RESPONSABILIDADE CIVIL
Professor.
Manuel Maria Antunes de
Melo
Especialista em Processo
Civil
Juiz de Direito – 3ª Vara
Cível
1. CONCEITO DE RESPONSABILIDADE CIVIL
A palavra "responsabilidade", segundo o
vocabulário
jurídico
origina-se
do
vocábulo responsável, do verbo responder,
do latim respondere, que tem o significado
de
responsabilizar-se,
vir
garantindo,
assegurar, assumir o pagamento do que se
obrigou, ou do ato que praticou.
De Plácido e Silva: “[...] Designa a
obrigação de reparar o dano quando
injustamente causado a outrem. Resulta da
ofensa ou da violação de direito, que redunda
em dano ou prejuízo a outrem.”
2. INTRODUÇÃO À RESPONSABILIDADE CIVIL
2.1. Imputabilidade e responsabilidade:
a)
Responsabilidade
dos
incapazes;
b)
Responsabilidade dos menores
2.2.
Espécies
de
responsabilidade:
a)Responsabilidade
civil
e
responsabilidade
penal
–
Interdependência
(Art. 935 do CCB: A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal).b)Responsabilidade contratual
(Nasce da
inexecução de negócio jurídico bilateral ou
unilateral, correspondente a um ilícito
contratual)
e
responsabilidade
extracontratual ou aquiliana: Lex Aquilia
2. CONT. ESPÉCIES DE RESP. CIVIL
a)Responsabilidade subjetiva
Art. 186.
Aquele que, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187.
Também comete ato ilícito o titular de um
direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente
os limites impostos pelo seu fim econômico ou
social, pela boa-fé ou pelos bons costumes) – teoria
do abuso do direito.
b) responsabilidade objetiva
Art. 927 (...) Parágrafo único
. Haverá obrigação
de reparar o dano,
independentemente de
culpa: a)
nos casos especificados em lei ou
b)
quando a atividade normalmente desenvolvida pelo
autor do dano implicar, por sua natureza, risco para
os direitos de outrem.
3. RESUMO
Art. 186 do CCB: Aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.
Art. 927 do CCB: Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Art. 927 (...) Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa: a) nos casos especificados em lei ou b) quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem”
Art. 14 do CDC. O fornecedor de serviços responde, independentemente da
existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
1) RESPONSABILIDADE
SUBJETIVA
1. Fundada na teoria da culpa
2. Elementos) ato danoso; b)
culpa; c) nexo de causalidade
3. Tem por fonte apenas o
delito
2) RESPONSABILIDADE
OBJETIVA
1. Funda-se na teoria do risco
2. Elementos: a) Evento danoso b) Nexo de causalidade
3. Tem por fonte a lei, o delito ou
1. Origina-se sempre do delito.
2. Pressupõe: a) ato ilícito; b) culpa e c) nexo de
causalidade
3. Tem origem na Lex Aquilia Damnum.
4. Funda-se na teoria da culpa “latu sensu” ( =
dolo + culpa stricto sensu = ilícito penal + ilícito civil).
Art. 186 do CCB: Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.
1. Origina-se do contrato
2. Pressupõe: a) violação da obrigação contratual b)
culpa do contratante; c) nexo de causalidade; d)
prejuízo ao credor;
3. Admite pacto de atenuação ou exclusão da
responsabili-dade.
4. O inadimplemento pode ser: a) total ou b) parcial
(= mora).
Art. 14 do CDC. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de
culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos (vide art. 12 do CDC).
1) RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL
1. Origina-se tanto do ilícito penal quanto do ilícito civil (quase-delito).
2. Não se aplica o princípio da tipicidade, mas uma fórmula geral (art. 186 e 927 do CCB).
3. A resposta civil (indenização) mede-se pela extensão do dano
(art. 944 do CCB).
4. Admite-se o uso abusivo de um direito (excesso) – art. 187 do CCB
5. Prevê causas de exclusão da ilicitude (art. 188 do CCB)
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente
1. Origina-se sempre do ilícito penal 2. Rege-se pelo princípio da tipicidade.
3. A resposta penal (pena) tem por base o grau de culpa ou a intensidade do dolo.
4. O princípio geral é o da independência das instâncias civil e
penal
5. Exclusão de ilicitude
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:
I - em estado de necessidade; II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito
1) RESPONSABILIDADE CIVIL
2) RESPONSABILIDADE
PENAL
Art. 63 - Transitada em julgado a sentença condenatória, poderão promover-lhe a
execução, no juízo cível, para o efeito da reparação do dano, o ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros (Título Executivo Judicial – art. 475-N, inc. II do CPC: Liquidação de sentença: Art. 475-C, inc. II, do CPC).
