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XXIII ENANGRAD. Finanças (FIN) ANÁLISE DA ESTRUTURA DE CAPITAL NAS EMPRESAS EM DOURADOS/MS. Luiz Fernando Borella de Souza Junior. Letícia de Oliveira

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XXIII ENANGRAD

Finanças (FIN)

ANÁLISE DA ESTRUTURA DE CAPITAL NAS EMPRESAS EM DOURADOS/MS

Luiz Fernando Borella de Souza Junior

Letícia de Oliveira

Eduardo de Souza Nonato

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FINANÇAS - FIN

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RESUMO

O estudo buscou responder as indagações sobre a estrutura de capital nas micro e pequenas empresas de Dourados/MS. Com a necessidade de investimento as empresas devem decidir financeiramente sobre seu futuro no mercado, reduzindo ao máximo seus custos para aumentar sua receita e lucratividade. O objetivo foi identificar a estrutura de capital das micro e pequenas empresas de Dourados/MS, revisando a teoria de estrutura de capital nas empresas e elaborando uma pesquisa de campo para coletar dados e identificar a proporção de capital próprio e de terceiros nas empresas. Após a revisão teórica, foi feita uma seleção das micro e pequenas empresas cadastradas na junta comercial do Estado de MS e/ou na associação comercial de Dourados/MS. Em seguida, buscou-se compreender as razões das possíveis diferenças quanto à utilização ou não das informações de estrutura de capital. O estudo pautou em inúmeras atividades das empresas como sua idade no mercado; quantidade de funcionários; constituição jurídica; porte; setor; porcentagem de vendas; nível de inadimplência; políticas de crédito; despesas operacionais; utilização do capital e recursos de terceiros; limites de endividamento; estrutura física; política de preços; prejuízos; soluções para o estoque sem giro; pagamentos aos fornecedores; projeções do fluxo de caixa; taxas de juros e fontes alternativas de financiamentos em relação às necessidades da empresa.

Palavras chave: Decisões financeiras, capital próprio e capital de terceiros.

ABSTRACT

This study sought to answer the questions on the optimal capital structure, in micro and small enterprises Dourados/MS. With the need for investment companies must decide on his future in the financial market, while minimizing their costs to increase revenue and profitability. The goal was to identify the capital structure of micro and small enterprises Dourados / MS, reviewing the theory of capital structure in business and preparing a field survey to collect data and identify the proportion of equity in companies and others. Occur after the literature review, there was a selection of micro and small enterprises registered with the board of trade of the State of MS and / or trade association of Dourados/MS. Then, with data analysis, we sought to understand the reasons for possible differences in the use or otherwise of the information of capital structure by firms. The foundation for the study were linked in numerous activities of companies such as his age on the market; number of employees, legal constitution, size, sector, percentage of sales, level of default; credit policies, operating expenses, use of capital and resources of third parties ; borrowing limits, physical structure, pricing policy, losses, the stock solutions with no rotation, supplier payments, cash flow projections, interest rates and alternative sources of funding in relation to business needs.

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1 INTRODUÇÃO

Quando uma empresa ou organização está em processo de expansão há a necessidade de investimento, o que é fundamental para o crescimento, cabe então ao gestor estudar a fonte de recursos que mais lhes trará lucro seja por capital próprio, capital de terceiros ou mercado de ações. Decisões estas que segundo um estudo realizado, sobre estrutura de capital junto às companhias Brasileiras listadas na Bovespa (1995-2000) podem ser influenciadas por estruturas de controle acionário e influencia de variáveis relativas à lucratividade (Procianoy & Schnorrenberger, 2004).

Decisões inadequadas de estrutura de capital podem resultar em um elevado custo de capital, já as boas decisões, baixam o custo de capital e tornam mais fácil encontrar investimentos aceitáveis que aumentarão a riqueza dos proprietários. Visto que níveis elevados de endividamento poderiam comprometer o crescimento futuro esperado. O perfil da gestão é mostrado como um dos principais influenciadores no processo de alavancagem financeira.

