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Liberar o uso faz a sua cabeça?

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Academic year: 2021

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Texto

(1)

Por um “inteiro” ambiente

É cada vez mais importante

discutir temas como a

importância de reciclar, o uso

de produtos biodegradáveis e

as mudanças no clima.

g.

12

E MAIS:

Itu dá samba

02

Luiza Erundina

03

circulação em Salto e Itu

distribuição gratuita

Arauto

O Jornal O Arauto é uma publicação da Faculdade de Comunicação e Artes do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio - CEUNSP Nº 7

Cena cultural

pág.14

Da crítica de um dos best-sellers do momento aos 40 anos do celebrado festival de Woodstock.

Muita tributação

pág. 08

Você sabia que boa parte do preço do produto que você compra é imposto?

Marketing esportivo

A Traffic e o projeto para ganhar dinheiro com venda de atletas e fazer Porto Feliz abrigo para seleções na Copa de 2014.

pág. 09

Liberar o uso faz a sua cabeça?

Apesar de cada vez mais

frequente na sociedade, a

maconha ainda choca. Aqui, um

debate sobre uso e liberação.

g.

10

2010

Transporte

Universitário

Salto abriga 8 mil universitários, que chegam e partem no mesmo horário. Um movimento com muitas histórias.

pág.06

Eleições

você

já tem

(2)

DA MESA DO REDATOR

Ops...

Por Aluisio Souza

As páginas que indicavam as reportagens nas chamadas de capa da edição passada (maio/junho) estavam erradas. Pedi-mos desculpas.

A grafia correta do nome da fotógrafa da foto que ilustra a reportagem “Ele estuda Cinema. E faz (bem) teatro”, também da edição passada, é Cissa Victal.

A reportagem sobre “Twitter.com” não foi escrita por Adriane Souza. A autora é Mariana Sugahara.

Esclarecimentos sobre a reportagem “Alemão - bar sinônimo de tradição, Itu e parmegiana”: Herbert Steiner é um dos sete proprietários do restaurante. O estabelecimento se transfor-mou de uma padaria a um dos restaurantes mais famosos do país em meados do Século XX, graças aos trabalhos dos irmãos Marcos Steiner Neto e Paulo Steiner Júnior, já faleci-dos e filhos de Paulo, este descendente direto do imigrante alemão Max Steiner.

A escola de samba Império de Casa Verde, do grupo espe-cial paulistano, vai homena-gear os 400 anos de Itu, que serão completados em janei-ro de 2010. A história da ci-dade “Berço da República” vai ser desfilada no Sambódromo da capital.

O prefeito de Itu, Hercu-lano Júnior, em coletiva de imprensa (foto), da qual O

Arauto participou,

apresen-tou o carnavalesco da Impé-rio, Marco Aurélio Bonfim: “Vamos abordar os principais fatos da história da cidade”, disse o carnavalesco, que tem 17 anos de carreira e já

400 anos de Itu será

enredo do Carnaval de SP

Robson Nascimento

ganhou três prêmios como o melhor da Liga das Escolas de Samba de São Paulo.

Marco Aurélio disse tam-bém que, quando as fantasias estivem prontas, pretende fazer um desfile em Itu para apresentá-las à população e que a Império de Casa Verde está de portas abertas para a troca de conhecimento com as escolas de samba ituanas.

Sem ajuda pública - O

prefeito Herculano Júnior ga-rantiu que a ajuda financeira que Itu vai fazer à escola vai partir de empresas privadas, e “que o dinheiro publico não será usado para tais fins.” O

Arauto promete fiscalizar.

Do leitor

Moro em Porto Feliz, onde sou voluntária da Comunidade Baháí do Brasil. Vi o Jornal

O Arauto desta Faculdade de Comunicação e

adorei as matérias, a excelência dos temas, a maneira como se retrata a vida universitária. No jornal referente a março, uma reporta-gem em especial me tocou bastante, relativa a estudante Rute (edição de março/abril), que vem de uma origem economicamente desfavorável, como a maioria das mulheres do nosso país, e seu esforço e vitória em ter chegado à universidade.

Vemos no Brasil muitos jovens, que têm condições materiais e nem sempre valori-zam o acesso ao conhecimento. Muitos os fa-zem, apenas para terem um diploma.

Gostaria então de enviar meus parabéns a esta linda e maravilhosa mulher, que deve ser um exemplo para muitas jovens no Brasil. Na prática de minha vida profissional, sou enfermeira obstétrica e sanitarista, vivencia-mos vidas de milhares de mulheres impac-tadas no seu desenvolvimento por falta de estímulo, acesso ou até de vontade em inves-tir na sua vida pessoal, estudando e se capa-citando. Com muitas, conversamos inúmeras vezes sobre esta condição, fundamental para mudar a vida das mulheres. Então vejo com alegria uma jovem corajosa, tomando nas suas próprias mãos o avanço em sua vida.

Sônia Maria Góes Shafa - enfermeira.

Gostaria de elogiar O Arauto por falar de um tema que no interior ainda é guardado a sete chaves. Mas, existem pontos a serem elu-cidados, alguns termos, posturas e ideologias que foram exaltadas no texto. Gostei muito de vocês colocarem no esquecimento a psi-quiatria freudiana, que advoga com eloquên-cia, as mulheres são inferiores por invejarem o pênis e os gays, mais ainda. Que todas essas verdades exasperem a reflexão daqueles que tem o poder do saber. Mas é preciso acabar com os discursos pseudo-acadêmicos. Um jornal acadêmico que é feito para uma elite semi-erudita, vocês não só escrevem para lei-tores médios, somos universitários, acho que vocês também o são.

Vamos eliminar comparações absurdas como idade média e Grécia estão em outra estrutura social ou histórica cultural, as re-gras do jogo são outras.

Por favor, discorram de coisas concretas e atuais como o projeto do Julio de Oliveira Rodrigues aluno do CEUNSP. Ele começará a partir de 20 de junho um grupo LGBT em In-daiatuba, onde se juntara com as 4.000 pes-soas do grupo E-jovem, ele terá como foco a união e a socialização dos gays.

Acredito que são esses espaços que faci-litam a troca simbólica de símbolos gays e é a chave para eliminar o câncer da alienação. É onde o gay consegue ter no campo social fundamentos para cristalizar sua

imagina-ção sociológica de forma livre e sem juízos de valores negativos, sendo capaz de criar um modo viver. É onde o individuo gay pode gerar novas formas de viver. Devemos não somente nos defender, mas também nos afir-mar enquanto força criativa.

Vamos acabar com “homossexualismo”, que tem sua origem nas análises clinicas do século passado, e não merecem nem serem alvitradas.

Élcio Fernandes Rosa Jr. - estudante de Relações Públicas

Nota da Redação: 1) O texto não “exaltou”

nada. Apenas apresentou. No máximo, deba-teu. 2) Escrevemos para uma comunidade ampla, já que O Arauto circula nas cidades de Itu e Salto e chega també a partes de ou-tras, como Porto Feliz e Sorocaba. Claro, o pú-blico principal são inseridos no CEUNSP, mas não pensamos nunca em nada “pseudo”. 3) Não reconhecemos, no citado texto, nenhu-ma comparação entre Idade Média e Grécia. 4) O projeto do grupo LGBT nos foi trazido como assunto agora. Claro, pode fazer parte de uma pauta deste jornal. 5) O uso do léxico “homossexualismo” foi apenas por força de escrita e nada tem a ver com conotações filo-sóficas ou sociais. Ou, como consta em dicio-nários (Michaelis): cs (homos-sexual+ismo) sm Prática de atos homossexuais. Antônimo: heterossexualismo. 6) Por fim, concordamos: a chave é eliminar o câncer da alienação.

Manifesto gay e a homossexualidade

Feliz com a Rute

Estou escrevendo aO Arauto para fazer uma sugestão, a fim de enriquecer ainda mais o belo trabalho que está sendo reali-zado pelos professores e estudantes da FCA. Gostaria de sugerir um espaço nas edições para a poesia. Eu sou poeta e compositor (Nota da Redação: premiado com uma

menção honrosa no XVIII Prêmio Mouton-née de Poesia) e conheço vários estudantes

que também escrevem e gostariam muito de colaborar com a valorização da arte e cultura

brasileira, agregando suas criações às publi-cações.

Bruno Masrgoni - estudante de Publici-dade e Propaganda (7º semestre)

Nota da Redação: Prometemos pensar

com carinho sobre a sugestão. E fazemos ou-tra: por que os alunos poetas do CEUNSP não se reúnem e publicam seus trabalhos, ou os colam nas paredes da instituição, ou usam outra maneira de se comunicar?