Art. 64 - Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a ação para ressarcimento do dano poderá ser proposta no juízo cível, contra o autor do crime e, se for caso, contra o responsável civil.
Parágrafo único - Intentada a ação penal, o juiz da ação civil poderá suspender o
curso desta, até o julgamento definitivo daquela. Pelo prazo máximo de 1 ano (art. 265, inc. V, letra “a” e § 5º, do CPC).
Art. 65 - Faz coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
Art. 66 - Não obstante a sentença absolutória no juízo criminal, a ação civil poderá
ser proposta quando não tiver sido, categoricamente, reconhecida a inexistência material do fato.
Art. 67 - Não impedirão igualmente a propositura da ação civil:
I - o despacho de arquivamento do inquérito ou das peças de informação; II - a decisão que julgar extinta a punibilidade;
III - a sentença absolutória que decidir que o fato imputado não constitui crime.
Art. 68 - Quando o titular do direito à reparação do dano for pobre (Art. 32, §§ 1º e 2º), a
execução da sentença condenatória (Art. 63) ou a ação civil (Art. 64) será promovida, a seu requerimento, pelo Ministério Público.
4. Elementos da Responsabilidade Civil
a) AÇÃO
Ato humano, comissivo ou omissivo, lícito ou
ilícito, do próprio agente ou de terceiro, ou o
fato de animal ou coisa inanimada,
que
cause dano a outrem, gerando o dever de
satisfazer os direitos do lesado.
b) DANO
Não pode haver responsabilidade civil sem
dano certo, a um bem ou interesse
jurídico do ofendido. O dano consiste na
diminuição ou na destruição de um
bem jurídico do ofendido, material ou
simplesmente moral. O dano moral é o
dano extrapatrimonial ou imaterial.
O dano
material compreende os danos emergentes
e os lucros cessantes (art. 402 do CCB).
c) NEXO DE CAUSALIDADE ENTRE O
DANO
E
AÇÃO
Consiste no vínculo, no liame ou na relação
de causa e efeito existente entre a ação e o
dano, sem o qual a responsabilidade civil
não se caracteriza.
c1. Rompimento do nexo causal
: Não haverá
dever de indenizar quando o evento danoso
decorrer de: a) caso fortuito, b) força maior
e c) culpa exclusiva da vítima.
Teoria da Culpa
Teoria do risco
Direto ou Indireto
Teoria da Culpa
Teoria do risco
Direto ou Indireto
Teoria da Culpa
Teoria do risco
Direto ou Indireto
Teoria da Culpa
Teoria do risco
Direto ou Indireto
Teoria da Culpa
Teoria do risco
Direto ou Indireto
Teoria da Culpa
Teoria do risco
Direto ou Indireto
Teoria da Culpa
Teoria do risco
Direto ou Indireto
Teoria da Culpa
Teoria do risco
Direto ou Indireto
RESPONSABILIDADE PENAL x
RESPONSABILIDADE CIVIL
a) REGRA GERAL:
INDEPENDÊNCIA DAS INSTÂNCIASArt. 935 do CCB: “A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo
questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas
questões se acharem decididas no juízo criminal”.
b) EXCEÇÃO:
VINCULAÇÃO OU NÃO DO JUÍZO CÍVEL PELA DECISÃO CRIMINALI – CASOS DE
VINCULAÇÃO
a) Sentença penal condenatória transitada em julgado (art. 475-N, nº II, do CPC c/c o art. 63 do CPP);
b) Absolvição penal por inexistência material do fato
(art. 935 do CCB c/c o arts. 66 e 386, inc. I, do CPP); c) Absolvição penal por negativa de autoria de
autoria (art. 935 do CCB).
d) Absolvição penal por excludente da ilicitude ou da antijuridicidade (estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento de dever legal e exercício regular de direito (art. 65 do CPP).
Cont... Responsabilidade penal x
responsabilidade civil
II – CASOS DE
NÃO
VINCULAÇÃO
a) Absolvição por
falta de provas
da autoria
ou da materialidade (art. 386, incs. II e IV,
do CPP).
b) Absolvição pela
atipicidade do fato
c) Absolvição pela
extinção da punibilidade
(art. 107 do Código Penal e 67 e 386, inc.