A teoria convencional, representada principalmente por Durand (1952) apud Brito; Corrar & Batistella (2002) pressupunha que havia uma estrutura ótima que elevaria a receita da empresa e diminuiria os custos de produção ou de alavancagem. Modigliani e Miller em um artigo publicado em 1958 demonstram que sobre condições ideais de mercado a estrutura de capital das empresas é irrelevante ao ponto de vista do seu crescimento e para o valor da empresa, essa teoria por décadas implicou a pouca exploração do tema (Moreira & Puga, 2000). Posteriormente outros estudos foram realizados, porém, levando em conta imperfeições existentes no mercado, sendo tais: impostos, custos de falência, custos de agência e assimetria de informações, os resultados desses estudos encontrados no Brasil não foram homogêneos. (Brito; Corrar & Batistella, 2002)

Neste estudo, buscou-se identificar a estrutura de capital nas micro e pequenas empresas em Dourados/MS, abordando a gestão de recursos financeiros, que pode auxiliar a organização na alavancagem de seus lucros e evidenciando os níveis de endividamento, que vão desde problemas financeiros ate a falência da organização. Deste modo, procurou-se conhecer a estrutura de capital utilizada pelas referidas empresas, por meio de aplicação questionários, além de identificar a proporção de capital próprio e de terceiros utilizados; analisar os fatores que determinam a proporção das formas de capital utilizado; identificar e caracterizar os diferentes grupos de empresas em relação à utilização ou não da estrutura de capital; identificar e verificar as variáveis que contribuem significativamente para a discriminação dos informações de estrutura de capital pelas empresas.

O presente artigo é dividido em quatro partes, além desta introdução. A primeira parte é o desenvolvimento do trabalho que apresenta a fundamentação teórica, por meio de uma sequencia de pesquisas já realizada sobre estrutura de capital, em seguida tem-se a metodologia, e os resultados; e por fim, as considerações finais, na qual se procurou responder o objetivo da pesquisa, e apresenta recomendações e sugestões para os gestores empresariais e a sociedade em geral.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Estrutura de capital refere-se à maneira como as empresas utilizam capital próprio e capital de terceiros para financiar os seus ativos. Em resumo, os capitais próprios são os recursos provisionados pelos sócios ou acionistas, enquanto os capitais de terceiros envolvem os recursos obtidos por meio de dívidas com instituições financeiras, acordos com pessoa física ou jurídica. (Corrar & Batistella, 2002).

Segundo Schoroeder, Clark e Cathey (2005), a combinação entre a dívida e o capital próprio de uma companhia é denominada de estrutura de capital. Os autores acrescentam que ao longo dos anos tem-se debatido consideravelmente se o custo de capital de uma firma varia de acordo com variadas estruturas de capital.

Modigliani e Miller que foram os pioneiros em publicações sobre o assunto, modificaram sua teoria de 1958 que era baseada no pressuposto de inexistência de imposto de renda e na probabilidade nula de ocorrer falência, no novo modelo introduziram no estudo os conceitos de risco de insolvência e a alíquota de imposto de renda. A idéia de mercados de capitais “perfeitos” foi abandonada e foi possível demonstrar que por vários motivos, as variáveis financeiras afetam as possibilidades de crescimento das firmas. (Batista et al. 2005).

Black e Scholes (1973) publicaram, anos depois,um artigo célebre “The Options of corporate liabilities”, trata da precificação de opções por intermédio de um modelo que passou a ser chamado justamente de Black-Scholes e ao mesmo tempo, desenvolveram uma nova visão de estrutura de capital baseada na idéia de que o capital próprio de uma empresa poderia ser equiparado a uma opção de compra, cujo ativo objeto são os ativos da empresa e o preço de exercício é o valor das dívidas contratadas (Martin & Kayo, 2004).

