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Desafio da inclusão de alunos com transtorno do espectro autista(tea) na escola regular

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Academic year: 2021

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DEPARTAMENTO DE HUMANIDADES E EDUCAÇÃO CURSO DE PEDAGOGIA

CAMILA ELIS DONEL

DESAFIO DA INCLUSÃO DE ALUNOS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) NA ESCOLA REGULAR

Santa Rosa 2017

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CAMILA ELIS DONEL

DESAFIO DA INCLUSÃO DE ALUNOS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA(TEA) NA ESCOLA REGULAR

Monografia apresentada para obtenção do titulo de graduada em Pedagogia na Universidade Regional Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

Orientadora: Marta Estela Borgmann

Santa Rosa 2017

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CAMILA ELIS DONEL

DESAFIO DA INCLUSÃO DE ALUNOS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) NA ESCOLA REGULAR

Monografia apresentada para obtenção do titulo de graduada em

Pedagogia na Universidade Regional Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

Banca Examinadora:

... Prof. Marta Estela Borgmann– UNIJUÍ

... Prof. Hedi Maria Luft

Nota: ...

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pelo dom da vida. Foram quatro anos de muitas conquistas e desafios superados enquanto universitária. Deus sempre esteve do meu lado, me guiando e amparando, permitindo que este sonho se concretizasse.

Agradeço também a minha mãe Ingrid Margarida Taflick e a minha avó Irma Taflick por todo apoio e paciência que tiveram comigo durante toda a minha graduação. Vocês foram e sempre serão minhas inspirações. Mulheres guerreiras e especiais. Amo-as de paixão!

Ao meu namorado João por respeitar esse momento com muita paciência, sempre me incentivou e apoiou apara realização deste sonho.

Agradeço a todos os professores do curso de Pedagogia, mas em especial para minha orientadora Marta Estela Borgmann por ter me auxiliado com muito empenho e dedicação trazendo incentivos e ideias que me inspiraram para realização deste trabalho.

Agradeço também ao meu papagaio Chokito, aos meus familiares, amigos, colegas de trabalho e a todos os quе, direta оu indiretamente, fizeram parte de minha formação, о mеu muito obrigada!

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RESUMO

Este estudo trata do tema da inclusão escolar mais especificadamente dos desafios da “Inclusão de alunos com Transtorno do Espectro Autista na escola regular. Tem como objetivo investigar quais as dificuldades que o professor encontra ao incluir os alunos autistas na escola. Sabe-se que o Transtorno do Espectro Autista é um transtorno ainda pouco conhecido pelos professores, mas que vem nos últimos anos sendo uma constante nas matrículas das crianças na educação infantil. Hoje existem leis que garantem o direito da matrícula em todos os níveis da escolarização, bem como a inclusão social destes indivíduos. As políticas nacionais da educação especial têm amparado as famílias e a criança que apresenta o transtorno. Como consta nas leis todas as crianças têm o direito de frequentar à escola, porém muitas vezes se deparam com escolas com uma infraestrutura inadequada isso acaba prejudicando o seu desenvolvimento. Para a realização deste trabalho realizei pesquisa bibliográfica e de campo. Na elaboração e produção de dados utilizei a entrevista semi-estruturada com duas professoras, uma de escola pública e outra privada, mas ambas de educação infantil e que tem aluno com autismo, matriculados em suas turmas. Considero que seja urgente e necessária uma mudança no currículo das escolas, promovendo alterações na estrutura física, formação de professores e organização política pedagógica para garantir uma escola que busca de fato pela inclusão com um ensino de qualidade.

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ABSTRACT

This study deals with the topic of school inclusion more specifically the challenges of "Inclusion of students with Autism Spectrum Disorder in regular school. It aims to investigate what difficulties the teacher encounters in including autistic students in school. It is known that Autism Spectrum Disorder is a disorder still little known by teachers, but it has been in recent years a constant in the enrollment of children in early childhood education. Today there are laws that guarantee the right to enroll at all levels of schooling, as well as the social inclusion of these individuals. National special education policies have supported families and the child presenting the disorder. As stated in the laws, all children have the right to go to school, but often they are faced with schools with an inadequate infrastructure that end up hampering their development. For the accomplishment of this work I carried out bibliographical and field research. In the preparation and production of data, I used the semi-structured interview with two teachers, one from a public school and one from a private school, but both from a kindergarten and a student with autism, enrolled in their classes. I believe that it is urgent and necessary a change in the curriculum of schools, promoting changes in the physical structure, teacher training and political pedagogical organization to ensure a school that seeks in fact to be included with a quality education.

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“Crianças são como borboletas ao vento... algumas voam rápido... algumas voam pausadamente... mas todas voam do seu melhor jeito. Cada uma é diferente, cada uma é linda e cada uma é especial”.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 8

1 POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO ... 10

1.1 ASPECTOS LEGAIS DA INCLUSÃO ... 10

2 AS DIFERENTES COMPREENSÕES DO AUTISMO ... 14

2.1 TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA ... 15

2.2 O TEA E A EDUCAÇÃO INFANTIL ... 17

3 FORMAÇÃO DE PROFESSORES NA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA A INCLUSÃO ... 23

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INTRODUÇÃO

Na atualidade o tema inclusão vem sendo discutido em diversos espaços. Existem leis que amparam crianças deficientes a ter o acesso à educação. Instigada por estas questões desafio-me a pesquisar sobre o desafio da inclusão de alunos com TEA no ensino regular. Essa inquietação surge desde o momento que comecei a trabalhar numa escola de educação especial, a APAE. O autismo é um transtorno pouco conhecido, mas que tem ultimamente tomado conta dos debates nas escolas em função de sua grande incidência. Muitas vezes o professor desconhece sobre o tema, não sabendo resolver certas situações na sala de aula, como por regras e limites, atividades corretas e a escola apresenta uma carência de material didático e uma estrutura adequada para recebê-los com respeito.

