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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL CLEUSA MARIA DOS SANTOS PEREIRA

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TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL

CLEUSA MARIA DOS SANTOS PEREIRA

DEPRESSÃO PÓS-PARTO, DEPRESSÃO PUERPERAL,

DEPRESSÃO E TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL

SÃO PAULO

2016

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CLEUSA MARIA DOS SANTOS PEREIRA

DEPRESSÃO PÓS-PARTO, DEPRESSÃO PUERPERAL,

DEPRESSÃO E TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL

Trabalho de conclusão de curso lato sensu

Área de concentração: Terapia Cognitivo-Comportamental Orientador: Dra. Renata Trigueirinho Alarcon

Coorientador: Profa. Ms. Eliana Melcher Martins

SÃO PAULO

2016

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Fica autorizada a reprodução e divulgação deste trabalho, desde que citada a fonte

Pereira, Cleuza Maria S.

Terapia Cognitivo-Comportamental aplicada a pacientes com Depressão Pós-Parto, Depressão Puerperal, Depressão e Terapia Cognitivo

Comportamental

Cleuza Maria dos Santos Pereira, Renata Trigueirinho Alarcon, Eliana Melcher Martins - São Paulo, 2016

26f + CD-ROM

Trabalho de Conclusão de Curso (especialização) – Centro de Estudos em Terapia Cognitivo-Comportamental (CETCC).

Orientação: Profª. Dra. Renata Trigueirinho Alarcon Co-orientação: Profª. Msc. Eliana Melcher Martins

1. Terapia Cognitivo-Comportamental, 2 Depressão Pós-Parto, Depressão Puerperal, Depressão e Terapia Cognitivo

Comportamental I Pereira, Cleuza Maria S. II Alarcon, Renata Trigueirinho. III Martins, Eliana Melcher.

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CLEUSA MARIA DOS SANTOS PEREIRA

DEPRESSÃO PÓS-PARTO, DEPRESSÃO PUERPERAL,

DEPRESSÃO E TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL

Monografia apresentada ao Centro de Estudos em Terapia Cognitivo-Comportamental como parte das exigências para obtenção do título de Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental. BANCA EXAMINADORA Parecer: ________________________________________________________ Prof. ___________________________________________________________ Parecer: ________________________________________________________ Prof.___________________________________________________________

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DEDICATÓRIA

Dedico esse TCC especialmente a minha família.

Antonio meu esposo, que estamos casados desde 16 de fevereiro de 1980, e as minhas filhas, Alessandra, Sandra, Regiane, Daiana e a meu filho Junior meus Genros, Ronildo, Marcelo, Davi, e Naldo e minha nora Thayna aos meus netos Jonathan, Henrique, Gabriel, Miguel e a minha neta Geovana todos

apoiaram com carinho e muita satisfação

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AGRADECIMENTOS

Quero agradecer a Deus, por esse privilégio de concluir esse curso de especialização em terapia cognitivo – comportamental.

A prof. E Psicóloga MS. Eliana Melcher Martins – Diretora, pelo carinho

A orientadora Dra. Renata Trigueirinho Alarcon A toda minha família que me apoiaram com muito carinho

E aos meus colegas da sala Muito obrigado

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RESUMO

O período gestacional é uma fase delicada que necessita de atenção especial, pois muitas vezes não ocorre da maneira socialmente esperada, trazendo grande sofrimento à mãe e conseqüentemente à família, o período gestacional envolve uma série de alterações físicas, psíquicas, hormonais e sociais, podendo interferir na saúde mental dessas mulheres. A Depressão Pós-Parto (DPP) consiste na expressão do sofrimento e da dor humana, sendo acompanhada de manifestações biopsicossociais associada à ocorrência de eventos estressantes. Esta pesquisa descreve a DPP, prevalência, diagnóstico e tratamentos, identificando fatores de risco e proteção, evidenciando ainda a eficácia da psicoterapia cognitivo-comportamental para prevenção, diagnóstico e tratamento nestes casos. A metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica sistematizada de obras, artigos científicos e literários, nas bases Google Acadêmico, Scielo, Bireme e BVS Brasil.

