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Gestão e percepção ambiental : a área de proteção ambiental Morro do Urubu - Aracaju (SE)

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE / PRODEMA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: DESENVOLVIMENTO REGIONAL PROGRAMA REGIONAL DE DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE. GESTÃO E PERCEPÇÃO AMBIENTAL: A ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL MORRO DO URUBU – ARACAJU (SE). Orientadora: Profª. Dra. Laura Jane Gomes Autor: Anselmo Araújo Matos. Março – 2010 São Cristóvão – Sergipe Brasil.

(2) ii UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE / PRODEMA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: DESENVOLVIMENTO REGIONAL PROGRAMA REGIONAL DE DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE. GESTÃO E PERCEPÇÃO AMBIENTAL: A ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL MORRO DO URUBU – ARACAJU (SE). Dissertação apresentada ao Núcleo de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente da Universidade Federal de Sergipe, como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do título de Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente.. Orientadora: Profª. Dra. Laura Jane Gomes Autor: Anselmo Araújo Matos. Março – 2010 São Cristóvão – Sergipe Brasil.

(3) FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE. M433g. Matos, Anselmo Araújo Gestão e percepção ambiental : a Área de Proteção Ambiental Morro do Urubu – Aracaju (SE) / Anselmo Araújo Matos. – São Cristóvão, 2010. 163 f. : il.. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente) – Núcleo de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente, Programa Regional de Desenvolvimento e Meio Ambiente, Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa, Universidade Federal de Sergipe, 2010.. Orientador: Profª. Drª. Laura Jane Gomes. 1. Meio ambiente. 2. Gestão ambiental. 3. Unidades de Conservação. 4. Área de Proteção Ambiental – Aracaju (SE). I. Título.. CDU 502.13(813.7).

(4) iii UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE / PRODEMA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: DESENVOLVIMENTO REGIONAL PROGRAMA REGIONAL DE DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE. GESTÃO E PERCEPÇÃO AMBIENTAL: A ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL MORRO DO URUBU – ARACAJU (SE). Dissertação de mestrado defendida por Anselmo Araujo Matos e aprovada no dia 10 de março de 2010 pela banca examinadora constituída pelos doutores.. _____________________________________________ Profª Drª. Laura Jane Gomes – Orientadora Universidade Federal de Sergipe/PRODEMA. ____________________________________________________ Profª Drª. Maria Augusta Mundim Vargas Universidade Federal de Sergipe/PRODEMA. ___________________________________________________ Profª Drª. Maria Lúcia da Silva Sodré Universidade Federal de Sergipe/DEA. Março – 2010 São Cristóvão – Sergipe Brasil.

(5) iv. AGRADECIMENTOS. A Deus acima de tudo, por me proporcionar saúde, força e sabedoria para vencer mais uma etapa da minha vida. À Profa. Dra. Laura Jane Gomes, orientadora desta dissertação, por todo empenho, sabedoria, compreensão e, acima de tudo, exigência. Gostaria de ratificar a sua competência, participação com discussões, correções, sugestões que fizeram com que concluíssemos este trabalho. À coordenadora do Núcleo de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente/PRODEMA, Profa. Dra. Maria José Soares, pela oportunidade de crescimento, aprendizado, realização profissional e pessoal e pela confiança em mim depositada. À Secretária do PRODEMA, a Sra. Najó, pela dedicação que tem a todos os alunos daquele núcleo. À minha esposa Cristiane Ribeiro, pelos momentos de compreensão e dedicação quando precisei de apoio me aconselhando e incentivando com carinho. Aos meus cunhados Fabíola e Fabrício Ribeiro, pelo companheirismo e apoio nos momento que precisei. A minha avó, Dona Maria Ana Santos, pelo carinho, compreensão e dedicação quando precisei de apoio me aconselhando e incentivando nos momentos em que precisei. À minha mão, Gilvanete B. Santos, pela dedicação e apoio. À minha irmã, Ana Paula Batista Silva, pelo apoio. Aos meus tios, Gildete e Arnaldo B. Santos, pelo apoio e compreensão. A meu primo, Marcos B. Silva, pelo companheirismo e apoio. Ao. Companheiro,. Amigo. companheirismo, apreço e amizade.. e. Vereador. Chico. Buchinho,. pelo.

(6) v Ao Diretor Presidente da ADEMA, Dr. Genival Nunes Silva, pela oportunidade de crescimento, aprendizado, realização profissional, pessoal e pela confiança em mim depositada. À Diretora Técnica da ADEMA, Dra. Marly Santos Menezes, pelo apoio sempre me incentivou na busca do crescimento, sendo exemplo de competência, garra, determinação e disciplina. Ao Diretor Administrativo, Dr. Usiel Rios, pelo companheirismo, franqueza e pela confiança em mim depositada. Ao Dr. Carlos Augusto Leão, Gerente de Fiscalização da ADEMA, pelo apoio, compreensão e pela confiança em mim depositada. À Dra. Rogéria Elma de Santana, Gerente de Avaliação de Impacto Ambiental da ADEMA, pelo apoio e compreensão. Aos meus familiares que sempre me deram amor e força, valorizando meus potenciais. A todos os meus amigos e amigas que sempre estiveram presentes me aconselhando e incentivando com carinho e dedicação. A todas as pessoas que, direta ou indiretamente, contribuíram para a execução dessa Dissertação de Mestrado. A todos os moradores do Bairro Porto Dantas que se dispuseram a colaborar com as entrevistas de campo e com seus desabafos. A todos representantes de empresas e órgãos que se dispuseram a colaborar com as entrevistas, contribuindo dessa forma com o sucesso deste trabalho. A todos que contribuíram de alguma forma, direta ou indiretamente o meu muito obrigado..

(7) vi. “A natureza tem uma estrutura feminina: não sabe se defender, mas sabe se vingar como ninguém.” Marina Silva.

(8) vii. SUMÁRIO. LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES -----------------------------------------------. ix. LISTA DE FIGURAS ----------------------------------------------------------------------. x. LISTA DE QUADROS E TABELAS ---------------------------------------------------. xiii. RESUMO ------------------------------------------------------------------------------------. xiv. ABSTRACT ---------------------------------------------------------------------------------. xv. CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO --------------------------------------------------------. 02. CAPÍTULO 2 – REFERENCIAL TEÓRICO -----------------------------------------. 06. 2.1 Políticas publicas ambientais e desenvolvimento sustentável no Brasil. 06. 2.2 Histórico das Unidades de Conservação no Brasil --------------------------. 14. 2.2.1 Criação das Áreas de Proteção Ambiental no Brasil ----------------------. 21. 2.3 Planejamento Ambiental ------------------------------------------------------------. 24. 2.4 Percepção Ambiental ----------------------------------------------------------------. 29. 2.5 Conflitos Socioambientais ----------------------------------------------------------. 35. CAPÍTULO 3 – MATERIAIS E MÉTODO --------------------------------------------. 42. 3.1 Área de estudo ------------------------------------------------------------------------. 42. 3.2 Coleta e análise das informações ------------------------------------------------. 43. CAPÍTULO 4 – RESULTADOS E DISCUSÕES -----------------------------------. 48. 4.1 A APA Morro do Urubu --------------------------------------------------------------. 48. 4.2 Plano de Gestão ----------------------------------------------------------------------. 52. 4.3 Percepção dos Gestores -----------------------------------------------------------. 58. 4.4 Percepção dos Moradores ---------------------------------------------------------. 66. 4.4.1 Perfil dos Entrevistados ----------------------------------------------------------. 66.

