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Diretrizes para a organização da prática escolar na educação básica: Ensino Fundamental e Ensino Médio

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DIRETRIZES PARA A ORGANIZAÇÃO DA PRÁTICA

ESCOLAR NA EDUCAÇÃO BÁSICA:

Ensino Fundamental e Ensino Médio

2000

ESTADO DE SANTA CATARINA

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO DIRETORIA DE ENSINO FUNDAMENTAL

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ESPERIDIÃO AMIN HELOU FILHO

Governador do Estado

PAULO ROBERTO BAUER

Vice-Governador

MIRIAM SCHILICKMANN

Secretária de Estado da Educação e do Desporto

SIMONE SCHAMM

Secretária Adjunta

NARA B. BÚSSOLO CAPELER

Diretora de Ensino Médio

MARLENE DE OLIVEIRA

Diretora de Ensino Fundamental

RENATO KOCK NUNES

Gerente das Escolas Técnicas

JULIA SIQUEIRA DA ROCHA

Gerente de Ações Pedagógicas do Ensino Fundamental

EQUIPE DE REDAÇÃO:

Carla Rosane Bressan Dilma Roling Edir Seemund Luzia Madalena Leite Maike Cristine Kretzschmar Ricci

Maria das Dores Pereira Sandra Mara Cardoso

Terezinha Meneghel

COMPOSIÇÃO E DESENHO:

Ricardo Fernandes Braz

EDITORAÇÃO GRÁFICA:

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S U M Á R I O

INTRODUÇÃO ... 03 CAPÍTULO 1 CONCEPÇÃO FILOSÓFICO–PEDAGÓGICA ... 05 CAPÍTULO 2 DA ORGANIZAÇÃO ESCOLAR ... 06 2.1. REGIME DE FUNCIONAMENTO ... 06 2.2. NÍVEIS DE ENSINO ... 06 2.3. MATRÍCULA ... 06 2.4. TRANSFERÊNCIA ... 08 2.5. ADAPTAÇÃO ... 08 2.6. EQUIVALÊNCIA DE ESTUDOS ... 09

2.7. APROVEITAMENTO DE ESTUDOS, PROGRESSÃO PARCIAL, CLASSIFICAÇÃO E RECLASSIFICAÇÃO ... 09

2.8. ORGANIZAÇÃO DOS TEMPOS ESCOLARES ... 11

2.9. FREQÜÊNCIA ... 12

2.10. EXPEDIÇÃO DE DOCUMENTOS ESCOLARES ... 13

2.11. PLANEJAMENTO GERAL E AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL ... 14

CAPÍTULO 3 ORGANIZAÇÃO DO ENSINO ... 15

3.1. NORMAS DE ORGANIZAÇÃO E CONVIVÊNCIA DA COMUNIDADE ... 15

3.2. FUNÇÕES DO CONSELHO DE CLASSE E CONSELHO DELIBERATIVO ESCOLAR ... 15

3.3. CURRÍCULO ... 16

3.3.1. Currículo do Ensino Fundamental ... 17

Conceitos Essenciais das Disciplinas Curriculares ... 19

3.3.2. Currículo do Ensino Médio ... 29

a) A Área de Linguagens e Códigos e suas Tecnologias ... 29

b) A Área de Ciências Humanas e suas Tecnologias ... 33

c) A Área de Matemática, Ciências da Natureza e suas Tecnologias ... 36

3.4. PROCESSO DE AVALIAÇÃO ... 40

3.4.1. Da Avaliação do Ensino Fundamental e Médio e registros de avaliação do aluno ... 42

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I N T R O D U Ç Ã O

A implantação da Lei n.º 9394/96 – Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) – suscita um novo momento, em que se apresenta o desafio de encontrar soluções para os grandes problemas enfrentados na educação em sua administração. São introduzidas várias inovações que vão da inclusão da educação infantil como uma das etapas da Educação Básica à flexibilização das ações escolares, principalmente quanto à verificação do rendimento escolar.

Ao atribuir aos estabelecimentos de ensino a incumbência de elaborar e executar a sua proposta pedagógica (art. 12 da citada Lei) abre a possibilidade para que se introduzam as mudanças necessárias à aprendizagem de qualidade.

Para desencadear esse processo, a Lei n.º 9394/96 pressupõe que todas as instâncias do sistema de ensino, num processo de construção coletiva, busquem, a partir da discussão, da análise e da interpretação dos dispositivos legais, a consolidação de um Projeto Político Pedagógico que assegure aos alunos o direito à educação de qualidade.

Da mesma forma, a Lei Complementar n.º 170/98 – Sistema Estadual de Educação –, artigos 15 e 16, faz referência à elaboração e à execução do Projeto Político Pedagógico, acrescentando que este irá conter os princípios gerais do regimento escolar. Estabelece ainda, no art. 83, o prazo de 31 de dezembro de 1999 para as instituições de educação adaptarem seus regimentos escolares.

Na Resolução n.º17/99, o Conselho Estadual de Educação – CEE/SC define diretrizes para a elaboração do Projeto Político Pedagógico das escolas. Essa Resolução, no art. 9.º, chama a atenção para o que constitui um Projeto Político Pedagógico. Ressaltamos, também, que a escola precisa “criar e avançar nas suas concepções e formulações”, uma vez que já se encontram num adiantado processo de discussão, desde a década de 80, com a elaboração e implementação da Proposta Curricular de Santa Catarina.

A construção do Projeto Político Pedagógico, além de representar um desafio para seus elaboradores, constitui-se numa importante decisão política, pois representa um compromisso de fortalecimento para a cidadania. Nasce do movimento “ação – reflexão – ação”, sendo, desta forma, construído e vivenciado, em todos os momentos, por todos os envolvidos no processo educativo. Consiste, portanto, num importante instrumento de Gestão Democrática.

O Projeto Político Pedagógico é o instrumento que organiza e orienta toda a ação da escola e deve retratar efetivamente a realidade escolar, contribuindo para a construção de sua identidade e autonomia.

Desta forma, sugerimos que a escola, ao elaborar o texto de seu Projeto Político Pedagógico, se oriente pela Resolução n.º 17/99/CEE/SC que o divide em três capítulos: “Da

Concepção Filosófico-Pedagógica”, “Da Organização Escolar”, “Da Organização do Ensino”, estrutura assumida para a organização desse documento.

Considerando que a legislação utiliza (as expressões) “Regimento Escolar” e “Proposta Pedagógica”, o CEE/SC definiu, no Ofício n.º1092/99, que ambos constituem um único documento denominado “Projeto Político Pedagógico”, o qual irá garantir à instituição a legitimidade necessária para a continuidade de seu funcionamento bem como segurança e tranqüilidade à comunidade escolar.

Cabe ressaltar que, apesar de conter normas regimentais, não há exigências quanto a sua apresentação, se sob a forma de artigos ou se esquematizadas sob forma de itens e sub-itens. Nas escolas já autorizadas o Projeto Político Pedagógico deverá ser aprovado pelo Conselho

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Deliberativo Escolar, somente levado à apreciação do CEE/SC quando do reconhecimento do curso. Nos casos de criação e autorização de novas escolas, o Projeto Político Pedagógico será peça constitutiva do processo, na condição de versão provisória.

Nesta perspectiva e em face do prazo de 31 de dezembro de 1999, fixado pela Lei Complementar n.º 170/98, ratificado na Resolução n.º 17/99 do CEE/SC, é urgente que as escolas elaborem formas de trabalho que contemplem as mudanças estabelecidas pela legislação, tais como: Autonomia na Organização do Processo de Aprendizagem, Calendário Escolar, Classificação, Reclassificação, Progressão Parcial, Aceleração de Estudos, Recuperação, Avaliação Processual, Freqüência, Equivalência, Documentação Escolar, Aproveitamento de Estudos, Componentes Curriculares e Conteúdos da Educação Básica.

