Precipitação
Walter Collischonn
IPH - UFRGS
IPH 01027
Precipitação: água da atmosfera depositada
na superfície terrestre.
Formas: chuvas; granizo; neve; orvalho;
neblina; geada.
Variabilidade temporal e espacial.
IPH 01027 Precipitação
Massa de ar úmido se eleva, a temperatura diminui, mais vapor se condensa, gotas crescem e se precipitam.
• tamanho das gotas • nuvem: 0,02 mm • chuva: 0,5 a 2 mm
IPH 01027 Precipitação
IPH 01027 Precipitação
Circulação da atmosfera se a
Terra não girasse:
Se analisarmos a circulação geral das massas de ar na Terra, podemos verificar a distribuição geral das precipitações...
...são as chamadas
Células de Hadley...
Circulação geral
aproximada
Células de Hadley
IPH 01027 Precipitação
circulação idealizada circulação real
IPH 01027 Precipitação
IPH 01027 Precipitação
IPH 01027 Precipitação
IPH 01027 Precipitação
Do ponto de vista do hidrólogo a chuva tem
três mecanismos fundamentais de formação:
• chuva frontais ou ciclônicas;
• chuvas orográficas;
• chuvas convectivas térmicas.
IPH 01027 Precipitação
Frente fria:
IPH 01027 Precipitação
IPH 01027 Precipitação
IPH 01027 Precipitação
IPH 01027 Precipitação
IPH 01027 Precipitação
IPH 01027 Precipitação
IPH 01027 Precipitação
Precipitação Orográfica
IPH 01027 Precipitação
Convecção Térmica
– Chuva convectiva –
IPH 01027 Precipitação
IPH 01027 Precipitação
IPH 01027 Precipitação
•
Benedetto
Castelli, século XVII
• Quanto deve aumentar o nível da água de um
lago com a chuva?
IPH 01027 Precipitação
Pluviômetros:
IPH 01027 Precipitação
Fonte : Sabesp
Pluviômetro
IPH 01027 Precipitação
Medida com :
• Pluviômetros - leitura diária às 7 horas
• Pluviógrafos
IPH 01027 Precipitação
Fonte : Sabesp
Estação
Pluviográfica
com Telemetria
IPH 01027 PrecipitaçãoEstação Pluviográfica
Pluviógrafo
IPH 01027 Precipitação
Pluviógrafo
Fonte : Sabesp IPH 01027
IPH 01027 Precipitação
IPH 01027 Precipitação
IPH 01027 Precipitação
IPH 01027 Precipitação
IPH 01027 Precipitação
IPH 01027 Precipitação
• Quanto mais quente a nuvem “parece”, mais água ela contém
• Imagens no IR e MW (MW mais precisas)
1
e
1
hc
2
)
T
(
B
5 hc/kT 2
• Estimativas baseadas em temperatura de brilho do topo de nuvem (Lei de Planck):
IPH 01027 Precipitação
• Instrumentos do TRMM: Sensor
Microondas e Radar • Além disso: validação
em terra
• Produto 3B42 (dados de 3 em 3 horas,
resolução de 0.25°)
Estimativas de chuva por satélite
IPH 01027 Precipitação
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 1/1/1998 3/2/1998 5/1/1998 6/30/1998 8/29/1998 10/28/1998 12/27/1998 Pr e c ip ita ç ã o d iá ri a (m m
) Chuva média interpolada dos postos
Chuva média do TRMM
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 4/6/1998 4/7/1998 3/8/1998 2/9/1998 2/10/1998 1/11/1998 P re c ip it a ç ã o d iá ri a ( m m )
Chuva média interpolada dos postos
Chuva média do TRMM Diferença nas magnitudes Satélite “atrasa” Satélite “adianta” Estiagem bem representada
Testes Preliminares
• Pluviômetros
• Pluviógrafos
• Radar
• Satélite
IPH 01027 Precipitação• Altura ou lâmina de chuva – medida normalmente em milímetros • 1 mm de chuva = 1 litro de água distribuído em 1 m2
• Intensidade da chuva é a razão entre a altura precipitada e o tempo de duração da chuva.
• Grandezas: – Duração – Intensidade – Freqüência
• Em Porto Alegre 40 mm de chuva é pouco se ocorrer ao longo de um mês, mas é muito se ocorrer em 1 hora.
IPH 01027 Precipitação
Grandezas características
da precipitação
Tempo Chuva 0 0 1 0 2 0 3 3 4 0 5 4 6 8 7 12 8 5 9 9 10 7 11 7 12 5 13 1 14 0 15 0 16 0 17 0 18 0 19 0 20 0 21 0 22 0 23 0 24 0
• Tempo transcorrido entre o início e o fim do evento chuvoso.