Um poeta pela poesia

Espaço para perguntas, críticas e debates, oriunda da comunicação dos leitores com os edi-tores de O Arauto. Por causa do espaço, os textos podem não ser publicado na íntegra.

MARKETING ESPORTIVO

Jornal T

(3)

Coordenador Geral da FCA: Prof. Edson Cortez / Coordenador da AECA: Prof. Amauri Chamorro / Projeto Gráfico e Diagramação: Prof. Murilo Santos / Redator Universitário Chefe: Jean-Frédéric Pluvinage Colaborador: Edvaldo Santinon

Conselho Editorial: Prof. Amauri Chamorro; Prof. Edson Cortez; Prof. Ms. Filipe Salles; Profª Ms. Maria Paula Piotto S. Guimarães; Prof. Esp. Pedro Courbassier; Prof. Dr. Rubens Anganuzzi Filho. Projeto de Trabalho Integrador - O ARAUTO

Alunos participantes (ilustração, pauta e edição): Aluísio Souza, André Brandão, Antonio Nunes Almeida, Ariane Campos, Gabriel Alves, Ligia Martin, Luciana Tambeli, Melissa Castro, Natalia Esteves, Nelson Lisboa, Thales Puglia, Thiago Cruz, Tiago Cézar e Tiago Rodrigues.

Editoria de Fotografia: Evandro Ananias, Giuliano Miranda e Maurício Bueno. Coordenação: Prof. Pedro Courbassier.

Todos os textos são de responsabilidade de seus autores. Contatos: redator@arauto.info

Tiragem: 45.000 exemplares

Jornalista responsável: Pedro Courbassier (MTb.: 23.727).

expediente

Assistente social é uma profissão na qual não existe neutralidade e onde é preci-so se posicionar e lutar pelos direitos dos excluídos, seja qual for o desafio. Esta foi a mensagem dada pela deputa-da federal Luiza Erundina, em comemoração ao dia do As-sistente Social, durante pales-tra no começo de junho, dada no Campus V do CEUNSP de Salto. O encontro - que con-tou com um público forma-do pela equipe técnica da Secretaria de Ação Social da Prefeitura de Salto e alunos

do curso de Serviço Social do CEUNSP, além de autoridades - abordou os desafios histó-ricos da profissão, principal-mente durante a ditadura mi-litar. Luiza Erundina, formada em Serviço Social pela Uni-versidade Federal da Paraíba, lembrou passagens do Ter-ceiro Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais, realizado há 30 anos. Congresso esse que ocorreu após os assis-tentes reconstruírem a repre-sentação de classe, que ficou inatuante por anos, já que o governo militar (1964-1985)

considerava a profissão “sub-versiva”.

Erundina enfatizou que o evento simbolizou uma que-bra com a visão conservado-ra da profissão, que consistia em fiscalizar classes margina-lizadas e evitar conflitos para manter as diferenças sociais. “O congresso revitalizou o papel das políticas públicas e sociais no país”, disse a depu-tada.

Na palestra, Erundina

também focou a importân-cia da juventude na partici-pação política. Segundo ela o

movimento estudantil recuou e precisa ser mais atuante, “principalmente neste perío-do em que as instituições de-mocráticas estão fragilizadas por sucessivos escândalos de corrupção.”

Outra questão abordada foi a necessidade de demo-cratizar os meios de comu-nicação. “Ouso afirmar que,

mais importante que a re-forma agrária, é a rere-forma democrática dos meios de comunicação social. A

Fa-culdade de Comunicação e Artes [do CEUNSP] tem que estar antenada com esta questão senão não haverá a democratização.”

Após a palestra, o cidadão Oswaldo Dalla Vecchia solici-tou ajuda da deputada para melhorar o abastecimento de água nos bairros Maracajás, Iracema e Arquidiocesano. Ela garantiu então a obten-ção de recursos para a área de saúde do município e para o abastecimento destes bair-ros. Por fim o prefeito Geraldo Garcia e vereadores apresen-taram o Complexo da Cacho-eira (foto) para Erundina.

Josuel Rodrigues, estudan-te de Serviço Social, pontuou a importância da palestra para seus colegas: “Nós, do movimento estudantil de Ser-viço Social, vemos na Erundi-na uma pessoa que assume compromisso com nosso pro-jeto ético-político na luta pela construção de um país demo-crático, popular e de todos.”

uma assistente social

Luiza Erundina,

Um trabalho de conclu-são de semestre motivou cinco alunos do 3º ano e seis alunos do 1º de Cinema a unirem forças. Esses onze universitários da Faculda-de Faculda-de Comunicação e Artes (FCA-CEUNSP)inovaram ao produzir o curta-metragem “Despertar”. A obra, um do-cumentário fictício, conta a história da ONG Desper-tar, que recupera vidas de pessoas que já tentaram ou pensaram no suicídio.

“É uma biografia e uma auto-análise de pessoas que poderiam ter sido levadas a cometer suicídio”, explica o estudante Diego Sebastiani. Os universitários dese-jam levar a reflexão do tema e entender o que leva algu-mas pessoas a desistirem da vida enquanto outras decidem continuar nela. Num clima de diversão, mas com muita seriedade,

es-ses alunos debatem o segun-do maior fator de mortes em todo o mundo.

A confiança dos patrocina-dores foi um grande incentivo para a consumação deste do-cumentário, segundo Diego. “A equipe agradece muito aos patrocinadores, que acredita-ram no nosso projeto sem vi-sar lucro, mas sim apostando no nosso trabalho”, completa.

O vídeo será exibido no Te-atro Escola “Prof. Rubens An-ganuzzi Filho” (CEUNSP- Sal-to), no dia 20 de junho e terá a duração de quinze minu-tos. Depois os alunos levarão “Despertar” para concorrer a exibições em mostras, fes-tivais e eventos audiovisuais em todo o Brasil.

Os patrocinadores do filme s’ao empresa da cidade de Cerquilho: Sorveteria Higlu, Con-fecções Marie, Refeições Rodrigues, Sama Vídeo, Mingo Presentes, Computadores.Com, Padaria Cerquilhense, Net Time, Vivenda do Trigo, Big Galo, Pousada da Tica e Pizzaria Millenium 9.

Curta debate

suicídio

As férias estudantis es-tão aí. Para facilitar a vida de quem vai estar “de folga”,

O Arauto traz nesta edição a

lista de eventos que ocorrerá em nossa região.

Salto - O fim de junho vai

ser agitado na cidade. No dia 21, às 20h, ocorrerá um espe-táculo de dança com o grupo Pró-Posição, no Auditório Maestro Gaó. E o melhor: a entrada é grátis.

Garantia de risos no dia 27: às 20h30, no Teatro Mon-técnica, será a vez do espe-táculo “100% Humor”, com o grupo Teatro Cômico. O ingresso custa R$ 10,00 e es-tudante paga R$ 5,00. Outras informações podem ser con-seguidas pelo telefone (11) 7350. 5952.

Já no domingo, dia 28, às 18h, haverá o Encontro de Danças, também no Montéc-nica. e também com entrada grátis.

Outra opção será no Con-servatório “Maestro Henri-que Castellari”, na rua Monse-nhor Couto, 13, que promove no dia 25, às 20h, o 15º Sarau na Quinta.

Itu - A cidade terá como

atrações nesse fim de mês a comédia Stand-Up, no Temec. A apresentação será no dia 20 de junho, às 21h. A apresen-tação será do ator, comedian-te e redator Márcio Ribeiro, conhecido nacionalmente por apresentar o programa infan-til “X Tudo” na Tv Cultura.

CorderItu. Este é o nome da poesia oral que vai tomar conta do Rancho da Picanha (km 57 da rodovia SP-79). Será no dia 27, às 20h.

Já a Associação dos Criado-res de Ovinos e Caprinos de Itu promove um jantar com pratos preparados à base de cordeiro. A taxa de adesão é de R$ 60 e as reservas podem ser feitas pelos telefones (11)

Dicas para “agitos”nas

férias escolares

4024-3184 e 9609-6340.

Vibe Folia – O grande

destaque de julho, em Itu, será a Vibe Folia, cujo maior atrativo será a dupla serta-neja (foto) Vitor e Léo, além

da banda de axé Chiclete com Banana, que promete não deixar ninguém parado. Mais informações no site www.vibefolia.com.br.

Sorocaba – Quem

esti-ver a fim de outro agito ao “estilo Bahia” terá a opção de ir no dia 28 de junho a Sorocaba, local da apresen-tação da Banda Eva. Será a partir das 14h, no Recito Pagliato, dentro do progra-ma Folia-Férias. A abertura será feita pela dupla Ro-drigo Freitas & Xavier, pela banda Balakubaka, Banda Prato Feito e pela turma da Festa Pan, com DJs e garo-tas. Informações pelo tele-fone (15) 3221.7764.