A Secretaria de Estado da Educação e do Desporto – SED, ao apresentar este documento, tem o objetivo de possibilitar, conforme determina a Lei n.º 9394/96, já no ano 2000, o acesso de todos os cidadãos às mudanças planejadas, rompendo com a “cultura da reprovação”, que ainda prevalece no sistema educacional, gerando, no Estado de Santa Catarina, uma retenção de 93.000 alunos no Ensino Fundamental e de 12.898 no Ensino Médio, (Censo Escolar 1998)

. Estes números elevados são indicativos do quanto ainda se produz uma educação excludente, ou seja, do quanto se nega o acesso aos bens culturais produzidos pela humanidade, condição necessária ao exercício pleno da cidadania.

Diante dessa necessidade, queremos apontar alternativas que possam dar sustentação à caminhada até então empreendida, ao invés de apresentar uma única fórmula, que acabaria por enquadrar as escolas em um único molde, contrariando assim, os princípios de flexibilidade, autonomia e liberdade possíveis às escolas do Sistema Estadual da Educação.

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C A P Í T U L O 1

DA CONCEPÇÃO FILOSÓFICO-PEDAGÓGICA

A Resolução n.º 17/99/CEE/SC, em seu art. 1.º, estabelece que a escola, ao definir sua concepção filosófica, tem que garantir os direitos e os deveres preconizados pela Constituição Federal, Constituição Estadual e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Além disso, deverá ter presentes os princípios e os fins da educação, atribuições dos estabelecimentos de ensino e dos profissionais da educação, expressos na Lei n.º 9394/96 e na Lei Complementar n.º 170/98.

O Projeto Político Pedagógico ultrapassa o mero agrupamento de planos de ensino, planejamento anual e atividades diversas. Não é algo que será construído para simplesmente atender à Resolução e ser arquivado como prova de cumprimento de uma exigência burocrática. É fundamental que a escola busque a construção do Projeto Político Pedagógico, pois é a partir deste referencial que ela irá compreender melhor sua prática pedagógica.

Desta forma, a teoria pedagógica assumida pela escola deve estar vinculada à prática social e estar comprometida com a solução dos problemas relacionados ao ensino e à escola. É uma ação intencional, com um compromisso definido coletivamente, articulado aos interesses reais da comunidade e da população em geral. Entendida como um processo permanente de discussão e reflexão na busca de alternativas viáveis à efetivação de sua intencionalidade, propicia a vivência democrática necessária para a participação de todos os membros da comunidade escolar.

Ao se constituir em um processo democrático de decisões, renova a forma de organização do trabalho pedagógico, buscando eliminar as relações competitivas, corporativas e autoritárias, diminuindo a fragmentação resultante da divisão do trabalho que reforça as diferenças e hierarquiza os poderes de decisão.

Neste primeiro momento de elaboração do texto, a escola terá como referência a Legislação Básica, além do referencial teórico, e deverá:

 traçar os fins e objetivos da escola (artigos 2.º, 3.º, 22, 25, 26, 29, 32, 35, 39, da Lei n.º 9394/96, art. 3.º, 4.º, 23 e 26 da Lei Complementar n.º 170/98) com o tipo de ensino ministrado; as peculiaridades de cada nível de ensino, em consonância com os fins e objetivos da Educação Nacional;

 definir em linhas gerais os encaminhamentos metodológicos das disciplinas do currículo, em consonância com o referencial teórico assumido (artigos 2.º, 12, 13, 22, 23, 25, 26, 29, 32, 35, 39, da Lei n.º 9394/96 e art. 26 e 29 da Lei Complementar n.º 170/98);

 estabelecer quais são os princípios e a forma de gestão escolar, bem como as instâncias de discussão e decisão coletiva a exemplo do Conselho de Classe, Associação de Pais e Professores, Conselho Deliberativo Escolar, Grêmio Estudantil, sua composição e funcionamento, observando a legislação pertinente:

a) Lei n.º 9394/96 (art. 5º, 12,13,14, 16, 17, 18, 19, 20, 21); b) Lei Complementar n.º 170/98 (art. 14 e 15);

c) Decreto 31.113/86 – Dispõe sobre a existência das Associações de Pais e Professores

[...] e dá outras providências;

d) Decreto n.º 3429/ 98 – Regulamenta o Conselho Deliberativo Escolar nos

Estabelecimentos de Educação Básica da Rede Pública Estadual;

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f) Lei n.º 7398/85 – Dispõe sobre a organização de entidades representativas dos

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C A P Í T U L O 2

DA ORGANIZAÇÃO ESCOLAR

2.1. REGIME DE FUNCIONAMENTO

A Lei n.º 9394/96, no art. 23, e a Lei Complementar n.º 170/98, em seu art. 24, flexibilizam as formas de organização da educação básica, abrindo possibilidades à adoção de “séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos, grupos não - seriados com base na idade, na competência e em outros critérios ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar”.

Entretanto, a Secretaria de Estado da Educação e do Desporto, no ano de 1998, solicitou ao Conselho Estadual de Educação a aprovação das grades curriculares para o Ensino Fundamental e Ensino Médio das escolas da rede pública estadual, adotando a organização curricular em séries anuais. Estas grades curriculares passaram a vigorar a partir de 1999.

No Ensino Fundamental terão vigência até que se procedam novas alterações segundo diretrizes da SED, considerando a realidade educacional da rede pública estadual e as exigências do processo pedagógico.

No Ensino Médio, a partir do ano 2000, será adotado o Sistema de Ensino Semestral. Caberá a cada escola elaborar a sua grade de acordo com a Lei n.º 9394/96, Lei Complementar n.º 170/98, Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio/MEC e orientações da SED. Estas grades serão aprovadas pela SED/DIEM de acordo com o Artigo 29 da Lei Complementar n.º 170/98. A implantação deste Sistema se fará gradativamente, a partir da 1ª fase.

2.2. NÍVEIS DE ENSINO

Discriminar, sucintamente, os níveis e finalidades do Ensino oferecidos pela escola, observando o art. 21, I e art. 22 da Lei n.º 9394/96 e art. 22, I e art. 23 da Lei Complementar n.º 170/98.

2.3. MATRÍCULA

A matrícula vincula o aluno à escola, sendo que sua efetivação obedece às normas próprias do estabelecimento de ensino, definidas de acordo com as determinações da legislação e da SED.

A matrícula compreende:  admissão de alunos novos;

 admissão de alunos por transferência;

 admissão de alunos, independente da escolarização anterior;  confirmação pelos pais ou responsáveis para os atuais alunos.

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No ato da matrícula, a escola deve solicitar ao aluno, pais ou responsáveis a documentação escolar para a identificação da série a ser matriculado. Nos casos em que o aluno esteja impossibilitado de apresentar a documentação escolar, dever-se-á dar-lhe um prazo de no máximo 30 dias para não comprometer a regulamentação da sua vida escolar. A partir deste prazo, a escola ficará responsável pelas irregularidades na vida escolar do aluno, se ocorrerem.

A inexistência da documentação escolar no momento da realização da matrícula não deve constituir impeditivo para a sua efetivação. Cabe à escola buscar meios para providenciar a documentação necessária. Esgotadas todas as possibilidades de localização e persistindo a inexistência da documentação, a escola poderá valer-se da classificação para determinar a série correspondente a que o aluno tem direito de ser matriculado, conforme o grau de desenvolvimento e experiências do mesmo.

Deverá ser solicitada, ainda, no ato da matrícula, a distância existente em metros entre o domicílio e a escola, para fins de viabilização do transporte escolar.

A classificação do aluno em qualquer série ou fase nos níveis fundamental e médio, independentemente de escolarização anterior, prevista na alínea “c” do inciso II do artigo 24 da Lei n.º 9394/96, aplicar-se-á nos casos em que o aluno não tenha ou não possa comprovar sua vida escolar anterior.

O cancelamento da matrícula, por qualquer motivo, por parte da escola, fere o art. 6.º da Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente, nos artigos 18 e 53.

A Educação Infantil constitui a primeira etapa da Educação Básica e tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até os seis anos de idade, em seus diferentes aspectos (art.29, da Lei n.º 9394/96). No entanto, entendemos que este desenvolvimento deverá ter continuidade no Ensino Fundamental. Neste sentido, as dificuldades que porventura as crianças apresentarem nesse momento de sua escolarização precisam ser trabalhadas no espaço do Ensino Fundamental.