Para realizar este trabalho realizei uma entrevista com duas professoras de educação infantil, ambas trabalham em escolas, uma na pública e outra na privada. A escolha se justifica pela curiosidade de conhecer mais sobre a realidade da inclusão na cidade onde resido, Santa Rosa /RS. As questões que norteiam a pesquisa é analisar se de fato as escolas estão preparadas, se as escolas investem ou não na formação continuada dos professores e se há de fato uma monitora para acompanhar este aluno matriculado. Com as entrevistas pretendi investigar sobre a concepção de inclusão que as professoras possuem, sobre o conhecimento que possuem sobre o autismo, sobre as dificuldades encontradas ao longo do caminho, se apresentam ou não uma formação, se recebem o apoio da escola e da família e ainda conselhos para outras professoras iniciantes de suas experiências em ser professoras de criança com TEA.

Quando falamos em inclusão refletimos sobre como o professor vai acompanhar o aluno com deficiência no seu desenvolvimento, ou seja, se o estudante está ou não adquirindo conhecimentos e que a escola está ou não sendo um lugar de encontro e aprendizados, pois falar de inclusão escolar é de fato perceber que todos devem ser acolhidos. Nesta acolhida, buscando respeitar as diferenças, os limites e possibilidades de cada um, independente de sua raça, oportunizando uma sociedade mais justa e igualitária.

O estudo foi organizado em três capítulos. O primeiro vai expor sobre as políticas públicas de inclusão e seus aspectos legais, pois se torna uma necessidade urgente conhecer as leis pela grande demanda de alunos com TEA frequentando as escolas. O segundo capítulo vai tratar sobre as diferentes compreensões sobre o autismo e o transtorno em si, pois se sabe da importância de aprofundar conhecimentos sobre o autismo para compreender sobre o processo

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ensino-aprendizagem destas crianças. Ainda no segundo capítulo abordo sobre o TEA e a importância da educação infantil, pois esta é a fase em que o autismo vai ser diagnosticado, e é durante esse momento que o professor pode estimular a criança para que seu desenvolvimento aconteça da melhor forma. No terceiro capítulo trato sobre a formação de professores e as contribuições que as professoras entrevistadas trouxeram.

Portanto a pesquisa é resultado de um estudo que nos mostra que uma escola preparada apresenta uma estrutura que atende as necessidades das crianças. Isso significa: Com materiais didáticos, professores bem formados que favorecem a inclusão de alunos com necessidades especiais, pois ampliam seus conhecimentos de acordo com a individualidade de cada um. A inclusão acontece quando a escola se adapta a ela garantindo as crianças o protagonismo de uma vida social digna, coerente e de reconhecimento como sujeitos da sociedade.

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1 POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO

Este capítulo pretende demonstrar o que as políticas públicas apresentam em relação à inclusão de pessoas com TEA nas escolas regulares e os aspectos legais relativos à inclusão escolar, principalmente a partir da Lei do Autismo promulgada em 2012. Existe hoje uma necessidade urgente de conhecer mais sobre esse transtorno principalmente pela grande incidência de casos nas escolas de educação regular, desde a educação infantil até o ensino superior.

Pessoas com deficiência atualmente possuem o direito a educação, a saúde, vida social e ao trabalho como evidenciam as políticas públicas inclusivas propostas pelo Ministério Público, pela União, pelos Estados e Municípios. Através destas políticas as pessoas com deficiência se tornam parte integrante de uma sociedade, podendo participar se tornando cidadãos efetivos no meio em que vivem.

Antes de estas leis existirem, pessoas com deficiência eram vistas, quase sempre como inúteis e incapazes. Eram excluídas do convívio social ficando isoladas sem nenhum auxílio de nenhum profissional da saúde e muito menos escolares. Passavam por dificuldades, pois não eram vistas como “gente”. Temos hoje pelo menos quatro grandes lei que efetivamente amparam e dão respaldo as políticas de inclusão. São elas: A lei de acessibilidade no 10.098/2000, lei da libras, nº10.436/2002, lei da inclusão nº 13.146/2015 e do TEA, nº 12.764/2012. A intenção é trazer elementos que possam evidenciar os aspectos legais que dão suporte a inclusão dos alunos com autismo na escola e sendo assim a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB 9394/96) e a Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva de 2008 em épocas anteriores já mencionavam a importância da inclusão em espaços escolares.

1.1 ASPECTOS LEGAIS DA INCLUSÃO

Este capítulo pretende apresentar de maneira geral as leis que garantem a inclusão das pessoas com deficiência, principalmente as que têm TEA no contexto educacional. Sabe-se que é preciso atender às exigências da sociedade contemporânea sem preconceitos e discriminações, fazendo com que cada cidadão seja incluído com respeito e dignidade na escola.

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No século passado a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) nº 9.394/96 deu maior destaque à Educação Especial, ratificando o processo de inclusão já destacado na Constituição Federal de 1988 onde preconizava que todos têm direito a educação. Em seu capítulo V, que trata da Educação Especial, nos mostra que:

Art. 58º. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.

§ 1º. Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial.

§ 2º. O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular.

§ 3º. A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.

A lei da acessibilidade no 10.098/2000 ressalta que pessoas que apresentam deficiências sensoriais, cognitivas, físico-motoras e múltiplas possuem o direito ao acesso a escola, onde a estrutura pode ser modificada para garantir a sua permanência. Este espaço deve ser de fácil deslocamento para realizar as tarefas escolares trazendo conforto e confiança a criança.

Esta lei também perpassa os níveis da escola. As pessoas com deficiência têm o direito de ter o fácil acesso a outros locais como espaço urbano, mobilidade urbana, espaços privados e públicos. É de extrema importância garantir a essas pessoas a segurança para realizar com autonomia as tarefas da vida diária.

A lei nº 10.436/2002 dispõe sobre a educação inclusiva para os surdos, com uma modalidade especificadamente bilíngue na escolarização básica dando garantias aos alunos de uma boa qualidade de ensino com educadores preparados que possuem o domínio na libras. A Lei da Libras foi criada e conquistada com luta pelos direitos dos surdos em espaços de cidadania como a escola, sociedade, igreja e outros que os levem a adquirir independência (SKLIAR, 1997).

Em 2008 temos a elaboração da Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva que significou um marco para o processo de inclusão, pois deixa evidenciado o direito ao atendimento educacional especializado a partir de atividades

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diferenciadas de acordo com as particularidades de cada aluno e vinculado a proposta pedagógica das instituições escolares.

