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Academic year: 2021

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TÍTULO: RESPOSTA DO SISTEMA IMUNE EM ANIMAIS SUBMETIDOS À INFLAMAÇÃO DA “MORINDA CITRIFÓLIA”

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO

CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE

ÁREA:

SUBÁREA: MEDICINA

SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE DE UBERABA

INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): TIAGO CANEU ROSSI, PATRICIA APARECIDA RODRIGUES

AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): MARIA THERESA CERAVOLO LAGUNA ABREU

ORIENTADOR(ES):

COLABORADOR(ES): ELIZABETH UBER BUCEK, GILTANIA SEVERINO PAULA, NELSON DINIZ VELASCO, TATIANA REIS VIEIRA

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RESUMO

A Morinda citrifolia (Noni) é uma planta a qual o extrato das folhas, os frutos e a casca do caule são utilizados, sem comprovação cientifica, de forma arbitrária pela população para a diminuição de processos inflamatórios. O objetivo de trabalho é avaliar o efeito, em suas diferentes formas de apresentação, na resposta do sistema imune após inflamação. Após aprovação do CEEA/UNIUBE 4/2012, 30 ratos Wistar, 200g, foram subdivididos em 6 grupos: “EI” (inflamados por carragenina intraperitoneal); “EI-A” (inflamados e gavados com água); “EI-PS” (inflamados e gavados com polpa fresca e suco de uva); “EI-P” (inflamados e gavados com a polpa fresca); “EI-S” (inflamados e gavados com suco de uva); “EI-EAFS” (inflamados e gavados com extrato aquoso da fruta seca). As gavagens foram realizadas sempre após 4h da inflamação. As decaptações foram realizadas após 1h da gavagem. Foram realizados o lavado peritoneal (LP) e medular (LM) e a contagem total (CT) (em Turk e hemocitômetro) e diferencial das células do LP (citospin e coloração com Panótico). A corticosterona foi dosada por RIE. Os resultados estão expressos como a média±EPM e representam o número de célulasx106/cavidade. Os resultados de CT do LP foram: EI=16±2,47; EIA=30,46±1,39; EIPS=45,85±9,11; EIP=57,63±3,58; EIS=44,45±1,46; EIEASF= 23,60±2,87. Observamos que houve um aumento significativo (p<0,05) do número de células no LP do grupo EIP quando comparado ao EIEASF. Na contagem diferencial foi observado resultado de células mononucleares (MONO) de: EI=12,68±1,27; EIA=18,96±2,12; EIPS=25,97±3,26; EIP=16,6±2,58; EIS=27,57±1,77; EIEASF= 13,39±0,48 e de polimorfonucleares (PMN) de: EI=2,29±0,46; EIA=8,33±0,87; EIPS=27,99±4,8; EIP=35,85±3,94; EIS=18,87±2,19; EIEASF= 10,13±1,79. Foi observada diminuição significativa (p<0,05) do número de células MONO do grupo EIEAFS quando comparado aos grupos EIPS e EIS e do número de células PMN do grupo EIEAFS quando comparado ao grupo EIP e este último apresentou valores mais elevados quando comparado ao grupo EIA. Os resultados de CT do LM foram: EI=110,2±6,7; EIA=70,15±8,28; EIPS=127±6,54; EIP=74,6±1,51; EIS=143,8±3,57; EIEASF= 44,50±1,99. Observou-se, uma diminuição significativa de células do LM do grupo EIEAFS quando comparados aos grupos EIPS e EIS. Os resultados da dosagem do hormônio corticosterona foram EI= 4,10±0,44; EIA=5,72±0,68; EIPS=7,31±1,79; EIP= 4,66±0,45; EIS=4,27±0,50; EIEASF= 5,68±1,42. Não foi observada diferença

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significativa entre os grupos. Observamos, que dentre as diferentes formas de apresentação do Noni o grupo EAFS gerou redução do número de células no LP quando comparado aos demais grupos, mostrando que esta forma apresenta uma tendência imunomoduladora frente inflamação.

INTRODUÇÃO

A Morinda citrifolia L. (Família Rubiaceae), nome comercial Noni, é uma planta indígena que é utilizada há mais de 2000 anos em outros países. Seu uso comercial ocorreu após estudos que descreveram a composição química do fruto e suas propriedades. A composição química da fruta seca de Morinda citrifolia possui derivados acetil de asperulosideo, glicose, ácido caproico e caprilico (BOYD et al., 1998), além de antioxidantes como Proxeronina (PALU, 2008) (WANG, 2001). Nesta mesma época foi mostrada que a porção polissacarídica, obtida do suco de Noni por precipitação em etanol, apresentava atividade anti-tumoral nos carcinomas em pulmões de camundongos (Hirazumi, 1999). No Brasil, sua introdução se deu em 2008, sendo cultivado, sem escala comercial.