Palavras chave: depressão pós-parto, depressão puerperal, depressão e terapia

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ABSTRACT

The pregnancy is a delicate phase that requires special attention because it often does not happen socially expected, bringing great suffering to the mother and therefore the family, the pregnancy involves a series of physical, psychological, hormonal and social, can interfere with the mental health of these women. The Postpartum Depression (PPD) is the expression of suffering and human pain and accompanied by biopsychosocial manifestations associated with the occurrence of stressful events. This research describes the DPP, prevalence, diagnosis and treatments, identifying risk and protective factors, still showing the efficacy of cognitive-behavioral therapy for prevention, diagnosis and treatment in these cases. The methodology used was the systematic review works, scientific and literary articles, the bases Google Scholar, Scielo, Bireme and BVS Brazil.

Key words: postpartum depression, postpartum depression, depression and cognitive behavioral therapy.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 8 2. OBJETIVO ... 12 3. MÉTODO ... 13 4. RESULTADOS ... 14 4.1 Depressão pós-parto ... 14 4.2 Fatores de Risco ... 15 4.3 Tratamento ... 16 4.3.1 Tratamento psicofármacos ... 16 4.3.2 Psicoterapia ... 17 5. DISCUSSÃO ... 19 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 21 REFERÊNCIA ... 23

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1. INTRODUÇÃO

Em nossa cultura a maternidade é associada como um período de realização e felicidade, entretanto, constatou-se que em algumas mulheres a maternidade ocorre de maneira diferente, apresentando uma experiência de sofrimento emocional, relacionada às responsabilidades e cuidados com o bebe, alterações corporais e troca de papel social. Partindo-se deste segundo quadro, algumas mulheres tendem a desenvolver Depressão pós-parto (DPP), incitando a iniciativa deste trabalho de abordar aspectos relevantes desta patologia que vem atingindo um número elevado de casos na sociedade moderna.

A intenção é mostrar que mesmo em meio aos problemas biológicos, comportamentais, psicológicos e sociais, há maneiras de prevenir, tratar e se curar destes males. Com relação à DPP é importante, levar em consideração se os sintomas de exaustão, cansaço e labilidade emocional não fazem parte da adaptação normal do puerpério. Conforme Barlow e Durand (2008) apud Hildebrant (2013), um transtorno psicológico é reconhecido por uma série de sintomas que no caso podem ser uma interrupção funcional, cognitiva, emocional ou comportamental, devendo ser seguidos de angústia, incapacitação ou resposta atípica dos padrões culturais.

Segundo Saraiva e Coutinho (2007), a DPP está associada à ocorrência de eventos estressantes acompanhados de sintomas biopsicossociais, também conhecidos como depressão puerperal, maternal ou pós-natal. Esse transtorno depressivo pode apresentar uma série de sintomas que podem variar na medida da sua gravidade. Alguns dos principais sintomas são: Inquietação, irritação, se sentir triste, chorar muito, dor de cabeça, palpitação, dor no peito, falta de energia, alteração do sono e apetite, agitação, cansaço, Falta de concentração, Dificuldades em tomar decisões, entre outros.

A DPP pode levar a pensamentos obsessivos, desenvolvendo violência contra a criança, falta com as responsabilidades no trato infantil, redução do período da amamentação. Isto gera sentimentos negativos de culpa e desinteresse pela criança obtendo-se resultados insatisfatório na interação mãe-filho, sendo possível

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acarretar impactos negativos no desenvolvimento do recém-nascido (RN) (MATTAR, et. al.2007).

