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Avaliação do perfil de sensibilidade das bactérias à fosfomicina em urinoculturas de pacientes ambulatoriais

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE FACULDADE DE MEDICINA

MESTRADO PROFISSIONAL EM SAÚDE MATERNO-INFANTIL ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: Atenção Integrada à Saúde da Mulher e da Criança

RAFAEL CORRÊA LIMA

AVALIAÇÃO DO PERFIL DE SENSIBILIDADE DAS

BACTÉRIAS À FOSFOMICINA EM

URINOCULTURAS DE PACIENTES

AMBULATORIAIS

(2)

AVALIAÇÃO DO PERFIL DE SENSIBILIDADE DAS BACTÉRIAS À FOSFOMICINA EM URINOCULTURAS DE PACIENTES AMBULATORIAIS

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado Profissional em Saúde Materno-Infantil da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Saúde Materno-Infantil. Área de Concentração: Atenção Integrada à Saúde da Mulher e da Criança

Orientador: Prof. Dr. Carlos Augusto Faria Co-orientador: Prof. Dr. José Carlos Carraro Eduardo

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AVALIAÇÃO DO PERFIL DE SENSIBILIDADE DAS BACTÉRIAS À FOSFOMICINA EM URINOCULTURAS DE PACIENTES AMBULATORIAIS

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado Profissional em Saúde Materno-Infantil da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Saúde Materno-Infantil. Área de Concentração: Atenção Integrada à Saúde da Mulher e da Criança

Aprovado por:

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________________ Profa. Dra. Ianick Souto Martins

Universidade Federal Fluminense (UFF)

________________________________________________________ Prof. Dr. Ronaldo Altenburg Odebrecht Curi Gismondi

Universidade Federal Fluminense (UFF)

________________________________________________________ Prof. Dr. Mario Vicente Giordano

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A Júlia, anjinha no Céu, pela inspiração e força para iniciar este projeto. Estaremos sempre juntos.

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Ao meu orientador Carlos Augusto Faria, pelos conselhos precisos. À professora Ana Beatriz Fonseca, pela prestatividade e aconselhamento estatístico. Às alunas de Iniciação Científica, pela contribuição e dedicação ao projeto. Ao patologista clínico Dr. Pedro Morales, por disponibilizar o banco de dados para esta pesquisa.

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Eduquem-se as crianças e não será preciso castigar os homens. Pitágoras

(8)

IDSA: Infectious Disease Society of America ITU: infecção do trato urinário

EAS: elementos anormais e sedimentos ESBL: beta-lactamase de espectro estendido

ESCMID: European Society for Clinical Microbiology and Infectious Diseases ERC: enterobactérias resistentes a carbapenemas

EUA: Estados Unidos da América

EUCAST: European Committee on Antimicrobial Susceptibility Testing h: hora

KPC: Klebsiella produtora de carbapenemase MIC: concentração inibitória mínima

MDR: resistente a multiplas drogas min: minuto

MSSA: Staphylococcus aureus sensível a meticilina MRSA: Staphylococcus aureus resistente a meticilina PEP: fosfoenolpiruvato

SMT/TMP: sulfametoxazol-trimetoprim TSA: teste de sensibilidade aos antibióticos UFC: unidades formadoras de colônias UFF: Universidade Federal Fluminense VRE: Enterococo resistente a Vancomicina

(9)

RESUMO

Introdução: As infecções urinárias são importante causa de morbidade, levando ao comprometimento de qualidade de vida e onerando o sistema de saúde. O aumento da resistência bacteriana tem levado a um interesse crescente na busca de opções para o tratamento de tais infecções, entre eles, a fosfomicina. Objetivos: Avaliar em urinoculturas de pacientes ambulatoriais a sensibilidade das bactérias à fosfomicina, traçar o perfil microbiológico e comparar a sensibilidade à fosfomicina com os principais antibióticos da prática clínica. Metodologia: Trata-se de estudo retrospectivo transversal a partir de banco de dados de um laboratório privado em Niterói e São Gonçalo, contendo urinoculturas realizadas de 2014 a 2017. O teste de McNemar foi utilizado para avaliar a concordância entre a sensibilidade à fosfomicina e a cada um dos demais antibióticos testados. Resultados: Foram avaliadas 2.990 culturas positivas. Fosfomicina foi testada em 2.637 espécimes e a sensibilidade foi de 94,1%. Escherichia coli esteve presente em 61,6% da amostra, com sensibilidade à fosfomicina em 97,9% dos casos. Klebsiella sp. foi sensível em 86,6% dos casos, Enterococcus sp., em 94,9% e Proteus mirabilis, em 83,3%. Para E. coli, a comparação com os demais antibióticos mostrou maior percentual de amostras sensíveis à fosfomicina, exceto para imipenem (p<0,001). Klebsiella sp mostrou o mesmo perfil, entretanto não houve diferença entre fosfomicina e gentamicina (p=0,91). Para Enterococcus sp., não houve diferença estatisticamente significante na comparação com nitrofurantoína e ampicilina. Ao comparar com sulfametoxazol/trimetoprim e nitrofurantoína, a fosfomicina apresentou maior percentual de amostras com P. mirabilis sensíveis. Conclusão: As bactérias identificadas nas urinoculturas apresentam alta taxa de sensibilidade à fosfomicina. Na maior parte dos casos, há um perfil de sensibilidade favorável à fosfomicina ou pelo menos comparável aos demais antibióticos estudados.

Palavras-chave: fosfomicina, antibacterianos, urina, testes de sensibilidade microbiana

(10)

resistance has led to a growing interest in the search for drug alternatives in the treatment of such infections, such as fosfomycin. Objectives: To evaluate the susceptibility of bacteria to fosfomycin in outpatient cultures in order to establish a microbiological profile and compare the susceptibility to fosfomycin and the main antibiotics available in clinical practice. Methods: Retrospective cross-sectional study using database of a private laboratory located in the cities of Niterói and São Gonçalo, containing urine cultures from 2014 to 2017. McNemar test was applied to evaluate the concordance between susceptibilities to fosfomycin and other antibiotics tested. Level of significance was set at 5%. Results: A total of 2.990 positive urine cultures were evaluated. Of 2.637 samples tested, 94,1% were susceptible to fosfomycin. Escherichia coli was responsible for 61,6% of the positive samples and susceptibility to fosfomycin was observed in 97,9% of the cases. Susceptibility to fosfomycin in Klebsiella sp. represented 86.6% of cases, Enterococcus sp., 94,9% and Proteus mirabilis, 83,3%. Highest susceptibility rate of E. coli was observed for fosfomycin, except for imipenem (p <0,001). Klebsiella sp showed a similar profile, except that there was no difference between susceptibility to fosfomycin and gentamicin (p = 0,91). Fosfomycin susceptibility of Enterococcus sp. was similar to that of nitrofurantoin and ampicillin. Fosfomycin susceptibility of P. mirabilis was greater than that of trimethoprim-sulfamethoxazole and nitrofurantoin. Conclusion: Studied bacterial cultures showed a substantial sensitivity to fosfomycin. In most cases, there is a sensitivity profile favorable to fosfomycin or at least comparable to other antibiotics studied.