IPH 01027 Precipitação
Início 03:00 Fim: 13:00 Duração = 10 horas IPH 01027 Precipitação
Duração da Chuva
• Tempo transcorrido entre o início e o fim do evento chuvoso.
Tempo Chuva Chuva Acumulada 0 0 0 1 0 0 2 0 0 3 3 3 4 0 3 5 4 7 6 8 15 7 12 27 8 5 32 9 9 41 10 7 48 11 7 55 12 5 60 13 1 61 14 0 61 15 0 61 16 0 61 17 0 61 18 0 61 19 0 61 20 0 61 21 0 61 22 0 61 23 0 61 24 0 61
Chuva Acumulada
• Duração da chuva = 10 horas • Total precipitado = 61 mm
• Intensidade média = 6,1 mm/hora
• Intensidade máxima = 12 mm/hora entre 6 e 7 horas • Intensidade média do dia = 61/24 = 2,5 mm/hora
IPH 01027 Precipitação
• Chuvas intensas são mais raras
• Chuvas fracas são mais freqüentes
• Por exemplo:
− Todos os anos ocorrem alguns eventos de 10 mm em 1 dia em Porto Alegre.
− Chuvas de 180 mm em 1 dia ocorrem uma vez a cada 10 ou 20 anos, em média.
IPH 01027 Precipitação
Série de dados de chuva de um posto
pluviométrico na Região Sul
Bloco Freqüência P = zero 5597 P < 10 mm 1464 10 < P < 20 mm 459 20 < P < 30 mm 289 30 < P < 40 mm 177 40 < P < 50 mm 111 50 < P < 60 mm 66 60 < P < 70 mm 38 70 < P < 80 mm 28 80 < P < 90 mm 20 90 < P < 100 mm 8 100 < P < 110 mm 7 110 < P < 120 mm 2 120 < P < 130 mm 5 130 < P < 140 mm 2 140 < P < 150 mm 1 150 < P < 160 mm 1 160 < P < 170 mm 1 170 < P < 180 mm 2 180 < P < 190 mm 1 190 < P < 200 mm 0 P < 200 mm 0 Total 8279
IPH 01027 Precipitação
IPH 01027 Precipitação
• Distribuição das chuvas se aproxima de uma distribuição normal (exceto em regiões áridas).
• Distribuição normal tabelada para Z = (x-)/
• Conhecendo a média e o desvio padrão das chuvas anuais é possível associar uma chuva a uma probabilidade.
IPH 01027 Precipitação
Ano Chuva (mm) 1945 1352 1946 1829 1947 1516 1948 1493 1949 1301 1950 1403 1951 1230 1952 1322 1953 1290 1954 1652 1955 1290 1956 1266 1957 1941 1958 1844 IPH 01027 Precipitação
Em Porto Alegre de 1961 a 1990
Belém
Cuiabá
Porto Alegre
Florianópolis
Cuiabá
Porto Alegre
Chuvas intensas
• As chuvas intensas são as causas das cheias e
as cheias são causas de grandes prejuízos
quando os rios transbordam e inundam casas,
ruas, estradas, escolas, podendo destruir
plantações, edifícios, pontes etc. e
interrompendo o tráfego.
• As cheias também podem trazer sérios
prejuízos à saúde pública ao disseminar
doenças de veiculação hídrica.
Chuvas intensas
• Por estes motivos existe o interesse pelo
conhecimento detalhado de chuvas máximas no
projeto de estruturas hidráulicas como bueiros,
pontes, canais e vertedores.
• O problema da análise de freqüência de chuvas
máximas é calcular a precipitação P que atinge uma
área A em uma duração D com uma dada
probabilidade de ocorrência em um ano qualquer.
• A forma de relacionar quase todas estas variáveis é a
curva de Intensidade – Duração – Freqüência (curva
IDF).
Chuvas intensas
• A curva IDF é obtida a partir da análise estatística de séries longas de dados de um pluviógrafo (mais de 15 anos, pelo menos). A metodologia de desenvolvimento da curva IDF baseia-se na seleção das maiores chuvas de uma duração escolhida (por exemplo 15 minutos) em cada ano da série de dados.
• Com base nesta série de tamanho N (número de anos) é ajustada uma distribuição de freqüências que melhor represente a distribuição dos valores observados.
• O procedimento é repetido para diferentes durações de chuva (5 minutos; 10 minutos; 1 hora; 12 horas; 24 horas; 2 dias; 5 dias) e os resultados são resumidos na forma de um gráfico, ou equação, com a relação das três variáveis: Intensidade, Duração e Freqüência (ou tempo de retorno).