Os frutos do Noni são globosos ou ovalado-alargados, podendo ser duplos e com peso de 100 e 300 gramas (ACOSTA, 2003), apresentando um forte odor de ácido butílico quando maduro (CHAN-BLANCO, 2006). Apresentam em sua composição fibras, pectinas, proteínas, sais minerais (potássio, enxofre, cálcio e fósforo), sacarose, frutose, glicose, polissacarídeos, ácidos orgânicos como ácido ascórbico, pró vitamina A, polifenóis (antraquinonas e flavonoides), alcaloides e compostos voláteis (CHAN-BLANCO, 2006). Como o Noni in natura é pouco palatável, é utilizado com o suco de uva.

A possível eficácia no combate de processos inflamatórios é um dos principais motivos do uso do Noni na atualidade. O processo inflamatório possui uma estrutura complexa de mecanismos podendo ser divido em cinco etapas principais: a liberação de substâncias quimiotáticas endógenas (bradicinina, enzimas proteolíticas, prostaglandinas, histamina e leucotrienos) que ativam o processo inflamatório celular do tecido lesado; a vasodilatação e consequente aumento do fluxo sanguíneo local; o aumento da permeabilidade capilar e cosequente extravasamento de plasma, células e mediadores inflamatórios; a quimiotaxia por

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3 leucócitos da área inflamada e a ativação de fibroblastos formando o tecido de reparação. (ROBINS, 2005)

Diversos fatores podem interferir no processo inflamatório, como a secreção de cortisol. Este bloqueia as fases iniciais da inflamação ou acelera o processo de reparação tecidual. (LAMANO, 2008). Um de seus efeitos é a estabilização de membranas lisossomais, o que dificulta sua ruptura, e consequente secreção das enzimas proteolíticas, reduzindo desta forma a permeabilidade capilar e o extravasamento de líquido para interstício dos tecidos adjacentes ao processo. Ademais, ocorre a diminuição da formação de prostaglandinas e leucotrienos, que são fatores quimiotáticos para a migração leucocitária e consequente ação fagocítica local. A ação imunomodulatória do cortisol reduz produção, adesão e atividade de linfócitos T. Consequente a esse processo, há a diminuição de linfócitos T helper e produção de anticorpos em última instância. Por fim, reduz também a liberação de Interleucina-1, responsável pelo controle a nível hipotalâmico da temperatura corporal. (LAMANO,2008);

Em processos inflamatórios agudos, a liberação de cortisol em consequência a ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal responde ao mecanismo de estresse induzido pela inflamação. O efeito imediato, gerado pelo cortisol é o bloqueio dos fatores pró-inflamatórios. Assim, os glicocorticoides como o cortisol (nos humanos) e a corticosterona (nos animais) são escolhidos para combaterem diversas doenças que tenham a inflamação como causa primária. (GUYTON E HALL, 2011)

Este estudo investiga o possível efeito anti-inflamatório do Noni, em suas diferentes formas de apresentação, na modulação da migração celular frente a inflamação peritoneal induzida por carragenina.

OBJETIVO

Avaliar o efeito da Morinda citrifolia, em suas diferentes formas de apresentação, na modulação da resposta do sistema imune após inflamação.

METODOLOGIA

Após aprovação do comitê de ética da Universidade de Uberaba protocolo CEEA/UNIUBE 4/2012, ratos de linhagem Wistar do sexo masculino com peso

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médio de 200 g provenientes do Biotério Central da Universidade de Uberaba, UNIUBE, foram mantidos em caixas individuais por pelo menos 7 dias (ambientalização) com alimento e água ad libitum em condições especificas de temperatura (23±1ºC), umidade (55 ± 5%) e luz (ciclo claro/escuro 12h) controladas.

Todos foram submetidos a inflamação intraperitoneal por carragenina e após 4 horas foram submetidos a gavagem, com as diferentes formas de apresentação da Morinda citrifólia: GI - polpa fresca; GII - polpa fresca diluída em suco de uva; GIII - suco de uva; GIV - extrato aquoso da fruta seca. O grupo GV foi gavado com água e o GVI não foi gavado. Todos os animais foram decapitados após uma hora da gavagem.

