• Nenhum resultado encontrado

Educação física para pessoas com necessidades especiais: um olhar a partir de um estudo de caso

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Educação física para pessoas com necessidades especiais: um olhar a partir de um estudo de caso"

Copied!
35
0
0

Texto

(1)

UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DHE – DEPARTAMENTO DE HUMANIDADES E EDUCAÇÃO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

EDUCAÇÃO FÍSICA PARA PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS:

UM OLHAR A PARTIR DE UM ESTUDO DE CASO

LOIVA HUTH

Ijuí – RS 2012

(2)

LOIVA HUTH

EDUCAÇÃO FÍSICA PARA PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS:

UM OLHAR A PARTIR DE UM ESTUDO DE CASO

Monografia apresentada como Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do título de licenciada em Educação Física na Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ sob orientação da professora Marta Estela Borgmann.

Ijuí – RS 2012

(3)

AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus que iluminou o meu caminho durante esta trajetória, e por todas as coisas maravilhas que eu conquistei na vida.

Aos meus pais, Nelso e Marli e tambem os meus tios Lindolfo e Elíria que estiveram presente em tudo e em todos os momentos. E por me oportunizarem ser aquilo que escolhi, por toda a força, confiança e dedicação dispensadas durante todos estes anos de graduação, por terem acreditado em mim, por terem me apoiado e por muitas vezes terem se sacrificado para me ajudar no que eu precisei. Agradeço a compreensão do meu marido Edson, que muitas vezes esteve presente nas horas que eu mais precisei e nos momentos mais difíceis que enfrentei. A minha filha Poliana que mesmo tão pequena enfrentou muitas idas e vindas junto a Universidade, meu muito obrigado e é para todos vocês que eu dedico esta conquista.

À minha orientadora, Marta Borgmann, pelo exemplo de profissional, por toda a dedicação, carinho e confiança; por se fazer presente cada vez que precisei, por todas as dicas e conselhos.

Às minha amigas e colegas, que compartilhando expectativas, alegrias e ansiedades, soube cultivar uma amizade que com o tempo amadureceu. Agradeço pelas palavras de apoio e incentivo.

(4)

"Crescer como Profissional, significa ir localizando-se no tempo e nas circunstâncias em que vivemos, para chegarmos a ser um ser verdadeiramente capaz de criar e transformar a realidade em conjunto com os nossos semelhantes para o alcance de nosso objetivos como profissionais da Educação" (Paulo Freire).

(5)

RESUMO

O presente trabalho de conclusão de curso trata da importância da Educação Física, como uma área que também implica-se com a formação de alunos com deficiência intelectual e múltipla, proporcionando estímulos, aprendizagens e respeito ao corpo melhorando o desenvolvimento cognitivo e afetivo. A pesquisa teve como objetivo Identificar qual a relação entre a proposta pedagógica da Educação Física na escola da APAE e as intervenções realizadas pelo professor de Educação Física com um grupo de alunos que apresentam deficiência intelectual e múltipla. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica com estudo de caso com uma professora de Educação Física que atua na área numa escola especial, o instrumento usado foi um questionário com perguntas abertas e manuscrita.

(6)

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 6

CAPÍTULO I A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR SEGUNDO OS REFERENCIAIS CURRICULARES ... 8

1.1 REFERENCIAIS CURRICULARES ... 8

CAPÍTULO II A EDUCAÇÃO FÍSICA COMO MEDIADORA DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE ALUNOS COM NECESSIDADES ESPECIAIS (ANEE) ... 13

CAPÍTULO III DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS DADOS ... 20

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 26

REFERÊNCIAS ... 28

(7)

INTRODUÇÃO

Falar na importância da Educação Especial, num contexto em que as políticas apontam para uma Educação Inclusiva é reconhecer que a Educação Especial pode e deve também, mesmo acontecendo em uma escola de Educação Especial do tipo APAE, ser inclusiva.

A Educação Física como área que desenvolve habilidades motoras, cognitivas, afetivas, emocional e criativa não pode faltar num trabalho com sujeitos da Educação Especial.

A pesquisa desenvolvida aconteceu a partir de leituras e analises de práticas de ensino da Educação Física numa Escola Especial (APAE) a fim de verificar o trabalho de um profissional da Educação Física neste contexto e já atuando na área com alunos especiais numa Escola de Educação Especial (APAE), e também observando as dificuldades das pessoas com deficiência intelectual e múltipla em realizar determinadas tarefas ou movimentos, vejo que é importante que as aulas de Educação Física sejam adequadas à prática e as atividades e que venham a contribuir para desenvolvimento de conhecimentos.

O Trabalho de Conclusão de Curso iniciará apresentando no primeiro capitulo as abordagens pedagógicas da Educação Física escolar segundo os referenciais curriculares, onde serão relidas considerações sobre a importância das práticas na escola.

No segundo capítulo: O componente curricular Educação Física como mediador do processo de aprendizagem com Alunos com Necessidades Especiais (ANEE) caracteriza os sujeitos da Educação Especial, a função da Educação Física e a proposta de Educação Física Adaptada para alunos especiais.

(8)

No terceiro capítulo discutirei e analisarei os dados colaborados num questionário realizado com uma professora de Educação Física da APAE, buscando conhecer o trabalho, observando as intervenções realizadas diante alunos com deficiência e assim estabelecermos uma análise em relação ao planejamento, à proposta e formação de profissionais.

(9)

CAPÍTULO I A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR SEGUNDO OS REFERENCIAIS CURRICULARES

1.1 REFERENCIAIS CURRICULARES

Temos uma diversidade de concepções na Educação Física que sustentaram e ainda sustentam as práticas pedagógicas, mas faremos um recorte a partir dos Referenciais Curriculares do Estado do Rio Grande do Sul, organizado pelos autores destacando que estes expressam e sistematizam um conjunto de competências e conteúdos que esta matéria de ensino se encarrega de tratar. É um esforço de explicitação dos saberes considerado fundamental neste campo, organizados com a intenção de auxiliar no planejamento e na implantação de propostas de ensino que favoreçam o processo de apropriação, problematização e uso criativo por parte dos alunos do que ali está sugerido. O Referencial é um ponto de apoio, e não um texto substituto, ao processo de elaboração dos planos de estudo de cada instituição.

Entre as diferentes acepções de competência usadas em educação, duas se destacam: (1) a que se refere a uma hipotética capacidade humana, responsável pela mobilização de diferentes recursos cognitivos (saberes, informações, estratégias), motores (habilidades) e atitudinais (valores, normas), para atuar de forma apropriada em um conjunto de situações que guardam alguma similaridade; e (2) a um princípio de organização curricular (diretamente vinculada à acepção anterior), uma forma de expressar/descrever intencionalidades educativas que orientam um projeto curricular.

Quanto ao entendimento como capacidade humana, Bernstein (2003) aponta que a noção de competência emerge na década de 60 e 70 no campo das Ciências Sociais e da Linguística como um conjunto de procedimentos que, em linhas gerais, permite ao sujeito “fazer parte do mundo e construí-lo”.