A literatura científica tem mostrado que o período da gravidez e puerperal é a fase de um grande transtorno mental na vida a mulher, no primeiro e no terceiro bimestre de gestação e nos primeiros trinta dias do puerpério. As alterações psíquicas estão relacionadas aos fatores orgânicos, familiares, conjugais, sociais e culturais da gestante. A probabilidade de a gestante desenvolver depressão é maior do que a não gestante (PEREIRA 2007).

A depressão é um transtorno mental de maior prevalência durante a gravidez e está relacionada a fatores de risco, como antecedentes psiquiátricos, dificuldades financeiras, baixo grau de escolaridade, gestação precoce, falta de apoio social. Pesquisas afirmam que depressão pré-natal, se não for diagnosticada ou tratada é a principal causa para a depressão pós-natal (PEREIRA 2007).

A depressão pós-parto é um sério problema de saúde, ela atinge aproximadamente, entre 10% a 20% das mulheres nos seus primeiros meses após o parto, afetando a mãe, podendo afetar a criança, o marido e a família. Nos países ocidentais estima-se que a prevalência esteja entre 0,5 a 60% dos casos (IBIAPINA 2010).

Segundo Beck (2001), a maioria dos estudos mostra que a DPP, atinge aproximadamente 10% das mulheres. E nos Estados Unidos, está presente em 10% a 20% das mulheres, nos seis primeiros meses após o parto, aumentando para 25% ou mais em mulheres com história de depressão pós-parto anterior.

O diagnóstico da depressão pós-parto não é fácil, uma vez que os sintomas que ocorrem como alteração do sono, apetites exagerados e fadiga, são comuns no puerpério. Os sintomas da depressão pós-parto são similares à depressão, que ocorrem em período não puerperal, com o início nas seis primeiras semanas do puerpério, podendo se estender a até seis meses depois do parto. O humor depressivo e a perda de interesse nas atividades podem ocorrer no período de duas semanas após o parto, sintomas como desanimo, sentimento de culpa, perda de concentração ou ideação suicida também podem estar presentes (IBIAPINA 2010).

De acordo Ibiapina (2010), depressão pós-parto é caso de saúde pública, o cuidado pré-natal pode ser o único contato que a gestante tem com serviço de

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saúde. A depressão é problema de saúde pública mundial e atinge cerca de aproximadamente cento e cinquenta milhões de pessoas no mundo.

Segundo Ibiapina (2010), o escore de Edimburgo é um instrumento utilizado para o diagnóstico da depressão pós-parto, uma pontuação maior ou igual a 12 indica a possibilidade de DPP, no entanto é necessário a confirmação do diagnóstico por um profissional qualificado para tal, sendo aplicado entre duas semanas e seis meses após o parto.

De acordo com Zinga (2005) nos últimos anos, diversos estudos objetivaram a prevenção da DPP, incluindo mulheres com indícios de desenvolvimento deste transtorno estando eutímicas ou sintomáticas durante a gravidez.

Este estudo visou revisar a literatura atual a respeito da etiologia e os fatores de risco de DPP, com foco nas estratégias psicossociais que tem sido aplicada a fim de prevenir o início do transtorno em mulheres com probabilidades de desenvolvimento da DPP e tratamento.

Conforme Knapp (2007) a terapia cognitivo-comportamental (TCC) provavelmente se constitui no tratamento psicológico mais estudado e valorizado, e nos casos de depressão, tem se mostrado tão eficaz quanto ao uso de antidepressivos.

Dobson apud Knapp (2007) revisou oito estudos randomizados com 172 pacientes deprimidos, que compararam a TCC com antidepressivos tricíclicos. Quando utilizado o escore do BDI (Inventário de Depressão Beck), sugere ter sido superior à farmacoterapia, com média superior a 70%.