A Educação Infantil destina-se às crianças de zero a seis anos, é ofertada em creches “para crianças de até três anos de idade” e em pré-escolas, para crianças de quatro a seis anos de idade” (art. 30 da Lei n.º 9394/96); o Ensino Fundamental, para crianças a partir dos sete anos. Desta forma, a legislação impõe ao poder público a política de não mais permitir que alunos, que completando sete anos de idade, permaneçam na pré-escola. É necessário garantir esse direito à criança, orientando e esclarecendo pais ou responsáveis (quando necessário) que é dever da família efetivar sua matrícula. Para a garantia desse direito, a criança que completar sete anos durante o ano civil, deverá freqüentar a 1ª série do Ensino Fundamental. Considerados os elevados índices de distorção idade/série e para que o país não venha a se transformar numa grande classe de aceleração, é necessário corrigir o fluxo escolar já no trânsito entre a pré-escola e o Ensino Fundamental.

Nos casos de crianças que não freqüentaram a pré-escola, é necessário considerar a idade escolar e também, que a pré-escola não se constitui em uma “série início” da vida escolar para a criança. A pré-escola, em nenhuma hipótese, é obrigatória para a criança e nem para a família. No entanto, direito daqueles que a procurarem e é dever do poder público oferecer e garantir o acesso de todos a ela.

O Ensino Fundamental consolidou-se na atual LDB como a segunda etapa da Educação Básica, constitui-se de, no mínimo, oito anos de escolarização que se inicia a partir de sete anos de idade, sendo facultativa a matrícula de crianças a partir dos seis anos de idade – Lei n.º 9394/96 (art. 6.º, 32 e 87, § 3.º, I) e Lei Complementar n.º 170/98 (art. 35 e 36).

É importante destacar que, na Educação Básica, o Ensino Fundamental é obrigatório e gratuito na escola pública, sendo direito de todos os brasileiros, de qualquer faixa etária, acima

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dos sete anos. O acesso a essa etapa de escolarização pode, inclusive, ser exigida legalmente do poder público.

A legislação, ao utilizar o termo “facultativamente”, permite à escola matricular ou não crianças a partir dos seis anos de idade no Ensino Fundamental. A decisão, portanto, é de competência da escola, que examinará caso a caso e decidirá se pode ou não receber a matrícula da criança a partir dos seis anos de idade. Cabe ressaltar que “em hipótese alguma uma criança de sete anos de idade deve ficar sem matrícula, em favor de uma criança de seis anos de idade”.

A escola deve considerar, além das questões legais, as questões pedagógicas, não restringindo seus procedimentos apenas a um aspecto do desenvolvimento – o cognitivo. É preciso que se tenha uma visão integrada do desenvolvimento da criança, colocando as dimensões afetiva e cognitiva no mesmo plano de importância.

O Ensino Médio de que trata a Lei n.º 9394/96 e a Lei Complementar n.º 170/98 é a etapa final da Educação Básica, com característica de terminalidade, de formação geral, vinculado ao mundo do trabalho e da prática social. Tem por objetivos:

 consolidar e aprofundar os conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental;  aprimorar o educando como pessoa humana;

 possibilitar o prosseguimento de estudos;

 garantir a preparação básica para o trabalho e para a cidadania;

 dotar o educando dos instrumentos que lhe permitam a continuidade dos estudos e a compreensão dos fundamentos científicos e tecnológicos dos processos de produção.

Será organizado em períodos semestrais, com duração mínima de três anos e de, pelo menos, duzentos dias de efetivo trabalho escolar por ano, com uma carga semestral de quatrocentas horas, envolvendo a participação de docentes e educandos.

2.4. TRANSFERÊNCIA

A transferência é concedida e recebida em qualquer época do ano, por solicitação do responsável ou pelo próprio aluno, se maior de idade.

Ao conceder transferência, a escola obriga-se a fornecer ao aluno, no menor prazo possível, a documentação comprobatória de sua vida escolar.

Ao receber a transferência, cabe à escola, através de um de seus órgãos de decisão coletiva, o estudo da documentação escolar, apresentada pelo aluno, visando a classificação na série; o aproveitamento de estudos; a reclassificação ou as adaptações curriculares. No caso de alunos com progressão parcial (dependência), transferidos em qualquer época do ano, a escola aceitará a matrícula e fará reclassificação, caso não ofereça progressão parcial.

Quando o aluno for reclassificado, é necessário manter em sua pasta de arquivo o registro das avaliações e de todos os documentos, tais como: atas, provas ou outros trabalhos que venham a ser exigidos e mais as anotações legais que devem constar no histórico escolar. 2.5. ADAPTAÇÃO

É o processo através do qual a escola busca integrar o aluno recebido por transferência à nova grade curricular. Em resumo, é uma adaptação à nova situação, mediante estudos especiais programados, visando a complementação indispensável.

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Neste contexto, é importante lembrar que, com a flexibilidade legal, as escolas e os professores estão assumindo uma grande responsabilidade, devendo definir e exercer com competência os processos avaliativos para o aproveitamento de estudos, a reclassificação e a adaptação.

Os extremos da rigidez ou da liberalidade pedagógica precisam ser evitados. É, portanto, pensando no educando, valorizando sua aprendizagem e conhecimento que a escola, equilibradamente, deverá planejar os instrumentos e estratégias de avaliação para tais fins.

Na Educação básica, as formas de adaptação deverão estar definidas no Projeto Político Pedagógico da escola e vinculadas ao processo de avaliação global do aluno, tendo-se como diretriz o fato de que o aluno jamais poderá regredir na sua vida escolar.

2.6. EQUIVALÊNCIA DE ESTUDOS

Cabe à escola orientar o interessado, pais ou responsáveis pelo aluno transferido do exterior quanto aos procedimentos relativos à equivalência de estudos, conforme estabelecido na Resolução n.º 34/99/CEE/SC.

A transferência de aluno oriundo de outro país será permitida em qualquer série da Educação Básica e em qualquer época do período letivo.

A matrícula de aluno estrangeiro só poderá se efetivar se o mesmo estiver devidamente registrado no Departamento de Polícia Federal, conforme dispõe a Lei n.º 6815/80.

Em caso de impossibilidade da apresentação de qualquer documento escolar em decorrência de calamidades, guerras, exílio político, ou outras situações e emergências, o aluno deverá ser submetido ao processo de reclassificação (Lei Complementar n.º 170/98, art. 24, Parágrafo único). 2.7. APROVEITAMENTO DE ESTUDOS, PROGRESSÃO PARCIAL, CLASSIFICAÇÃO E

RECLASSIFICAÇÃO

a) Aproveitamento de Estudos – É o reconhecimento dos estudos feitos (com

aprovação) pelo aluno na série e ocorre quando o aluno for reprovado em alguma disciplina em escola que não oferece progressão parcial (dependência). Neste caso, o aluno deverá repetir a série e a escola deverá considerar o conhecimento e a aprendizagem nas disciplinas em que já logrou êxito. Ou seja, nas disciplinas em que foi aprovado no ano anterior, não poderá ser reprovado, entendendo-se que o aluno não desaprende.

b) Progressão Parcial (Dependência) – A legislação prevê a possibilidade de

progressão parcial (dependência) nas escolas que adotam a progressão regular por série ou fase, ou seja, o aluno avançará para a série seguinte, cursando paralelamente disciplinas em que foi reprovado na série anterior.

Esta Secretaria determina para o ano 2000 que as escolas da rede pública estadual de ensino, dentro de suas possibilidades, viabilizem com o Conselho Deliberativo Escolar, no seu Projeto Político Pedagógico, formas para que a progressão parcial possa acontecer.

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Nas escolas que optarem pela progressão parcial, o aluno de 5.ª à 8.ª séries que não obtiver aproveitamento necessário à promoção em até 2 (duas) disciplinas poderá avançar para a série seguinte e fará dependência dessas disciplinas na escola em que estiver matriculado.

No Ensino Fundamental, o aluno de 8ª série que não obtiver aproveitamento necessário para promoção, após serem esgotadas todas as oportunidades oferecidas no ensino regular, poderá beneficiar-se da Circulação de Estudos através da modalidade supletiva, conforme Portarias n.º 014/88 e 003/93 ou realizar a dependência de forma concentrada.

