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Avaliação da percepção de saúde, qualidade de vida e aptidão física do grupo conviver de Senador Salgado Filho/ RS

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Academic year: 2021

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1 UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SUL - UNIJUÍ

DEPARTAMENTO DE HUMANIDADES E EDUCAÇÃO

CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA - CAMPUS SANTA ROSA

AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO DE SAÚDE, QUALIDADE DE VIDA E APTIDÃO FÍSICA DO GRUPO CONVIVER DE SENADOR SALGADO FILHO/ RS

JULIEDY WALDOW KUPSKE

SANTA ROSA

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2 JULIEDY WALDOW KUPSKE

AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO DE SAÚDE, QUALIDADE DE VIDA E APTIDÃO FÍSICA DO GRUPO CONVIVER DE SENADOR SALGADO FILHO/ RS

Monografia apresentada à Banca Examinadora Curso de Educação Física da Unijuí - Campus Santa Rosa, como exigência parcial para obtenção do título de Bacharel e Licenciado em Educação Física.

Orientador: Luiz Serafim de Mello Loi

SANTA ROSA

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3 DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia a minha família pela fé e confiança demonstrada.

Aos meus amigos pelo apoio incondicional.

Aos professores pelo simples fato de estarem dispostos a ensinar.

Ao orientador pela paciência demonstrada no decorrer do trabalho

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4 AGRADECIMENTO

É chegada a hora de agradecer, pois, nenhuma batalha é vencida sozinha. No decorrer desta luta algumas pessoas estiveram ao meu lado e percorreram este caminho como verdadeiros soldados, estimulando para que eu buscasse a minha vitória e conquistasse este sonho.

Agradeço a Deus, em primeiro lugar, pela saúde e disposição a mim concedidas, para que este trabalho se concretizasse.

Aos meus pais, pelo amor incondicional e pela paciência. Por terem feito o possível e o impossível para me oferecerem a oportunidade de estudar, acreditando e respeitando minhas decisões e nunca deixando que as dificuldades acabassem com os meus sonhos, serei imensamente grata.

Aos meus colegas, que durante está jornada se tornaram amigos, o qual fizeram-me crescer, progredir nas horas difíceis, ajudando, orientando, buscando, somando, multiplicando e dividindo conhecimentos.

A todos os professores do curso de Educação Física, por terem acrescentado em minha vida todos os conhecimentos necessários para que eu seja uma bom profissional, em especial, professora Cleia, Moane e professor Lói.

Ao meu orientador Luiz Lói, por todo o conhecimento transmitido, muitas vezes por conversas, e-mails e WhatsApp, pelo empenho, paciência e credibilidade, obrigada por tudo.

Ao grupo de idosos Conviver, por ter disponibilizado tempo e disposição para participar desta pesquisa.

Enfim, agradeço a todas as pessoas do meu convívio que acreditaram e contribuíram, mesmo que indiretamente, para a conclusão deste curso.

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“Ama-se mais o que se conquista com esforço”. Benjamin Disraeli

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6 RESUMO

A aptidão física de idosos é fator importante para manutenção da saúde e qualidade de vida. Este estudo caracterizou-se como uma pesquisa descritiva transversal, que teve como objetivo avaliar a percepção de saúde, a qualidade de vida e a aptidão física do grupo de idosos Conviver da cidade de Senador Salgado Filho/ RS. A amostra constitui-se de 22 idosos, sendo 19 mulheres e 3 homens, com média de idade 72,5 anos. Foram utilizados dois instrumentos para coleta de dados, sendo um questionário fechado para verificar os dados sóciodemográficos, a percepção de saúde e a percepção de qualidade de vida e para a avaliação da aptidão física foi utilizada a bateria de Fullerton, (RIKLI e JONES, 2001). Os dados foram processados e analisados com auxílio do programa Statical Package for the Social Sciencies for Windows, versão 18.0, além de elementos da estatística descritiva e inferencial, com frequência e frequência percentual. O teste Qui-quadrado foi utilizado para verificar associação entre as variáveis, utilizando o nível de significância de P< 0,05. A hipertensão arterial foi a patologia mais prevalente, o uso de 1 a 5 medicamentos contínuos foi relatado, a percepção de saúde e qualidade de vida foram consideradas boas, o excesso de peso é elevado, a força dos membros inferiores, a flexibilidade de membros superiores e resistência aeróbica geral encontram-se em níveis baixos, enquanto a força de membros superiores e flexibilidade de membros inferiores estão em níveis muito bons. Concluiu-se que o grupo de idosos Conviver, perceberam sua qualidade de vida e sua saúde como boa, mas apresentaram a aptidão física regular. Recomendando-se incrementar a prática de atividade física para melhor a aptidão física a saúde e a qualidade de vida dessa população.

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7 ZUSAMMENFASSUNG

Die Körpertiche befähigung von älteren Mensuchen ist ein wichtiger Punkt für die Erhaltung der gesundheit und lebens qualität. Diese Arbeit definiert sich als beschreibend und deskriptiv, mit dem Ziel die Wahrnehmung über die gesundheit und lebensqualität von älteren Menschen von Convivergruppe, von Senador Salgado Filho Stadt. Zr Schätzen. Dazu haben wir 22 Menschen analysiert, davon 19 Frauen und 3 Männer, die durchscnittlich 72,5 jahre alt sind. Wir haben zwei Mitterl für die Daten Sammlung gebraucht, einer war ein Fragen bogen um die demographische und gesundheit und lebensqualität. Für die körperliche befähigung zu schätzen, haben wir die Batterie Fullerton (RIKLI e JONES, 2001) benutzut. Die Daten sind mit dem Statische Package für Sozial Sciencies für Windows Program verabeitet und analysiert, so wie auch darstellend und Statistik mit häufigkeit und prozentual Häufigkeit. Der Bluthoch druck ist die vorherrschnende Pathologie, mit Benutzung von 1 bin 5 Medikament, die wahrnehmung von der gesundheit und lebensqualität ist als gut bewert, der übergewicht ist zahlreich, die kraft von den Beinen, die Flexibilität von den Armen und die Ausdauer befinden sich im nidrigen Stand. Armen und Flexibilität von den Beinen sind im sehr guten Stand. So können wir daraus folgern, dass die Älteren Menschen gruppe ihre gesundheit uns lebensqualität als gut schätzt, und ihre Ausdauer als regular. Wir empfehlen körperlich aktivitäten um die Audauer uns gesundheit zu verbessern.

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8 LISTA DE QUADROS

Quadro 01 – Comparação das pirâmides etárias dos anos de 1991, 2000 e 2010...14 Quadro 02. Resumo dos testes da bateria Rikli e Jones...34

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9 LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Relação das aptidões Físicas, com as bateria...27

Tabela 2. Distribuição das principais características sócio demográficas dos idosos...36

Tabela 3. Distribuição das principais doenças instaladas no grupo Conviver...37

Tabela 4. Resultado da análise sexo e uso de medicamentos do grupo Conviver...38

Tabela 5. Resultado da análise da quantidade de medicamentos de uso contínuos do grupo Conviver...39

Tabela 6. Associação entre a percepção de saúde do grupo de idosos Conviver...39

Tabela 7. Resultado da análise sobre percepção de Qualidade de vida do grupo de idosos Conviver...40

Tabela 8. Associação da Percepção de Qualidade de Vida x Percepção de saúde...41

Tabela 9. Resultado da análise sexo e IMC do grupo de idosos Conviver ...42

Tabela 10. Resultado da análise renda e IMC grupo de idosos Conviver...43

Tabela 11. Classificação no teste que avalia o desempenho da força muscular de membros inferiores...43

Tabela 12. Classificação no teste de Resistencia de Membros Superiores...44

Tabela 13. Classificação no Teste de Alcançar Atrás das Costas que avalia a flexibilidade de membros superiores...45

Tabela 14. Classificação no Teste de Sentar e Alcançar que avalia a flexibilidade de mem. Inferiores...46

Tabela 15. Classificação no Teste de Habilidade de Andar que avalia a resistência aeróbica geral...47

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10 LISTA DE ABREVIATURAS

AAVD – Atividades avançadas da Vida Diaria ACMS – Colégio Americano de Medicina Esportiva AF – Atividade Física

AIVD – Atividades Instrumentais da Vida Diaria AVD – Atividade da Vida Diaria

DCNT – Doenças crônicas Não Transmissíveis HAS – hipertensão arterial sistêmica

WHO – World Health Organization

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística INSS – Ministério da Previdência Social

