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Avaliação do vigor de sementes de cebola e sua relação com o desempenho da emergência em casa de vegetação

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS

CURSO DE AGRONOMIA

Natalia Camargo Rodrigues

Avaliação do vigor de sementes de cebola e sua relação com o desempenho da emergência em casa de vegetação

Curitibanos 2019

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Natalia Camargo Rodrigues

Avaliação do vigor de sementes de cebola e sua relação com o desempenho da emergência em casa de vegetação

Trabalho Conclusão do Curso de Graduação em Agronomia, do Centro de Ciências Rurais, Campus de

Curitibanos, da Universidade Federal de Santa Catarina. Orientadora: Profª. Drª Naiara Guerra

Curitibanos 2019

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AVALIAÇÃO DO VIGOR DE SEMENTES DE CEBOLA E SUA RELAÇÃO COM O DESEMPENHO DA EMERGÊNCIA EM CASA DE VEGETAÇÃO

Este Trabalho Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção do Título de “Engenheiro Agrônomo” e aprovado em sua forma final pelo Curso de Agronomia.

Curitibanos, 19 de novembro de 2019.

________________________ Prof. Dr. João Batista Tolentino Júnior

Coordenador do Curso Banca Examinadora:

________________________ Profª. Drª. Naiara Guerra

Orientador(a)

Universidade Federal de Santa Catarina

________________________ Prof. Dr. Luciano Picolotto Dr.

Avaliador

Universidade Federal de Santa Catarina

________________________ Prof.ªDrª. Adriana Terumi Itako

Avaliadora

Universidade Federal de Santa Catarina P/

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Talvez não tenhamos conseguido fazer o melhor, mas lutamos para que o melhor fosse feito. Não somos o que deveríamos ser, não somos o que iremos ser.. Mas Graças a Deus, não somos o que éramos. (Martin Luther King)

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RESUMO

A cebola (Allium cepa L.) está dentre as hortaliças mais produzidas no Brasil. Para garantir um bom estabelecimento da cultura no campo é indispensável a utilização de sementes com alta qualidade fisiológica, para isto, é necessário analisar diversos fatores,como eles: potencial fisiológica, pureza física, genética e sanitária, complementando as informações fornecidas comunmente nas embalagens. A fim de saber o quanto isto é limitante para o cultivo da cebola, o objetivo deste estudo foi a verificação de testes de vigor em sementes da cultivar Crioula Conesul, em quatro lotes distintos, sendo eles: Teste de germinação à 20 e 25 ºC; Envelhecimento acelerado; Condutividade elétrica; Germinação em cultivo protegido; Comprimento de plântula; Massa fresca e seca e Peso de mil sementes (PMS). Este trabalho obedeceu às normas do Regras de Análise de Sementes (RAS), onde após todos os testes laboratoriais, excluindo-se a condutividade elétrica, as sementes foram colocadas para germinar na BOD a 20ºC com o uso do papel germitest e caixa plástica gerbox e foram avaliadas aos 6º e 12ª dias após a germinação. s. Para a execução da condutividade elétrica as sementes foram dispostas em um béquer com água destilada e mantidos a 20ºC por 4 horas e com o auxílio de um condutivimetro, a medição da condutividade inicial e final. Na emergência em cultivo protegido, foram utilizadas bandejas de plástico e terra peneirada para a semeadura das sementes e após a germinação, foram contabilizadas e pesadas as massas secas e posteriormente as frescas. Para o envelhecimento acelerado, as sementes sofreram uma condição de alta umidade e temperatura. E para o comprimento de plântula, foram dispostas 10 sementes, enroladas em papel germitest e acondicionadas a germinação, após foram medidas. Os resultados obtidos pelo teste de germinação a 20ºC indicam que, os diferentes lotes estariam classificados como lotes de qualidade fisiológica similar, com exclusão do lote 79. Já para a germinação à 25°C notou-se maiores diferenciações estatísticas, o lote 90 demonstrou ser superior aos outros lotes, seguidos dos lotes 11 e 97 que são estatisticamente iguais, entretendo o lote 79 demonstrou ser inferior a todos os lotes. Para o teste de condutividade elétrica temos que o lote 11, 90, 97, são estatisticamente iguais, diferenciando somente o lote 79, este resultado se repete ao teste de comprimento de plântula. Em relação a emergência em casa de vegetação foi constatado, que o lote 79 é menos vigoroso e o lote 90 é maior vigoroso. Para os dados de MF e MS o lote 79 foi diferiu-se entre todos os lotes, tendo o menor resultado, o lote 11 e 97 são estatisticamente iguais e o lote 90 se diferencia-se com o melhor resultado. O PMS não ocorreu diferença significativa entre os lotes. Concluímos que apenas o lote 79 não se enquadrou nos padrões de qualidade estabelecidos pelo MAPA e todos os testes de vigor foram eficientes na separação dos diferentes lotes da cultivar de cebola Crioula Conesul.

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ABSTRAT

The onion (Allium cepa L.) is among the most produced vegetables in Brazil. To ensure a good establishment of field cultivation, the use of seeds with high physiological quality is indispensable, for this, it is necessary to analyze several factors, such as: physiological potential, physical, genetic and health purity, complementing as public information shared in packaging. One end of saber or how much is limited for onion cultivation, or the objective of this study was to verify vigor tests on seeds of cultivar Crioula Conesul, in four distinct lots, namely: germination test at 20 and 25 ºC; Accelerated aging; Electric conductivity; Germination in protected cultivation; Seedling length; Fresh and dry pasta; Weight of one thousand seeds; This work followed the rules of the Seed Analysis Regulation , where after all laboratory tests, excluding electrical conductivity, as the seeds were placed to germinate in the BOD at 20ºC using germitest paper and plastic box gerbox and were evaluated at 6 and 12 days. To perform the electrical conductivity as seeds were discarded in a place with distilled water and kept at 20ºC for 4 hours and with the aid of a conductivity meter, an initial and final conductivity recording. In emergence in protected cultivation, plastic trays and sieved soil were used for sowing seeds and after germination, they were recorded and weighed as dry masses and later as fresh. For accelerated aging, as seeds suffered a condition of high temperature and temperature. And for seedling length, 10 seeds were arranged, wrapped in germitest paper and conditioned by germination, after measurements. The results obtained by the germination test at 20ºC can be considered, the different lots classified as lots of similar physiological quality, excluding lot 79. For germination at 25 ° C, without greater chemical differences, or lot 90 higher than the other lots. followed by lots 11 and 97 which are statistically equal, entertainment or lot 79 is shown to be inferior to all lots. For the electrical conductivity test we have that lot 11, 90, 97, are statistically equal, differing only lot 79, this result repeats the seedling length test. Regarding the emergency in a greenhouse it was found that lot 79 is less vigorous and lot 90 is more vigorous. For MF and MS data lot 79 was different among all lots, with the lowest result, lot 11 and 97 being statistically equal and lot 90 differing with the best result. The PMS did not occur significant difference between the lots. We concluded that only lot 79 did not meet the quality standards established by MAPA and all vigor tests were efficient in separating the different lots of Crioula Conesul onion cultivar.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Fases de crescimento vegetativo da cebola. (Oliveira, 2019)...19 Figura 2 - Inflorescência de Cebola (Allium cepa)...20 Figura 3 - Teste de germinação de sementes de cebola conduzido em caixa de gerbox pronto para serem colocados na BOD à 20ºC...28 Figura 4 - Teste envelhecimento acelerado conduzido em caixa do tipogerbox pronto para serem colocados na BOD à 41ºC por 48 horas...29 Figura 5 - Teste de condutividade elétrica...30 Figura 6 – Avaliação do teste de comprimento de plântula...31 Figura 7 - Execução do teste de emergência em cultivo protegido; 1= abertura dos sulcos e semeadura de 50 sementes equidistantes; 2= fechamento dos sulcos e irrigado; 3=verficação

diária da temperatura do

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Lote, germinação, pureza, safra, validade e data de analise das sementes de cebola cultivar Crioula Conesul usadas para as análises. Curitbanos, SC, 2019...26 Tabela 2 - Características para realização do teste de germinação da cultivar. (SP= Sobre Papel)...27 Tabela 3 - Tabela dos valores das médias dos lotes de semente de cebola nos testes de germinação (G), peso de mil sementes (PMS)...34 Tabela 4 - Tabela dos valores das médias dos lotes de semente de cebola nos testes de envelhecimento acelerado (ENV), comprimento de plântula (CP) e condutividade elétrica (CE)...36 Tabela 5 - Tabela dos valores das médias dos lotes de semente de cebola nos testes de emergência em casa de vegetação (EC), matéria fresca (MF) e massa da matéria seca (MS)...38 Tabela 6 - Coeficiente de correlação linear de Pearson entre emergência de plântulas de cebola em casa de vegetação com as demais variáveis analisadas, Curitibanos, 2019...39