V do CPP):
I - Morte do agente
II – Anistia, graça ou indulto
III – Abolitio criminis
IV – Prescrição, decadência e perempção;
V – Renúncia (queixa) perdão do ofendido
;VI – Retração do agente
QUANTIFICAÇÃO DO
DANO
a) DANO MATERIAL:
DANOS EMERGENTES E LUCROS CESSANTESArt. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar”.
a) Danos EMERGENTES: Diminuição patrimonial
EFETIVA – Despesas efetivamente realizadas: Se
comprovam, em regra, com notas fiscais, recibos de pagamentos, comprovantes de depósitos bancários, etc.
b) Lucros CESSANTES: Frustração da expectativa de
LUCRO – Depende de perícia judicial em processo de LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA (art. 475-A do CPC).
LIQUIDAÇÃO DOS DANOS: Expressão monetária
do dano
C R IT É R I O S O B JE T IV O Sb) DANOS MORAL E ESTÉTICO
CRITÉRIO SUBJETIVO: Prudente arbítrio do juiz
Variáveis
- Grau de culpa /intensidade do dolo - Extensão do dano - Contribuição da vítima-Condição econômica das
partes
- Minoração das
consequências do dano (arts. 15/16 do Código Penal)
EXCLUDENTES DA ILICITUDE:
a)Legítima defesa (art. 25 do
Código Penal)
b)Estado de necessidade (art. 24 do
Código Penal)
c)Exercício
regula
r de um direito
d)Estrito
cumprimento do dever
legal
ROMPIMENTO DO NEXO DE
CAUSALIDADE
e) Caso fortuito:
Greve, motim, guerra,
incêndio, etc.
f) Força maior: Act of God: Evento da
natureza: raio, inundação, terremoto,
tsunami, catástrofes naturais.
Art. 188 do CCB:.Não constituem atos ilícitos
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício
regular de um direito reconhecido;
II - a deterioração ou destruição da
coisa alheia
, ou a
lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente
(Estado de necessidade).
Parágrafo único
. No caso do inciso II, o ato será
legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem
absolutamente necessário, não excedendo os
limites do indispensável para a remoção do perigo.
CASO
FORTUITO
E
FORÇA
MAIOR:
EVENTO
IMPREVISÍVEL
E
IRRESTÍVEL/INVENCÍVEL:
QUE ESTÁ
FORA DO ALCANDE DO PODER HUMANO.
Art. 393 do CCB:. O devedor não responde pelos prejuízos
resultantes de caso fortuito ou força maior, se
expressamente não se houver por eles responsabilizado.
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se
no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar
ou impedir.
ESTADO DE NECESSIDADE: REGRAS ESPECÍFICAS: CCB
Art. 929. Se nem o
ofendido
nem o
dono da coisa
forem culpados
do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que
sofreram.
Art. 930. Se o perigo ocorrer por
culpa de terceiro
, contra este terá
o autor do dano ação regressiva para haver a importância que tiver
ressarcido ao lesado.
Parágrafo único. A mesma ação competirá
contra aquele em
defesa
de quem se causou o dano.
CULPA CONCORRENTE DA VÍTIMA
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido
culposamente para o evento danoso, a sua
indenização será fixada tendo-se em conta a
gravidade de sua culpa em confronto com a do
autor do dano.
RESPONSABILIDADE POR FATO DE TERCEIRO
Alguém responderá, indiretamente, por
prejuízo resultante da prática de um ato
ilícito por outra pessoa.
A responsabilidade do terceiro é solidária e
objetiva (art. 933 do CCB).
CASOS – ART. 932 DO CCB
a) DOS PAIS PELOS ATOS DOS
FILHOS MENORES
1) Filho menor de 18 anos;
2) Que esteja sob a autoridade e em companhia
dos pais
b) DO TUTOR E DO CURADOR POR ATOS
DOS
PUPILO
CURATELADO
Que se achem nas mesmas condições dos filhos menoresc) DO EMPREGADOR OU COMITENTE POR
ATOS LESIVOS
1)Empregado
2)Serviçal
3)Preposto
a) Prejuízo causado a terceiro;
b) Fato lesivo no exercício do trabalho
ou em razão dele;
c) Relação de emprego, dependência ou
subordinação.
d) DONOS HOTÉIS, HOSPEDARIAS E EDUCANDÁRIOS
1)Hóspedes
2)Moradores
3)Educandos
a) Dano causado a terceiro ou a outro
hóspede, morador ou educando;
b) Dever de zelar pela conduta dos
hóspedes, moradores e educandos;
c) Manter certa disciplina.
d) DOS PARTICIPANTES, A TÍTULO
GRATUITO, EM PRODUTO DE CRIME
a) Até a concorrente quantia;
b) O caso é de ação de
in rem verso
;
c) Combate o locupletamento indevido.
e) DO LOCADOR DE VEÍCULOS PELOS DANOS
Causados a TERCEIROS pelo LOCATÁRIO
STF 492: “A empresa locadora de veículos responde
civil e solidariamente com o locatário pelos danos por este causado a terceiros, no uso do carro locado”
f) CONSEQUENCIAS JURÍDICAS
Aquele que pagou terá ação regressiva contra o
terceiro causador do dano, salvo se for descendente
absoluta ou relativamente incapaz (art. 934 do
RESPONSABILIDADE PELO FATO DA COISA
É aquela resultante de dano ocasionado por
coisa animada ou inanimada,
sem a
concorrência direta da conduta humana
.