Em todas as etapas da educação básica o atendimento educacional especializado acontece para que o aluno supere suas dificuldades através das intervenções pedagógicas, assim o seu desenvolvimento acontecerá de maneira mais significativa, dentro da escola e fora dela.

O Estatuto da Pessoa com Deficiência ou a Lei da Inclusão como é denominada nos mostra que é dever da escola estar sempre atualizada sobre os métodos de inclusão para o melhor desenvolvimento dos alunos. Deve oferecer o acompanhamento necessário e os materiais didáticos que proporcionem uma socialização de alunos que possuem deficiência para um melhor aprendizado.

A lei garante também que se a escola tiver um aluno surdo ou cego deve oferecer como primeira modalidade de ensino a libras e o braile e como segunda modalidade o português. Desta forma a integração dos alunos será melhor, promovendo uma adaptação tranquila no ambiente escolar, produzindo uma construção de conhecimentos significativos.

No que diz respeito ao autismo, em 2012, foi instituída a Lei nº 12.764 que trata sobre a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (BRASIL, 2012). Segundo a lei o TEA é definido como uma deficiência persistente e clinicamente significativa da comunicação e da interação sociais, manifestada por deficiências marcada de comunicação verbal e não verbal usada para interação social; ausência de reciprocidade social; falência em desenvolver e manter relações apropriadas ao seu nível de desenvolvimento; padrões restritivos e repetitivos de comportamentos, interesses e atividades, manifestados por comportamentos motores ou verbais estereotipados ou por comportamentos sensoriais incomuns; excessiva aderência a rotinas e padrões de comportamento ritualizados; interesses restritos e fixos (BRASIL, 2012).

Esta lei nos mostra em seus artigos os direitos que as crianças autistas possuem e as ações que o poder público precisa realizar para a promoção desses direitos. Conforme a lei, as crianças autistas possuem o direito de ter uma inclusão escolar adequada conforme suas necessidades. Também é imprescindível possuírem um acompanhante na sala de aula para obter melhores resultados na aprendizagem.

Antes de a lei existir a criança com TEA não tinha o direito de ter um acompanhante na sala de aula. O professor tinha que dar conta da turma inteira e ainda da criança com necessidades

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especiais. Sabe-se que isso é muito difícil, pois essa criança precisará de uma atenção mais individualizada e que dê conta de suas dificuldades e particularidades.

É imprescindível a ajuda do poder público para as famílias que possuem crianças com o TEA, pois a criança que possui esse transtorno transforma a rotina dessas famílias. Dessa forma é de extrema importância que a inclusão escolar aconteça da maneira com que a criança seja acolhida pela escola e que a família seja auxiliada e orientada e conheçam mais sobre o transtorno, podendo assim orientar melhor o seu filho para obter uma melhor qualidade de vida. Ainda conforme autores:

Há de se pensar que para que, a inclusão se efetue, não basta estar garantido na legislação, mas demanda modificações profundas e importantes no sistema de ensino. Essas mudanças deverão levar em conta o contexto socioeconômico, além de serem gradativas, planejadas e contínuas para garantir uma educação de ótima qualidade (TEIXEIRA; NUNES, 2010, p.28).

Dessa forma, para que a inclusão aconteça é necessário mais do que a aprovação das leis. É preciso que haja mudança nas políticas públicas atuais para que garantam aos professores uma formação continuada para que estejam preparadas para realizar a inclusão dentro de uma sala de aula.

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2 AS DIFERENTES COMPREENSÕES DO AUTISMO

Ao falarmos sobre o autismo, desconhecemos que ele já vem sendo estudado há muitas décadas. Até a década de 60, era considerado um transtorno que influenciava as emoções, e a culpa recaía para a mãe por considerar que era uma relação “geladeira”, fria, por não oferecer o afeto necessário que o bebê precisava. Assim, acabava por ocasionar uma grande falha no desenvolvimento dessas crianças.

Essa concepção não era comprovada, era apenas um boato que surgiu na época. Tempos depois a concepção foi justificada que era falsa, pois não havia diferenças nos laços afetivos dos pais de crianças autistas e de outras crianças ditas normais. Os novos estudos que já estavam sendo realizados evidenciaram que era um distúrbio neurobiológico.

Muitas pesquisas foram realizadas, e uma delas até levaram a hipótese de que era uma alteração cognitiva onde demonstrava fragilidades na linguagem, na comunicação e na interação com o meio em que a criança vivia. Já neste período estava começando a surgir escolas para pessoas que apresentavam o autismo.

A evolução de pesquisas sobre o autismo estava crescendo cada vez mais. Começaram a descobrir que o autismo era um transtorno do desenvolvimento, mas não uma psicose infantil e passou a ser entendido como um transtorno global (ou invasivo) do desenvolvimento.

A concepção das primeiras descrições sobre o autismo de 1943 até os dias de hoje nos deixam grandes marcos históricos e também impactos nas famílias das crianças que apresentavam o transtorno. Segundo autor

do ponto de vista da família, por duas décadas, os pais se viram diante de uma responsabilidade que na verdade não existia. O modelo explicativo, que vinculava o transtorno autista a incapacidade afetiva dos pais, posteriormente comprovado como falso, infligia-lhes culpa e estigma social. Em decorrência desse modelo, surgiram expressões estigmatizantes como “mãe geladeira”. A experiência de ter um filho com autismo, por muito tempo, consistia num impacto terrível do ponto de vista emocional, acarretando muitas vezes, sofrimento e atitudes de superproteção, decorrentes do sentimento de culpa, os quais não contribuíram para uma abordagem familiar e profissional que proporcionasse a superação das dificuldades da família da criança (JÚNIOR, 2010, p. 12).

Nesta época consideravam que o isolamento da criança era algo que nascia de sua vontade própria, onde trouxe como consequência desse desejo, um isolamento total. Essas crianças eram protegidas de tudo, não tinham interação com a sociedade, nem com o meio escolar e público.

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A ausência dessa oferta escolar, ocasionou as famílias, muitos desafios em relação as demais. “Prova disso é o fato de que as primeiras iniciativas de escolarização foram patrocinadas por familiares de pais autistas, e não pelo estado ou por profissionais ou estudiosos da educação” (JÚNIOR, 2010, p. 12). Essas famílias lutaram pela educação de seus filhos, buscando por uma melhor qualidade de vida.