Por Nelson Lisboa

Tiago Rodrigues Por Adriane Souza

Por Jean Pluvinage

Jean Pluvinage/O

(4)

ESPECIAL

O Arauto sai na frente e

aborda as eleições presiden-ciais de 2010. Pois é... você vai votar para presidente do Bra-sil daqui a pouco mais de um ano. Prepara-se, “daqui pra frente” você vai escutar cada vez mais a pergunta “para quem você irá votar para pre-sidente?” Mostraremos nesta reportagem o que alguns bra-sileiros pensam sobre a ques-tão – muito relevante para a vida de todos, já que se trata do mais importante cargo de gerência da vida pública – e traçaremos também o perfil dos principais pré-candida-tos.

Maria Flauzino, uma dia-rista de 30 anos, mostrou-se surpresa com a pergunta an-tecipada sobre as eleições. Logo após ser explicada do assunto e nomeados os pré-candidatos, ela disse: “Votarei

ano que vem tem

eleições presidenciais ?

em quem o Lula apoiar, pois eu sou fã do Lula. Ele é um se-mi-analfabeto como eu e con-seguiu chegar a presidência do país, pensando nos mais pobres. Não votarei no José Serra, pois ele é o candidato dos ricos.”

O aposentado José Car-los Silva tem 68 anos decla-ra conhecer o perfil dos que almejam o cargo de Brasília. Segundo ele, “nenhum dos candidatos presta, mas o José Serra é o mais competente para assumir o cargo”. E ain-da alfineta: “Dilma Roussef está sendo usada por seus companheiros de partido [o PT], já que ela é uma mulher”. Para ele Dilma não merece o voto de ninguém. Opinião formada devido ao passado de Dilma como guerrilheira. “Ela é uma terrorista, seques-tradora e assaltante de co-fres. Ela sequestrou e roubou o ex-governador de São Paulo Ademar de Barros. Ela não é digna de dirigir nosso país”, desabafa, sem dar consenti-mento ao contexto histórico

da ditadura militar ou da per-seguição política.

Moíses Monteiro, 23 anos, músico, disse que votará em José Serra, pois “foi um ótimo ministro da Saúde, tanto que teve repercussão no mundo inteiro com a campanha de prevenção a AIDS. Acho que se ele fosse presidente inves-tiria na saúde e é disso que o país precisa agora.”

O fotógrafo Rodrigo Cardo-so, 28 anos, morador de Porto Alegre (RS), disse considerar uma forte tendência de anu-lar o voto. “Mas creio que pos-so votar no Serra. Não por ser alguém de direita ou algo as-sim, mas uma mudança sau-dável de conceitos é necessá-ria. O Brasil está 8 anos numa idéia de centro-esquerda, as coisas começam a ficar está-ticas, um exemplo deste tipo de política rola nos EUA, por exemplo entre democratas e republicanos”, explica.

Ítalo Gomes Camela, 45 anos, operador de empilha-deira, disse que votará na Dilma Roussef porque “ela poderá dar continuidade ao governo Lula, mantendo os projetos e feitos do atual

pre-sidente”, Ítalo ainda acres-centa: “Não votaria jamais no Serra, ele é o candidato dos burgueses.”

Outras opções - Joana

Oli-veira Novaes, 34 anos, profes-sora infantil, votará em Ciro Gomes. “Se a candidatura dele for confirmada votarei no Ciro. Ele já tentou tantas vezes se eleger e talvez de-vêssemos dar uma chance a outros partidos. O poder tem se contido nas mãos dos tu-canos e petistas há bastante tempo.” Ricardo Soares Berti, 25 anos, vendedor, comparti-lha da mesma opinião de Jo-ana, e ainda acrescenta: “vo-tarei em qualquer um menos nos tucanos e petistas: estou cansados deles!”

Catarina Martuiscelli, 43 anos, dona de casa, declarou: “Eu sou Heloísa Helena desde a primeira candidatura dela. É uma mulher honesta e não como a maioria dos políticos que diz uma coisa e faz outra totalmente diferente.” Renato Yamasaki, 37 anos, carteiro, concorda com Catarina e ain-da acrescenta: Heloisa He-lena é a única candidata que realmente é merecedora de tal cargo, por ser uma mulher verdadeira e convicta de seus ideais políticos.”

Você já parou e pensou:

(5)

Uma das coisas que mais ouvi quando fui fazer minha pesquisa de campo foi: “Nossa! Nós estamos a um ano das eleições e você já me vem falar disso?”. Apa-rentemente, essas pessoas não eram grosseiras, mas es-tavam realmente surpresas com as minhas perguntas. A maioria das pessoas que en-trevistei foi na praça Dom Pe-dro, em Indaiatuba. Durante uma semana eu usei a minha 1 hora de almoço para con-versar com as mais diversas pessoas. Alguns, nitidamente conhecedores da política do país. Já outras, nem tanto...

Quando fui conversar com o senhor José Carlos Sil-va pude perceber que, embo-ra algumas pessoas odeiem política, outras adoram. Nes-se dia fiquei meia hora con-versando apenas com José Carlos. E o que ele dizia? Leia as entrevistas (risos).

Uma constatação: pou-cas mulheres com as quais conversei sabiam realmente quem seriam os candidatos e quais eram seus feitos.

Tive bastante dificul-dade em elaborar perguntas, e além de tudo ter “a cara de pau” de chegar em pessoas que eu nunca havia visto na vida, perguntando suas opi-niões a respeito de um assun-to um tanassun-to quanassun-to peculiar. Muitas pessoas não quiseram responder minhas perguntas dizendo que estavam atra-sadas, porém depois de me despachar, seguiam calmas, olhando vitrines.

O povo brasileiro criou verdadeira aversão à políti-ca, sem perceber que é por essa distância que nosso país não caminha. É por isso que sempre acabamos elegendo governantes cada vez mais corruptos. Infelizmente basta o pensamento “se tivermos o nosso churrasco no fim de se-mana, está tudo bem”. Assim, o nosso país só tem decaído em relação a políticos.

Claro que eu não acredito que as pessoas devessem ser uma verdadeira enciclopé-dia da política brasileira, mas conhecer o mínimo dos pré-canditados, suas propostas e um pouco de suas vidas. Foi uma experiência maravilhosa e muito esclarecedora, con-versar com tantas 40 pessoas. Nem todas as opiniões saíram na reportagem, pois o espaço teria de ser grande para tanta gente, e também porque mui-tas opiniões são parecidas. Ah, e bom voto em 2010!

Comentários

da repórter

Ciro Gomes - O ex-governador do Ceará

e ministro tem candidatura cogitada para 2010. Iniciou sua carreira política na Alian-ça Renovadora Nacional, partido que dava sustentação à ditadura militar, em 1979. Em 1983, trocou de partido e optou pelo PMDB. Elegeu-se deputado estadual. Em 1988, mi-grou ao PSDB e conseguiu ser eleito, neste mesmo ano, prefeito de Fortaleza. Dois anos depois, em 1990, conquistou o governo do Ceará. Deixou o cargo em 1994 para assumir o Ministério da Fazenda. Virou membro do PSDB até 1996, quando filiou-se ao recém-criado PPS (Partido Popular Socialista) para concorrer à presidência da República em 1998. Foi o terceiro mais votado (ficou atrás de FHC e Lula). Em 2002 disputou novamen-te o cargo pelo PPS e novamen-terminou em quarto lu-gar com 10.170.882 votos. Apoiou Lula no 2º turno e ganhou convite do novo presidente para assumir o Ministério da Integração Na-cional. Mudou em 2003 para o PSB. Em 2006, Ciro concorreu à Câmara e virou deputados federais pelo Ceará.

Dilma Rousseff - Ministra-chefe da Casa

Civil, é a mais provável escolha do governo para se candidatar à presidência. Mestra em Ciências Econômicas, Dilma participou da luta armada nos anos 1960-70 e foi presa e torturada pelos órgãos de repressão da dita-dura militar. Participou da fundação do PDT e foi secretária de Minas e Energia no Rio Grande do Sul (1991-1995). Ela retornou ao cargo em 1998, mas durante o novo manda-to, o PDT deixou o governo de Olívio Dutra (PT) e exigiu de seus filiados a entrega dos cargos. Dilma saiu do PDT e filiou-se ao PT, continuando no governo. Dilma integrou o governo Lula inicialmente como ministra de Minas e Energia, em 2003. Seu novo cargo, a chefia da Casa Civil, ocorreu em junho de 2005, substituindo José Dirceu.