DESENVOLVIMENTO

Após decapitação o sangue do tronco foi coletado em tubo ensaio contendo EDTA centrifugado (3200 rpm/ 10min), centrifuga LS-3 plus CELM e o plasma separado para posterior dosagem conforme protocolo de LAGUNA et al, 2005 no Laboratório de Endocrinologia e Metabologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP), através de extração do esteróide por etanol.

Para a determinação da migração de células foi realizado o lavado peritoneal por meio de injeção de 5 mL de PBS/EDTA seguido de 10 ciclos de massagem abdominal e coleta da amostra. A amostra foi diluída 1:20 em solução de Turk e analisada em Câmara de Neubauer.

A contagem de diferencial foi realizada pelo preparo de esfregaços em citocentrífuga (Cytospin® 3; Shandon Lipshaw Inc; Pittsburgh, Pennsylvania, EUA), por meio de alíquotas de 75µl. As lâminas foram coradas por meio Panótico Rápido e a contagem diferencial será realizada em microscópio óptico através da objetiva de imersão em óleo (aumento de 100x).

Para a realização do lavado medular, foi retirado de cada animal um fêmur para a coleta da medula óssea . Após a retirada do fêmur, os mesmos foram limpos e em seguida colocados em placas de Petri adequadamente identificadas contendo solução Salina 0,9%.

Foi realizado um corte na extremidade proximal e distal do fêmur para acesso a medula óssea. Utilizando-se uma seringa e uma agulha, injetou-se 5 ml de

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5 salina 0,9% no canal medular, realizando-se o lavado medular que foi acomodado em tubo de ensaio.

Depois de colhido o lavado medular em tubo de ensaio e homogeinizado, a fim de se desfazer qualquer aglomerado celular, uma alíquota da amostra foi diluída em solução de Turk, na seguinte proporção: 20 µl de amostra, para 380 µl do corante (diluição de 1:20). Após preenchimento da Câmara de Neubauer, cobriu-se a mesma com lamínula, e a análise ocorreu por microscopia óptica em aumento de 40x. A leitura da câmara ocorreu nos 04 quadrantes laterais, sendo o resultado anotado e corrigido pela multiplicação por 50, obtendo-se o resultado final.

Para realização da analise estatística dos resultados serão utilizados os seguintes procedimentos: os índices de dispersão em torno da média (X) serão o desvio padrão da média (DP) e o erro padrão da média (EPM). As figuras estão representadas em X ± EPM. Em todas as variáveis foram testadas a distribuição normal (Teste de Komolgorov-Smirnov). Quando as suposições de normalidade e homogeneidade foram satisfeitas utilizou-se para a comparação dos diferentes grupos análise de variância ANOVA one-way com pós-teste de Dunn. Quando os resultados não passaram no teste de normalidade e/ou homogeneidade, utilizou-se análise de variância não paramétrica a partir do teste de Kruskal-Wallis seguido do teste de comparação múltipla de Dunn e os resultados expressos em mediana. Para Análise estatística foi utilizado o programa Graphpad Prism 6.0.

RESULTADOS

Os resultados do lavado peritoneal (LP), diferencial de polimorfonucleares (PMN) e mononucleares (MN), e de lavado medular (LM) estão expressos como a média±EPM e representam o número de células x106/cavidade nos grupos EI” (inflamados); “EI-A” (inflamados e gavados com água); “EI-PS” (inflamados e gavados com polpa fresca e suco de uva); “EI-P” (inflamados e gavados com a polpa fresca); “EI-S” (inflamados e gavados com suco de uva); “EI-EAFS” (inflamados e gavados com extrato aquoso da fruta seca).

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Os resultados da dosagem de corticosterona (µg/dL) dos diferentes grupos foram de EI= 4,10±0,44; EIA=5,72±0,68; EIPS=7,31±1,79; EIP= 4,66±0,45; EIS=4,27±0,50; EIEASF= 5,68±1,42. Não foi observada diferença significativa (p<0,05).

Os resultados da contagem total do LM (106/cavidade) dos diferentes grupos sem inflamação foram de EI=110,2±6,7; EIA=70,15±8,28; EIPS=127±6,54; EIP=74,6±1,51; EIS=143,8±3,57; EIEASF= 44,50±1,99. Observou-se, uma diminuição significativa (p<0,05) de células do LM do grupo EIEAFS quando comparados aos grupos EIPS e EIS.