(9) viii 4.4.2 Percepção sobre o Bairro Porto Dantas ------------------------------------. 69. 4.4.3 Percepção sobre a APA Morro do Urubu -----------------------------------. 73. CAPÍTULO 5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS ---------------------------------------. 83. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS -------------------------------------------------. 88. APÊNDICE A ------------------------------------------------------------------------------. 100. APÊNDICE B ------------------------------------------------------------------------------. 103. ANEXO I ------------------------------------------------------------------------------------. 106. ANEXO II -----------------------------------------------------------------------------------. 123. ANEXO III ----------------------------------------------------------------------------------- 127 ANEXO IV ----------------------------------------------------------------------------------. 109. ANEXO V -----------------------------------------------------------------------------------. 130. ANEXO VI ----------------------------------------------------------------------------------. 131. ANEXO VII ---------------------------------------------------------------------------------. 134. ANEXO VIII --------------------------------------------------------------------------------. 137. ANEXO IX ----------------------------------------------------------------------------------. 140.

(10) ix. LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES APA – Área de Proteção Ambiental ARIE – Área de Relevante Interesse Ecológico CG – Conselho Gestor EMDAGRO – Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe ESEC – Estação Ecológica DRP – Diagnóstico Rápido Participativo DRR – Diagnóstico Rural Rápido FLONA – Floresta Nacional IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBDF – Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade MaB – Man and the Biosphere – Homem e Biosfera MN – Monumento Natural PARNA – Parque Nacional PDDU – Plano de Diretor de Desenvolvimento Urbano RBMA – Reserva da Biosfera da Mata Atlântica RDS – Reserva de Desenvolvimento Sustentável REBIO – Reserva Biológica REFAU – Reserva de Fauna RESEX – Reserva Extrativista REVIS – Refúgio de Vida Silvestre SEMA – Secretaria Especial de Meio Ambiente SEMARH – Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos SIG – Sistema de Informações Geográfica SPSS – Statistical Package for the Social Sciences SUDEPE – Superintendência da Pesca SUDHEVEA – Superintendência da Borracha UC – Unidade de Conservação UNESCO – United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization – Organização das Nações Unidas para a educação, à ciência e a cultura.

(11) x. LISTA DE FIGURAS Número. Titulo. Pagina. 01. Criação do IBAMA (1989) a partir da fusão: SEMA, IBDF, SEDEPE e SUDHEVEA.. 17. 02. Distribuição geográfica das UCs Federais no Brasil. 19. 03. Organograma da gestão Conservação (UC).. 04. Localização da Área de Proteção Ambiental Morro do Urubu, Aracaju (SE).. 42. 05. Bairros adjacentes a Área de Proteção Ambiental Morro do Urubu.. 43. 06. Morro do Urubu visto a partir do Rio Sergipe.. 48. 07. Bairro Porto Dantas visto a partir do Morro do Urubu.. 49. 08. Reunião para formação do Conselho Gestor da APA Morro do Urubu.. 57. 09. Pressão urbana na área adjacente ao Morro do Urubu. 61. 10. Obras de re-ordenamento urbano e construção de casas populares através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na comunidade do Coqueiral, B. Porto Dantas.. 61. 11. Grau de escolaridade dos moradores do Bairro Porto Dantas.. 66. 12. Tempo de residência dos moradores do Bairro Porto Dantas.. 66. 13. Situação de ocupação e renda dos moradores do Bairro Porto Dantas.. 67. de. uma Unidade. de. 28.

(12) xi. 14. Deslocamento dos moradores do bairro Porto Dantas para trabalhar em bairros adjacentes e seu respectivo fluxo de deslocamento.. 68. 15. Situação de emprego e local de trabalho dos moradores do Bairro Porto Dantas.. 68. 16. População economicamente ativa dos moradores do Bairro Porto Dantas.. 69. 17. Grau de satisfação por morar Bairro Porto Dantas.. 69. 18. Problemas apontados pelos moradores em relação ao Bairro Porto Dantas. 71. 19. Motivos da satisfação dos moradores em relação ao Bairro Porto Dantas.. 72. 20. O que falta no bairro, segundo os moradores do Bairro Porto Dantas. 72. 21. Conhecimento dos moradores do Bairro Porto Dantas em relação à APA Morro do Urubu.. 73. 22. Percepção conceitual de APA, segundo moradores do Bairro Porto Dantas.. 73. 23. Como tomou conhecimento da APA, segundo o grau de instrução dos moradores do Bairro Porto Dantas.. 72. 24. Conhecimento da APA segundo moradores do Bairro Porto Dantas.. 72. 25. Como tomou conhecimento da APA, segundo moradores do Bairro Porto Dantas a parir da escolaridade.. 75. 26. Forma pela qual os moradores do Bairro Porto Dantas tomaram conhecimento da APA Morro do Urubu.. 75. 27. 28. 29. gênero. dos. Percepção dos moradores do Bairro Porto Dantas quando questionados se moram dentro dos limites da APA Morro do Urubu. Mapa demonstrando as três situações mais descritas pelos moradores entrevistados no Bairro Porto Dantas. Percepção dos moradores do Bairro Porto Dantas em relação à finalidade da APA Morro do Urubu.. 76. 77. 77.

(13) xii. 30. Percepção dos moradores do Bairro Porto Dantas sobre o que mudariam na APA se pudesse.. 79. 31. Percepção dos moradores do Bairro Porto Dantas sobre quem deveria administrar a APA Morro do Urubu.. 79. 32. Percepção dos moradores do Bairro Porto Dantas sobre a definição de APP.. 80. 33. Existência de APP no Bairro Porto Dantas sobre a definição de APP.. 81. 34. Percepção dos moradores do Bairro Porto Dantas sobre o elemento natural mais representativo no bairro para a comunidade.. 81.

(14) xiii. LISTA DE QUADROS E TABELAS. Número. Titulo. Pagina. 01. Classificação das Unidades de Conservação (UC) no Brasil segundo SNUC.. 18. 02. UCs Federais, criadas no Brasil até dezembro de 2008.. 20. 03. População nos anos 1996 e 2000 e densidade demográfica no ano de 2000 nos bairros adjacentes a APA Morro do Urubu.. 64. 04. Situação de emprego e renda dos moradores do Bairro Porto Dantas.. 67. 05. Motivos que refletem o grau de satisfação dos moradores do Bairro Porto Dantas.. 70. 06. Tipologia dos problemas relacionados moradores sobre o Bairro Porto Dantas.. 71. 07. Percepção dos moradores do Bairro Porto Dantas em relação à satisfação em morar na APA Morro do Urubu.. pelos. 78.