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O conceito fundamental é que uma opção é implicitamente precificada se a ação é negociada. Jensen e Meckling (1976) citado por Famá & Grava (2000) em um artigo que se tornou clássico na literatura de finanças modernas, discorreram sobre a importância dos custos de agência, que surgem em função dos conflitos de interesse nas relações entre acionistas, gestores e credores. Seus estudos resultaram na criação da teoria de agência, que tem sido aplicada no contexto de diferentes aspectos da gestão corporativa. Esta teoria refere-se ao fato de que o principal, (empreendedor e suposto detentor de posse da firma), arca com o risco do empreendimento. Isso surge como problema quando o principal e o agente (aquele que administra o empreendimento) tem diferentes propensões ao risco e, em virtude disso, podem adotar diferentes ações (Zoneschain, 2000). Esse problema pode ser bem caracterizado na situação em que ocorre o insucesso do empreendimento e os acionistas são penalizados.

De acordo com a teoria “Pecking Order Theory of finance POT” (Myers, 1984; Myers & Majluf, 1984 apud Medeiros & Daher (2008), as firmas preferem sempre recursos próprios a recursos de terceiros e, quando estes últimos se tornam necessários, recorrerão sempre primeiro ao endividamento e depois à emissão de ações. Análise de companhias Brasileiras deixou em evidencia que quanto maior for à lucratividade histórica da empresa, menor será a utilização de recursos de terceiros (Medeiros & Daher 2008). A POT sustenta que empresas mais lucrativa são normalmente menos endividadas, já que podem financiar seus novos projetos sem ter que se endividar ou emitir ações, esta ultima, não é comumente utilizada por empresas de pequeno porte devido a elevados custos e pela pouca liquidez que teriam no mercado, também considera que a melhor opção de financiamento de que dispõe a empresa, são os lucros retidos (Medeiros & Daher 2008).

A literatura financeira destaca, também, à teoria de estrutura de capital ótima, denominada teoria do trade-off, que considera que o nível ótimo de endividamento das empresas seria atingido pela combinação de dois fatores que atuam como forças contrárias (Nakamura; Martin & Kayo, 2004). Por um lado, tem-se o efeito das economias fiscais, agindo no sentido de incentivar o uso de dívidas e, por outro lado, tem-se o efeito dos custos de falência esperados, que surgem em função da maior propensão de uma empresa se tornar seriamente inadimplente diante de uma situação de alto endividamento. (Nakamura; Martin & Kayo, 2004).

Segundo Zysman (1983) apud Zonenschain (2002) as empresas, em geral, só buscam empréstimos bancários de longo prazo quando o seu crescimento excede o capital que elas podem obter dos lucros retidos mais emissões, motivo pelo qual os sistemas baseados em crédito tendem a ser relacionados com experiências de crescimento tardio e acelerado.

Empresas menores, em sua maioria têm baixos níveis de endividamento, o que caracteriza aversão ao risco financeiro por parte dos gestores. Para Procianoy & Schnorrenberger (2004) as empresas utilizam apenas capital próprio o que ocasiona barreiras de crescimento.

Segundo Zoneschain (2002 p.3) o teorema de MM, pode ser entendido segundo a visão de que há uma dicotomia entre finanças e “economia real”. O crescimento da empresa e suas decisões de investimento são ditados estritamente por variáveis reais como a demanda, produtividade, progresso técnico e custos de produção. O financiamento, nesse contexto, constituiria uma variável passiva que simplesmente facilitaria a realização de investimento, jamais os condicionaria. E conclui que as decisões de investimento e financiamento são interdependentes e não podem ser tomadas isoladamente, os planos financeiros devem estar ligados aos planos de atividade da empresa.

Cabe destacar que à estimativa do custo de capital da empresa para diferentes situações de estrutura de capital devem ser consideradas. Quanto maior o endividamento de uma empresa, maior o custo do capital próprio e maior também o custo de capital de terceiros (Nakamura; Martin & Kayo, 2004). No entanto, supondo inexistência de impostos, o custo de capital total não se altera. Isto se deve ao fato de que, conforme está muito bem explicado em Brealey e Myers (2003), o custo de capital da empresa como um todo depende fundamentalmente do nível de risco envolvido nos ativos da empresa.