OMS – Organização Mundial de Saúde QV – Qualidade de Vida

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11 SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 12

1. REVISÃO DE LITERATURA ... 13

1.1 Envelhecimento: Conceito e Demografia ... 14

1.2 Alterações no processo de envelhecimento ... 15

1.3 Estado nutricional e localização de gordura ... 17

1.4 Doenças Crônicas no envelhecimento ... 18

1.5 Uso de medicamentos por idosos ... 20

1.6 Relação da Aptidão Física com o Desempenho nas Atividades de Vida Diária – AVDS ... 21

1.7 Testes de aptidão física para idosos ... 23

1.8 A Prática da Atividade Física e o envelhecimento saudável ... 25

1.9 Programa de Atividades Físicas para idosos ... 29

2. METODOLOGIA ... 30

2.1 Tipo de pesquisa ... 30

2.2 População e amostra ... 30

2.3 Critérios de seleção ... 30

2.4 Procedimento para a coleta de dados ... 31

2.5 Instrumentos para coleta de dados ... 31

2.7 Analise dos dados ... 33

3. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ... 34

CONCLUSÃO ... 46

REFERÊNCIAS ... 47

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12 INTRODUÇÃO

A cada ano a população que pertence ao grupo de idosos, cresce de forma acelerada. A organização Mundial de Saúde - OMS- estima que até o ano de 2020, haverá um crescimento de 760% no número de idosos. Deste modo o Brasil em 2025 terá a sexta maior população de idosos do mundo, em termos absolutos, cerca de 32 milhões de idosos (RAMOS, 2002).

Embora a expectativa média de vida tenha aumentado, o incremento da eficácia das técnicas diagnósticas e terapêuticas das doenças crônico-degenerativas contribui para a crescente prevalência do número de idosos portadores de múltiplas enfermidades, para os quais se tem de encontrar opções de melhoria de qualidade de vida que, além do aumento da longevidade, também confiram a esses sujeitos a possibilidade da manutenção e/ou recuperação da sua autonomia e independência.

Fica claro que atualmente se vive mais, e por isso que é preciso manter a qualidade de vida das pessoas. Isso ocorre, devido à redução da mortalidade precoce e a diminuição das taxas de fertilidade e natalidade, bem como as melhorias no saneamento básico e das condições de saúde pública, que promoveram uma transformação no perfil etário da população.

Mas esse aumento faz com que a sociedade passe a preocupar-se com a questão do envelhecimento, pois este traz consigo declínio físico e cognitivo. Matsudo e Matsudo (1993), observam que o envelhecimento ocorre por várias alterações decorrentes dos diferentes sistemas do corpo humano. E com interesse de minimizar os efeitos negativos do envelhecimento, surgiram muitos estudos sobre esse tema, na área educação física.

Segundo Jacob Filho (2006) a atividade física tem-se confirmado como o principal procedimento terapêutico da síndrome da imobilidade, donde pode-se entender que o quadro funcional desfavorável tenha se instalado pela progressiva redução da atividade motora e, que por intermédio da sua reativação, seja progressivamente revertido.

No último ciclo da vida, durante o processo de envelhecimento a atividade física é ainda mais indicada, pois nessa fase há um declínio da aptidão física, dificultando principalmente a mobilidade e a autonomia.

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13 Neste contexto este estudo teve o objetivo de avaliar da percepção de saúde, qualidade de vida e aptidão física do grupo conviver de Senador Salgado Filho/ RS.

O conceito antigo, preconizado por Hipócrates há quase 2.500 anos, precisa ser incorporado aos nossos hábitos atuais, pois “as partes do corpo que se mantém ativas envelhecem com saúde enquanto as inúteis ficam doentes e envelhecem precocemente”.

Na primeira parte desta monografia, apresenta-se o referencial teórico, abordando temas relacionados com o envelhecimento. Na segunda parte é descrita a metodologia com todos os procedimentos utilizados no decorrer da pesquisa, bem como, análise dos resultados e conclusões.

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14 1.1 Envelhecimento: Conceito e Demografia

Nascemos, crescemos, amadurecemos e envelhecemos, a velhice é uma etapa inevitável e irreversível da vida humana. Devemos aceitar esses processos biológicos e nos prepararmos fisicamente e psicologicamente para esta e todas as etapas. Nos primeiros anos, enquanto crianças a evolução é muito rápida, e todos os dias ocorrem mudanças até tornarmos adultos, e estas mudanças são físicas, psíquicas e intelectuais.

Segundo Geis (2003, p. 19) “por volta dos sessenta e cinco anos o organismo começa a apresentar alguns traços de uma fase de involução, iniciando o envelhecimento.”

De acordo com Schneider e Irigaray (2008) a distinção entre idosos jovens, idosos velhos e idosos mais velhos pode auxiliar no entendimento de que o envelhecimento não é algo determinado pela idade cronológica, mas é consequência das experiências passadas, da forma como se vive e se administra a própria vida no presente e de expectativas futuras; é, portanto, uma integração entre as vivências pessoais e o contexto social e cultural em determinada época, e nele estão envolvidos diferentes aspectos: biológico, cronológico, psicológico e social. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (2010) classifica-os dentro das seguintes faixas etárias: 60-64 anos; 65-69 anos; 70-74 anos; 75-79 anos; 80-84 anos; 85-89 anos; 90-94 anos; 95-99 anos; 100 anos ou mais de idade

Analisando o crescimento demográfico da população brasileira, em especial dos idosos, o quadro 01 compara as pirâmides etárias dos anos de 1991, 2000 e 2010. Segundo IBGE (2010) o alargamento do topo da pirâmide é decorrente do aumento da participação relativa da população com idade igual ou superior a 65 anos, referente a esta faixa etária (65 anos ou mais), em 2000 o percentual de idosos era 5,9% passando para 7,4% em 2010. Estes percentuais acabam por confirmar a queda da mortalidade na população brasileira.

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15 Para exemplificar a projeção do crescimento da população idosa no Brasil o IBGE (2000), no Gráfico 2, realiza uma projeção do aumento desta população até 2020, mostrando que os idosos poderão representar 13% da população total, ou seja, serão mais de 30 milhões de idosos em todo Brasil (IBGE, 2000).

Após concluir-se as projeções do crescimento populacional nesta faixa etária, serão elencados a seguir alguns importantes fatores relacionados aos processos degenerativos decorrentes da senescência.

1.2 Alterações no processo de envelhecimento

Envelhecer acontece principalmente devido a capacidade de aproveitar o oxigênio, com as alterações nossos órgãos cansam e se tornam mais fracos, mas a responsabilidade pelo envelhecimento é a do próprio indivíduo. Existem fatores responsáveis pelo envelhecimento, como o fator genético, sol, o fumo, agressões do meio ambiente, fatores nutricionais, fatores mecânicos, carência de estrógenos e os radicais livres.

O envelhecimento é caracterizado como um período onde há uma diminuição da capacidade funcional do indivíduo, Mazo et al. (2004) dizem que o processo de envelhecimento por si só, diminui a capacidade funcional de cada sistema e, somado ao aparecimento das doenças crônico-degenerativas, as incapacidades se tornam ainda maiores.

De acordo esses autores esta queda na capacidade funcional dos idosos pode ser acelerada ou retardada de acordo com fatores genéticos bem como do

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16 estilo de vida e o ambiente em que vive. As mudanças mais comuns são: a pele perde elasticidade e a cor natural, o que implica na diminuição na capacidade de produzir suor; As unhas ficam frágeis e crescem mais devagar, enquanto o cabelo, perde o pigmento natural, cai facilmente e aparecem fio brancos.

Conforme Geis (2003) na visão, o olho se encontra mais afundado dentro de sua cavidade, além de diminuir a produção de lagrimas e torna-se difícil fixar o olhar em objetos que estejam perto. Na audição as pessoas começam a ouvir ruídos, diminui a capacidade de discriminar sons e há uma perda na percepção de sons mais agudos.

Ao comentar sobre o olfato e o paladar Geis (2003) afirma que com a idade diminui o número de papilas gustativas, por isso parece que o idoso se torna mais guloso, o que ocorre é que, para encontrar o mesmo sabor, necessita mais açúcar e sal.

Com o envelhecimento diminui a circulação de sangue, o que acarreta em edemas e varizes. O coração diminui o número de vezes que se contrair para irrigar as veias e artérias. A quantidade de sangue que chega aos pulmões diminui em até 50 %, bem como a capacidade de filtração.