Nesse período, as competências foram entendidas como algo intrinsecamente criativo e adquirido em processos de interação informais.

É importante sublinhar que este conceito carrega uma multiplicidade de significados e, por isso mesmo, toda vez que se usa o termo competência é preciso tornar visível o entendimento que se pretende adotar.

(10)

O conceito de competência também pode ser usado como operador da organização do currículo. No contexto brasileiro, durante as últimas décadas, os gestores de políticas educacionais geraram um conjunto de reformas que tiveram como eixo central a elaboração de Documentos Curriculares.

No entanto, mesmo que uma noção mais estreita de competência possa ter prevalecido em alguns Documentos Curriculares brasileiros, é importante lembrar que outros significados habitam, disputam e ampliam as possibilidades de entendimento deste conceito.

Para tanto, cada componente curricular da educação básica precisa estar pautado por esta noção mais ampla, e assim tratar de forma contextualizada suas competências específicas. No caso da Educação Física, elas são as seguintes:

Conforme o Documento dos Referenciais Curriculares do Rio Grande do Sul (2009):

• Compreender a origem e a dinâmica de transformação das representações e práticas sociais que constituem a cultura corporal de movimento, seus vínculos com a organização da vida coletiva e individual, e com os agentes sociais envolvidos em sua produção (estado, mercado, mídia, instituições esportivas, organizações sociais,etc.);

• Conhecer, apreciar e desfrutar da pluralidade das práticas corporais sistematizadas, compreendendo suas características e a diversidade de significados vinculados à origem e à inserção em diferentes épocas e contextos socioculturais;

• Analisar as experiências propiciadas pelo envolvimento com práticas corporais sistematizadas, privilegiando aspectos relativos ao uso, à natureza, às funções, à organização e à estrutura destas manifestações, além de se envolver no processo de experimentação, criação e ampliação do acervo cultural neste campo;

• Conhecer e usar algumas práticas corporais sistematizadas, de forma proficiente e autônoma, para potencializar o envolvimento em atividades recreativas no contexto do lazer e a ampliação das redes de sociabilidade;

• Conhecer e usar práticas corporais sistematizadas para fruir a natureza (levando em conta o sentido de preservação), percebendo-se integrante, dependente e agente de transformação ambiental;

• Utilizar a linguagem corporal para produzir e expressar ideias, atribuindo significados às diferentes intenções e situações de comunicação, e para interpretar e usufruir as produções culturais com base no movimento expressivo;

(11)

• Compreender e utilizar as práticas corporais sistematizadas para acesso a outras culturas, como uma forma de refletir sobre a própria cultura, fortalecer as relações de pertencimento e valorizar a pluralidade sociocultural;

• Preservar manifestações da cultura corporal de movimento de outras épocas como forma de constituir a memória cultural e torná-la acessível às novas gerações;

• Interferir na dinâmica de produção da cultura corporal de movimento local em favor da fruição coletiva, bem como reivindicar condições adequadas para a promoção das práticas de lazer, reconhecendo-as como uma necessidade básica do ser humano e um direito do cidadão;

• Compreender a relação entre a prática de atividades físicas e a complexidade de fatores coletivos e individuais que afetam o processo saúde/doença, reconhecendo os vínculos entre as condições de vida socialmente produzidas e as possibilidades/impossibilidades do cuidado de si e dos outros;

• Compreender o universo de produção de padrões de desempenho, saúde, beleza e estética corporal e o modo como afetam a educação dos corpos, analisando criticamente os modelos disseminados na mídia e evitando posturas bitoladas, consumistas e preconceituosas.

Convém destacar que as competências gerais e específicas previstas neste documento não tratam os saberes atitudinais (saber ser) de forma explícita. Não há dúvida sobre a importância desta dimensão nas aulas de Educação Física ao longo dos anos escolares.

Porém, de forma mais acentuada do que os saberes conceituais (saber sobre) e procedimentais (saber fazer), os saberes atitudinais dependem diretamente do “caldo de cultura“ gerado nas interações sociais produzidas no contexto das aulas.

• Participar das práticas corporais de movimento, estabelecendo relações equilibradas e construtivas com os outros, reconhecendo e respeitando o nível de conhecimento, as habilidades físicas e os limites de desempenho de si mesmo e dos outros;

• Evitar qualquer tipo de discriminação quanto à condição socioeconômica, à deficiência física, ao gênero, à idade, à nacionalidade/regionalidade, à raça/cor/ etnia, ao tipo de corpo, etc;

(12)

• Repudiar qualquer espécie de violência, adotando atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade nas práticas corporais de movimento;

• Argumentar de maneira civilizada perante colegas, funcionários, professores, equipe diretiva, pais, especialmente quando se deparar com situações de conflito geradas por divergência de ideias, de credo, de posição política, sobre preferência estética, sexual, partidária ou clubística;

• Contribuir de maneira solidária no desenvolvimento de tarefas coletivas (práticas ou teóricas) previstas para serem realizadas pela turma.

• Reconhecer e valorizar a aplicação dos procedimentos voltados à prática segura em diferentes situações de aprendizagem nas aulas de Educação Física;

• Saber lidar com as críticas construtivas feitas por colegas, funcionários, professores, equipe diretiva, pais e percebê-las como oportunidade de aprimoramento pessoal e do convívio em comunidade.

A elaboração do Referencial Curricular da Educação Física, no que diz respeito aos aspectos específicos da disciplina, foi pautada em um conjunto de princípios que direcionaram as escolhas e decisões tomadas nesse processo. Em linhas gerais, podem ser identificados quatros princípios básicos conforme Referencial Curricular (2009, p.117).

O primeiro princípio está pautado no entendimento de que a Educação Física é um componente curricular responsável pela tematização da cultura corporal de movimento, que tem por finalidade potencializar o aluno para intervir de forma autônoma, crítica e criativa nessa dimensão social. Para atingir tal finalidade, é necessária uma clara explicitação das competências e conteúdos atribuídos a esta disciplina, assim como um esforço por estabelecer uma progressão coerente com as características sociocognitivas dos alunos nas diferentes etapas escolares e o próprio processo de complexificação do conhecimento.

O segundo está inteiramente focado no estudo da cultura corporal de movimento. Por isso, propõe que a Educação Física tematize a pluralidade do rico patrimônio de práticas corporais sistematizadas e as representações sociais a elas atreladas. Tal proposição está baseada na ideia de que cada uma das manifestações da cultura corporal de movimento proporciona ao sujeito o acesso a uma dimensão de conhecimento e de experiência que não lhe seria proporcionado de outro modo. A vivência em cada uma destas manifestações corporais, não é

(13)

apenas um meio para se aprender outras coisas, pois ela gera um tipo de conhecimento muito particular, insubstituível.

