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Questão da causalidade entre preços a diferentes níveis de mercados agrícolas

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Academic year: 2021

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(1)A QUESTÃO DA CAUSALIDADE ENTRE PREÇOS A DIFERENTES NIVEIS DE MERCADOS AGRICOLAS. HELOISA LEE BURNQUIST Engenheiro Agrônomo. Orientador:. Prof. Dr. GERALDO SANTANA DE CAMARGO BARROS. Dissertação apresentada à Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", da Universidade de São Paulo, para obtenção do título de Mestre em Agronomia, Área de Concentração: Economia Agrária,. PIRACICABA Estado de São Paulo - Brasil D ezembro - 1986.

(2) ii. Ao W,lU.,Lam, meu mcvúdo, Pela PeA6on.a.Lí.,dade e F.vuneza no apoio de eada momenxo. Ã Cê.,üa e A-f.múto, melló pcú.6, Pela minha foJzmação. Ao Paulo e feJLna.ndo, melló fiilho.6, Po11, Ex�.túz.em..

(3) iii. AGRADECIMENTOS. Ao. Departamento de Economia e Sociologia Rural por conceder� ma boa formação acadêmica e pelas condições de trabalho o­ ferecidas para a realização desta tese.. A. Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz pelo amplo a­ poio ao desenvolvimento deste trabalho.. Ao. Instituto de Planejamento Econômico e Social (IPEA) auxílio financeiro através de projeto de pesquisa ao este trabalho está vinculado.. Ao. Professor Geraldo Sant'Ana de Camargo Barros pela orienta­ ção e colaboração prestadas.. Ao. Professor Paulo Fernando Cidade de Araújo pelas e incentivo.. pelo qual. sugestões. Aos Professores Pedro V. Marques e Fernando Curi Peres pela re visão e sugestões apresentadas. A. todos que colaboraram direta ou indiretamente para o andamento deste trabalho.. bom.

(4) iv íNDICE Página LISTA DE FIGURAS E TABELAS----------------------------. vi. RESUMO------------------------------------------------. x. SUMMARY----------------------------------~------------. xii. 1. INTRODUçAo-----------------------------------------. 1. 1.1. Importância do Problema-----------------------. 1. 1.2. Objetivos-------------------------------------. 4. 1.3. Hipótese--------------------------------------. 5. 2. MATERIAL E MÉTODOS---------------------------------. 7. 2.1. Fonte e Utilização dos Dados------------------. 7. 2.2. Determinantes das Relações entre Preços nos. V~. rios Niveis de Mercado------------------------. 9. 2.2.1. O Modelo Competitivo-------------------. 9. 2.2.2. Implicações sobre. a Causalidade. entre. Preços em Diferentes Niveis de Mercado--. 12. 2.3. Evidências Empiricas--------------------------. 16. 3. PROCEDIMENTO PARA ANÁLISE DE CAUSALIDADE-----------. 28. 3.1. O Teste do Sentido de Causalidade-------------. 28. 3.2. Elasticidades de Transmissão de Preços--------. 34. 3.3. Transmissão de Variações nos Preços em Modelos de Causalidade Bidirecional-------------------. 36. 4. ANÁLISE DOS RESULTADOS-----------------------------. 43. 4.1. Testes de Causalidade-------------------------. 43.

(5) v Página 4.2. Estimação das Elasticidades de Transmissão. en. tre Preços------------------------------------. 57. 4.2.1. Causalidade Unidirecional--------------. 57. 4.2.2. Causalidade Bidirecional---------------. 63. 5. CONCLUSOES-----------------------------------------. 73. 6. LITERATURA CITADA----------------------------------. 79.

(6) vi LISTA DE FIGURAS E TABELAS. página. Figura 1 : Efeito de Variação na Demanda primária- ............... 13. Figura 2 : Efeito de Variação na Oferta Primária ................. 14. Figura 3: Efeito de Variação na Oferta de Insumos de Mercado· 15 Figura 4: Efeitos de Choques Transitórios em. UI. Sobre os Pre. ços a Nível de Varejo, Mercado de Feijão da Cidade de são Paulo, 1981-1985 ............................•... Figura 5: Efeitos de Choques Transitórios em. UI. Sobre os. ços a Nível de Atacado, Mercado de Feijão da. 71. Pr~. Cida. de de são Paulo, 1981-1985·····.··.····.·····.·· ... ·· ... 71. Figura 6: Efeitos de Choques Transitórios em U 2 Sobre os Pre ços a Nível de Varejo, Mercado de Feijão da Cidade de são Paulo, 1981-1985 ................................ Figura 7: Efeitos de Choques Transitórios em u 2 Sobre os ços a Nível de Atacado, Mercado de Feijão da. 72. Pr~. Cida. de de são Paulo, 1981-1985········.····.···.·····.··· ... 72. -x-x-x-x-x-x-x-x-xTabela 1: Equações dos Testes de Exogeneidade Econométricade Preços a Nível de Atacado (P~) e Varejo (P~),. Mer. cado de Feijão da Cidade de são Paulo, 1972-1985'·. 46.

(7) vii página Tabela 2: Equações dos Testes de Exogeneidade Econométrica. a. de Preços a Nível de Atacado (P ) e Varejo t Mercado de Feijão da Cidade de são Paulo, Subperío do I. (1972,1 - 1980, XII), Subperíodo 11 (1981, 1-. 1985, XII) ......... •....................................... Tabela 3: Equações dos Testes de Exogeneidade. 47. Económétrica. de Preços a Nível de Atacado (P~) e Varejo Mercado de Cebola da Cidade de são Paulo, 1972-1985.. Tabela 4: Equações dos Testes de Exogeneidade. 51. Econométrica. a de Preços a Nível de Atacado (P ) e Varejo t Mercado de Cebola da Cidade de são Paulo, Subperío do I I -. (1972, I - 1980, XII), Subperíodo 11 1 985. (1981,. XI I) ............................................ I. Tabela 5: Equações dos Testes de Exogeneidade de Preços a Nível de Atacado (P~). 52. Econométrica e Varejo. Mercado de Batata da Cidade de são Paulo,. v. (P t) ,. 1972-. -1985 ..................................................... .. 54. Tabela 6: Equações dos Testes de Exogeneidade Econométrica . a de Preços a Nível de Atacado (P ) e Varejo t Mercado de Batata da Cidade de são Paulo, Subperí2 do I I -. (1972, I - 1980, XII), Superíodo 11 1 985. I. (1981,. XI I). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. Tabela 7: Equação de Transmissão de Preços no Mercado. 56. de. Feijão da Cidade de são Paulo, 1972-1985. ............ 60.

(8) ix página. Tabela. 8: Equação de Transmissão de Preços no Mercado. de. Feijão da Cidade de são Paulo, 1972-1980 ••.....•.• Tabela. 9: Equação de Transmissão de Preços no Mercado. de. Cebola da Cidade de são Paulo, 1972-1985........... Tabela 10: Equação de Transmissão de Preços no Mercado. Tabela 12: Resultados do Ajustamento em Dois Estágios. das. Equações Simultâneas aos Preços a Nivel de. Ataca. Paulo,. 62. de. Batata da Cidade de são Paulo, 1981-1985 ••.......•. do e Varejo, Mercado de Feijão da Cidade de. 62. de. Cebola da Cidade de são Paulo, 1981-1985 .•.. .....• Tabela 11: Equação de Transmissão de Preços no Mercado. 61. 63. são. 1981-1985 ....................................... 66. Tabela 13: Multiplicadores de Choques Transitórios (I) e Per manentes (11) em. Ul. e u 2 Sobre os Preços a. de Atacado e Varejo, Mercado. Nivel. de Feijão da Cidade. de são Paulo, 1981-1985... ............................. 70.