No Ensino Médio, o aluno poderá ser promovido à FASE seguinte com reprovação em apenas 01 (uma) disciplina da FASE anterior (Progressão parcial).

c) Classificação - Classificar significa posicionar o aluno em série ou fase compatível

com sua idade, conhecimento e experiência, podendo ser feita:

 por promoção – para alunos que cursaram com aproveitamento, na própria escola;

 por transferência – para alunos procedentes de outras escolas;

 por avaliação – independentemente de comprovação de escolarização anterior, mesmo que não tenha certificação formal, mediante classificação, feita pela escola, que avalia o conhecimento e a experiência do aluno permitindo sua matrícula na série.

d) Reclassificação – a Lei n.º 9.394/96 e a Lei Complementar n.º 170/98 em seus artigos

23, § 1º e 24, Parágrafo único, respectivamente, delegam às escolas a possibilidade de reclassificar os alunos, inclusive em situações de transferências entre estabelecimentos situados no território nacional e no exterior, tendo como base as normas curriculares gerais.

A reclassificação é uma situação nova na educação brasileira que anteriormente somente considerava a classificação. Reclassificar significa reposicionar o aluno na série, diferente daquela indicada em seu histórico escolar.

A reclassificação e ou classificação só poderá ser feita pela escola em que o aluno for matriculado e nas seguintes situações:

 avanço de séries ou cursos por alunos com comprovado desempenho. É a forma de oferecer ao aluno a oportunidade de concluir, em menor tempo, séries ou cursos, desde que apresente conhecimento, com comprovado desempenho;

 aceleração de estudos para alunos com atraso escolar. É a forma de propiciar condições para a recuperação dos alunos em situação de defasagem na aprendizagem em relação à idade/série, possibilitando-lhes avanços no seu processo de apropriação do conhecimento;  transferência entre estabelecimentos situados no país e no exterior, posicionando o aluno

na série adequada, tendo como base as normas curriculares gerais.

O aluno deverá ser submetido ao processo de reclassificação quando houver transferência do exterior, com documentação insuficiente para determinar o nível de escolaridade ou quando da impossibilidade da apresentação de qualquer documento escolar em decorrência de calamidades, guerras, exílio político ou outras situações e emergências.

Pela legislação, trata-se de prerrogativa que se insere no rol das competências que o artigo 23 da LDB atribui à escola. Portanto, cabe à escola assumir a responsabilidade pela operacionalização da reclassificação, aceleração e avanços nos cursos e séries dos alunos. Deve-se atentar para que a decisão de reclassificação Deve-seja considerada de caráter esDeve-sencialmente pedagógico. Entretanto, sua concretização exigirá medidas administrativas capazes de resguardar os direitos dos alunos e diretores da escola. Para isso, deverá ser constituída uma banca formada por representantes dos órgãos de decisão coletiva que a escola possua, que

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submeterá o aluno a avaliações de conhecimento e experiência, para definir e comprovar a matrícula na série correspondente.

A Lei, ao tratar de reclassificação, valoriza o conhecimento e experiência do aluno e não faz nenhuma referência à freqüência mínima exigida. Portanto, se não for cumprido este mínimo exigido, nada impede que o aluno continue seus estudos no período letivo seguinte. Ao admitir a possibilidade da reclassificação dos alunos, a própria lei está dizendo que deve prevalecer o conhecimento do aluno. Ainda assim, consideramos a freqüência às aulas um dos fatores importantes para a aprendizagem do aluno. Portanto, cabe à escola estimular a presença do aluno nas aulas, para que seja cumprido o mínimo estabelecido em Lei (setenta e cinco por cento). Caso o aluno não obtenha os setenta e cinco por cento de freqüência mínima exigida, mas tenha suficiente aproveitamento, a escola poderá submetê-lo a um processo de avaliações, conforme já mencionado, o que permitirá a sua matrícula na série subseqüente (reclassificação).

É necessário salientar que a reclassificação em decorrência de o aluno não ter a freqüência mínima exigida para a aprovação deve ser entendida como uma situação especial. Não pode servir de pretexto para a escola eximir-se de seu compromisso com a busca de condições pedagógicas capazes de estimular a presença dos alunos nas atividades desenvolvidas em seu espaço.

É importante que a escola, quando da elaboração do seu Projeto Político Pedagógico, contemple todos os procedimentos pedagógicos e administrativos necessários para o processo de reclassificação do aluno. No caso de o aluno ser reclassificado, é necessário manter arquivado o registro das avaliações e todos os documentos, tais como: atas, provas ou outros trabalhos que venham a ser exigidos e mais as anotações para efeitos legais.

Cabe à escola , considerando o seu grau de autonomia, proceder os ajustes necessários, devendo buscar soluções coletivamente, sem acarretar prejuízo ao aluno.

2.8. ORGANIZAÇÃO DOS TEMPOS ESCOLARES

Segundo a legislação (Lei n.º 9394/96 art. 23, 24 e Lei Complementar n.º 170/98, art. 25, 26), o ano letivo será de 200 dias de efetivo trabalho escolar, com uma carga horária anual mínima de 800 horas.

A jornada escolar no Ensino Fundamental e Médio será de no mínimo 4 (quatro) horas de efetivo trabalho escolar.

A carga horária prevista na Lei Complementar n.º 170/98 é de 5 aulas de 48 minutos, a partir da 5ª série do Ensino Fundamental e Médio, no período diurno e no período noturno 5 aulas de 40 minutos, sendo que o recreio não poderá ser computado nas 800 horas e 200 dias letivos. Na Educação Infantil e até a 4ª série do Ensino Fundamental, 4 horas de permanência na escola, incluindo o tempo destinado ao recreio que faz parte da atividade educativa.

No Ensino Médio o ano letivo ficará dividido em 2 fases (semestres), passando o curso a ter 6 fases. A duração da fase (semestre) será de 100 dias letivos, perfazendo um total de, no mínimo, 400 horas.

Cabe aos estabelecimentos de ensino, quando da elaboração de seu Calendário Escolar, adequar-se às peculiaridades da comunidade, considerando os fatores climáticos e econômicos da região, o transporte escolar quando necessário e assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas de aula, sem redução da carga horária mínima, na forma da legislação e segundo as diretrizes básicas da Secretaria de Estado da Educação e do Desporto. Além disso, o Calendário

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Escolar deverá possibilitar a materialização do Planejamento Anual/qüinqüenal da escola. (Resolução n.º17/99/CEE/SC).

Segundo o Parecer n.º 271/99/CEE/SC, “[...] deve ser considerado por dia de efetivo

trabalho escolar aquele de atividades pedagógicas, isto é, de trabalho efetivo em sala de aula

ou ambientes equivalentes e que envolva a participação de alunos e professores". Ressaltamos que todas as atividades pedagógicas deverão estar previstas no Projeto Político

Pedagógico.

2.9. FREQÜÊNCIA

O processo educacional é construído numa relação de interatividade entre todos os sujeitos envolvidos. É fundamental que a escola promova pautas interativas de qualidade que estimulem a presença dos alunos nas atividades escolares durante o ano letivo, para o cumprimento da carga horária e para uma aprendizagem significativa.

De acordo com a Lei n.º 9394/96 a aprovação do aluno está condicionada ao mínimo de 75% (setenta e cinco por cento) de freqüência às aulas, em relação ao cômputo total da carga horária em vigor, ou seja, de 100%, da carga horária anual ou semestral, o aluno poderá faltar até 25% das aulas. Dessa forma, a apuração da freqüência não se fará mais sobre a carga horária específica de cada disciplina.

No Ensino Fundamental, de 1.ª a 4.ª série, o registro da freqüência caberá ao professor de turma, utilizando-se do diário de classe. O mesmo procedimento poderá ser seguido pelos professores das diversas disciplinas de 5.ª a 8.ª série do Ensino Fundamental. O professor é responsável pelo registro da freqüência e pelo acompanhamento do desempenho de seus alunos em conformidade com o Projeto Político Pedagógico.