O terceiro se pauta na ideia de que a Educação Física deve possibilitar a releitura e a apropriação crítica dos conhecimentos da cultura corporal de movimento. Nessa linha, os conhecimentos transmitidos pela Educação Física na escola não devem estar subordinados àqueles propiciados pelas instituições não escolares que lidam com práticas corporais sistematizadas, por exemplo, “escolinhas” de futsal, escolas de ballet, roda de capoeira, academias de ginástica, academia de artes marciais, etc.

A disciplina de Educação Física, logicamente, não deve desconhecer o que lá ocorre, porém deve ter bem claro que as finalidades naquela esfera são muito diferentes das suas, no interior da escola.

O quarto é uma ferramenta pedagógica voltada à orientação dos planos de estudos da Educação Física a serem elaborados na escola. O Referencial Curricular, como já foi frisado anteriormente, não foi pensado como um currículo “padrão” a ser desenvolvido em toda a rede pública estadual de ensino.

Os Referenciais Curriculares, como o próprio nome já diz, é uma referência para auxiliar na articulação entre os planos de estudo da disciplina e os projetos escolares específicos, por isso, precisa estar articulado à realidade local. Não se trata, portanto, de uma referência estática, uma camisa de força que amarra o professor a um projeto estranho, alheio, por exemplo, às condições estruturais para sua efetiva realização.

Desta forma, utilizaremos como possibilidades de reflexão e analise das praticas de ensino numa proposta para a Educação Especial.

(14)

CAPÍTULO II A EDUCAÇÃO FÍSICA COMO MEDIADORA DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE ALUNOS COM NECESSIDADES ESPECIAIS (ANEE)

O Documento da Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva (2008) ressalta que por muito tempo perdurou o entendimento de que a Educação Especial organizada de forma paralela à educação comum seria mais apropriada para a aprendizagem dos alunos que apresentavam deficiência, problemas de saúde, ou qualquer inadequação com relação a estrutura organizada pelos sistemas de ensino. Essa concepção exerceu impacto duradouro na história da Educação Especial, resultando em práticas que enfatizavam os aspectos relacionados a deficiência, em contraposição a dimensão pedagógica.

O desenvolvimento de estudos no campo da educação e a defesa dos direitos humanos veio modificando estes conceitos, as legislações e as práticas pedagógicas e de gestão, vieram promovendo a reestruturação do ensino regular e especial paulatinamente. Em 1994, a Declaração de Salamanca estabelece como principio básico que as escolas do ensino regular devem educar todos os alunos, enfrentando a situação de exclusão escolar das crianças com deficiência, das que vivem nas ruas ou que trabalham das superdotadas, em desvantagem social e das que apresentam diferenças linguísticas, étnicas ou culturais.

O conceito de Necessidades Educacionais Especiais passa a ser amplamente disseminado, a partir dessa Declaração que ressalta a importância da interação das características individuais dos alunos com o ambiente educacional e social, chamando a atenção do ensino regular para o desafio de atender as diferenças. No entanto, mesmo com essa perspectiva conceitual transformadora, as políticas educacionais implementadas não alcançaram o objetivo de levar a escola comum a assumir o desafio de atender as necessidades educacionais de todos os alunos.

A Educação Especial passa a definir como seu público-alvo os alunos com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades/superdotado e desta forma, trazendo a estes o direito de um Atendimento Educacional Especializado. Nos casos o que implica em transtornos funcionais específicos, a Educação Especial atua de forma articulada com o ensino comum, orientando para o atendimento ás Necessidades Educacionais Especiais desses alunos.

(15)

Considera-se conforme a Política que os alunos com deficiência são aqueles que têm um impedimento de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que em interação com diversas barreiras podem ter restringida sua participação plena e efetiva na escola e na sociedade. Os alunos com transtornos globais do desenvolvimento, aqueles que apresentam alterações qualitativas das interações sociais recíprocas e na comunicação, um repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo. Incluem-se nesse grupo alunos com autismo, síndromes do espectro do autismo e psicose infantil. Alunos com altas habilidades/superdotados demonstram potencial elevado em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes.

Também apresentam elevada criatividade, grande envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu interesse. Dentre os transtornos funcionais específicos estão: dislexia, disortografia, disgrafia, discalculia, transtorno de atenção e hiperatividade, entre outros.

As definições do público alvo devem ser contextualizadas e não se esgotam na mera categorização e especificas e atribuições dadas a um quadro de deficiência, transtornos, distúrbios e aptidões.

Considera-se que as pessoas se modificam continuamente transformando o contexto no qual se inserem. Esse dinamismo exige uma atuação pedagógica voltada para alterar a situação de exclusão, enfatizando a importância de ambientes heterogêneos que promovam a aprendizagem de todos os alunos.

Neste sentido as APAEs, apresentam uma proposta curricular conforme o Documento Educação Física Desporto e Lazer, Proposta Orientadora das Ações. Esta caracterizada em dois segmentos para uma melhor organização do ensino.

O primeiro segmento da proposta trata da Educação Física Escolar, conforme níveis e modalidades de ensino propostos pela APAE Educadora.

1 – Fase I – Educação Física para a Educação Infantil (0 a 6 anos) 2 Educação Física para o Ensino Fundamental e Educação Profissional – Fase II – Escolarização Inicial – 7 a 14 anos

– Fase III – Escolarização e Profissionalização – acima de 14 anos

Destacam-se ainda no primeiro segmento três níveis de atuação para a Educação Física Escolar (nível I, nível II e nível III). Independentemente da idade ou

(16)

da fase escolar em que se encontra, o aluno poderá ser inserido em um dos três níveis, dependendo, portanto, de suas condições momentâneas.

Nível I – Estimulação motora

Nível II - Estimulação das Habilidades Básicas

Nível III - Estimulação Específica e Iniciação Desportiva

O segundo segmento desta proposta caracteriza os Projetos Especiais, que dispõem sobre a Educação Física, Desporto e Lazer fora do contexto escolar, e contemplam as seguintes atividades 1. Educação Física – tem o objetivo de desenvolver, promover e manter hábitos saudáveis, pela prática de atividades físicas, que visem à qualidade de vida dos praticantes. Estão inclusas nesse programa caminhadas, aulas de ginástica, hidroginástica, natação, judô, capoeira etc.

2. Lazer – tem o objetivo de promover atividades recreativas, como gincanas, jogos recreativos, danças, passeios, acampamentos etc.

3. Treinamento Desportivo – visam a iniciativas com atividades que propiciem a iniciação e o treinamento de atletas para competições locais, regionais, nacionais e internacionais.

4. Outros programas que estejam de acordo com os objetivos e possibilidades da instituição mantenedora APAE.

Figura 1 – Estrutura da Proposta Educação Física, Desporto e Lazer para o Movimento Apaeano

(17)

A Educação Física é uma profissão que se manifesta numa diversidade sócio-política diversificada e reflete a complexidade e pluralidade cultural de seu tempo quanto a organização social, para o atendimento de Pessoas com Necessidades Especiais tem uma proposta de ensino que considera os mesmos, incluindo-os na sociedade e na escola, trata-se da Educação Física Adaptada.