A história do autismo nos deixa muitas reflexões acerca das políticas nacionais de Educação Especial, pois antes delas existirem, essas crianças eram isoladas sem direito a saúde e a frequentar uma escola. Hoje, já aconteceram avanços, pois as leis surgiram para amparar essas famílias e lhes oportunizar a garantia de ter um acompanhamento de profissionais da saúde e da educação assegurando a essa criança um desenvolvimento significativo.

2.1 TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

Conforme destacado anteriormente a lei do TEA nº 12.764/2012 traz um novo conceito para o autismo. Inúmeros documentos retratam o autismo com outras denominações. Na Política Nacional de Educação Especial o autismo é considerado como um transtorno global de desenvolvimento (TGD) onde acontecem distúrbios nas interações sociais recíprocas que costumam manifestar-se nos primeiros cinco anos de vida. Caracteriza-se por padrões de comunicação estereotipados e repetitivos. Os TGD englobam: Autismo, Síndrome de Rett, Transtorno ou Síndrome de Asperger, Transtorno Desintegrativo da Infância e Transtorno Global do Desenvolvimento sem outra especificação.

De acordo com o DSM – V1o autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento causado por condições genéticas, caracterizado, centralmente, por dificuldades na comunicação e na interação social. O diagnóstico é clínico e pode ser realizado por um neurologista ou psiquiatra. Ressalta-se a importância de se ter o acompanhamento de outros profissionais como: psicóloga, fonoaudióloga, pedagoga, terapeuta ocupacional e fisioterapeuta.

Ainda a partir da edição do DSM (2014) o autismo passou a ser denominado Transtorno do Espectro Autista, onde não há classificações, mas sim níveis: leve, moderado e grave.

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DSM- V: Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais/ 5ª edição. É um manual usado por profissionais da área da saúde mental que lista diferentes categorias de transtornos mentais e critérios para diagnosticá-los.

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Conforme Rodrigues (2015, p. 17):

Ainda conforme o DMS V, o Transtorno do Espectro Autista caracteriza-se por déficits persistentes na comunicação social e na interação social em múltiplos contextos, incluindo déficits na reciprocidade social, em comportamentos não verbais de comunicação usados para interação social e em habilidades para desenvolver, manter e compreender relacionamentos. Além dos déficits na comunicação social, o diagnóstico do transtorno do espectro autista requer a presença de padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades.

O autismo compromete os comportamentos não-verbais de interação social onde o indivíduo não compartilha suas alegrias, necessidades e desejos. Na comunicação há dificuldades ou falta total da linguagem. Muitas vezes a criança que apresenta essa síndrome não te olha nos olhos, fingindo estar vivendo em outro mundo.

No DSM V, todos esses transtornos, fora a Síndrome de Rett2, estão incluídos no diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista. São vários os critérios diagnósticos . Temos os déficits persistentes na comunicação social e na interação social em múltiplos contextos, conforme manifestado pelo que segue, atualmente ou por história prévia (déficits na reciprocidade socioemocional, variando, por exemplo, de abordagem social anormal e dificuldade para estabelecer uma conversa normal a compartilhamento reduzido de interesses, emoções ou afeto, a dificuldade para iniciar ou responder a interações sociais; Déficits nos comportamentos comunicativos não verbais usados para interação social, variando, por exemplo, de comunicação verbal e não verbal pouco integrada a anormalidade no contato visual e linguagem corporal ou déficits na compreensão e uso gestos, a ausência total de expressões faciais e comunicação não verbal e Déficits para desenvolver, manter e compreender relacionamentos)variando, por exemplo, de dificuldade em ajustar o comportamento para se adequar a contextos sociais diversos a dificuldade em compartilhar brincadeiras imaginativas ou em fazer amigos, a ausência de interesse por pares.

Também como critério diagnóstico leva-se em conta os padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades, conforme manifestado por pelo menos dois dos seguintes, atualmente ou por história (movimentos motores, uso de objetos ou fala estereotipados

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Síndrome de Rett: Segundo (NADAL, 2011) A Síndrome de Rett é uma doença neurológica provocada por uma mutação genética que atinge, na maioria dos casos, crianças do sexo feminino. Caracteriza-se pela perda progressiva de funções neurológicas e motoras após meses de desenvolvimento aparentemente normal - em geral, até os 18 meses de vida. Após esse período, as habilidades de fala, capacidade de andar e o controle do uso das mãos começam a regredir, sendo substituídos por movimentos estereotipados, involuntários ou repetitivos. Palavras aprendidas também são esquecidas, levando a uma crescente interrupção do contato social. A comunicação para essas meninas gradativamente se dá apenas pelo olhar.

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ou fala estereotipadas ou repetitivos (p. ex., estereotipias motoras simples, alinhar brinquedos ou girar objetos, ecolalia, frases idiossincráticas); insistência nas mesmas coisas, adesão inflexível a rotinas ou padrões ritualizados de comportamento verbal ou não verbal (p. ex., sofrimento extremo em relação a pequenas mudanças, dificuldades com transições, padrões rígidos de pensamento, rituais de saudação, necessidade de fazer o mesmo caminho ou ingerir os mesmos alimentos diariamente); interesses fixos e altamente restritos que são anormais em intensidade ou foco (p.ex., forte apego a ou preocupação com objetos incomuns, interesses excessivamente circunscritos ou perseverativos); hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais ou interesse incomum poraspectos sensoriais do ambiente (p. ex., indiferença aparente a dor/temperatura, reação contrária a sons ou texturas específicas, cheirar ou tocar objetos de forma excessiva, fascinação visual por luzes ou movimento).

Considera-se que os sintomas devem estar presentes precocemente no período do desenvolvimento (mas podem não se tornar plenamente manifestos até que as demandas sociais excedam as capacidades limitadas ou podem ser mascarados por estratégias aprendidas mais tarde na vida). Os sintomas causam prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo no presente (DSM 5, 2014, p. 91).

As crianças autistas apresentam apegos a certos objetos fazendo movimentos de acordo com a sua preferência. Sentem dificuldade em brincar em grupo, isolando-se em seu canto. O transtorno do espectro autista ainda apresenta outras características: distúrbios no sono e alimentares, dificuldade em cumprir regras, apego a determinados objetos, ausência de contato visual e atraso no desenvolvimento social.