As decisões de endividamento também não podem deixar no esquecimento que o efeito de excesso de endividamento, pode conduzir a empresa a uma situação falimentar como estabelecido pela literatura financeira. Quanto maior o risco operacional, menor deve ser o risco financeiro da empresa, a fim de manter um nível de risco total da empresa relativamente equilibrado. (Nakamura; Martin & Kayo, 2004)

Oliveira e Antonialli (2004, p.136) propõe que a estrutura ótima de capital é conseguida por meio de uma combinação entre a utilização de capital próprio e de terceiros.

Segundo Santos, (2010), o volume de capital utilizado pela empresa deve estar sujeita a uma limitação de endividamento, pois há a existência de riscos econômicos e mesmo que funcione com 100% de capital próprio, está sujeita a estes riscos, já que a receita obtida pode não ser suficiente para cobrir os custos.

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3 METODOLOGIA

O presente estudo pode ser classificado como descritivo conclusivo. A amostra foi selecionada aleatoriamente e constituiu-se de 75 empresas, de diversos tipos de negócios, registradas na junta comercial da cidade de Dourados-MS, tendo CNPJ caracterizado de Micro Empreendedor a empresa de Pequeno Porte. A pesquisa buscou instrumentos capazes de identificar e analisar os fatores determinantes da estrutura de capital das empresas. A pesquisa também caracteriza como bibliográfica e documental, baseando-se em material teórico, sendo publicações de cunho acadêmico e cientifico que serviram de base para se chegar a uma seleção de variáveis para a pesquisas. Na coleta de dados, foi utilizada a entrevista, por meio de questionário, para possibilitar o maior nível de compreensão do tema em análise e das questões que foram respondidas sobre: vendas a vista e a prazo; nível de inadimplência; política de credito; custos operacionais; utilização de capital de terceiros e política de preços. Não obstante, foram entrevistados responsáveis diretos do setor financeiro, das empresas que serviram de base para a pesquisa de campo. Os dados foram analisado levando em consideração a frequencia das respostas obtidas.

Para facilitar a análise dos resultados dividimos as empresas da amostra em grupos utilizando quatro variáveis particulares: a) tamanho da firma e performance financeira; b)forma de financiamento dos investimentos (autofinanciamento e financiamento externo); c) estrutura do capital (medidas de estoque e alavancagem; e d) divisão do setor em que o negocio se insere. Tendo sido classificadas as empresas, agrupou-se ainda em subgrupos, por meio da analise de outras variáveis independentes financeiras que influenciam na estrutura de controle das empresas (Santos, 2010). 4 ANÁLISE E RESULTADOS

O presente estudo analisou 75 micro e pequenas empresas da cidade de Dourados/MS, tendo por finalidade a identificação da estrutura de capital. Por meio de entrevistas, levou-se em consideração o cargo do respondente e seu respectivo nível de escolaridade. Foram pesquisados itens que fazem parte da empresa como um todo, como sua idade no mercado; quantidade de funcionários; constituição jurídica; porte; setor; porcentagem de vendas; nível de inadimplência; políticas de crédito; despesas operacionais; utilização de capital próprio e recursos de terceiros; limites de endividamento; estrutura física; política de preços; prejuízos; soluções para o estoque sem giro; pagamentos aos fornecedores; projeções do fluxo de caixa; taxas de juros e fontes alternativas de financiamentos em relação às necessidades da empresa.

Na grande maioria das empresas pesquisadas, os respondentes eram proprietários (33,3%), gerentes (33,3%) ou supervisores (21,3%), ocorreram casos em que assistentes (8%) ou auxiliares (4%) foram os respondentes da pesquisa. cabe destacar que os respondentes eram os proprietários, e por muitas vezes até mesmo os gerentes eram os “donos” da empresa.