São poucos os profissionais que tem conhecimento sobre a área da Educação Física Adaptada, ou até mesmo não compreendem a visão da escola sobre o assunto, limitando-se a uma prática desportiva pensada sobre deficiente paraolímpico.

Não se pode aceitar que hoje, com o advento das pesquisas na área de atividade física e saúde, uma pessoa seja excluída da prática regular de exercícios por apresentar alguma deficiência (GORGATTI; COSTA, 2005).

O desafio consiste em saber lidar com o abundante potencial presente nas pessoas que apresentam diferentes e peculiares condições para a prática das atividades físicas, interagindo-nos mais diferentes contextos. (GORGATTI; COSTA, 2005).

No entanto a Educação Física Adaptada tem por objetivo o estudo e a intervenção profissional no universo das pessoas que apresentam diferentes e peculiares condições para a prática de atividades físicas. Seu foco então é o desenvolvimento da cultura corporal de movimento. A Educação Física tem um papel importante no desenvolvimento global dos alunos, principalmente daqueles com deficiência, tanto no desenvolvimento motor quanto nos desenvolvimentos intelectual, social e afetivo.

A Educação Física Adaptada é uma área do conhecimento que discute os problemas biopsicossociais da população considerada com problemas de baixo rendimento motor: pessoas com deficiência física, sensorial (visual e auditiva), mental e múltipla e que precisam de estímulos para o seu desenvolvimento (STRAPASSON; CARNIEL, 2007).

Ela procura tratar do aluno sem que haja desigualdades, tornando a autoestima e a autoconfiança mais elevada pela possibilidade de execução das atividades, facilitando a inclusão.

Em relação o conceito, a Educação Física Adaptada (EFA), de acordo com Rosadas (1994, p. 5), “é a Educação Física aplicada em condições especiais,

(18)

visando uma população especial que necessita de estímulos especiais de desenvolvimento motor e funcional”.

A Educação Física Adaptada envolve modificações ou ajustamentos das atividades tradicionais da Educação Física, permitindo às pessoas com deficiências participarem de forma segura de acordo com suas capacidades funcionais (DUARTE; LIMA, 2003, p. 92).

A Educação Física Adaptada tem como objeto de estudo a motricidade humana para as pessoas com deficiência, adequando metodologias de ensino para o atendimento às características de cada pessoa com deficiência, respeitando suas diferenças individuais. Compreende técnicas, organização, conteúdos, planejamento, facilitando a independência e autonomia, inclusão e aceitação no grupo social (PEDRINELLI, 1994).De acordo com Strapasson (2007, p. 8):

A Educação Física deve propiciar o desenvolvimento global de seus alunos, ajudar para que o mesmo consiga atingir a adaptação e o equilíbrio que requer suas limitações e/ou deficiência; identificar as necessidades e capacidades de cada educando quanto às suas possibilidades de ação e adaptações para o movimento; facilitar sua independência e autonomia, bem como facilitar o processo de inclusão e aceitação em seu grupo social, quando necessário.

A Educação Física tem a função de preparar o aluno para ser um praticante lúcido e ativo, que incorpore o esporte e os demais componentes da cultura corporal em sua vida, para deles tirar o melhor proveito possível.

Betti e Zuliane (2002, p. 73) afirmam que a formação da criança e do jovem passa a ser concebida como uma educação integral – corpo, mente e espírito – com o desenvolvimento pleno da personalidade incorporada à Educação Física, vem somar-se à educação intelectual e moral.

A Educação Física também propicia, como os outros componentes curriculares, uma ação pedagógica associada à cultura, valorizando a corporeidade, o sentir o se relacionar.

As atividades proporcionadas pela Educação Física Adaptada devem oferecer atendimento especializado aos alunos com Necessidades Especiais, respeitando as diferenças individuais, visando a proporcionar o desenvolvimento global dessas pessoas, tornando possível não só o reconhecimento de suas potencialidades, mas também sua integração na sociedade (DUARTE; LIMA, 2003).

(19)

Segundo Pedrinelli (1994, p. 69), “todo o programa deve conter desafios a todos os alunos, permitir a participação de todos, respeitar suas limitações, promover autonomia e enfatizar o potencial no domínio motor”.

Mediante uma prática estruturada, capaz de considerar esses alunos com dificuldades ou algum tipo de deficiência, será possível o desenvolvimento desses e sua convivência harmoniosa.

A Educação Física cumpre sua função de colaboradora na formação das crianças como um todo, dispondo de um espaço muito rico para discussões e reflexões dos vários conflitos entre valores que existem na escola.

É importante enfatizar que a Educação Física Adaptada (EFA) e a Educação Física Especial (EFE), independente de suas abordagens, é uma forma da Educação Física poder atender a todos, observando necessidades e potencialidades dos indivíduos.

De acordo com SOLER (2005); Alguns aspectos são muito importantes para lidar com as pessoas com Deficiência: Respeitar o Ritmo, pois, geralmente são mais lentos naquilo que fazem como falar, andar, pegar as coisas, entender uma ordem etc. Ter paciência quando ouvi-los, pois alguns apresentam dificuldades de fala; lembrar que eles (PCDs) não possuem doença grave e contagiosa, portanto, o carinho o abraçar e estar sempre perto faz bem.

A interação dos conhecimentos como processo de desenvolvimento e aprendizagem, que abrange os aspectos de o que ensinar como ensinar, quem aprende e para que ensinar deve fazer parte de uma ação pedagógica ou educativa, na perspectiva de uma concepção integrada de desenvolvimento. Isso resulta na interação destes aspectos chamados de ação pedagógica ou ação educativa (SILVA; JUNIOR; ARAÚJO 2008).

Para se alcançar uma Educação Física inclusiva, ressalta-se, sobretudo, a necessidade primeira de compreendê-la, assim, traçar novos caminhos (SILVA; JUNIOR; ARAUJO, 2008).

Conforme Montoan (2006) em virtude do contexto que envolve a Educação Física Adaptada (EFA) e o principio da Inclusão, o professor deve intervir de forma que vá além das abordagens propostas, adotando uma ação pedagógica efetiva, no sentido de: favorecer o desenvolvimento, adaptando atividades quando necessário, dando oportunidades iguais de participação a todos os alunos e estimular no

(20)

desenvolvimento, motivando a participação, apresentando-se disponível e acessível aos alunos.

Os alunos com diferentes deficiências, ajudando um ao outro, ou até mesmo ao aluno que não tem deficiência, mostrando que a criança aprende melhor quando ensina para um dos seus pares (o que significa duas pessoas no auxilio de uma Pessoa com Deficiência, PCD).

Os alunos não deficientes se encontram junto com os alunos deficientes, os alunos “não deficientes” são treinados e auxiliam os alunos deficientes nas diferentes atividades.