De acordo Beck, J. (2013) Aaron Beck desenvolveu uma forma de terapia no início de 1960, a qual denominou inicialmente de “terapia cognitiva”. Para o tratamento da Depressão, Beck desenvolveu uma psicoterapia estruturada, de curta duração, voltada para o presente, direcionada para a solução de problemas atuais e modificação de pensamentos e comportamentos disfuncionais. Outros autores tiveram sucesso nas adaptações dessa terapia, porém os pressupostos teóricos em si permanecem constantes. Segundo Alford e Beck (1997) apud Beck, J. (2013) em todas as formas de terapia cognitivo-comportamental derivadas do modelo de Beck, o tratamento está fundamentado em uma formulação cognitiva, nas crenças e estratégias comportamentais que caracterizam um transtorno específico.

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O modelo cognitivo propõe que o pensamento disfuncional é comum em todos os pacientes. Quando estes aprendem a avaliar seu pensamento de forma mais realista e adaptativa, obtêm melhora em seu estado emocional e comportamento. A terapia cognitivo-comportamental é baseada no modelo cognitivo, que parte da hipótese de que as emoções, comportamentos e a fisiologia de uma pessoa são influenciados pelas percepções que tem dos eventos (BECK, J. 2013).

Ainda de acordo com Beck, J (2013), os princípios básicos da terapia cognitivo-comportamental são:

 Formulação em desenvolvimento contínuo dos problemas do paciente e uma conceituação individual de cada paciente em termos cognitivos;

 Aliança terapêutica sólida;

 Colaboração e participação ativa do paciente;

 Orientada para os objetivos e focada nos problemas;

 Enfatiza inicialmente o presente;

 É educativa e tem como objetivo ensinar o paciente a ser seu próprio terapeuta e enfatiza a prevenção de recaída;

 É limitada no tempo;

 São estruturadas;

 Ensina os pacientes a identificar, avaliar e responder aos seus pensamentos e crenças disfuncionais;

 Usa uma variedade de técnicas para mudar o pensamento, o humor e o comportamento.

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2. OBJETIVO

Este trabalho teve como objetivo avaliar criticamente a literatura relacionada aos aspectos que ocorrem durante o período gestacional até o parto, que contribuem no desenvolvimento da depressão pós-parto. Desta forma, entender as implicações psicológicas para mulher neste período identificando fatores de risco e proteção da DPP, evidenciando a eficácia da psicoterapia cognitivo-comportamental para prevenção, diagnóstico e tratamento nestes casos.

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3. MÉTODO

Para a realização deste trabalho, foram utilizadas pesquisas bibliográficas sistematizadas de obras, artigos científicos e literários, também pesquisas feitas através de revistas e internet, acesso aos sites: Google Acadêmico, Scielo, Bireme e BVS Brasil.

As palavras-chaves utilizadas na presente pesquisa foram: depressão pós-parto, depressão puerperal, depressão e terapia cognitivo comportamental.

A linha teórica utilizada nesta pesquisa foi conduzida à luz da abordagem cognitivo-comportamental, a busca foi realizada no período de 20 de dezembro de 2015 a 15 de janeiro de 2016.

Os critérios de inclusão foram artigos originais publicados no período de 2006 a 2015, em português com resultados encontrados consistentes. Os critérios de exclusão foram estudos que apresentaram resultados insuficientes.

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4. RESULTADOS 4.1 Depressão pós-parto

O período gestacional é culturalmente associado a um período marcante de alegria na vida da mulher, em que é ensinada desde a infância para serem amáveis, compreensivas, dedicadas, características estas que definem como uma “boa mãe”. Muito embora esta ideia se perpetue até os dias atuais, pesquisas mostram que nem sempre ocorre alegria e entusiasmo com a chegada de um filho, no entanto, muitas mulheres não relatam tal sentimento por medo do estigma de serem consideradas mães ruins, gerando grande sofrimento.

De acordo com Saraiva e Coutinho (2007), a depressão pós-parto possui sintomas multivariados, que consiste na manifestação de sofrimento e este transtorno se apresenta acompanhado de manifestações relacionadas à ocorrência de fatores estressantes, sendo investigada como uma depressão reativa.