(15) xiv. RESUMO. A crescente preocupação mundial com o meio ambiente a partir da década de 60, culminou com a institucionalização de mecanismos de gestão e proteção ambiental, que no Brasil desencadeou-se através da criação de Unidades de Conservação (UC) alicerçadas na Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA). Entretanto, os problemas de gestão relacionados às UC‟s criadas no Brasil anteriores ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) advêm da ausência da participação popular nas discussões de criação, que quase sempre se resumiam ao decreto que às instituía, sem criar subsídios que garantissem sua administração e seus objetivos. Dessa forma este estudo objetivou analisar como vem ocorrendo o planejamento e gestão da Área de Proteção Ambiental (APA) Morro do Urubu legalmente constituída desde 93, levando-se como ponto de referência a lei do SNUC. Para isso, como objetivos específicos foram analisados a percepção sobre a APA dos atores sociais envolvidos diretamente e indiretamente na gestão da área tais como moradores e gestores públicos com o desígnio de analisar suas percepções ambientais e os respectivos entraves para o gerenciamento da área. Esta análise deu-se através da aplicação entrevistas semi-estruturadas junto aos moradores do bairro Porto Dantas e os gestores que de alguma forma tem atuação na área de estudo. Contudo, estas entrevistas ressaltaram uma profunda ausência de conhecimento da população em relação à APA conferindo-os uma percepção dissociada das questões ambientais, da mesma forma, os gestores demonstraram uma completa desarticulação entre as instituições públicas com atuação na área, o que ressalta sua ingerência, descaso e desrespeito a legislação ambiental vigente.. Palavras-Chave: Gestão, Unidade de Conservação, Área de Proteção Ambiental, Percepção Ambiental..

(16) xv. ABSTRACT. To growing world concern with the environment starting from the decade of 60, culminated with the institutional of administration mechanisms and environmental protection, that in Brazil was unchained through the creation of Units of Conservation (UC) found in the National Politics of the Environment (PNMA). However, the administration problems related to UC's created in Brazil previous to the National System of Units of Conservation (SNUC) they occur of the absence of the popular participation in the creation discussions, that were almost always summarized to the ordinance that to it instituted them, without creating subsidies to guarantee his administration and their objectives. In that way this study aimed at to analyze how it is happening the planning and administration of the Area of Environmental Protection (APA) I Die from the Vulture legally constituted since 93, being taken as point of reference the law of SNUC. For that, as specific objectives they were analyzed the perception on the social actors' APA involved directly and indirectly in the administration of the area such an as residents and public managers with the purpose of analyzing their environmental perceptions and the respective impediments for the administration of the area. This analysis felt through the application interviews the residents of the neighborhood Porto Dantas and the managers that of some form has performance in the study area semistructured close to. However, these interviews emphasized a deep absence of knowledge of the population in relation to APA checking them a dissociated perception of the environmental subjects, in the same way, the managers demonstrated a complete to disarticulate among the public institutions with performance in the area, what emphasizes his without it manages, disregard and disrespect the effective environmental legislation.. Word-key: Administration, Unit of Conservation, Area of Environmental Protection, Environmental Perception..

(17) CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO.

(18) Capítulo 1 – Introdução. 1.0. 2. – INTRODUÇÃO O Modelo de Desenvolvimento baseado na acumulação de bens e. riquezas que permeia o mundo somado ao impacto socioambiental provocado pelas devastações das duas guerras mundiais ocorridas no século XX foram responsáveis. pela. degradação. acelerada. dos. recursos. naturais. e. da. biodiversidade do nosso planeta. Concomitantemente, o processo de industrialização e o modelo de desenvolvimento urbano capitalista incipiente alicerçado nas práticas de especulação imobiliária são responsáveis pela alteração do micro clima nessas regiões, principalmente nas médias e grandes cidades e conseqüentemente influenciando na qualidade de vida dessas populações e adjacências. Não obstante a esse processo de urbanização, o município de Aracaju, capital do Estado de Sergipe, assim como as demais cidades brasileiras de médio e grande porte enfrentam grandes conflitos ambientais decorrentes deste processo de urbanização, que segundo Maricato (2001) configuram-se como “desvio” do modelo de urbanização e tais problemas deveriam ser resolvidos por meio de um planejamento urbano adequado e da intervenção no uso e na produção do espaço. Os conflitos ambientais decorrentes desses “desvios” no modelo de urbanização são verificados principalmente no que se refere à formação de “Assentamentos Subnormais” 1. Alguns autores como Porto (1945), Loureiro (1983) e França (1999) corroboram com a opinião que apesar do município de Aracaju ser considerada a segunda capital brasileira planejada, sua concepção de ocupação espacial não respeitou a variável ambiental, pois seu crescimento deu-se por meio de cortes e aterros generalizados dos manguezais, desconsiderando o valor ambiental e a fragilidade desses ecossistemas.. 1. Assentamento Subnormal – Também conhecido como “assentamento informal” caracteriza-se como ocupação desordenada sem que haja a posse da terra ou título de propriedade, ou seja, trata-se da construção de casas de forma precária, sem qualquer ordenamento urbano em áreas invadidas é popularmente conhecido como favela ou cortiço..

(19) Capítulo 1 – Introdução. 3. A comissão de engenheiros militares responsável pelo projeto ocupou uma área originalmente formada por terrenos alagadiços e manguezais, às margens dos riachos Aracaju, Olaria e Caborge, extintos afluentes do rio Sergipe (PORTO, 1981). Contudo, o processo evolutivo tardio do espaço urbano da zona norte em relação aos outros setores de Aracaju aliado a formação geológica acidentada com grandes elevações contribuíram para a preservação do ultimo remanescente florestal de Mata Atlântica do município de Aracaju. Nesse ínterim, em razão da crescente preocupação mundial com o meio ambiente a partir da década de 60; surge na década de 70 às primeiras propostas para preservar este último resquício de Mata Atlântica, que culminaram com a criação da APA Morro do Urubu em 15 de junho de 1993, através do decreto 13.713, com uma área total de 213,87 hectares. Entretanto, o atual conjunto de normas e regras legais que norteiam a conservação e preservação ambiental, apesar de representar um avanço a conservação da biodiversidade, não foi inteiramente incorporado às políticas públicas. Nessa perspectiva, este estudo partiu do princípio que a falta de diálogo entre as instituições que gerenciam o Parque da Cidade e a Área de Proteção Ambiental do Morro do Urubu têm contribuído para a ausência de gestão da área e conseqüentemente a população não possui conhecimentos do que é uma APA bem como desconhecem os propósitos para a qual ela foi criada. Desta forma, esse trabalho objetivou analisar como vem ocorrendo o planejamento e gestão da Área de Proteção Ambiental Morro do Urubu, levandose como ponto de referência a lei do SNUC2. Para isso, como objetivos específicos foram analisados a percepção sobre a APA dos atores sociais. 2. SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação, Lei n° 9.985, DE 18 DE JULHO DE 2000 - Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências..

(20) Capítulo 1 – Introdução. 4. envolvidos diretamente e indiretamente na gestão da área tais como moradores e gestores públicos com o objetivo de analisar suas percepções ambientais e os respectivos entraves para o gerenciamento da área, contribuindo dessa forma com subsídios teóricos que possam nortear a construção de um planejamento estratégico para consolidar a gestão da APA. Diante disso, seu referencial teórico está dividido em cinco partes, as quais abordam assuntos que permitiram fundamentar este estudo. Nesse contexto a pesquisa abordou temas relacionados às políticas públicas ambientais, ao histórico das unidades de conservação, à criação das APAs, ao planejamento ambiental, à percepção ambiental e aos conflitos socioambientais. O Capítulo 1 apresentou uma breve introdução acerca do trabalho, assim como seus objetivos. O Capítulo 2 abordou do referencial teórico acerca do tema abordado, no qual iniciou por um breve histórico sobre o movimento ambientalista no mundo e no Brasil, discorrendo sobre assuntos relativos à Desenvolvimento Sustentável e instrumentos da política ambiental contemporânea. Também propôs uma abordagem sistêmica do Histórico das Unidades de Conservação ressaltando sua importância como instrumento de gestão na Política Ambiental Brasileira e aos aspectos históricos e políticos que levaram o governo brasileiro a criar a Categoria de APA, dentro do grupo de UC de Uso Sustentável, perpassando por temáticas como Planejamento Ambiental como ferramenta de gestão e percepção ambiental como instrumento desse planejamento ambiental, e finalmente sob aspectos relacionados aos Conflitos Socioambientais e seus desdobramentos. O Capítulo 3 abordou métodos e técnicas utilizados para a realização desta pesquisa. O Capítulo 4 consiste dos resultados obtidos com a realização das pesquisas e as discussões acerca dos mesmos. Por fim, o Capítulo 5 discorre sobre as Considerações Finais..