(9) x. A QUESTÂO DA CAUSALIDADE ENTRE PREÇOS A DIFERENTES N1vEIS DE MERCADOS AGR1COLAS. Autora: HELOISA LEE. BURNQUIST. ORIENTADOR: PROF. Dr. GERALDO SANT'ANA DE CAMARGO BARROS. RESUMO. O objetivo desta pesquisa é o de avaliar efeitos de mudanças em variáveis exógenas e de inferir. os sobre. os efeitos de algumas políticas de mercado sobre os preços. e. margens de comercialização de três produtos agrícolas.. Isso. foi realizado com base em estimativas de elasticidades. de. transmissão de preços obtidas após a determinação do. sentido. de causalidade entre os preços. Obtiveram-se evidências de que a. causalidade. entre os preços a diferentes níveis de mercados agrícolas. pode. variar conforme os períodos selecionados para análise.. Esses. períodos foram selecionados de acordo com evidências. empíri-. cas quanto à predominância de efeitos de choques de oferta. e. de demanda dos mercados paulistas dos produtos feijâo, cebola e batata. Observaram-se alguns períodos. caracterizados. pela causalidade unidirecional de preços ao atacado a. preços. ao varejo, indicando que os choques de oferta tenderam a predominar, ao longo do período considerado, sobre os choques de demanda. Choques de demanda mostraram-se importantes para. o.

(10) xi mercado de feijão no período 1981-1985 (causalidade bidirecio nal). A ausência de causalidade entre os preços foi determina da em vários períodos, possívelmente devido a outros fatores, que não os relacionados à oferta ou à demanda. Uma vez determinado o sentiqo de. causalidade. entre os preços procedeu-se à estimativa de elasticidades transmissão de preços em modelos onde a causalidade. de. mostrou-. -se unidirecional. Em modelos de causalidade bidirecional essas elasticidades de transmissão de preços foram estimadas através de modelos de equações simultâneas. Em ambos os os valores obtidos quanto à transmissão entre os preços. casos mos-. traram coerência com a teoria, com as variações dos preços ao atacado sempre maiores que as dos preços ao varejo. Concluiu-se que as implicações da. existência. de uma causalidade variável entre os preços no âmbito da formulação de políticas geram uma necessidade do conhecimento es pecífico das circustâncias em que vão ser tomadas medidas. de. intervenção no mercado. Ao se estabelecerem políticas de contrõle de preços a um determinado nível de mercado, os efeitos decorrentes sao dependentes do sentido de causalidade prevale cente entre os preços. No caso dos mercados analisados, podem ser. pr~. vistos nos períodos em que a causalidade foi unidirecional,de preços ao atacado a preços ao varejo, efeitos relacionados. a. choques de oferta. Uma politica de fixação de preços mínimos a um nível acima do equilíbrio de mercado, por exemplo, a reduzir as margens de comercialização. Os efeitos. tende de um ta.

(11) xii. belamento nos preços ao consumidor não podem ser previstos. ne~. ses mercados durante o per iodo de análise, pois não foi deter minado um sentido de causalidade coerente com a predominância de choques de demanda..

(12) xiii. CAUSALITY BETvlEEN PRICES AT DIFFERENT LEVELS OF AGRICULTURAL MARKETS. Author: HELOISA LEE BURNQUIST Adviser: PROF. DR. GERALDO. SM~T'AN~. DE CAMARGO BARROS. SUMJ.>.1ARY. The objective of this paper is to evaluate the effects of changes in exogenous variables and to infer effects of some market policies on the prices margins of some. agricultural. products. and by. the. marketing estimating. elasticities of price transmission after determining causality direction between wholesale and retail prices. Initially, evidence show that causality beuveen wholesale and retail prices can vary depending on period considered. Periods analysed were dividided in. the. tirite. subperiods. due to empirical evidences of supply and demand shocks on the são Paulo bean, onion and potato markets. Some periods characterized by a unidirectional causality prices to retail prices, indicating that. of. wholesale. supply. predominated over demand shocks in these periods. shocks were shown to be important in the bean 1981-85 (bidirectional causality).. "lere. market. shocks Demand from.

(13) xiv The absence of causality was determined. for. some periods indicating, possibly, influence of factors other than those related to supply or demando After determining. the. causality. direction. between prices, the elasticity of price transmission estimated for models where causality. was. shown. was. to. be. unidirectional. In models with bidirectional causality. some. aspects of price variation transmission were evaluated. both cases price transmission values obtained with theoretical studies, with price. In. are. coherent. at. wholesale. changes. level always being larger than the corresponding retail price changes. The implications of the existence of causality between. prices. establishing price control. is. shown. policies. to at. variable. be important when a. certa in. level. The effects of these policies are dependent. market on. the. prevailing direction of causality between prices. In the markets analysed,. for. periods. where. unidirectional causality from wholesale to retail prices were observed, effects. due to. Minimum price. supply. shocks. policies set. can at. be predicted. a. market equilibrium would tend to reduce marketing. level above margins.. The effects of price control at the consumer level during the period analysed cannot be predicted since causality coherent with the demand determined.. shocks. a. direction could. not. of be.

(14) 1. 1. INTRODUçAo. 1.1. Importância do Problema. Manteve-se por um longo período a idéia de que o objetivo de maior relevância nos estudos voltados ao. setor. agrícola, em países com baixos níveis de renda, seria a deter minação de medidas que conduzissem ao crescimento. da. de produtos a um rítmo compatível com o crescimento da. oferta deman. da. No entanto, à medida em que evidências. empír~. cas, tanto para o Brasil como para outros países, não fornece ram apoio à premissa de insensibilidade da oferta agricola apreçc:s (BRANDI'. et alii,. 1968;. PASTORE, 1973), os estudos dos mercados. agrícolas passaram a ter uma maior importância relativa (ACCA RINI, 1978). Esses estudos, em nosso país, têm focalizado problemas relativos às margens de comercialização pelos agentes de mercado e à alta instabilidade agrícolas. (BARROS, 1985,. os. praticadas dos. preços. BARROS e XAVIER, 1979). a. urna. série de problemas a nível de comercialização, tais corno. es. ~íargens. elevadas têm sido relacionadas. truturas oligopolizadas de mercado, tecnologia e infraestrutu ra deficientes, pouca sistematização e falta de cia nas informações econômicas.. transparên.

(15) 2 A alta. liada. inslabjljdad~. dos. pr~ços. agrIcolos. à instabilidade da produção têm gerado problemas. duas naturezas. A renda dos a9ricultores torna-se levando-os a limitarem os investimentos que possam ver. a. de. instável, desenvol. o setor, face aos riscos envolvidos. Por outro lado,. o. abastecimento e preços de produtos a nível de consumidor tor nam-se instáveis, afetando o bem-estar. dos. consumidores. (BARROS, 1985).. Visando re9ularizar os mercados agrícolas, intervenção governamental neste setor tem sido realizada. a. través da utilização de vários instrumentos de políticas, do predominado as políticas de curto prazo de preços, corno os programas de preços. a. te~. tais. minimos~tabelamento.. Além da intervenção governamental, os. merca. dos agrícolas estão sujeitos aos efeitos de mudanças em. va. riáveis exógenas sobre a demanda e oferta de produtos e insu mos, tais corno renda per capita, população, condições. climá. ticas, taxações, etc. A. previsão dos efeitos dessas mudanças. sobre. os preços e margens de comercialização torna-se importante à avaliação da eficiência do mercado e das políticas. voltadas. à sua regularização. Para a realização dessas análises é fun. damental a determinação do sentido da causalidade de. preços. entre os níveis de mercado. Grande parte dos estudos relacionados aos pre ços e margens dos mercados agrícolas têm considerado corno um pressuposto, a relação de exogeneidade dos preços de em relação aos preços de venda (JUNQUElRA. et. alii. compra (1968),.

(16) 3. BRANDT (1971), CARMO (1974), RUAS (1978)e FIALLOS (1981». Outros consideram a relação de. exogeneidade. dos preços de venda em relação aos preços de compra (Sayad , Brandt et alii, citados por TEIXEIRA (1982». sem. verificar. de modo empírico a sua validade. A indefinição quanto à relação entre as variá veis em termos de causa e efeito pode gerar sérios problemas econométricos quand.o pressuposições inadequadas forem feitas. HEIEN (1980) e TEIXEIRA (1982) realizaram tes tes de direção de causalidade entre preços a diferentes veis de mercado, com base em método apresentado por. ní. Granger indic~. e implementado por SIMS (1972). Os resultados obtidos. ram a predominância de uma causalidade unidirecional dos. pr~. ços de atacado para os preços de varejo. Esses trabalhos. no. entanto, analisam somente o sentido de causalidade que predo mina ao longo do período estudado ao invés de considerar possibilidace de que o sentido c.e causa e efeito entre. a os. preços dos mercados agrícolas pode ter sentido variável. con. forme. para. ana. A possibilidade da mudança no sentido de. cau. o. subperioào de. tempo. selecionado. lise.. sal idade entre os preços agrícolas decorre de que o. mecanis. mo de formação e trarumdssão de preços pode sofrer choques diferentes níveis de mercado. Ora podem predominar. em. choques. a nível do produtor, ora a nível de atacado e ora a nível de varejo. Além disso, a própria estrutura de mercado e o e tipo de intervenção governamental nos mercados. grau. agricolas. podem variar. Â medida em que essas mudanças ocorram,. podem.