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11 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 13 1.1 JUSTIFICATIVA ... 14 1.2 OBJETIVOS ... 14 1.2.1 Objetivos Gerais ... 14 1.2.2 Objetivos Específicos ... 15 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 16

2.1 ORIGEM E DISPERSÃO DA CEBOLA ... 16

2.2 IMPORTÂNCIA SOCIOECONÔMICA ... 16

2.3 CARACTERIZAÇÃO DA CULTURA ... 17

2.4 CULTIVAR CRIOULA ... 19

2.5 PRODUÇÃO DE SEMENTES DE CEBOLA ... 20

2.6 TESTES FISIOLÓGICOS PARA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE SEMENTES... 21

2.6.1 Teste de germinação ... 22

2.6.2 Teste de emergência de plântulas ... 23

2.6.3 Envelhecimento acelerado ... 23

2.6.4 Condutividade elétrica ... 24

2.6.5 Comprimento da plântula ... 24

3 MATERIAL E MÉTODOS ... 26

3.1 CARACTERIZAÇÃO DAS SEMENTES ... 26

3.2 TESTE DE GERMINAÇÃO ... 27

3.3 TESTE DE GERMINAÇÃO À 25ºC ... 28

3.4 TESTE DE ENVELHECIMENTO ACELERADO ... 28

3.5 TESTE DE CONDUTIVIDADE ELÉTRICA ... 29

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3.7 TESTE DE EMERGÊNCIA EM CULTIVO PROTEGIDO ... 31

3.8 PESO DE MIL SEMENTES ... 32

3.9 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS ... 32

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO... 34

5 CONCLUSÃO...41

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1 INTRODUÇÃO

A cebola (Allium cepa L.) é uma hortaliça da família Aliáceae, consiste em uma planta herbácea, que atinge em média 60 cm de altura e apresenta folhas tubulares e cerosas, suas raízes são fasciculadas e pouco ramificadas (PAGLIA, 2003). Dentre as hortaliças mais produzidas no Brasil, a cebola se destaca, ficando atrás, apenas, do tomate e da batata. Além disto, tem grande importância socioeconômica para a região Sul e Sudeste onde concentra aproximadamente 70% da produção nacional (CEPEA, 2018). Em Santa Catarina é a principal hortaliça cultivada, tanto em termos de área de cultivo como no volume e no valor bruto de produção (KURTZ et al., 2013). Para um bom estabelecimento da cultura no campo, é indispensável a utilização de sementes com alta qualidade, garantindo assim, produtos de alta qualidade comercial (ARAÚJO et al., 2017). Porém, para verificar a qualidade de sementes é necessário analisar uma série de fatores, que se enquadram no potencial fisiológico, pureza física, genética e sanitária (FRÉ, 2010).

O teste de germinação é usualmente utilizado para avaliar a qualidade dos lotes de semente. O teste consiste na avaliação das sementes sob condições favoráveis de umidade, temperatura e substrato, permitindo a expressão do máximo potencial da semente, o que acarreta na omissão do seu potencial desempenho em situações de estresses, comumente observadas no campo (BHERING et al., 2003). Além disto, apresenta limitações, principalmente quanto à diferenciação de lotes e à discrepância dos resultados em relação à emergência das plântulas em campo. Tornando-se importante, portanto, que informações mais detalhadas sobre a qualidade das sementes sejam obtidas em complementação às fornecidas pelo teste de germinação, como através da realização de testes de vigor, os quais possibilitam selecionar os melhores lotes para comercialização (ARAÚJO et al., 2017). Pois, visam revelar a capacidade da semente em tolerar as condições adversas como extremos de temperaturas e umidade (KRZYZANOWSKI; FRANÇA NETO, 2001).

A opção por sementes com maiores índices de vigor é crucial quando se busca alta produtividade (GIACHINI et al., 2011). Nesse âmbito a utilização de métodos rápidos, confiáveis e de fácil execução é fundamental para a avaliação do potencial fisiológico das sementes, por agilizar a tomada de decisões referentes ao manejo dos lotes (ARAÚJO et al., 2017). Visto que as informações relativas ao vigor das sementes são extremamente importantes, pois frequentemente, observa-se que lotes de sementes apresentando germinação semelhante

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exibem comportamentos distintos no campo (BHERING et al., 2000). Por isso, a necessidade de se estudar testes de vigor que se apliquem na distinção destes lotes.

1.1 JUSTIFICATIVA

Dada a importância O que levou a iniciativa do estudo do tema foi à importância econômica que a cultura da cebola rege sobre o estado de Santa Catarina e sua crescente queda de produção com o passar dos anos. Visto que, o potencial fisiológico da semente é diretamente responsável pelo desempenho da cultura e refletindo este na produtivade.

Para a analise de sementes rotineiramente é aplicado apenas o teste de germinação, em que, podem superestimar o desempenho das sementes, pois, para a realização deste teste utiliza-se condições favoráveis ao deutiliza-senvolvimento da mesma. Entretanto, as condições ambientais atuais se mostram mais instáveis e extremas, desta forma, é de grande importância saber o quanto isto é limitante para o estabelecimento da plântula. Com a finalidade de estudar este fator limitante, estabeleceu-se que os testes de vigor que serão utilizados neste trabalho.

Embora sejam pesquisados vários testes para a analise de vigor, a maioria destes, englobam grandes culturas, como o milho e soja, logo, as hortaliças tem um enfoque menor perante estas pesquisas, mesmo que, apresentem um valor socioeconômico sigificativo.

Assim, com a elaboração dos testes, comparando o vigor de diferentes lotes de uma cultivar frequentemente utilizada em Santa Catarina, os resultados beneficiarão os produtores de cebola na escolha de sementes mais vigorosas, as quais terão características agronômicas importantes quando se busca uma alta produtividade e com isso, poderá haver um maior incentivo ao cultivo da cultura que oferecerá fonte de renda expressiva, com maior lucratividade até mesmo para os pequenos agricultores locais. Além disso, será possível estabelecer qual o melhor teste fisiológico para a avaliação do vigor das sementes de cebola.

1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivos Gerais

Avaliar a eficiência de diferentes testes de vigor para a determinação da qualidade fisiológica de lotes de sementes de cebola da cultivar Crioula Conesul.

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1.2.2 Objetivos Específicos

- Avaliar a qualidade fisiológica, por meio de testes de vigor, de lotes de sementes da cultivar Crioula Conesul comercializada em estabelecimento no município de Curitibanos-SC;

- Determinar qual o teste de vigor que melhor se correlaciona com a emergência de plântulas de cebola cultivar Crioula Conesul.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 ORIGEM E DISPERSÃO DA CEBOLA

A cebola, é uma olerácea originária de regiões de clima temperado que compreendem o Afeganistão, o Irã e partes do Sul da antiga União Soviética e, provavelmente, não sejam mais encontradas em seu estado silvestre, entretanto, as espécies mais próximas são Allium galanthum, Allium oschaninii e Allium vavilovii. A cebola é uma das mais antigas hortaliças domesticadas, com registro de cultivo de 4.000 anos, no antigo reino do Egito. Depois da Grécia, os romanos introduziram a cebola na Europa (SANTOS et al., 2013).