(21) CAPÍTULO 2 REFERENCIAL TEÓRICO.

(22) Capítulo 2 – Referencial Teórico. 6. 2.0 – REFERENCIAL TEÓRICO. 2.1 - Políticas Públicas Ambientais e Desenvolvimento Sustentável no Brasil. Durante muito tempo julgou-se que a Terra era um lugar de recursos infinitos, que estes nunca seriam preocupação para a humanidade e que o homem não poderia afetá-la de forma incisiva ou irreparável. Porém a partir da Revolução Industrial, que se espalhou pelo mundo com processos produtivos geradores de riquezas, mas altamente poluentes, a degradação ambiental inicia um percurso, que só pode ser freado com a participação efetiva de toda a sociedade (PINHEIRO, 2002).. No. decorrer. de. todo. século. XX. presenciamos. uma. grande. transformação na relação homem/natureza, devido principalmente aos efeitos devastadores das duas grandes guerras mundiais, fatos estes decisivos para que houvesse um impulso no processo de sensibilização e conscientização dos seres humanos a respeito dos problemas ambientais.. Entretanto só a partir da década de 60 o movimento ambientalista começa a se difundir, principalmente após a publicação do livro A Primavera Silenciosa em 1961, da escritora norte americana Rachel Carson, considerado um marco do movimento ambientalista. Segundo Diegues (2001) esta publicação foi particularmente importante por ter feito uma crítica severa contra o uso de biocidas, base da possante agroindústria americana. Ao concluir Primavera Silenciosa (Silent Spring), Carson constatou que o controle da natureza é uma sentença concebida na arrogância, nascida na idade neandertalense da biologia e da filosofia, quando se supunha que a natureza existia para conveniência do homem..

(23) Capítulo 2 – Referencial Teórico. 7. Também foi na década de 60 que o termo “meio ambiente” foi usado pela primeira vez numa reunião do Clube de Roma 3, cujo objetivo era a reconstrução dos países no pós-guerra. Ali foi estabelecida a polêmica sobre os problemas ambientais (MMA, 2009).. Contudo, somente na década de 70, caracterizada por meio de vários movimentos e relatórios, a questão ambiental passou a ser um assunto atrelado à capacidade de suporte do planeta e diretamente relacionado à exploração dos recursos naturais (GOMES, 2002).. Em junho de 1972 a Organização das Nações Unidas (ONU) promove a I Conferência Mundial de Meio Ambiente em Estocolmo com o desígnio de “estabelecer uma visão global e princípios comuns, que sirvam de inspiração e orientação à humanidade para preservação e melhoria do ambiente”, que resultou na Declaração sobre o Ambiente Humano, a qual, entre outras deliberações, determina: “... deve ser confiada, às instituições nacionais competentes, a tarefa de planificar, administrar e controlar a utilização dos recursos naturais dos Estados, com o fim de melhorar a qualidade do meio ambiente”.. Entretanto nesse período no Brasil, em pleno Regime Militar havia uma imensa degradação ambiental e pauperização social que estavam, no entanto, recobertas pela ideologia do chamado "milagre econômico", expressa também na Conferência de Estocolmo (1972), na qual a posição do Governo brasileiro era de atrair as indústrias dos países industrializados, mesmo à custa da degradação ambiental (DIEGUES, 2001).. No entanto, pode-se afirmar que a Conferência de Estocolmo representou um marco que mudou de patamar a preocupação com as questões. 3. O Clube de Roma foi constituído em 1968, composto por cientistas, industriais e políticos, que teve como objetivo discutir e analisar os limites do crescimento econômico levando em conta o uso crescente dos recursos naturais. Detectaram que os maiores problemas eram: industrialização acelerada, rápido crescimento demográfico, escassez de alimentos, esgotamento de recursos não renováveis, deterioração do meio ambiente. Um dos documentos mais importantes, em termos de repercussão entre os cientistas e os governantes foi o Relatório Meadows, conhecido como Relatório do Clube de Roma..

(24) Capítulo 2 – Referencial Teórico. 8. ambientais e passou a fazer parte das políticas de desenvolvimento adotadas nos países mais avançados e, também, naqueles em processo de desenvolvimento (MMA, 2009).. A década de 70 também foi considerada como o período da regulamentação e do controle ambiental. Após a conferência de Estocolmo sobre o meio ambiente, em 1972, as nações começaram a estruturar seus Órgãos ambientais para estabelecer suas legislações, visando o controle da poluição ambiental (BARAÚNA, 1999).. Já a década de 80 foi um período de grande desenvolvimento econômico e técnico, e o bem estar material volta a ser relevante, independentemente dos prejuízos à natureza que sua produção pudesse provocar. Apesar disso, os conceitos de proteção ao meio ambiente começam a se expandir. Acidentes famosos, como o ocorrido em Bhopal (Índia), contribuíram para a mudança de políticas, legislações e de conceitos sobre o gerenciamento ambiental (OTTAIANO, 2007).. O Nosso Futuro Comum, mais conhecido por relatório Brundtland (1987), documento oficial da Comissão da ONU sobre o Desenvolvimento e o Meio Ambiente (CMMAD4), no seu capítulo 6 trata da questão da preservação da diversidade biológica e enfatiza que a conservação bem planejada dos ecossistemas contribui de muitas formas para consecução das metas principais do desenvolvimento sustentável (DIEGUES, 2001).. Segundo Gonçalves e Duarte (2006), a formulação do conceito de desenvolvimento sustentável, como aquele que "satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades", foi cunhada nesse relatório. Entretanto esse conceito. 4. CMMAD - Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada em 1983 com a finalidade de apresentar um diagnóstico dos problemas globais ambientais..