Segundo Meirelles (2000) há mudanças também na composição do corpo: diminui a massa óssea e muscular, diminui a área corporal total e aumenta a gordura corporal. A massa óssea: a osteoporose constitui um dos principais problemas do envelhecimento atingindo, principalmente a população idosa, especialmente as mulheres com mais de 60 anos de idade e pós-menopáusicas. Para as pessoas com mais de 60 anos de idade, as alterações no osso envelhecido podem reduzir a massa óssea em cerca de 30% a 50%.

Fleck e Kraemer (2006) afirmam que entre 20 e 30 anos de idade os indivíduos atingem seu auge de força, sendo que cerca de 20 anos depois, ou seja, entre 40 e 50 anos, inicia-se o processo de queda nos níveis de força.

Nesta fase o sistema nervoso também sofre mudanças, com o avançar da idade progride ainda mais. A memória, os reflexos e a coordenação dos movimentos são empobrecidos e prejudicados.

Assume destaque World Health Organization (WHO) do ano de 2005 onde salienta que o envelhecimento tem influência do fator social, e que o idoso precisa e muitas vezes está amparado, pelos familiares, pelas políticas públicas e

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17 estatutos. Se este for auxiliado socialmente não haverá uma velhice precoce. O apoio social inadequado está associado não apenas a um aumento em mortalidade, morbidade e problemas psicológicos, mas também a uma diminuição na saúde e bem-estar em geral.

Após ver algumas das alterações que acontecem durante o processo de envelhecimento, observamos agora o estado nutricional e localização de gordura, fatores altamente importantes nesta faixa etária.

1.3 Estado nutricional e localização de gordura

A alimentação é um dos princípios básicos da saúde e da vida. Além disso, para Monteiro (2001), é um fator contribuinte para a formação e o sustento do corpo. Pois para funcionar de maneira eficaz, o organismo necessita de energia, para cobrir as demandas do metabolismo em geral, e essa energia é produzida através da combustão dos alimentos.

Ainda neste enfoque Sampaio (2004) diz que a condição de nutrição é aspecto importante nesse contexto, visto que os idosos apresentam condições peculiares que comprometem seu estado nutricional. Alguns desses condicionantes ocorrem devido às alterações fisiológicas do próprio envelhecimento, enquanto outros são acarretados pelas enfermidades presentes, pelas práticas ao longo da vida (fumo, dieta, atividade física) e situação socioeconômica.

Para Bueno et al. (2008) a manutenção de um estado nutricional adequado é muito importante, pois, de um lado, encontra-se o baixo-peso, que aumenta o risco de infecções e mortalidade, e do outro o sobrepeso, que aumenta o risco de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), como hipertensão, diabetes mellitus e hiperlipidemias.

De acordo com a Agencia Nacional de Saúde Suplementar (2011) a população idosa é particularmente propensa a alterações nutricionais devido a fatores relacionados às modificações fisiológicas e sociais, ocorrência de doenças crônicas, uso de diversas medicações, dificuldades com a alimentação, depressão e alterações da mobilidade com dependência funcional. Nesse sentido, aos

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18 cuidados com a alimentação, somam-se cuidados para o emagrecimento e desnutrição que pode ocorrer em idosos.

No próximo subtítulo serão apontadas as doenças crônicas, seu conceito, epidemiologia e suas consequências no envelhecimento, como também as síndromes geriátricas.

1.4 Doenças Crônicas no envelhecimento

De acordo com Barreto et al. (2009) o aumento na prevalência de doenças crônicas não transmissíveis é uma das principais características do processo de transição epidemiológica, ocorrido primeiramente nos países desenvolvidos e que vem ocorrendo de maneira rápida no Brasil.

Para Grundy (2003) a prevalência de algumas dessas doenças eleva-se a partir dos 60 anos, destacando-se: as doenças osteoarticulares, a hipertensão arterial sistêmica (HAS), as doenças cardiovasculares, o diabetes mellitus, as doenças respiratórias crônicas, a doença cerebrovascular e o câncer.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define como Doenças Crônicas Não Transmissíveis as enfermidades cerebrovasculares, cardiovasculares e renovasculares, neoplasias, doenças respiratórias e diabetes mellitus. A OMS também inclui aquelas doenças que contribuem para o sofrimento dos indivíduos, famílias e sociedade, como as desordens mentais e neurológicas, as doenças bucais, ósseas e articulares, desordens genéticas e patologias oculares e auditivas. Considera-se que todas elas requerem continua atenção e esforços de um grande conjunto de equipamentos de políticas públicas e pessoas em geral.

Kattainen et. al (2004) demonstram associações importantes entre doenças crônicas e incapacidade funcional dos idosos. As diversas condições crônicas existentes não possuem impactos similares na funcionalidade. Em um idoso que apresente várias afecções crônicas, a incapacidade de realização de muitas ou de todas as atividades pode dever-se ao efeito de uma única condição de morbidade ou ao efeito independente de várias condições, cada uma delas afetando somente determinadas atividade.

A Agencia Nacional de Saúde Suplementar (2011) afirma que cerca de 60% da população idosa apresenta de três a quatro doenças crônicas, podendo chegar

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19 a números mais elevados, característica que retrata complexidade e demanda especialização por parte dos serviços de saúde. Todavia, a presença de doença crônica não define por si a saúde ou não do idoso, uma vez que a maioria dos idosos não apresenta limitações funcionais que impeçam o seu autocuidado.

Além da Hipertensão Arterial Sistêmica, que acomete cerca de 50% a 70% das pessoas idosas, e do Diabetes Mellitus, são também frequentes na população idosa outras manifestações de doenças chamadas de síndromes geriátricas que são um conjunto de sinais e sintomas comumente observados em indivíduos idosos, principalmente nos muito idosos, multifatoriais e com forte impacto negativo na capacidade funcional. A Agencia Nacional de Saúde Suplementar (2011) define as seguintes síndromes:

• Iatrogenia/Polifarmacia: Latrogenia refere-se aos efeitos adversos ou as complicações causadas pela intervenção medica, seja um medicamento, um exame complementar ou uma terapia de reabilitação. Já a polifarmácia é o termo que descreve o uso de vários medicamentos pelo mesmo paciente, situação que aumenta a ocorrência das reações adversas e interações medicamentosas, podendo haver sinergismo ou antagonismo;

• Incontinência urinaria; Incontinência Urinaria é um sintoma, estabelecido como qualquer perda de urina involuntária;

• Insuficiência cerebral: que abrange a demência, a depressão e o delirium; Um idoso que altera o humor ou a capacidade cognitiva de forma aguda, subaguda ou insidiosa;

• Instabilidade/quedas: A frequência de queda aumenta com a idade, com prevalência maior para mulheres do que para homens na mesma faixa etária;

• Imobilidade: A síndrome de imobilidade e considerada uma das grandes síndromes geriátricas, resultante da limitação de movimentos e da capacidade funcional, que geram empecilho a mudança postural e a translocação corporal;

Pode se concluir que os idosos são muito acometidos por doenças crônicas e síndromes geriátricas, necessitando ingerir medicamentos de uso contínuos, tema que será abordado no subtítulo seguinte.

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20 1.5 Uso de medicamentos por idosos

Segundo a Agencia Nacional de Saúde Suplementar (2011) os idosos frequentemente são portadores de múltiplas doenças crônicas, para as quais são prescritas muitas medicações, sendo também tratados por vários médicos especialistas simultaneamente. Essas morbidades, associadas ao envelhecimento fisiológico, fazem dos idosos indivíduos particularmente susceptíveis aos efeitos adversos das drogas e interações medicamentosas. As interações medicamentosas, além de mais frequentes nos idosos que nos adultos, são mais graves, podendo ser fatais.

Neste contexto Gorzoni (2006) afirma que as mudanças fisiológicas que acompanham o envelhecimento afetam a farmacocinética, ou seja, o processo farmacológico de absorção, distribuição, metabolismo e eliminação das drogas. Essas alterações são variáveis e difíceis de prever. Segundo este autor acontece a redução da secreção de ácido gástrico (hipocloridria), assim como a redução do tempo de esvaziamento gástrico, aumentando a degradação da droga, podendo até determinar a inativação de algumas, como a levodopa, por exemplo. As alterações intestinais da idade podem levar a redução da absorção de medicações, devido a aceleração no transito intestinal, ou o oposto, um aumento da absorção por lentificação do transito.