Em mais de 65% dos casos, os respondentes possuem ensino médio completo, seguido por ensino superior (25%) e ensino fundamental (8%). Em uma ocasião, o nível de escolaridade do respondente foi especialista (1,33%) e em outra mestrado/doutorado (1,33%). Na grande maioria das empresas o respondente tinha apenas nível médio, com isso, o conhecimento científico que é tão importante para o bom desenvolvimento das relações está pouco presente nas micro e pequenas empresas de Dourados/MS.

Grande parte das empresas pesquisadas possuem mais de 10 anos (60%) ou de 6 a 10 anos (33,3%), este resultado apresenta que as micro e pequenas empresas já estão no mercado há certo tempo, por isso, devem ter clientes fiéis, que certamente preferem a comodidade de um estabelecimento perto de suas residências. Com a menor incidência estão as empresas mais novas, de até 5 anos (6,6%). A grande maioria das micro e pequenas empresas já têm clientela fiel e está a vários anos no mercado.

Observou-se que as empresas pesquisadas possuem de 6 até 10 funcionários (40%) ou até 5 funcionários (38,6%), somando mais de 78% das empresas, existem ainda empresas com mais de 10 funcionários (21,3%). Na questão dos funcionários, devido às poucas atividades das empresas estudadas e a baixa movimentação diária de capital, o número destes é reduzido.

Mais de 94% das empresas pesquisas são de constituição jurídica individual (48%) ou responsabilidade limitada (46,6%), o restante era sociedade anônima (5,3%).

Verificou-se que 64% das empresas pesquisadas são microempresas, seguidas por empresas de pequeno porte (26,6%) e micro empreendedores individuais (8%). Ocorreu à incidência de uma empresa de médio porte (1,3%).

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Em mais de 22% dos casos pesquisados, as empresas são do ramo alimentício, seguido por outros três ramos de destaque, que foram: couro, calçados, vestuários e acessórios (17,3%); eletrônicos, eletrodomésticos e móveis (14,6%); perfumaria e produtos de beleza (13,3%). Ocorreram ainda produtos para casa e construção (12%); produtos agropecuários e animal (6,6%); equipamentos médicos e ortopédicos (6,6%) e outros (6,6%).

Verificou-se que em 52% das empresas pesquisadas, a porcentagem de vendas à vista foi de até 50%, seguido por até 25% (24%), até 75% (14,6%), acima de 75% (8%) e até 10 % (1,3%), conforme a Figura 01.

Figura 01: Porcentagem de vendas à vista. Fonte: Dados da pesquisa.

Já em relação as vendas a prazo, observou-se que em mais de 53% das empresas pesquisadas, a porcentagem de vendas a prazo foi de até 50%, seguido por até 75% (24%), até 25% (13,3%), até 10% (5,3%) e acima de 75% (4%). As micro e pequenas empresas da cidade de Dourados/MS têm como característica receber pagamento à vista da maioria de seus clientes, como mostra a Figura 02.

Figura 02: Porcentagem de vendas a prazo. Fonte: Dados da pesquisa.

Averiguou-se que o nível de inadimplência está regular em mais de 49% das empresas pesquisadas, seguido por baixo (30,6%), muito baixo (17,3%) e alto (2,6%). Não ocorreu a incidência de nível muito alto de inadimplência na pesquisa. É facilmente explicado esse número relativamente baixo de inadimplência pela grande ocorrência de vendas à vista nas micro e pequenas empresas, conforme apresentado em dados anteriores.

Na grande maioria das empresas pesquisadas os respondentes consideraram as políticas de crédito e prazos moderada, mais de 54% dos casos, seguido por rigorosa (30,6%) e liberal (14,6%).