(25) Capítulo 2 – Referencial Teórico. 9. seria discutido e disseminado apenas na II Conferência Mundial de Meio Ambiente realizada pela ONU no Brasil.. Na década de 80 no Brasil, em conseqüência das crescentes exigências. das. instituições. financeiras. internacionais. na. aplicação. de. metodologias para avaliação de impactos ambientais como condição para aprovar empréstimos a projetos governamentais, levaram o governo brasileiro a instituir a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) e o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA5), através da Lei nº 6.938/81, contemplando fundamentos para a proteção ambiental no país, os quais vêm sendo regulamentados por meio de decretos, resoluções dos Conselhos Nacional, Estaduais e Municipais, normas e portarias (MMA, 2009).. Em 1992, realizou-se a segunda conferência no Rio de Janeiro, que ficaria conhecida como Rio-92 (ou ECO-92), dela resultou a assinatura da Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, da Convenção da Diversidade Biológica (CDB), da Declaração de Princípios das Florestas, da Convenção-Quadro sobre Mudanças Climáticas e da Agenda 216. A Rio-92 foi a maior conferência realizada pela ONU, atraindo para o Rio de Janeiro uma legião de Chefes de Estado e de governo, além de personalidades de todo o mundo, tendo elevado de uma vez por todas à categoria de prioridade internacional diversos temas do. direito ambiental,. Desenvolvimento. parâmetros. Sustentável.. Os. além da noção de. fixados. pelos. documentos. assinados na Rio-92 passaram a servir de referência no tratamento de políticas socioambientais. e. encabeçaram. a. agenda. internacional. ainda. hoje.. (ALMANAQUE BRASIL SOCIOAMBIENTAL, 2007).. 5. A atuação do SISNAMA se dá mediante articulação coordenada dos Órgãos e entidades que o constituem, observado o acesso da opinião pública às informações relativas às agressões ao meio ambiente e às ações de proteção ambiental, na forma estabelecida pelo CONAMA (MMA, 2009). 6. A Agenda 21 foi um dos principais resultados da conferência Eco-92 ou Rio-92, ocorrida no Rio de Janeiro, Brasil, em 1992. É um documento que estabeleceu a importância de cada país a se comprometer a refletir, global e localmente, sobre a forma pela qual governos, empresas, organizações não-governamentais e todos os setores da sociedade poderiam cooperar no estudo de soluções para os problemas socioambientais. Cada país desenvolve a sua Agenda 21 e no Brasil as discussões são coordenadas pela Comissão de Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional (CPDS)..

(26) Capítulo 2 – Referencial Teórico. 10. Todavia, segundo Sachs (2002) o conceito de desenvolvimento foi forjado numa percepção ocidental, que implicaria em processos de mudanças sociais em direção a um ideal de modernização interpretado como um estágio sócio-econômico e político de uma comunidade que se caracterizaria por altíssimos índices de produção (recursos naturais, capital, trabalho e tecnologia) pautado no padrão de consumo da sociedade americana, no american way of life. Com respeito à sustentabilidade, temos que se esse modelo alardeado de desenvolvimento sustentável fosse coerente com a idéia que visa transmitir teríamos um panorama mundial diferente do encontrado, pois sustentável aqui se refere à capacidade de suporte da biosfera com o objetivo de garantir sua preservação numa visão que assegure o futuro do planeta, obrigando a economia a considerar os aspectos biofísicos da produção de bens e serviços. Ou seja, menos sendo mais no que diz respeito à vida na terra. “Menos consumismo exacerbado, compre menos para viver mais”. Outra crítica a aceitação do conceito de desenvolvimento sustentável como. o. limitante. da. redução. das. desigualdades. de. desenvolvimento,. internacionais e intranacionais, justificando assim a assimetria econômica, em favor dos países centrais. Essa idéia seria meramente normativa, sem consciência teórica nem experiências práticas concretas (RESENDE, 2002) Contudo, o estudo da ciência atualmente busca respostas para um caminho que devemos seguir para proteção das espécies e principalmente da espécie humana, pois com a degradação e destruição dos recursos naturais, torna-se necessário a utilização de vários indicadores que apontem uma direção de como devemos proceder no modo de vida com a natureza e o meio ambiente. Entretanto, as sociedades modernas têm como principal característica, a diferenciação social. Isto significa que seus membros não apenas possuem atributos diferenciados, como também possuem idéias, valores, interesses e aspirações diferentes e desempenham papéis diferentes no decorrer da sua existência. Tudo isso faz com que a vida em sociedade seja complexa e freqüentemente envolva conflito: de opinião, de interesses, de valores, etc. Apesar disso, para que a sociedade possa sobreviver e progredir, o conflito deve.

(27) Capítulo 2 – Referencial Teórico. 11. ser mantido dentro de limites administráveis, e um dos meios mais eficazes para resolução desses conflitos darem-se através das políticas públicas as quais consistem no conjunto de procedimentos formais e informais que expressam relações de poder e que se destinam à resolução pacífica dos conflitos quanto a bens públicos (RUA, 1997). A construção de estratégias para se alcançar o desenvolvimento sustentável perpassa pela discussão social. Primeiramente precisa-se definir até que ponto a questão ambiental suprime a questão social, de modo que a sociedade compreenda que se sempre for condescendente com as invasões dos mangues, com a derrubada das matas, com as queimadas entre outras agressões ambientais a fim de preservar as “necessidades” humanas (que nunca deixarão de existir) o meio ambiente não suportará.. Segundo Camargo (2003), a racionalidade ambiental projeta-se para além da sustentabilidade ecológica, além da equidade social, diversidade cultural, democracia política, integração das economias gestionárias, gestão participativa e democrática dos ecossistemas entre outros fatores, assim temos que o meio ambiente só será protegido quando for desconstruído o conceito de racionalidade capitalista dominante em todas as ordens de vida social.. Segundo Silva (2005) a complexidade econômica é caracterizada pela abrangência de muitos agentes econômicos, em um mesmo ambiente, conectados por nexo: transações econômicas. Essas transações traduzem anseios,. como. lucro,. crescimento,. satisfação. de. necessidades. criadas. continuamente, poder, riqueza, entre outros objetivos almejados pelos agentes econômicos.. No entanto, o atual conjunto de normas e regras legais que norteiam a conservação e preservação ambiental no Brasil, ainda que represente um progresso para a conservação da biodiversidade, não foi inteiramente incorporado às políticas públicas, pois representam interesses difusos dentro da mesma esfera governamental, principalmente no que se refere à questão florestal,.

(28) Capítulo 2 – Referencial Teórico. 12. quando há conflito entre o conjunto de ações desenvolvido pelo governo federal, no âmbito do Ministério do Meio Ambiente e outras agências do governo como: Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ministério da Integração Nacional e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e seus órgão executivo. (BAGERS, 2003). Dentre esses instrumentos para a conservação ambiental que representam interesses difusos dentro das ações do governo federal brasileiro, podemos destacar a criação de áreas protegidas, alvo de críticas, ainda hoje sob argumento de que são um entrave ao crescimento econômico do país. Argumento esse rechaçado pela comunidade científica ao afirmar que parte das áreas protegidas permite atividades produtivas como coleta de látex, de castanha, de fibras, pesca e pequena agricultura, mas excluem em geral a atividade agrícola intensiva, com remoção da cobertura vegetal nativa etc. ou submetem o uso e ocupação das terras a condicionamentos e restrições estabelecidos por planos de manejo, comitês gestores, etc. O fato é que as áreas naturais protegidas 7 tem se constituído em um dos principais instrumentos na política ambiental contemporânea. Desde a criação do primeiro parque nacional no mundo, o de Yellowstone, em 1872, nos Estados Unidos, a delimitação de espaços territoriais especialmente protegidos tem sido utilizada como estratégia de conservação da natureza (LITTLE, 2003).. Segundo Resende (2002), as diversas avaliações a respeito da política ambiental brasileira coincidem quanto ao distanciamento entre a intenção e os resultados, causados principalmente pelo fato das políticas ambientais estarem distantes das estratégias do desenvolvimento econômico e terem um papel subordinado nas políticas públicas como um todo. Os postulados do desenvolvimento sustentável ainda não tiveram aplicação concreta, o que é manifestado nas seguintes situações: 7. O termo área natural protegida, utilizado no ambientalismo internacional, segue as orientações da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) para definir Espaços Territoriais Especialmente Protegidos. No Brasil o Ministério do Meio Ambiente considera áreas protegidas: Unidades de Conservação, Áreas de Preservação Permanente, Reserva Legal, Área Indígenas e Quilombolas..