De acordo com Gorzoni (2006) outra característica relevante e o declínio da função renal relacionado ao envelhecimento, uma vez que esse aumenta o risco potencial de danos secundários ao uso de medicações. Verifica-se a redução da filtração glomerular em 35% a 50%, redução do número de nefros, aumento do tecido conectivo intersticial, da hialinização glomerular, espessamento da membrana basal e a redução do fluxo plasmático renal. Somadas, essas alterações do envelhecimento produzem uma redução da excreção renal e aumento do tempo de ação das drogas no organismo.

Salienta ainda o autor que os idosos são menos capazes de regular a temperatura corporal, sendo mais sensíveis a drogas como as fenotiazinas e anticolinérgicos, que alteram a termo regulação. A sensibilidade reduzida dos barorreceptores aumenta o risco de hipotensão postural. O uso de drogas que agem no sistema nervoso central potencializa a instabilidade postural e aumenta o

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21 risco de quedas. Idosos em uso de inibidor de receptação de serotonina apresentam maior risco de hiponatremia por maior susceptibilidade a Síndrome Inapropriada de Secreção do Hormônio Antidiurético.

Segundo a Agencia Nacional de Saúde Suplementar (2011) a má adesão terapêutica e mais comum entre os pacientes idosos, pois eles usam maior número de medicações. Entre as causas de tomada incorreta das drogas prescritas está uma má comunicação entre médico e paciente, declínio cognitivo, síndrome depressiva, déficit sensorial (visual ou auditivo), e condições sociais (custo elevado das medicações, idoso que mora só). Uma explicação cuidadosa pelo médico, considerando a finalidade de cada medicação prescrita, é especialmente importante para uma boa adesão terapêutica.

Após concluir-se que o uso de medicamentos contínuos é muito comum nesta faixa etária, menciona-se abaixo estudos e apontamentos, sobre a relação da aptidão física com o desempenho nas atividades da vida diária.

1.6 Relação da Aptidão Física com o Desempenho nas Atividades de Vida Diária – AVDS

De acordo com Hawnkins et al. (apud MOTTA 2000), descreve as atividades do cotidiano em dias grandes categorias: a primeira refere-se as atividades da vida diária (AVDS), que são cuidados pessoais básicos, como por exemplo vestir-se alimentar-se, tomar banho e caminhar; a segunda são as atividades instrumentais da vida diária (AIVD), como usar o telefone, cozinhar, realizar tarefas da casa, etc.

A American Geriatrics Society (COTTON, 1998), cita ainda as AAVD (Atividades Avançadas da Vida Diária) que são funções necessárias para viver sozinho, sendo específica para cada indivíduo. Elas incluem a manutenção das funções ocupacionais, recreacionais e prestação de serviços comunitários.

Para se conseguir realizar estas atividades diárias é necessário dispor de uma boa aptidão física, obtendo ou mantendo assim uma capacidade física relacionada com uma boa saúde ou com sua melhoria.

De acordo com Matsudo (2001), a aptidão Física é considerada não como um comportamento, mas como uma característica que o indivíduo possui ou atinge,

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22 como a potência aeróbica, endurance muscular, força muscular, composição corporal e flexibilidade.

Na visão de Nahas (2006) pode ser definida como a capacidade que um indivíduo possui para realizar atividades físicas. Pereira e Moreira (2013) definiram como a capacidade de realizar esforços físicos sem fadiga excessiva, garantindo a sobrevivência de pessoas em boas condições orgânicas no meio ambiente em que vivem. Essa característica humana pode derivar de fatores herdados, do estado de saúde, da alimentação e da prática de exercícios físicos.

Conforme Mazo et al. (2001) a aptidão física é composta por diferentes elementos, dentre eles destacam-se: Agilidade, permite mudar a posição do corpo ou a direção do movimento no menor tempo possível; Coordenação, permite ao indivíduo assumir a consciência da execução dos movimentos, levando-o ao encontro de uma integração progressiva de aquisições, e favorecendo-o a uma ação dos diversos grupos musculares, com vistas a realização de uma sequência de movimentos com o máximo de eficiência e economia;

Ainda quanto aos elementos da aptidão física Mazo et al. (2001) citam a resistência, permite ao corpo suportar determinado esforço, de determinada intensidade, por determinado tempo, pode ser dividido em aeróbico, anaeróbico e muscular localizado; Flexibilidade, é responsável pela execução voluntaria de um movimento, com máxima amplitude, por articulação ou conjunto de articulações, dentro dos limites morfofisiológicos, a flexibilidade é especifica em cada articulação; Para Mazo et al. (2001) a aptidão física não é determinada inteiramente pela atividade física, pois depende de outros fatores, como ambientais, sociais e genéticos. Está relacionada também com a idade, gênero, raça e classe social.

Na ponderação de Costa (2001) o treino da aptidão física pela pratica de atividades físicas promove muitos benefícios para a saúde; entre eles, com relação á composição corporal, ocorre o aumento da massa corporal livre de gordura e a diminuição da porcentagem de gordura, o aumento da eficiência de trabalho, uma menor susceptibilidade para as doenças, além da melhora da aparência física e menor incidência de problemas de autoconceito relacionados à obesidade.

Percebe-se a importância de ter uma boa aptidão física para o desenho das atividades diárias, onde o idoso se torna um indivíduo autônomo e independente.

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23 A seguir, será apontada a importância da realização de testes para a avaliação e o conhecimento da sua aptidão física, principalmente se tratando desta população.

1.7 Testes de aptidão física para idosos

Como destacam Junior e Guerra (2011) a determinação da capacidade funcional é essencial para o diagnóstico das necessidades de uma população servindo de parâmetro para subsidiar a elaboração de programas direcionados a manutenção e/ ou desenvolvimento da autonomia ou independência funcional do idoso.

Na opinião de Cancela et al. (2008) o problema é definir, optar por um dos métodos de avaliação da capacidade funcional e da aptidão física do idoso. Em âmbito internacional existem inúmeras baterias especificas para a avaliação da condição física dos idoso. Já no Brasil também existem inúmeros estudos, com protocolos e baterias de testes que avaliam a capacidade funcional e aptidão física. Segundo Rikli e Jones (2008) para a seleção de instrumentos de avaliação do nível de desempenho de AVD em idoso, deve-se levar em consideração o nível de capacidade funcional dos mesmos, e da aptidão desta população. Carral (2009) alerta que é preciso antes de definir uma bateria de testes para idosos, que estes sejam testes fiáveis, válidos para uma determinada população, e que tenham parâmetros para avaliar a mesma.

Quantificar a condição física, na medida em que se relacionam com hábitos de vida e graus de atividade física nos permite obter informações sobre o estado de saúde e qualidade de vida do indivíduo idoso. Porque segundo Rikli e Jones (2008) à medida que o ser humano envelhece, quer continuar tendo força, resistência, flexibilidade e mobilidade para permanecer ativo e independente, como fazer compras ou participar de atividades sociais, recreativas e esportivas, ou seja, manter as atividades da vida diária. Abaixo estão descritos, de acordo com Ronconi (2011) as capacidades físicas e os testes que podem fazer a avaliação dos mesmos.

(24)

24 Tabela 1 – Relação das aptidões físicas, com as baterias de testes e suas tarefas:

Ralação das aptidões físicas e coordenativas avaliadas pelas diferentes baterias testes relacionadas a aptidão física

Aptidão Física Bateria Tarefa

Flexibilidade AAHPERD, TAF, B. TESTE DA VIDA DIÁRIA, GDLAM

Banco de Wells. (Flex) Alcançar Atrás das Costas; Sentado e alcançar Teste “calçar meias”.

--- Resistência Cardiovascular AAHPERD, TAF, B.TESTE DA VIDA DIÁRIA, GDLAM

Teste de capacidade aeróbia e habilidade de andar (RAG)

Andar Seis minutos

Teste “caminhar/correr 800 metros” --- Força AAHPERD, TAF, B. TESTE DA VIDA DIÁRIA, GDLAM

Teste de resistência de força de membros superiores (RESIFOR)

Flexão de antebraço, sentar e levantar. Teste “levantar-se do solo”

Levantar-se da posição decúbito ventral (LPDV) e (LPS) M. inferiores Agilidade AAHPERD, TAF, B. TESTE DA VIDA DIÁRIA, GDLAM

Teste de agilidade e equilíbrio dinâmico (AGIL)

Sentado, Caminhar 2,44 m e voltar a sentar. Teste “sentar e levantar-se da cadeira e locomover-se pela casa”.