(17) 4 -se alterar os mecanismos de transmissão de preços que. indu. zam a mudanças no sentido de causalidade entre os preços. Se o sentido de causalidade entre os preços e alterado, deve-se proceder às alterações adequadas nos. méto. dos de estimação, para se obter estimativas apropriadas elasticidades de transmissão de preços. Estas. das. elasticidades. associam variações relativas no preço a um nivel de. mercado. a variações relativas no preço a outro nivelo A possibilidade de se determinar com. maior. precisão as relações entre variações relativas nos preços diferentes niveis do mercado é de grande valia as. a. análises. da eficiência dos mercados agricolas, além de permitir. urna. melhor compreensão do funcionamento desses mercados.. 1.2. Objetivos. O objetivo primário desta pesquisa e os efeitos das mudanças de variáveis exogenas e de politicas de mercado sobre os preços. .e margens de. avaliar algumas comercia. lização de alguns produtos agricolas, a partir de novas esti mativas das elasticidades de transmissão de preços. Tal sera feito em duas etapas. Para se obter essas novas estimativas de elas ticidades de transmissão de preços, pretende-se. primeiramen. te determinar a direção de causalidade entre os preços. agri. colas nos niveis de atacado e de varejo. Numa segunda fase, serão estimadas. elastici. dades de transmissão de preços a partir de equações envolven.

(18) 5. do as variáveis endógenas e exógenas conforme determinado na primeira fase. A presente pesquisa difere. de outros. traba. lhos na medida em que procura testar hipóteses de diferentes relações de causalidade em diferentes periodos de tempo. Os mercados dos produtos a serem. analisados. sao os de feijão, cebola e batata na cidade de são Paulo, colhidos tanto pela sua importância na cesta básica de. e~. ali. mentação da população paulistana como também pelo fato de se rem produtos comercializados predominantemente "in natura" e no mercado interno, o que torna mais simples e objetiva. a. avaliação dos aspectos tratados neste trabalho.. 1.3. Hipótese de Trabalho. várias análises têm utilizado testes de senti do de causalidade entre variáveis econômicas para determinar relações estruturais ou para avaliar relações de causa e efe! to sob um aspecto dinâmico do sistema econômico «SIMS, ( 1972), BESSLER (1984), HEIEN (1980), TEIXEIRA (1982),. CHAMBE RS. ( 1 984) e CIBAN'IOS ( 1 983) ) •. O aspecto de causalidade entre. preços. colas tem sido relacionado à questão de estrutura. de. agr! merca. do.. t. comum atribuir a relação causal dos. preços. de compra para os preços de venda nos mercados agricolas vido à prática de uma politica de "markupll sobre os. de. custos.

(19) 6. diretos em nercados menos competitivos. (HEIEN. (1980). e. TEIXEIRA. (1982». Tal inferência é, porém, parcialmente válida,. uma. vez que a ausência de competição é apenas suficiente. para. tal causalidade. Na verdade, segundo BARROS (1985), tal tipo de causalidade pode ser verificada também·sob competição, na medida em que fatores do lado da oferta se alteram. enquanto. que os relacionados à demanda permanecem constantes. Dessa forma, a ausência de competição e, sequentemente, a formação de preços através de urna. con. política. de "markup" não é condição necessária para que a relação. de. causalidade seja dos preços de compra para preços de venda. GARDNER (1975) em um modelo estático. demons. trou que sob condições competitivas, conforme o tipo de even to e consequente efeito sobre a demanda primária (do consumi dor), a oferta primária (do produtor) ou a oferta de insumos de comercialização, os preços a óiferentes níveis do mercado podem mover-se numa mesma direção ou em direções diferentes. Pode-se inferir que se ocorrer. predorainãncia. de efeitos sobre a demanda primária, por exemplo, as relações entre os preços podem diferir das resultantes de uma. predom~. nãncia de efeitos sobre a oferta primária, sejam estes resul tantes. de nudanças em variáveis exógenas ou de políticas de nercado. Neste trabalho pretende-se apresentar. evidên. cias favoraveis a esse argumento, qual seja, o sentido de cau sal idade entre os preços pode variar de acôrdo com a importân cia de fatores ligados à oferta e demanda de produtos colas.. agr!.

(20) 7. 2. HATERIAL E M:t:TODOS. 2.1. Fonte e Utilização dos Dados. Nesta pesquisa analisa-se através de um teste; l_. empirico de causalidade o sentido de causa-efeito entre ços mensais a nivel de atacado e de varejo de feijão,. pre ( \. cebola). e batata no mercado da cidade de são Paulo. Para cada produto considerado, foram dos preços a nivel de atacado e varejo no periodico. coleta Informa. ções Econômicas (vários anos). Os dados de preços a nível de varejo referem-se a uma média dos diferentes tipos de cada produto existentes no mercado ponderados pelos equipamentos de distribuição à nível varejista (feira livre, pório, quitanda e supennercados). Os dados de preços a nível deatacédo. ~. ut~. lizados correspondem a uma média dos principais tipos de cada produto comercializados no mercado, de acordo com. o. per iodo. de levantamento. Tal critério na elaboração de médias mensais dos principais tipos dos produtos comercializados no. mercado. visa estabelecer uma relação com os preços considerados. no. varejo. Considera-se este critério viável, principalmente por.

(21) 8. serem os produtos envolvidos na análise relativamente. perecí. veis, não suportando o armazenamento por períodos de. tempo. muito prolongados. Para efeito de análise as séries. de. preços. considerados referem-se a um período total de 1972-1985, e subdivisão deste período em dois, a saber 1972-1980. e. a. 1981-. 1985. A escolha do período total da análise. foi. feita neste trabalho, de modo a considerar um período de. tem. po suficientemente extenso para abranger os fatores relaciona dos a. possíveis alterações na oferta e na demanda nos. merca. aos dos produtos analisados. A subdivisão do período total foi. realizada. em função do objetivo de se verificar a existência de um. sen. tido de causalidade variável entre os preços a nível de. ata. cado e varejo, de um período a outro.. O critério adotado. ra a subdivisão dos períoàos foi a observação de. p~. evidências. empíricas quanto à predominância dos efeitos de variáveis relacionãEsa alterações na oferta e na demanda, respectivamente, nos merca dos dos produtos analisados. causalida. Para a determinação de sentido de. de entre os preços as séries foram tomadas considerando-se ços nominais submetidos a um processo de filtragem,. pr~. visando. eliminar a autocorrelação nos resíduos. Foi realizada uma estimativa de elasticidades as. séries. 1972-1980 e 1981-1985. Para tal estimativa as séries. de pre. de transmissão entre os preços, considerando-se.

(22) 9. ços foram deflacionados pelo !ndice 2 do periõdico ra Econômica (base ano 1977. = 100),. Conjuntu. considerados com. quatro. casas decimais.. 2.2. Determinantes das Relações entre Preços. nos Vários. Níveis de Mercado. 2.2.1. O Modelo Competitivo. O modelo para determinação de preços. e. mar. gens de comercialização utilizado neste trabalho baseia-se na existência ele 'equilIbrio corrpetitivo sirrultâneo no r:ercado agrícola e no setor de comercialização (GARDNER, 1975). uma indústria competitiva de comercialização. Considerou-se de. alimentos. usando dois fatores de produção - matéria-prima agrícola (a) e insumos de mercado (b) - para produção do bem final. ven. dido no varejo (x). Deve-se ter em consideração que a utilização de um no delo corrq;:>etitivo de equilÍbrio simultâneo aos três níveis de nercado en volve limitações. er.t. refletir a realidade dos mercados agrícolas em. va. rios casos. A utilização desse rroc1elo no trabalho, no entanto, visa espe cificanente associar os efeitos de choques de oferta e de clerra:nda sobre os preços e margens de COItErcialização a um sentido de causalidade. en. tre os preços. GARDNER (1975) utilizou-se de um nodelo sinultâneo com seis equações básicas: (1). x. (2) x. =. f(a,b). = D(Px,N).