1.
FUNDAMENT
OS
Funda-se ora no risco [objetiva] ora na culpa [subjetiva]
2. RESPONSABILIDADE PELO FATO DO
ANIMAL
a) Baseia-se na presunção de culpa [in vigilando / in custodiendo] do dono ou detentor do animal, que tem o dever de guarda e fiscalização.b) Presunção de culpa juris tantum. Podendo ser elida pelas
excludentes: I) culpa exclusiva da vítima ou II) força maior.
c) Art. 936 do CCB: “O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o
dano por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior”
3. RESPONSABILIDAE PELO FATO DA
COISA INANIMADA
Deriva dos deveres de guarda e controle da coisa.
Resulta de conduta culposa de quem tem a guarda do
objeto por meio do qual o prejuízo foi produzido.
3.1. Casos de responsabilidade pelo
fato da coisa
a) Ruína, parcial ou total, de edifício, que cause dano a outrem. Art. 937 do CCB: “O dono de edifício ou construção responde pelos danos que resultarem de sua ruína, se esta provier de falta dereparos, cuja necessidade fosse manifesta”. b) Danos causados por queda de árvores.
c) Instalações domésticas lesivas a terceiros; d) Queda de elevador, por falta de manutenção; e) Danos acarretados por energia elétrica.
3.2. Responsabilidade de effusis et
dejectis
Art. 938 do CCB: Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido. Esta responsabilidade é objetiva.3.3. Responsabilidade por queda de
objetos espaciais
Aquele que promover lançamento de objetos espaciais
será responsável pelos danos que sua queda causar.
NEXO DE CAUSALIDADE
2) EXPRESSÕES SINÔMIAS
Liame de causalidade
Relação de causa e efeito
Nexo causal
3) TEORIAS
(A)Teoria da EQUIVALÊNCIA das condições ou da condição sine
qua non. (Von Buri) Para essa teoria, toda e qualquer circunstância
que haja concorrido para produzir o dano é considerada como causa. Considera-se CAUSA a ação ou omissão sem a qual o RESULTADO não teria ocorrido (art. 13 do CP).
(B)Teoria da causalidade ADEQUADA (Von Kries): Considera como CAUSA do dano a tão somente condição por si só (individualmente considerada) APTA a produzi-lo. Assim, nem TODAS as condições serão consideradas CAUSA, mas tão-somente aquela que for a mais apropriada / adequada / suficiente / idônea a produzir o resultado danoso.
1) DEFINIÇÃO: Constitui um dos elementos essenciais da
responsabilidade civil. É o vínculo entre a conduta e o resultado. Sua determinação, todavia, traduz em quaestio facti e não questão jurídica.
3) TEORIAS – Cont.
(C)Teoria dos DANOS DIRETOS E IMEDIATOS. É uma compilação
das duas primeiras. Requer que haja, entre a conduta e o dano, uma relação de causa e efeito DIRETA E IMEDIATA. “É preciso esteja certo que, sem este fato o dano não teria acontecido. Não basta que a pessoa tenha infringido certas regras; é
preciso que sem esta contravenção o dano não ocorreria” (René Demogue).
É aquela que não INICIA nem INTERROMPE o processo causal, apenas o reforça, tal como um rio menor que deságua em outro maior, aumentando-lhe o caudal (CAVALIERI FILHO). Em regra, o nexo causal não é interrompido nem excluído pela interferência cooperativa de outras concausas.
4) CONCAUSA
4.1 – CLASSIFICAÇÃO:
a) Preexistentes; (b) Concomitantes; ou (c) Supervenientes
b) Relativamente independentes (Não interferem no nexo causal) c) Absolutamente independentes (Rompem o nexo causal)
RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DO INCAPAZ
1) O incapaz responde pelos prejuízos que causar, SE:
(a) as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação
de fazê-lo (isto é o curador: art. 932, inc. II) ou
(b) as pessoas por ele responsáveis não dispuserem de
meios suficientes.