Levantar-se da cadeira de locomover-se pela casa (LCLC) Equilíbrio AAHPERD, TAF, B. TESTE DA VIDA DIÁRIA,

Teste de agilidade e equilíbrio dinâmico (AGIL)

Sentado, Caminhar 2,44 m e voltar a sentar. Teste “levantar-se do solo”. Medir a

capacidade de o idoso levantar-se do chão. Equilíbrio dinâmico e recuperado.

GDLAM

Teste “sentar e levantar-se da cadeira e locomover-se pela casa”. Equilíbrio dinâmico

Levantar-se da cadeira de locomover-se pela casa (LCLC) Coordenação AAHPERD, TAF, B. TESTE DA VIDA DIÁRIA, GDLAM

Teste de coordenação (COO) ---

Teste “habilidades manuais”. ---

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25 Velocidade AAHPERD, TAF, B. TESTE DA VIDA DIÁRIA, GDLAM

Teste de capacidade aeróbia e habilidade de andar (CA)

Sentado, Caminhar 2,44 m e voltar a sentar Teste “caminhar/correr 800 metros”

Caminhar 10 metros (C10m)

Esta tabela nos revela quais baterias de testes são possíveis utilizar para avaliar cada capacidade física. Logo, a seguir serão apontados os benefícios da pratica da atividade física no envelhecimento.

1.8 A Prática da Atividade Física e o envelhecimento saudável

Como destaca Gardner (2006) o envelhecimento saudável é definido através de uma série de critérios subjetivos (tais como satisfação de vida e disposição de espírito) e medidas objetivas (tais como morbidez e mortalidade). Para Kahn e Rowe (1997) a definição mais proeminente o descreve como sendo a habilidade de manter três características: baixo risco de doença e deficiências relacionadas à doença, elevada capacidade funcional, física e cognitiva e envolvimento ativo com a vida.

De acordo com Ghorayeb e Barros (1999), a partir de 1.950 começaram a ser percebidos os benefícios da atividade física para a saúde por meio da publicação de estudos epidemiológicos sobre o assunto. Foi um estudo que comparou a incidência de doença coronariana entre carteiros e trabalhadores que desempenhavam funções burocráticas, concluindo-se que os mais fisicamente ativos tinham menos incidências.

As evidências epidemiológicas nos permitem concluir que a atividade física regular e a adoção de um estilo de vida ativo são necessárias para a promoção da saúde e qualidade de vida durante o processo de envelhecimento.

Dessa maneira Nahas (2006) define atividade física como qualquer movimento corporal produzido pela musculatura esquelética, portanto voluntário, que resulte num gasto energético acima dos níveis de repouso. Este comportamento inclui as atividades ocupacionais, atividades da vida diária, deslocamento, e as atividades de lazer.

Segundo estatísticas do IBGE, em 2020 passará para 167% o número de idosos com moderada ou grave incapacidade. Entretanto, a implantação de estratégias de prevenção, como a prática da atividade física regular e de programas

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26 de reabilitação, poderá promover a melhora funcional e minimizar ou prevenir o aparecimento dessa incapacidade.

É oportuno destacar Matsudo (2002) que já dizia que não se pode pensar em prevenir ou minimizar os efeitos do envelhecimento sem que, além das medidas gerais de saúde, se inclua a atividade física. Esta preocupação tem sido discutida não somente nos chamados países desenvolvidos ou do primeiro mundo, como também nos países em desenvolvimento.

Um dos aspectos mais fascinantes que tem sido motivo de várias pesquisas é a relação entre o exercício, atividade física e a longevidade. Paffenbarger (apud MATSUDO, 2002) observou a partir de pesquisas que os indivíduos que pararam de praticar alguma atividade tiveram 35% de incremento no risco de morte sobre as sedentárias, visto que é a manutenção da atividade física regular ou a mudança a um estilo de vida ativo que tem um impacto real na mortalidade e longevidade.

Ainda em relação aos benefícios da atividade física para o idoso, Mota ( apud BARBANTI et al., 2002) revela que eles podem ocorrer em vários níveis, mas os sistemas mais beneficiados são o cardiovascular, o respiratório, o locomotor e o neurológico. Pereira e Carvalho (2008) afirmam que os benefícios da atividade física podem ir além dos fatores biológicos, incluindo assim os fatores psicológicos e sociais.

Ainda elencando os benefícios da atividade física Nahas (2003), estes abordam, de maneira geral, aspectos fisiológicos, sociais e psicológicos, podendo ser ainda de cunho imediato (benefícios sentidos durante ou logo após a atividade física) ou progressivos (benefícios sentidos em médio prazo, que geram adaptações observadas em semanas ou meses). Entre os benefícios fisiológicos em curto prazo estão melhor qualidade no sono; estímulo para ativação de catecolaminas; e controle dos níveis de glicose. Em médio prazo está o aumento na capacidade aeróbia; diminuição no risco de doenças cardiovasculares; menor perda de massa muscular e força; melhora ou manutenção da flexibilidade; manutenção ou menos perda nos níveis de equilíbrio, velocidade de movimento e coordenação motora.

Para finalizar Nahas (2003) ainda cita os benefícios sociais que em médio e curto prazo são aumento da autoconfiança; integração social e cultural formando redes sociais; e as funções sociais. Quanto aos benefícios psicológicos imediatos tem-se o relaxamento; melhor estado de espírito; controle do stress e dos níveis de

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27 ansiedade. Em médio prazo tem-se o aumento da saúde mental e principalmente, menor risco de depressão, além da melhora cognitiva.

A prática de atividade física é benéfica para todas as idades, mas no idoso, especialmente, pois torna-o mais independente, autônomo e sadio, e em consequência boa saúde mental, acarretando em qualidade de vida. De acordo com Vita (apud VIANA, 2004), o exercício físico não somente favorece a capacidade física, a resistência e a flexibilidade, mas também aumentam a velocidade psicomotora e o desempenho neuropsicológico.

De acordo com Arkader (2007) a programação da atividade física no idoso não é muito diferente da realizada nos indivíduos mais jovens, obviamente que uma atenção especial deve ser dada ao grupo de idosos que apresente algum tipo de restrição relacionada as modificações que ocorrem com o avançar da idade, patologias, ou ambas.

Um dos focos principais do programa Agita São Paulo é a população da terceira idade, sendo a proposta de prescrição de atividade para essa população é realizar atividades físicas de intensidade moderada, por pelo menos 30 minutos por dia, na maior parte dos dias da semana, se possível todos, de forma contínua ou acumulada. O mais importante deste novo conceito é que qualquer atividade da vida cotidiana é válida e que as atividades podem ser realizadas de forma contínua ou intervaladas, ou seja, o importante é acumular durante o dia 30 minutos de atividade. De acordo com o último posicionamento oficial do Colégio Americano De Medicina Esportiva (ACMS) do ano de 1997, a treinabilidade dos indivíduos idosos (incluindo octo- e nonagenarianos) é evidenciada pela habilidade de se adaptarem e responderem a ambos os tipos de treinamento, endurance e força. O treinamento de endurance pode ajudar a manter e melhorar vários aspectos da função cardiovascular (VO2máx, débito cardíaco e diferença arterio-venosa de O2) bem como incrementar a performance submáxima. Muito importante, as reduções nos fatores de risco associados com os estados de doença (doença cardíaca, diabetes, etc.) melhoram a condição de saúde e contribuem para o incremento na expectativa de vida.

Segundo o mesmo posicionamento do ACSM (1997) o treinamento de força ajuda a compensar a redução na massa e força muscular tipicamente associada ao envelhecimento normal. Simultaneamente, estas adaptações ao treinamento

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28 melhoram muito a capacidade funcional das pessoas idosas, desse modo melhorando a qualidade de vida nessa população.

Benefícios adicionais do exercício regular incluem melhora da saúde óssea, e então, decréscimo no risco de osteoporose; melhora da estabilidade postural, reduzindo assim o risco de quedas, lesões e fraturas associadas; e incremento da flexibilidade e amplitude de movimento. Enquanto, algumas evidências também sugerem que o envolvimento em exercícios regulares pode também fornecer vários benefícios psicológicos relacionados a preservação da função cognitiva, alívio dos sintomas de depressão e comportamento, e uma melhora no conceito de controle pessoal e auto-eficácia.