(29) Capítulo 2 – Referencial Teórico. 13. Verifica-se uma assimetria de poder, favorecendo o Estado nacional, através do governo federal, em detrimento de interesses regionais e setoriais;. Os. interesses. sociais. freqüentemente. são. contraditórios,. prevalecendo normalmente os de maior poder econômico;. Em função do processo de degeneração das instituições públicas, observa-se verdadeiro desmonte do setor público, a começar da sua imagem e incluindo também a descontinuidade administrativa, a falta de pessoas, tanto em número quanto em treinamento;. A cultura burocrática do aparelho do Estado: especialmente devido ao caráter transversal da questão ambiental, as ações interferem. com. vários. órgãos. e. instâncias. do. poder,. proporcionando conflitos intersetoriais;. A fragilidade dos instrumentos (legais e econômicos) e a carência de meios a disposição; Um certo “fisiologismo ambiental”, manifesto na visibilidade e disputa de espaço por políticos e técnicos e na banalização do tema na mídia;. E por fim, a dificuldade de controle dos órgãos de controle e gestão ambiental garantirem transparência e descentralização.. Apesar desse arcabouço político e institucional, é fato que a complexidade das questões ambientais, no tocante ao desenvolvimento sustentável deve partir da análise crítica de cada realidade dentro de uma conscientização socioambiental coletiva, onde o Estado com foco na proteção do.

(30) Capítulo 2 – Referencial Teórico. 14. meio ambiente deve permanecer sendo um elemento central mediador para que seja possível a institucionalização das questões ambientais voltadas para a formulação, implementação e gerenciamento de políticas ambientais, desde que este assegure os mecanismos e procedimentos necessários ao envolvimento da sociedade no estabelecimento, discussões e alterações dos instrumentos de gestão constituídos. 2.2 – Histórico das Unidades de Conservação no Brasil. Segundo MILANO, BERNARDES & FERREIRA (1993), no Brasil, diferentemente dos outros países, o termo Unidade de Conservação substituiu os termos Área Protegida ou Área Silvestre quando foi utilizado pela primeira vez, em 1978, por Jorge-Pádua et al no documento .Diagnóstico do Subsistema de Conservação e Preservação de Recursos Naturais Renováveis, do então IBDF.. Hoje, Unidade de Conservação é entendida como um espaço territorial delimitado e seus componentes, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituídos pelo Poder Público para a proteção da Natureza, com objetivos e limites definidos, sob regime de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. Podem ser criadas pelos governos federal, estadual ou municipal. (SNUC, 2000).. Entretanto, segundo Lira (2006), a implementação dessas áreas, afiguram-se como um desafio constante do Poder Público, pois apesar de legalmente constituídas, há problemas relacionados à gestão em sua maioria. Problemas esses quase sempre relacionados a conflitos sociais referentes ao uso e ocupação do solo nas unidades de conservação. As dificuldades encontradas “para alcançar sua total implementação causam inclusive críticas severas de autores nacionais que consideram um equivoco a adoção, na America Latina, do modelo norte-americano de criação de áreas protegidas” (LIRA, 2006)..

(31) Capítulo 2 – Referencial Teórico. 15. Segundo Primack e Rodrigues (2001), uma das medidas mais controvertidas na preservação das comunidades biológicas é o estabelecimento de áreas legalmente protegidas. Se, por um lado, a legislação e a aquisição de terras, por si só, não asseguram a preservação do habitat, por outro representam um importante ponto de partida.. Controvérsias a parte, o fato é que desde o início da civilização, os povos reconhecem a existência de sítios geográficos com características especiais e tomam medidas para protegê-los. A esses sítios eram atribuídos mitos, fatos históricos marcantes, enquanto suas formas de acesso eram regulados por tabus, normas legais e outras formas de controle social (SANTOS, 2004).. O Primeiro marco moderno das Unidades de Conservação (UCs) surge nos Estados Unidos da América (EUA), em 1872 com a criação do Parque Nacional Yellowstone cujos objetivos foram a preservação de atributos cênicos, o significado histórico e o potencial para as atividades de lazer, entretanto a criação de Yellowstone culminou no início da sensibilização mundial para a necessidade da existência de espaços naturais institucionalmente protegidos (DIEGUES, 2001). No Brasil, a primeira Unidade de Conservação criada em 1937, foi o Parque Nacional do Itatiaia (RJ), localizado na divisa de Minas Gerais com o Rio de Janeiro. Na época de criação do Parque foi questionada a validade de investir numa área de apenas 12 mil hectares, considerada na época pequena. Pois estava em vigor o pensamento proveniente dos Estados Unidos que definia os Parques como monumentos nacionais. Entretanto em 1982, a área da unidade de conservação foi ampliada para 30 mil hectares (CBUC, 2007).. Além do Parque Nacional do Itatiaia, foram criados no mesmo período o PARNA Serra dos Órgãos (RJ) e o PARNA do Iguaçu (PR), ambos em 1939. Estes primeiros parques nacionais eram administrados pelo Serviço Florestal do Ministério da Agricultura (PAZ, FREITAS & SOUZA, 2006)..

(32) Capítulo 2 – Referencial Teórico. 16. Ainda segundo Paz, Freitas & Souza (2006) ocorreu um periodo de dezoito anos (1940 à 1958) sem a criação de novas UCs, Até que em 1959 foram criados mais 3 Parques Nacionais: Araguaia (TO), Ubajara (CE) e Aparados da Serra (RS), destinados a proteger belezas cênicas excepcionais.. Entretanto, na década de 60, com a fundação de Brasília, localizada em área de Cerrado e designada a ser a capital federal, colocou em foco a necessidade de criação de áreas protegidas naquele bioma. Foram então criados em 1961, os Parques de Brasília (DF), da Chapada dos Veadeiros (GO) e das Emas (GO). No mesmo período outras áreas de excepcionais atributos naturais tornaram-se parques nacionais: Caparaó (MG), Monte Pascoal (BA), Tijuca (RJ), Sete Cidades (PI) e São Joaquim (SC) (MORCELLO, 2001).. No período entre 1965 a 1969 não foram criadas nenhuma unidade de conservação. Entretanto, neste período foi criado o Instituto Brasileiro do Desenvolvimento Florestal – IBDF (Decreto – Lei nº 289 de 1967), que passou a ser responsável pela administração das Unidades já criadas, incluindo-se às suas atribuições a de criar novos parques nacionais, reservas biológicas, florestas nacionais e os parques de caça (IBAMA, 2008).. Impulsionadas pela criação do Instituto Brasileiro do Desenvolvimento Florestal – IBDF, são criadas quinze novas unidades no período de apenas nove anos (1970 a 1979) (IBAMA, 2008).. Por conseguinte, o início da década de 80 representa um marco histórico da criação das Unidades de Conservação no Brasil: 33 unidades criadas entre 80 e 84. Até então todas criadas pelo IBDF. Concomitantemente com a criação da Secretaria Especial de Meio Ambiente – SEMA do Ministério do Interior uma nova categoria de manejo veio somar-se às outras: as Estações Ecológicas (Lei Nº 6.902 de 27 de abril de 1981). Portanto vale ressaltar que das 33 unidades de conservação criadas nessa época, seis foram parques nacionais, nove reservas biológicas, duas reservas ecológicas e quinze estações ecológicas (PAZ, FREITAS & SOUZA, 2006)..