Heloísa Helena Lima de Moraes

Carva-lho é enfermeira, professora e política bra-sileira. tem carreira acadêmica na Univer-sidade Federal de Alagoas e foi senadora da República, eleita pelo PT. Rompeu com o partido no primeiro mandato de Lula, indo para a oposição e ajudando a criar o PSOL, Partido do Socialismo e Liberdade. Outros possíveis candidatos: Aécio Neves (PSDB), Cristóvão Buarque (PSB).

José Serra - Filiado ao PSDB, partido

do qual é um dos fundadores, foi eleito em 2006 governador do estado de São Paulo, seu cargo atual. Economista de formação, já foi deputado federal (1987-1995), senador (1995-2003), ministro do Planejamento e Orçamento (1995-1996), ministro da Saúde (1998-2002) e prefeito de São Paulo (2005-2006). Serra foi candidato à presidência da República pela coligação PSDB-PMDB em 2002. Perdeu no segundo turno para Lula. Pré-candidato, ainda luta para que seu parti-do o oficialize nas eleições. E tem como trun-fo, na disputa interna com o governador de Minas Gerais Aécio Neves. Até o momento, Serra lidera aso favoritismo nas pesquisas eleitorais.

Perfil dos principais postulantes à vaga de

Luíz Inácio Lula da Silva no Palácio da Alvorada:

Evandro Ananias/O Arauto Giuliano Miranda/O Arauto Google Images Google Images

(6)

VIDA UNIVERSITÁRIA

Mais do que

transporte

Com cerca de 8 mil alu-nos, o Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (CEUNSP) agrega cada vez mais estudantes pela diver-sidade de cursos, atraindo alunos de várias partes de São Paulo e até outros esta-dos. Esses números mostram também um intenso fluxo, que movimenta o mercado do transporte.

Alguns alunos chegam a enfrentar cerca de uma hora e meia de estrada antes de entrar na sala de aula. O estu-dante de Engenharia Civil Ju-nior Machado, que já concluiu o curso, mas cumpre DP (de-pendência em uma disciplina do curso), conhece bem esta realidade e afirma que a via-gem de Laranjal Paulista até Salto é longa, porém tranqui-la. Já a futura jornalista Jéssi-ca Dias, que reside em Tatuí e gasta praticamente o mesmo tempo que Junior para che-gar à universidade, conta que sua viagem é conturbada, afi-nal diz que já viu “veterano viajar em pé no ônibus para ceder lugar aos calouros nos bancos”. Viajar em pé é um problema enfrentado tam-bém por universitários que moram próximos ao Centro Universitário, como no caso de Priscele de Almeida, que estuda Logística no 1º semes-tre e conta que encara no fim da tarde um ônibus constan-temente lotado.

Festa na van - É válido

lembrar que não são apenas os estudantes que

frequen-tam os transportes universi-tários coletivos. A professora da Faculdade de Comunicação e Artes, Renata Boutin Becate, reside e trabalha em Jundiaí e considera a van a melhor opção de transporte. Afinal o veículo passa na porta de seu trabalho, permitindo que ela descanse ou converse des-preocupadamente por 40 mi-nutos. “É o momento em que eu desligo do outro serviço para focar no CEUNSP”, con-ta a professora. Afirma ainda gostar muito do motorista e das festinhas de aniversário promovidas na van. Ela diz que “todos os aniversários são comemorados, mesmo fora de data, como o dos ani-versariantes de janeiro que são comemorados em abril”.

Algumas prefeituras ofe-recem ajuda de custo para os universitários. Os valores va-riam muito entre os municí-pios. Segundo os estudantes, cidades como Cerquilho e Boi-tuva oferecem de 80 a 100% do valor. Já Laranjal Paulista reembolsa 90%, Salto 50% e Itu reembolsava 70%, mas nos últimos 2 anos este valor foi caindo e hoje chega a 35%. Em algumas cidades, os valo-res são fixos, mas em outras são calculados de acordo com a renda do aluno.

De carro próprio - Há

ca-sos como o da universitária Juliana Ferraz, de Jornalismo, na qual o aluno prefere, por diversas razões, utilizar um transporte particular.

Julia-na gasta muito com a manu-tenção do carro e teme pela segurança do veículo, pois ela o estaciona em frente ao Centro Universitário. Ela con-sidera injusto ter que pagar para estacionar o carro den-tro da faculdade, pois gasta uma quantia considerável com combustível, manuten-ção, pedágio e não tem mais recursos: “Fica difícil pagar o estacionamento, ainda mais sabendo que em outras fa-culdades o acesso dos alunos ao estacionamento é gratui-to e aqui só os professores têm este direito”, protesta.

Roubo - O medo de furtos

não se restringe apenas aos donos de veículos particula-res. O motorista Dauri Andra-de revela que já testemunhou um homem roubando um to-ca-CD no carro que estava na sua frente, mas “no geral, [os criminosos] respeitam vans”, conta. Um dos motivos para a baixa incidência de crimes com os veículos de transpor-te aos alunos é que eles ficam estacionados próximos e cada motorista acaba vigiando o carro do outro.

Falta WC - O caso dos

motoristas de ônibus Sílvio Gonçalves de Freitas, Carlos Alberto Lúcio Nunes e Duíldo Branzani é diferente. Usuá-rios do estacionamento ex-terno destinado aos ônibus e vans, localizado na entra-da inferior do CEUNSP-Salto, os motoristas se queixam da falta de um banheiro, que os obriga a situações embaraço-sas. “Muitas vezes temos que fazer na frente dos outros”, conta Duíldo, que transporta alunos de Porto Feliz até Sal-to.

Educação - Os motoristas

se queixam que cuidar de

ôni-bus é muito complicado. Um deles afirma que já transpor-tou cortador de cana, “mas muitas vezes eles são mais educados do que muitos uni-versitários, sem generalizar”, desabafa. Nos ônibus, o con-trole de horário costuma ser mais rigoroso que vans. Os motoristas revelam que eles aguardam apenas 10 minutos após o término das aulas, ou seja, às 22h40 o ônibus sai e quem não estiver fica. Atrasos comuns devido a frequencia dos estudantes em bares que ficam no entorno do Campus. Nem todos os ônibus permi-tem festas nem bebidas alco-ólicas para evitar possíveis transtornos e o constrangi-mento causado por estudan-tes embriagados.

Prefeitura explica - A

re-tirada do estacionamento de veículos de transporte coleti-vo nas ruas de acesso direto da faculdade aconteceu aos poucos. O Secretário da Edu-cação de Salto (não há Se-cretaria de Trânsito), Wilson Roberto Cavender, conta que a proibição foi criada pois os veículos prejudicavam o trân-sito nessas ruas, que tem trá-fego intenso. “E também pelas vantagens significativas para os que transitam em frente ao campus”, diz o secretá-rio. Ele ressalta ainda que a faculdade é extremamente benéfica tanto para Itu quan-to para Salquan-to, afinal, além de toda a atividade econômica que ela gera devido ao fluxo de universitários que vem de outras cidades, “mostra que Salto é hoje uma referência regional no ensino superior e não é nenhum exagero dizer que esta cidade caminha para ser chamada de Cidade Uni-versitária em breve”. Enfim, assunto para novos debates e reportagens.

Mauricio Bueno/O

Arauto

Por Adriane Souza Daniele de Oliveira

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O Supremo Tribunal Fede-ral (STF), provocado por uma ação do deputado federal Miro Teixeira (PDT-RJ), deci-diu no fim de abril pelo fim da Lei de Imprensa (5.250/67) e com isso permitiu outra dis-cussão: o fim da exigência do diploma para a pessoa exer-cer a profissão de jornalismo. A Lei de Imprensa foi cria-da na época cria-da ditadura mi-litar (no Ato Institucional 5, em 1968) para controlar “de mais perto” o que diziam os jornalistas (as punições eram multas altas e cadeia). Segun-do muitos juristas, pessoal dos meios de comunicação e o deputado autor da ação, para punir um mau profissio-nal, bastam os códigos Civil e Penal.

A fim da exigência do di-ploma foi votada pelos minis-tros do SFT na noite de 17 de junho, contrariando muitos jornalistas. E o debateainda segue, principalmente nas faculdades e nos meios de comunicação. A pergunta é:

qual o impacto das novas medidas para o mercado e para o jornalismo?

À imprensa, o deputado Miro Teixeira afirmou que ao revogar a lei, o STF preservou o direito dos cidadãos à infor-mação. Na sua ação legal o de-putado argumentava que a lei da ditadura cerceava a liber-dade dos órgãos de comuni-cação e era incompatível com o regime democrático. Na sessão histórica, sete minis-tros votaram pela revogação total, três pela revogação par-cial e um pela não revogação.

Agora serão aplicadas as regras dos códigos Penais e Civis para julgar as ações envolvendo a imprensa. Um exemplo: com o fim da lei an-terior, a lei passará a ser mais branda nos crimes de calúnia, injúria e difamação.