EI EI A EI - P S EI - P EI - S EI - E AF S 0 2 4 6 8 1 0 C o r ti c o s te r o n a (g /d L )

C o n t a g e m T o t a l L e u c ó c it o s - L a v a d o M e d u la r n ú m e r o d e c é lu la s x 1 0 6 /c a v id a d e EI EI A EI - P S EI - P EI - S EI - E AF S 0 5 0 1 0 0 1 5 0 2 0 0

Figura 1 - Resultados de corticosterona e da Contagem Total do Lavado Medular dos grupos dos grupos EI; EIA; EIPS; EIP; EIS; EIEASF, respectivamente. *p<0,05

Contagem Total de Leucócitos no Lavado Peritoneal (LP) e diferencial de polimorfonucleares (PMN) e mononucleares (MONO).

Os resultados da contagem total do LP (106/cavidade) dos diferentes grupos foram de EI=16±2,47; EIA=30,46±1,39; EIPS=45,85±9,11; EIP=57,63±3,58; EIS=44,45±1,46; EIEASF= 23,60±2,87. Observamos que houve um aumento significativo (p<0,05) do número de células do grupo EIP quando comparado ao EIEASF.

O número de células polimorfonucleares (PMN) (106/cavidade) de EI=2,29±0,46; EIA=8,33±0,87; EIPS=27,99±4,8; EIP=35,85±3,94; EIS=18,87±2,19; EIEASF= 10,13±1,79. Foi observada uma diminuição significativa (p<0,05) do número de células PMN do grupo EIEAFS quando comparado ao grupo EIP e este último apresentou valores mais elevados quando comparado ao grupo EIA.

Na contagem diferencial foi observado resultado de células mononucleares (106/cavidade) de EI=12,68±1,27; EIA=18,96±2,12; EIPS=25,97±3,26;

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7 EIP=16,6±2,58; EIS=27,57±1,77; EIEASF= 13,39±0,48. Foi observada uma diminuição significativa (p<0,05) do número de células MONO do grupo EIEAFS quando comparado aos grupos EIPS e EIS.

C o n t a g e m T o t a l L e u c ó c it o s - L a v a d o P e r it o n ia l n ú m e r o d e c é lu la s x 1 0 6 /c a v id a d e EI EI A EI - P S EI - P EI - S EI - E AF S 0 2 0 4 0 6 0 8 0 EI EI A EI - P S EI - P EI - S EI - E AF S 0 1 0 2 0 3 0 4 0 5 0 C o n t a g e m P o lim o r f o n u c le a r e s - L a v a d o P e r it o n ia l n ú m e r o d e c é lu la s x 1 0 6 /c a v id a d e EI EI A EI - P S EI - P EI - S EI - E AF S 0 1 0 2 0 3 0 4 0 C o n t a g e m M o n o n u c le a r e s - L a v a d o P e r it o n ia l n ú m e r o d e c é lu la s x 1 0 6 /c a v id a d e

Figura 2 – A- Resultados da Contagem Total do Lavado Peritoneal (LP), B- Células Polimorfonucleares (PMN) e C- Células Mononucleares (MONO) dos grupos EI; EIA; EIPS; EIP; EIS; EIEASF, respectivamente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A utilização de espécies vegetais constitui-se uma das primeiras fontes terapêuticas para o tratamento de diversas patologias. Nos dias atuais, aproximadamente 60 % da população mundial faz uso de plantas medicinais e/ou produtos naturais veiculados pelo saber popular para o tratamento de variadas enfermidades. (ACOSTA, 2003)

A Morinda citrifólia (Noni) é relatada pelo saber popular como uma planta com diversas propriedades farmacológicas e, apesar de já ser descrita sua possível ação anti-inflamatória, não há registros na literatura científica comparando as diferentes formas de apresentação com a eficácia da ação anti-inflamatória quando administrado por via oral (gavagem).

Em nosso modelo experimental de indução de inflamação por carragenina, vários mediadores pró-inflamatórios estão envolvidos como neuropeptídeos, prostaglandinas, NO e citocinas (DE CASTRO FRANCA et al., 2007). Em relação à participação de citocinas pró-inflamatórias neste modelo, está bem estabelecido que os leucócitos, entre outras células, produzem IL-1b, IL-6, IL-8 e TNF. Por outro lado, os macrófagos produzem IL-10, uma citocina antiinflamatória que possui mecanismos importantes no controle da inflamação (MOSSER, ZHANG, 2008). Além disso, Dussossy (2011) descreve que a inflamação induzida por carragenina pode ser dividida em duas fases: a primeira fase, que ocorre até 1 hora após sua administração peritoneal, induzindo a liberação de histamina, serotonina e

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bradicinina e a segunda fase, que se inicia 3 horas após a administração, gerando a liberação de prostaglandinas E2 e infiltração neutrofílica local.