O início de seu cultivo no Brasil, ocorreu em meados dos séculos XVIII e XIX, no qual, coincidiram-se com a chegada dos imigrantes açorianos que colonizaram a região do Rio Grande do Sul. Assim, iniciou o melhoramento da cebola, embora não tinhavesse, este propósito ou finalidade. As cebolas introduzidas da Europa desenvolveram-se por seleção natural e pela ação de agricultores, mais tarde, as diversas populações de cebolas foram agrupadas em três tipos de acordo com a cultivar de origem, sendo elas: 'Baia Periforme', 'Pêra' e o denominado 'Crioula' que surgiu na região do Alto Vale do Itajaí. (inserir referência).

A partir daí, houve a criação dos programas de melhoramento genético de cebola em diversos estados brasileiros, destacando-se cultivares desenvolvida pela Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina) como a 'Bola Precoce', 'Juporanga', 'Crioula Alto Vale' e 'Superprecoce' (LEITE et al., 2009). Com isso, percebeu-se que as melhores cultivares são aquelas obtidas na própria região de produção, pois, cada uma requer condições especiais de fotoperíodo e temperatura para a obtenção de características qualitativas desejáveis, como por exemplo, alto rendimento e boa conservação no armazenamento (RESENDE et al., 2003).

2.2 IMPORTÂNCIA SOCIOECONÔMICA

No ano de 2016, o Brasil foi responsável por uma área de produção de 57.449 ha, no qual, resultou em uma produção total de 1.657.441 t, gerando uma produtividade de 29 t ha-1 .

Os principais estados responsáveis por este desfecho são Santa Catarina, Bahia, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Dando destaque Santa Catarina, que teve a maior área colhida, compreendendo 21.423 ha e uma produtividade de 25 t ha1, embora seja abaixo

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Segundo ao Relatório do Cenário Hortifruti Brasil (2018), nos principais polos de produção de cebola, envolvem 27% das propriedades com área média de cultivo de até 10 hectares, entre 11 a 50 ha (50%) e acima de 50 ha compreendem 23% das propriedades. Além disto, o relatório destaca que em média, há 3,5 pessoas trabalhando por hectare, gerando assim 195 mil empregos diretos, entretanto, a participação em programas de certificação e em associações cooperativas é muito baixa, havendo a necessidade de maior engajamento entre os produtores.

A grande importância desta hortaliça está ligada principalmente ao seu aspecto social. Estima-se que 70% da cebolicultura brasileira seja proveniente da agricultura familiar, principalmente nas regiões Sul e Nordeste, envolvendo cerca de 60 mil famílias que têm a cebolicultura como atividade principal (LEITE, 2014).

As cebolas provenientes de Santa Catarina se destacam no cenário nacional pela excelente qualidade, boa capacidade de armazenamento e por possuírem catafilos mais escuros e em maior número quando comparados a cebolas produzidas em outros estados, sobretudo nas regiões tropicais do país.

Contudo, as condições climáticas atípicas, como falta ou excesso de frio e excesso de chuva, têm prejudicado a produção, tanto em quantidade como em qualidade. Visto que a cebola catarinense, tradicionalmente abastece o mercado brasileiro de novembro a abril, tem perdido espaço no mercado para cebolas importadas, principalmente da Argentina e Holanda, a razão disto, se deve muito à redução da qualidade da cebola (ALVES et al., 2017).

2.3 CARACTERIZAÇÃO DA CULTURA

A cebola pertence à família Alliaceae e é classificada botanicamente como Allium cepa L., tendo como a característica mais indicativa o seu odor pungente, que é liberado quando os bulbos são cortados (LEITE, 2014). Dentre outras espécies olerícolas cultivadas, é a mais importante em relação ao volume de consumo e valor econômico agregado ao produto (RESENDE et al., 2003).

É uma planta monocotiledônea herbácea de ciclo vegetativo bienal, constituem uma importante fonte de carboidratos, incluindo açúcares simples e, além disso, quase não apresenta gorduras (ANDRADE, 2011). Suas folhas são constituídas pela bainha e limbo, que são envoltas por uma camada cerosa variável, conferindo proteção a doenças foliares e à deposição de herbicidas. Em geral, 90% das raízes concentram-se nos primeiros 40 cm de profundidade e

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apenas 2-3% ocorrem abaixo de 60 cm (OLIVEIRA, 2019). Suas flores são férteis e é predominantemente de polinização cruzada. As plantas são, contudo, perfeitamente capazes de autopolinização. Nesta espécie, as anteras de flores individuais amadurecem liberando o pólen, antes dos estigmas tornarem-se totalmente receptivos, fenômeno denominado de protandria. Tipicamente, de 75% a 90% das sementes são resultantes de polinização cruzada em campos de produção de sementes de cebola (LEITE, 2014).

Na maior parte dos casos, as sementes de cebola, demoram mais tempo para germinar e emergir do que a maioria das espécies de hortaliças. Após a emergência, a fase de plântulas é também marcada por um crescimento relativamente lento, após isto, inicia-se a fase adulta, caracterizada com um crescimento mais rápido das folhas, onde estas continuam sendo produzidas até o início da bulbificação (OLIVEIRA, 2019). O estímulo à bulbificação é condicionado pelo fotoperíodo (número de horas de luz diária) e temperatura. Embora a duração do dia seja o fator principal para a indução, formação e maturação do bulbo, seus efeitos são modificados pela temperatura. A bulbificação apenas se inicia quando a combinação dos fatores determinantes da bulbificação (fotoperíodo e temperatura) de cada cultivar é atingida (MELO, 2007).

Iniciada a fase de crescimento de bulbo, há paralisação do crescimento das folhas que já possuem limbo, continuando apenas das folhas sem limbo e que estão localizadas mais internamente, tornando-se o pseudocaule oco. Por isso, o tamanho do bulbo na colheita é bastante influenciado pelo tamanho e pelo número de folhas na planta.

Quando os bulbos amadurecem, ocorre o tombamento das folhas, o que é comumente chamado de “estalo”, indicando a maturação, embora, os bulbos continuem a ganhar massa, pois as substâncias remanescentes no limbo foliar continuam sendo translocadas para os bulbos até as folhas secarem completamente. No esquema apresentado na Figura 1 estão representadas as fases de crescimento vegetativo, os números referem-se aos dias após a semadura, considerando cultivares com ciclo médio (em torno de 135 dias) (OLIVEIRA, 2019).

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Figura 1 - Fases de crescimento vegetativo da cebola.

Fonte: Oliveira, (2019).

A cebola é uma espécie cujo ciclo de desenvolvimento e crescimento é bianual. Sob condições normais, no primeiro ano produz bulbos a partir de sementes (fase vegetativa) e, no segundo ano, ocorre o florescimento a partir de bulbos (fase reprodutiva). A diferenciação da fase vegetativa para reprodutiva é determinada pela temperatura e se evidencia pelo surgimento dos escapos ou hastes florais determinantes da bulbificação (fotoperíodo e temperatura) de cada cultivar é atingida (MELO, 2007).

Segundo Camargo (2017), os principais métodos de plantio de cebola são: semeadura direta, transplante de mudas e plantio de bulbilhos semente. No Sul do Brasil os plantios por semeadura direta e transplante de mudas são realizados em meados do outono, o que propicia colheitas nos meses de novembro e dezembro.