Votaram a favor do fim da Lei de Imprensa os ministros Eros Grau, Carlos Alberto Me-nezes Direito, Celso de Melo, Ricardo Lewandowski, Cár-men Lúcia e César Peluso, que acompanharam o voto do re-lator. Joaquim Barbosa, Ellen Gracie e Gilmar Mendes vo-taram pela revogação parcial da Lei. Já o ministro Marco Aurélio de Mello votou pela improcedência da ação.

Diploma - Por 8 a 1, o STF

derrubou a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista. Só o ministro Marco Aurélio Mello votou pela manutenção do diploma.

O primeiro a votar foi o presidente do STF, Gilmar Mendes, relator do caso.

Men-Especialistas dizem que

fim do diploma vai mudar o

mercado de jornalismo, mas

não do curso.

des defendeu a extinção da obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista.

Na avaliação do presidente do STF, o decreto-lei 972/69, que estabelece que o diploma é necessário para o exercício da profissão de jornalista, não atende aos critérios da Cons-tituição de 1988 para a regu-lamentação de profissões.

Mendes disse que o diplo-ma para a profissão de jor-nalista não garante que não haverá danos irreparáveis ou prejudicar direitos alheios.

Alunos defendem fim da lei, mas não da

obrigatorie-dade do diploma

Os alunos do curso de jor-nalismo, da Faculdade de Comunicação e Artes (FCA), do Centro Universitário Nos-sa Senhora do Patrocínio (CEUNSP), ouvidos para a re-portagem são favoráveis ao fim da Lei de Imprensa, mas defendem o diploma como forma de valorizar a profis-são e a classe dos jornalistas.

Adriane Souza diz que a lei era herança da ditadura e incompatível com a realidade do país. Ela julga o diploma importante porque o curso superior dá ao sujeito uma formação global sobre a pro-fissão, como questões de éti-ca e técniéti-cas.

Marcelo Soares, do 3º se-mestre, diz que a lei derruba-da pelo STF limitava a ação derruba-da imprensa. Ele defende a obri-gatoriedade do diploma por-que é preciso aprender para ser um bom jornalista, com

Lei de Imprensa

e exigência

do diploma

chegam ao fim

ética e responsabilidade. Outro estudante, Thales Barbosa, do 1º semestre, afir-ma que a lei só servia para punir os jornalistas, mas en-tende que é preciso algo para regulamentar o setor e evitar abusos por parte da impren-sa. Ele defende o diploma para a profissão como meio de valorizá-la mais ainda.

Ligia Martin (1º semestre) afirma que a lei não era com-patível com a realidade do país e que a profissão pode ser avaliada sob a Constitui-ção Federal. Ela defende o diploma porque dá ao sujeito formação e competência téc-nica para atuar.

Valter Lenzi, jornalista há mais de cinqüenta anos e dono do Jornal Taperá, em Salto, fundado há 45 anos, re-vela aO Arauto que a Lei de Imprensa nunca foi usada por ninguém para processá-lo ou ao seu veículo. Ele é jornalis-ta com registro profissional, mesmo não tendo cursado uma escola de Jornalismo ou Comunicação.

Lenzi explica que existem pessoas com maior capaci-dade que muitos jornalistas formados, mas não deixa de reconhecer que os cursos superiores oferecem ensina-mentos muito úteis aos que deles participam. Embora , aponta, “nem sempre formem bons profissionais”.

Sobre o fim do diploma

ele afirma que “o bom

jor-nalista é aquele que leu e lê muito. Só assim se ad-quire o traquejo necessá-rio para se escrever bem, aliando esse traquejo aos ensinamentos recebidos na faculdade”.

Já Edson Cortez, profes-sor e coordenador geral da Faculdade de Comunicação e Artes (FCA-CEUNSP) co-memorou o fim da Lei de Imprensa por entender que a mesma era uma herança da Ditadura Militar no país. “Somos uma democracia e o fim da lei foi um avanço. Temos muitas leis que pre-cisam ser mudadas, como as que regem o setor de telecomunicações no país, como os setores de rádio e TV que não são

democráti-cos ainda”, explica.

Em sua opinião o fim da

exigência do diploma não vai acabar com os cursos de Jornalismo no país porque o mercado exigirá o diploma como uma forma de ter bons profissionais nas empresas. “Será o mesmo dos segmentos

de Publicidade e Cinema, onde não se exige o diploma. O mer-cado se organiza e passa a prio-rizar quem tem boa formação. É isso que acontecerá com o Jor-nalismo”, explicou.

Ele entende que o mercado para o jornalista continuará crescendo, graças à mídias di-gitais e à segmentação de co-municação das empresas. Neste sentido, os melhores (os que têm curso superior) serão prio-rizados, em sua opinião.

As novas possibilidades

Por Nelson Lisboa Tiago Rodrigues

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MINHAS ECONOMIAS

O Arauto / jun-jul.09pág.08

A tributação nossa de

cada dia...

Em meio a uma crise eco-nômica mundial, vários pai-ses tentam salvar as econo-mias da recessão. Começam cortando as taxas básicas de juros e reduzindo os impos-tos. No Brasil, não foi diferen-te. Várias medidas foram ado-tadas pelo governo entre elas à redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros, para eletro-domésticos de linha branca (fogões, geladeiras), além de materiais para construção. Tudo isso para tentar estimu-lar o consumo no país.

Nos últimos dois anos o Brasil apresentou um cresci-mento econômico relevante. Nesse período o governo se beneficiou de uma arrecada-ção recorde de tributos ja-mais visto. Como se gastou o dinheiro é outra discussão. Um debate bom é: Você sabe que no Brasil se pagam mais de 80 tipos de impostos, ta-xas e contribuições? Isso, além de impostos pagos de forma indireta. É o caso dos produtos de bens e serviços.

Mais caro - Muitos

brasi-leiros desconhecem que pro-dutos básicos, como o arroz, tem embutido 18% de im-posto dentro do preço final. No açúcar, estima-se que esse índice chegue a 40% e no café a 36%. Na farinha, 34%.

Esses encargos tributá-rios trazem um sério prejuízo para o consumidor. Os pro-dutos ficam mais caro, o que limita o acesso à maioria da população.

Contribuintes - O

aposen-tado Vardir Chamma, 72 anos, se sente prejudicado com tan-tos impostan-tos cobrados pelo governo. Para ele, não existe um retorno eficiente por par-te do estado. “Pago duas vezes a saúde, uma para o governo através dos impostos e outra para o convenio particular”. Para ele o brasileiro nem se da conta do que o estado faz com esse dinheiro.“O brasi-leiro é muito despolitizado”. Segundo ele somente uma redução dos encargos seria suficiente.“A redução nos im-postos alimentícios”, exempli-fica.

Já para Milton Júnior, 26 o que mais prejudica é não sa-ber realmente pelo o que esta se pagando. “Nos não temos nenhuma noção de quanto pagamos de imposto”, afirma. Ele também acha um absur-do com o que se faz com o dinheiro. “Além de trabalhar para pagar (imposto), nós não temos segurança e nem um sistema público de saúde eficiente.”

Para Delza Frare, 67, é importante pagar imposto.

“Como cidadã, eu sou a favor de pagar, pois com esse di-nheiro o governo presta ser-viço à sociedade.” Mas ela res-salta que é preciso saber para onde esse dinheiro é destina-do. “A partir do momento que tenho cidadania, eu tenho di-reito à saúde publica decente, a segurança e não é isso que acontece”. E mais: para ela, os impostos deveriam ser de acordo com o que cada um ganha. “Deveria ser pro-porcional. Quem ganha mais paga mais, quem ganha me-nos paga meme-nos”, filosofa.

Para o comerciante Ogio-mar Milani, 44, os encargos tributários consomem uma relevante parte do seu fatura-mento: “18% do faturamento vai para impostos”. Segundo ele, o dinheiro que paga po-deria ser para fazer melho-rias em seu empreendimento “e não posso dar desconto no produto”, ressalta.

Dificuldade nas empresas

Não somente os consu-midores sofrem com altas ta-xas de impostos. As empresas também ficam prejudicadas com os encargos. Quem ex-plica essa situação é o profes-sor e advogado Amilton Luiz Sampaio, 41, especialista em Direito de Estado e Tributá-rio. O especialista do CEUNSP afirma que, de fato, o Brasil possuiu uma carga tributária elevada e não retorna para sociedade como deveria e que isso emperra o cresci-mento econômico no país. “Muitos negócios deixam de ser realizados em razão dos altos custos provocados pela incidência de inúmeros tribu-tos”, diz.

