimento deste procedimento. O formulário contemplou as seguintes informações: descrição do abrigo, grupo de resíduos que armazena, tipo de revestimento utilizado no piso e nas paredes, perguntas sobre a exclusividade para os RSS, a existência de pontos de água e ralo sifonado, ventilação e iluminação adequadas, porta de proteção e descrição do material despejado no ralo. Além disso, o formulário sugere que sejam anexados ao PGRSS a planta baixa ou um croqui, identificando os locais de armazenamento temporário, assim como o de armazenamento externo.

2.4.4 Coleta interna e transporte interno

Este procedimento consiste em registrar como deve ser efetuada a coleta e o transporte interno dos resíduos. Ela pode estar dividida em coleta I e II. Onde a coleta interna I, corresponde a retirada dos resíduos do local de sua geração e transporte para o local de armazenamento temporário e a coleta interna II que corresponde a retirada dos resíduos do local de armazenamento temporário até o local de armazenamento externo. Para os pequenos geradores é realizada uma coleta única – do local de geração para o armazenamento externo. Neste procedimento os estabelecimentos devem registrar os roteiro de coleta, os responsáveis pela coleta e transporte, os tipos de carros utilizados para o transporte.

Para o atendimento deste requisito, foi sugerido um formulário para a coleta de informações que devem ser contempladas no procedimento. Este formulário registra, tanto para a coleta interna I ou II, quanto para a coleta única, para cada tipo de resíduo, o horário da coleta, a freqüência da realização da coleta, os equipamentos utilizados, os EPIs necessários, o número de funcionários que atuam na coleta, dados sobre os carrinhos utilizados (quantidade, capacidade e tipo de recipientes utilizados para o transporte).

2.4.5 Tratamento dos resíduos

O tratamento dos resíduos está vinculado a minimização dos riscos associados ao RSS. No PGRSS deve ser descrito os tipos de tratamentos utilizados pelo estabelecimento, para cada tipo de resíduo, e se ele é realizado pelo estabelecimento ou por empresa especializada. Outra informação que deve ser registrada é quanto ao Programa de Reciclagem utilizado pelo estabelecimento. Onde, são definidas as ações quanto a utilização dos 3Rs (reduzir, reutilizar e reciclar). Estas informações, podem ser registradas em forma de tabela ou texto. O formulário sugerido contemplou, para cada tipos de resíduo, informações sobre o local e forma de armazenamento, e a empresa que compra os resíduos (nome, localização e o destino que a empresa dará a estes resíduos), informando, também, os resíduos que o estabelecimento irá reaproveitar.

2.4.6 Coleta externa

Geralmente este procedimento não é realizado pelo próprio estabelecimento e sim pelo município ou por empresa especializada - terceirizada. Assim, este requisito deve registrar

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como é realizado o procedimento se coleta externa, que consistem na retirada dos resíduos do armazenamento externo e o transporte até o tratamento externo ou até o local de disposição final. Estes registros são necessários pois o estabelecimento, mesmo que contrate uma empresa especializada para a realização da atividade, é co-responsável pelos seus RSS até a disposição final. Assim, visando registrar o maior número de informações possíveis sobre a empresa que realiza estes serviços, foi sugerido alguns formulários. Nestes formulários são registradas as seguintes informações: tipo e grupo de resíduos que ela recolhe, tipo de veículo que é utilizado, se os funcionários da empresa utilizam EPIs, qual a freqüência e horário de recolhimento dos resíduos, distância que o veículo percorre até a disposição final e qual o custo deste serviço. É necessário, também, registrar algumas informação quanto a empresa contratada, como: razão social, endereço, CNPJ, licença ambiental e responsável (nome e registro profissional). Com base nestes dados é possível descrever com precisão o procedimento de coleta utilizado pelo estabelecimento.

2.4.7 Tratamento externo

O estabelecimento que optar por tratamento externo dos resíduos, deve registrar no seu PGRSS o procedimento utilizado, pela empresa contratada, para cada tipo de resíduo. Além disso, deve registrar o nome da empresa, os equipamentos utilizados, o nº da licença ambiental e órgão, os custos pagos por tonelada tratada.