No Ensino Médio a freqüência passará a ser computada por semestre (fase), portanto, sobre 100 dias letivos. A freqüência mínima, neste caso, será correspondente a 75 dias.

Durante o ano letivo, a escola, ao observar a infreqüência do aluno, deve proceder alguns encaminhamentos que favoreçam a aprendizagem e a permanência do aluno:

a) revisão de causas de caráter pedagógico que afastam os alunos da sala de aula;

b) contato com as famílias para diagnóstico da causa da infreqüência na escola e busca de alternativas;

c) comunicação às autoridades competentes (Ministério Público e Conselhos Tutelares) para providências cabíveis.

Chamamos ainda a atenção da escola para outros casos que impossibilitam o aluno de freqüentar as aulas:

Aluna Gestante – tem seus direitos garantidos nas Constituições Federal e Estadual e no

Estatuto da Criança e do Adolescente. Como aluna, tem direitos e deveres a cumprir, com aproveitamento e freqüência exigidos pela legislação vigente.

Não existe tratamento diferenciado à aluna gestante quanto à freqüência mínima de 75% (setenta e cinco por cento) exigida para a aprovação. O limite de ausência às aulas garantido pela legislação é de 25% (vinte e cinco por cento), o que corresponde, no máximo, a 50 dias do calendário de 200 (duzentos) dias letivos.

O atestado médico assegura o direito ao afastamento das atividades escolares para a aluna gestante. No período de licença, atestado pelo médico, a escola deve garantir o direito de realizar exercícios domiciliares.

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Nos casos em que a aluna gestante, em situação especial, ultrapassar o percentual mínimo de freqüência, verificar o encaminhamento dado no item RECLASSIFICAÇÂO.

Alunos com Problemas de Saúde (Portadores de Afecções) – o Parecer 06/98 da

Câmara da Educação Básica, do Conselho Nacional de Educação – CNE, assim se expressa sobre a vigência do Decreto-Lei n.º 1044/69, que dispõe sobre o tratamento excepcional para os portadores de afecções, atribuindo àqueles estudantes a compensação de ausência às aulas mediante exercícios domiciliares:

O referido decreto-lei apoia-se em três princípios: o do direito à educação; o da impossibilidade de observância dos limites mínimos de freqüência à escola em função de condições de saúde; e, finalmente, a admissibilidade de adoção em regime excepcional de atendimento ao educando.

Considerando que permanece válida a fundamentação que motivou a edição do referido decreto-lei e não havendo na LDBEN nada que expressamente especifique ou regule em sentido contrário o conteúdo do referido decreto-lei e não havendo incompatibilidade do mesmo com a Lei, a Câmara de Educação Básica do CNE, após consulta ao setor jurídico competente, entendeu que não há necessidade de edição de nova norma sobre o assunto. No presente caso, não houve revogabilidade do Decreto-Lei n.º 1044/69 face ao art. 92 da LDBEN e de acordo com a lei de introdução do Código Civil, Decreto-Lei n.º 4657 de 04/09/42 [...].

À luz das considerações anteriores, o relator vota no sentido de que o Decreto-Lei n.º 1044/69 ainda vigora e não deixará de viger em face do art. 92 da LDBEN”.

2.10. EXPEDIÇÃO DE DOCUMENTOS ESCOLARES

O artigo 24, VII, da Lei n.º 9394/96 é uma concessão do princípio de autonomia dada à escola, em certificar os seus atos e expedir os documentos escolares. A Lei Complementar n.º 170/98 não faz referência à responsabilidade da escola pela expedição de documentos escolares. No entanto, a validade dos documentos a serem expedidos pela escola está assegurada pelo ato de criação, autorização ou reconhecimento do estabelecimento de ensino que os expedir.

O Parecer n.º 05/97 do Conselho Nacional de Educação – CNE – ressalta que a Lei n.º9394/96 não deixa dúvidas quanto à responsabilidade da escola pela expedição de históricos escolares, declarações de conclusão de série, certificados ou diplomas de conclusão de cursos, todos com as especificações próprias. Reafirma que a atribuição é da escola, na qual o texto credita confiança, não fazendo qualquer menção à necessidade de participação direta do poder público na autenticação de tais documentos e conclui que os documentos para a certificação de situação escolar são de exclusiva responsabilidade da escola, com os dados que garantem a perfeita informação a ser contida em cada documento.

O Histórico Escolar, de responsabilidade da escola, compreende o registro de identificação da escola, do aluno e de sua vida escolar no próprio estabelecimento de ensino ou em outras escolas, tanto nacionais quanto estrangeiras. Deverão constar informações objetivas e sucintas sobre sua vida escolar, indicando o processo de classificação ou reclassificação a que o aluno possa ter sido submetido na escola.

O princípio da autonomia da escola em certificar os seus atos, expedir históricos escolares, declarações de conclusão de série, diplomas ou certificados de conclusão de cursos é uma conquista que deve ser usada com seriedade. É responsabilidade da escola preservar os direitos adquiridos relacionados à vida escolar do aluno. A autonomia da escola não a exime da responsabilidade de manter, em arquivos, a escrituração escolar para que, a qualquer tempo,

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alunos ou ex-alunos possam recorrer em busca de documentos comprobatórios de sua vida escolar.

2.11. PLANEJAMENTO GERAL E AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL

O trabalho educativo na escola é orientado por metas constituídas de intenções que perpassam o processo ensino/aprendizagem em todas as suas dimensões, ou seja, a intencionalidade da ação educativa no âmbito escolar se reflete nos aspectos administrativos e pedagógicos da escola.

Por considerar que as ações escolares têm sempre um objetivo a alcançar, estas devem ser planejadas, evitando-se a improvisação e tornando o trabalho da escola responsável e conseqüente.

O planejamento deve orientar-se pelo princípio da democratização das relações no interior da escola, priorizando a participação de todos os que integram a comunidade escolar. É uma organização que concentra esforços em metas a serem alcançadas a curto ou médio prazo, nas quais as decisões a serem adotadas privilegiarão o coletivo e não determinados segmentos da instituição.

A escola é um espaço institucional em permanente construção; deve ser agente das transformações sociais e políticas do mundo, sem perder de vista a dimensão coletiva do processo de planejamento que lhe possibilitará redimensionar-se pela participação, integração e interação de todos que se sentem comprometidos com a transformação dela e da sociedade

O Projeto Político Pedagógico, como instrumento de planejamento, é o documento de maior abrangência. Dele emergem os programas voltados para as diretrizes priorizadas pela escola, cuja implementação se dá através de projetos e atividades que irão viabilizar as intenções educativas em ações concretas e objetivas.

A Resolução n.º 17/99/CEE/SC orienta para a elaboração de um planejamento anual/qüinqüenal que se vincula à avaliação institucional.

Avaliar é uma atividade intrínseca e indissociável de toda ação que visa provocar mudanças. É, portanto, constituinte da ação educativa, quer se refira à organização escolar ou ao processo ensino aprendizagem.

A implementação do Projeto Político Pedagógico só se efetiva através de um processo contínuo de avaliação, uma vez que, qualquer mudança no ambiente externo ou interno da escola pode provocar mudanças nos objetivos, nas metas e nas estratégias inicialmente concebidas. A avaliação deve ser uma atividade permanente, podendo promover adaptações constantes nas diferentes fases do processo de planejamento.

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C A P Í T U L O 3

DA ORGANIZAÇÃO DO ENSINO

3.1. NORMAS DE ORGANIZAÇÃO E CONVIVÊNCIA DA COMUNIDADE

Com a finalidade de aprimorar o bom funcionamento dos trabalhos escolares, a articulação dos vários serviços e a interação qualitativa entre diferentes atores que integram o contexto da escola, para o desenvolvimento do Projeto Político Pedagógico, faz-se necessário estabelecer normas de gestão e convivência.