(11)

SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO...10

2.JUSTIFICATIVA...11

3.REVISÃO DA LITERATURA...12

3.1 Infecção do trato urinário...12

3.2 Fosfomicina...13 3.2.1 Visão geral...13 3.2.2 Características químicas...14 3.2.3 Farmacocinética e farmacodinâmica...16 3.2.4 Mecanismo de ação...17 3.2.5 Espectro de atividade...18 3.2.6 Mecanismo de resistência...19 4. OBJETIVOS...22 4.1 Objetivo primário...22 4.2 Objetivos secundários...22 5. METODOLOGIA...23 5.1 Delineamento do estudo...23 5.2 Amostra...23 5.2.1 Critérios de inclusão...23 5.2.2 Critérios de exclusão...23

5.3 Aspectos técnicos da cultura de urina...24

5.4 Análise estatística...25

5.5 Aspectos éticos...26

6. RESULTADOS...27

6.1 Gerais...27

6.2 Perfil de sensibilidade das bactérias mais frequentes na amostra...29

6.2.1 Escherichia coli...29 6.2.2 Klebsiella sp...30 6.2.3 Enterococcus sp...32 6.2.4 Proteus mirabilis...32 7. DISCUSSÃO...34 8. CONCLUSÃO...38 9. REFERÊNCIAS...39

(12)

1 INTRODUÇÃO

A infecção do trato urinário (ITU) é um problema de saúde extremamente comum que afeta indivíduos saudáveis e com comorbidades em todo o mundo. Ela é mais frequente no sexo feminino e estima-se que uma em cada três mulheres terão ao menos um episódio de ITU até a idade de 24 anos. (1) O aumento da resistência aos antibióticos impõe um desafio no tratamento desta infecção. (2)

As bactérias pertencentes à família Enterobacteriaceae são as responsáveis pela maioria das infecções urinárias, sendo a resistência antimicrobiana apresentada por estas bactérias alvo de grande preocupação na prática clínica. A resistência a antimicrobianos beta-lactâmicos, carbapenêmicos, sulfonamidas, fluoroquinolonas e aminoglicosídeos cresceu muito nas últimas décadas e a presença de germes produtores de beta-lactamase de espectro estendido (ESBL) não é incomum. (3) Observa-se redução do perfil de sensibilidade aos antibióticos em bactérias causadoras de infecções nosocomiais e até mesmo comunitárias. (4,5,6)

Diante deste cenário preocupante, há um grande interesse da comunidade científica em se obter novas opções terapêuticas e em reavaliar antigos agentes antimicrobianos. A oferta de novos antibióticos é pequena e, em geral, o custo de tratamento com estas novas drogas é alto. (7)

Um antigo antibiótico, a fosfomicina, vem despertando interesse. Descoberta há mais de 40 anos, voltou a ganhar papel de destaque após a Infectious Disease Society of America (IDSA) e a European Society for Clinical Microbiology and Infectious Diseases (ESCMID) recomendarem-na, em 2011, como um dos agentes de primeira escolha para tratamento da ITU não complicada.

Trata-se de uma droga bactericida, de largo espectro, efetiva contra germes Gram-positivos e Gram-negativos.

Conhecer o perfil de sensibilidade antimicrobiana dos germes causadores de ITU é fundamental para o sucesso do tratamento. (8) Ainda que tenham sido realizados vários estudos sobre o uso da fosfomicina em infecção urinária, informações sobre a prevalência da resistência bacteriana a este antibiótico ainda são limitadas. (9)

(13)

11

2 JUSTIFICATIVA

As infecções do trato urinário trazem impacto na qualidade de vida dos pacientes, custo financeiro e morbidade. (1)

Observa-se nas últimas décadas, uma mudança no perfil de sensibilidade das bactérias comumente encontradas nas culturas de urina, o que torna muitas vezes o tratamento empírico desafiador.

Conhecer o perfil microbiológico encontrado na urinocultura de um grupo populacional é fundamental para o sucesso terapêutico. (8)

A fosfomicina é uma droga que atinge altas concentrações na urina em dose única. É efetiva no tratamento das infecções urinárias baixas não complicadas, apresenta poucos eventos adversos e o tratamento tem baixo custo. A adesão ao tratamento é boa devido ao fato de ser prescrita em dose única. (10)

O estudo de um grande banco de dados permite realizar a análise do perfil microbiológico encontrado nas culturas de urina de pacientes não- hospitalizados, correlacionando-os com dados como idade e sexo.

Cabe ressaltar que, comumente, a sensibilidade à fosfomicina não é testada nos laboratórios públicos ou privados do país, e a literatura a respeito do perfil de sensibilidade à fosfomicina ainda é limitada. A análise deste perfil fornecerá uma importante informação para orientação terapêutica, podendo reduzir custos de tratamento, permitir melhor adesão à prescrição e alcançar melhores resultados clínicos.

(14)

3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO

A infecção urinária é uma das infecções bacterianas mais comuns, afetando cerca de 150 milhões de pessoas anualmente em todo o mundo. (11) Em 2007, nos EUA, houve aproximadamente 10,5 milhões de consultas médicas relacionadas à infecção do trato urinário, o que representa quase 1% de todos os atendimentos ambulatoriais. Neste mesmo ano, ocorreram entre 2-3 milhões de atendimentos por causa de ITU no setor de emergência. (12,13,14)

Apenas nos EUA, o custo estimado com esta infecção é da ordem de 3,5 bilhões de dólares por ano, incluindo despesas médicas e dispensa do trabalho. (9)

A infecção do trato urinário é uma importante causa de morbidade no sexo feminino em todas as idades, bem como nos homens nos extremos de faixa etária.

Dentre as consequências clínicas, destacam-se as infecções recorrentes, sepse, nefropatia em pacientes pediátricos, parto prematuro e indução de germes multirresistentes devido ao uso repetido de antimicrobianos. (11)

Clinicamente, a infecção urinária divide-se em complicada e não-complicada. Os casos não-complicados, tipicamente, afetam indivíduos saudáveis e sem anormalidades anatômicas ou neurológicas do trato urinário. (15) As infecções complicadas são aquelas que acontecem em pacientes com comprometimento do trato urinário ou do sistema imunológico, tais como obstrução urinária, retenção urinária, imunossupressão, insuficiência renal, transplante renal, gravidez e presença de corpo estranho, como cateter ou cálculo. (16,17) A ITU pode também ser dividida em baixa (cistite) ou alta (pielonefrite). (11)

Nos EUA, 70-80% das infecções complicadas estão associadas à presença de cateter, o que corresponde a cerca de 1 milhão de casos/ ano. (18) A infecção relacionada a cateter possui morbi-mortalidade aumentada e é a principal causa de infecção de corrente sanguínea secundária. (19)

Diversos fatores de risco estão associados a cistite. Vale citá-los: sexo feminino, episódio prévio de ITU, atividade sexual, vaginite, diabetes, obesidade e predisposição genética. (13,20)