(33) Capítulo 2 – Referencial Teórico. 17. Com o advento da Constituição Federal de 1988 foi criado o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA em 1989, formado pela fusão de quatro entidades brasileiras que atuavam na área ambiental: Superintendência da Borracha (SUDHEVEA), Superintendência da Pesca (SUDEPE), Secretaria do Meio Ambiente (SEMA), e Instituto Brasileiro do Desenvolvimento Florestal (IBDF), sendo os dois ultimos responsáveis pela criação de UC de Proteção Integral (à época unidades de uso indireto), ocorrendo assim à homogeneização da política de criação de unidades de conservação de proteção integral (BRASIL, 1989) (Figura 01).. SUDEPE. IBDF IBAMA. SUDHEVEA. Responsáveis pela criação de Unidades de. SEMA. Conservação até 1988.. Figura 01 – Criação do IBAMA (1989) a partir da fusão: SEMA, IBDF, SEDEPE e SUDHEVEA. Fonte: Criado por MATOS, A. A., 2009.. Atualmente a concepção de área protegida no Brasil remete-se ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC, 2000). A lei n° 9.985, de 18 de junho de 2000, conhecida como lei do SNUC, regulamenta o art. 225, § 1°, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, veio consolidar o arcabouço normativo de todas as categorias de manejo usadas no Brasil, as quais se dividem em dois grupos, as Unidades de Proteção Integral, que prevê a manutenção dos ecossistemas livres de alterações causadas por interferência humana, admitindo-se apenas o uso indireto dos seus atributos naturais e as Unidades de Uso Sustentável, que prevê a exploração do ambiente de maneira a garantir a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de modo.

(34) Capítulo 2 – Referencial Teórico. 18. socialmente justo e economicamente viável, com as seguintes categorias de manejo (Tabela 01), a saber:. I - Unidades de Proteção Integral. II - Unidades de Uso Sustentável Área de Proteção Ambiental (APA). Estação Ecológica (ESEC). Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE). Reserva Biológica (REBIO). Floresta Nacional (FLONA). Parque Nacional (PARNA). Reserva Extrativista (RESEX). Monumento Natural (MN). Reserva de Fauna (REFAU). Refúgio de Vida Silvestre (REVS). Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). Tabela 01 – Classificação das Unidades de Conservação (UC) no Brasil segundo SNUC. Fonte: BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000 - Lei do SNUC, 2000 Adaptado por MATOS, A. A., 2009.. Em 2007 surge o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o mais novo órgão ambiental do governo brasileiro. Criado pela lei 11.516, de 28 de agosto de 2007, resultado da divisão e reestruturação do IBAMA, e ao qual coube a administração das Unidades de Conservação (UCs) federais.. Nesse sentido, compete ao ICMBio executar as ações da Política Nacional de Unidades de Conservação, podendo propor, implantar, gerir, proteger, fiscalizar e monitorar as UCs instituídas pela União.. Segundo dados do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBIO de dezembro de 2008, atualmente existe na esfera Federal 300 UCs (figura 02)..

(35) Capítulo 2 – Referencial Teórico. 19. Figura 02 – Distribuição geográfica das UCs Federais no Brasil. Fonte: ICMBio, dezembro de 2008.. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as áreas destinadas às unidades de conservação ambiental nacional cresceram de 6,5% do território nacional em 2003 para 8,3% em 2007, totalizando mais de 712.660 km2 de UCs federais. No total, o número de unidades de conservação passou de 251 para 299 no período até 2007.. Entre biomas analisados pelo IBGE (2008), a Amazônia detém a maior área protegida, concentrando mais de 15% das unidades de conservação federais e 6,5% são unidades de proteção integral. A Caatinga e os Campos Sulinos são os que possuem menos unidades de conservação. Em termos quantitativos, predomina em número de unidades as Florestas Nacionais e em extensão territorial os Parques Nacionais (Tabela 02)..

(36) Capítulo 2 – Referencial Teórico. 20. UNIDADES DE CONSERVAÇÃO FEDERAL. Nº. ÁREA (Km²). PROTEÇÃO INTEGRAL Parque nacional Reserva biológica Estação ecológica Refúgio de vida silvestre Monumento natural Subtotal. 63 29 32 5 1 130. 244.685,78 39.376,35 69.771,21 1.695,43 164,96 355.693,73. USO SUSTENTÁVEL Floresta nacional Reserva de Desenvolvimento Sustentável Reserva extrativista Área de Proteção Ambiental Área de Relevante Interesse Ecológico Subtotal TOTAL. 65 1. 188.184,38 647,35. 56 31 17. 120.128,25 96.942,63 440,47. 169 299. 406.343.31 762.036,83. Tabela 02 – UCs Federais, criadas no Brasil até dezembro de 2008. Fonte: ICMBio, 2009. Adaptado por MATOS, A. A., 2009. Obs: Não consta no site do ICMBio, base de dados referente a quantitativo e área territorial de Reserva de Fauna (REFAU) e Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN).. Estima-se que apenas 1.145,01 km² dos 21.910,00 km² do território do Estado de Sergipe está protegido por unidades de conservação.. Segundo a SEMARH (2008), atualmente no Estado de Sergipe existem quinze Unidades de Conservação, sendo três RPPN, três do governo federal, duas municipais e sete estaduais, sendo que duas das estaduais estão em fase de recategorização, pois não possuem área definida em seus decretos de criação, não se enquadram nas categorias descritas no SNUC, e possuem conflitos com a legislação ambiental vigente.. Estas Unidades de Conservação em processo de recategorização foram definidas pelas leis nº 2.825 de 30 de Julho de 1990 como “Paisagem Natural Notável” e área de especial proteção ambiental todo o leito do rio Sergipe,.

(37) Capítulo 2 – Referencial Teórico. 21. e nº 2.795 de 30 de março de 1990, que define a área de proteção ambiental da foz do rio Vaza-Barris, que compreende as Ilhas do Paraíso e da Paz, localizadas respectivamente na foz do Rio Vaza-Barris e na foz do rio Santa Maria, em frente ao povoado Mosqueiro.. Além da recategorização destas duas unidades de conservação, a SEMARH autorizou estudos para a implantação de mais uma unidade de conservação de proteção integral, “O Parque Estadual das Dunas” que abrange os municípios da Barra dos Coqueiros e Santo Amaro das Brotas, a área proposta abrange 5,7 km de extensão, e propõe a proteção de importantes áreas de restingas do Estado de Sergipe.. Atualmente todas as Unidades de Conservação Estaduais estão passando por processo de estudos para a criação de seus conselhos consultivos e para elaboração de seus Planos de Manejo. Vale ressaltar que atualmente nenhuma destas UCs possui tal documento que é de suma importância para a gestão das Unidades de Conservação.. Da mesma forma nenhuma das APAs Estaduais possui plano de manejo o que dificulta sua gestão. Vale lembrar que existe apenas um Plano de Gestão para a APA Morro do Urubu elaborado em 2005. Entretanto o Plano de Gestão propõe apenas algumas medidas para a restauração, institucionalização e fortalecimento do sistema de gestão da APA, tratam apenas dos aspectos políticos e institucionais, diferentemente do Plano de Manejo que é um documento que prevê atividades e ações no campo técnico e científico voltados para a forma mais apropriada de agir e de fazer corretamente com base no conhecimento e na pesquisa.. 2.2.1 – Criação das Áreas de Proteção Ambiental no Brasil.. No. Brasil,. no. final. da. década. de. 70,. importantes. setores. conservacionistas estavam interessados no estabelecimento de áreas protegidas.