(23) 10. dx (3) Pb = Px.fb, CilJ (4 ) Pa. (5) Pb (6) Pa. -ªL. = Px.fa, = g (b, T) = h (a, W). da. = fb = fa. onde: (1) representa a função da produção da indús-. à. tria, a qual Gardner pressupôs possuir retornos constantes escala;. (2) representa a função de demanda de x,. sen. do Px o preço de varejo e N uma variável exógena (renda per capi ta, por exerrplo); (3) e (4) representam as igualdades do preço do ao seu valor de proà.u.to narginal, condição necessária para. fator. rraximização. do lucro das fin-uasj (5) e (6) representam as ofertas dos dois insunos de. ~. nercialização considerados, sendo T e W variáveis exógenas (por exenplo , um :i.nposto e clima, respectivarrente). Por reio da corrbinação e diferenciação total das. equa-. çoes, GARDNER (1975) detenninou a elasticidade da razão de preços a nível de varejo e proà.utor (SPx/Pa) em relação às variáveis exógenas mIac:ibna.&s. à dem:mda do prcx1uto a nível de varejo, à oferta dos insunos de conercia lização e à oferta de rratéria-prirna agrícola. Considerou a. pressuposição. de que a elasticidade de substituição entre os insunos de CClllEI'Cialização e de natéria-prima agrícola é constante. Tal pressuposição pode não. se. aplicar a produtos relacionados. na. a. acentuadas evoluções tecnológicas. carercialização e na proà.ução agrícola; considera-se no entanto que os pro dutos considerados neste trabalho não envolvem, de TiE11eira geral, tais ca racterísticas. As principais conclusões do estudo de Gardner par2. n:ercados competitivos agrírolas são: - variações na demanda final de. um produto. os agrí.

(24) 11. cola tendem a causar variações de sinal contrário nas gens de comercialização.. Assi~. mar. face a um aumento na. per capita, outros fatores constantes, a margem. renda. percentual. de comercialização tende a reduzir. agríc~. - variações na oferta de materia-prima la produzem efeito de mesmo sentido nas margens de. comercia. lização. Isto significa que urna redução na oferta. ~grícola. (devido ao clima, por exemplo) tende a reduzir a margem. peE.. centual de comercialização. - variações na oferta de insumos de. comercia. lização tendem a produzir efeitos de mesmo sinal sobre margens.. Assi~um. as. aumento nos impostos sobre o comércio, por. exemplo, tendem a elevar as margens. - em geral a elasticidade de transmissão. de. preços do nrodutor ao varejo são inferiores à unidade, o que significa que os preços tendem a ser mais estáveis à. medida. que se passe do nível de produção para o nível de consumidor. Esses resultados permitem prever efeitos de po líticas voltadas ao controle de preços nos mercados las, tais corno o tabelamento de preços ao consumidor e. agríco pr~. gramas de políticas de preços nú:nirros. BARroS e XAVIER (1979) reali zaram uma avaliação destas políticas.. Sob a pressuposição de. que a elasticidade de oferta de produtos agrícolas (e a ) é me nor que a elasticidade-nreço dos bens e serviços. de comercializa.

(25) 12 ,. chegaram as seguintes conclusões: - um tabelamen. çao. to do preço ao consumidor, abaixo do preço de equilíbrio mercado, deverá aumentar a margem percentual de. de. comercializ~. çao e, a. fixação de preços mínimos acima do preço de brio de mercado tenderá reduzir as margens de. equilí. comercializa. çao.. 2.2.2. Implicações sobre Causalidade entre Preços. em. Diferentes Níveis de Mercado. As variáveis que influenciam as relações entre os preços nos mercados agrícolas competitivoÉ causam efeitos diferenciados de acordo com o nível de mercado em que. elas. resultar sentidos de. causa. atuam. Em função disso, podem lidade. diferentes entre os preços, de acordo com a variável. cujos efeitos predominam nos mercados agrícolas. Tal afirmação é demonstrada pela análise gráfi ca. a seguir. 2. .t. Considera-se,. por exemplo, que num. mercado. agrícola competitivo - corno descrito pelas equações (1) a (6)-. 1. Tal pressuposição decorre do fato dos pro dutos agrícolas terem oferta relativanente preço -inelástica por serem intensivos no uso de terra, enquanto que os in sumos de comercialização, não sendo específicos ao setor (transporte, trabalho, etc.), teriam uma oferta mais pre ço-inelástica.. 2. A análise gráfica baseia-se no método apresentado Tomek e Roblnsou, exposto por BARROS (1985).. por.

(26) 13. predominam os efeitos de aumento na renda per capita dos con sumidores. Consequentemente tem-se um aumento na demanda nível de varejo pelo produto agrícola, outros fatores. a cons. tantes. Graficamente, ocorre o seguinte:. PX. t. Po. 5x. 50 :X, PX o ~o ,. Ox. POo \. , 0'0 Do. li: /. xx o ,. u.t.. 0/ u.t.. oo o ,. Figura 1: Efeito de variação na Demanda Primária. A demanda a nível de varejo (Dx) desloca-se pa ra a direita mantendo a mesma distância vertical em. à demanda ao produtor (Da) uma vez que. a oferta. relação. de. insumos. de comercialização (Sb) nao se altera 3 ... o. aumento na demanda a nível de varejo gera um. aumento na demanda por matéria-prima e por insumos de. comer. cialização. Como as ofertas aos três níveis do mercado. 3. Para a análise gráfica fez-se a pressuposição de que elasticidade de substituição entre a e b é nula.. man. a.

(27) 14. têm-se constantes, os preços aumentam. Sob essas. condições,. pode-se argumentar que o aumento do preço ao varejo. causou. aumento nos preços a outros níveis do mercado agrícola.. Ou pr~. seja, tem-se uma indicação de sentido de causalidade dos ços de venda para os preços de compra. Sob as mesmas condições de mercados, os tos esperados no caso de ocorrência. de adversidades. efei climá. ticas que reduzem a oferta de produtos agrícolas podem. ser. representados graficamente da seguinte forma: Px,Pa Sx. So. ... 01I. L -_ _ _ _ _ _ _ _ _ _...I...I~--------. -x -x 1. o. X. U.t.. u.t.. õ,ã o Figura 2: Efeito de Variação na Oferta primária A oferta agrícola (Sa) desloca-se para a querda mantendo-se a mesma distância vertical em relação. es a. oferta no varejo (Sx), uma vez que a oferta de insumos de co mercialização (Sb) não se altera. A redução da oferta de matéria-prima reduz. a. oferta ao nível de varejo. Como as demandas pela matéria-pri ma e a nível de varejo nâo se deslocam, os preços a nível de.

(28) 15. aumentam. No entanto, a quantiu.ade. proc~. rada de x se reduz: consequentemente a quantidade e o. preço. produtor e varejo. > O. A redução na oferta de ma b téria-prima, em função de variáveis exógenas, pode ser inter. de b se reduzem, dado que e. pretada como dando origem a uma causalidade no sentido. dos. preços de compra para os preços de venda. Considera -se. a seguir a ocorrência de. uma. redução na oferta de insumos de mercado (b) em função,. por. exemplo de uma taxação sobre os bens e serviços de. comercia. lização. Os efeitos decorrentes da redução na oferta de. in. sumos de mercado podem ser representados graficamente da. se. guinte forma: pX,Po. S'X. Sx. So. ~oo P(I. 1. ....._ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _~~_-~----.......x/u.t.. XX 1. o. 0/ U.t.. õ1 Õ O. Figura 3: Efeito de Variação na Oferta de Insumos de Mercado. Observa-se que a demanda a nível do agricultor (Da) desloca-se para baixo e que a oferta a nível de. varejo. (Sx) desloca-se para cima. A oferta de matéria-prima. mante.