(15)

13

A infecção urinária é usualmente causada por bactérias Gram-negativas, Gram-positivas e por alguns fungos. O agente etiológico mais comum é Escherichia coli, tanto nos casos complicados como nos complicados. Na ITU não-complicada, seguem em ordem decrescente de prevalência: Klebsiella pneumoniae, Staphylococcus saprophyticus, Enterococcus faecalis, Streptococcus do grupo B, Proteus mirabilis, Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus e Candida sp. (13,21) Nas infecções complicadas, o segundo agente mais encontrado é Enterococcus spp. Observa-se ainda em ordem decrescente de prevalência: K. pneumoniae, Candida spp., S. aureus, P. mirabilis, P. aeruginosa e Streptococcus do grupo B. (17,22,23)

3.2 FOSFOMICINA

3.2.1 Visão Geral

A fosfomicina, inicialmente chamada fosfonomicina, é um antibiótico natural de largo espectro, descrito em 1969, na Espanha. Foi isolada de uma cepa do fungo Streptomyces fradie, em uma amostra do solo da província de Alicante. (24) Atualmente, é produzido de forma sintética. (25)

A fosfomicina compõe a sua própria classe antibiótica e a estrutura química não se correlaciona com nenhum outro antibiótico de uso clínico. (3)

Tem sido usada desde o início dos anos 1970, primeiramente na formulação venosa dissódica e posteriormente na forma oral, associado ao trometamol. A utilização inicial em países como Brasil, Espanha, Alemanha, França e Japão ocorreu na formulação oral para tratamento de infecção do trato urinário. À medida que os anos passaram, as indicações da fosfomicina se expandiram. Ainda assim, o tratamento da infecção urinária baixa permanece como um dos principais usos. (26,27,28) Foi aprovada, em 1996, para utilização nos Estados Unidos da América, em dose única, na forma de fosfomicina trometamol, para infecção do trato urinário baixa causada por E. coli e E. faecalis.

Com a emergência dos germes multirresistentes, a importância da fosfomicina vem sendo reconquistada, uma vez que possui atividade contra diveros patógenos multirresistentes. (27,29)

(16)

3.2.2 Características químicas

A fosfomicina é um análogo do fosfoenolpiruvato e apresenta baixo peso molecular. A estrutura química, representada na figura 1, ácido (-)cis-1,2- epoxipropilfosfonico, é formada por três átomos de carbono. O carbono está unido ao fósforo sem a presença de ponte de oxigênio. A atividade antibacteriana está relacionada à ligação epoxi. O peso molecular é de 138,1. (30)

Figura 1 Estrutura química da molécula de fosfomicina. (31)

É estável em um intervalo de pH de 4 a 11 e tem ação ótima no pH 6,2. A substituição dos átomos de hidrogênio do radical fosfórico por outros de sódio dá origem à forma dissódica (C3H5Na2O4P), de administração parenteral. Já a substituição por um átomo de cálcio origina a forma cálcica (C3H5CaO4P), utilizada por via oral. Uma formulação galênica posterior para via oral incorporou a base orgânica tris-hidroximetil-aminometano (trometamol ou trometamina) e é conhecida como fosfomicina trometamol (C3H7O4P.C4H11NO3) (25,31) As estruturas moleculares estão representadas na figura 2.

(17)

15

Figura 2 (A): estrutura molecular da fosfomicina trometamol (B): estrutura molecular da fosfomicina cálcica (C): estrutura molecular da fosfomicina dicssódica. (25)

A trometamina ou trometamol é uma amina orgânica aceptora de prótons. É usada como um tampão biológico e como agente alcalinizante. (32) A fórmula química, demonstrada na figura 3, é C4H11NO3. (33)

(18)

administração com alimento pode interferir na absorção (37% em jejum versus 30% com alimento). A concentração plasmática máxima (Cmax) também é maior em jejum do que em situação pós-prandial (12,1±0,6mg/litro e 7,8±1,6mg/litro, respectivamente). Entretanto, a concentração na urina é semelhante (58% versus 52%, respectivamente), independente da ingestão alimentar concomitante. (34). A idade do indivíduo não parece afetar a absorção. (10) A taxa e extensão da absorção da fosfomicina trometamol foi cerca de seis vezes maior que a fosfomicina cálcica durante as primeiras 2 horas pós-dose e, aproximadamente, 3 a 4 vezes maior durante as 12 horas do período pós-dose.(25) O pico médio de concentração sérica após 2g de fosfomicina trometamol foi 2 a 4 vezes maior que 3 g de fosfomicina cálcica. (35) Explica-se esta diferença porque a forma cálcica é hidrolizada e inativada pelo pH ácido do estômago. (36)

A meia vida média de eliminação sérica (t1/2) da fosfomicina trometamol é de

5,7 horas, porém ela é mais prolongada em idosos. A área abaixo da curva concentração-tempo (AUC) é 145 a 228 mg.h/litro. (10) A ligaçao da fosfomicina às moléculas de proteínas é inexpressiva e ela é excretada de forma não-metabolizada na urina, através de filtração glomerular, e, em menor proporção, nas fezes. (36,37) A idade avançada, a administração com alimento e a alteração da função renal resultam em eliminação mais lenta da droga. (38)

Após a ingestão de 3 g de fosfomicina trometamol, o pico de concentração na urina é obtido após 4 h. Concentração urinária alta da droga é encontrada por até 48 horas, o que é suficiente para eliminar a maioria dos uropatógenos. A atividade bactericida da droga é reduzida em pH urinário menor que 6,0. (10) A fosfomicina é eliminada durante a hemodiálise. (39)

Devido ao baixo peso molecular, hidrossolubilidade e mínima união às proteínas plasmáticas, a fosfomicina se difunde bem nos tecidos e no líquido intersticial, além de ser capaz de atravessar a barreira hematoencefálica e a placenta. (31)

Evidências sugerem que a fosfomicina trometamol não necessita de ajuste de dose em gestantes, idosos e pacientes com disfunção renal ou hepática. (25)

(19)

17

Em relação à segurança do uso da fosfomicina em gestantes e lactantes, a droga é considerada categoria B, ou seja, estudos animais não demonstraram risco ao feto e não há estudos controlados em mulheres grávidas e, portanto, deve ser usada durante a gravidez apenas se claramente indicada. Devido ao baixo peso molecular, a excreção no leite materno é possível. (36)

3.2.4 Mecanismo de ação

A fosfomicina é um antibiótico bactericida. Ela interfere na biossíntese da parede celular bacteriana, através da inibição da enzima citosólica MurA, UDP-N-acetilglicosamina-enolpiruviltransferase, que catalisa a etapa inicial da síntese de peptidoglicano, ou seja, a reação de UDP-N-acetilglicosamina (UDP-GlcNAc) com fosfoenolpiruvato (PEP) para formar UDP-GlcNAc-enolpiruvato mais fosfato inorgânico. O antimicrobiano se liga de forma covalente ao grupo tiol de uma cisteína do sítio ativo da MurA, inativando-a (figura 4). A fosfomicina age como um análogo do PEP, interagindo com a MurA de forma altamente seletiva. (29)

Figura 4 Reação catalizada pela enzima MurA. (29)

A fosfomicina também atua reduzindo a aderência da bactéria às células epiteliais urinárias. (40) De forma semelhante, suprime os receptores do fator de ativação plaquetária nas células epiteliais respiratórias, reduzindo a adesão de Streptococcus pneumoniae e Haemophylus influenzae. (41)

Para entrar na bactéria, a fosfomicina utiliza-se de duas formas, identificadas ao menos em E. coli: os sistemas de transporte da hexose-6-fosfato e da l-alfa-glicerolfosfato (principal mecanismo). (42)

(20)

clínica destes achados ainda não está clara.

