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Trabalho de campo geográfico para uma abordagem com instalações geográficas

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Academic year: 2021

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TRABALHO DE CAMPO GEOGRÁFICO PARA UMA ABORDAGEM COM INSTALAÇÕES GEOGRÁFICAS

IGOR CARLOS FEITOSA ALENCAR

Universidade Regional do Cariri. E-mail: igor.urca@hotmail.com JOSÉ ANDERSON DE SOUSA

Universidade Regional do Cariri. E-mail: jose-anderson-sousa@hotmail.com Introdução

No dia 10 de julho de 2014 nos deslocamos da cidade do Cra-to, na região do Cariri do estado do Ceará para a cidade de Quixe-ramobim, no Sertão Central do estado, com uma parada na cidade de Banabuiú. Sendo a aula de campo uma prática da Disciplina de Estágio Supervisionado II e III pelos alunos do VI e VIII semestre do curso de Licenciatura plena em Geografia, acompanhados pelos pesquisadores-bolsistas-autores do presente trabalho e do profes-sor doutor Emerson Ribeiro. O objetivo era uma pesquisa na cidade onde nasceu Antônio Conselheiro, figura importantíssima na histó-ria e cultura não só nordestina, mas também, brasileira.

Sobre Antônio Conselheiro, essa figura popular a qual junta-mente com o Pe. Cícero, contemporâneos e conterrâneos, protago-nizaram dois grandes movimentos religiosos populares brasileiros é possível fazer uma análise geográfica. Mais especificamente ao conceito de paisagem cultural que, segundo Corrêa (2011,p. 10) “A paisagem, contudo, não é apenas forma material resultante da ação humana transformando a natureza. É também forma simbólica im-pregnada de valores”.

Visto que Antônio Conselheiro começou a perambular pelo Sertão arrastando milhares de fiéis que acreditavam na sua san-tidade. Fazendo transformações físicas na vida dos pobres serta-nejos. Fundando vilarejos, como é o caso do arraial do Bom Jesus, atual Crisópolis (Bahia) até sua fixação em uma fazenda

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abando-nada, onde fundou uma comunidade de princípios de propriedade comum de terras e bens adquiridos, Canudos.

Com a parada na cidade de Banabuiú foram levantadas ques-tões acerca de como os discentes explicariam para seus alunos em uma aula de campo o clima e a vegetação daquela região. (Clima tropical quente semiárido e vegetação predominantemente de ca-atinga). Assim, como foram levantadas informações sobre o cresci-mento daquela cidade de 17.315 habitantes1dado principalmente

após a construção do Açude Arrojado Lisboa na década de 50, visto que antes era um distrito de Quixeramobim.

Chegando a Quixeramobim, cidade de 71.887 habitantes2

on-de se localiza o marco zero geográfico do Estado do Ceará foi visi-tada a casa onde nasceu em 13 de Março de 1830 Antônio Vicente Maciel, que ficou conhecido posteriormente como Antônio Conse-lheiro. Figura na qual foi abordada na Disciplina de Estágio Super-visionado a partir de uma carta do Pe. Cícero Romão Batista, figura mais importante de Juazeiro do Norte, para Antônio Conselheiro.

A partir do entendimento e estudo da importância da cul-tura como uma transformadora da paisagem sertaneja de Antônio Conselheiro, fez-se necessária a experiência empírica provinda de uma aula de campo à Quixeramobim. Aulas de campo segundo Cruz (1997, p. 93) “[...] pesquisa de campo representa uma possibilidade concreta de contato direto entre pesquisador e a realidade estuda-da, o que permite a apreensão dos aspectos dificilmente vislumbra-dos através somente do trabalho de gabinete”.

Sendo a aula de campo uma prática adotada na Disciplina de Estágio Supervisionado que tem como fundamento observação crítica da prática da docência. Silva (2013, p. 400) diz:

A referida disciplina tem como objetivo analisar a realidade escolar em seus aspectos organizacional, social e pedagó-1 Dados do IBGE 2010

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gico, proporcionar a regência em Geografia com alunos do Ensino Fundamental, bem como analisar o livro didático de Geografia considerando a sua importância e limitação para os discentes e docentes na sala de aula.

Concretizando as práticas em campo da Disciplina de Está-gio Supervisionado na forma avaliativa de instalações geográficas, segundo Soares, Cardoso e Ribeiro (2013, p. 26):

Entendemos a instalação como uma forma para expressar a construção de um determinado conhecimento trabalhado, com signos e símbolos. O termo instalação passa a ser incor-porado ao vocabulário das artes visuais na década de 1960, designando ambiente construído em espaços de galerias e museus, prioritariamente, para mais tarde ganhar as pra-ças, parques e as ruas públicas.

