Superior Tribunal de Justiça

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AgRg no AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 848.432 - SC (2007/0002623-9)

RELATOR : MINISTRO JOSÉ DELGADO

AGRAVANTE : FAZENDA NACIONAL

PROCURADOR : MARCELO COLETTO POHLMANN E OUTRO(S)

AGRAVADO : METALÚRGICA RIOSULENSE S/A

ADVOGADO : GLAUCO HELENO RUBICK E OUTRO(S)

EMENTA

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. PIS E

COFINS. CRÉDITO DECLARADO EM DCTF OBJETO DE

COMPENSAÇÃO PELO CONTRIBUINTE. MODALIDADE DE EXTINÇÃO DO CRÉDITO (CTN, ART. 156, II). LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO. NÃO-OCORRÊNCIA. EXPEDIÇÃO DE CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITO. POSSIBILIDADE. INTENÇÃO PROTELATÓRIA. AGRAVO NÃO-PROVIDO. MULTA.

1. A Fazenda Nacional desafia com agravo regimental decisão desta relatoria que, aplicando a Súmula 83/STJ, negou provimento a agravo de instrumento que objetivava viabilizar a subida de recurso especial obstado na instância "a quo". Afirma a agravante que "...tratando-se de crédito tributário validamente constituído, verifica-se que o ato impugnado, recusa ao fornecimento da certidão negativa de débito, deu-se dentro dos estritos limites legais".

2. Se o contribuinte, por DCTF, comunica ao Fisco que quitou o débito mediante compensação, não há que se obstar o fornecimento da CND enquanto a compensação não for rejeitada com a formalização de um procedimento administrativo que possibilite ao contribuinte exercer a mais ampla defesa, porque inexistente crédito tributário devidamente constituído.

3. Agravo regimental não-provido. Aplicação da multa do artigo 557, § 2º, do CPC no percentual de 2%.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar provimento ao agravo regimental, com aplicação de multa, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Francisco Falcão, Teori Albino Zavascki e Denise Arruda votaram com o Sr. Ministro Relator.

Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Luiz Fux. Brasília (DF), 05 de junho de 2007 (Data do Julgamento)

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RELATÓRIO

O SR. MINISTRO JOSÉ DELGADO (Relator): A Fazenda Nacional desafia com agravo regimental decisão desta relatoria que, aplicando a Súmula 83/STJ, negou provimento a agravo de instrumento que objetivava viabilizar a subida de recurso especial obstado na instância a quo.

A agravante deduz a seguinte argumentação (fls. 118/120):

"De maneira alguma, na hipótese dos autos pode-se considerar que a jurisprudência desse Tribunal Superior pacificou-se no sentido da decisão agravada.

Ao contrário disto, as duas Turmas que integram a 1ª Seção deste Superior

Tribunal de Justiça têm se pronunciado reiteradamente no sentido de que a DCTF, por permitir a imediata inscrição do crédito em dívida ativa e execução, independentemente de procedimento administrativo, art. 5º, § 1º e 2º, Dec. Lei 2124/84, equivale ao próprio lançamento, tratando-se, destarte, de crédito tributário constituído.

[...]

Desta forma, tratando-se de crédito tributário validamente constituído, verifica-se que o ato impugnado, recusa ao fornecimento da certidão negativa de

débito, deu-se dentro dos estritos limites legais.

Assim, verifica-se que o pleito da Fazenda Nacional encontra-se em consonância com a jurisprudência consolidada pela 1ª Seção deste Superior Tribunal de Justiça, razão pela qual deve ser reconsiderada, ou reformada, a r. decisão monocrática agravada."

Com espeque no acima alinhado, pede o provimento do agravo regimental.

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EMENTA

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. PIS E

COFINS. CRÉDITO DECLARADO EM DCTF OBJETO DE

COMPENSAÇÃO PELO CONTRIBUINTE. MODALIDADE DE EXTINÇÃO DO CRÉDITO (CTN, ART. 156, II). LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO. NÃO-OCORRÊNCIA. EXPEDIÇÃO DE CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITO. POSSIBILIDADE. INTENÇÃO PROTELATÓRIA. AGRAVO NÃO-PROVIDO. MULTA.

1. A Fazenda Nacional desafia com agravo regimental decisão desta relatoria que, aplicando a Súmula 83/STJ, negou provimento a agravo de instrumento que objetivava viabilizar a subida de recurso especial obstado na instância "a quo". Afirma a agravante que "...tratando-se de crédito tributário validamente constituído, verifica-se que o ato impugnado, recusa ao fornecimento da certidão negativa de débito, deu-se dentro dos estritos limites legais".

2. Se o contribuinte, por DCTF, comunica ao Fisco que quitou o débito mediante compensação, não há que se obstar o fornecimento da CND enquanto a compensação não for rejeitada com a formalização de um procedimento administrativo que possibilite ao contribuinte exercer a mais ampla defesa, porque inexistente crédito tributário devidamente constituído.

3. Agravo regimental não-provido. Aplicação da multa do artigo 557, § 2º, do CPC no percentual de 2%.

VOTO

O SR. MINISTRO JOSÉ DELGADO (Relator): A insurgência não logra a menor perspectiva de êxito. Aliás, o que ressalta cristalino é a intenção procrastinatória da presente manifestação recursal. Senão, vejamos.

No caso tratado nos autos, o agravado (contribuinte) procedeu à compensação de valores recolhidos indevidamente com débitos relativos ao PIS e Cofins; e a Fazenda, sem proceder ao lançamento ou inscrever os débitos em dívida ativa, recusa-se a fornecer a CND.

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Destarte, assinalando que a jurisprudência colacionada pela agravante para fazer prevalecer a sua tese não espelha hipóteses semelhantes a dos autos, e constatando o intuito protelatório do agravo regimental em exame, NEGO-LHE provimento e aplico a multa prevista no artigo 557, § 2º, do Código de Processo Civil, no percentual de 2% sobre o valor corrigido da causa.

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CERTIDÃO DE JULGAMENTO PRIMEIRA TURMA AgRg no Número Registro: 2007/0002623-9 Ag 848432 / SC Números Origem: 200472050053462 200604000363550 EM MESA JULGADO: 05/06/2007 Relator

Exmo. Sr. Ministro JOSÉ DELGADO Presidente da Sessão

Exmo. Sr. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI Subprocurador-Geral da República

Exmo. Sr. Dr. JOÃO FRANCISCO SOBRINHO Secretária

Bela. MARIA DO SOCORRO MELO

AUTUAÇÃO

ASSUNTO: Tributário - Certidão Negativa de Débito

AGRAVO REGIMENTAL

CERTIDÃO

Certifico que a egrégia PRIMEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:

A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental, com aplicação de multa, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.