2.4 CULTIVAR CRIOULA

Segundo Oliveira (2019), as cebolas das cultivares do tipo “Crioula” são adaptadas principalmente à Região Sul e possuem, entre outras qualidades, bulbos de cor amarela escura, pungência alta e excelente conservação pós-colheita. Estas cultivares, constituem a base das cultivares brasileiras, por apresentarem tolerância a doenças, boa conservação pós-colheita e ampla variação em formato, tamanho, cor, número e espessura de películas de bulbos (LEITE, 2014).

A cultivar Cebola Crioula Conesul comercializada pela empresa Feltrin Sementes, apresenta bulbos de formato globular alongado, firme com excelente retenção de túnicas e boa conservação pós colheita, o peso médio dos bulbos variam entre 130 e 170 gramas, a germinação tende a ocorrer entre 6 e 12 dias e a colheita inicia aproximadamente 180 dias após a germinação. Tem temperatura ideal para germinar de 15 a 20 ºC e aproximadamente 250 a 350 sementes por grama (FELTRIN, 2019).

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2.5 PRODUÇÃO DE SEMENTES DE CEBOLA

Em uma umbela pode conter até 1.000 flores individuais e a abertura das flores pode se estender de duas a quatro semanas. Logo, é provável que o pólen de uma flor fertilize um estigma receptivo de uma outra flor em um estágio mais avançado de desenvolvimento numa mesma umbela (Figura 2). Neste caso, a protandria oferece apenas uma barreira parcial à autopolinização (MELO, 2007).

Figura 2 - Inflorescência de Cebola (Allium cepa).

Fonte: Oliveira, (2019).

Como a maior porcentagem (até 90%) das sementes são resultantes de polinização cruzada em campos de produção de sementes de cebola é essencial o controle da polinização para manutenção da integridade de uma população quando em multiplicação, principalmente de materiais com colorações de bulbos diferentes. O controle pode ser realizado com o uso de telados ou gaiolas de telas de nylon à prova de insetos, mas, como agentes polinizantes, no interior destas, são introduzidos insetos, geralmente moscas domésticas (LEITE, 2014). A distância de controle mínima exigida para a produção de semente fiscalizada é determinada pela legislação dos países onde no Brasil pode variar de 600 a 3.000 m (MELO, 2007).

Há fatores que influenciam na produção de sementes, sendo eles: as condições climáticas da região escolhida para implantar os campos de produção de sementes; presença de agentes polinizadores; a densidade de plantio tem implicações na incidência de doenças e no

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rendimento de sementes; inspeções de campo e roguings. A prática deroguings permitem a eliminação de plantas atípicas, isto é, fora do padrão da cultivar.

É essencial manter os campos de produção de sementes livres de doenças e pragas. Além disto, cada lote de sementes deve ser amostrado e submetido aos testes de germinação e pureza, exigidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). A Portaria Ministerial, no. 457, de 18 de dezembro de 1986 estabelece os padrões para distribuição, transporte e comercialização de sementes fiscalizadas de cebola (MELO, 2007).

2.6 TESTES FISIOLÓGICOS PARA AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE SEMENTES Sementes de alta qualidade são consideradas a base para uma agricultura bem-sucedida. Na semente encontram-se todos os genes que caracterizam a espécie e o cultivar que determinam seu desenvolvimento fenológico e potencial produtivo, representando, o patrimônio genético do vegetal.

Entretanto, esse patrimônio pode ser comprometido pela deterioração a que as sementes estão sujeitas ao longo da cadeia de eventos que ocorrem antes e após a colheita, reduzindo o potencial fisiológico, em razão disto, torna-se fundamental a realização dos testes fisiológicos nas sementes (SILVA, 2006). Segundo Fiordalisi (2012), os componentes da qualidade de sementes podem ser agrupados em três categorias: descrição (pureza física, pureza genética, uniformidade de tamanho e forma, e peso); higiene (índice de contaminação por espécies silvestres e sanidade) e potencial de desempenho (germinação, vigor, grau de umidade, porcentagem e uniformidade de emergência de plântulas e armazenabilidade). Logo, a qualidade das sementes pode ser determinada por vários testes, como o teste de germinação, vigor, primeira contagem, comprimento da parte aérea, entre outros (GUEDES et al., 2009).

Os testes de vigor podem ser classificados de duas maneiras, como diretos e indiretos, os diretos são métodos que buscam simular condições de campo, sendo estas muitas vezes adversas, e os testes indiretos procuram avaliar características físicas, fisiológicas ou biológicas, que se relacionam indiretamente com o vigor das sementes (LIMA, 2015). Ou também, como físicos, fisiológicos, bioquímicos e de resistência. Os testes físicos envolvem as características morfológicas ou físicas das sementes que podem estar ligadas ao vigor, testes de tamanho, peso unitário, densidade, coloração de sementes e o teste de raios X, já os fisiológicos determinam a atividade fisiológica da semente que tem relação direta com o nível de vigor. São exemplos destes testes a classificação do vigor das plântulas, a primeira

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contagem do teste de germinação, a velocidade de germinação, a transferência de matéria seca e o teste de exaustão.

Os testes bioquímicos visam avaliar alterações bioquímicas nas sementes que influenciam sobre o vigor. Alguns exemplos destes testes são: oteste de respiração, de tetrazólio, de condutividade elétrica, e os testes de resistência avaliam o comportamento das sementes quando submetidas a condições desfavoráveis, como por exemplo germinação à baixa temperatura, imersão em água quente, imersão em soluções tóxicas e envelhecimento acelerado (FRÉ, 2010).

2.6.1 Teste de germinação

A germinação de sementes é caracterizada pela emergência e desenvolvimento das estruturas essenciais do embrião, demonstrando sua aptidão para produzir uma plântula normal sob condições favoráveis (BRASIL, 2009). O teste de germinação objetiva obter informações de um lote de sementes e determinar a quantidade de sementes vivas que são capazes de produzir plântulas normais sob condições ambientais favoráveis (FRÉ, 2010).

A realização deste teste em condições de campo não é geralmente satisfatória, devido às variações das condições ambientais. Entretanto, as análises em laboratório são efetuadas em condições controladas de maneira a permitir uma germinação mais regular, rápida e completa. Estas condições, consideradas ótimas, são padronizadas para que os resultados dos testes de germinação possam ser reproduzidos e comparados, dentro de limites tolerados pelas Regras de Análise de Sementes - RAS (BRASIL, 2009). O substrato neste teste deve ter condições de manter uma disponibilidade de água e aeração adequada, é necessário que a temperatura seja favorável para a germinação de determinada espécie, e por fim, que a luz atenda as necessidades das sementes quanto ao comprimento de onda e intensidade (FRÉ, 2010).

As interpretações do teste são efetuadas após um período determinado pelas RAS, normalmente são feitas duas contagens de plântulas germinadas. A porcentagem de germinação corresponde à proporção do número de sementes que produziu plântulas classificadas como normais, em condições e períodos adequados e devem apresentar sistema radicular, parte aérea (hipocótilo, epicótilo, mesocótilo), gemas terminais e cotilédones (BRASIL, 2009).

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2.6.2 Teste de emergência de plântulas

Esta avaliação tem referência que as sementes que propiciarem maior percentual de emergência, em condições de campo, ou seja, em condições não controladas, terão a perspectiva de serem sementes mais vigorosas(OLIVEIRA et al., 2009).

Se conduzido na época normal de semeadura da cultura, fornecerá a capacidade do lote em estabelecer-se, dando subsídios necessários ao cálculo da quantidade de sementes a ser utilizada para obtenção de uma população ou estande de plantas desejável. Se conduzido em outra época, defasada da normal de semeadura, poderá gerar resultados não exatamente iguais aos da referida época, mas mesmo assim, poderia fornecer subsídios úteis para comparação entre diferentes lotes(OLIVEIRA et al., 2009).