Dessa forma saliento que quanto mais cedo o autismo for diagnosticado melhor será para fazer o acompanhamento à criança, buscando por encaminhamentos necessários para a eficácia do seu desenvolvimento. A família deve observar constantemente o seu filho que apresenta alguma característica semelhante ao transtorno do espectro autista buscando por ajuda médica optando por um tratamento que possibilite a melhora dos sintomas.

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Ao ingressar na Educação Infantil a criança encontra uma realidade nova, repleta de estímulos, de cores e de conhecimentos. Ela aprende atividades escolares necessárias tais como: desenhar, pintar, escrever e participar das brincadeiras. Para criança com TEA esta é a fase mais importante, pois através do diagnóstico poderá ser estimulada para que seu desenvolvimento evolua constantemente.

A criança é ou pode ser definida como um ser humano em desenvolvimento. Precisam da atenção e dos cuidados de um adulto para se desenvolver e se tornar incluída na sociedade. Quando nascem elas vão interagindo e estabelecendo relações com o mundo por meio do paladar, da audição, visão, do tato e do olfato. Assim interagem e constroem conhecimentos.

Na medida em que vão crescendo começam a criar autonomia. Comem sozinhas, tomam banho, trocam de roupas, vão ao banheiro mostrando-se capazes. Toda criança gosta de brincar. E são pelas brincadeiras que elas se manifestam naturalmente, conforme as suas vontades e exigências. Isso permite que elas conheçam o mundo e passam a fazer parte dele.

Ao longo do tempo a educação infantil vem sofrendo grandes mudanças. Mudaram as concepções de criança, pois antigamente ela era vista como alguém sem importância e valor. Para se tornar de boa índole tinha que seguir padrões de disciplinas impostos pelos adultos.

Hoje essa concepção não existe mais, pois a criança agora é vista como um ser único e especial, cada qual com as suas especificidades. Apresenta uma história de vida que deve ser respeitada e valorizada. Foram criadas inúmeras leis que a amparam para garantir o direito a uma infância feliz.

O dia a dia das creches e pré-escolas é repleto de atividades organizadas por educadoras que de uma maneira ou de outra lidam com o tempo e espaço a todo momento. Esse espaço deve ser organizado levando em conta o objetivo da educação infantil de promover o desenvolvimento integral das crianças.

A criança ao ingressar na escola precisa ser recebida com carinho, onde cada sala deve ter um espaço programado para dar à criança a oportunidade de se movimentar, interagindo tanto com o os objetos como os colegas da turma. O espaço deve ser atraente e estimulante desenvolvendo a criatividade e o imaginário das mesmas.

A organização do tempo deve ser de acordo com as necessidades biológicas, psicológicas, sociais e históricas da criança levando em conta que é indispensável ter um cuidado para que essas atividades não se tornem uma rotina cansativa deixando a criança estressada.

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A rotina também deve respeitar os ritmos e tempos de cada da criança levando em conta o bem-estar e as aprendizagens. Nesse tempo é necessário incluir os diferentes propósitos, as múltiplas experiências, a cognição e a emoção, as linguagens plurais, as diferentes culturas.

Sabe-se que o professor da rede regular de ensino ao receber um aluno com TEA na sala de aula passa por diversos desafios. Ele precisa dar conta da demanda da turma mais o aluno incluso que apresenta muitas dificuldades. Este aluno precisa um atendimento especial, porém isso não acontece em algumas escolas, pois os professores preocupam-se mais em passar os “conteúdos” propostos e/ou vencer as atividades planejadas, afetando o desenvolvimento deste aluno que precisa de uma atenção mais individualizada.

Quando uma criança com TEA ingressa na escola regular encontra muitas dificuldades. Elas interferem na rotina da sala de aula e da escola. Para que o avanço da aprendizagem dessa criança aconteça é necessária uma mudança no currículo para melhorar a sua adaptação na escola. De acordo com Vale e Maia (2010), a adaptação do currículo se define como: “o conjunto de modificações que se realizam nos objetivos, conteúdos, critérios e procedimentos de avaliação, atividades e metodologia para atender as diferenças individuais dos alunos (p.23)”.

As políticas de inclusão existem, mas nem todas as escolas seguem. Há casos de crianças com TEA frequentando escolas em horários reduzidos sendo excluídas no contexto da sala de aula. É fundamental que crianças com autismo sejam estimuladas. Na sala de aula o professor deverá ter uma auxiliar que acompanhe este aluno em todas as suas atividades. Enquanto o professor está atendendo os alunos a auxiliar estará acompanhando o aluno que apresenta o TEA. As atividades desenvolvidas pelo professor precisam ser adaptadas conforme as necessidades e particularidades do aluno para que ele consiga acompanhar a turma no seu processo ensino-aprendizagem.

Nas vivências da sala de aula é de extrema importância brincar de faz de conta abrindo asas para a imaginação das crianças. Trazer histórias de diversas culturas, contá-las em locais diferentes tanto na parte interna e externa da creche. Criar cantinhos da leitura, trazer fantasias, brincar de casinha, trazer objetos diversificados, músicas, poesias, danças, para ampliar o mundo imaginário promovendo o prazer e a alegria.

O professor da educação infantil precisa ter em mente que cada criança apresenta o seu ritmo de aprendizagem. Os ritmos variam conforme o desenvolvimento de cada sujeito em questão. Alunos sem deficiência, com deficiência, altas habilidades, variação linguística, étnica

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precisam ser consideradas na sua diversidade. Nem sempre o planejamento do professor vai sair como almeja, pois neste processo é necessário levar em conta inúmeras variáveis.

Na sala de aula o professor deve investir na musicalização, pois a musica é uma terapia onde a criança expressa seus sentimentos e emoções. Música acalma e tranquiliza o ambiente. O professor pode explorar a música, modificando-a para que a criança aprenda de maneira mais criativa e prazerosa.

É preciso usar métodos de comunicação alternativa para as crianças que apresentam dificuldades na fala para poderem desenvolver melhor capacidade de comunicação verbal. Usar imagens coloridas para que a criança compreenda facilmente a tarefa que o professor quer que ela realize em um determinado momento. Exemplo: hora do lanche, hora de ir ao banheiro, hora de realizar uma atividade, hora do brinquedo.