2.4.8 Disposição final

A disposição final é a última etapa de manejo dos RSS, onde os resíduos, tendo ou não passado por tratamento, devem ser dispostos em locais seguros, evitando a contaminação do solo e dos corpos de água. No PGRSS este procedimento deve ser registrado de forma a informar os dados referentes a empresa responsável pelo local de disposição final dos resíduos.

No curso foi utilizado alguns formulários a fim de ajudar na coleta destes dados. Os formulários registram as seguintes informações, por grupo e tipo de resíduo: tipo de disposição utilizada, média mensal (kg ou litros/mês), custo por tonelada, empresa contratada. Quanto a esta empresa, é importante que se mantenha registrado o nome e CNPJ, endereço completo, licença ambiental, responsável técnico (nome, profissão, registro profissional). Apesar dos estabelecimentos não realizarem esta atividade, ele, conforme a legislação vigente, é responsável por ela, estando sujeito as sanções da lei.

É importante que todas as atividades terceirizadas sejam registradas no PGRSS. Mantendo registrado o maior número de informações possível sobre o procedimento utilizado pela empresa contratada e dados que possam avaliar a sua capacidade técnica para a realização da atividade.

2.4.9 Mapeamento dos riscos associados aos RSS

Mapear os riscos relacionados ao Manejo dos RSS é uma formas de identificar e evitar a ocorrência de um evento que possa causar danos à saúde. Conforme Brasil (2002) “... não existe risco zero, porém existe a possibilidade de minimizá-lo ou alterá-lo para níveis considerados aceitáveis”.

No PGRSS deve-se registrar o procedimento de controle de riscos. Nele é importante, primeiramente, avaliar em cada local do estabelecimento, a existência de riscos, nas categorias: físico, biológico, químico, ergonômico e de acidentes.

Para o curso, foram criados vários formulários a fim de ajudar os alunos a identificar, priorizar e definir as ações necessárias para minimizar os riscos identificados. Assim, para cada área/processo, foi sugerido o preenchimento de dados, descrevendo a área de

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abrangência, o tipo de risco, quem está exposto ao risco identificado, forma de exposição, momento ou fase onde há maior probabilidade de ocorrência e a forma de controle do risco. Outro formulário proposto foi em relação ao uso de EPIs e EPCs, descrevendo o local, risco identificado, EPIs e EPCs necessários, e a situação dos mesmos. Por último, após utilização de uma matriz de priorização, com base no risco – severidade x probabilidade, com base na norma MIL – STD 882 USA, foi sugerido um formulário a fim de registrar as ações necessárias para minimizar os riscos priorizados. Este formulário registra a ação, o responsável pela garantia da implementação da ação, o prazo para a implementação, a prioridade e observações adicionais (dificuldades encontradas, falta de recursos, acidentes já registrados referentes a ação.

2.5 Passo 5 - implementação do PGRSS

Para o cumprimento deste requisito é necessário algumas ações como a divulgação do PGRSS a todos, a realização de treinamentos continuados para a equipe envolvida com o manejo dos RSS e, também, a aquisição dos equipamentos necessários para melhorar o gerenciamento dos RSS. Assim, para este planejamento e acompanhamento da implementação das ações é necessário, primeiramente, identificar os recursos necessários para equipamentos, materiais, pessoal, obras, capacitação.

Desta forma, neste passo é confeccionado um Plano de implementação. Sugeriu-se ao cursistas que utilizassem uma tabela do tipo 5W2H (o quê?, por quê?, quando?, onde?, quem?, como?, quanto?).

2.6 Passo 6 - controle e avaliação do PGRSS

Este passo prevê o monitoramento dos indicadores referentes aos RSS, identificando pontos a serem melhorados no gerenciamento dos RSS.

Foi sugerido o uso do mesmo formulário utilizado no passo 2 (dois), onde são registrados os indicadores a serem monitorados, a forma de cálculo, a meta/padrão a ser alcançada, o índice atual, a freqüência de medição e o setor ou função responsável pela realização das medições. Com base neste monitoramento é possível verificar se as ações propostas no PGRSS estão sob controle, avaliando a tendência de melhora ou piora destes indicadores.