As sementes deverão ser semeadas seguindo rigorosamente as instruções recomendadas pela cultura, caso for em sulco, o terreno deve estar devidamente preparado e plano, ou se utilizado a semeadura em bandejas, em casa de vegetação, estas devem estarem livre de patógenos e uso de substrato adequado à cultura (OLIVEIRA et al., 2009).

2.6.3 Envelhecimento acelerado

O teste de envelhecimento acelerado avalia o comportamento de sementes submetidas à temperatura e umidade elevadas, baseando-se no fato de que a taxa de deterioração das sementes aumenta consideravelmente quando submetidas a tais condições. O teste pode ser considerado como um dos mais sensíveis para a avaliação do vigor. No entanto, seu uso em sementes de hortaliças ainda é restrito (BHERING et al., 2003).

Segundo Fiordalisi (2012), durante o teste, ocorrem sérias alterações degenerativas no metabolismo da semente, tais como a desnaturação de proteínas, queda nos teores de carboidratos totais, carboidratos solúveis, proteínas solúveis e de fosfatos, aumento dos teores de açúcares redutores e ácidos graxos livres, desestabilização da atividade de enzimas e da síntese de RNA e de proteínas, perda de integridade do sistema de membranas celulares, causadas principalmente pela peroxidação de lipídeos. O aumento da temperatura e umidade promovem o decréscimo da respiração aeróbica e da produção de ATP, devido aos danos que

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ocorrem nas mitocôndrias. São fatores que indicam a intensidade da respiração e da disponibilidade de energia para o processo de germinação.

A interação entre temperatura e tempo de exposição das sementes às condições de envelhecimento são fatores importantes, para sementes de cebola, recomenda-se o uso de 45°C por 144 horas. Contudo, estudos realizados indicam que este período de exposição mostrou-se excessivo, especialmente para lotes de menor vigor (BHERING et al., 2003).

2.6.4 Condutividade elétrica

O teste de condutividade elétrica tem como principal função avaliar indiretamente a concentração de eletrólitos liberados pelas sementes durante um período de embebição de no máximo 24 horas(FIORDALISI, 2012). Visto que, depois da maturidade fisiológica da semente, ela atinge uma condição de baixo grau de umidade, o qual é variável em função das condições ambientais, por isso que no processo de secagem das sementes, as membranas celulares sofrem uma desorganização estrutural, e quanto menor o teor de umidade da semente, maior a desorganização celular, que consequentemente, eleva o processo de deterioração e reduz o vigor da semente. Ou seja, o vigor das sementes é inversamente proporcional à leitura da condutividade elétrica (LIMA, 2015). Com a lixiviação dos constituintes celulares das sementes embebidas em água devido à perda da integridade dos sistemas de membranas celulares sugere o menor vigor desta, logo, maior saída de lixiviados da semente (GONZALES et al., 2009). A perda de lixiviados inclui açúcares, aminoácidos, ácidos graxos, enzimas e íons inorgânicos (K+, Ca+2, Mg+2, Na+, Mn+2) (FIORDALISI, 2012).

Os valores de condutividade elétrica estão associados ao estado fisiológico das sementes e aos níveis de germinação de cada espécie (GONZALES, et al., 2009). Dentre os testes rápidos, este, tem sido bastante utilizado para a avaliação do vigor das sementes (DIAS et al., 2006).

2.6.5 Comprimento da Plântula

A avaliação do vigor pelo comprimento da plântula envolve a mensuração do comprimento da plântula normal ou de suas partes (radícula, hipocótilo, epicótilo ou plúmula),

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que surgem após o teste de germinação realizado sob condições controladas(GUEDES et

al., 2009).

Tendo em vista que as amostras que expressam os maiores valores são mais vigorosas, isso ocorre devido ao fato das sementes mais vigorosas originarem plântulas com maior taxa de crescimento, em função da maior translocação das reservas dos tecidos de armazenamento para o crescimento do eixo embrionário. Atualmente, estes testes estão sendo bastante empregados nos laboratórios de análise de sementes, por apresentarem as vantagens de não serem onerosos, serem relativamente rápidos, não necessitarem de equipamentos especiais e nem demandar treinamento específico (GUEDES et al., 2009).

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3 MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado nas instalações da Universidade Federal de Santa Catarina, Campus de Curitibanos, Centro de Ciências Rurais, localizado na Rodovia Ulysses Gaboardi, km 3, coordenadas 27°17’05,36’’S e 50°32’05,15’’O, altitude de 1097 metros, fazendo-se o uso dos laboratórios e também da casa da vegetação.

Os experimentos foram conduzidos em um delineamento inteiramente casualizado, utilizando quatro lotes de sementes da cultivar Crioula Conesul, os diferentes lotes representaram os tratamentos. Foram realizadas as seguintes análises: Teste de germinação a 20 e 25ºC; Envelhecimento acelerado; Condutividade elétrica; Comprimento de plântula; Peso de mil sementes; Teste de emergência em casa de vegetação e massa fresca e seca das plântulas. 3.1 CARACTERIZAÇÃO DAS SEMENTES

As sementes (lotes) utilizadas no experimento foram adquiridas em diferentes estabelecimentos agropecuários no município de Curitibanos. Todas são da cultivar Crioula Conesul, da empresa Feltin Sementes e tratadas com 0,15% de Thiram, sendo um fungicida de contato que confere maior proteção à semente contra fungos, como também durante os estádios susceptíveis da plântula, principalmente em condições desfavoráveis ao desenvolvimento da cultura e durante o armazenamento.

Todos os lotes adquiridos estavam dentro o prazo de validade indicado pelo fabricante. Na Tabela 1, encontra-se a descrição dos lotes utilizadas no trabalho, conforme as descrições nas embalagens. Durante a execução das análises, as sementes não utilizadas foram mantidas em suas embalagens originais, fechadas a temperatura ambiente.

Tabela 1 - Lote, germinação, pureza, safra, validade e data de análise das sementes de cebola cultivar Crioula Conesul usadas para as análises. Curitibanos, SC, 2019.

Número da

cartela Lote Germ (%) Pureza (%) Safra Validade Data de analíse 89101810000040 90 90 100 2017/2018 fev/21 fev/19

89101731026031 97 97 100 2012/2013 dez/20 dez/18

89101731026011 11 94 100 2012/2013 jan/20 jan/18

89101210000250 79 79 99,9 2011/2012 nov/19 nov/17 Fonte: Autora, 2019.

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3.2 TESTE DE GERMINAÇÃO

Para determinar a qualidade fisiológica inicial das sementes, foi realizado teste de germinação conforme o proposto pela RAS (BRASIL, 2009), com quatro repetições de 50 sementes. As especificidades do teste de germinação para a espécie estudada podem ser observadas na Tabela 2.

Tabela 2 - Características para realização do teste de germinação da cultivar. Espécie

Botânica Repetições Substrato Temperatura (ºC) Contagem 1ª Contagem 2ª Allium Cepa 4 x 50

(sementes)

SP 20 6 dia 12 dia

Fonte: (BRASIL, 2009). (SP= Sobre Papel).

Inicialmente foi realizada a assepsia de todo material que foi utilizado para a elaboração do teste, após, o papel germitest foi acondicionado em caixas do tipo gerbox, seguido da umidificação deste, com um volume de água destilada equivalente a 2,5 vezes o peso do papel seco. Após foram distribuídas 5 linhas com 10 sementes cada, de maneira intercalada, gerando um triângulo entre as semente, para que não ocorresse qualquer contato de uma plântula com outra, diminuindo assim o espalhamento de possíveis contaminações, como mostra a Figura 3.