As normas de gestão e convivência visam orientar as relações profissionais e interpessoais que ocorrem no âmbito da escola, bem como as sanções e recursos cabíveis. Estas normas fundamentam-se em princípios de solidariedade, ética, pluralidade cultural, autonomia e gestão democrática. Serão elaboradas com a participação representativa dos envolvidos no processo educativo – pais, alunos, funcionários e professores deverão estar em consonância com as disposições legais aplicáveis a cada uma das normas estabelecidas no Projeto Político Pedagógico, no Estatuto dos Funcionários Públicos Civis, no Estatuto do Magistério Público do Estado, na consolidação das Leis de Trabalho e no Estatuto da Criança e do Adolescente.

Estas normas devem contemplar, entre outros aspectos:

 os princípios que regem as relações profissionais e interpessoais;  os direitos e deveres dos participantes do processo educativo;

 as formas de acesso e utilização coletiva dos diferentes ambientes escolares;

 a responsabilidade individual e coletiva na manutenção de equipamentos, materiais, salas de aula e demais ambientes.

3.2. FUNÇÕES DO CONSELHO DE CLASSE E CONSELHO DELIBERATIVO ESCOLAR No Conselho de Classe há que se considerar a função mediadora que a avaliação assume na LDB. Pode ser interpretado como um espaço educativo de debate, questionamento e análise coletiva sobre o desempenho pedagógico da equipe de profissionais sendo uma instância de natureza consultiva e deliberativa.

Considerando a realidade e as particularidades de cada instituição de ensino, indicamos, respaldados pela Lei Complementar n.º 170/98, o Conselho de Classe Participativo como possibilidade para uma avaliação prática reflexiva, qualitativa e crítica, que considere o aluno na sua totalidade e, quando necessário, para a reorganização curricular. É importante pensar caminhos que possibilitem um maior envolvimento no âmbito coletivo, comprometendo professores e alunos com o processo de ensino e aprendizagem, com a tomada de posições e decisões.

Ainda que não existam receitas que possam definir como deva ser o Conselho de Classe, a escola, na busca por um processo mais democrático e dialógico, deverá fazer deste espaço escolar um potencial pedagógico.

O Conselho Deliberativo Escolar, regulamentado pelo Decreto Estadual n.º 3429/98 de 08/12/98, deve ser uma instância de funcionamento permanente, cuja função é garantir a

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formação e a prática democrática na escola, educando os que dele participam e dependem para a vida democrática. Seu funcionamento, no âmbito da escola, tem um efeito pedagógico concreto e não discursos sobre a prática e a necessidade da democracia.

Este Conselho vem favorecer a participação da comunidade na escola e a presença da escola na comunidade. Abre espaço para as reivindicações dos alunos, professores, pais e comunidade, possibilitando que as famílias e os educadores atuem juntos na melhoria do atendimento escolar. Deve ser o balizador da ação coletiva na escola. Não apenas uma instância de natureza administrativa, mas também uma instância de natureza pedagógica e política. Suas funções de caráter consultivo, normativo, deliberativo e avaliativo estão expressas na Portaria n.º 008/99, que fixa normas complementares ao seu funcionamento. O Conselho Deliberativo Escolar deverá elaborar seu próprio estatuto e delegar atribuições às comissões, com a finalidade de dinamizar sua atuação e facilitar a sua organização.

A ação do Conselho Deliberativo Escolar tem seus limites, não podendo romper com os objetivos gerais da educação nem com seus princípios legais, colocando em risco a legalidade dos próprios atos escolares. Assim, deve estar submetido à legislação, às normas emanadas do Estado, ao Projeto Político Pedagógico da escola e aos interesses e à vontade da comunidade escolar que representa.

3.3. CURRÍCULO

É necessário pensar o currículo como um artefato social e cultural que implica em relações de poder, transmite visões sociais particulares e interessadas. Produz identidades individuais e sociais a partir da seleção de determinados conceitos a serem trabalhados em cada tempo histórico. Não é um instrumento neutro nem pode ser separado do contexto social, uma vez que ele é historicamente situado e culturalmente determinado.

O currículo escolar vai sendo construindo em um processo dinâmico a partir das Diretrizes Curriculares Nacionais, da Proposta Curricular de Santa Catarina que vem sendo implementada nas escolas estaduais e das referências locais, produzidas no âmbito do Projeto Político Pedagógico elaborado pela unidade escolar.

Desta forma, entendido como ato que só se realiza na coletividade e que envolve todas as experiências de conhecimento desenvolvidas pela escola, com o objetivo de produzir identidades (tanto individuais, quanto sociais) é que o Currículo constitui-se no principal objeto de atuação dos educadores.

Com relação à organização curricular, a escola deverá considerar que o currículo dos cursos dos diferentes níveis e modalidades de ensino terá uma base nacional comum e uma parte diversificada, observada a legislação específica.

O Currículo do Ensino Médio sofreu algumas alterações em virtude da Lei n.º 9394/96. Sendo assim, a SED vem desenvolvendo o programa de reforma e expansão do Ensino Médio e, nesta nova perspectiva, o currículo destacará a educação tecnológica básica, a compreensão do significado da ciência, das letras e das artes, das ciências humanas, do processo de transformação social e cultural, conquistas da história humana e brasileira, e da língua portuguesa como língua materna, geradora de significação e integradora da organização de mundo e da própria identidade.

A base nacional comum dos currículos do Ensino Médio deverá contemplar as três áreas do conhecimento escolar.

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 Língua Portuguesa;

 Língua Estrangeira Moderna;  Educação Física;

 Artes;  Informática.

A área de Ciências Humanas e suas Tecnologias, que compreende conhecimentos em:

 História;  Geografia;  Filosofia;

 Sociologia, Antropologia e Política.

A área da Matemática e Ciências da Natureza e suas Tecnologias, que compreende conhecimentos em:

 Biologia;  Física;  Química;  Matemática.

A parte diversificada compreende as demais incorporações do Sistema de Ensino, as prioridades estabelecidas no projeto da escola e a inserção do aluno na construção de seu currículo.

3.3.1. Currículo do Ensino Fundamental

No Ensino Fundamental a Lei 9394/96 não altera, fundamentalmente, a estrutura curricular utilizada até então, ou seja, mantém a organização em núcleo comum e parte diversificada. O que ocorreu foi a alteração na denominação de algumas disciplinas.

Porém, o trabalho que vem sendo desenvolvido com os professores da rede estadual de ensino nos cursos de capacitação, principalmente nas últimas duas décadas e mais recentemente no Projeto da Classes de Aceleração de Aprendizagem Nível 3, está pautado num novo entendimento do que são os conteúdos escolares considerados para a apropriação dos conceitos e na forma como estes conteúdos devem ser abordados.

A elaboração conceitual constitui-se em categorias de compreensão da realidade que, quando elaboradas a partir de fundamentos científicos, possibilitam uma melhor maneira de organizar, interpretar e analisar essa mesma realidade.

Esta forma de construção do conhecimento possibilitará ao aluno uma compreensão da totalidade do sujeito, das relações estabelecidas social e historicamente, das diferentes formas de produção da sociedade e da relação estabelecida com a natureza e com o seu espaço físico, cultural, político, etc.

Portanto cada disciplina elegerá seus conceitos essenciais de trabalho, a partir da compreensão dos campos conceituais, dos conceitos que os mesmos correspondem.

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FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA

Oportunizar às gerações mais jovens a apropriação e elaboração dos conceitos científicos, como meio de exercício da cidadania

CAMPOS CONCEITUAIS

RELAÇÕES TEMPO ESPAÇO RELAÇÃO C/ A SÓCIO-CULTURAIS NATUREZA

Os conceitos científicos são produções histórico-culturais que estabelecem relação entre si, com as disciplinas do currículo, com os temas multidisciplinares e com os conceitos

cotidianos.

Os conteúdos das disciplinas são meios para a apropriação de conceitos

Nesse organograma, é importante observar que os conteúdos a serem trabalhados constituem-se em meios para a apropriação dos conceitos essenciais de cada disciplina, estabelecem uma relação com os conceitos essenciais das demais área do conhecimento e com os campos conceituais – Relações Socioculturais, Tempo, Espaço e Relações com a

Natureza –, numa perspectiva interdisciplinar.