O ACSM cita algumas contraindicações ao teste de exercício e ao treinamento para indivíduos idosos são as mesmas para adultos jovens. As maiores contraindicações absolutas que impossibilitam o teste de exercício são recentes alterações no eletrocardiograma ou infarto do miocárdio, angina instável, arritmia descontrolada, bloqueio cardíaco de terceiro grau e insuficiência cardíaca congestiva aguda. As maiores contraindicações relativas para o teste de exercício incluem pressão arterial elevada, cardiomiopatias, doença cardíaca valvular, ectópico ventricular complexo e doenças metabólicas descontroladas. Isto é de fundamental importância para lembrar que a doença cardiovascular sintomática e assintomática e as contraindicações relativas e absolutas que impedem o teste de exercício são muito mais prevalentes em pessoas idosas.

Assim, existe um incremento na prevalência de co-morbidades em indivíduos idosos que afetam a função cardiovascular, incluindo diabetes, hipertensão, obesidade e disfunção ventricular esquerda. Portanto, a utilização do manual geral de testes do American College of Sports Medicine sobre a necessidade para os testes de exercício e para a supervisão médica de tais testes é indispensável.

Neste capitulo foi possível verificar os benefícios que a atividade física realizada de forma regular apresenta, por fim, apontam-se alguns motivos para os dos idosos participarem de programas de atividade física.

(29)

29 1.9 Programa de Atividades Físicas para idosos

Por todos os motivos já acima citados a atividade física é fundamental para a manutenção do bom funcionamento das funções vitais, favorecendo o melhor desempenho das atividades cotidianas. Esta preocupação influencia o aumento dos grupos de atividades físicas para idosos no Brasil e no mundo. Então entra aí a importância de programa de atividade física para idosos.

De acordo com Vendruscolo et al. (2011) hoje as políticas públicas voltadas para esse segmento da população têm buscado integrar esta nova configuração social relacionando-a com a ideia de uma vida ativa e intensa como meio de se manter e melhorar a saúde e a qualidade da vida. Em virtude desta política específica em torno de um novo modo de vida na velhice, a atividade física (AF) aparece como importante estratégia para a busca de uma vida saudável, ao prevenir/amenizar problemas crônico-degenerativos e a perda da independência e autonomia decorrentes do processo de entropia.

Na opinião de Okuma (1998) a busca da interação social é uma das fortes razões para o envolvimento na atividade física. A mesma autora ainda fala neste mesmo livro, que programas de atividades físicas para idosos tem como umas das suas características o trabalho em grupo, desenvolvendo um grau de amizade grande com os outros componentes do grupo sendo um fator determinante na manutenção de pessoas nos programas de AF.

Neste contexto Mazo (2005) observa-se que as idosas que participam de Grupos de Convivência são mais ativas na sua vida diária, tanto nas atividades domesticas como as de lazer. Nos grupos são realizadas diversas atividades, como de lazer, culturais, intelectuais, físicas, manuais, artísticas e de convívio grupal que podem favorecer uma vida ativa as idosas.

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30 2. METODOLOGIA

2.1 Tipo de pesquisa

Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa descritiva transversal a qual conforme Gil (2002, p. 42) “tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre as variáveis”.

2.2 População e amostra

A cidade de Senador Salgado Filho conta com uma área de unidade territorial de 147,209 km². Sua população segundo dados do IBGE de 2010 era de 2.814 habitantes, sendo 1,407 mulheres e 1.407 homens. A estimativa para a população no ano de 2015 é de 2,885 habitantes. Desta população encontram-se 202 homens acima dos 60 anos e 242 mulheres acima dos 60 anos.

A amostra contou de 22 indivíduo, sendo 19 mulheres e 3 homens, com idades entre 60 à 85, média de idade 72,5 anos, (DP± 7,50), que frequentam o grupo Conviver da terceira idade do Serviço de Convivência e Fortalecimento de vínculos do Centro de Referência e Assistência Social (CRAS) do municio de Senador Salgado Filho.

2.3 Critérios de seleção

 Ter sessenta anos ou mais;

 Ter condições físicas para realizar os testes de aptidão física;  Participar do grupo Conviver;

(31)

31 2.4 Procedimento para a coleta de dados

Par a estruturação do estudo inicialmente entrou-se em contato com a coordenação do grupo Conviver do município de Senador Salgado Filho/ RS, onde foi apresentado o projeto e seus objetivos e solicitada a permissão para realiza-lo. Tendo o aceite do estudo por parte da coordenação da Assistência Social, foi exposto para o grupo de idosos o estudo e o que se estava pretendendo, justificando e esclarecendo sobre as inúmeras alterações que ocorrem no sistema musculo esquelético e seu impacto sobre a aptidão física.

Todos foram convidados a participar o estudo, sendo esclarecido também que a pesquisa resguardava aspectos éticos. Todos os indivíduos receberam instruções antes de realizar os testes, sendo informados sobre as possíveis dificuldades que pudessem encontrar na execução de cada, como realizar os testes, o que está sendo avaliado. Os participantes tiveram a disponibilidade de realizar os movimentos requeridos algumas vezes para aquecer e compreender a mecânica dos gestos, conforme normatização preconizada para execução do protocolo da bateria Rikli e Jones (2001).

Após isso foi feita a coleta de dados com os idosos que aceitaram participar. No momento da coleta de dados os idosos presentes assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, documento que ficou sob responsabilidade da pesquisadora.

2.5 Instrumentos para coleta de dados

Instrumento 1: Questionário fechado para verificar os dados sócio demográficos; Percepção de saúde e percepção de qualidade de vida com a classificação das variáveis em ruim, regular, bom, muito bom; Uso e quantidade de medicamentos. (Apêndice A)

Instrumento 2: Índice de Massa Corporal para a avaliação do estado nutricional. De acordo com o Sistema de Vigilância alimentar e nutricional, a classificação do estado nutricional de idosos, assim como a de adultos, é realizada a partir do valor bruto de IMC. Porém, para esse estágio de vida são definidos dois

(32)

32 pontos de corte distintos daqueles de adultos para o indicador de IMC (valores de IMC de 22,0 e 27,0), permitindo a seguinte classificação:

 Valores de IMC menor ou igual a 22,0: idoso com baixo peso.

 Valores de IMC maior que 22,0 e menor que 27,0: idoso com peso adequado (eutrófico).

 Valores de IMC maior ou igual a 27,0: idoso com sobrepeso.

Instrumento 3: Para a avaliação das aptidões físicas foi utilizada a bateria desenvolvida por Rikli e Jones (2001) avaliando os componentes associados à independência funcional: flexibilidade, agilidade e equilíbrio dinâmico, medidas da massa corporal e estatura para estimativa da composição corporal, resistência de força para membros inferiores e superiores e resistência aeróbica. (Anexo A). Abaixo apresenta-se o resumo desta bateria.

Quadro 02. Resumo dos testes da bateria Rikli e Jones.

Teste Objetivo Descrição Pontuação

Levantar da cadeira

Avaliar a força dos membros inferiores

Ao sinal positivo, o participante que está na posição sentada, ergue-se e fica totalmente em pé e então retorna à posição sentada.

Registra-se o número total de repetições num intervalo de 30 segundos. Flexão de braço Avaliar a força dos membros superiores

O participante estará na posição sentada, braço dominante

estendido e perpendicular ao chão, segurando um halter. Ao sinal positivo, o participante gira sua palma para cima enquanto flexiona o braço em amplitude total de movimento e então retorna o braço para uma posição estendida. Utilizou-se um halter de 2 kg para mulheres e 4 Kg para homens.

Registra-se o número total de repetições num intervalo de 30 segundos. Sentar e alcançar os pés Avaliar a flexibilidade dos membros inferiores

O participante sentado e com uma perna estendida, inclina-se

lentamente para frente. O avaliado tenta tocar os dedos dos pés escorregando as mãos, uma em cima da outra, com as pontas dos dedos médios, na perna estendida.

Registra-se a distância (cm) até os dedos dos pés (resultado mínimo) ou a distância (cm) que se consegue alcançar para além dos dedos dos pés (resultado máximo).

(33)

33 Levantar e caminhar Avaliar agilidade e o equilíbrio dinâmico

Ao sinal indicativo, o avaliado levanta da cadeira, caminha o mais rapidamente possível em volta de um cone, retorna para a cadeira e senta. O cone distancia-se da cadeira em 2,44 metros.