Na escola, "pressupõe, conceitualmente, que todos, sem exceção, devem participar da vida acadêmica, em escolas ditas comuns e nas classes ditas regulares onde deve ser desenvolvido o trabalho pedagógico que sirva a todos, indiscriminadamente" (Carvalho, 1998, p.170), mas também Educação Especial.

A compreensão da área de atuação passa então a ser meio que facilita a atuação dos professores, fazendo com que não se sintam mais impotentes ao lidar com diversidade.

Na perspectiva da Educação Inclusiva consideramos o quanto é importante o trabalho realizado pela escola voltado para a Educação Física Adaptada.

(21)

CAPÍTULO III DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Buscando formação na área em Educação Física e já atuando na área com alunos especiais numa Escola de Educação Especial (APAE), e também observando as dificuldades das pessoas com deficiência intelectual e múltipla em realizar determinadas tarefas ou movimentos, vejo que é importante que as aulas de Educação Física sejam adequadas à prática e as atividades e que venham a contribuir para desenvolvimento de conhecimentos.

Considero necessário conhecer o aluno, saber como ele se desenvolve, interage com o mundo, e como se organiza mentalmente para realizar um planejamento adequado do trabalho.

Considerando o objetivo da pesquisa que é pesquisa de campo para observar e buscar dados para dar suporte e compreensão de como podemos pensar as praticas de ensino para estes sujeitos.

O questionário foi respondido por uma professora de Educação física de uma Escola de Educação Especial APAE para conhecer mais e melhor o trabalho na área da Educação Física e assim realizar uma análise em relação ao planejamento, a proposta e formação de profissionais.

Identificar qual a relação entre a proposta pedagógica da Educação Física na escola da APAE e as intervenções realizadas pelo professor de Educação Física com um grupo de alunos que apresentam deficiência intelectual e múltipla.

De acordo com a Federação Nacional das Apaes (2001) o indivíduo, com qualquer que seja sua necessidade especial, necessita ter acesso à educação no seu mais amplo sentido, uma vez que a educação é mais que um processo de apreensão e abstração do conhecimento formal, com várias funções sociais, inclusive a integração.

Com esta reflexão não se quer e não se pretende polemizar e nem generalizar, mas questionar como se apresenta o processo inclusivo desde a realidade atual das pessoas até a análise da concepção de escola especial enquanto transformadora de valores e conceitos.

Com isso, está evidente que a pessoa com necessidade especial é o ponto-chave para o processo inclusivo, em um ambiente de aprendizagem significativa e de socialização com outras pessoas, trazendo condições de oportunidades e

(22)

possibilidades de desenvolvimento para seu crescimento, um caminho que leva à igualdade entre as pessoas.

A professora tem formação em Educação Física com Especialização na Educação Especial, sendo que atua na Escola de Educação Especial APAE há dez anos.

Segundo ela a maior dificuldade encontrada para trabalhar com estes sujeitos está relacionada a heterogeneidade das turmas. Diferentes deficiências e graus de severidade, o qual demanda do professor um planejamento que atende as necessidades e singularidades de cada aluno, no entanto, desenvolvendo-se os meus conteúdos com atividades com níveis de complexidade por vezes diferentes.

Na perspectiva da diversidade das deficiências o planejamento é elaborado atendendo as necessidades e níveis de aprendizagem de todos. Contudo procurou não desviar-se do conteúdo proposto, mas adapta-lo as atividades conforme as habilidades e capacidades de cada um. Há momentos que a proposta atende o grupo como um todo, em outros o trabalho desenvolve-se de maneira mais individualizada.

Quanto à avaliação das aulas e dos alunos, a mesma tem como principio e proposta, “sempre iniciar a aula explicando aos alunos o que irão estudar e desenvolver neste dia, a fim de que eles compreendam a sequencia e o objetivo da aula”. Ao final, retoma a partir do dialogo o que trabalharam o que aprenderam e entenderam.

Dessa forma, a aula organiza-se de tal modo, rito de entrada, desenvolvimento e rito de final, o que permite avaliar o processo de ensino aprendizagem, considerando-se que para o aluno com deficiência deve-se valorizar o seu processo de aprendizagem e não somente o resultado. Como principais critérios avaliativos consideram: a participação, a assiduidade, o comportamento, a expressão nas suas diferentes formas, a compreensão do estudado e sua aplicabilidade, observando-se as particularidades de cada aluno.

Como instrumentos avaliativos tem o parecer descritivo, trabalhos em grupo e individual na sala, espaço de discussão e registros.

Segundo a mesma; há um planejamento das disciplinas na escola, antes do inicio do ano letivo, o grupo de professores e equipe diretiva se reúnem, para definir e/ou propor temas gerais de estudo para o ano ( plano anual). A partir deste, todos os professores elaboram e organizam seus planos de trabalho a partir deste tema,

(23)

não desconsiderando as especificidades de cada componente curricular. Quando os conteúdos atendem o todo, o planejamento se dá de forma “interdisciplinar”.

Conforme Ivani Fazenda (2009) “Muitos dizem que fazem projetos interdisciplinares, mas poucos o fazem de forma consciente”. Não significa misturar disciplinas.”

A professora da APAE considera importante destacar o conhecimento como importante na formação do profissional da Educação Física que trabalha em APAEs. De acordo com a mesma, o profissional de Educação Física que trabalha com pessoas com deficiência, deve ter um conhecimento aprofundado acerca da Educação Especial, tipos de deficiências, síndromes, Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGDS), pois o trabalho, o planejamento, deve atender e observar as particularidades de cada aluno. A Educação Física trabalha com o movimento, o desenvolvimento motor, seu foco maior. Assim, o trabalho da Educação Física (EDF) auxilia no desenvolvimento, mas um trabalho incoerente também desfavorece, afetando de modo negativo o aluno.

Conforme foi destacado, ser professor implica em “conhecimento”. Respondendo ao discurso de muitos estudiosos TARDIF, 2009 considera que a profissão professor deve evoluir segundo uma lógica de profissionalização, sendo esta entendida, ao mesmo tempo, no sentido de um reconhecimento de status pala sociedade e também como desenvolvimento pelo próprio corpo docente, de um repertório de competências específicas e de saberes próprios que contribuam para o sucesso educativo, do maior número possível de jovens e adultos.

No primeiro momento de um contexto inclusivo o professor deve utilizar-se do momento de sociabilização, estabelecendo relações de afetividade entre alunos com deficiência, juntamente com os professores que vão ajudar neste processo, estabelecendo um propósito construtivo. Aproveitando para estudar essa criança e seus comportamentos não deixando de brincar e se divertir com ela (CASTRO, 2005).

Ao refletir sobre o processo de ensinar e de aprender, é preciso salientar a importância do papel do professor, colocando-o em evidencia. O professor reflexivo aprende a partir da análise e da interpretação da sua própria atividade, constrói, de forma pessoal, intrapessoal e interpessoal, seu conhecimento profissional, o qual incorpora e ultrapassa o conhecimento emergente institucionalizado (SCHON, 1997).