ORRÚ (2009, p. 30-31) destaca que cada criança autista apresenta suas distinções

O autista, sendo um indivíduo único, é exclusivo enquanto pessoa. Embora tenha características peculiares no que se referem à síndrome, suas manifestações comportamentais diferenciam-se segundo seu nível linguístico e simbólico, quociente intelectual, temperamento, acentuação sintomática, histórico de vida, ambiente, condições clínicas, assim como todos nós. Portanto, nem tudo que venha dar resultado para uma pessoa com autismo serve de referência positiva à outra pessoa com a mesma síndrome.

De fato, toda criança autista possui as suas particularidades. É fundamental que o professor esteja ciente disso, pois nem sempre as atividades desenvolvidas com um autista podem gerar os mesmos resultados com uma outra. É preciso investigar o histórico de vida dessa criança bem como as suas características individuais e familiares.

O espaço da sala de aula deve ser programado para dar a criança a oportunidade de se movimentar, interagir tanto com os objetos como com os colegas da turma. O espaço deve ser atraente e estimulante desenvolvendo a criatividade e o imaginário das mesmas.

O professor da Educação Infantil precisa ter a consciência de que cada aluno possui o seu ritmo de aprendizagem, pois cada qual possui a sua história particular e única, formada por sua estrutura biológica, psicológica, social e cultural. A criança com TEA apresentará um nível de aprendizagem mais lenta por isso que o professor deve orientar esse aluno e dar a atenção que precisa.

O professor da Educação Infantil deve oferecer ao aluno um ambiente rico de estímulos, atividades apropriadas que o aluno se identifique para que aprenda de maneira prazerosa junto com seus colegas. A criança precisa se sentir acolhida tanto pela escola como pelo professor. É

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fundamental que a integração entre os meios aconteça e que o professor dê a oportunidade de expressar as suas emoções através das atividades lúdicas.

O planejamento na Educação Infantil precisa ser inovador, buscando métodos e recursos que despertem o interesse e a atenção. As aulas precisam ser prazerosas, para isso acontecer deve haver uma mudança no planejamento, tornando ele rico de brincadeiras e jogos, onde as crianças se sintam felizes no ambiente escolar. Como ressalta Freitas, 2006, p.176

Inovar significa ter uma atitude aberta a mudança, baseada na reflexão crítica da própria tarefa, descobrindo novos caminhos que melhorem a qualidade do ensino e buscando a solução mais adequada a situações novas. Este desafio pressupõe uma mudança na tradição pedagógica e um papel diferente do professor, que terá de ser capaz de analisar situações, identificar problemas e procurar soluções.

Muitas vezes o professor da Educação Infantil passa por medos e inseguranças pois a criança apresenta dificuldades em obedecer regras impostas na sala de aula. Então ele busca refletir sobre sua prática pedagógica surgindo dúvidas de como tornar essa criança no mesmo padrão comportamental das outras. É preciso do apoio da escola, para buscar por recursos adequados para a sua melhor construção de conhecimento.

Ao receber a criança com autismo na sala de aula o professor se depara com uma série de dificuldades. A criança não fala, não interage com os colegas e possui comportamentos indesejados prejudicando o seu aprendizado e a socialização com a turma. Sendo assim, ressalto a importância de ter uma formação apropriada para saber como intervir com esse aluno, conforme a Declaração de Salamanca

As competências necessárias para satisfazer as necessidades educativas especiais devem ser tidas com consideração na avaliação dos estudos e na certificação dos professores [...] A formação em serviço deverá realizar-se sempre que possível, ao nível da escola, através da interação com os orientadores e apoiados pela formação á distância e outras formas de auto formação (1994, pg. 27)

Destaco também a participação da família no âmbito escolar. Ambos precisam andar em conjunto para que o desenvolvimento da criança ocorra de maneira significativa. É preciso muito diálogo entre a família e a escola, só dessa forma haverá resultados positivos em relação ao progresso cognitivo do aluno com TEA. Como nos informa Santos (1999, p. 78),

[...] a participação da família é de suma importância no movimento da inclusão. Seja de forma individualizada ou por meio de suas organizações, é imprescindível a sua participação para que a continuidade da luta por sociedades mais justas para seus filhos seja garantida. É importante sua participação, pois a família ira exercer sua cidadania e funcionará como um vínculo por meio do qual seus filhos possam aprender a ser.

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A criança autista precisa muito do apoio de seus pais para que seu desenvolvimento aconteça de maneira eficiente. Os pais precisam deixar de lado as suas preposições de que esta criança é frágil e não apresenta condições de desempenhar determinada atividade. É de extrema importância estimular a autonomia para que no futuro se tornem adultos independentes.

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3 FORMAÇÃO DE PROFESSORES NA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA A

INCLUSÃO

Neste capítulo trago os resultados da pesquisa de campo. Foi desenvolvido uma pesquisa bibliográfica e de campo de abordagem qualitativa, onde foram entrevistadas duas professoras de educação infantil que possuem matriculado em suas salas de aula aluno com diagnóstico de autismo. Foram escolhidas aleatoriamente duas escolas de educação infantil, apenas foi levada em conta a especificidade da mesma. Uma pública e outra privada para analisar as distintas formas de pensar e fazer a inclusão.

Os professores foram escolhidos por serem professores da educação infantil e formados em Pedagogia. Ambos trazem informações sobre as concepções próprias em relação ao TEA bem como as dificuldades encontradas ao longo do caminho ao incluir esses alunos. Será relatado também sobre como a escola enfrenta a inclusão e a participação da família no contexto escolar.

Incluir é muito mais que acolher um aluno dentro da escola. É também fazer com que esse aluno se sinta parte integrante da instituição onde a equipe escolar busca por recursos apropriados para sua aprendizagem, adaptações na infraestrutura, professores preparados e qualificados trazendo a este aluno uma melhor qualidade no ensinar/aprender. A inclusão só acontece quando a escola se ajusta a ela.