• Tomar o valor máximo de chuva diária de cada ano de um período de N anos.
• Organizar N valores de chuva máxima em ordem decrescente.
• A cada um dos valores pode ser associada uma probabilidade de que este valor seja atingido ou excedido em um ano qualquer.
• Fórmula empírica:
P
i
(
N
1
)
IPH 01027 Precipitação
• Uma chuva que é igualada ou superada 10 vezes
em 100 anos tem um período de retorno de 10
anos. A probabilidade de acontecer esta chuva
em um ano qualquer é de 1/10 (ou 10 %).
• TR = 1/Prob
IPH 01027 Precipitação
• Microdrenagem urbana: 2 a 5 anos • Drenagem urbana: 5 a 25 anos
• Pontes e bueiros com pouco trânsito: 10 a 100 anos • Pontes e bueiros com muito trânsito: 100 a 1000
anos
• Grandes obras hidráulicas: 10.000 anos
IPH 01027 Precipitação
A curva IDF
IPH 01027 Precipitação Intensidade Duração FrequênciaEquações IDF
0,85 d 0,171 619 , 11 t TR 1297,9 I
0,793 d 0,143 326 , 13 t TR 806 , 26 8 I
d c I d b t TR a 8o DISME Aeroporto• Qual é a precipitação máxima de 1 hora de duração em Porto Alegre?
• ?????
• Qual é a precipitação máxima de 1 hora de duração em Porto Alegre com 1% de probabilidade de ser excedida em um ano qualquer?
IPH 01027 Precipitação
Mapas de
chuva
Linhas de mesma precipitação são chamadasISOIETAS
IPH 01027 Precipitação• Apresentação em mapas
• Utiliza dados de postos pluviométricos
• Interpolação
IPH 01027 Precipitação
IPH 01027 Precipitação
• Precipitação = variável com grande heterogeneidade
espacial
50 mm 66 mm
44 mm
40 mm
42 mm • Média aritmética (método mais simples)
Precipitação média numa bacia
• 66+50+44+40= 200 mm • 200/4 = 50 mm
50 mm 70 mm 120 mm • 50+70= 120 mm • 120/2 = 60 mm • Pmédia = 60 mm
Obs.: Forte precipitação junto ao divisor não
está sendo considerada
Precipitação média numa bacia
Posto 1 1600 mm Posto 2 1400 mm Posto 3 900 mm
Posto 1 1600 mm Posto 2 1400 mm Posto 3 900 mm 900 1000 1200 1300 1700 1400 1200 1100 1700 1600 1500 SIG
Precipitação média na bacia
• Polígonos de Thiessen
50 mm
70 mm
120 mm
Áreas de influência de cada um dos postos
n 1 i i i P a Pai = fração da área da bacia
sob influencia do posto I
Pi = precipitação do posto i
Precipitação média
por Thiessen
50 mm 120 mm 70 mm 82 mm 75 mm
Definição dos
Polígonos de Thiessen
50 mm
120 mm
70 mm
82 mm 75 mm
1 – Linha que une dois postos pluviométricos próximos
Definição dos
50 mm
120 mm
70 mm
82 mm 75 mm
2 – Linha que divide ao meio a linha anterior
Definição dos
50 mm
120 mm
70 mm
82 mm 75 mm
2 – Linha que divide ao meio a linha anterior Região de influência dos postos
Definição dos
50 mm
120 mm
70 mm
82 mm 75 mm
3 – Linhas que unem
todos os postos
pluviométricos vizinhos
Definição dos
50 mm
120 mm
70 mm
75 mm 82 mm
4 – Linhas que dividem ao meios todas as anteriores
Definição dos
50 mm
120 mm
70 mm
75 mm 82 mm
5 – Influência de cada um dos postos pluviométricos
Definição dos
50 mm
120 mm
70 mm
75 mm 82 mm
5 – Influência de cada um dos postos pluviométricos
Definição dos
50 mm
120 mm
70 mm
75 mm 82 mm
5 – Influência de cada um dos postos pluviométricos
Definição dos
50 mm
120 mm
70 mm
75 mm 82 mm
5 – Influência de cada um dos postos pluviométricos
Definição dos
50 mm
120 mm
70 mm
75 mm 82 mm
5 – Influência de cada um dos postos pluviométricos
Definição dos
50 mm
120 mm 70 mm
75 mm 82 mm
5 – Influência de cada um dos postos pluviométricos 40% 30% 15% 10% 5%
82
.
1
,
0
75
.
05
,
0
50
.
3
,
0
70
.
4
,
0
120
.