Após a montagem das repetições as caixas foram devidamente identificados e levados a incubadora (BOD) à temperatura de 20ºC e fotoperíodo de 12 horas. No decorrer dos testes foram realizadas duas contagens (6° e 12° dias após a semeadura), sendo contabilizadas as plântulas normais e anormais. Consideraram-se plântulas normais aquelas que já apresentavam sistema radicular acima de 1 cm, de acordo com as indicações do RAS (BRASIL, 2009), e plântulas anormais aquelas que emitiram a radícula, mas que apresentavam alguma anomalia na parte aérea e/ou radicular.

A primeira contagem, aos 6 dias após a semenadura serve como um teste de vigor, uma vez que representa a capacidade da semente resultar em uma plântula que emerja rápido.

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Figura 3 - Teste de germinação de sementes de cebola conduzido em caixa de gerbox pronto para serem colocados na BOD à 20ºC.

Fonte: Autora, 2019.

3.3 TESTE DE GERMINAÇÃO À 25ºC

Para a elaboração deste, foi realizado os mesmos procedimentos do item anterior, com a única diferença da temperatura, que neste a BOD foi alterada de 20ºC para 25ºC.

3.4 TESTE DE ENVELHECIMENTO ACELERADO

O teste de envelhecimento acelerado foi conduzido em caixas do tipo gerbox, contendo ao fundo 40 mL de água destilada, onde com o auxilio de uma tela de polietileno acoplada na caixa, fez com que as sementes não entrassem em contato direto com a água. Foram distribuídas equidistantes 50 sementes por repetição, totalizando 4 repetições por lote de sementes (Figura 4). As caixas foram fechadas e mantidas em câmara BOD a 41°C por 48 horas. Em seguida, as sementes foram submetidas ao teste de germinação à 20°C, conforme descrito no tópico anterior, sendo contabilizadas as plântulas normais e anormais.

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Figura 4 - Teste envelhecimento acelerado conduzido em caixa do tipogerbox pronto para serem colocados na BOD à 41ºC por 48 horas

Fonte: Autora, 2019.

3.5 TESTE DE CONDUTIVIDADE ELÉTRICA

Antes de iniciar o teste, o condutivimetro utilizado foi devidamente calibrado. Foram separadas 1000 sementes por repetição, sendo utilizado 8 repetições para este teste. Estas sementes foram colocadas em um Becker com 75 ml de água destilada e com o auxilio de um condutivímetro foi feita a leitura inical das amostras e após 24 horas realizou a leitura novamente. No entremeio deste tempo, os beckers foram acondicionados em temperatura ambiente (aproximadamente 22ºC). A cada repetição o eletrodo era lavado com água destilada, para retirada de resíduos, evitando contaminações e possíveis erros (Figura 5).

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Figura 5 - Teste de condutividade elétrica.

Fonte: Autora.

3.6 COMPRIMENTO DE PLÂNTULA

Para este teste foram colocadas 10 sementes sob dois papeis de germitest, que foram umedecidos com aproximadamente 3 vezes o seu peso seco, foram posicionadas em uma linha no início do papel, de modo que o crescimento da plântula seja da forma mais retilínea possível (foram realizadas quatro repetições por lote, cada uma contendo 10 sementes), após isso, cada um dos papéis foi enrolado de maneira firme, para que as sementes não se deslocassem e colocado em um saco plástico (para conservar a umidade) e colocadas na BOD à 20ºC. Foi realizada a análise destes aos sexto e décimo segundo dia, contabilizando as plântulas consideradas normais e medindo o comprimento desta plântula com uma régua milimétrica (Figura 6).

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Figura 6 – Avaliação do teste de comprimento de plântula.

Fonte:Autora.

3.7 TESTE DE EMERGÊNCIA EM CULTIVO PROTEGIDO

Este teste tem como intenção determinar o número de plântulas emergidas em condições mais próxima as encontradas no campo, além de avaliar a massa fresca e massa seca acumulada pela plântula durante o período de emergência. Para isso na casa de vegetação, foi utilizada bandejas plástico preenchidas com solo proveniente da Fazenda Experimental Agropecuária da UFSC Curitibanos, este solo foi peneirado adicionado em aproximadamente ¾ das bandejas, seguido da semeadura de quatro repetições de 50 sementes por lote. O sulco foi realizado com aproximadamente 1 cm de profundidade e compreendeu toda a extensão da bandeja, cada sulco representou uma repetição, sendo devidamente identificados e irrigados (Figura 7). Este teste requereu cuidados diários, como irrigação quando necessário, medição da temperatura na casa de vegetação sempre no mesmo horário e o número de plântulas que apresentaram emergência visível.

As avaliações iniciaram assim que a primeira plântula emergiu, a partir deste dia foram realizadas contagens diárias até a estabilização da emergência. No final do teste (20 dias após a semeadura – DAS) foi realizado a contagem final do número de plântulas emergidas, e este valor foi convertido para porcentagem de plântulas emergidas.

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Nesta mesma data foi coletada a parte aérea das plântulas de cada linha (repetição) para a determinação da massa fresca da parte aérea, sendo pesada em uma balança de precisão. Posteriormente, o material foi colocado em sacos de papel e submetidas a secagem na estufa com 106ºC constante, durante 24 h. Após as amostras foram colocadas para resfriar em dessecadores e pesadas novamente.

Figura 7 - Execução do teste de emergência em cultivo protegido; 1= abertura dos sulcos e semeadura de 50 sementes equidistantes; 2= fechamento dos sulcos e irrigado; 3=verficação

diária da temperatura do ambiente.

Fonte: Autora, 2019. 3.8 PESO DE MIL SEMENTES

Inicialmente, realizamos a contagem de 1000 sementes em 8 repetições para cada lote, totalizando então, 8000 sementes para cada lote. A cada repetição foi defidamente pesada com uma balança de precisão, seguindo a RAS

3.9 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS

Todos os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA). Quando o teste “F” foi significativo a 5%, as médias dos lotes foram comparadas pelo Teste de Tukey, também ao nível de 5% de significância. Todas essas análises foram realizadas utilizando o software Sisvar.

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Os dados obtidos no teste de emergência em casa de vegetação foram correlacionados com os testes de vigor em laboratório através da correlação linear de Pearson. Esta análise foi feita com o objetivo de verificar qual dos testes de laboratório mais se correlacionam com a emergência em casa de vegetação. Este teste foi realizado no programa estatístico Genes.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na Tabela 3, são apresentados os resultados das variáveis germinação inicial (6°dia) e final (12°dia), para as temperaturas de 20ºC e 25ºC, e o peso médio de mil sementes (PMS).

Tabela 3 - Valores das médias dos lotes de semente de cebola (Lotes 11, 79, 90 e 97) nos testes de germinação (G) e do peso de mil sementes (PMS).

LOTE PMS GI20 GF20 GI25 GF25

11 0,34 a 77,50 a 93,5 a 24,0 b 58,50 b

79 0,33 a 1,50 b 29,0 b 1,0 c 14,50 c

90 0,35 a 83,50 a 97,5 a 43,50 a 84,50 a

97 0,33 a 82,00 a 97,0 a 23,50 b 57,50 b

CV % 5,66 10,3 4,91 35,9 12,48

Valores seguidos da mesma letra na coluna não diferem entre si de acordo com o teste Tukey (p<0,05). CV: coeficiente de variação. PMS: peso de mil sementes; GI20: Germinação inicial em condição ideal de 20ºC;

GF20: Germinação final em 20ºC; GI25: Germinação inicial a 25ºC; GF25: Germinação a final 25ºC.

Sobre o teste de germinação inicial e final a 20 ºC que é o teste de vigor que relata a porcentagem de germinação na embalagem, visualizamos diferença estatística, onde o lote 79 é estatisticamente diferente dos demais e estes por vez são estatisticamente iguais.