Com relação à DPP é importante, entretanto, considerar se os sintomas de exaustão, cansaço e labilidade emocional não fazem parte de uma adaptação normal do puerpério.

Na DPP a puérpera pode apresentar sintomas físicos, entre eles cefaleia, dores nas costas, erupções vaginais e dor abdominal sem causa orgânica aparente (SILVA; BOTTI,2005).

Os sintomas mais comuns na DPP são desanimo persistente, alterações do sono, sentimento de culpa, ideias suicidas, temor de machucar o filho, diminuição de apetite e da libido, redução do nível do funcionamento mental e presença de ideias obsessivas ou supervalorização, baixa autoestima, sentimentos de tristeza, angústia e desesperança, sentimentos de ruína e desvalia, visões pessimistas do futuro sendo estas características conjuntas a alterações somáticas (CAMACHO et al, 2006; CRUZ et al, 2005; SILVA;BOTTI,2005; SANTOS JUNIOR 2009).

Conforme Mattar (2007), no puerpério, existem vários fatores que podem contribuir para o desenvolvimento de DPP. Neste sentido, o diagnóstico é imprescindível para elaboração de um plano de tratamento e acompanhamento, sendo úteis e práticas ferramentas de avaliação. Alguns instrumentos têm essa

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finalidade, como o Edinburgh Postnatal Depression Scale (EPDS), questionário de autoavaliação, traduzido e validado no Brasil em 1999, por Santos et al.

Embora existam algumas desvantagens no EPDS, como confiabilidade e a necessidade do paciente ser cooperativo, tem sido o método mais utilizado, pois apresenta vantagens como a econômica, rapidez no preenchimento e boa aceitação entre os pacientes com transtorno de humor, além de mostrar elevada sensibilidade para a identificação da DP na maioria das investigações e pode ser aplicado por profissionais que não são especializados em saúde mental. Podendo predizer precocemente mulheres com possibilidade de apresentar depressão, facilitando a intervenção terapêutica (MATTAR 2007).

De acordo Silva; Botti (2005) os sintomas da DPP tendem a ter duração razoável de tempo, sendo possível prejudicar as atividades normais da mulher. Essas Mulheres se sentem culpadas por experenciarem sintomas depressivos em um momento que deveria ser de alegria, de acordo com as expectativas sociais de satisfação.

4.2 Fatores de Risco

A DPP, para Ibiapina et al. (2010) apud Cunha et al (2012), é um problema de grande importância de saúde, que acomete aproximadamente entre 10 a 20% das mulheres nos primeiros meses após o parto prejudicando, não só a mãe, como também a criança e a toda a família.

De acordo Cunha et al (2012), podem ser vários os motivos para o surgimento dos sintomas da DPP. No entanto, alguns desses motivos são de ordem psicossocial e estão relacionados com a depressão, por exemplo, o estresse, histórico de ordem psiquiátrica, ansiedade pré-natal, pouco apoio social, baixa autoestima e a gestação não planejada. Ainda como fatores de risco para a DPP, incluem “a depressão durante a gestação, depressão prévia (fora do puerpério), disforia pré-menstrual prévia, eventos estressantes durante a gestação, condição socioeconômica desfavorável, violência doméstica e baixa idade materna” (MATTAR, 2007).

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Para Reading e Reynolds (2001) apud Schmidt et al (2005) os riscos para a DPP maternal estão relacionados em três categorias, referindo-se à qualidade dos relacionamentos interpessoais da mãe, particularmente com o parceiro; relacionado à gravides e ao parto e eventos estressantes; e por último, adversidades socioeconômicas.

Conforme Mattar (2007), estudos preliminares sugerem que o período imediato após o parto, pode predizer a ocorrência de depressão, possibilitando detectar precocemente as mulheres com probabilidade de desenvolvê-la.