Sendo assim, como forma avaliativa da Disciplina de Estágio Supervisionado foi proposto aos alunos que montassem as instala-ções geográficas em urupembas3utilizando materiais e a partir da

formação de símbolos e signos, sendo submetidos ao método da avaliação construtiva. Ribeiro (2011, p. 62) diz:

A avaliação por instalações geográficas se dá na forma e conteúdo, ou seja, pelos conceitos apreendidos e estimula-dos pelo professor e o meio social-espacial. Essa avaliação parte da imaginação do professor em materializar o conte-údo ensinado aos alunos e eles aquilo que está em gestação, em vibração mental, da aprendizagem se realize pela avalia-ção construtiva.

Os alunos retrataram nas urupembas a aula de campo entre Crato, Banabuiú e Quixeramobim, assim como Antônio Conselheiro e Canudos. Desenvolvendo a criatividade estimulada pelo professor para que como professores em formação levem tais práticas para os 3 Espécie de peneira feita de finas talas de bambu, utilizada no peneiramento de

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seus futuros alunos, como uma forma de avaliação fora do papel e caneta.

A criatividade é uma ferramenta que deve ser estimulada em sala de aula, sendo assim, a estimulação da mesma em um cur-so de licenciatura é fundamental. Visto que na formação de novos professores, novas técnicas e métodos podem ser adotados, saindo da velha monotonia da sala de aula: escrever e fazer prova escrita. Ribeiro (2011, p. 62) afirma:

[...]para compreender a criatividade e o processo de criação alguns estudos são necessários, o ato criativo não surge do nada, não é inato, ele é construído, é parte de um processo que se traduz numa obra, seja de arte, livro ou em novas descobertas cientificas, são elementos que compõem o es-paço social e a natureza, que se dá no plano do vivido.

Considerações finais

As instalações geográficas concretizam a aula de campo e os conhecimentos ali adquiridos, foram montadas e expostas no Mu-seu da Expocrato durante a exposição (maior exposição agropecuá-ria do interior do Ceará, na cidade de Crato, onde atualmente situa um dos laboratórios de geografia da URCA). Durante os 8 dias de exposição se fez possível observar as reações das pessoas que ali visitavam. Sempre curiosas e atentas aos significados e signos ali expostos. As crianças sempre com um tato ágil tocavam e criavam diversas ideias sobre o que queriam dizer aqueles objetos tão es-tranhos e diferentes ao seu ver. Assim, as instalações geográficas, mais do que uma avaliação construtiva para os alunos da disciplina, tornou-se também um atrativo, estimulante à imaginação e reflexão do público que teve acesso as mesmas. Por fim, as instalações têm por objetivo a construção avaliativa de forma criativa, na qual os professores em formação poderão (e deverão) levar isso como par-te da sua metodologia aplicada em sala de aula.

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Montagem das instalações geográficas nas urupembas Fonte: José Anderson de Sousa – Aluno graduação – URCA. Em 07/2014

A curiosidade das pessoas observando as instalações geográficas Fonte: José Anderson de Sousa – Aluno graduação – URCA. Em 07/2014

Referências bibliográficas

CORRÊA, Roberto Lobato. DENIS COSGROVE. A PAISAGEM E AS IMA-GENS. Espaço e Cultura, Rio de Janeiro, v. 1, n. 29, p.7-21, jun. 2011. CRUZ, R C. A. Os caminhos da pesquisa de campo em Geografia. In: Rev. GEOUSP:

Revista da Pós-Graduação em Geografia. Departamento de Geogra-fia. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Universida-de Universida-de São Paulo. São Paulo: Humanitas FFLCH/USP, n. 1, p. 93-97, 1997.

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PEREIRA, Cassio Expedito Galdino; SILVA, Antônia Carlos da. VIA-JANDO NAS EXPERIMENTAÇÕES DAS GEOGRAFIAS MENORES NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO. In: SINECGEO – SIMPÓSIO NACIONAL DE ESTUDOS CULTURAIS E GEOEDUCACIONAIS, 2., 2013, Cra-to. Anais... . Crato: 2013. p. 400 – 427.

SOARES, A.; CARDOSO.A. M; RIBEIRO, E. . A universidade como espaço de resistência a partir das instalações geográficas. Para Onde!?, Porto Alegre, v. 7, n. 1, p.25-33, jul. 2013.

RIBEIRO, Emerson. A criatividade em geografia, prática pedagógica e avaliação: lanternas geográficas. Geosaberes, Fortaleza, v. 2, n. 4, p. 61-75, ago./ dez. 2011.

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