Quando o teste de germinação foi realizado em uma condição de temperatura superior aos especificado na RAS para sementes de cebola a 25°C notou-se maiores diferenciações estatísticas e porcentagem de germinação inferior ao observado com 20°C, isso se explica pois, ocorreu uma situação de estresse na semente, são 5ºC à mais do que a ideal para germinação. Tanto que, para a contagem inicial e final o lote 90 demonstrou ser superior aos outros lotes, seguidos dos lotes 11 e 97 que são estatisticamente iguais, entretendo o lote 79 demonstrou ser inferior a todos os lotes.

Cultivares de cebola como o caso da IPA 10, IPA 11 e Alfa São Francisco conforme Pinheiro et al. (2012) em condições de cinco temperaturas (15, 20, 25, 30, 35°C) tiveram melhor índice de germinação na temperatura de 25°C, relatando ainda que as temperaturas usadas de 30 e 35 ºC, ou seja, fora do ideal da cultivar promoveram a desnaturação das proteínas essenciais para o processo germinativo, refletindo diretamente nas reações enzimáticas das sementes, prejudicando até mesmo a velocidade de germinação.

Teste de germinação em condições ideais, como o caso do Costa et al. (2014) ao estudar cinco lotes de sementes de cebola da cultivar EMPASC 352 - Bola Precoce, relataram que lotes

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da mesma cultivar de cebola podem se sobressair. Os mesmos autores constataram que nem todos os lotes conseguem manter altos índices de germinação quando avaliados em temperaturas elevadas de 30 e 35°C. Isso caracteriza uma diferença no vigor dos lotes de sementes.

Já Araújo et al. (2017) em seu estudo, repassam a informação de que a mesma cultivar com lotes diferentes possuem a mesma porcentagem de germinação, não diferindo significativamente entre elas, concluiram que o teste de germinação não foi efeiciente para diferenciar os lotes de sementes de cebola analisados.

Dias et al. (2006) obtiveram resultados distintos à deste trabalho, onde não verificaram diferença estatística entre os lotes de sementes de cebola da mesma cultivar Baia Periforme analisando a sua germinação. Segundo esses autores esta análise é limitante para a diferenciação do vigor de sementes de cebola. Necessitando de metodologias complementares caso deseja-se saber qual é o real dado do vigor.

Para o PMS não ocorreu diferença significativa entre os diferentes lotes. Isso pode estar relacionado a todos os lotes serem de um mesmo cultivar de cebola, além disso, durante o beneficiamento as sementes são peneiradas para padronização do tamanho e pela mesa dessimétrica que faz uma padronização em função do peso específico das sementes.

Analisando os dados da Tabela 3 pode-se verificar, que o lote 79 somente não diferiu dos demais no peso de mil semente. Isso pode ser explicado quando se verifica a data de validade do lote, que se encontra próximo ao seu vencimento (novembro de 2019), entretanto a sementes deste lote estavam dentro de seu prazo de validade quando foram realizadas as análises, então teoricamente deveria ser tão vigorosa tanto quanto as demais. Todavia na aquisição de sementes deve-se priorizar por lotes que estão longe de sua validade para que a possibilidade de ter sementes menos vigorosas seja diminuído.

Como podemos observar na tabela 4, o teste de envelhecimento acelerado, realizado à 41ºC por 48 horas faz com que as sementes dos lotes de cebola se estressem por um período longo a uma grande temperatura e emalto teor umidade, o que acarreta no processo de deterioração da semente. Este teste mostrou-se eficiente na diferenciação dos lotes, pois sementes vigorosas se estressam menos, já sementes menos vigorosas se estressam mais, e isto ao final vai proporcionar um baixo índice de germinação.

Para este teste temos que o lote 11, 90, 97, são estatisticamente iguais, com os porcentagens de germinação após serem submetidos ao estress de respectivamente 58, 71,6 e 47,0diferenciando-se do lote 79, ao qual teve porcentagem de germinação de 0,50. (Tabela 4).

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Tabela 4 - Valores das médias dos lotes de semente de cebola nos testes de envelhecimento acelerado, comprimento de plântula e condutividade elétrica

LOTE ENV CP CE 11 58,00 a 5,84 a 83,42 b 79 4,00 b 2,37 b 367,05 a 90 71,60 a 6,96 a 70,09 c 97 47,00 a 6,88 a 89,75 b CV % 26,20 23,64 5,44

Valores seguidos da mesma letra na coluna não diferem entre si de acordo com o teste Tukey (p<0,5). ENV: Envelhecimento acelerado 12º dia. CP: Comprimento de plântula 12 dias após a emergência. CE: condutividade

elétrica

Rodo (2002) estudou o envelhecimento acelerado em lotes de semente de cebola por 48 horas e detectou com este trabalho diferenças estatísticas em lotes de sementes da mesma cultivar. Identificando somente com este teste lotes de baixa e de alta qualidade. Para este autor, lotes de alta qualidade possuem valores altos de germinação após serem submetidas ao envelhecimento acelerado. Seguindo a mesma analogia, mas para este trabalho, poderíamos identificar que os lotes 11, 90 e 97 são de alta qualidade, enquanto que o lote 79 é de baixa qualidade.

Os lotes menos vigorosos aumentam o valor da condutividade elétrica, pois estes tendem a perder facilmente todos os seus nutrientes que constituem sua reserva e até mesmo o seu embrião, ao passo que sementes vigorosas não fazem esta liberação, pois a constituição da semente está mais estável e menos propensa a este tipo de estresse.

Analisando os dados referentes ao teste de condutividade elétrica constatou-se que o lote 79 apresentou condutividade elétrica de 367,05 mS/cm sendo estatisticamente inferior a todos os demais lotes. Já os lotes 97 e 11, apresentaram respectivamente valores de 89,75 mS/cm e 83,42 mS/cm sendo estatisticamente iguais, porém, superiores ao lote 90 que apresentou condutividade de 70,09 mS/cm. E este foi o lote com o menor valor de condutividade elétrica e estatisticamente diferente dos outros ao qual pode-se inferir que possui alto vigor (Tabela 3), uma vez que seu sistema de membranas permitiram menor extravasamento de solutos.

Para espécies de hortaliças que possuem sementes consideradas pequenas, o período de embebição para o teste de condutividade elétrica pode ser reduzido. Pesquisas realizadas com cebola (RODO, MARCOS FILHO,2002) e tomate (RODO et al., 1998) mostraram resultados

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satisfatórias com poucas horas de embebição, ao passo que este teste tem efeito decisivo na capacidade de distinguir diferenças de qualidade entre lotes.

Em contrapartida no presente trabalho temos que o período de 24 horas foi eficiente na classificação, tanto que os dados para este teste semelhantes aos obtidos por Dias et al. (2006) que concluíram que este teste fornece informações importantes e consistentes sobre o potencial de desempenho dos lotes em relação ao vigor quando comparadas aos resultados dos demais teste. Contudo, dentro da mesma espécie é possível a obtenção de dados discrepantes no teste de condutividade elétrica, pois cada lote de semente possui maior estabilidade de semente, ocasionado principalmente as características do próprio tegumento, como também da sua colheita e armazenamento (DIAS et al., 2006).

Rodo et al. (2002) testando diferentes procedimentos para a condução do teste de condutividade elétrica em sementes de cebola, constataram uma eficiência variável de cultivares avaliados, relatando que o teste de emergência de plantas em campo informou dados distintos ao da classificação do vigor perante o uso do teste de condutividade elétrica.

Para os dados de comprimento de plântula, os lotes apresentaram-se diferenciação estatística. O lote 79 teve o valor de 2,37 cm, já os outros apresentaram maiores comprimentos com 5,84, 6,96 e 6,88 cm, respectivamente para os lotes 11, 90, 97 (Tabela 4).