(29) 16. ve-se inalterada, sendo que a. demanda por matéria-prima. locou-se em função da redução na oferta de insumos de. comer. cialização. De tal forma, os preços a nIvel de produtor reduzem. Verifica-se que um aumento nos impostos de. des. se. comerci~. lização ao retrair a oferta de b, provocam'um aumento em. P. b. para qualquer quantidade. Consequentemente, px aumentará com a redução da oferta de. ~,. dado que Dx não se desloca. Nestas. condições verifica-se que face a um aumento nos preços de in sumos de comercialização ocorre um aumento dos preços a. nI. vel de varejo. Como ficaria a questão da relação de causalida de entre Px e Pa no caso de variações na oferta de. insumos. de comercialização ? A resposta, no caso, parece ser a. de. que não há relação de causalidade entre as variações em Px e Pai. ou seja, Px e Pa estão sendo causados por uma. terceira. variável (P ). b Para se considerar que o sentido de. causal ida. de entre os preços agrIcolas é fixo, e necessário que não se altere entre perIodos de tempo diferenciados. este quanto. à predominância dos efeitos exógenos atuando no mercado.. O. sentido de causalidade é variável, se o sentido de causa-efei to entre os preços se alterar de um perIodo a outro.. 2.3. Evidências EmpIricas. Deve-se ressaltar a princIpio, que o uso. de. uma série mensal de dados, como se fez nesta pesquisa, tende.

(30) 17. rá evidentemente a revelar forte efeito associado ao lado da oferta. Sabe-se que ao longo dos meses do ano a disponibil ida de de produtos agrícolas tende a variar, com queda da. safra. para a entressafra. Por outro lado, ao longo dos meses pouca variação de demanda tenderiaa ocorrer.. Espera-se que. efeito seja controlado mediante eliminação da. esse tipo de sazonalidade. dos dados, o que será feito nesta pesquisa mediante. emprego. de variáveis binárias. Sendo o objetivo da pesquisa o de trazer. evidên. cias favoráveis à hipótese de que as relações de causalidade entre preços agrícolas ao longo do processo de. corrercialização. tem sentido variável, busca-se a seguir classificar os vários fatores associados aos preços agrícolas em termos de efeitos. sobre a demanda, oferta ou custo de. seus. comercializaçã~. que possam ter tido efeitos mais duradouros sobre os. preços,. de forma a suplantar o efeito associado à periodicidade dos dados.. a) Variáveis relacionadas à demanda Para avaliar alterações nas tendências da. demanda. foram considerados aspectos relacionados ao desemprego e. sa. lários. Observa-se pelas considerações a seguir no Brasil, foram tomadas medidas recessivas de política nômica no período pós-19B1, visando conter o processo cionário que se desencadeou a partir do segundo choque. que, eco infla de. oferta de petróleo em 1979. Tendo em vista as dificuldades relativas. a.

(31) 18 mensuraçao do nível de desemprego no Brasil, adotou-se. como. alternativa a utilização da medida do "hiato do PIB". como. uma aproximação empírica para o conceito de capacidade. ocio. sa da economia (CONTADOR, 1985). O nível de capacidade. ocio. sa da economia reflete as tendências de expansão e. recessao. econômica. A associação entre desemprego e capacidade. ocio. sa ocorre, dado que nos períodos de expansão (recessão). eco. nômica o nível de desemprego tende a diminuir (aumentar). Quan do. a capacidade ociosa aumenta, o "hiato do PIB" tende. a. crescer e também o nível de desemprego. O mesmo pode ser. di. to no sentido inverso. Considerando-se a análise empírica. realizada. por CONTADOR (1985) para o caso brasileiro, evidencia-se que no período 1972-80, o "hiato do PIB II decresceu, passando. a. aumentar a partir de 1981, quando foram alcançados níveis su periores a 5% de ociosidade da capacidade produtiva, em corrência da adoção pelo governo de medidas políticas. de reces. sivas. Antes de se aplicarem as medidas buscou-se. recessivas,. através da alteração da política salarial em 1979,. provocar a desindexação dos salários. Observa-se que a. medi. da que os salários representam mecanismos de indexação implí citos na remuneração dos trabalhadores, eles. constituem-se. em multiplicadores inflacionários. Em 1979 foi promulgado o Decreto-Lei 2.045 que alterou o processo de reajuste salarial, passando de. reaju~. te anual com base em 100% da variação do índice Nacional. de.

(32) 19. Preços ao Consumidor (INPC) a reajuste semestral com base. em. 80% da variação observada no INPC no semestre anterior. Se a desindexação salarial tivesse sido va, com a aplicação de medidas recessivas a partir de. efeti 1981. I. " ceteris paribus", deveria ter ocorrido unia queda na evolução inflacionária. Pelos resultados obtidos em análise. realizada. por MODIANO (1983), para o período 1966-81, não existe. supoE. te empírico à estimação de que a transição de reajustes anuais para semestrais tenha. provocado modificações. significativas. do parâmetro de indexação, bem como um choque de salários. De qualquer forma, sabe-se que em decorrência de mudanças das políticas salariais houve forte impacto negativo sobre os salários reais, especialmente em 1983/84. Assim. par~. ce razoável admitir que a primeira metade da década de. 1980. foi marcada pela redução do emprego e dos salários reais,. do. que teria resultado contração da demanda em geral, e da dernan da pelos produtos agrícolas em particular..

(33) 20. b) Variáveis relacionadas à Oferta Para avaliar alterações nas tendências da ofer ta nos mercados de feijão, cebola e batata na cidade de. são. Paulo, foram ronsideradas evidências relacionadas ãprodutividade agrírola. Feijão O feijão no Brasil. tem evoluIdo com. caracte. rIsticas de baixa produtividade (em torno de 500 kg/ha), sendo que esta, embora oscilante, não apresentou sinais de. cresci. mento da última década até meados da presente década de (HELLMEISTER,. (1980) e DALL'ACQUA et alii,. (1984». O. 80 cresci. mento da produção tem se relacionado basicamente ao crescimen to da area plantada. Em decorrência da crise de abastecimento,. em. fins da década de setenta, foram tomadas urna série de medidas de políticas governamentais de incentivo à cultura de. feijão. em 1981, que culminaram numa super-produção na safra 1981/82, tendo sido eS.ta a maior safra obtida de feijão em toda a. his. tória do Pais. Entre as medidas adotadas, tem-se a fixação de preços mInimos a valores substancialmente superiores ao. ante. rior, reajustados ainda por ocasião da segunda safra e. finan. ciamento de 100% do Valor Básico de Custeio a todos os. produ. tores. Criaram-se programas. creditIcios. especIficos. culturas. voltados. produção. gia. de exportação e/ou. os quais. rotação. com. promoveram feijão.. ral foram também. a. consorciação,. Medidas. favoráveis. de de ener. intercalação do. fatores de incentivo (VICENTE. Seguro et. e/ou Ru alii,.

(34) 21. 1983) . Afora estas, medidas visando estimular a produ 3~. çao do feijão de inverno (irrigado, considerado como. ép~. ca, sendo cultivado de maio a junho), foram implementadas atra a taxaS de juros. compe~. tanto para investimento como para custeio.. Cabe. ves de incentivo via financiamento satórias. ressaltar que a cultura de feijão de. 3~. época vem se. dindo considsravelmente nas regiões Sudeste e. expa~. Centro-Oeste,. onde alcança produtividades entre 1.500 a 2.500 kg/ha,. de. monstrando sua viabilidade em regiões onde o inverno é não ocorrem temperaturas muito baixas e existe. seco,. disponibilid~. de de água para irrigação (DALL'ACQUA et alii, 1984).. Cebola. A evolução da produção de cebola no Brasil. no. período 1969-80 caracterizou-se por apresentar alta taxa. de. crescimento devida principalmente, ao crescimento da tividade (CAMARGJ F9, 1983). A produção de cebola. produ. -expandiu-se. no período de 1969-74, em média, a 8,40% ao ano. No. período. de 1975-80, a expansao da produção foi de cerca de 28,89% a.a. O Rio Grande do Sul foi. o principal. produtor. no primeiro período referido acima. Já no segundo período, o Estado de são Paulo assumiu a liderança em termos de. prod~. ção. Segundo Araujo I citado por CAMARGJ F9 (1983),. os. fatores que tiveram importância decisiva na expansão da. pro.