Para ele, as empre-sas são as mais sacrificadas, “pois pagam tributos sobre a produção (IPI), sobre a circu-lação e o transporte de seus produtos (ICMS) e sobre a mão de obra que utiliza (ISS, INSS, PIS, COFINS e CSL)”. Ele destaca um tributo: os impos-tos relativos à mão de obra. “A folha de pagamento é onera-da com vários tributos, todos eles voltados à manutenção do regime previdenciário, do sistema de seguro desempre-go e de outros regimes garan-tidores dos chamados direi-tos sociais. Isso encarece os produtos e diminui o poder de compra”. E mais: “em cer-tos casos, algumas empresas deixam de ser competitivas”, explica.

A solução para ele seria se o governo reduzisse seus gastos. “Boa parte dos recur-sos provenientes dos tribu-tos, hoje, são destinados a cobri-los”. Para ele a solução vem com a implementação de

uma verdadeira reforma tri-butária, “que possibilite a re-dução do número de tributos e da própria carga tributária”. “Outra questão que pode-ria ser atacada é a redistri-buição das receitas, pois mui-tos dos tribumui-tos gerados nos municípios, são arrecadados pelos Estados e pela União”.

Questionado sobre o que ele pensa de tantas cargas tributárias, Amilton afirma: “O pagamento de impostos é inerente ao exercício da ci-dadania, pois o Estado não tem outra fonte de recursos para poder manter o funcio-namento de toda máquina administrativa. Entretanto, a situação criada pela legisla-ção tributária, torna injusta a situação do contribuinte bra-sileiro, que paga muito e não recebe bons serviços públicos em troca.” E complementa:

“O Estado brasileiro arre-cada muito, mas não tem verbas para grandes in-vestimentos, pois a maior parte dos recursos é des-perdiçada, tudo, graças à burocracia, à ineficiência e a improbidade”.

Na folha do trabalhador

Além dos impostos de produção, um dos encargos que pesam sobre as empre-sas esta com a folha de pa-gamentos de funcionários. É o que explica o especialista em Direito e Processo Tribu-tário e também professor do CEUNSP, Marcelo Cavalcan-te, 34: “Um empregado que ganha em média um salário mínimo mensal, chega a pro-duzir um encargo trabalhis-ta de aproximadamente seu próprio salário para seu em-pregador, em face de encar-gos sociais.”

São vários impostos so-bre a folha de pagamento do trabalhador, segundo o es-pecialista. “Tem a Incidência tributária cobrada pelo INSS, depósitos de FGTS, depen-dendo do valor há tributação de Imposto de Renda, tanto pelo empregador e como do empregado”. E eles são altos. “Os percentuais variam de

8% para depósitos de FGTS, 27,5% para Imposto de Ren-da, por exemplo”.

Para Marcelo, é preciso

de uma reforma tributária.

”Diria que há a necessidade de uma reforma tributária. O que encarece e dificulta o trabalho registrado são os en-cargos sociais”.

Ele também diz que es-ses encargos sociais também trazem vantagens: “Acerca de benefícios, estes são inse-ridos pela Seguridade Social que ampara o trabalhador as-segurado, como por exemplo em caso de acidente do traba-lho, no qual o empregado re-cebe sem estar trabalhando, dada sua incapacidade, além da própria aposentadoria.”

Muito?

O Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário é um órgão que faz várias pes-quisas, e divulga dados sobre a carga tributária no Brasil. Recentemente divulgaram uma pesquisa que mostra que o brasileiro trabalhou duran-te os cinco primeiros meses desse ano só para pagar im-posto.

Impostômetro

Em São Paulo existe uma tabela que marca quanto o brasileiro, paga de tributos, o chamado impostômetro. Do dia 1/1/2009 até o dia 11/6/2009, o brasileiro já havia pagado R$ 444 bilhões em tributos. Para saber mais: www.impostometro.com.br .

Abaixo, a porcentagem de im-posto paga pelo brasileiro, em pro-dutos usados no dia-a-dia:

Por Marcos Freddi

Mauricio Bueno/O

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Quem não conhece um jo-vem brasileiro que sonha vi-rar jogador de futebol? Sonho difícil de alcançar, pois o fute-bol profissional exige jogado-res com muito preparo físico e emocional, treinamento constante e, claro, talento com a bola. E é para formar futuros consagrados do fute-bol-arte que foi construída a Academia Traffic, localizada na rodovia Marechal Rondon, perto de Porto Feliz. São atle-tas com talento muito acima da média, que passaram pelo filtro de olheiros espalhados por todo o país e até no ex-terior. Jovens que a academia acolhe, treina e insere nos campeonatos amadores, para mais tarde mostrarem seu ta-lento no futebol profissional. E, evidente, a Traffic ganha di-nheiro com essas transações. O Arauto foi descobrir como é a vida destes futuros, talvez, campeões e como funcionam as instalações.

O tamanho da academia impressiona. São 156 mil me-tros quadrados. Espaço sufi-ciente para abrigar os cinco campos de futebol oficiais e dois para treinamentos espe-cíficos. O prédio central rece-be os jovens das categorias sub-15, sub-17 e sub-20. O local também é a casa do Des-portivo Brasil, time de

pro-As fontes de

talento

A grande maioria dos jovens atletas da Traffic vêm do sudeste, principalmente do estado de São Paulo.

priedade da Traffic Sports. No total moram cerca de 120 atletas, com idades entre 14 e 18 anos.

João Caetano, gerente de Administração da Traffic, en-fatiza que a academia não é apenas uma fábrica de joga-dores: “Formamos atletas, mas sem deixar de lado a formação de cidadãos.” Lá os jogadores não abandonam os seus estudos, eles frequen-tam as escolas de Porto Feliz, e tem apoio psicológico para treinarem longe de suas fa-mílias. A academia também oferece cursos de língua es-trangeira, etiqueta e econo-mia pessoal. “O foco é formar jogadores, mas mesmo quem não conseguir entrar na área terá formação para seguir carreira em áreas esportivas, como membro de uma equipe técnica, por exemplo.”

João Caetano revela que os jovens sentem a distância da família, mas a alegria de estar na academia é muito forte. “Este centro de treinamento é um sonho de consumo para eles. Uma Disneylândia do futebol.” Distância que os jo-gadores superam com a inter-net, na sala de computadores da área de lazer. Lá, os jovens sempre acessam o Orkut e o MSN, para entrar em contato com amigos e parentes. Mas um dos projetos da Traffic inclui a criação de academias para as outras regiões do Bra-sil, facilitando a captação de atletas e a sua adaptação ao centro de treinamento local.

A ‘Disneylândia do Fute-bol’ faz juz ao nome. Não há academia mais moderna para as categorias de base. E pra-ticamente tudo nela reme-te ao esporreme-te. O local conta com uma biblioteca repleta de livros sobre futebol, tv por assinatura com todos os pa-cotes esportivos e fotos his-tóricas de astros do futebol decoram os corredores. Mas nada de chuteiras e camisas sujas espalhadas pelos can-tos. Cerca de 50 funcionarios, em sua maioria de Porto Fe-liz, organizam a rotina. Por

isso o maior movimento pode ser visto na lavanderia. São centenas de peças de cama, banho, uniformes para treino e para jogo.

A saúde é outra preocu-pação da equipe. Os jovens contam com uma academia de ginástica e piscina cober-ta. Ao lado da academia se encontram as salas dos médi-cos, dos fisioterapeutas e dos fisiologistas. A saúde também inclui a alimentação dos jo-vens. João Caetano destaca que a cozinha foi a parte mais difícil de construir: “A pri-meira coisa que uma seleção faz ao visitar uma academia de esporte é visitar a cozi-nha. A qualidade da cozinha tem mais importância que a estrutura do local.” Adauto Rodrigues, chefe de cozinha que já trabalhou para a rede hotéis Hilton revela todos os cuidados com a alimentação dos jovens: “Controlamos o valor calórico dos alimentos. Trabalhamos muito com nu-trientes, principalmente os carboidratos. E não há fritu-ras. O que parece frito na ver-dade é assado.”

A declaração de João Cae-tano sobre a cozinha mostra outra possibilidade econômi-ca do Centro de Treinamen-to: receber equipes, princi-palmente seleções nacionais. Não à toa, a Traffic já faz con-tatos com países para abrigar equipes na Copa do Mundo de 2014, que sera no Brasil.

Por fim batemos um papo com Lindhberg, atleta sub-17, considerado pela academia como um talento muito pro-missor. Vindo de Petrolina, em Pernambuco, Lindhberg se diz tranquilo com a mu-dança para o sudeste. Ele visi-ta a sua mãe uma vez por ano, e revela que já se acostumou com a distância. É possível conciliar o treino com estu-dos? “Sim. Mas todos na esco-la ficam curiosos com a gente, eles querem saber como é a vida aqui.”