(24)

O professor estará atuando como um pesquisador da sua própria sala de aula, deixando de seguir cegamente as prescrições impostas pela administração escolar (coordenação pedagógica e direção) ou pelos esquemas preestabelecidos nos livros didáticos, não dependendo de regras, técnicas, guia de estratégias e receitas decorrentes de uma teoria proposta/imposta de fora, tornando-se ele própria um produtor de conhecimento profissional e pedagógico.

Ao refletir o professor passa a pensar sobre a situação passada, estabelecendo relações, com situações futuras de ensino que virá a propor e organizar. Esse processo de reflexão crítica, feito individualmente ou em grupo, pode tornar conscientes os modelos teóricos e epistemológicos que se evidenciam na sua atuação profissional e, ao mesmo tempo, favorecer a comparação dos resultados de sua proposta de trabalho com as teorias pedagógicas e epistemológicas mais formalizadas. Refletir sobre o saber e o saber-fazer implica processos racionais e intuitivos, e esses processos por sua vez, fazem parte do pensamento prático do professor (PÉREZ GÓMEZ, 1997).

Em algumas escolas, frequentemente, o professor não leva em conta esse processo, nem tampouco considera as concepções prévias que os alunos têm. Dificilmente, os professores discutem estas questões, desconstruindo suas hipóteses e formulando novas ideias a respeito de como seus alunos aprendem. (BOLZAN, 1998).

Para desenvolver uma prática pedagógica inclusiva, utilizando como meio a Educação física Adaptada é de extrema importância que o professor de Educação Física tenha conhecimentos básicos relativos ao seu aluno como: tipo de deficiência que o aluno apresenta idade, em que apareceu a deficiência, se foi repentina ou gradativa, se é transitória ou permanente, as funções e estruturas que estão prejudicadas. O educador deve também se atentar a diferentes aspectos do desenvolvimento humano biológico (físico, sensorial e neurológico), levando em conta interação social e afetivo-emocional (CIDADE, FREITAS; 1997).

O professor precisa ser o protagonista da ação pedagógica, revelando-se curioso, prestando atenção ao que o aluno diz ou não diz, faz ou não faz, colaborando para que ele seja capaz de articular seus conhecimentos prévios com os conhecimentos institucionalizados que compõe o currículo explicita e implicitamente, caracterizando-se como um conjunto de conteúdos e saberes disciplinares a serem explorados formalmente, em saberes ou disciplina especifica.

(25)

Entendo que a Educação Física deve propiciar o desenvolvimento global dos alunos, ajudando para que consigam atingir a adaptação e o equilíbrio que requer suas limitações e ou deficiência, identificar as necessidades e capacidades de cada educando quanto às suas possibilidades de ação e adaptações para o movimento, facilitar sua independência e autonomia, bem como facilitar o processo de inclusão e aceitação em seu grupo social, quando necessário.

O processo de interação caracteriza-se pela atividade compartilhada, sendo dirigida conjuntamente pelos sujeitos envolvidos nesse processo, pois a base de toda a atividade cooperativa é a ação conjunta; há negociação de conflitos, estabelecendo-se uma teia de relações que compõe o processo interativo de funcionamento assimétrico.

Vygotski (1995) sugere que a interação pode ser vista a partir de duas perspectivas: pode surgir como um processo suscitador ou modulador, ou seja, como os processos sociais interativos, depois, podem desempenhar um papel formador e construtor da atividade, isto é, os sujeitos, através de estímulos auxiliares, criam, com a ajuda de instrumentos e signos, novas conexões no cérebro, conferindo significado a sua conduta, ativando suas Zonas de Desenvolvimento Proximal (ZPDs), num processo de reflexão que se amplia, a partir das trocas cognitivas ocorridas durante esse processo.

Compreendo que conceber a escola como um contexto propício para a construção e a apropriação de conhecimentos e, da cidadania, leva-nos a supor que a aprendizagem mediada é um fator relevante para a construção dos saberes de professores e de alunos, favorecendo a consolidação dos processos cognitivos de ambos.

Os professores precisam compreender a importância dos estímulos auxiliares nos processos cognitivos dos alunos e dos professores, além de refletirem sobre as atividades didático-pedagógicas, á medida que se tece uma rede de interações e de mediação.

A busca pela compreensão a respeito da possível relação existente entre as concepções sobre o ensinar /aprender do professor e sobre o rendimento/sucesso/fracasso dos alunos também dizem respeito a esse conhecimento pedagógico.

As trajetórias profissionais definem modos de atuação do professor, revelando suas concepções sobre o fazer pedagógico. A construção do papel de ser

(26)

professor é coletiva, se faz na prática de sala de aula e no exercício da atuação cotidiana na escola.

“Conhecimento pedagógico é um conceito - base que se refere a um conhecimento amplo, implicando o domínio do saber-fazer (estratégias pedagógicas) bem como do saber teórico e conceitual e suas relações” (GARCIA, 1999).

A noção de educação diz respeito a um tipo de processo educativo, no qual o professor e o aluno participam construindo conhecimento de uma maneira essencialmente mediada. A escola é o espaço onde isto acontece, havendo uma negociação e recriação dos significados culturais durante o processo educativo.

Nosso papel como professores está em introduzir os alunos na cultura escolar, servindo de suporte, sendo estímulo auxiliar, proporcionando seu avanço em relação as novas conquistas escolares. Um dos principais objetivos do ensino é o desenvolvimento do conhecimento compartilhado entre os indivíduos ensinantes e aprendentes. Desta forma o professor precisa ser um pesquisador buscando estratégias para o seu trabalho adequando as necessidades dos sujeitos com quem trabalha.

Eu como futuro profissional da área observei a grande importância do planejamento e essa de maneira essencial para garantir um trabalho adequado e de forma satisfatória, com um maior conhecimento e aperfeiçoamento, tendo sentido e que possa me orientar e de perceber os efeitos mediadores do trabalho docente, chamam a atenção para a importância de planejar, mediante a escolha e o controle da intensidade das atividades propostas, de maneira que a sua utilização pode ser adaptada a qualquer grupo de alunos.

Percebi que durante o meu trabalho o objetivo da Educação Física, enquanto processo educacional, não é a simples aquisição de habilidades, mas sim contribuir para o desenvolvimento das potencialidades humanas. No aspecto social, ajudar a criança a estabelecer relações com as pessoas e com o mundo; no aspecto filosófico, ajudar a criança a questionar e compreender o mundo; no aspecto biológico, conhecer, utilizar e dominar o seu corpo; no aspecto intelectual, auxiliar no seu desenvolvimento cognitivo.

(27)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Refletir sobre a prática pedagógica parece ser um dos pontos de partida, pois compreender o processo de construção de conhecimentos pedagógicos de forma compartilhada implica compreender como se constitui esse processo no cotidiano na escola, local de produção cultural, espaço de encontro e desencontro.