Dados semelhantes de sementes de cebola comparando lotes distintos foram encontrados por Gonçalves (2016) ao avaliar o comprimento de plântulas aos 5 e 6 dias após semeadura, conseguiram diferenciar os lotes avaliados. Entretanto a média obtidas por esses autores foi inferior as obtidas neste trabalho. O motivo desta diferenciação entre o comprimento de plântulas dos diferentes lotes foi observado por Gonçalves (2016), onde sementes menos vigorosas precisam de mais tempo para a organização do sistema de membrana celular e mitocondrial, ao passo que sementes mais vigorosas começam a sua translocação de reservas e as demais etapas da germinação primeiro, ou seja, tem mais tempo para se desenvolver.

Com o teste de emergência em casa de vegetação (Tabela 5) foi constatado que os lotes se diferenciaram entre si ao nível de 5% de significância. Podendo afirmar que o lote 79 (1,50) é menos vigoroso e diferente dos demais. O lote 97 (65,00) é mais vigoroso, entretanto o lote 90 (78,50) foi o que se sobressaiu entre os quatro avaliados.

Ao utilizar seis lotes de sementes de cebola dos cultivares Aurora e Petrolina, para o teste de emergência em cultivo protegido, Rodo (2002) verificou que as sementes mais vigorosas tiveram uma maior velocidade na emergência e consequentemente resultaram em

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plantas maiores. Tanto que isso foi visualizado nas análises de estatística, mostrando que os lotes se diferenciavam entre si para ambas as cultivares.

Tabela 5 - Tabela dos valores das médias dos lotes de semente de cebola nos testes de emergência em casa de vegetação (EC), matéria fresca (MF) e massa da matéria seca (MS).

LOTE ECV (%) MF (g) MS (g) 11 66,50 bc 0,92 b 0,18 b 79 1,50 a 0,07 a 0,00 a 90 78,50 c 1,74 c 0,33 c 97 65,00 b 1,29 bc 0,25 bc CV % 12,12 26,95 26,84

Valores seguidos da mesma letra na coluna não diferem entre si de acordo com o teste Tukey (p<0,5). ECV: Emergência em Casa de Vegetação. MF: Matéria Fresca. MS: Matéria da matéria Seca.

Na Tabela 5 ainda são apresentados os valores de massa fresca (MF) e massa da matéria seca (MS) das plantas de cebola que se desenvolveram em casa de vegetação. Ambas as variáveis apresentaram diferença estatística. Para os dados de MF o lote 79 se diferiu-se entre os lotes, tendo o menor número de gramas, ao contrário do lote 90 no queal teve a maior gramatura deles. A massa fresca por sua vez seguiu a mesma tendência

Rodo (2002) ao estudar seis lotes de sementes com duas cultivares de cebola detectou diferenças significativas somente no cultivar Petroline na determinação da massa da matéria seca, relatando que este dado possui relação direta com os outros testes de vigor, como o caso de condutividade elétrica e emergência de plântulas em casa de vegetação. Corroborando com os resultados obtidos neste trabalho neste trabalho (Tabelas 4 e 5).

Quando se realizou o estudo da correlação linear de Pearson entre a emergência em casa de vegetação contra todas as outras variáveis (Tabela 6), podemos tirar algumas observações perante aos diferentes testes de vigor utilizados. O teste de condutividade elétrica foi o que apresentou a maior correlação negativa com a emergência em casa de vegetação, tendo o valor de -0,98, lembrando que quanto mais próximo de 1, tanto positivo como negativo, mais forte é a correlação. Em outras palavras, quando os valores do teste de condutividade elétrica forem baixos, maior será a porcentagem de emergência em casa de vegetação, pois se trata de uma semente altamente vigorosa.

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Tabela 6 - Coeficiente de correlação linear de Pearson entre emergência de plântulas de cebola em casa de vegetação com as demais variáveis analisadas, Curitibanos, 2019.

Variáveis Coeficiente correlação

linear de Pearson Emergência em casa de vegetação X Envelhecimento acelerado 0,89** Comprimento de plântulas 0,42ns PMS 0,36ns Condutividade elétrica -0,98**

Massa fresca das plântulas 0,66**

Massa da matéria seca de plântulas 0,92**

Germinação Primeira contagem 20°C 0,97**

Germinação Final 20°C 0,96**

Germinação Primeira contagem 25°C 0,85**

Germinação Final 25°C 0,92**

ns: não significativo, ** significativo a 1% de probabilidade.

Outro teste que apresentou forte correlação com a emergência em casa de vegetação foi o próprio teste de germinação com a primeira contagem em 20°C com correlação de 0,97, muito parecido com o teste de condutividade elétrica, entretanto, o mesmo possui uma correlação positiva, então a analogia descrita acima se inverte, ao passo que quanto maior são os dados de porcentagem de germinação na primeira contagem maior será a emergência em casa de vegetação. Assim pode-se também indicar este teste como um teste altamente recomendado para o estudo do vigor de sementes de cebola. Contudo o teste de condutividade elétrica mostra-se mais interessante, pois em apenas 24 horas já é possível mostra-se determinar o vigor, um período mais curto do que o necessário para a primeira contagem do teste de germinação que é de 6 dias.

Seguindo a mesma lógica, olhando para o dado do valor da correlação temos ainda a germinação final a 20°C. Este dado com uma correlação de 0,96 demonstrou também ser eficiente para a avaliação do vigor, apesar disso, por precisar de um tempo maior para a coleta dos dados, os dois testes descritos acima são mais eficientes e rápidos, facilitando o seu uso em empresas multiplicadoras de sementes de hortaliças ou em programas de controle de qualidade de sementes.

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Ademais testes significativos não demonstraram serem tão eficientes no estudo do vigor de sementes de cebola, tanto que os valores de sua correlação foram comparativamente menores quando comparados com os 3 testes citados acima.

Os resultados obtidos para todos os testes de vigor de sementes de cebola a 20ºC indicam que, pelo teste de germinação, os diferentes lotes estariam classificados como lotes de qualidade fisiológica similar, com exclusão do lote 79 (Tabela 3). Entretanto, quando o teste de germinação foi conduzido sob temperatura de 25°C, observou-se que os lotes puderam ser diferenciados entre si, revelando diferenças quanto ao vigor das sementes, também evidenciadas no teste de envelhecimento acelerado, condutividade elétrica (Tabela 4), emergência de plântulas em casa de vegetação, massa fresca e massa da matéria seca (Tabela 5).

Na Tabela 1 perante aos Padrões de Sementes Olerícolas IN-42-2019 para a comercialização de sementes de cebola, somente o lote 79 estaria fora dos padrões mínimos de qualidade, pois este possui 79% de germinação e a exigência mínima é de 80%, entretanto este teste indica somente a germinação em sua condição ótima, e este teste isolado não é o mais indicado para se ter certeza da qualidade fisiológica da semente.

Quando fazemos o estudo do vigor da semente, percebe-se que apesar da porcentagem de germinação relativamente alta descrita na embalagem do lote 79 (Tabela 1), os testes de germinação e vigor revelam que as sementes deste lote possuem uma qualidade fisiológica baixa (Tabelas 3, 4 e 5). Isto é explicado pela própria validade do lote, em que estava próximo ao seu vencimento, ao passo que quanto mais próximo desta data, menor será a atividade embrionária no processo de germinação. Além disso, pode-se haver processos degenerativos no tegumento e também do albúmen da semente que vai gerar o final um baixo índice de vigor e consequentemente podemos ter um baixo índice de germinação.

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5 CONCLUSÃO

Dos lotes de sementes de cebola Crioula Conesul adquiridos no município de Curitibanos, apenas o lote 79 não se enquadrou nos padrões de qualidade estabelecidos pelo MAPA.

Todos os testes de vigor foram eficientes na separação dos diferentes lotes da cultivar de cebola Crioula Conesul, contudo segundo a correlação linear de Pearson a condutividade elétrica e primeira contagem do teste de germinação a 20°C mostraram maior correlação, negativa e positiva, respectivamente, com e emergência em casa de vegetação.

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