Apresento a vocês a professora Joana (fictício), ela trabalha em uma creche de educação infantil. Ela é pedagoga, realizou vários cursos que a prefeitura ofertou sobre o autismo. Joana está sempre em busca de novas atualizações, ela busca por revistas, livros e pesquisas sobre o TEA.

Para Joana o sentido da inclusão perpassa o nível da escola, pois é preciso incluí-lo também dentro da sociedade como sujeito de direitos. Segundo a professora o sentido da inclusão é dar o direito a todos à educação, a uma aprendizagem de qualidade, a um emprego, a ruas adequadas, a viver. É estar inserido (a) onde todos estão aprendendo a conviver em sociedade (...).

A outra professora chama-se Maria (fictício). Maria trabalha em uma escola privada. Ela é formada em Pedagogia e realizou cursos sobre o autismo, tais como: Especialista em nível de capacitação em AEE - Deficiência Intelectual, Autismo: uma realidade e muitas dimensões,

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Práticas pedagógicas para inclusão, Introdução ao TEA e Estratégias educacionais para autistas na perspectiva no ensino estruturado.

A professora destaca que quando falamos em inclusão, no meu ver é buscar a qualidade de vida para essas crianças. Por isso depende muito dos níveis de deficiência que essas crianças se encontram. Quando falamos incluir temos que ter claro que a adaptação terá que partir da escola e não da criança.

Percebe-se a necessidade da inclusão acontecer em nosso meio. É preciso ir além. Ir à busca de mudanças, rompendo os padrões da sociedade. É preciso dar mais oportunidades tanto educacionais como profissionais, para usufruir de uma vida mais digna e igualitária a todos os cidadãos sendo ou não deficientes. Na escola é preciso buscar pela qualidade de ensino dessas crianças e conhecer mais sobre o TEA. Dessa forma barreiras serão quebradas e haverá melhores condições de se incluir a criança que apresenta o transtorno.

Maria é uma professora que apresenta conhecimento sobre o transtorno do espectro autista. O TEA na sua visão é:

Sei que o TEA é um transtorno no neurodesenvolvimento infantil que afeta a interação social, comunicação e comportamento. Não tem cura e sim tratamento para diminuir o sofrimento. São vários os fatores que podem influenciar somados a genética. Precisam de uma equipe multidisciplinar para amenizar os sintomas. Diagnóstico todo clínico, onde geralmente será na escola que será notado os primeiros sinais. Essa criança já nasce autista.

Joana apresenta em sua turma de educação infantil um aluno com TEA. Perguntei a professora sobre o que sabe sobre o autismo:

Quando comecei a trabalhar na área de educação, à seis anos atrás, era estagiária, auxiliando em uma sala com um autista. Não sabia nada, comecei a estudar por conta própria. A família do aluno, me indicava e me mostrava o caminho várias vezes, a professora titular na época, tinha cursos de formação na área, e me passava seu aprendizado. No entanto, aprendi a lidar com o autista, convivendo e vivenciando. Após, ter uma turma e ter um autista na sala, foi o grande desafio, ali percebi, o quanto ambas as experiências eram semelhantes e muito diferentes. Hoje sei que o TEA pode ser apresentado de diversas formas em uma criança. Alguns se comunicam muito bem, outros não. A maioria gosta das coisas do seu jeito. Possuem algumas preferências, como comer apenas uma fruta, brincar sozinho, ou ter um colega como referencia, para se comunicar é olhando nos olhos. Falar frases curtas, usando pouco não, por exemplo: Ao invés de dizer não levante, falar, fique sentado. Aprendem alguns conteúdos com facilidade, outros não. Estão sempre observando e por vezes podem se irritar, chorar e imitar.

Como relata a professora crianças que apresentam o TEA possuem ritmos diferentes, na comunicação, interação social e ao enfrentar situações novas. É preciso respeitar estes ritmos,

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pois a criança autista precisa de um tempo maior para aprender e se ajustar na rotina nova. Para estimular a comunicação é importante que o professor busque por danças e músicas para ajudar a superar as dificuldades encontradas.

O dia a dia na sala de aula nem sempre é perfeito. Haverá momentos em que o professor encontra obstáculos e que o fará refletir sobre o processo de inclusão.

A maior dificuldade no início é aprender como a criança é. Suas preferências e como reage frente a algumas situações. E como lidar nessas situações que podem ser difíceis. Outra dificuldade é muitas vezes, a falta de apoio da família, de não ter a troca de ideia e dificultar no processo de ensino e aprendizagem do educando (JOANA, 2017).

De fato que para acolher esse aluno é preciso conhecer. Conhecer sobre a sua família e sobre o TEA. É preciso buscar por apoios diferenciados como neuropediatra, atendimentos com fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, psicóloga e fonoaudióloga. Só assim os problemas serão amenizados e o professor vai encontrar o controle que precisa para guiar este aluno para a evolução de sua aprendizagem.

Ambas as professoras recebem apoio da escola tanto em materiais didáticos como a disponibilidade de uma monitora para acompanhar este aluno dentro da sala de aula. Em relação ao apoio da família não recebem o apoio necessário. As duas citam que existe uma carência, os pais muitas vezes não participam das reuniões propostas pela escola e não olham a agenda escolar do seu filho, dificultando assim o diálogo que deveria existir entre família/escola.

Acompanhar o ritmo do aluno que apresenta TEA na sala de aula é extremamente desafiador. As educadoras apresentam subsídios e sugestões sobre o processo de inclusão com autismo na escola: Segundo Maria:

 Primeiramente para incluir é preciso compreender. Para querer ensinar primeiro nós temos que aprender, conhecer e entender. Não esperar aquele aluno para buscar a formação.

 É preciso ter paciência, porque o desenvolvimento irá acontecer no tempo dele e muitas vezes esse tempo será bem mais demorado que pensamos.

 Não criar expectativas, mas não os subestime. Entender que ele precisa aprender o que é bom para ele e não para todos.

 Quem precisa se adaptar é nós á ele, e não ele a nós.

 Compreender que existem níveis dentro do espectro. Assim como os ditos normais, cada um aprende de um jeito com ele não será diferente. Então coloque-os todos dentro da “caixinha” autista.

 Sim, eles precisam, muito mais de limites que os outros. Uma vez um comportamento inadequado, depois será muito mais difícil reverter.