Considero que a Educação Física Adaptada tem sido valorizada e enfatizada como possibilidades positivas para o desenvolvimento motor, intelectual, social e afetivo das pessoas com deficiência, sendo considerada, de maneira geral, como: atividades adaptadas às capacidades de cada um, respeitando suas diferenças e limitações, proporcionando as pessoas com deficiência a melhora do desenvolvimento global e consequentemente, da qualidade de vida, pois insere os sujeitos no mundo da vida.

Desta forma, podemos observar que, em qualquer esfera de trabalho onde professor de Educação Física exerça sua profissão, este não pode ser simplesmente considerado um recreador ou sujeito de animação social. Na verdade, em todos os casos em que se manifesta essa prática social, o professor é um agente político pedagógico que, em teoria, deveria apresentar bases filosóficas e científicas suficientes para poder "dar conta", além de sua aula, das ações concretas para compreender a dinâmica social – onde desenvolve sua ação profissional – a fim de defender, conscientemente, seu projeto de educação e sociedade.

Com a prática que realizei percebi que é importante o planejamento das aulas, conhecer aqueles com quem se trabalha buscar formas que oportunizem o desenvolvimento dos mesmos considerando as limitações, sem, porém ater-se a elas negando a participação efetiva das Pessoas com Deficiência (PCDS). O que difere de pessoa para pessoa é a intensidade rítmica do desenvolvimento, e por

(28)

esse motivo é importante conhecer o desenvolvimento dos alunos, adequar as atividades e conteúdos, de maneira a atender ás necessidades de cada um.

Eu percebi que a Educação Física, desenvolvida de forma regular e orientada de acordo, contribui para o desenvolvimento global de cada Pessoa com Deficiência bem como para a saúde e qualidade de vida das mesmas e ainda para a ampliação de meu conhecimento pessoal e profissional e ainda pela troca de informações e amadurecimento proporcionado, o que aumenta cada vez mais o meu interesse e vontade e a necessidade de continuar meus estudos nesta área da Educação Física.

Ressalto ainda que apesar das dificuldades encontradas na Educação Física com as diferentes necessidades especiais e seus comprometimentos, mas também o ótimo tratamento com relação ao trabalho desenvolvido, o que aumentava ainda mais a vontade de aprender, sejam por erros ou acertos, e a satisfação e carinho demonstrado pelos alunos a cada aula, são certamente maiores que as dificuldades enfrentadas e representam a verdadeira recompensa.

(29)

REFERÊNCIAS

BETTI, M.; ZULIANE, L. R. Educação Física escolar: uma proposta de diretrizes pedagógicas. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, Guarulhos, 1(1):73-81, 2002.

BOLZAN, Dóris Vargas Bora, bola e borboleta? Cadernos do Aplicação.Porto Alegre,v.3(1):7-11,jan/jun.1988.

CARVALHO, EDLER, R. Temas em Educação Especial. Rio de Janeiro: WVA. 1998.

CIDADE, R. E. ; FREITAS, P. S.; Noções sobre Educação Física e Esporte para pessoas portadoras de deficiência. Uberlândia, 1997., 1999.

DUARTE, E.; LIMA, S. T. Atividade física para pessoas com necessidades especiais. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.

GARCIA, Carlos Marcelo. A formação de professores: novas perspectivas baseadas na investigação sobe o pensamento do professor. In: NÓVOA, A.(Coord) Os professores e sua formação. Lisboa; Publicações Dom Quixote, 1997. GORGATTI, M. G.; COSTA R. F. Atividade física adaptada. São Paulo: Manole, 2005.

GORGATTI, M. G; COSTA, R.F. Atividade Física Adaptada. Barueri - Sp: Manole, 2005.

JUNIOR, R, L, S; ARAUJO, P, F; SILVA, R, F. Educação Física Adaptada: da história a inclusão. São Paulo: Ed. Phorte, 2008

(30)

PEDRINELLI, V. J. Educação Física adaptada: conceituação e terminologia. In: Educação Física e desporto para pessoas portadoras de deficiência. Brasília: MEC; Sedes; Sesi-DN, 1994.

PEREZ, GÓMEZ, Angel I. O pensamento prático do professor- A formação do professor como profissional reflexivo.IN: NÓVOA, Antonio (Coord).Os professores e sua formação, Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1997.

REFERENCIAL CURRICULAR. 2009. v. 2.

ROSADAS, S. C. Educação Física e prática pedagógica: portadores de deficiência mental. Vitória, ES: Ufes;. Centro de Educação Física e Desportos, 1994.

SOLER, R. Educação Física Inclusiva na Escola em Busca de uma Escola Plural. Rio de Janeiro; Sprint, 2005.

STRAPASSON, A. M. Apostila de Educação Física para pessoas com deficiência, da faculdade de Pato Branco. Pato Branco, PR: Fadep, 2006, 2007. STRAPASSON, A. M.; CARNIEL, F. A Educação Física na educação especial. Revista Digital, Buenos Aires, ano 11, n. 104, 2007.

VYGOTSKI, L. S. Obras Escogidas -Tomo III. Madrid: Visor Distribuiciones,1995. WINNICK, J. P. Educação Física e Esporte adaptado. São Paulo: Manole, 2004.

(31)
(32)

Apêndice 1 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Título da Pesquisa: “Educação Física para Pessoas com Necessidades Especiais Um olhar a partir de um Estudo de Caso”.

Nome do(a) Pesquisador(a): Loiva Huth Nome do(a) Orientador(a): Marta Borgmann

Natureza da Pesquisa: O (a) Sr.(a) professor(a) está sendo convidado(a) a participar desta pesquisa que tem como finalidade verificar se está ocorrendo dificuldades na prática de ensino da Educação Física na Escola da Apae.

1. Participantes da Pesquisa: Professor (a) de Educação Física da Escola de Educação Especial Apae.

2. Envolvimento na Pesquisa: Ao participar deste estudo o (a) Sr.(a) permitirá que a pesquisadora lhe faça um questionário com perguntas abertas. O (a) Sr.(a) tem liberdade de se recusar a participar ou continuar participando em qualquer fase da pesquisa, sem qualquer prejuízo. Sempre que necessitar poderá solicitar mais informações sobre a pesquisa por meio do telefone da pesquisadora do projeto e, se necessário, pelo telefone do Comitê de Ética em Pesquisa.

3. Sobre o questionário: O questionário será com hora marcada pelo sujeito da pesquisa no momento que não esteja em aula.

4. Riscos e desconforto: A participação nesta pesquisa não traz complicações legais. Os procedimentos adotados obedecem aos Critérios da Ética em Pesquisa com Seres Humanos conforme Resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Nenhum dos procedimentos usados oferece riscos a sua dignidade.

5. Confidencialidade: Todas as informações coletadas neste estudo são estritamente confidenciais. Somente a pesquisadora e o orientador terão conhecimento dos dados.