As dosagens da corticosterona plasmática se apresentaram elevadas em todos os grupos analisados por nós e tal fato se deve, provavelmente, ao processo de inflamação peritoneal induzido pela carragenina. A inflamação local gera além de um processo localizado, uma reposta sistêmica por ação em nociceptores peritoneais. O estresse, seja físico, moral ou social, é uma resposta orgânica mediada por neurotransmissores que acaba por ativar a região hipotalâmica. Esse evento estressor potente estimula a ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. (AIRES,1999; ORTH, 1992). A análise estatística não evidenciou diferença significativa entre os grupos, possivelmente pelo fato da liberação de CRH influenciar o sistema imune indiretamente, através da ativação da resposta ao estresse, ou diretamente, através de ação modulatória local na resposta inflamatória (CHROUSOS, 1995). Diversos fatores podem interferir no processo inflamatório, como a secreção do glicocorticoide endógeno, o qual bloqueia as fases iniciais da inflamação ou acelera o processo de reparação tecidual. (LAMANO, 2008).

Dentre os principais componentes identificados no Noni, a escopoletina e escoletina, derivados da cumarina, são os principais compostos que possuem atividade farmacológica conhecida. A capacidade de controlar o nível de serotonina no corpo (Levand e Larson , 1979) , em conjunto com ação anti - inflamatória ( Kang et al , 1999; . Kim et al , 2004; . Deng et al, 2007 ; Moon et al, 2007) e as atividades antioxidantes (Ikeda et al. , 2009) são as principais ações deste composto.

As cumarinas afetam a expressão de citocinas inflamatórias inibindo o fator nuclear (NF) - fator de transcrição B (Moon et al., 2007), que resulta na inibição da produção e libertação de citocinas pró-inflamatórias (TNF- alfa, IL-1 e IL-6) e mediadores pró-inflamatórios (PGE2, iNOS e mieloperoxidase) (Kang et al, 1999;. Kim et al, 2004;.. Deng et al, 2007).

Relatos da literatura evidenciam o efeito do Noni na inibição da produção do óxido nítrico na primeira hora após inflamação por administração intraperitoneal do Noni. Posteriormente sua ação (4 horas após administração) continua por inibir a produção de prostaglandinas E2. (DOSSOSSY, 2011).

As diferentes formas de apresentação do Noni por nós utilizadas estão baseadas nas concentrações disponibilizadas no comércio e podem ser

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9 (RIVAS et al, 2005; SERAFINE et al, 2011). Provavelmente estas doses comerciais são bem menores tentando evitar o efeito citotóxico do Noni já descrito na literatura (ANDRADA et al, 2007).

Apesar de dados da literatura exporem que o uso do Noni exercem um série de fatores antiinflamatórios, não obsevamos diferença estatística quando se comparamos os grupos que receberam o Noni (EIP, EIEAFS, EIPS) com o grupo controle (EI e EIA), quando se analisaram as contagens totais de células do Lavado Medular e Lavado Peritonial. O mesmo ocorreu quando se analisaram a contagem diferencial de células do Lavado Peritonial. Tal fato pode ter ocorrido pela diferença de concentração (baseada em dosagens comerciais) e pela via de administração (gavagem) por nós utilizadas.

Rivas e colaboradores (2005), observaram que somente preparações com concentrações do suco acima de 60% e volumes superiores a 20ml/kg resultavam em efeitos antiinflamatórios quando administradas por via oral. Serafine et al, 2011, realizou a administração de preparações com 100, 200, 400 mg/kg de extrato de Noni a um volume fixo de 10ml/kg, observando que somente valores maiores ou iguais a 200mg/kg foram efetivos na inibição da migração leucocitária. Entretanto, também foi observado que valores maiores que 400mg/kg não apresentavam diferenças estatísticas na redução da migração peritoneal leucocitária.

Entre os resultados apresentados observamos que o grupo Extrato Aquoso da Fruta seca apresentou resultados mais baixos quando comparados aos demais grupos onde o Noni foi preparado em forma de polpa. Estes resultados demonstram que as diferentes formas de preparação do Noni podem alterar o seu efeito imunomodulador frente à resposta inflamatória.

Não foi observado um efeito anti-inflamatório específico realizado pelo Noni em nosso modelo experimental, entretanto, observamos, que dentre as diferentes formas de apresentação do Noni que foram gavadas nos diferentes grupos, o extrato aquoso da fruta seca (EAFS) gerou redução do número de células no LP quando comparado às demais formas de apresentação do Noni, mostrando que esta forma apresenta uma tendência imunomoduladora frente inflamação;

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Referências

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