2) A indenização, que deverá ser eqüitativa, não terá lugar se
privar do necessário (mínimo existencial) o incapaz ou as
RESPONSABILIDADE CIVIL POR COBRANÇA INDEVIDA
1) Aquele que cobrar, judicialmente, a dívida ainda não
vencida, fora dos casos em que a lei o permita, ficará obrigado
(Art. 939 do CCB):
(a) a esperar o tempo que faltava para o vencimento,
(b) a descontar os juros correspondentes,
(c) a pagar as custas em dobro (Art. 939).
2) Aquele que cobrar, judicialmente, a dívida já paga (total) ou
deixar de ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do
que for devido (quitação parcial) (Art. 940 do CCB)
(a) ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro
do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele
exigir, salvo se houver prescrição.
3) As penas não se aplicarão quando o autor desistir da ação
antes de contestada a lide, salvo ao réu o direito de haver
COBRANÇA INDEVIDA – Cont...
4) RELAÇÃO DE CONSUMO = Art. 42 do CDC
1) Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será
exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de
constrangimento ou ameaça (dano extrapatrimonial).
2) O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à
repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que
pagou
em excesso
, acrescido de correção monetária e juros legais,
salvo hipótese de engano justificável.
PATRIMONIALIDADE, SOLIDARIEDADE e
TRANSMISSIBILIDADE DA REPARAÇÃO
(A) PATRIMONIALIDADE
1) “Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de
outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado” (Art. 942, 1ª
parte, do CCB).
2) “O devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações,
com todos os seus bens presentes e futuros, salvo as restrições
estabelecidas em lei” (Art. 591 do CPC)
(B) SOLIDARIEDADE
1) “Se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão
solidariamente pela reparação (Art. 942, 2ª parte, do CCB).
2) “São solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e as pessoas designadas no art. 932” (Art. 942, par. ún., do CCB). 3) “Havendo mais de um responsável pela causação do dano, todos responderão solidariamente pela reparação prevista nesta e nas seções anteriores” (Art. 25, § 1º, do CDC).
(C) TRANSMISSIBILIDADE
1)
“O
direito de exigir
reparação e a obrigação de prestá-la
transmitem-se com a herança” (Art. 943 do CCB).
2)
“O espólio responde pelas dívidas do falecido; mas, feita
a partilha, cada herdeiro responde por elas na
proporção da parte que na herança Ihe coube” (Art. 597
do CPC);
3) “O herdeiro não responde por encargos superiores às
forças da herança;” (Art. 1.792, 1ª parte, do CCB)
RESP. NO CONTRATO DE TRANSPORTE
1) CONCEITO:
É aquele em que uma pessoa ou
empresa se obriga, mediante retribuição, a
transportar, de um local para outro, pessoas ou
coisas animadas ou inanimadas
.
ART. 734 DO CCB: “
O transportador responde
pelos
danos
causados
às
PESSOAS
transportadas e SUAS BAGAGENS, salvo motivo
de força maior, sendo nula qualquer cláusula
excludente da responsabilidade”.
2) DISPOSIÇÕES GERAIS DO CÓDIGO
CIVIL
(A) Pode o transportador exigir a declaração do
valor da bagagem a fim de fixar o limite da
indenização. (Art. 734, pár. ún.)
(B) A responsabilidade do transportador por
acidente com o passageiro não é elidida por culpa
de terceiro, contra o qual tem ação regressiva
(Art. 735).
(C) O transportador está sujeito aos horários e
itinerários previstos, salvo motivo de força maior
3) RESPONSABILIDADE DO
EXPEDIDOR
(a) Pela entrega da mercadoria a ser transportada; (b) Pelo pagamento do FRETE;
(c) Pela falta / defeito de acondicionamento (embalagem)
(d) Pela declaração FALSA quanto à natureza e ao valor das mercadorias entregues em invólucros lacrados
(e) Pelos RISCOS oriundos de: a) vício da própria coisa; b) caso fortuito e c) força maior;
4) RESPONSABILIDADE DO
TRANSPORTADOR
(a) Receber e transportar a mercadoria no TEMPO e LUGAR ajustados;(b) Transportar as mercadorias com diligência,
seguindo o itinerário ajustado;
(c) Expedir o CONHECIMENTO de frete /carga, com os requisitos legais;
(d) Pela PERDA, EXTRAVIO, FURTO OU AVARIA da
mercadoria transportada, salvo se oriunda de: a) vício da própria coisa; b) caso fortuito, e c) força maior;
(e) Depositar a mercadoria em juízo, ou vendê-la, no caso do art. 755 do CCB