3. Analise crítica da metodologia utilizada para a confecção do plano

Os formulários mostraram-se úteis para a construção de um PGRSS. Porém a linguagem utilizada para explicar o uso dos formulários foi construída, considerando que os profissionais responsáveis pela elaboração dos PGRSSs, chamados no curso de motivadores locais, teriam como formação, nível superior completo. Desta forma, as maiores críticas recebidas quanto ao uso dos formulários foram em relação as orientações para a elaboração do Plano, consideradas por muitos alunos como pouco esclarecedoras, assim como, os formulários foram considerados complexos – complicado para ser traduzido para um procedimento. Este fato deve-se, principalmente, ao nível de instrução solicitado para este motivadores locais não ter sido atingido em sua totalidade.

Os formulários, dentro do que se propunham, abordaram todos os assuntos que estavam previstos no Plano, sendo que muitos deles contemplavam informações com riqueza de detalhes, possibilitando ao estabelecimento registrar todos os procedimentos.

Dois conjuntos de formulários registraram o maior número de dúvidas sobre seu preenchimento, junto a equipe de tutoria: caracterização do estabelecimento e planejamento e acompanhamento de indicadores.

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que define a equipe técnica e suas responsabilidades, onde o pessoal da direção não estava completamente envolvido com o gerenciamento dos RSS. Os problemas relacionados ao conjunto de formulários sobre o planejamento e acompanhamento dos indicadores foi registrado em relação ao entendimento quanto o assunto. Na maioria dos estabelecimentos as pessoas não conseguiam definir sozinhos seus indicadores. Este fato deve-se, principalmente, ao nível de instrução não ter sido atingido na maioria dos estabelecimentos e o total desconhecimento sobre o assunto.

Outro fato que ficou evidenciado foi a falta de percepção quanto a oportunidade de contemplar no PGRSS, assuntos como a educação ambiental, efluentes líquidos e gasosos. Apesar de ser proposto, no material do curso, formulários sobre estes assuntos e por eles não serem obrigatórios na confecção do Plano, que enfoca basicamente os RSS sólidos, a grande maioria dos estabelecimentos não contemplou procedimentos quanto a estes assuntos, perdendo a oportunidade de elaborar um Plano mais abrangente, enfocando também, as capacitações realizadas ou a serem realizadas pelo estabelecimentos pela busca da conscientização da educação ambiental, além da capacitação em procedimentos técnicos específicos sobre o manejo dos RSS.

Na avaliação dos estabelecimentos, quanto ao uso dos formulários como ferramenta para a construção do PGRSS, apesar dos alunos terem apontado as dificuldades no entendimento dos formulários e do roteiro sugerido pelo plano, o maior índice de respostas foi na categoria “bom” e pelo número de planos entregues como atividade final do curso, cumprindo o roteiro determinado e confeccionados com o uso dos formulários, pode-se concluir que estes tiveram uma função primordial na elaboração da maioria dos Planos entregues pelos estabelecimentos. Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR-10.004 - Classifica os resíduos sólidos quanto aos riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública. Classificação. Rio de Janeiro, 1987.

_________. NBR 12809 – Manuseio dos resíduos de serviços de saúde. Rio de Janeiro, 1993. _________. NBR 12810 – Coleta de resíduos de serviços de saúde. Rio de Janeiro, 1993.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. PROJETO REFORÇO À REORGANIZAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (REFORSUS). Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde. Brasília : Ministério da Saúde, 2001.

_________. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Saúde ambiental e gestão de resíduos de serviços de saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2002.

_________. MINISTÉRIO DA SAÚDE. FUNDAÇÃO NACIONAL DA SAÚDE. Manual de Saneamento. Brasília, 1999.

CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução n° 5, de 5 de agosto de 1993. Define os procedimentos mínimos para o gerenciamento de resíduos sólidos provenientes de serviços de saúde, portos e aeroportos. Estende exigências aos terminais rodoviários e ferroviários. Brasília. 4 p.

_________. Resolução n° 283, de 12 de julho de 2001. Dispõe sobre o tratamento e destinação final dos resíduos de serviço de saúde. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 1° de out. 2001. 4 p.

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