(35) 22. dução de cebola na década de setenta foram a adoção de. vari~. dades novas (importadas ou nacionais), adoção de insumos. mo. dernos que elevaram a produtividade substancialmente e novos métodos de cultivo. A perda de posição pelo Rio Grande do Sul veu-se a forma muito lenta em que se realizou a adoção. de dos. insumos modernos e o aumento da área e volume produzido rante o perlodo 1969-74. Isto permitiu que outras. du. regiões. conquistassem maiores fatias do mercado no decorrer do tempo. No estado de são Paulo o aumento da. produtivi. dade em função da utilização de variedades melhoradas e. no. vas técnicas de cultivo foi bastante acentuado. O incremento da produtividade da cebola de da, que é a neis importante do estado, conduziu a uma anual de incremento da produção de 48,4% de 1975-80.. durante o. mu taxa. perlodo. Além disso, a adoção de novas técnicas de culti. vo e o melhoramento das variedades permitiram a. realização. do cultivo da cebola de bulbinho, um produto resultante. da. prática de replante de bulbos miúdos da safra de muda, colhi dos em novembro e dezembro, de baixo valor comercial F9,. (~. 1983).. A produção de bulbinhos no estado de são Paulo tomou impulso na década de 70, adquirindo importância. no. abastecimento do PaIs na entressafra, com colheita em. maio. e junho. Desta forma, os periodos criticos de abastec.imet"lto de cebo la no. n~rcado. reduzirmTI-se praticamente aos meses de abril e outubro..

(36) 23. Batata. A batata tem sido considerada como um dos. pr~. dutos IImodernos" quanto ao grupo de tecnificação de produção sendo que o seu cultivo tem incorporado. a- mais avançada teE,. nologia e o uso mais intensivo de insumos modernos. adquiri. dos fora do setor agricola. A tendência de aumento da. produ. tividade da batata vem ocorrendo ao longo de vários anos. No entanto, um fator que contribuiu a expansão da área da e da produção foi. a. alteração. nas. cultiva. epocas. de. produção ao longo da década de 70 (WIESEL, 1982). Tal alteração envolveu um aumento da. partic!. paçao relativa dos cultivos de inverno e da seca a partir de 1973/74, visando a colocação do produto no mercado em epocas de maiores preços. segundo informações do INSTITUTO DE ECONO. MIA AGRíCOLA nos prognósticos das safras paulistas. Em. fun. çao dessa alteração, a realização do cultivo da batata. em. três periodos (das águas-colhido de dezembro a março, da. se. ca-colhido de abril a julho e de inverno-colhido de julho dezembro), tem permitido a manutenção de uma oferta. a. relati. vamente estável do produto ao longo de todo o ano. É interessante ressaltar que embora os. culti. vos da seca e de inverno exijam mais capital e tecnologia volvendo também um maior risco em propriedades que nao põem de. irrigaçã~devido. à maior frequência de estiagem. ses periodos de cultivo) estes têm sido incrementados,. (~. dis nes dada. a existência de uma maior possibilidade de conseguir alta re tribuição ao capital investido, Observa-se que a cultuxade in.

(37) 24 verno encontra uma melhor adaptação em são Paulo, em razao de vários fatores. Entre outros, tem-se a proximidade do do, as características do empresariado frente à. merca. intensidade. de capital requerida, a integração da atividade na. proprieda. de e sobretudo, as peculiaridades climáticas regionais. ~IESEL,. 1982).. c) Variáveis relacionadas a Oferta. de Insumos de Comercia. lização. A oferta de insumos de comercialização. depe~. de, entre outros fatores, de políticas governamentais que dem atuar tanto na ampliação das facilidades de. po. comercializa. çao através de programas de incentivo, como também através de taxações diretas ou indiretas nos insumos de comercialização. Em linhas gerais, a atuação governamental comercialização de produtos agrícolas tem-se. relacionado. construção de infraestrutura básica, principalmente. na a. armazens. e sistema viário, participação na comercialização de produtos amparados pela política de preços mínimos e ao âmbito da butação (ICM, por exemplo). tri. (YAMAGUISHI et alii 1984).. No entanto, considerando-se as políticas gover namentais voltadas ao setor agrícola de maneira geral, verifi ca-se que existe uma maior ênfase às políticas voltadas à pro dução agrícola. A atuação governamental na. comercialização. tem sido realizada em nosso País num âmbito secundário,. sob. uma visão de curto prazo. De tal forma, os efeitos dessa atua Çao aparentemente não têm tido expressão, em termos de. alte.

(38) 25 raçao significativa. da. oferta de insumos de. comercializa. çao. De uma maneira indireta, no entanto,. algumas. medidas governamentais tomadas em função dos choques da. ofer. ta de petróleo, tiveram influência sobre a.oferta de serviços de comercialização, principalmente de transporte. ~. fato que os custos de realização de serviços. de transporte são estreitamente relacionados aos custos combustível. Assim sendo, estes serviços estão. do. condicionados. à política do governo em relação aos derivados de. petróleo,. em particular, o óleo diesel.. A medida. em que as políticas. governamentais. tenderam a onerar o custo dos combustíveis, os custos de mercialização aumentaram. Isto pode ter gerado. UTI. co. aumento. preços a nível de atacado e varejo e uma redução nos. dos. preços. pagos aos produtores. Segundo BARAT e NAZARETH (1984), as soes da crise do petróleo em nosso País nao se. repercus. evidenciaram. na alteração dos padrões de consumo de energia, considerando-se o ano que antecedeu o primeiro "choque" da oferta, em. ou. tubro de 1973, até o ano de 1975. A partir de 1975 iniciaram-se programas. visan. do a substituição dos derivados de petróleo, tais como. o. próalcool. A política econômica reagiu ao choque de tróleo de 1973 subsidiando. o preço interno da energia. import~. da. Este quadro manteve-se inalterado até 1979, quando reu um novo choque de oferta e parte. pe. dos efeitos sobre. ocor os.

(39) 26. preços da importação do petróleo foram repassados aos preços. in. ternos de combustíveis derivados (LOPES e MODIANO, 1983). Somente a partir desse período verifica-se uma retração no consumo de óleo diesel (BARAT e NAZARETH, 1984) • Segundo MELO. e FONSECA (1981), o óleo diesel foi o. do petróleo que apresentou o maior crescimento (78%) entre 1973 e 1979, paralelamente. derivado. do. consumo. ao menor aumento. de. preço real em relação aos outros derivados do petróleo. políticas. gover. namentais voltadas à questão dos choques de oferta de. petró. De. tal. forma. as. leo devem ter tido um maior efeito sobre a oferta de insumos. de. comercialização a partir do segundo choque do petróleo. Outros. fatores. tiveram efeitos sobre a. oferta de insumos de comercialização durante o período da ana lise. Um aumento na oferta de bens e serviços de mercialização visando atender às preferências dos. co. consumido. res quanto à forma de apresentação do produto a nível de vare jo foi observada no mercado de cebola da cidade de são. Paulo. por CM1ARGO F9 (1983) e no mercado de batata da cidade de. são. Paulo por WIESEL (1982). prod~. No mercado de cebola, a distribuição do to era feita até início da década de 70 com o produto tiado e em sacos de 45 kg. A partir de 1975 passou a. enres predomi. nar o uso de máquinas de limpeza e classificação, sendo. que. atualmente, principalmente a produção paulista de bulbos. pas. sa quase que totalmente pelo beneficiamento (CAMARGO F9, 1983).. e. embalagem.

(40) 27 Segundo WIESEL (1982), o sistema de. lavagem,. secagem e classificação industrial da batata foi. introduzido. no inicio da década de 70, sendo pouco utilizado a principio.. Já em. 1973, no entanto, 40% do total do produto comercializa. do na capital paulistana passava por este. ~istema. de. proce~. sarnento. A apresentação do produto ao consumidor final. envol. veu posteriormente o empacotamento mecânico com capacidade de 1 a 2 kg (WIESEL, 1974). O exame retrospectivo dos vários fatores podem estar associados ao comportamento dos preços considerados. que. agricolas. evidencia a dificuldade de se estabelecer perio. dos com clara predominância de um desses fatores sobre os. de. mais. Assim sendo, parece desaconselhável, face às pretensões desta. pesquisa, a tentativa de tal tipo de associação.. grosso modo, parece haver predominância de choques de. A oferta. e de custos de comercialização ao longo da década de 70.. Na. década de 80, além de alguns choques de oferta, devem ter. as. sumido importãncia os choques de demanda..