Quando perguntados sobre o percentual das despesas operacionais sobre a receita bruta, observou-se que os resultados mais expressivos são de até 30% (29,3%) da média das despesas operacionais, 50% (25,3%) e acima de 50% (22,6%), somando mais de 77% da pesquisa, até 40% (12%) e 20% (10,6%) obtiveram o restante dos resultados. Nenhuma das empresas teve até 10% da receita bruta, representado pela Figura 03.

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10

 

40

 

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Até  10%

 

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Até  75%

 

Acima  de

 

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Até  10%

 

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Acima  de

 

75%

 

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Figura 03: Média do valor de despesas operacionais referentes à receita bruta. Fonte: Dados da pesquisa.

Foram analisados vários itens relativos à questão de como a empresa utiliza capital de terceiros para investimentos ou quitações como: reformas estruturais; adquirir mercadorias; pagamento de dívidas operacionais; marketing e publicidade; equipamentos de trabalho e pagamento de dividas de encargos e impostos. Na maioria das empresas foi considerado pouco importante o uso do capital de terceiros para reformas estruturais (33,3%), porém todas as outras opções de resposta foram obtidas com relativa igualdade, na faixa de 12%, como apresenta a Figura 04.

Figura 04: Capital de terceiros para Reformas estruturais. Fonte: Dados da pesquisa.

O uso do capital de terceiros para aquisição de mercadorias se mostrou de extrema importância para as micro e pequenas empresas, muito importante, importantíssimo e importante somam mais de 94% das pesquisas. Relativa importância obteve 5,3% das respostas, como apresenta a Figura 05.

Figura 05: Capital de terceiros para Adquirir mercadorias. Fonte: Dados da pesquisa.

0 8 22 9 19 17 0 5 10 15 20 25 Até 10% Até 20% Até 30% Até 40% Até 50% Acima de  50% 10 12 10 11 25 7 0 5 10 15 20 25 30 Importantíssimo Muito importante importante Relativa importância Pouco importante Menos importante

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O pagamento de dívidas operacionais foi observado como de extrema importância para as empresas, pois importante, muito importante e importantíssimo somam mais de 78% das respostas, seguido por relativa importância (20%) e pouco importante (1,3%), como indica a Figura 06.

Figura 06: Capital de terceiros para Pagamento de dividas operacionais. Fonte: Dados da pesquisa.

Para as empresas pesquisadas, usar o capital de terceiros em marketing e publicidade não é prioridade, menos importante e pouco importante somam 60% dos resultados, seguido de relativa importância (17,3%), importante (13,3%) e muito importante (9,3%), conforme a Figura 07.

Figura 07: Capital de terceiros para Marketing e publicidade. Fonte: Dados da pesquisa.

O uso de capital de terceiros para investimentos em equipamentos de trabalho é bastante importante para as micro e pequenas empresas, o resultado mais frequente foi muito importante (30,6%), seguido por relativa importância (26,6%), importante (21,3%), importantíssimo (12%) e pouco importante (9,3%), como mostra a Figura 08.

Figura 08: Capital de terceiros para Equipamentos de trabalho. Fonte: Dados da pesquisa.

Em relação ao pagamento de dívidas de encargos e impostos o resultado mais obtido foi muito importante com 40% dos respondentes, seguido por importante (32%), importantíssimo

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(14,6%), relativa importância (10,6%), pouco importante e menos importante ambos com 1,3% das respostas, como apresenta a Figura 09.

Figura 09: Capital de terceiros para Pagamentos de dividas de encargos e impostos. Fonte: Dados da pesquisa.

Foi analisado o que leva as micro e pequenas empresas de Dourados/MS a captar recursos de terceiros, em questões como: facilidade bancária; assessoria da empresa; novos projetos; conhecimento da política econômica; incentivos do governo e maior lucro. Em relação a facilidade bancária os resultados foram diversos, a maior incidência considerada pelas empresas foi importante com 33,3%, seguido por pouco importante (26,6%), muito importante (24%), importantíssimo e relativa importância ambas obtiveram 6,6%, já menos importante ficou com 2,6% das respostas, como indica a Figura 10.