A fosfomicina é capaz de penetrar em biofilmes e demonstrou-se que pode reduzir ou mesmo erradicar as bactérias destes sítios. (25)

3.2.5 Espectro de atividade

A fosfomicina é ativa in vitro contra microorganismos Gram positivos e Gram negativos. Dados de sensibilidade são variados, dependendo da fonte consultada.

De acordo com os critérios do Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI), os métodos de testagem de sensibilidade aprovados para Escherichia coli e Enterococcus faecalis são a difusão em disco e a diluição em agar (Mueller-Hinton agar). O meio agar deve ser suplementado com glicose-6-fosfato para reduzir as taxas de falsas resistências. (43) Por outro lado, o European Committee on Antimicrobial Susceptibility Testing (EUCAST) sugere tanto o agar quanto a diluição em caldo. (44) O método de testagem escolhido pode afetar o resultado encontrado para cada bactéria específica, entretanto, sem significar taxa de erro significativa. (25)

A fosfomicina é amplamente ativa tanto contra S. aureus sensível (MSSA) quanto resistente a meticilina (MRSA), embora haja um grupo de MRSA resistentes a fosfomicina. É também ativa contra a maioria dos estafilococos coagulase-negativos e Enterococos, inclusive os resistentes a Vancomicina (VRE).

Tem excelente atividade contra E. coli, um dos principais patógenos responsáveis por infecções do trato urinário. (3) Possui bons resultados in vitro contra K. pneumoniae, com taxas de 70-85% de suscetibilidade. A sensibilidade de Proteus mirabilis pode variar de 80-97%. Apresenta ótima atividade contra Enterobacteriaceae produtora de beta-lactamase de espectro estendido (ESBL). (45,46) Contra E. coli produtora de ESBL, por exemplo, observa-se suscetibilidade de 86-100%, que é superior à encontrada com ciprofloxacina, nitrofurantoína ou sulfametoxazol-trimetoprim. (3)

Em uma revisão de 17 estudos que avaliaram a atividade antimicrobiana e eficácia clínica da fosfomicina em infecções causadas por Enterobacteriaceae

(21)

19

multirresistentes (MDR), incluindo microorganismos produtores de ESBL, 11 estudos reportaram, no mínimo, 90% de isolados suscetíveis à fosfomicina. (27)

Há crescente interesse no uso da fosfomicina em infecções causadas por Enterobacteriaceae resistentes a carbapenêmicos, como a K. pneumoniae produtora de carbapenemase tipo KPC. Em estudos americanos, 86-93% de amostras bacterianas produtoras de KPC foram sensíveis à fosfomicina, incluindo até aquelas resistentes a tigeciclina ou colistina. (47,48) Em um estudo no Reino Unido, 67% das K. pneumoniae resistentes a carbapenêmico foram suscetíveis à fosfomicina. (49) Na suspeita de infecção provocada por K. pneumoniae produtora de carbapenemase, recomenda-se o uso da fosfomicina em sinergismo com outra droga, como, por exemplo, meropenem. (3)

Possui atividade considerável contra bactérias Gram negativas, incluindo Salmonella spp., Shigella spp., Escherichia coli, Klebsiella spp., Enterobacter spp., Serratia spp., Citrobacter spp. e Proteus mirabilis. Não é ativa contra anaeróbios, como Bacteroides spp., mas é ativa contra Peptococccus spp e Peptostreptococcus spp. (25)

A sensibilidade para Pseudomonas spp. e Stenotrophomonas maltophilia é variável e dependerá do critério de sensibilidade aplicado. (3) Acinetobacter spp, Burkholderia cepacia, Staphylococcus capitis, Staphylococcus saprophyticus, Mycobacterium tuberculosis e Morganella morganii são geralmente resistentes. (43,50,51)

3.2.6 Mecanismo de resistência

A estrutura e mecanismo de ação da fosfomicina são únicos, o que torna a resistência cruzada incomum.

Os mecanismos principais de resistência são: redução ou completa ausência de produção de transportadores da droga para o interior celular, reduzida afinidade a MurA e produção de enzimas modificadoras de fosfomicina. Os dois primeiros mecanismos são cromossomiais, enquanto o último pode ser cromossomial ou mediado por plasmídeos.

Algumas bactérias possuem resistência inerente. Uma mutação que leva à troca da cisteína por aspartato na enzima MurA, alvo da droga, confere resistência de determinados microrganismos, como por exemplo, Chlamydia spp. e

(22)

A resistência adquirida pode ocorrer em bactérias naturalmente sensíveis à fosfomicina, como a E. coli. Mutações podem ocorrer no sistema de entrada do antimicrobiano na célula bacteriana. Modificações nos genes glpT e uhpT, que codificam os transportadores da fosfomicina, estão envolvidas neste processo. Mutações nos genes cyaA e ptsI reduzem os níveis de AMP cíclico e levam a downregulation dos transportadores de fosfomicina. (25)

Várias enzimas modificadoras de fosfomicina podem inativar a droga. As principais enzimas descritas são as metaloenzimas (FosA, FosB e FosX) e as quinases: FormA e FormB. (29)

Diversos estudos não mostraram diferença na resistência da fosfomicina com o tempo. (25) Entretanto, um estudo que avaliou 17.602 casos de infecção urinária devido a E. coli durante um período de cinco anos, revelou uma mudança de 2,2% de E. coli produtora de ESBL no início do estudo para 21,7% ao final. Entre todas as espécies de bactérias isoladas, a taxa de resistência à fosfomicina alterou-se de 1,6% em 2003 para 3,8% em 2008. (52) Um significativo aumento na taxa de resistência foi observado em um estudo espanhol, realizado em um período de 7 anos, de 2006 a 2012. (53) Por outro lado, uma meta-análise incluindo cinco estudos controlados randomizados demonstrou que a resistência não se desenvolve após uma dose única utilizada para cistite. (54)

A fosfomicina tem sido associada, in vitro, à rápida ocorrência de resistência. Entretanto, segundo Karageorgopoulos et al., na prática clínica, estes achados não se confirmam. (55) Mutações nos genes ptsI e cyaA, por exemplo, não foram observadas em amostras obtidas a partir de infecções in vivo. (56)

Está claro que uma dose única oral de fosfomicina trometamol para tratamento de cistite é altamente eficiente, associada a baixa indução de resistência e equivalente a outras terapias mais prolongadas com outros antimicrobianos. (29)

Uma vez que a fosfomicina tem baixa toxicidade e alergenicidade, amplo espectro de ação, incluindo germes multirresistentes, bons parâmetros farmacocinéticos e formulação tanto oral quanto venosa, crescente interesse há no

(23)

21

uso em infecções de difícil tratamento que ocorrem fora do trato urinário. Entretanto, não há uma grande quantidade de estudos nestas outras indicações.