(41) 28. 3. PROCEDIMENTOS PARA ANALISE DE CAUSALIDADE. 3.1. O teste do sentido de causalidade. SIMS (1972) desenvolveu um teste empírico análise da direção de causalidade entre variáveis. a. econômi. cas, cuja relação básica. considera que se, e sõmente se, sentido de causalidade for unicamente dos· valores presentes e. o pa~. sados de uma série de variáveis exógenas para uma dada variá vel endógena, tem-se que, numa regressao da variável na, com valores passados, correntes e futuros das. endóge. variáveis. exogenas, resultariam valores nulos para os coeficientes. fu. turos das variáveis exógenas. Este conceito traduz dois pontos. fundamentais. à análise da causalidade entre variáveis. Um primeiro e sõmente valores presentes e passados de urna variável influenciar os valores presentes de outra. que podem. variável.. (TEIXEIRA, 1982). Outro aspecto, relacionado a este anterior, que a existência de uma relação de causa e efeito, exige. e a. consideração de uma defasagem de tempo para a sua avaliação. (HEIEN, 1980). Considerando-se as possíveis relações de causa lidade entre duas variáveis. (BISHOP, 1979):.

(42) 29 a) X causa Y. (X~Y). b) Y causa X. (Y~X). ,. c) X e Y são mutuamente relacionados quanto direção de causalidade. X~y. a. e,. d) ausência de uma relação de. causalidade. entre as variáveis, pretende-se verificar qual destas relações. se. aplicam aos preços a nivel de atacado e varejo nos. mercados. de feijão, batata e cebola da cidade de são Paulo.. Conside. rando-se. periodos especificos de tempo diferenciados. quag. to à predominância dos efeitos de variáveis exógenas e. poli -.. ticas governamentais sobre a oferta e a demanda nesses merca dos, pretende-se verificar se o sentido de causalidade entre os preços é fixo ou pode ser variável. A realização do teste de causalidade de procedimento. através. proposto por Sims, requer como uma primeira. etapa, a realização de uma filtragem das séries de. variá. veis. A realização dessa filtragem consiste num esquema empi rico para remover a autocorrelação entre os residuos. (obten. ção de séries que apresentam "ruidos brancos", ou seja,. se. ries com os residuos desprovidos de tendência na média e. na. variância),. (BISHOP, 1979). A fundamentação teórica. desta. filtragem está em que os procedimentos econométricos a serem utilizados envolvem a realização sistemática de testes envolvendo variâncias,. cujos vieses associados. de correlação serial entre os erros devem ser (SIMS, 1972).. F. a problemas evitados.

(43) 30. Neste trabalho para a filtragem das séries preços utilizou-se o filtro compreendido na técnica. p. iterati. conforme sugerido por BISHOP(1979):. va de Cochrane-Orcutt (1 -. de. L). onde: L - refere-se ao operador de defasagem;. p - é obtido pelo método. iterativo. de. Cochrane-orcutt,conforme descrito. por. Kmenta (1978): - obtém-se estimativas por quadrados minimos ordinários (QHO)de. e calcula-se os resíduos e , e 1. ••• , e. 2. utilizando-os na estimativa de. p. ,. n. ,. dada. por:. p. =. (t. =. 2,. ••• n). - a partir disto, constroem-se novas variá. ra obter-se estimativas por QMO de:. A verificação da eficácia valor de. p. em se utilizar. como filtro, foi realizada pelo exame das. o. propri~. dades autorregressivas dos resíduos (u ), estimando-se B na t equaçao a seguir, por ut. --. B. Q~10. (u. t. (BISHOP, 1979): .). -1. (i. =. 1, ... n).

(44) 31. Deve-se verificar se o coeficiente. B. significativo estatísticamente, considerando-se um nível 5% de probabilidade, pela utilização do teste. t de. Tal observação fornece uma evidência de que com a do filtro estimado (p), obteve-se valores de u. t. é. nao. de. Student. utilização. não auto-cor-. relacionados.. o procedimento estatístico utilizado neste tra balho para a realização do teste de causalidade proposto Sims, consiste em estimar equações da seguinte forma 4. por. :. onde: Y - preço a nível de atacado X - preço a nível de varejo D - "dummies" para sazonalidade, assumindo valor 1 no mês 12 e O nos demais meses. LT. -. variável tendência. aI' a 2 . ' a 3 ., a. e aS J4 11bIt b2. , i. b3 . ' b 4 . e bS 1-. J. -. parâmetros a serem estimados na equaçao I. -. parâmetros a serem estimados na equaçao 11. 40 procedimento adotado neste trabalho corresponde ao descri-. to por BISHOP (1979)..

(45) 32. e. t. - erro aleatório. i. número de variáveis defasadas e futuras consideradas Os valores de i considerados foram baseados em metodologia sugerida por BISHOP (1979) e utilizada por TEIXEI RA (1983). Manteve-se este critério para as séries de. dados. utilizados neste trabalho, uma vez que a significância. esta. tistica das variáveis defasadas forneceram uma indicação que o número de defasagens considerado no modelo foi. de. suficien. te. Na maioria dos casos pode-se observar que as variáveis de fasadas não são estatisticamente significativas até a. oitava. defasagem (ver Tabelas 1 a 6, capitulo 4). A inclusão de variáveis "dummies" (D) visa minar o efeito de sazonalidade da oferta de produtos. eli. agríc~. las sobre os preços a diferentes niveis do mercado. A. variá. vel (LT) varia no sentido crescente dos meses ao longo de. to. do o per iodo analisado. O esquema de regressoes a serem estimados para examinar a estrutura causal entre X e Y, dadas as. possiveis. ordens de causalidade é o seguinte: Yt = f(X t : com 8 defasagens, valor corrente, 4 valores futuros). (B) Yt = f(X t : com 8 defasagens, valor corrente) . (C) Xt = f(Y t : can 8 defasagens, valor corrente, 4 valores futuros) .. (A). X = f(y t : com 8 defasagens, valor t (A)-(D) incluem variáveis sazonais. (D). cO~7ente).. (D). e tendência (LT) •. Um teste F é construido da seguinte forma:.

(46) 33. F. = SQRr. - SQRu/(q-p) SQRu/ (n-q). onde: SQRr - é a soma dos quadrados dos residuos regressão (B), ou (O). na. SQRu - é a soma dos quadrados dos residuos regressão (A), ou (C). na. q. - número de parâmetros estimados na gressao (A) , ou (C). re. p. - numero de parâmetros estimados na gressao (B) , ou (O) e,. re. n. - e o número total de observações.. A hipótese nula corresponde a:. =. =. =. =. O. (I). Se a hipótese nula (I) for rejeitada significa causalidade. de. que há condição necessária para o sentido. Y + X. Para obter condições suficientes, tem-se que nao reje! tar a hipótese nula (lI): =. =. =. O. (11). Se a hipótese nula (I) nao for rejeitada, e a pótese nula (lI). for rejeitada, tem-se condições. hi. necessá. rias e suficientes para estabelecer sentido de causalidade(X+ Y). Se as hipóteses nulas (I) e. (11) forem rejeita. das tem-se causalidade bidirecional entre as variáveis. Final mente, se ambas as hipóteses não forem rejeitadas, estabelece -se a ausência de causalidade entre as variáveis. Esquematicamente, tem-se:.

(47) 34. 80 (I) (Condição n~cessária). 80 (lI) (Condição suficiente). x ... y. NS. S. y ... X. S. NS. X ++y. S. S. NS. NS. Ausência de causalidade. (NS - e.§:t:atistican:ente _nªp significativo a nivel de 5~ de probabilidade) • (S - estatisticanente significativo a nive1 de 5% de probabilidade). Sob a hipótese nula de que os quatro. coeficie~. tes futuros têm seus coeficientes iguais a zero, tomou-se. o. valor de F calculado para o teste de exogeneidade econométrica e comparou-se com a tabela de F, considerando-se um de 5% de probabilidade e os graus de liberdade. nível. apropriados,p~. ra avaliar o sentido de causalidade entre os preços a nívelde atacado e varejo. O teste do sentido de causalidade foi realizado para cada produto, considerando-se o período total (1972 -1985) e os subperíodos (1972-1980) e (1981-1985). 3.2. Elasticidades de transmissão de preços Uma vez determinado o sentido de entre os preços nos sub-períodos (1972-1980) e. causalidade (1981-1985),. procedeu-se à estimativa das elasticidades de transmissão. de. preços, considerando-se o sentido de causa-efeito determinado. A elasticidade de transmissão de preços. ~is. te na relação entre as variações proporcionais nos preços:. =~ d Y. onde:. Y .-X. x - variável preço determinada como endógena e, Y - variável preço determinada como exógena..