Figura 10: Captação de recursos de terceiros: Facilidade bancária. Fonte: Dados da pesquisa.

Captar recursos de terceiros para assessoria da empresa foi considerado importante e de relativa importância em mais de 58% das empresas pesquisadas, ambos com 29,3%. Seguido por muito importante (18,6%), pouco importante (17,3%), menos importante (4%) e importantíssimo com 1,3%, representado pela Figura 12.

Figura 12: Captação de recursos de terceiros: assessoria da empresa. Fonte: Dados da pesquisa.

11 30 24 8 1 1 0 5 10 15 20 25 30 35 Importantíssimo Muito importante importante Relativa importância Pouco importante Menos importante 5 18 25 5 20 2 0 5 10 15 20 25 30 Importantíssimo Muito importante importante Relativa importância Pouco importante Menos importante 1 14 22 22 13 3 0 5 10 15 20 25 Importantíssimo Muito importante importante Relativa importância Pouco importante Menos importante

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Em relação a novos projetos, foi considerado de extrema importância para as empresas pesquisadas de Dourados/MS, sendo que muito importante (42,6%), importantíssimo (36%) e importante (13,3%) somam 92% dos resultados, seguido por relativa importância (5,3%) e pouco importante (2,6%), como mostra a Figura 13.

Figura 13: Captação de recursos de terceiros: Novos projetos. Fonte: Dados da pesquisa.

Em 40% dos resultados as empresas consideraram menos importante captar recursos de terceiros devido ao conhecimento da política econômica, seguido por importante (21,3%), muito importante e relativa importância, ambos com 12%, pouco importante (10,6%) e importantíssimo com 4% dos resultados, como apresenta a Figura 14.

Figura 14: Captação de recursos de terceiros: Conhecimento da política econômica. Fonte: Dados da pesquisa.

Em mais de 34% das empresas pesquisadas captar recursos de terceiros devido a incentivos do governo foi considerado importante, seguido por relativa importância (24%), pouco importante (20%), muito importante (14,6%), menos importante (5,3%) e importantíssimo com 1,3% dos resultados obtidos, como indica a Figura 15.

Figura 15: Captação de recursos de terceiros: Incentivos do governo.

3 9 16 9 8 30 0 5 10 15 20 25 30 35 Importantíssimo Muito importante importante Relativa importância Pouco importante Menos importante 1 11 26 18 15 4 0 5 10 15 20 25 30 Importantíssimo Muito importante importante Relativa importância Pouco importante Menos importante

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Fonte: Dados da pesquisa.

Captar recursos de terceiros para obter maior lucro, foi considerado muito importante em mais de 58% dos casos, seguido por importante (17,3%), importantíssimo (13,3%), relativa importância (8%), pouco importante e menos importante ambos ficaram com 1,3% das respostas, conforme a Figura 16.

Figura 16: Captação de recursos de terceiros: Maior lucro. Fonte: Dados da pesquisa.

A preferência das empresas pesquisadas em relação ao uso da fonte de capital de terceiros foi por meio dos bancos, com 72% das respostas, seguido por financeiras (24%) e amigos e familiares com os 4% restantes.

No que diz respeito aos limites de endividamento, em mais de 89% dos casos as empresas se preocupam em não se endividar quando tem de recorrer a financiamentos, já em 8 empresas pesquisadas (11%), os respondentes não analisam limites de endividamento.

Em 66,6% dos casos a estrutura física é suficiente para atender a demanda e a quantidade de clientes, 28% das respostas as empresas comportam os clientes somente nos dias de menos pico, já em 5,3% das empresas a estrutura física não atende a demanda e a quantidade de clientes.

A política de preços adotada em 45,3% das empresas pesquisadas é com base em custos, estimativas de venda e margem de lucro, seguido por preços de mercado (22,6%), otimizar atratividade (20%) e demanda atual (12%), conforme observa na Figura 17.