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 A inclusão não se encaixa a todos mas sim aos que possuem condições.

Diante do relato de Maria temos muitas referênciasimportantes a partir da sua experiência para professoras iniciantes que não possuem nenhuma experiência com o autismo. É importante conhecer sobre o transtorno, pesquisar, ir além, em busca de informações para saber como acolher a inclusão na sala de aula. É imprescindível que o professor busque por essa formação antes de receber o aluno porque com certeza todos terão em suas salas de aula matriculados alunos com TEA nos próximos tempos.

O professor precisa ter muita paciência porque nem sempre as atividades desenvolvidas na sala de aula poderão dar o retorno que ele almeja. As crianças com TEA aprendem de maneira e tempos diferentes, apresentam ritmo de aprendizagem diferenciado. A aprendizagem não deve acontecer de maneira forçada, mas sim espontânea onde existe a interação aluno/professor de forma lúdica, com atividades inovadoras e cativantes.

Durante a rotina escolar é necessário criar regras que possibilitam que o professor tenha controle sobre esse aluno. Ele precisa de regras e limites para não se tornar uma criança que apresenta um comportamento inadequado. É importante o acompanhamento da família nestas regras, precisam ser realizadas tanto na escola como em casa. Se a família reproduz o que a professora faz na escola haverá uma grande melhora no comportamento deste aluno.

A professora Joana nos traz outrassugestões importantes

Diria para se prepararem o máximo possível, muitas vezes o que aprendemos na nossa formação de magistério e pedagogia é o básico, é a teoria. Temos a prática, no entanto, vamos vivenciando diversas situações no nosso dia a dia e por vezes, inesperadas. A inclusão de um autista na sua sala é uma delas. Estudar, ler sempre, tenho isso como prática. Sempre estou lendo revistas, procurando formações, quando se tem interesse e disposição tudo se torna mais fácil e prazeroso.

Desta forma, saliento sobre a importância de estar indo em busca de mais conhecimentos sobre o TEA. É necessária muita pesquisa, muita leitura e busca de informações para estar preparada para acolher a inclusão dentro da sala de aula. O professor não pode apenas investir na graduação. Ele deve buscar uma formação continuada para atender esse aluno e dar o suporte de auxílio que ele necessita. É preciso muita mudança, tanto no planejamento do professor como na visão da escola sobre a inclusão. Adequar o currículo, inserir metodologias diferenciadas, organizar atividades que trazem o prazer em aprender, tais como jogos e músicas. Autistas

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gostam da tecnologia, essa seria uma ferramenta que o professor poderia usar na sala de aula como recursomediador da construção do conhecimento deste educando.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir do presente trabalho de pesquisa foi possível analisar e estudar com mais profundidade vários aspectos que dizem respeito a inclusão de alunos com TEA no ensino regular. Aspectos esses não observados pelas escolas e professores e também o grande desconhecimento sobre o assunto.

A inclusão é uma realidade no dia a dia das escolas. É um movimento muito importante, pois deve acontecer fora da escola também para obtermos uma sociedade mais solidária e igualitária para todos, pois com ou sem deficiência somos cidadãos de direitos e para que possamos exercer o nosso papel dentro da sociedade ela precisa nos oferecer oportunidades.

O professor ao ter o conhecimento sobre as políticas públicas de inclusão e a lei do autista. Essas leis existem para amparar essa criança e a suas famílias para que possam ter a oportunidade de frequentarem uma escola e receber todo o apoio que precisam.

As professoras Joana e Maria nos trazem reflexões acerca da inclusão do TEA na rede regular de ensino onde se percebe a importância da formação continuada, pois o professor pode encontrar dificuldades ao longo do caminho. Entendemos que uma formação a mais da graduação pode o auxiliar muito, trazendo maneiras de como trabalhar com os alunos e desenvolver atividades que o fazem progredir no seu desenvolvimento motor e cognitivo.

O currículo da escola deve ser desenvolvido de acordo com as necessidades e particularidades de cada criança. Nele também deve conter estratégias de ensino para os professores desenvolverem na sala de aula metodologias lúdicas como músicas, danças, jogos, tecnologias assistivas para despertar espontaneamente a atenção e o interesse em aprender de forma prazerosa.

Importa destacar que constatamos a relevância dos professores respeitar o ritmo de aprendizagem de cada aluno, pois nem sempre as atividades que realiza vão lhe trazer o retorno que imaginava. O professor não pode desistir na primeira tentativa. Ele deve mudar suas estratégias de ensino, trazendo algo novo para a sala de aula e dessa forma melhorar o desempenho daquele aluno que apresenta uma evolução mais lenta de aprendizagem.

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O respeito às diferenças deve estar presente nas escolas. É preciso que isso seja trabalhado dentro da sala de aula para construirmos uma sociedade que se preocupa não só consigo próprio, mas também com o bem estar do outro.

Assim como Skliar (2006) diz para que os professores “não se transformem em típicos funcionários da alfândega, que apenas está aí para vigiar aquela perversa fronteira entre exclusão e inclusão. Que mudem o seu próprio corpo, sua própria aprendizagem, sua própria conversação, suas próprias experiências. Que não façam metástases, que façam metamorfose”.

Joana e Maria também ressaltam que para a inclusão de fato acontecer é preciso ter claro que a adaptação terá que partir da escola e não da criança. De fato a inclusão acontece quando buscamos por ela, quando vamos à luta e não ficamos acomodados esperando que ela aconteça sozinha. É preciso romper com o paradigma tradicional da escola buscando por mudanças. Mudanças na infraestrutura, no material didático, na formação continuada do professor, na sua metodologia. Só assim teremos uma escola aberta às diferenças e de qualidade para todos.

Finalizo dizendo, com minha experiência de professora na educação especial e monitora de criança com TEA, independente da deficiência ela é uma criança e precisamos acreditar na sua capacidade. É preciso ter esperança e desejar que ela aprenda. Ela vai avançar, mas lentamente no seu tempo e ritmo. E quando o avanço acontecer, seja ele pequeno ou não, vai significar uma vitória, pois o professor sabe o quanto ele luta por esse aluno, busca aprender junto e insiste que a inclusão aconteça de forma mais acolhedora.

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REFERÊNCIAS

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Referências

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