6. Benefícios: Ao participar desta pesquisa o (a) Sr.(a) professor (a) não terá nenhum benefício direto. Esperamos, entretanto, que este estudo traga informações sobre Educação Física para Pessoas com Necessidades Especiais, onde o pesquisador se compromete a divulgar os resultados obtidos.

7. Pagamento: O (a) Sr(a) professor (a) não terá nenhuma despesa para participar desta pesquisa, e também não será pago(a) por sua participação.

Após estes esclarecimentos, solicitamos o seu consentimento de forma livre para participar desta pesquisa. Para tanto, preencha os itens que seguem no Anexo 2.

Confirmo que recebi cópia deste termo de consentimento e autorizo a execução do trabalho de pesquisa e a divulgação dos dados obtidos neste estudo.

(33)

Apêndice 2 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Prezado (a) Senhor(a)

Estou desenvolvendo uma pesquisa denominada “ Educação Física para Pessoas com Necessidades Especiais Um olhar a partir de um Estudo de Caso”.

Esta pesquisa é parte dos estudos de um Trabalho de Conclusão de Curso, do Curso de Educação Física da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul- UNIJUI, e tem como objetivo realizar uma pesquisa sobre a Educação Física na escola da APAE e as intervenções estruturadas pelo professor de Educação Física diante das dificuldades percebidas com alunos deficiência. Sendo assim, estou convidando você para participar deste trabalho respondendo as questões de um questionário de forma anônima.

Eu, ___________________________________________, ciente das informações recebidas concordo em participar da pesquisa, concedendo as informações necessárias à pesquisadora Loiva Huth, autorizando-a utilizar as mesmas, em anexo na monografia, a qual ficará exposto na biblioteca e tambem em apresentações deste estudo em seminários e outros eventos a fim de estudo a partir da presente data.

________________________ _______________________ Nome do entrevistado Assinatura do entrevistador

________________________ ________________________ Nome do entrevistador Assinatura do entrevistador

(34)

Apêndice 3 – Roteiro do Questionário

1. Identificação:Escola de Educação Especial Recanto da Esperança Nome: Professora de Educação Física

Idade: 30 anos

Formação: Licenciatura e Bacharelado em Educação Física

Tempo de formação e atuação na área: 1 ano e 4 meses e 10 de atuação. Atuação nesta instituição: 10 anos de atuação (iniciou como estagiaria ). 2. Tens formação especifica para trabalhar com pessoas com deficiência. Qual?

Sim. Pós graduação em Atendimento Educacional Especializado.

3. Quais dificuldades para trabalhar com estes sujeitos? Como consegue sana-las?

A maior dificuldade encontrada está relacionada a heterogeneidade das turmas. Diferentes deficiências e graus de severidade, o qual demanda do professor um planejamento que atende as necessidades e singularidades de cada aluno, no entanto, desenvolvendo-se os meus conteúdos com atividades com níveis de complexidade por vezes diferentes.

4. Na perspectiva da diversidade das deficiências como faz teu planejamento? De que forma trabalha?

Como dito anteriormente, procuro elaborar um planejamento que atenda as necessidades e níveis de aprendizagem de todos. Contudo procuro não desviar-me do conteúdo proposto mas adaptar as atividades conforme as habilidades e capacidades de cada um. Há momentos que a proposta atende o grupo como um todo, em outros o trabalho desenvolve-se de maneira mais individualizada.

5. Como faz a avaliação das aulas e dos alunos?

Tenho como principio e proposta, sempre iniciar a aula explicando aos alunos o que iremos estudar e desenvolver neste dia, a fim de que eles compreendam a sequencia e o objetivo da aula. Ao final, retomo a partir do dialogo o que trabalhamos, o que aprenderam e entenderam. Dessa forma, minha aula

(35)

organiza-se de tal modo, rito de entrada, desenvolvimento e rito de final, o que permite avaliar o processo de ensino aprendizagem, considerando-se que para o aluno com deficiência deve-se valorizar o seu processo de aprendizagem e não somente o resultado. Como principais critérios avaliativos considero: a participação, a assiduidade, o comportamento, a expressão nas sua diferentes formas, a compreensão do estudado e sua aplicabilidade, observando-se as particularidades de cada aluno.

Instrumentos Avaliativos: Parecer descritivo, trabalhos em grupo e individual na sala, espaço de discussão e registros.

6. Existe um planejamento interdisciplinar na escola? Como ocorre? Sim. A escola anteriormente ao inicio do ano letivo, reúnem-se com o grupo de professores e equipe diretiva, para definir e/ou propor temas gerais de estudo para o ano ( plano anual). A partir deste, todos os professores elaboram e organizam seus planos de trabalho a partir deste tema, não desconsiderando as especificidades de cada componente curricular. Quando os conteúdos atendem o todo, o planejamento se dá de forma interdisciplinar.

7. O que considera importante destacar sobre a formação do profissional da Educação Física que trabalha em APAEs?

Aponto o conhecimento como destaque. O profissional de Educação Física que trabalha com pessoas com deficiência, deve ter um conhecimento aprofundado acerca da educação especial, tipos de deficiências, síndromes, TGDS, pois o trabalho, o planejamento, deve atender e observar as particularidades de cada aluno. A Educação Física trabalho com o movimento, o motor, seu foco maior é este. Assim, o trabalho da EDF auxilia no desenvolvimento, mas um trabalho incoerente também desfavorece isso, afetando de modo negativo o aluno.

Referências

Documentos relacionados

Estudar o efeito da plastificação do ATp com glicerol nas características físico-químicas da blenda PLA/ATp; Analisar a mudança na cristalinidade dos laminados submetidos a

A tem á tica dos jornais mudou com o progresso social e é cada vez maior a variação de assuntos con- sumidos pelo homem, o que conduz também à especialização dos jor- nais,

O score de Framingham que estima o risco absoluto de um indivíduo desenvolver em dez anos DAC primária, clinicamente manifesta, utiliza variáveis clínicas e laboratoriais

- Remover as pastilhas usadas e retornar todo o parafuso de regulagem em seguida montar uma pastilha nova do lado da roda, empurrando com a mão a pinça no sentido do cilindro de

Assim, cumpre referir que variáveis, como qualidade das reviews, confiança nos reviewers, facilidade de uso percebido das reviews, atitude em relação às reviews, utilidade

De acordo com o Consed (2011), o cursista deve ter em mente os pressupostos básicos que sustentam a formulação do Progestão, tanto do ponto de vista do gerenciamento

Sendo assim, percebe-se que o serviço de acolhimento constituiu-se, sobretudo, da necessidade de humanizar o atendimento, bem como de torna-lo mais ágil e efetivo, garantindo, desse

Atualmente os currículos em ensino de ciências sinalizam que os conteúdos difundidos em sala de aula devem proporcionar ao educando o desenvolvimento de competências e habilidades