Figura 17: Política de preços. Fonte: Dados da pesquisa.

As empresas pesquisadas consideraram que em 46,6% dos casos o aumento dos custos gera mais prejuízos, seguido por redução dos preços (26,6%), entrada de concorrentes fortes no mercado (21,3%), perdas com inadimplência (5,3%), como apresenta a Figura 18.

10 44 13 6 1 1 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 Importantíssimo Muito importante importante Relativa importância Pouco importante Menos importante 17 34 9 15 0 10 20 30 40 Preços  de

mercado Custos/Est.  Devendas  e

Lucro

Demanda

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Figura 18: Você considera que tem mais prejuízos com. Fonte: Dados da pesquisa.

Em 40% dos casos as empresas estudam muito poucas soluções para problemas de estoque sem giro, inadimplência de clientes e diminuição de custos, já em outros 38,6% ocorre o estudo desses fatos. As empresas que não estudam aparecem com 21,3% dos respondentes.

Observou-se em 64% dos casos que as empresas não tem problemas com a pagamentos de fornecedores em relação com o prazo de recebimento de clientes, nos outros 34% as empresas têm algum tipo de problema. cabe destacar que as empresas realizam projeções de caixa em 64,3% dos casos, já o restante das respostas mostra que nos outros 35,6% não existe essas projeções.

Na maioria das empresas pesquisadas em Dourados/MS, existe uma grande preocupação em analisar as taxas de juros e retorno para empréstimos (96%), existindo assim, 4% das empresas respondentes que não se preocupam em fazer qualquer uma dessas análises. Praticamente todas as empresas (98,6%), analisam quais fontes alternativas de financiamentos melhor se encaixa com as suas necessidades, em todas as respostas apenas uma empresa, das 75 entrevistadas, respondeu que não tem essas preocupações.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo buscou-se identificar a estrutura de capital nas micro e pequenas empresas em Dourados/MS, abordando a gestão de recursos financeiros, que pode auxiliar a organização na alavancagem de seus lucros e evidenciando os níveis de endividamento, que vão desde problemas financeiros até a falência da organização. Deste modo, procurou-se conhecer a estrutura de capital utilizada pelas referidas empresas, por meio de aplicação questionários, além de identificar a proporção de capital próprio e de terceiros utilizados; analisar os fatores que determinam a proporção das formas de capital utilizado; identificar e caracterizar os diferentes grupos de empresas em relação à utilização ou não da estrutura de capital; identificar e verificar as variáveis que contribuem significativamente para a discriminação dos informações de estrutura de capital pelas empresas.

Deste modo, o estudo analisou 75 micro e pequenas empresas da cidade de Dourados/MS. Por meio de entrevistas, levou-se em consideração o cargo do respondente e seu respectivo nível de escolaridade. Foram pesquisados itens que fazem parte da empresa como um todo, como sua idade no mercado; quantidade de funcionários; constituição jurídica; porte; setor; porcentagem de vendas; nível de inadimplência; políticas de crédito; despesas operacionais; utilização de capital próprio e recursos de terceiros; limites de endividamento; estrutura física; política de preços; prejuízos; soluções para o estoque sem giro; pagamentos aos fornecedores; projeções do fluxo de caixa; taxas de juros e fontes alternativas de financiamentos em relação às necessidades da empresa.

Por fim, tem-se que as micro e pequenas empresas de Dourados/MS ainda estão em um patamar de desenvolvimento, tanto em suas políticas financeiras, relações de trabalho e crescimento estrutural. Mesmo nos dias de hoje com toda informação dos meios de comunicação ainda existem empresas que não se preocupam com estoque sem giro e projeções do fluxo de caixa. Identificou-se que o uso do capital de terceiros é mais utilizado no pagamento de dívidas, sendo que os financiamentos são por meio de instituições financeiras e o marketing ainda é uma área a ser desenvolvida.

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REFERÊNCIAS

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