(48) 35 Nos casos em que o sentido de causalidade terminado foi. ,unidirecional, para se obter as. estimativas. das elasticidades de transmissão de preços foram. estimadas. equações de transmissão de preços. As equações de são de preços para o caso. transmis. em que pa~pv sãp as seguintes: n. ~. de. o + L 1=0. oi. In P. a t-i. + ut. onde: }?v - preço a nivel de varejo pa preço a nivel de atacado. -. t. tempo em meses. Ut - erro aleatório ~. n. número de defasagens consideradas nos. pr~. ços a nivel de atacado. oo,ou -. parâmetros a serem estimados. Tendo em vista que as regressões foram das nos valores dos logaritmos. naturais. estima. dos preços, os. va. lores de elasticidade de transmissão de preços para um tempo t qualquer I correspondem aos coeficientes estimados de regressão. A determinação do valor den foi. realizada. através de um teste de exclusão dos coeficientes das gens de variável exógena. significativas na. defasa explic~. câo da variável endógena. o. procedimento do teste de exclusão. em avaliar, a partir de um modelo com 8 defasagens a. significãncia.~statistica. nivel.'. 'de. 5%. de. dos. .probabilidade I. consistiu (n=8), um. _.a. medida em que se.

(49) 36. excluíam as defasagens,. (n=2 a n=8),. (n=3 a n=8), ••• ,. (n=7 e. n=8), sucessivamente.. 3.3. Transmissão de variações nos preços em modelos. de. causalidade bidirecional. Sejam P~. os preços a nivel de varejo. atacado dos produtos, entre os quais foi constatado. e. a causa. lidade bidirecionál. Torna-se apropriado formular o seguinte sistema de equações simultãneas para essas variáveis: a v 'a in p t = aO + a 1 In P t + a 2 ln Pt-1 + u 1 t (1). v ln p a = b + b ln pv + b 2 ln Pt-1 + u 2 t t O 1 t onde:. P~ P t. preço a nivel de varejo,. a - preço a nível de atacado, t - tempo em meses. ao' a 1 , a 2 , b O' b e b 2 - parâmetros a 1 estimados e,. serem. - erros aleatórios. As variáveis P~-1 e P~-1. sao pré-determinadas. e admite-se que sao independentes dos erros u. e u • 2t 1t Ambas as equações são exatamente identificadas. e podem ser estimadas por métodos de minimos quadrados retos ou em dois estágios.. indi.

(50) 37. Matricialmente, tem-se:. (1 ' ). Estimando-se as equaçoes simultâneas por mlnimos quadrados em dois estágios obtem-se, como primeiro estágio,a forma reduzida de (1), pré-multiplicando-se (1') por:. (2). Logo, tem-se que: 1. 1. +. 1. rle. 1 ~1t ]. a1. 1 1. J ~2. (3). t. ou alternativamente, (3. I ). onde:. =. vetor (2x1) de logaritEPs. vetor (2x1) dos termos constantes;. Pt-1. = =. D. =. matriz. P. t. do. 1. vetor (2x1) de logarit.rrDs _ dos preços defasados;. mos u Du. = =. dos preços oorrentes;. (2x2) dos coeficientes de. logaríti. dos preços defasados;. vetor (2x1) dos erros aleatórios e, matriz. (2x2) dos coeficientes de u. t. O segundo estágio consiste em estimaros parame tros através da forma reduzida, substituindo-se P~ e P~. por.

(51) 38 estimativa. A. nova regressao. desta. p~. de ser feita por Q110. Na expressa0 (3) ou (3') - forma reduzida - os coeficientes de Du representam multiplicadores de. impactos. 5. dos preços defasados sobre os preços correntes • Por pIo, uma variação de uma unidade em u de 1/[1 -. v. (a 1 b 1 )] em P t. v. ,. dado Pt-1. l. exem. conduz a uma variação. . Outros efeitos. sao. obtidos a partir da forma final do sistema. Para se obter a forma final procedeu-se a cessivas (THEIL,. substituições das variáveis defasadas. 2 + D Du u _ + Du u t 1 t 1 Pt-2 1. [I + D ] do + 0. =. [I + D ] do + D. =. [I + D + D ] do + 1 1. 1. =. 2 [do + D Pt-3 + Du ut _ 2] + D1 Ou u t _ 1 + Du u t = 1 1. 1. 2. Após. = [I. (3'). 1971).. =. P t. em. su. 2. +D +D + 1 1. D~. 2 Pt-3 + D1 Du ut _ 2 + D1. Ou. u _ + Du u t t 1. s substituições tem-se: s s+1 s i + D1 ] do + D1 Pt-s-1 + ~=OD1. Ou. ut _ i. Se D~ converge à matriz nula quando s~a,. tem-. -se: Pt. = [I. - D1 ]. -1. 00. do + L:. i=O. Di1 Du u _ t 1. (4 ). que e a forma final do sistema. Deve-se atentar a uma condição necessária e su S. ficiente para convergência de D , ou seja, que suas 1. caracteristicas sejam inferiores a um, em valor. raizes absoluto,. (KMENTA 1978).. 5. THEIL (1971, pp.. 463-468) e Ki-4ENTA (1978, pp. 640-645)..

(52) 39. Trata-se de uma condição de estabilidade sistema que deve ser verificada. Segundo KMENTA (1978). "costu. ma-se dizer que um sistema é estável se, numa situação que os valores. das variáveis exógenas são mantidos. tes através do tempo, os valores médios. d~s. do. em. constan endóg~. variáveis. nas fixam-se em alguns níveis constantes. Isto significa que um sistema é considerado instável se para valores constantes das variáveis exógenas, os valores médios das variáveis endó genas ou explodem ou ostentam um movimento oscilatório. Através da verificação dos valores. reg~. absolutos. das raízes características pode-se avaliar-se a. estabilida. de do sistema (KMENTA, 1978).. D. =. r. d" d 21. Ou seja, dado: d'2. d. ~1. d. -À. 11. então em d. 22. 21. d 12 d. -À. =. O. 22. as 2. devem ser inferiores à unidade em valor absoluto. Quando prevalescem. ~;condiç5es. para a obtenção. da equaçao (4), podem ser obtidos multiplicadores dos preços de varejo e a nível de atacado associados a mudanças ques) transitórios ou permanentes nos resíduos u (THEIL, 1971). Por exemplo, um choque unitário em u. 2. no instante. correspondentes a:. ex,. acarretará nesse período,. (cho. ou. 1. transitório os. choques.

(53) 40 1. 1. No instante (a+1), tem-se: 1. (1-a b )2 1 1. ~:b:2 :::b] No instante (a+K), tem-se:. fp. t. =. v ]. P. a. D~. Du u a. a+K. Sendo que estes choques tenderão a desaparecer. à medida que K aumenta,se as condições de convergência. enun. ciadas acima se verificarem. Na hipótese de um choque unitário em u. 2. permanente. no instante a podem-se obter os multiplicadores. ciais e o multiplicador total dos preços a nivel de. par atacado. e varejo (THEIL, 1971). Os multiplicadores parciais correspondem a: No instante a. ~::]. l. 'P. v. -. a -. f>P. =. Du U()';. =. 1 1-a b 1 1. a. .. t: ]. Até o instante (a+ 1) :. = a+1. [I + D1 J DU: lia.

(54) 41. até o instante «aK). ~. .PvJ. llP. =. ~'.. 2 K [I + D + D + •.• + D1] Du ua: 1 1. a:+K. a. Quando K+a tem-se o multiplicador total,. dado. por (THEIL, 1971):. r~Pa J Pv. = [I -. D1] -1. Du ua:. a:+K Em sintese, a análise dinâmica implica. várias. formas de se examinar os efeitos de oscilações de preços. a. um nivel de mercado sobre os demais. Assim, tem-se: Eguação Estrutural: expressa como o. (1). merca. do forma os preços a um nivel de mercado (varejo), com nos preços - corrente e passado - de outro nivel de. base. mercado. (atacado) . (2) Forma Reduzida: expressa. de. impac·to. por. e. os. demais. multiplicadores. exemplo,. o. efeito. de. sobre. P. v. tendo. em. conta. uma. o. variação. que. t. multiplicador -interim,. de em. Pv _ também t K. Pa. ~t-K. vai. alterar. Assim tem-se: 19 periodo: efeito de P. at. sobre. Pv~. 29 periodo: efeito de P sobre P tendo em at-1 Vt conta que P também vai se alterar. Vt_1 39 periodo: efeito de P sobre P , tendo a t _2 Vt em conta que P também varia, e assim sucessivamente ao Vt-2.

(55) 42. longo dos periodos..

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