(38) Capítulo 2 – Referencial Teórico. 22. que permitissem o desenvolvimento de pesquisas voltadas às ciências ambientais, em especial à biota e que se adequassem à realidade do país, evitando a aquisição, pelo Estado, de terras privadas para as novas Unidades de Conservação (ARRUDA, 1999).. Dessa forma surge o conceito de Área de Proteção Ambiental (APA) considerando um grande desafio no contexto da época da sua criação. Esta tem como inspiração o Parque Natural, um tipo de área protegida com a propriedade privada já existente em Portugal, Espanha, França e Alemanha (ARRUDA, 1999).. A categoria de APA foi criada através da Lei n° 6.902 de 27 de abril de 1981 como áreas de “interesse na proteção ambiental”, para “conservar ou melhorar as condições ecológicas locais” e “assegurar o bem estar das populações humanas” e regulamentadas pelos Decretos n° 88.351 de 01 de junho de 1983 e 99.274 de 06 de junho de 1990.. Atualmente o conceito de "Área de Proteção Ambiental é uma área extensa, em geral, com certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos e/ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais" (SNUC, 2000).. Entretanto, freqüentemente no Brasil as Áreas de Proteção Ambiental são concebidas como um complemento às UCs de uso mais restrito, ou seja, com o intuito de servirem de zonas de amortecimento e de compor os corredores ecológicos (DOUROJEANNI & PÁDUA, 2001).. Apesar da abordagem concernente às APAs refletirem o mais perfeito exemplo de tentativa de meio ambiente construído, ainda que se parta do viés da manutenção. dos. espaços. recebidos. pela. natureza,. sob. a. égide. da. responsabilidade social e sustentabilidade ambiental, mas que formalmente caracterizam-se como uma forte expressão da tentativa antrópica de se criar um.

(39) Capítulo 2 – Referencial Teórico. 23. espaço dentro do ideal humano de boas relações com a natureza (DIEGUES, 2001).. Entretanto, Dourojeanni & Pádua (2001) afirmam que são poucos os casos de APA‟s que cumprem seus objetivos de proteger a natureza, e que na análise das razões dos fracassos de grande parte delas, como instrumentos de preservação ambiental, não se pode deixar de considerar a enorme complexidade de seu manejo, devido à presença de numerosos proprietários e usuários, todos com interesses conflitantes entre si, e em graus diversos, com a APA.. No Brasil há uma quantidade considerável de APAs, que variam em termos de extensão, tendo em comum, aspectos ambientais típicos, passíveis de serem protegidos, seja pela qualidade e unicidade da flora, sejam pela ocorrência de espécimes animais endêmicos. A criação de uma APA depende do interesse de certos grupos da sociedade, normalmente envolvidos com as causas ambientais e da aquiescência do poder público em acatar a reivindicação destes grupos. Sendo assim, as APAs são protegidas por lei, sendo referenciada no Artigo 15 do SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação, Lei 9.985 de 18 de julho de 2000) e se diferenciam de outras áreas públicas ou privadas pelo fato de apresentarem limitações ao uso de seus recursos naturais, que devem ser explorados dentro de um plano de manejo, ou seja, dentro da garantia da capacidade de suporte do bioma (BARGER, 2003).. Atualmente, segundo dados do ICMBIO de dezembro de 2008, o Brasil possui na esfera federal 30 (trinta) Áreas de Proteção Ambiental, no total de 96.936,55 km², o equivalente a 23,86% das áreas do grupo de uso sustentável ou 12,72% de todo sistema de unidades de conservação em extensão territorial no Brasil..

(40) Capítulo 2 – Referencial Teórico. 24. 2.3 Planejamento Ambiental. Planejar é, talvez, a principal característica que distingue as atividades humanas das dos outros animais. Por ser racional, o homem pode analisar o que ocorreu em situações semelhantes para prever o que é necessário fazer no futuro, repetindo o que deu certo e evitando os erros do passado; a este processo de organizar previamente as atividades futuras com base no conhecimento do passado chamamos “planejamento” (FLORIANO, 2004).. Segundo. Franco. (2001,. p.34). entende-se. por. “planejamento. ambiental” todo o esforço da civilização na direção e conservação dos recursos ambientais de um território, com vistas a sua própria sobrevivência. Pode-se adentrar na história da humanidade desde tempos remotos, basta, para tanto, fazer uma revisão da história das grandes civilizações, como a egípcia, a chinesa e a hindu, para verificar se elas mantiveram ao longo de milhares de anos ou porque, de alguma forma, tinham uma organização determinada por princípios ecológicos, inseridos em seus preceitos religiosos e na cultura de seus povos.. Para Floriano (2004), o planejamento é uma ferramenta de gestão. É um processo de organização de tarefas para se chegar a um fim, com fases características e seqüenciais que, em geral, estão na seguinte ordem: identificar o objeto do planejamento, criar uma visão sobre o assunto, definir o objetivo do planejamento, determinar uma missão ou compromisso para se atingir o objetivo do planejamento, definir políticas e critérios de trabalho, estabelecer metas, desenvolver um plano de ações necessárias para se atingir as metas e cumprir a missão e objetivos, estabelecer um sistema de monitoramento, controle e análise das ações planejadas, definir um sistema de avaliação sobre os dados controlados e, finalmente, prever a tomada de medidas para prevenção e correção quanto aos desvios que poderão ocorrer em relação ao plano.. Desta. forma,. segundo. Franco. (2001). podemos. definir. que. Planejamento Ambiental é todo o planejamento que parte do princípio da.

(41) Capítulo 2 – Referencial Teórico. 25. valoração e conservação dos recursos naturais de um território com base de autosustentação da vida e das interações que a mantém, ou seja, das relações ecossistêmicas. Contudo, apenas nos anos oitenta surge uma modalidade de planejamento norteada para as intenções humanas dentro da capacidade de suporte dos ecossistemas. A esse planejamento deu-se o nome de Planejamento Ambiental.. Segundo Santos (2004), o planejamento ambiental fundamenta-se na interação e integração dos sistemas que compõe o ambiente. Tem o papel de estabelecer as relações entre os sistemas ecológicos e os processos da sociedade,. das. necessidades. socioculturais. à. atividades. de. interesses. econômicos, a fim de manter a máxima integridade possível dos seus elementos componentes. O planejador que trabalha sob esse prisma, de forma geral, tem uma visão sistêmica e holística, mas tende primeiro a compartimentar o espaço, para depois integrá-lo.. Já para Floriano (2004), o planejamento ambiental, é a organização do trabalho de uma equipe para consecução de objetivos comuns, de forma que os impactos resultantes, que afetam negativamente o ambiente em que vivemos, sejam minimizados e que, os impactos positivos, sejam maximizados.. O planejamento ambiental tem como principal objetivo atingir o Desenvolvimento Sustentável da espécie humana e seus elementos, ou seja, dos agroecossistemas e dos ecossistemas urbanos (as cidades e as redes urbanas), minimizando os gastos das fontes de energia que os sustentam e os riscos ambientais, sem prejudicar ou suprimir outros seres da cadeia ecológica da qual o homem também faz parte.. Segundo Franco (2001), três princípios da ação humana são utilizados no Planejamento Ambiental, os quais envolvem os ecossistemas, que podem ser combinados em diversos gradientes: os princípios da preservação, da recuperação e da conservação do meio ambiente..

Referências

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