15
,
0
P
Definição dos
Polígonos de Thiessen
50 mm
120 mm 70 mm
75 mm 82 mm
• Média aritmética = 60 mm • Média aritmética com
postos de fora da bacia = 79,4 mm
• Média por polígonos de Thiessen = 73 mm
x y xi yi xj yj d ij
Interpolação ponderada pela distância
posto centro célula
2
2 j i j i ij x x y y d Interpoladores ponderados pela
distância
50 mm 120 mm 70 mm 82 mm 75 mmInterpoladores ponderados pela
distância
50 mm 120 mm 70 mm 82 mm 75 mmInterpoladores ponderados pela
distância
50 mm 120 mm 70 mm 82 mm 75 mmObter chuva interpolada na célula
Onde b é uma potência normalmente próxima de 2
NP j b ij NP j b ij j i d d P Pm 1 1 1Interpoladores ponderados pela
distância
50 mm 120 mm 70 mm 82 mm 75 mmRepetir para todas as células
Calcular a chuva média das células internas à bacia NC Pm Pm NC i i
1Outros interpoladores
• Polígonos de Thiessen
• Total confiança no posto mais próximo
• Inverso da distância
• Pondera de acordo com a distância dos postos
• Kriging
• Pondera de acordo com a distância
• Função de ponderação não é pré-definida, mas surge a partir da análise dos dados
• Preenchimento de falhas
(intervalo mensal; intervalo anual)
Y
X1
X2
X3
120
74
85
122
83
70
67
93
55
34
60
50
-
80
97
130
89
67
94
125
100
78
111
105
IPH 01027 PrecipitaçãoIPH 01027 Precipitação
IPH 01027 Precipitação
Correlação melhor
postos mais próximos
P2xP1 P1 = 0.9706.P2 + 2.2754 0 50 100 150 200 250 0 50 100 150 200 250 P2 P1
• Se a correlação entre as chuvas de dois postos próximos é alta, eventuais falhas podem ser corrigidas por uma correlação simples.
• O ideal é utilizar mais postos para isto. – Método da ponderação regional
IPH 01027 Precipitação
• Posto Y apresenta falha • Postos X1, X2 e X3 tem dados. • Ym é a precipitação média do posto Y • Xm1 a Xm3 são as médias dos postos X Ym 3 Xm 3 PX 2 Xm 2 PX 1 Xm 1 PX 3 1 PY
• PX1 a PX3 são as precipitações nos postos X1 a X3 no intervalo de tempo em que Y apresenta falha.
• PY é a precipitação estimada em Y no intervalo que apresenta falha.
IPH 01027 Precipitação
• Erros grosseiros
• Erros de transcrição • "Férias" do observador
• Crescimento de árvores em torno do pluviômetro • Mudança de posição
• O método Dupla Massa
IPH 01027 Precipitação
IPH 01027 Precipitação
Método Dupla Massa
IPH 01027 Precipitação
Precipitação: A) 78 mm B) 84 mm C) 64 mm IPH 01027 Precipitação
Exercício
Ano Posto A Posto B Posto C 1986 1658 1672 1685 1987 1158 1104 1226 1988 1161 1264 1213 1989 1301 1484 1392 1990 926 1000 1330 1991 1784 1720 1771 1992 1854 1850 1852 1993 1233 1250 1751 1994 1494 1396 1382 1995 1600 1850 1996 1411 1649 1887 1997 1709 1862 2014 1998 1258 1329 1399 1999 1348 1358 1369 2000 1602 1681 2001 1350 1278 1153 IPH 01027 Precipitação
Exercício
• Um balde com formato cônico foi deixado na chuva durante um evento de 80 minutos de duração. Ao final do evento o balde, que estava inicialmente vazio, apresentava o nível d’água mostrado na figura (h = 6 cm). Qual foi a intensidade da chuva durante este evento (em mm/hora)? A altura do balde é de 40 cm. O diâmetro maior do balde é de 40 cm e o diâmetro menor de 25 cm.
Volume de tronco de cone onde R é o raio maior e r o raio menor IPH 01027 Precipitação
Exercício
2 2
r
r
R
R
h
3
1
• Considerando a curva IDF do DMAE para o posto pluviográfico do Parque da Redenção, qual é a intensidade da chuva com duração de 40 minutos que tem 1% de probabilidade de ser igualada ou superada em um ano qualquer em Porto Alegre? IPH 01027
Precipitação
• Uma análise de 40 anos de dados revelou que a chuva média anual em um local na bacia do rio Uruguai é de 1800 mm e o desvio padrão é de 350 mm. Considerando que a chuva anual neste local tem uma distribuição normal, qual é o valor de chuva anual de um ano muito seco, com tempo de recorrência de 40 anos?
IPH 01027 Precipitação