De acordo Mattar (2007), o humor da puerpera no período seguinte ao pós-parto pode indicar a ocorrência de depressão e pode ser detectado precocemente as mulheres com maior possibilidade de desenvolvê-la. Ainda para Mattar (2007) de acordo com pesquisas, a VD (Violência Domestica) quer seja na gestação ou anterior a ela, indica estar associado a maior risco de DP.

4.3 Tratamento

O tratamento terapêutico da DPP é fundamentado em métodos similares aos utilizados no tratamento de transtornos depressivos em outros períodos da vida, como: psicoterapia, acupuntura, farmacologia, massoterapia, eletroconvulsoterapia e internação em casos específicos (ROCHA, 1999 apud SANTOS JUNIOR 2009). Há evidências de resultados eficientes em estudos com foco em psicoterapia interpessoal, e estratégias cognitivo-comportamentais (CAMACHO et al 2006).

4.3.1 Tratamento psicofármacos

Conforme Camacho et al (2006) a decisão de tratamentos biológicos deve-se levar em conta a relação risco-benefício. Diante de uma história clínica detalhada, as opções de tratamento são oferecidas, incluindo a recusa deste tipo de tratamento. “Os possíveis riscos envolvem toxidade fetal, considerando-se a morte intrauterina, malformações físicas, teratogenicidade comportamental, prejuízos no crescimento e toxidade neonatal”.

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4.3.2 Psicoterapia

Muitas mulheres se recusam ao tratamento farmacológico, devido aos riscos, sendo uma opção válida a psicoterapia, principalmente por não ter contraindicações e uma segurança maior para mulheres que estão amamentando.

A ciência compreende que a boa condição de vida no pós-parto da mulher é apenas um dos fatores influentes nos cuidados a serem tomados, pois o mais importante diz respeito à psique, por estar diretamente ligado a responsabilidade com a saúde e os cuidados com o bebe. Após a gestação e o parto, ocorrem muitas transformações inclusive de ordem emocional que acometem mulheres, causadas por alterações hormonais que se caracterizam por intensa tristeza, transformações no físico, medo, ansiedade, entre outros. Na maioria dos casos, estes sintomas são eliminados rapidamente, quando persiste por tempo maior caracteriza-se a DPP. (CUNHA, 2012).

De acordo com Camacho et al (2006), a psicoterapia pode ser associada ao tratamento farmacológico, sendo uma aliada a respeito de descontinuidade ou redução de dose no tratamento, reduzindo recaídas ou sintomas depressivos na gestação. Episódios depressivos leves ou depressão menor podem ter boa resposta ao tratamento psicoterápico.

Newport el al. (2002) apud Camacho et al. (2006), realizaram um estudo com 576 mulheres no pós-parto, em que TCC foi uma das abordagens que apresentou redução dos sintomas, tendo o objetivo de auxiliar o paciente a resolver seus comportamentos e cognições disfuncionais por intermédio da aprendizagem e da reestruturação cognitiva.

Para Cunha (2012) essa é a oportunidade indispensável do uso de uma abordagem psicoterapêutica, tanto no aconselhamento durante a gestação, como também para tratar possíveis indícios de DPP. A literatura nos remete à importância dessa abordagem psicoterapêutica no tratamento da depressão, visto que terapeuta, puérpera e familiares, construirão novas sinapses cerebrais a partir da realidade experimentada, sendo possível compreender e planejar ações de intervenção adequada a esta nova realidade (ZANOTTI et a.l 2003 apud SANTOS 2009, CUNHA 2012, SILVA e BOTTI 2005).

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De acordo Camacho et al. (2006), a TCC tem como princípio avaliar as idéias, emoções ou pensamentos, que a pessoa tem sobre si e que se encontram distorcidos, resultando uma série de reações de comportamentos disfuncionais. A transformação desses pensamentos (automáticos), muitas vezes distorcidos da realidade, auxilia o paciente a reavaliar sua condição e reestruturar tais cognições que refletem em seu comportamento.