Registra-se o tempo decorrido entre o sinal de “partida” até o momento em que o participante senta-se novamente na cadeira. Alcançar as costas mão direita e esquerda Avaliar a flexibilidade dos membros superiores

Em pé, o participante coloca a mão sobre o mesmo ombro, a palma aberta e os dedos estendidos, alcançando o meio das costas. A mão do outro braço está colocada atrás das costas, a palma aberta, alcançando para cima na tentativa de tocar ou sobrepor os dedos médios estendidos.

Registra-se a distância entre as pontas dos dedos (-) ou a distância da sobreposição (+), em centímetros. Caminhada de 6 minutos Avaliar a resistência aeróbica.

Ao sinal indicativo, o participante caminha o mais rápido possível em volta do percurso, quantas vezes puder, durante o tempo de 6 minutos. O teste utiliza um percurso de 50 m medido dentro de

segmentos de 5 m.

Registra-se a distância, (em metros) percorrida no intervalo de 6 minutos.

2.7 Analise dos dados

Os dados foram analisados através da estatística descritiva e processados e analisados com auxílio do programa Statical Package for the Social Sciencies (SPSS) for Windows, versão 18.0.

O teste Qui-Quadrado foi utilizado para verificar a existência de associação entre variáveis quantitativas, o nível de significância foi determinado em P<0,05.

(34)

34 3. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Apresentam-se a seguir dados, bem como, os resultados e discussões deste estudo que pretendeu, a partir da análise dos questionários e da bateria de testes de Rikli e Jones (2001), determinar a avaliação da percepção de saúde, qualidade de vida e aptidão física do grupo conviver de Senador Salgado Filho/ RS.

Tabela 02. Distribuição das principais características sóciodemográficas dos idosos

Variáveis f f%

Faixa Etária 60 a 70 anos 13 59,1

71 a 80 anos 07 31,8

81 anos 02 9,1

Gênero Masculino 03 13,6

Feminino 19 86,4

Classe Social 1 Salário Mínimo 13 59,1

2 Salários Mínimos 8 36,4

3 ou mais Salários Mínimos

1 4,5

A análise da Tabela 02, apresenta a amostra de 22 idosos, com 19 do gênero feminino e 3 do gênero masculino, sendo que a idade mínima foi 60 anos e a máxima de 85 anos, a média de idade 72,5 anos (DP± 7,50) portanto 59,1% tinha entre 60 e 70 anos, 71 a 80 anos (31,8%) e 9,1% mais de 80 anos. Semelhantemente Meurer, Benedetti e Mazo (2011) explicam que os grupos de atividades físicas para idosos são frequentados em sua maioria por idosos com idade entre 60 e 69 anos já que a prevalência de morbidades e incapacidades é maior nos estratos mais velhos.

Também se observou que 86,4% da amostra do grupo Conviver é do gênero feminino, seguindo as estatísticas brasileiras. Isso se justifica, segundo Cerri e Simões (2007), pelo fato de que as mulheres admitirem mais facilmente a necessidade de se relacionarem socialmente com outras pessoas, aderindo, assim, mais facilmente a grupos de atividades físicas para idosos.

Com relação a classe social, 59,1% dos idosos declararam receber apenas um salário mínimo, apenas o benefício do Ministério da Previdência Social (INSS) que nesse ano tem o valor de R$ 788,00 reais. Toscano e Oliveira (2009) realizaram uma pesquisa sobre a qualidade de vida, e encontraram dados semelhantes sobre a renda dos idosos no ano de 2009, onde o salário mínimo tinha o valor de R$ 300,00 reais.

(35)

35 Tabela 03. Distribuição das principais doenças instaladas no grupo Conviver.

Ao analisar a tabela 03 observa-se que o maior percentual dos sujeitos do gênero masculino da amostra relatou não apresentar nenhuma doença autorreferida, porém os outros sujeitos relataram em percentual menor hipertensão arterial (33,3%), diabetes (33,3%) e doença do coração (33,3%). Na amostra dos sujeitos do gênero feminino, a classificação para a variável doença “outras” teve maior incidência de percentual, sendo elas: Alzheimer, Labirintite, pulmão, olhos, Bronquite, Reumatismo, Artrite, coluna, circulação do sangue e Glaucoma. A doença mais relatada em ambos os gêneros foi a hipertensão arterial (52,6%), não se apresentando associação estatística significativa entre gênero e doenças instaladas (P>0,05).

Esta pesquisa se assemelha ao estudo de Lima Costa et al. (2011) no Projeto Bambuí, onde 69% dos idosos relataram ter pelo menos uma doença crônica, sendo esta proporção maior entre as mulheres do que entre os homens. O estudo de Pinto e Neri (2013) encontrou dados maiores, onde as mulheres apresentavam duas doenças e os homens uma doença autorreferida.

Quanto a hipertensão, este estudo se assemelha a pesquisa de Nunes et al. (2009), a qual verificou que a mesma foi a morbidade mais prevalente, seguida dos problemas de coluna e doença cardiovascular. Na grande maioria dos idosos estudados foi observada a presença de, pelo menos, uma doença crônica, e 100% utilizavam medicamentos.

Santos Junior et al. (2014) identificaram dados semelhantes em sua pesquisa que as principais doenças crônicas encontradas na amostra eram: hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, osteoporose, artrose, infarto agudo do miocárdio, obesidade e câncer. Conforme aqueles autores, a hipertensão arterial é uma doença altamente prevalente em pessoas idosas, sendo um fator determinante na morbidade e mortalidade elevadas dessa população.

Variáveis Masculino Feminino Total

Doenças Instaladas f f% f f% f f% Valor P Hipertensão 1 33,3 9 47,3 10 52,6 ,190 Diabetes 1 33,3 2 10,5 3 15,7 Coração 1 33,3 4 21 5 26,3 Outras 0 0,0 16 84,2 16 84,2 Não 2 66,6 0 0,0 2 10,5

(36)

36 Tabela 04. Resultado Da Análise Gênero e uso De Medicamentos Do Grupo De Idosos

Conviver

Variáveis Masculino Feminino Total

Uso de Medicamento f f% F f% f f% Valor P Sim 3 100 18 94,7 21 95,4 ,583 Não 0 0,0 1 5,2 1 4,5 Total 3 100 19 100 22 100

Ao analisar a tabela 04 observa-se que o maior percentual de sujeitos da amostra relatou utilizar medicamento de uso continuo, não se observando associação estatisticamente significativa (P>0,05) entre uso de medicamentos e gênero.

Uma pesquisa realizada por Flores e Mengue (2005) que analisou uso de medicamentos por idosos na região do sul do Brasil, onde os mesmos relataram alta prevalência de uso de medicamentos contínuos, corrobora os dados deste estudo. A mesma pesquisa indicou também o sexo feminino como maiores índices de uso de medicamentos, isto se deve, segundo eles, pelo fato das mulheres apresentarem uma postura diferente em relação às doenças e ao conceito de saúde, sendo mais inclinadas a prestar atenção aos sinais e sintomas e procurar assistência mais frequentemente que os homens.

Pesquisa realizada em Minas Gerais por Loyola Filho (2006) encontrou índices menores, para a prevalência de uso de medicamentos. A prevalência do uso naquele estudo foi maior entre as mulheres, em comparação aos homens (79,3% e 61,5%, respectivamente).

Tabela 05. Resultado da análise da quantidade de medicamentos de uso continuo do grupo de idosos conviver.

Variáveis Masculino Feminino Total

Quantidade de Medicamentos f f% F f% f f% Valor P 1 – 5 2 66,6 15 78,9 17 77,2 ,428 6 – 10 1 33,3 1 5,2 2 9,0 11 + 0 0,0 2 10,5 2 9,0 Não 0 0,0 1 5,2 1 4,5

Ao analisar a Tabela 05 observa-se que 77,2% dos idosos utilizam diariamente entre 1 e 5 medicamentos de uso continuo. Percebe-se também que

(37)

37 não houve associação estatisticamente significativa (P>0,05), pois ambos relataram a mesma quantidade de medicamentos.