Ressaltamos, ainda, que estes conceitos aqui selecionados foram produções de professores habilitados nas respectivas áreas de conhecimento, elaboradas nos cursos de capacitação para professores da Classe de Aceleração de Aprendizagem Nível 3 e tiveram como pressuposto os campos conceituais que perpassam todas as áreas do conhecimento e os textos da Proposta Curricular do Estado de Santa Catarina - Disciplinas Curriculares.

Esta forma de encaminhamento metodológico é dada para o nível 3 da CAA, mas, também pode ser utilizada nas demais classes do Ensino Fundamental e Médio.

Mat. L. P. L. E. Artes Ciênc • classes sociais • papéis sociais • conflitos sociais • relações de produção • relações de poder • trabalho • político • geográfico • cultural • religioso • econômico • educacional... •cronológico •histórico •diferentes temporalidades... • caracterização do meio biótico e abiótico

• domínio sobre a natureza • exploração destrutiva da natureza • desenvolvimento sustentável • impactos ambientais... Hist. Ed. Fís. Geo.

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Conceitos Essenciais das Disciplinas Curriculares ARTE

Arte como disciplina na escola gera conhecimento, valoriza os aspectos psicológicos, sociais, culturais, políticos e históricos de toda a comunidade escolar.

Cabe a escola ensinar a pensar Arte e a fazer Arte, possibilitar o acesso as linguagens : visual (pinturas, escultura, cerâmica...), cênica, musical e a dança, aos conceitos fundamentais da Arte, às experiências:

 Estéticas - compreensão sensível-cognitiva do objeto ou manifestação artística que permitirá o julgamento;

 Artísticas- percurso de criação e produção do objeto ou manifestação artística num contexto;

 Culturais - relacionada às vivências do dia-a-dia e à construção do espaço sócio-histórico, em constante transformação.

Para a compreensão destes conceitos, considerar:

 A produção artística consiste em uma experiência poética, na qual a técnica e a produção articulam significados e experimentação de suportes e materiais variados, na construção de formas visuais em espaços bi e tridimensionais, nas criações sonoras e gestuais, nas representações teatrais;

 A criação como a ampliação do repertório existencial do indivíduo, através da exploração cotidiana das diversas linguagens, dos diversos materiais e instrumentos;

 A leitura como ato que requer apreensão, apropriação e transformação de significados do objeto artístico a ser interpretado;

 A fruição como apreciação tanto da produção do aluno quanto da humanidade como uma relação de posse do objeto artístico pelo observador;

 A contextualização construindo conhecimento, situando o aluno, o artista e o objeto artístico no tempo, no espaço e no modo de produção, pensando nas condições que possibilitaram a existência dos personagens e objetos; e

 Que o conceito de Arte é passível de mudança, está vinculado às referências e convenções artísticas, estéticas e culturais inerentes a uma época, as quais são instrumentos de transformação social.

Lembramos que:

 os conteúdos devem ser trabalhados articuladamente, de forma dinâmica, de acordo com as necessidades e possibilidades de aprendizagem dos alunos e suas vivências;

 devem ser observados os indicadores específicos das diferentes linguagens artísticas (arte visual, cênica, musical, dança, bem como a linguagem oral e escrita);

 o professor trabalha de acordo com a sua habilitação específica podendo transitar nas outras linguagens artísticas, junto com as outras áreas do conhecimento, numa perspectiva interdisciplinar;

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MATEMÁTICA

 Conceito Geral: Reconhecimento, análise, interpretação, formulação e resolução de situações-problema, compreendendo os diferentes significados das operações, envolvendo os campos numéricos, algébricos, geométricos e a estatística.

 Conceitos Essenciais:

1. Números e Álgebra

 desenvolver o sentido numérico;  desenvolver o sentido operacional;

 criar procedimentos para realizar cálculos;  usar estimativa;

 explorar as representações de números naturais, fracionários, inteiros, racionais e suas operações;

 desenvolver uma compreensão das idéias de razão, proporção e porcentagem;  estabelecer relações entre aritmética e álgebra;

 desenvolver uma compreensão das idéias de variáveis, expressões e equações;  utilizar diferentes formas para resolver equações lineares.

2. Medidas e Estatística

 construir, ler e interpretar tabelas e gráficos;

 estabelecer relações com números, medidas e geometria;  perceber o uso social das noções de estatística;

 compreender o conceito de medição;  relacionar as unidades de medida;  realizar medições;

 fazer estimativas de medidas;  usar medições e idéias geométricas.

3. Geometria

 desenvolver uma compreensão das figuras geométricas planas e não planas e suas propriedades;

 estabelecer relações geométricas;  estabelecer um sentido de espaço.

 Perspectiva metodológica da resolução de problemas:

a) defrontar o aluno com situações que exijam empenho e reflexão;

b) viabilizar geração de idéias, negociação de significados, registros e organização formal; c) propor questões;

d) resolver as questões propostas; e) questionar as respostas obtidas; f) questionar a própria questão original;

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g) investigar a questão de maneira científica de forma que os alunos:  proponham soluções;  explorem possibilidades;  levantem hipóteses;  justifiquem o raciocínio;  validem as conclusões;  alterem os dados da questão;  proponham novas perguntas;

 descubram outras formas de resolver o problema;  inventem outros problemas a partir do problema inicial.

h) propor problemas não convencionais:

 sem dados numéricos;  com falta de dados;  com excesso de dados;  de lógica;

 a partir de recorte de jornais;  dramatizados;

 com palavras desconhecidas.

i) utilizar materiais didáticos: dados, cubos dourados, tangran, blocos lógicos, material

cuisinaire, ábaco, calculadora, sólidos geométricos;

j) utilizar jogos matemáticos em que o aluno jogue, discuta, registre conclusões e descobertas; k) contextualizar histórica e culturalmente os conteúdos matemáticos, relacioná-los com as demais áreas do conhecimento e trabalhar na perspectiva de apropriação do saber científico como instrumento para o exercício da cidadania.

GEOGRAFIA 1. Espaço 2. Espaço/tempo 3. Espaço produzido 4. Espaço representado 5. Localização 6. Orientação 7. Paisagem 8. Região 9. Meio ambiente 10. População 11. Relação local/global 12. Relações sócio-culturais HISTÓRIA 1.Tempo 2.Temporalidades 3.Tempo/espaço

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4.Cultura 5.Memória 6.Identidade 7.Ideologia 8.Imaginário 9.Relações Sociais

10.Relações Sociais de produção

EDUCAÇÃO FÍSICA

A Educação Física, por ser parte do conhecimento historicamente produzido, deve reunir o que for de mais significativo ligado aos conceitos de movimento/corporeidade, ginástica,

jogo, dança e esporte.

1. Corporeidade é transcendermos a classificação e conceituação das ciências físicas e biológicas do corpo ou mera mensuração ou quantificação do movimento humano. É fazer-se presente via corpo, que sente, que pensa, que age. Corpo que, ao expressar-se na história, traz suas marcas, desvelando-as.

 O movimento, como produção humana, é agente de transformação, pois as diferentes concepções de corporeidade vão sendo incorporadas ao comportamento dos homens, constituindo, assim, a cultura corporal, decorrente de necessidades e interesses hitórico-sociais.

 O movimento – objeto de estudo da Educação Física – possui um significado histórico-social e hoje é predominantemente apresentado através dos conceitos de Ginástica, Dança, Jogo e Esporte.

 O movimento é inerente a todos os seres vivos. O movimento humano, porém, distingue-se dos demais pela linguagem, historicidade, intencionalidade e pelo distingue-seu distingue-sentido e significado.

2. O Esporte é uma construção social que institucionalizou temas lúdicos da cultura corporal e se projeta numa dimensão complexa de fenômeno que envolve códigos, sentidos e significados da sociedade que o constrói e o pratica. Fenômeno sócio-cultural, produção humana e agente sócio-educativo para a construção da subjetividade.

3. A Dança é uma produção social que representa os diversos aspectos da vida do homem. É uma linguagem que permite exteriorizar sentimentos, emoções da afetividade vivida nas esferas da religiosidade, do trabalho, dos costumes, dos hábitos, da saúde e da guerra. Representação estilizada e simbólica da história social dos homens.