Face ao exposto, o conhecimento do perfil microbiológico de sensibilidade à fosfomicina pode fornecer uma importante informação para orientação terapêutica, podendo reduzir custos de tratamento e permitindo melhor adesão à prescrição e melhores resultados clínicos. (25)

(24)

Avaliar o perfil de sensibilidade das bactérias à fosfomicina em culturas de urina de pacientes ambulatoriais.

4.2 OBJETIVOS SECUNDÁRIOS

Descrever o perfil microbiológico encontrado nas culturas de urina de pacientes ambulatoriais.

Analisar o perfil de sensibilidade das diferentes bactérias à fosfomicina, comparando-o com os demais antibióticos empregados na prática clínica.

(25)

23

5 METODOLOGIA

5.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Trata-se de um estudo microbiológico de base laboratorial, no qual as informações foram coletadas a partir de banco de dados de um laboratório privado de patologia clínica.

5.2 AMOSTRA

As culturas de urina e respectivos antibiogramas analisados referem-se a exames realizados a partir de amostras de urina recebidas nas unidades de um laboratório particular de São Gonçalo e Niterói, cidades localizadas na zona metropolitana do estado do Rio de Janeiro, no período de 2014 a 2017.

Os resultados foram inseridos em planilha do Excel. Foram coletados os seguintes dados: idade, sexo, data do nascimento e data do exame. Obteve-se a informação a respeito da bactéria encontrada, da contagem de unidades formadoras de colônias (UFC) e do antibiograma referente a cada bactéria identificada na urinocultura. O teste de sensibilidade ao antibiótico foi apresentado como sensível, resistente ou intermediário.

5.2.1 Criterios de inclusão

Foi incluída a cultura de urina de pacientes não-internados, no período de outubro de 2014 a fevereiro de 2017, cujo resultado foi positivo e com crescimento bacteriano em concentração maior ou igual 10.000UFC/ml.

5.2.2 Critérios de exclusão

Foram excluídas as urinoculturas com crescimento de mais de uma bactéria ou de microorganismos contaminantes, tais como: Corynebacteria, Lactobacillus, Gardnerella vaginalis, Staphylococcus epidermidis, Streptococcus agalactiae, bactérias anaeróbicas e fungos. Amostras com hematúria maciça no EAS também foram descartadas do estudo, visto que poderiam corresponder a espécimes com

(26)

de que o mesmo indivíduo fornecesse várias vezes amostra com as mesmas características.

5.3 ASPECTOS TÉCNICOS DA CULTURA DE URINA

A coleta de urina foi realizada em caráter ambulatorial. Foi recomendado aos pacientes que colhessem a primeira urina da manhã.

Foi orientado que o paciente lavasse as mãos e a região genital com água e sabão neutro, antes da coleta. O espécime clínico analisado correspondeu ao jato médio de urina, coletado em frasco próprio, alcançando metade do volume do recipiente. A recomendação foi de que o frasco fosse fechado imediatamente após a coleta e encaminhado para o laboratório no prazo máximo de duas horas.

Ao receber a amostra, realizou-se a identificação dos frascos de urina e das placas de Petri. A urina foi homogeneizada com movimentos circulares suaves, evitando espuma; a alça de platina em bico de Bunsen foi flambada e resfriada na própria urina. Com a alça fria, a urina foi depositada em placa contendo o meio de cultivo Ágar Cled, onde o conteúdo foi distribuído na superfície do meio. Os mesmos procedimentos foram realizados para semear em placa de EMB. As placas foram incubadas em estufa bacteriológica com temperatura de 37,0ºC por período de 24 a 48 horas.

O teste de sensibilidade aos antimicrobianos (TSA) teve como finalidade determinar perfis de resistência e sensibilidade de bactérias aos antimicrobianos, por meio das zonas de inibição de crescimento in vitro.

Foram selecionadas 3 a 5 colônias da placa de meio de cultivo, as quais foram transferidas com alça ou agulha de níquel cromado flambada e fria para um tubo contendo 4 a 5 ml de salina ou água destilada; ajustou-se a turbidez da solução adicionando mais salina ou água destilada ou mais colônias para que fosse comparável à solução padrão de McFarland a 0,5. Foi, então, selecionada a placa contendo meio próprio e padronizado para o microorganismo isolado, onde as colônias em solução foram semeadas com swab estéril em toda a superfície do ágar em três direções. A placa foi deixada entreaberta por 5 a 15 minutos à temperatura

(27)

25

ambiente para o inócuo ser completamente absorvido pelo ágar. Os discos que contêm os antimicromianos a serem utilizados foram selecionados de acordo com relação padronizada por microorgamismo, o qual foi identificado através de provas bioquímicas. Os discos foram aplicados na placa com auxílio de pinça (disposição manual) ou dispensador (disposição automática), sendo levemente pressionados para contato completo entre ágar e difusão do antimicrobiano. As placas foram invertidas e colocadas em estufa a 35 graus Celsius em até 15 minutos após aplicação dos discos.

Após 16 a 18 horas de incubação, foi realizada a leitura das zonas de inibição circulares. Estes halos foram medidos em milímetros por paquímetro ou halômetro. Os critérios de interpretação dos diâmetros dos halos seguem as tabelas do Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI). Os resultados obtidos foram: sensível, resistente ou intermediário.

5.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Foi realizada uma análise exploratória sobre o banco de dados para descrição das variáveis. Para cada bactéria considerada, também foi aplicado o teste de McNemar para verificar se cada par de antimicrobianos confrontado concordava quanto à avaliação de sensibilidade. O nível de significância adotado, em todas as análises, foi de 5%.

Os resultados de frequência das bactérias foram apresentados em números absolutos e em valores percentuais. A idade da população estudada foi apresentada na forma de mediana.

Para fins de análise, os resultados de sensibilidade intermediária foram excluídos, uma vez que foram poucos casos e não influíram nos resultados.

Os resultados correspondentes aos testes de sensibilidade aos antimicrobianos foram apresentados para as bactérias mais frequentemente encontradas, comparando-os com a fosfomicina. Foram explicitados os antibióticos mais comumente usados na prática clínica para tratamento empírico da infecção urinária baixa. O imipenem, antibiótico parenteral de largo espectro, foi também detalhado, correlacionando-se os resultados com a resistência à fosfomicina.

(28)

da Universidade Federal Fluminense (UFF) e aprovado sob número de parecer: 2.013.840. Foi solicitada e autorizada dispensa do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

Não há conflito de interesses e não houve financiamento da pesquisa por quaisquer instituição ou empresa.