Uma vida de treinos rigo-rosos, mas também de muitas mordomias.

60%

Sudeste

20%

Nordeste

20%

Outras regiões

Um local para cultivar

o

$

onho da bola

Por Jean Pluvinage

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DISCUSSÃO

Maconha, tema que fascina muitos e enojam outros. De-bate-se atualmente em todo o país a legalização. Você é a favor ou contra a legalização do uso da maconha? Para en-tender melhor o assunto, fa-remos uma linha no tempo.

A Cannabis Sativa, nome cientifico da planta, é de ori-gem indiana. A droga é co-nhecida desde, aproximada-mente, 2.723 a.C. Foi usada pelos chineses como uma planta medicinal. Chegou ao Ocidente no século XVIII, sen-do usada para desenvolver fi-bras para roupa. No Brasil, na década de 30, era vendido nas farmácias com o nome de “ci-garros de índio” (pela origem indiana) ou “cigarros da paz”: era usada para sintomas de asma e insônia.

A Organização das Nações Unidas (ONU), no ano de 1960, recomendou a proibi-ção da maconha no mundo inteiro, muitos paises adota-ram essa norma, entre eles o Brasil.

A psicóloga Patrícia Nas-cimento fala que a maconha é uma droga que causa de-pendência, mas menos que tabaco e o álcool. Leve, po-rém não inofensiva, por isso alguns especialistas usam o termo da “dependência psi-cológica” ao uso da planta. Mas, na classificação inter-nacional das doenças feita pela Organização Mundial de Saúde (OMS), não se faz distinção entre a dependên-cia química e a psicológica.

Chique? - A maconha não

assusta como outras drogas. Por isso, várias pessoas pú-blicas já comentaram o uso. O atual prefeito do Rio de

Janei-ro Eduardo Paes já declaJanei-rou à imprensa já ter experimen-tado a droga. O senador Edu-ardo Suplici disse também já ter usado quando jovem. Vários artistas foram presos por causa disso. Em 2005, o ator Marcelo Antony foi preso em Porto Alegre por porte de maconha. O mesmo ocorreu com o cantor Paulo Ricardo, no ano de 1986, preso no ae-roporto Tom Jobim, no Rio de Janeiro por porte de dois ci-garros de maconha.

De Gabeira a FHC - O

de-putado federal Fernando Ga-beira (PV) sempre defendeu a legalização da erva. Mas re-centemente o não tão liberal ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso também se posicionou a fa-vor da legalização no fórum da ONU, que debatia as dro-gas, realizado na cidade do Rio de Janeiro. O atual minis-tro do meio ambiente, Carlos Minc, participou da marcha da maconha (box) no dia 11 de maio, na mesma cidade. O fato repercutiu na impren-sa. Durante a participação, o ministro disse “a guerra das drogas matam mais do que a overdose. Só a hipocrisia não vê isso”. Foi muito aplaudido pelos participantes. “Não é só por eu ser ministro que ia deixar de fazer algo em que acredito. Grande parte da vio-lência que nos sofremos hoje é por causa do tráfico. O usuá-rio não pode ser tratado como criminoso”, declarou Minc. Gabeira recentemente lan-çou um livro chamado “A Ma-conha”, que levanta os prós e contras da droga e o papel social que ela desempenhou na escravidão e em rituais re-ligiosos na selva amazônica.

Efeitos - O uso da erva é

associado a várias mudanças hormonais, como a diminui-ção de testosterona no ho-mem, estrogênio e proges-terona na mulher, além de causar perda de memória, problemas de coordenação motora e dificuldades de ra-ciocínio. Na saúde mental pode ser o apertar de um ga-tilho para esquizofrenia.

É usada também para fins medicinais. Normalmente, como estimuladores de ape-tite - portadores do vírus HIV que precisam ganahr peso -, ou associada a tratamento de casos de Alzheimer e câncer terminal. Segundo os médi-cos, tambm auxilia espasmos e movimentos desordenados, sendo útil também em casos de glaucoma. Em doses altas, auxilia pessoas no tratamen-to de doenças como síndrome de Parkinson, esclerose múl-tipla, traumatismo raquime-dular e desnutrição.

Popular - Hoje, o uso da

maconha atravessa os mu-ros dos hippies da década de 1970, quando a droga se polarizou no Brasil. É facil-mente encontrada em shows de rock, baladas e lugares turísticos alternativos. Mas o usueariopode estar até em de empresas de grande porte. Por isso não foi difícil achá-los no CEUNSP.

O estudante G.B. diz que o primeiro contato com a maconha foi aos 18 anos, no alojamento da empresa onde ele trabalhava. Pra ele, nor-malmente sempre quem ofe-rece a droga é uma pessoa muito próxima. O estudante universitário B.L. teve expe-riência parecida aos 16 anos: “Meu amigo ofereceu, como

se tivesse com algum refri-gerante, ou algum sanduíche, por educação”. B.L* diz que foi a curiosidade que o le-vou a aceitar. É, o desejo do proibido leva muitas pesso-as a experimentar maconha.

Segundo o clínico geral De-lius Balbieris, o efeito da ma-conha deixa olhos vermelhos, aumenta o apetite, o coração bate mais rápido e a boca fica seca. O tempo parece fluir mais devagar, os reflexos e a coordenação motora são pre-judicados. Fica difícil expres-sar um pensamento em pala-vras. A estudante C.L. conta que, na primeira experiência com a maconha, se sentiu ”feliz, tranquila e com pouca percepção de tempo”.

A OMS diz que a sensa-ção de prazer que causa a maconha, à medida que vai aumentando seu uso o orga-nismo tenta se ajustar a esse habito. O cérebro adapta seu próprio metabolismo para absorver os efeitos da droga. Cria-se assim uma tolerância ao tóxico. Desse modo, uma dose que normalmente faria um “estrago enorme” torna-se em pouco tempo uma dotorna-se baixa, aumentando assim a procura do usuário.

Perigos - O uso de

quanti-dades altas de maconha pode levar as alucinações, ilusões, paranóia, pensamentos con-fusos e desordenados, des-personalização e fadiga afir-ma a OMS.

A estudante C.L. foi entre-vistada. Disse: “Antes eu usa-va todos os dias cerca de cin-co baseados por dia. Hoje só de vez em quando. Comecei a ficar muito lesada com

pensa-mentos que não fazia sentido e sem vontade de fazer nada”.

Debate - A liberação da

maconha esta em debate no mundo. Cientistas da Cali-fórnia chegaram à conclusão que a maconha causa câncer e cientistas ingleses concluí-ram que ela cura o câncer. A falta de unânimidade tambe-em ocorre no debate libera x não-libera.

O estudante de RTV João Paulo Seixas de Almeida diz que é a favor da legalização “pois assim seria mais fácil de combaterem traficantes.” “ Seria um grande golpe no trafico de drogas”, pensa. Já o aluno Julio César Flausino, de Publicidade e Propaganda, se posiciona contra a legali-zação: “Vai ficar mais fácil de encontrar a droga e isso fará aumentar a violência, pois nem todos teriam dinheiro para a compra”.

A estudante Silvia Barbi também se coloca contra a legalização: “É muito fácil o governo fechar os olhos para o problema, mas o que nin-guém se lembra é que a dro-ga, além de ficar mais fácil de achar, vai se tornar mais cara, pois será comerciali-zada, terá impostos, encare-cendo-a e fazendo aumen-tar o número de assaltos”.

A aluna de Artes Cênicas Taline é totalmente a favor da legalização. “A maconha não é uma droga mais pesada que o cigarro ou o álcool. Está na hora da nossa sociedade cres-cer, só assim nós conseguire-mos desmarginalizar a maco-nha e dar um duro golpe nos traficantes.”

A grande discussão atual-mente na parece que não ter uma resposta.

Baseado no debate:

a maconha

Google Images

Por Thales Barbosa Melissa Castro

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A “Marcha da Maconha Brasil” (foto) é um

movi-mento social, cultural e político, cujo objetivo é debater e quebrar a proi-bição hoje vigente no Bra-sil em relação ao plantio e consumo da Cannabis Sativa, tanto para fins me-dicinais como recreativos.

Eles também defendem que o potencial econômi-co dos produtos feitos de cânhamo (a fibra da plan-ta) deve ser explorado, especialmente quando isto for adequado sob o ponto de vista ambiental.

Origem - A “ Marcha”

começou com o evento World Marijuana March, um movimento global ini-ciou a partir da movimen-tação, em 1999, da ONG Cures not Wars (numa tradução livre: “curas ao invés de guerras”) de Nova York. No primeiro ano desta movimentação, 31 cidades se inscreve-riam. Uma década após, no ano de 2009, já fazem parte das Marchas da Ma-conha em torno de 257 ci-dades no mundo todo. No país a marcha ocorre des-de 2007, ondes-de apenas o Rio de Janeiro participou.