4. O Jogo (brincar e jogar são sinônimos) é a representação de um fenômeno social, cuja intencionalidade e curiosidade resultam num processo criativo para modificar, imaginariamente, a realidade e o presente. O jogo tem um papel fundamental para a humanização do indivíduo pela aquisição de hábitos, valores e atividades. É na relação interpessoal que se aprende a colaborar, repartir, ceder, compartilhar experiências, expor e organizar idéias. Por essas características, contribui significativamente no processo ensino-aprendizagem.

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5. Ginástica: forma de exercitação corporal, cujo agir (movimentos básicos) resulta da própria história dos homens, impregnada de sentido e significado, possibilitando concretas vivências corporais para a constituição da subjetividade.

LÍNGUA PORTUGUESA

Dos conceitos a serem apropriados no âmbito da disciplina de Língua Portuguesa destacamos, em primeiro lugar, o de que toda língua é produção humana, construída historicamente nas e pelas relações sociais (historicidade) e, como tal, é uma forma de ação sobre o outro e o mundo, marcada por um jogo de intenções e representações. Entender a língua a partir dessa perspectiva pressupõe, também, a apropriação dos conceitos de:

Dialogia: cada sujeito é complemento necessário do outro; Polifonia: as vozes de que se constitui a língua;

Polissemia: multiplicidade significativa da língua;

Interdiscursividade: relação entre os diferentes discursos;

Intertextualidade: um texto remete a outros textos (abertura e incompletude); Discurso: efeito de sentido produzido entre os interlocutores;

Textualidade: o que faz de um texto um texto e não apenas uma seqüência de frases; Texto: unidade de linguagem em uso;

Coerência: responsável pela unidade do texto; Coesão: manifestação lingüística da coerência.

A condição para que o aluno se aproprie desses conceitos é o trabalho, em sala de aula, com as práticas reais de uso da língua (fala/escuta – leitura-escritura) e o trabalho com a reflexão sobre essas práticas (análise lingüística). Esses eixos de trabalho indicam, apenas, que podemos focalizar este ou aquele aspecto, esta ou aquela dimensão. Devem, porém, ser trabalhados de maneira simultânea ou alternada, tal como ocorre na prática da língua.

1. Nas práticas de fala/escuta, trabalhar com:

 o uso do oral em instâncias públicas e privadas (fala formal e informal);

 as diversas manifestações da fala e sua relação com as instâncias e normas de uso;

 as variedades lingüísticas (aspectos regionais, influência da imigração, gíria, etc.);

 a adequação à situação, ao gênero e ao interlocutor;

 o uso de convenções específicas do discurso falado;

 os recursos expressivos da fala (ambigüidade, comparação, escolha das palavras, fluência, entonação, etc.);

 a análise e prática da argumentação (funcionalidade e intencionalidade);

 a fluência, coerência e coesão de idéias;

 a escuta ativa de textos, reconhecendo intenções e objetivos na fala do outro. 2. Nas práticas de leitura/escritura, trabalhar com:

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 a observação das marcas expressivas do texto;

 a análise e discussão das idéias do texto;

 as diferentes formas de representar idéias, situações, fantasias, imaginações;

 a construção de sentidos possíveis;

 a leitura de variados gêneros textuais (fábulas, lendas, contos, poemas, canções, quadrinhos, cartas, bilhetes, embalagens, rótulos, panfletos, manuais de instrução, notícias, publicidade, crônicas, romances, peças teatrais, ofícios, regulamentos, etc.), estabelecendo:

 a relação dos textos literários com outras formas discursivas,

 as condições de produção de cada um dos textos lidos,

 os tipos de estrutura textual encontrados nos gêneros;

 a leitura com objetivos variados, considerando:

 as estratégias para adequação texto/contexto,

 a utilização de dados para confirmar hipóteses,

 a resolução de dúvidas,

 a socialização de experiências de leitura,

 as estratégias de compreensão/interpretação;

 o uso de diversos textos para:

 tê-los como referência na escritura de outros textos,

 construção da intertextualidade/interdisicursividade,  compreensão de implícitos,  formulação de comentários,  consultas,  explicitação/comparação de argumentos e,  análise de regularidades,

 as funções sociais da escrita (comunicação, registro, orientação, organização, lazer, etc.);

 a idéia representação;

 os símbolos da escrita (alfabeto, sinais de pontuação, acentuação, etc.);

 a sistematização da escrita (identificação global do texto, de frases e de palavras no texto);

 as semelhanças e diferenças de escrita entre palavras;

 o estudo dos diversos traçados de letras;

 a diferença entre linguagem oral e linguagem escrita;

 a produção de diferentes gêneros textuais (ficcionais, informativos, poesias, bilhetes, cartas, convites, atas, relatórios, etc.);

 a gradativa apropriação da convencionalidade da escrita;

 os recursos expressivos de textos lidos e produzidos (comparações, polissemia, ambigüidade, análise das possibilidades semânticas do texto);

 a análise de estratégias discursivas em textos de diversos autores e em textos produzidos pelos alunos;

 as diferentes formas de dizer (recursos expressivos, adequação formal e discursiva, seleção lexical, seleção de gênero e tipo, paráfrase);

 as estratégias lingüísticas e cognitivas na escritura de textos;

 a utilização de recursos de apoio (notas, resumos, comentários) na leitura e escritura de textos diversos;

 a revisão/reelaboração de textos, adequando-os à situação, ao gênero, ao interlocutor e à convenção da escrita.

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 a análise das relações intravocabulares e intervocabulares pela comparação, observação e pesquisa, superando os exercícios ortográficos;

 a análise das relações entre as partes do texto;

 a utilização de recursos do sistema de pontuação e elaboração de hipóteses sobre as funções dos sinais de pontuação;

 construção de microgramáticas (busca de regularidades de funcionamento): ortografia, concordância, etc.

 a reescritura de textos, adequando-os à norma padrão no que diz respeito à concordância, flexão, regência, ortografia e acentuação gráfica;

 registro de diferenças e semelhanças entre fala e escrita (influências recíprocas).

LÍNGUA ESTRANGEIRA

Antes de apresentarmos os conceitos para a disciplina de Língua Estrangeira, consideramos importante ressaltar algumas das razões que justificam o aprendizado dessa disciplina:

1. possibilidade de ampliação do universo cultural;

2. desenvolvimento de muitas funções intelectuais, possibilitando a interação entre a língua materna e a língua estrangeira;

3. possibilidade de questionar a própria identidade, ressignificando-a; 4. necessidade de acesso à tecnologia.

Da mesma forma que em Língua Portuguesa, em Língua Estrangeira os alunos precisam compreender que toda a língua é produção humana, constituída historicamente nas e pelas relações sociais (historicidade) e, como tal, é uma forma de ação sobre o outro e o mundo, marcada por um jogo de intenções e representações. Entender a língua estrangeira a partir dessa perspectiva pressupõe, também, a apropriação dos conceitos de:

Dialogia: cada sujeito é complemento necessário do outro; Polifonia: as vozes de que se constitui a língua;

Polissemia: multiplicidade significativa da língua;

Interdiscursividade: relação entre os diferentes discursos;

Intertextualidade: um texto remete a outros textos (abertura e incompletude); Discurso: efeito de sentido produzido entre os interlocutores;

Textualidade: o que faz de um texto um texto e não apenas uma seqüência de frases; Texto: unidade de linguagem em uso;

Coerência: responsável pela unidade do texto; Coesão: manifestação lingüística da coerência.

A condição para que o aluno se aproprie desses conceitos é o trabalho, em sala de aula, com as práticas reais de uso da língua estrangeira (fala/escuta – leitura-escritura) e o trabalho com a reflexão sobre elas (análise lingüística). Esses eixos de trabalho indicam, apenas, que podemos focalizar este ou aquele aspecto, esta ou aquela dimensão. Devem, porém, ser trabalhados de maneira simultânea ou alternada, tal como ocorre na prática da língua.

No caso de Língua Estrangeira, deve-se priorizar o trabalho com as práticas de leitura e escritura, não no sentido de restringir as possibilidades de aprendizagem, mas para viabilizar o aprendizado efetivo de, pelo menos, estas habilidades. Essa opção leva em consideração a

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