(29)

27

6 RESULTADOS

6.1 GERAIS

Foram avaliadas 2.990 culturas positivas de urina, fornecidas na maioria por indivíduos do sexo feminino. Destas amostras, foram 453 espécimes provenientes de indivíduos do sexo masculino e 2.537 de indivíduos do sexo feminino.

A distribuição entre os gêneros, em percentual, está mostrada no gráfico 1.

Gráfico 1 Distribuição (%) das urinoculturas positivas de acordo com o gênero dos pacientes

A amostra estudada foi formada predominantemente por indivíduos idosos, que forneceram mais da metade das culturas analisadas. Por outro lado, o menor grupo etário foi composto por indivíduos entre 6 e 15 anos. A mediana foi 72 anos. A distribuição etária está mostrada na tabela 1.

Tabela 1 Distribuição da frequência de urinoculturas positivas segundo a idade

Idade (anos) Frequência Percentual

0-5 91 3,0 6-15 38 1,3 16-40 41-60 341 11,4 505 16,9 Mais de 60 2015 67,4 TOTAL 2990 100 15,2 84,8 masculino feminino

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E. coli, a espécie mais frequente, presente em 61,6% da amostra. Em 3,5% dos

casos, esteve presente Pseudomonas sp. A tabela 2 demonstra a distribuição dos microorganismos isolados.

Tabela 2 Frequência das bactérias isoladas nas culturas de urina

Bactéria Frequência Percentual

Escherichia coli 1841 61,6 Klebsiella pneumoniae 381 12,7 Enterococcus spp. 180 6,0 Proteus mirabilis 156 5,2 Pseudomonas aeruginosa 101 3,4 Klebsiella oxytoca 91 3,0

Estafilococos coagulase negativa 59 2,0 Estreptococos gama-hemolítico 50 1,7 Providencia sp. 31 1,0 Staphylococcus saprophyticus 28 0,9 Morganella morganii 22 0,7 Proteus vulgaris 18 0,6 Enterobacter sp. 17 0,6 Staphylococcus aureus 11 0,4

Pseudomonas nao aeruginosa 2 0,1

Citrobacter sp. 1 0,05

Streptococcus alfa-hemolítico 1 0,05

TOTAL 2990 100

A fosfomicina foi testada em 2.637 amostras de urina, independentemente do microorganismo encontrado. Sensibilidade intermediária foi detectada em apenas um caso. O gráfico 2 representa o perfil de sensibilidade à fosfomicina nestas culturas.

(31)

29

Gráfico 2 Perfil de sensibilidade à fosfomicina (%) em culturas de urina, independente do agente etiológico.

6.2 PERFIL DE SENSIBILIDADE DAS BACTÉRIAS MAIS FREQUENTES NA AMOSTRA

Serão apresentados a seguir os resultados dos testes de sensibilidade aos antimicrobianos dos quatro germes mais frequentemente encontrados no estudo. Priorizou-se apresentar os resultados referentes aos antibióticos comumente utilizados na prática clínica.

A pequena diferença observada na amostra (n) na comparação entre os diferentes antibióticos e a fosfomicina deve-se à ausência de informação no banco de dados, à não realização do antibiograma em determinado espécime de urina ou ao descarte da amostra com resultado de sensibilidade intermediário.

6.2.1 Escherichia coli

No grupo de espécimes de urina em que houve crescimento de E. coli, observou-se sensibilidade intermediária aos antibióticos testados em, no máximo, 0,1% das culturas. Em relação à fosfomicina, houve apenas 1 cultura com sensibilidade intermediária. Como a interpretação clínica deste resultado de sensibilidade intermediária é controversa e o percentual encontrado foi considerado sem significância estatística, esta amostra foi descartada da análise.

94,1 5,9 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 sensível resistente Fre qu ê nc ia ( % )

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comparando-o com os demais antibióticos. Houve maior percentual de amostras sensíveis à fosfomicina em todos os casos, exceto quando comparado ao imipenem, e essa diferença foi estatisticamente significante.

Tabela 3 Comparação entre a sensibilidade de E. coli identificada em culturas de urina à fosfomicina e a demais antibióticos utilizados na prática clínica.

Fosfomicina

n Sensível Resistente p-valor*

Ciprofloxacino 1837 <0,001 Sensível 1255 (68,3%) 10 (0,5%) Resistente 543 (29,6%) 29 (1,6%) Cefuroxime 1835 <0,001 Sensível 1571 (85,6%) 10 (0,5%) Resistente 225 (12,3%) 29 (1,6%) Ceftriaxone 1834 < 0,001 Sensível 1640 (89,4%) 15 (0,8%) Resistente 157 (8,6%) 22 (1,2%) SMT/TMP† 1836 <0,001 Sensível 1149 (62,6%) 17 (0,9%) Resistente 648 (35,3%) 22 (1,2%) Nitrofurantoína 1833 <0,001 Sensível 1618 (88,3%) 16 (0,9%) Resistente 177 (9,6%) 22 (1,2%) Gentamicina 1838 <0,001 Sensível 1599 (87%) 28 (1,5%) Resistente 200 (10,9%) 11 (0,6%) AMC/CLAV‡ 1836 <0,001 Sensível 1494 (81,4%) 8 (0,4%) Resistente 303 (16,5%) 31 (1,7%) Imipenem 1837 <0,001 Sensível 1793 (97,6%) 38 (2,1%) Resistente 5 (0,3%) 1 *Teste de McNemar † SMT/TMP: Sulfametoxazol/trimetoprim ‡ AMC/CLAV: Amoxicilina/clavulanato 6.2.2 Klebsiella spp.

Ocorreu crescimento de Klebsiella spp. em 472 culturas de urina, sendo Klebsiella pneumoniae em 381 amostras e Klebsiella oxytoca em 91. Para fins de

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31

análise em relação à fosfomicina, estas duas espécies foram reunidas no gênero Klebsiella sp. Não houve nenhum resultado categorizado como de sensibilidade intermediária aos antibióticos testados.

Klebsiella spp. foi sensível à fosfomicina em 86,6% dos casos. Ao se comparar esta sensibilidade com os demais antibióticos, observou-se que houve maior percentual de amostras sensíveis à fosfomicina em todos os casos, exceto quando comparado a Imipenem (p<0,001). Entretanto, a diferença encontrada na comparação com a gentamicina não foi estatisticamente significante (p=0,91).

A tabela 4 demonstra os resultados encontrados.

Tabela 4 Comparação entre a sensibilidade de Klebsiella spp. identificada em culturas de urina à fosfomicina e a demais antibióticos utilizados na prática clínica.