Appleby L (1997) apud Cantilino (2010) realizou um grande estudo avaliando a TCC no tratamento da DPP, em um grupo de 87 puérperas deprimidas, separadas em quatro grupos que receberam: placebo, fluoxetina, TCC associado à placebo e TCC associada à fluoxetina, sendo os resultados superiores aos que receberam apenas placebo. Contudo nenhum dos três grupos teve resultados superiores entre si, sugerindo-se assim, que a TCC possivelmente é tão eficaz quanto o antidepressivo, e a junção dos dois não oferece vantagem estatisticamente significativa.

Outro estudo com resultados significativos quanto a eficácia da TCC, segundo Zinga et al. (2005), foi realizado em três clinicas obstétricas na França, em gestantes com escore no EPDS acima de 9, foram designadas randomicamente ao grupo controle e ao de intervenção. Ambos os grupos permaneceram na clinica de três a cinco dias. As mulheres do grupo de intervenção receberam uma sessão cognitivo-comportamental durante a estadia, que resultou em índices de recuperação consideravelmente mais altos e significativa redução na ocorrência de depressão “provável”. Demonstrando que a intervenção precoce, com estratégia psicoterapêutica específica entre mulheres em risco, pode resultar em redução significativa na sintomatologia depressiva.

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5. DISCUSSÃO

As informações coletadas durante a pesquisa apresentam alguns fatores desencadeantes e recorrentes da DPP apesar de ser um tema bastante discutido nos últimos anos, bem como outras patologias, a etiologia da DPP ainda não foi totalmente esclarecida.

A DPP sendo um transtorno mental que acomete cerca 10 a 20% das mulheres nos primeiros meses após o parto, deveria receber atenção especial, em que uma forma de prevenção viável seria a conscientização em massa (por parte do poder público) da referida patologia, principalmente por seu manejo ser complexo devido apresentação de alterações: emocionais, físicas, comportamentais e cognitivas, sendo ainda possível que as condições do puerpério podem predispor a mulher à DPP, como também ter algum comprometimento clínico durante esse período, podem manifestar um quadro desta patologia (SILVA; BOTTI, 2005).

Não se pode falar do nascimento de um filho sem falar da cultura histórica da maternidade como sendo uma das melhores experiências da vida da mulher, o que não significa que não possa ocorrer de maneira contrária, devido fatores variados, causando grande sofrimento psíquico para mãe, que prefere muitas vezes não relatar por medo ou vergonha. Como já mencionado por Saraiva e Coutinho (2007), a DPP está associada à ocorrência de eventos estressantes acompanhados de sintomas biopsicossociais, também conhecidos como depressão puerperal, maternal ou pós-natal.

Os artigos de maneira geral descrevem como sintomas mais comuns da DPP, desânimo persistente, sentimentos de culpa, alterações de sono, da libido e apetite, nível de funcionamento mental reduzido, sentimentos de angústia, tristeza e desesperança, entre outros (CAMACHO et al, 2006; CRUZ et al, 2005; SILVA;BOTTI,2005; SANTOS JUNIOR 2009). A partir dos sintomas descritos, é notório que alguns destes, fazem parte do quadro natural do período gestacional que podem permanecer durante um período após o parto, dificultando ainda mais o diagnóstico.

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Conforme levantamento bibliográfico, foi citado por alguns autores, que para rastreio da DPP há algumas ferramentas úteis, como o Edinburgh Postnatal

Depression Scale (EPDS), questionário de autoavaliação, que prediz precocemente

a possibilidade da mulher apresentar depressão. É provável que se este material fosse utilizado periodicamente como protocolo dos serviços de pré-natal da UBS, por exemplo, poderia minimizar ou nem aflorar a evolução dos quadros da DPP, uma vez que poderia ser traçado o melhor tipo de intervenção junto à equipe multidisciplinar. Não há dúvidas de que o quanto mais precocemente for diagnosticado o quadro de DPP, melhores serão os resultados ao tratamento.