A pesquisa realizada por Flores e Mengue (2005) no Rio Grande do Sul relatou consumo semelhante, pois a amostra daquela pesquisa consumia em média 3,2 medicamentos, e o gênero feminino e aqueles que vivem acompanhados relatam a ingestão de maior número médio de medicamentos. O consumo de medicamentos naquela pesquisa aumentou progressivamente com a idade, em ambos os sexos, alcançando o pico na faixa etária mais alta. Os autores acima relatam que a polifarmácia, caracterizada pelo consumo de múltiplos medicamentos, é um dos problemas mais frequentes nessa população.

Também, a pesquisa de Loyola Filho (2006) encontrou dados semelhantes, onde o número médio de medicamentos consumidos foi igual a 2,18, com maior prevalência entre as mulheres do que homens.

Tabela 06. Associação entre a percepção de saúde x gênero do grupo de idosos conviver

Variáveis Masculino Feminino Total

Percepção de Saúde f f% f f% f f% Valor P Ruim 0 0,0 1 4,5 1 4,5 ,155 Regular 0 0,0 8 36,3 8 36,3 Bom 3 13,6 10 45,4 13 59,0 Ótimo 0 0,0 0 0,0 0 0,0

Ao analisar a tabela 06, se observa que o maior percentual de sujeitos da amostra relatou ter uma boa percepção de sua saúde (59%), e concomitante (36,3%) afirmaram tem uma regular percepção de sua saúde. Não se encontrou associação estatística significativa (P<0,05) entre o gênero e a percepção de saúde, verificando-se que verificando-ser homem ou verificando-ser mulher não influenciou na melhor ou pior percepção de saúde dos idosos.

Em um estudo de Gonçalves e Lima (2014) onde verificaram a percepção de Saúde e Qualidade de Vida de Praticantes de Pilates, constataram que 62,9% de sua amostra considera-se satisfeito com sua saúde, sendo os níveis de avaliação: Insatisfeito, satisfeito e muito satisfeito, sendo, portanto semelhante a este estudo.

Avaliando a auto percepção de saúde em adolescentes, adultos e idosos Reichert et al. (2012) observaram que as mulheres adultas e idosas daquele estudo

(38)

38 perceberam de maneira mais negativa a sua saúde do que os homens, dados semelhantes aos encontrados na amostra desta pesquisa.

No estudo realizado por Antunes e Mazo (2014) a percepção de saúde foi declarada positiva por sua amostra, sendo que os idosos com maior pontuação na escala de autoestima, segundo aqueles autores, tendem a avaliar sua saúde de forma positiva, concluindo que existe relação entre a elevada autoestima e a percepção positiva que os idosos têm da sua saúde.

Quanto a este aspecto Ferraz e Peixoto (1997) observam que o idoso pode apresentar uma percepção positiva da saúde desde que seus problemas não signifiquem limitações para seu cotidiano, seja como indivíduo, seja enquanto ser social.

Tabela 07. Associação entre a percepção de Qualidade x gênero de vida do grupo de idosos Conviver

Variáveis Masculino Feminino Total

Percepção de Qualidade de vida f f% f f% f f% Valor P Ruim 0 0,0 0 0,0 0 0,0 ,155 Regular 0 0,0 3 15,7 3 13,6 Bom 3 100 16 84,2 19 86,3 Ótimo 0 0,0 0 0,0 0 0,0

Ao analisar a tabela 07 sobre a percepção que o grupo de idosos tem de sua qualidade de vida (QV), verificou-se que 100% da amostra masculina a considera boa. Na amostra feminina, observou-se que 84,2% classificou também sua qualidade de vida como boa seguida de regular (15,7%), não apresentando diferença estatística significativa (P<0,05).

Os dados deste estudo se aproximam muito dos encontrados por Bertolini (2001), quando aponta que o envelhecimento bem-sucedido se relaciona com uma competência adaptativa do indivíduo, ou seja, flexibilidade aos desafios biológicos, emocionais e sociais.

Santos et al. (2002) ao analisarem a qualidade de vida através de uma escala encontraram dados em que a satisfação com a qualidade de vida dos idosos mostrou-se regular, mostrou-sendo, os resultados inferiores aos encontrados nesta pesquisa. As dimensões apontadas na escala daquele estudo foram: desenvolvimento pessoal e realização; relações com familiares; participação social; bem-estar físico e material; amizade e aprendizagem.

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39 Tabela 08. Associação da percepção de Qualidade de Vida x Percepção de saúde dos

idosos do grupo Conviver

Variáveis P. Q. V. Ruim Regular Boa Ótima Total

Percepção de Saúde f f% f f% f f% f f% f f% Valor P Ruim 0 0,0 0 0,0 1 4,5 0 0,0 1 4,5 ,031 Regular 0 0,0 3 13,6 5 22,7 0 0,0 8 36,3 Bom 0 0,0 0 0,0 13 59,0 0 0,0 13 59,0 Ótimo 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0

Ao analisar a Tabela 08 observou-se que quem relatou ter uma boa percepção de sua saúde, relatou ter boa percepção de sua qualidade de vida, sendo essa associação estatisticamente significativa (P<0,05).

Sendo a qualidade de vida um conceito amplo, que está relacionado com diferentes aspectos do ser humano e conforme Mazo (2008) que, em geral, está relacionada a aspectos de saúde como bem estar físico, mental e funcional, que se relaciona também com fatores como trabalho, amigos, família, entre outros, não poderia deixar de estar associado tendo em vista que os dois fatores caminham juntamente na vida dos sujeitos.

No estudo realizado por Freitas (2011)foram encontrados dados diferentes em relação a percepção de saúde e semelhantes em relação a QV, onde, a maioria dos idosos relatou, na auto percepção de saúde, ter uma saúde regular ou ruim, e na qualidade de vida observou-se que a maioria dos entrevistados a classifica como muito boa ou boa.

Tabela 09. Resultado da análise gênero e IMC (índice de massa corporal) do grupo de idosos conviver

Variáveis Masculino Feminino Total

IMC f f% F f% f f% Valor P Baixo Peso 0 0,0 1 5,2 1 4,5 ,640 Peso normal 1 33,3 5 26,3 6 27,2 Sobrepeso 0 0,0 4 21,0 4 18,1 Obesidade 2 66,6 9 47,3 11 50,0

Ao analisar a tabela 09, não se observa associação estatística significativa (P<0,05) entre gênero e IMC, observando-se distribuição semelhante dos idosos nos níveis de IMC. Quando analisados o percentual total da amostra do grupo de idosos

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40 Conviver, observa-se que o percentual de sujeitos com excesso de peso é significativo e preocupante (68,1%), sendo que apenas 27,2% da amostra está com o peso normal.

Souza et al. (2013) encontraram resultados diferentes dos que foram encontrados na amostra do grupo Conviver, onde no seu estudo 50,4% se classificou com sobrepeso e obesidade.

Diferentemente a este estudo Altermann et al. (2011) encontraram em sua amostra que o sexo feminino esteve mais associado ao estado nutricional fora da eutrofia em relação ao sexo masculino, pois somente 37% das mulheres foram classificados eutróficas enquanto que 71,4% dos homens encontravam-se nesta mesma classificação.

Tabela 10. Resultado da análise renda e IMC (índice de massa corporal) grupo de idosos conviver

Variáveis IMC Baixo Peso

Peso Normal

Sobrepeso Obesidade Total

Renda f f% f f% f f% f f% f f% Valor P 1 salario 1 4,5 4 18,1 1 4,5 7 31,8 13 59,0 ,396 2 salários 0 0,0 2 9,0 2 9,0 4 18,1 8 36,3 3 + 0 0,0 0 0,0 1 4,5 0 0,0 1 4,5 Total 1 4,5 6 27,2 4 18,1 11 50,0 22 100

Ao analisar a tabela 10 observou-se que 59% da amostra tem renda mensal de um salário mínimo, destes 31,8% encontram-se em obesidade e 18,1% eutróficos. Não se observa associação estatisticamente significativa (P>0,05) entre renda e o Índice de Massa Corporal, sendo que tanto os homens quanto as mulheres demonstraram índices semelhantes de IMC e renda.

Quanto a essa associação a pesquisa desenvolvida por Araujo et al. (2011) sobre o perfil nutricional de adultos e idosos atendidos na rede municipal de saúde de Manaus, observou associação estatisticamente significativa entre escolaridade e renda x IMC, ou seja, os valores antropométricos foram afetados pela escolaridade e renda do indivíduo.

Segundo Jakobsson et al. (2004), a renda é um fator socioeconômico importante na vida diária e na qualidade de vida dos idosos, onde uma boa situação socioeconômica mostra-se associada à melhor qualidade de vida.

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