Fosfomicina

n Sensível Resistente p-valor*

Ciprofloxacino 471 <0,001 Sensível 298 (63,2%) 30 (6,4%) Resistente 110 (23,4%) 33 (7,0%) Cefuroxime 470 <0,001 Sensível 302 (64,3%) 24 (5,1%) Resistente 105 (22,3%) 39 (8,3%) Ceftriaxone 472 < 0,001 Sensível 332 (70,3%) 26 (5,5%) Resistente 77 (16,3%) 37 (7,9%) SMT/TMP† 471 <0,001 Sensível 277 (58,8%) 29 (6,2%) Resistente 131 (27,8%) 34 (7,2%) Nitrofurantoína 470 <0,001 Sensível 171 (36,4%) 11 (2,3%) Resistente 236 (50,2%) 52 (11,1%) Gentamicina 472 0,91 Sensível 364 (77,1%) 43 (9,1%) Resistente 45 (9,5%) 20 (4,3%) AMC/CLAV‡ 472 <0,001 Sensível 278 (58,9%) 27 (5,7%) Resistente 131 (27,8%) 36 (7,6%) Imipenem 470 <0,001 Sensível 394 (83,8%) 58 (12,3%) Resistente 14 (3,0%) 4 (0,9%) *Teste de McNemar † SMT/TMP: Sulfametoxazol/trimetoprim ‡ AMC/CLAV: Amoxicilina/clavulanato

(34)

fosfomicina foi testada em 59 culturas de urina. Nestes casos, foi realizada comparação com ampicilina e nitrofurantoína. Em ambas as comparações, não houve diferença estatisticamente significante.

A tabela 5 demonstra os resultados obtidos.

Tabela 5 Comparação entre a sensibilidade de Enterococcus spp. identificado em culturas de urina à fosfomicina e a demais antibióticos utilizados na prática clínica.

Fosfomicina

n Sensível Resistente p-valor*

Ampicilina 59 1 Sensível 55 (93,2%) 0 Resistente 1 (1,7%) 3 (5,1%) Nitrofurantoína 59 0,5 Sensível 56 (94,9%) 2 (3,4%) Resistente 0 1 (1,7%) *Teste de McNemar 6.2.4 Proteus mirabilis

Em todas as 156 urinoculturas com crescimento de P. mirabilis (5,2% de todas as culturas positivas), a fosfomicina foi testada. A sensibilidade encontrada foi de 83,3%. Não houve resultado categorizado como de sensibilidade intermediária. A tabela 6 apresenta o resultado do perfil de sensibilidade.

As diferenças encontradas na comparação da fosfomicina com ciprofloxacina, cefuroxime e amoxicilina/clavulanato não foram estatisticamente significantes (p>0,05).

Houve maior resistência à fosfomicina que aos seguintes antibióticos: ceftriaxone, gentamicina e imipenem. Por outro lado, a resistência à fosfomicina foi menor, quando comparada com sulfametoxazol/trimetoprim e nitrofurantoína.

(35)

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Tabela 6 Comparação entre a sensibilidade de P. mirabilis identificado em culturas de urina à fosfomicina e a demais antibióticos utilizados na prática clínica.

Fosfomicina

n Sensível Resistente P-valor*

Ciprofloxacino 156 1 Sensível 113 (72,4%) 17 (10,9%) Resistente 17 (10,9%) 9 (5,8%) Cefuroxime 155 0,72 Sensível 111 (71,6%) 15 (9,7%) Resistente 18 (11,6%) 11 (7,1%) Ceftriaxone 156 <0,01 Sensível 124 (79,5%) 21 (13,5%) Resistente 6 (3,8%) 5 (3,2%) SMT/TMP† 155 <0,001 Sensível 85 (54,8%) 8 (5,2%) Resistente 44 (28,4%) 18 (11,6%) Nitrofurantoína 156 <0,001 Sensível 8 (5,1%) 0 Resistente 122 (78,2%) 26 (16,7%) Gentamicina 156 <0,05 Sensível 120 (76,9%) 24 (15,4%) Resistente 10 (6,4%) 2 (1,3%) AMC/CLAV‡ 156 0,72 Sensível 116 (74,3%) 17 (10,9%) Resistente 14 (9,0%) 9 (5,8%) Imipenem 144 <0,001 Sensível 121 (84,0%) 21 (14,6%) Resistente 1 (0,7%) 1 (0,7%) *Teste de McNemar † SMT/TMP: Sulfametoxazol/trimetoprim ‡ AMC/CLAV: Amoxicilina/clavulanato

(36)

urina está de acordo com o conhecimento da taxa de prevalência maior de infecção urinária no sexo feminino. (57) A anatomia geniturinária feminina é um dos principais motivos que podem explicar a diferença de prevalência entre os sexos. (15)

Testada em 2.673 amostras positivas de urina, a fosfomicina apresentou resistência em apenas 5,9% dos casos, independente do germe isolado. Este resultado está em concordância com as publicações científicas, as quais vêm destacando a tendência de ressurgimento do uso da fosfomicina na prática clínica. Um mecanismo de ação único, baixa indução de resistência e a subutilização desta droga nas últimas décadas podem explicar o resultado favorável encontrado. (3)

A frequência de E. coli foi semelhante à encontrada na literatura. Esta bactéria Gram negativa foi o uropatógeno mais frequente no presente estudo (61,6%). Em outros trabalhos envolvendo amostras de urina coletadas ambulatorialmente, a frequência de E. coli variou de 38,6% a 77%. (58,59) Reu et al., em um estudo com grande amostra, realizado no Brasil, identificaram esta bactéria em 54,7% das urinoculturas positivas A predominância na presente casuística está em concordância com a amostra estudada, formada principalmente por mulheres em idade superior a 60 anos. (60)

Embora o S. agalactiae possa corresponder ao segundo agente microbiano identificado em culturas de urina, este germe não foi analisado, tendo em vista o papel limitado como agente causador de infecção urinária. Tal bactéria pode fazer parte da microbiota comensal vaginal em cerca de 25% das mulheres saudáveis. A importância maior está relacionada a infecções neonatais e puerperais. (11)

A resistência à fosfomicina varia para cada espécie bacteriana e de acordo com a população estudada. Apesar disso, os dados da literatura a respeito do perfil de resistência bacteriano à fosfomicina ainda são limitados e referem-se principalmente a E. coli. (9)

No presente trabalho, a resistência da E. coli à fosfomicina foi de apenas 2,1%, o que está de acordo com os dados científicos disponíveis. Kahlmeter et al., publicaram dois grandes estudos multicêntricos realizados na Europa, ECO.SENS I e ECO.SENS II, nos quais as taxas de resistência à fosfomicina foram de 0,4% e 1,2%, respectivamente. (58,59) Naber et al., em estudo prospectivo de 2003 a 2006,

(37)

35

envolvendo nove países europeus, além do Brasil, também encontraram resistência a fosfomicina inferior a 5%. (61) Apesar da variação de resistência entre os estudos, a fosfomicina permanece como sendo um antibiótico em que a E. coli teve boa sensibilidade. (7)

Na presente casuística, a resistência da E. coli à fosfomicina só foi maior quando comparada ao imipenem. A fosfomicina, entretanto, possui diversas características que podem ser vantajosas: trata-se de um antibiótico oral, em dose única e de baixo custo e os efeitos colaterais são poucos e bem tolerados. Já o imipenem, necessita de administração venosa de várias doses diárias por tempo prolongado e o custo do tratamento é alto.