O movimento se forta-leceu de tal modo que foi mostrado este ano em te-lejornais de exibição na-cional e constantemente é motivo de debate ´´é apo-logia ao uso ou não?”.

O evento ocorre uma vez ao ano. A discussão conceitual e o posiciona-mento político em torno das questões podem ser verificados no site www. marchadamaconha.org.

Um ministro no meio

Marcos Magri, um dos organizadores da Marcha foi questionado sobre a participação do ministro do Meio Ambiente, Car-los Minc (PT), no evento desse ano: “O fato do mi-nistro Minc estar presen-te na Marcha do Rio de Janeiro reforça uma idéia que muitos políticos, ju-ristas, advogados, pensa-dores e personalidades tem a favo da cusa. Porém ,não conseguem mani-festar pela pressão. Apa-recer em eventos assim custa muito para a carrei-ra de um ator, de um mú-sico, sabemos disso. Mas também entendemos que precisamos de um apoio mais positivos da clas-se artística em geral. São muitos os que defendem pessoalmente, mas não publicamente.”

Sim, o cigarro e o álcool são legalizado e tem o consumo consagrado socialmente. E são comprovadamente prejudi-ciais à saúde. Essa situação traz em contrapartida o debate da legalização da maconha que tem o uso é criminalizado. A sociedade se mostra dividida. Certas correntes defendem que a maconha deve ser descriminalizada, mas não legalizada, en-quanto outras defendem a legalização.

Em entrevista para o site do médico Dráuzio Varella, o es-pecialista, Elisando Carlini, médico psicofarmacologista, que trabalha no CEBRID - Centro Brasileiro de Informações so-bre Drogas, diz ser “totalmente contra o uso e a legalização da maconha”. Ele lembra, porém, que é necessário distinguir legalização de descriminalização. “Quando falo em

descrimi-Andando

por “ela”

descriminalização:

um ponto em comum?

nalizar, não estou me referindo à droga. Estou me referindo a um comportamento humano, individual, que atinge o social. O importante não é punir um comportamento. É corrigi-lo. Para tanto, deve existir um programa eficiente de prevenção e de educação para que a pessoa evite consumir essa ou qualquer outra droga”.

Com relação ao álcool que é uma droga de maior impacto social que a maconha, Elisandro Carlini diz não ser contra a legalização “porque vivemos uma situação de fato em que seu uso social é aceito”. A questão aqui parece ser “uso marginal” ou “ser aceito socialmente”.

O cientista social Marcos Magri é contra a ideologia proi-bicionista. Ele também é membro organizador da Marcha da Maconha e em entrevista aO Arauto deu seu ponto de vista sobre um possível processo de industrialização da erva como ocorre com o cigarro.

“Sobre a possibilidade do processo de industrialização tomar a frente em uma política para a maconha espero que isso não ocorra. Eu acho que seria muito mais interessante incentivar um consumo e plantio doméstico, de preferência orgânico. A monocultura deve ser combatida e a agricultura familiar também deve ser incentivada. Considerar criminosa uma pessoa adulta que usa maconha como droga recreativa, planta sagrada, medicamento ou para qualquer outro uso não ajuda em nada na tarefa de mantê-la saudável ou de assegurar seu bem estar e acesso a cidadania” analisa.

A Favor x Contra

A criminalidade está no

centra da questão dos dois

lados. Ambas causas acham que

a violência aumenta ou diminui

- dependendo do ponto de

vista -com a liberalização.

(12)

MEIO-AMBIENTE

Com tanta ênfase na subs-tituição de combustíveis por produtos alternativos, inves-timentos em produções eco-logicamente corretas, formas de geração de energia que não agridam o meio ambien-te, há uma outra questão que está um pouco esquecida: os produtos não biodegradáveis.

Produto biodegradável é aquele que a natureza con-segue decompor por meio de ações biológicas naturais. Ou seja, produtos não biodegra-dáveis são descartáveis que não são decompostos pelo meio ambiente. Demoram centenas de anos para serem absorvidos pela natureza.

O exemplo mais comum deste lixo é de origem domés-tica. Consiste em restos de comida, papel, plásticos, la-tas, que depois de um tempo são descartados em aterros sanitários. Segundo o Insti-tuto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o lixo

do-miciliar equivale a 125 mil toneladas por dia.

Muitos materiais que de-veriam ser reciclados são descartados de forma errada. O exemplo mais conhecido é a garrafa PET (originada do petróleo). Além de demora-rem mais de 100 anos para se decomporem, são ainda um problema para o saneamento público. Nas épocas de chuva, entopem bueiros por onde deveria passar água, ocasio-nando as enchentes.

Sacolinhas - O que antes

era considerado cortesia dos supermercados agora é um problema: as famosas saco-las plásticas demoram muito para se decomporem. Anual-mente, são consumidas em média 1 trilhão de sacolinhas em todo o mundo. O mais alarmante neste cenário é que a maioria destes produ-tos é consumida apenas uma vez e descartados como sacos de lixo, gerando também pro-blema também para os ater-ros sanitários.

Lixo é luxo - Este é um

di-tado que é represendi-tado cla-ramente no curso de moda do CEUNSP. Jornais velhos são utilizados como matéria-prima: os estudantes fazem moldes de roupas em mane-quins. “É um treinamento à criatividade dos alunos, que depois aplicarão este apren-dizado nas roupas que dese-nharão futuramente”, explica Fatiam Lúcia Cruz, professo-ra de Moda. Alunos do 1º se-mestre estão trabalhando

com este material e as obras estão expostas na faculdade. “É um material de baixo cus-to. Todas as peças de jornais recebem muito cuidado du-rante o acabamento. A folha de jornal é um material frágil e com este tipo de papel, os alunos treinam também o re-finamento estético”, comanta a professora.

Questão de governo - Em

muitos países da Europa, a legislação não permite em-balagens não biodegradáveis. Somente são utilizados pro-dutos retornáveis. Talvez seja essa a razão de estrangeiros investirem no Brasil, pois é um país com leis ambientais mais brandas. Os brasileiros estão entre os maiores consu-midores de embalagens plás-ticas do mundo.

Camadas de espuma origi-nadas de dejetos industriais e domésticos frequentemente estão presentes na superfície dos rios. Isso ocorre porque as bactérias que degradam o material orgânico precisam de oxigênio para trabalhar. Quando há muito esgoto, não sobra oxigênio para que as bactérias destruam os deter-gentes e eles permanecem ativos. Após os detergentes passarem por corredeiras, aparecem as espumas.

Outro problema a ser abordado são as questões so-ciais. Pesquisas apontam que um dos maiores problemas do lixo não biodegradável está nas áreas onde a popu-lação não tem acesso a cole-ta seletiva de lixo e o esgoto é despejado a céu aberto. “Esta deveria ser uma ques-tão de interesse do governo, para que todos tenham aces-so ao saneamento básico”, afirma Rodrigo Legrazie, coordenador e professor do curso de Engenharia Ambiental do CEUNSP.

“É preciso haver co ns c i e nt i z a ç ã o das pessoas sobre a importância da reutilização dos materiais, mas também é preciso exigir dos g o v e r n o s que todos t e n h a m a c e s s o ao sane-a m e n t o b á s i c o , proporcio-nando tam-bém uma melhor

qualidade de vida”,

com-plementa Rodrigo.

Fonte de renda - Existe um outro

lado também: o que é lixo para alguns, para outros é sobrevivência. No Brasil, muitas pessoas vivem da coleta de ma-teriais reciclados, que são vendidos para empresas que lucram com o reaproveita-mento da sucata. A reutilização de mate-riais descartados pode originar em vários objetos úteis para o cotidiano.

Soluções - Para a questão das

sacoli-nhas, enquanto o supermercado não ofere-cer recursos para a utilização de sacolas de pano, parte da atitude de cada um fazer é le-var a sua. É preciso que a população esteja

consciente que é preciso um mundo mais limpo. Vale lembrar também que sacolas de

pano estão na moda.

“A solução para o material descartável não é reciclar e sim reutilizar de outra for-ma criativa. Utilizar embalagens que fi-quem menos tempo possível presentes no meio ambiente. Também é preciso a conscientização desde criança, para que sejam informadas desde peque-nas e melhorem o futuro”, finaliza o professor. Acredita-se que os pequenos serão os multiplica-dores de opiniões e podem passar informações adiante, basta um pouco investi-mento para isso.

Reciclagem e biodegradáveis:

não descarte essas ideias

Por Lígia Martin

Mauricio Bueno/O

Referências

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