Os achados revelam, nos poucos artigos encontrados, uma eficácia da combinação farmacológica com a intervenção psicoterápica, que nos remete ao objetivo deste trabalho, verificar junto à produção científica a importância da psicoterapia cognitivo comportamental como sendo uma das formas de psicoterapias mais indicada nos casos da DPP, que tem como objetivo auxiliar o paciente a solucionar seus comportamentos e cognições disfuncionais por meio da aprendizagem e da reestruturação cognitiva.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se ao término deste estudo, que a depressão pós-parto é um problema de saúde pública, por ser prevalente, e, muitas vezes não diagnosticada. Diante deste quadro, é necessário que se faça um diagnóstico preciso o mais precocemente possível.

É possível que a DPP ocorra devido à falta de conhecimento da sociedade e dos profissionais de saúde quanto ao quadro clínico e fatores associados. Determinados fatores descritos na literatura são confirmados nos estudos incluídos neste trabalho, são eles: baixa renda, baixo grau de escolaridade, ausência ou suporte familiar e social insuficiente, insatisfação com as alterações corporais, falta de apoio e afeto do cônjuge, violência doméstica e gravidez não planejada.

De acordo com a presente pesquisa, as possibilidades de tratamento mais eficazes se baseiam na farmacoterapia e na psicoterapia. Porém, no período do puerpério, verificam-se determinadas contraindicações justificadas pela excreção dos medicamentos no leite materno.

O período do pré-natal é propício para prevenção e diagnóstico precoce da DPP, possibilitando intervenções precisas. Uma das formas de rastreio da depressão é a escala de depressão EDPS que identifica os sintomas depressivos manifestados no pós-parto, podendo ser aplicada por qualquer profissional de saúde. Pode predizer precocemente mulheres com possibilidade de apresentar depressão, facilitando a intervenção terapêutica.

A literatura avaliada evidencia que a TCC é uma das abordagens mais eficazes no tratamento da DPP, tendo como objetivo auxiliar o paciente a solucionar seus comportamentos e cognições disfuncionais por meio da aprendizagem e da reestruturação cognitiva. Com a psicoterapia cognitivo-comportamental o resultado foi índices de recuperação consideravelmente mais altos e significativa redução na ocorrência de depressão. Demonstrando que a intervenção precoce, com estratégia psicoterapêutica específica entre mulheres em risco, pode resultar em redução significativa na sintomatologia depressiva. Vale salientar que a literatura referente ao assunto não é muito ampla, sendo importante a realização de novas pesquisas para reforçar esses resultados.

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Este estudo aponta que ainda existem grandes desafios em relação à DPP, mas que podem ser superados. Evidencia que o trabalho com a equipe multidisciplinar de suma importância para diagnosticar, intervir e acompanhar o paciente, uma vez que é uma doença biopsicossocial.

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REFERÊNCIA

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Termo de Responsabilidade Autoral

Eu CLEUSA MARIA DOS SANTOS PEREIRA, afirmo que o presente trabalho e suas devidas partes são de minha autoria e que fui devidamente informado da responsabilidade autoral sobre seu conteúdo.

Responsabilizo-me pela monografia apresentada como Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização em Terapia Cognitivo Comportamental, sob o título “Depressão pós-parto, depressão puerperal, depressão e terapia

cognitivo comportamental”, isentando, mediante o presente termo, o Centro de

Estudos em Terapia Cognitivo-Comportamental (CETCC), meu orientador e coorientador de quaisquer ônus consequentes de ações atentatórias à "Propriedade Intelectual", por mim praticadas, assumindo, assim, as responsabilidades civis e criminais decorrentes das ações realizadas para a confecção da monografia.

São Paulo, __________de ___________________de______.

_______________________ Assinatura do (a) Aluno (a)

Referências

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