A menor resistência ao imipenem em comparação à fosfomicina poderia ser também explicada pelo fato de a amostra utilizada conter apenas urinoculturas de pacientes ambulatoriais. Desta forma, pode-se inferir que a frequência de enterobactérias resistentes a carbapenemas (ERC) é baixa. É possível levantar a hipótese de que as bactérias encontradas em ambiente hospitalar teriam sensibilidade maior à fosfomicina que ao imipenem. Um estudo comparando o perfil de sensibilidade nestes dois grupos populacionais seria bastante interessante. (62)

Em nossa amostra, a resistência à fosfomicina foi bem inferior à encontrada para os principais antimicrobianos usados ambulatorialmente para tratamento da infecção urinária. Os resultados apresentados permitem questionar o uso rotineiro e algumas vezes indiscriminado de amoxicilina-clavulanato, sulfametoxazol-trimetoprim, nitrofurantoína, ciprofloxacina e cefuroxime como antibióticos de primeira escolha para tratamento da infecção urinária baixa na comunidade.

É importante salientar que a resistência da E. coli a estes antibióticos, na presente amostra, foi de, no mínimo, 10,8% (nitrofurantoína), alcançando até 36,5% de resistência a sulfametoxazol/trimetoprim. Tais achados colocam em dúvida se estes antimicrobianos são realmente as melhores opções para o tratamento empírico das ITUs. Além disso, o uso indiscriminado destas drogas pode contribuir para o desenvolvimento de resistência antimicrobiana.

Klebsiella spp. foi a segunda bactéria mais encontrada. Embora a frequência dos germes encontrados na urina possa variar de acordo com o estudo, o resultado observado é compatível com a literatura. Klebsiella spp., em geral, apresenta maior resistência à fosfomicina que E. coli. (7) A amostra analisada revelou resistência de 13%, que é inferior à observada nos estudos de Passadouro et al. e Abdullah et al.

(38)

as diferentes técnicas e parâmetros laboratoriais para definição de resistência à fosfomicina. Além disso, o mecanismo de resistência bacteriana e a região geográfica em que foi realizada a análise também podem explicar as diferenças de perfil de sensibilidade. Sabe-se, por exemplo, que na Ásia a resistência é maior e pode estar relacionada a um mecanismo plasmidial bacteriano. (9)

Em relação ao P. mirabilis, observou-se, na presente amostra, padrão de resistência à fosfomicina semelhante ao da literatura. (45,46) Percebe-se que a resistência à fosfomicina foi maior apenas nas comparações com antibióticos de administração parenteral e de custo mais elevado (ceftriaxone, gentamicina e imipenem). Desta forma, a fosfomicina deve ser considerada como opção de droga oral para tratamento de P. mirabilis.

No tocante a Enterococcus spp., Butcu et al. e Lu et al., dentre outros autores, já haviam publicado estudos que mostravam excelente sensibilidade à fosfomicina. (68,69) No presente trabalho, a fosfomicina confirmou este bom desempenho. É importante salientar que, embora tenha sido isolado Enterococcus spp. em 180 amostras de urina, no banco de dados utilizado, havia testagem para fosfomicina em 59 casos. Não houve diferença estatisticamente significativa na comparação com ampicilina ou nitrofurantoína. Durante a coleta dos dados, não foi discriminada a espécie de Enterococo. É provável que a maioria das culturas seja representada por Enterococcus faecalis, tendo em vista tratar-se de espécimes fornecidos por indivíduos não-hospitalizados.

É digno de nota que existem alguns fatores que dificultam a comparação dos resultados dos diferentes estudos, como a existência de vários métodos para avaliar a sensibilidade a fosfomicina. Tanto a EUCAST (European Committee on Antimicrobial Susceptibility Testing) quanto a CLSI fornecem recomendações para interpretação de resultados realizados por disco-difusão para E. coli, ao passo que recomendam usar a concentração inibitória mínima (MIC) para outras Enterobacteriaceae. O único método recomendado para estabelecer o MIC para essas bactérias é a diluição em ágar com adição de glicose-6-fosfato, raramente disponível nos laboratórios. (70,71) Portanto, as diferentes metodologias laboratoriais dos estudos podem interferir nos resultados. (54,58)

(39)

37

Apesar de o critério tradicional para diagnóstico de infecção urinária utilizar como parâmetro o crescimento bacteriano maior ou igual a 105 UFC/ml a partir de amostra colhida por micção espontânea, na presente pesquisa utilizou-se como critério de inclusão a urinocultura com crescimento maior ou igual a 104 UFC/ml. Sabe-se que o critério tradicionalmente utilizado pode não ter sensibilidade adequada para o diagnóstico de ITU. (15) Além do mais, o objetivo primário do trabalho é avaliar o perfil de sensibilidade das bactérias à fosfomicina, independentemente da caracterização de infecção.

Os resultados reportados neste estudo demonstram que as bactérias geralmente encontradas em urinoculturas ambulatoriais são amplamente sensíveis à fosfomicina. Na maior parte dos casos, há um perfil de sensibilidade bacteriano favorável à fosfomicina ou pelo menos comparável aos demais antibióticos estudados. Apenas em alguns casos específicos, a sensibilidade à fosfomicina foi menor que a de determinados antibióticos.

Ao analisar o presente trabalho, é importante ressaltar que os resultados encontrados são decorrentes de avaliação de sensibilidade in vitro. Estas informações, obtidas a partir de estudo transversal, são úteis para auxiliar na escolha do antimicrobiano, porém o desenho do trabalho não permite avaliar resposta terapêutica. Em conformidade com o perfil de sensibilidade encontrado, a fosfomicina deve ser considerada como opção terapêutica na infecção do trato urinário. A análise de eficácia da fosfomicina no tratamento da infecção urinária baixa, entretanto, deve ser realizada através de ensaios clínicos in vivo.

(40)

independentemente do germe encontrado.

Dentre as bactérias identificadas, as mais frequentes foram: E. coli (61,6%), Klebsiella spp. (15,7%), Enterococcus sp. (6,0%) e P. mirabilis (5,2%).

E. coli foi sensível à fosfomicina em 97,9% dos espécimes. Esta sensibilidade foi maior do que a observada para todos os outros antibióticos testados, exceto imipenem.

A sensibilidade de Klebsiella spp. à fosfomicina ocorreu em 86,6% dos casos. Não houve diferença entre a sensibilidade à fosfomicina e à gentamicina. Nas demais comparações realizadas, houve maior percentual de amostras sensíveis à fosfomicina em todos os casos, exceto para imipenem.

Em 94,9% dos espécimes testados, Enterococcus sp. foi sensível à fosfomicina. Não houve diferença estatisticamente significante na comparação com nitrofurantoína e ampicilina.

A sensibilidade de P. mirabilis à fosfomicina ocorreu em 83,3% dos espécimes. Não houve diferença ao se comparar fosfomicina com ciprofloxacina, cefuroxime e amoxicilina/clavulanato. A sensibilidade à fosfomicina foi menor que a observada para ceftriaxone, gentamicina e imipenem. Na comparação com sulfametoxazol/trimetoprim e nitrofurantoína, a fosfomicina apresentou maior percentual de amostras sensíveis.

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