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AP LIT ROMANTISMO BR-PROSA

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Academic year: 2021

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DIVISÕES

A prosa romântica brasileira desenvolveu-se em teatro e romance. O romance desdobrou-se em quatro vertentes: • ROMANCE SOCIAL-URBANO: tem como cenário a cidade e focaliza, em geral, o cotidiano burguês. Autores: Teixeira e Sousa, Joaquim Manuel de Macedo, José de Alencar e Manuel Antônio de Almeida.

• ROMANCE REGIONALISTA: focaliza usos,

costumes e paisagens típicos de determinada região. Em alguns casos, há a preocupação do autor em registrar as peculiaridades dos falares regionais. Autores: José de Alencar, Bernardo Guimarães, Visconde de Taunay e Franklin Távora.

• ROMANCE INDIANISTA: apresenta o indígena como protagonista e, a exemplo do que foi desenvolvido na poesia romântica da primeira geração, o nativo apresenta fortíssimos traços éticos e morais do cavaleiro medieval europeu. Autores: José de Alencar.

• ROMANCE HISTÓRICO: retrata o passado histórico brasileiro. Autores: José de Alencar.

ROMANCE SOCIAL-URBANO

 TEIXEIRA E SOUSA: Conquista o mérito de ser o iniciador definitivo do romance brasileiro com O Filho do Pescador, em 1843.

 JOAQUIM MANUEL DE MACEDO: Abusou do sentimentalismo ao gosto popular; foi considerado um dos fundadores do romance no Brasil. Lançado em 1844, A Moreninha é tido como o primeiro romance publicado no país, embora tenha sido precedido por O Filho do Pescador. Descreve com linguagem simples os usos e costumes da sociedade carioca de seu tempo, e a vida familiar e

privada daquela época, quando o país ainda estava nas primeiras décadas de sua independência: as cenas triviais da rua, os preconceitos sociais, as festas, a economia doméstica, os saraus familiares, as conversas de comadre, as pequenas e grandes intrigas, os ciúmes mesquinhos, os namoros até certo ponto ingênuos de estudantes e donzelas, que quase sempre acabavam em casamento feliz. Obras: A Moreninha, O moço loiro, A luneta mágica, A carteira do meu tio.

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RESUMO DE A MORENINHA O estudante de medicina, Filipe, convida seus colegas Leopoldo, Fabrício e Augusto para a comemoração na ilha, onde mora sua avó, D. Ana. Os estudantes aceitam o convite, exceto Augusto. Filipe, para atraí-lo à ilha, faz referência ao baile de domingo, em que estarão presentes suas primas: a pálida Joana, de 17 anos, Joaquina, loira de 16 e sua irmã, D. Carolina, uma moreninha de 15. Augusto acaba concordando, mas adverte sobre sua inconstância no

amor, dizendo jamais se ocupar de uma mesma moça durante 15 dias. Os rapazes apostam que o amigo ficará apaixonado durante 15 dias por uma única mulher. Se isso ocorrer, terá de escrever um romance, caso contrário, Filipe o escreverá, narrando a inconstância. Antes da partida, Fabrício envia pede ajuda a Augusto, para se livrar de Joana: Augusto deve cortejar Joana, e Fabrício deve terminar o namoro fingindo ciúmes. Augusto se nega, e como vingança, Fabrício torna pública a sua inconstância. Augusto conta a D.Ana que seu coração já tem dono: uma menina que, por acaso, encontrou aos 13 anos, numa praia. Auxiliam a família de um moribundo que lhes dá um sinal de eterno amor: o da menina contém o camafeu de Augusto, e o dele o botão de esmeralda da garota. O rapaz não a esquece e, como não sabe seu nome, passa a tratá-la por minha mulher. Enquanto narra a história, pressente que alguém o está escutando. É a irmã de Filipe, a Moreninha, D. Carolina. Augusto planeja voltar à ilha, mas o pai não deixa. Carolina pensa que Augusto a está ignorando. Augusto e o pai vão até a ilha, e Augusto a pede em casamento. Carolina pede um tempo para pensar e vai até uma fonte. Augusto vai atrás, e Carolina lhe recorda a promessa feita à menina, anos atrás. Augusto contesta, dizendo que não sabe o paradeiro da menina. Carolina exige o cumprimento da promessa, e Augusto deseja fugir, porque está apaixonado por Carolina. Arranca de debaixo da camisa o breve com a esmeralda, o casal chora, e Augusto descobre que Carolina tem o camafeu, sendo ela a menina de anos atrás. Eles se casam, e Augusto escreve o romance A Moreninha.

 JOSÉ DE ALENCAR: pretendia estabelecer um amplo panorama (romântico) da vida no Brasil. Não se contentará em usar a língua portuguesa ―clássica‖, mas procurará abrasileirar o português em seus textos. Nos romances urbanos, especificamente, Alencar se dedica a traçar um painel da vida na Corte. Os enredos basicamente tratam de aventuras amorosas, e procuram traçar os perfis das mulheres que os protagonizam. Nesse sentido, avança na observação psicológica

das personagens, e ao mesmo tempo, faz crítica de costumes sociais de sua época. Contudo, tratava de questões superficiais, não tematizando as mazelas da sociedade brasileira de seu tempo. Romances urbanos: Cinco Minutos, A viuvinha, Lucíola, Diva, A pata da gazela, Sonhos d'ouro, Senhora e Encarnação.

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RESUMO DE LUCÍOLA

Em cartas à destinatária, Sra. G.M, Paulo Dias conta a história de seu relacionamento com uma mulher. Logo após ter chegado ao RJ, procedente de Olinda, em 1855, com cerca de 25 anos, Paulo foi convidado por um amigo, o sr. Sá, a acompanhá-lo à Festa da Glória, quando lhe atraíra a atenção uma jovem e bela mulher que, de início, não identificara como cortesã. Lúcia era uma mundana de rara beleza e suave aspecto, que faziam parecer uma jovem inocente. O sr. Sá a apresentou a Paulo, e eles durante algum tempo se encontravam sempre cordialmente. Algum tempo depois se tornaram amantes. Brigavam muito, devido ao ciúme e à vida que Lúcia levava, mas se amavam. Lúcia contou-lhe a sua história: seu nome verdadeiro era Maria da Glória, e sua família foi atacada pela

febre amarela, da qual só ela restou, e viu-se obrigada a cuidar dos parentes. Entregou-se ao vizinho rico, Couto, e o pai, ao descobrir o que ela fizera, expulsou-a. Virou prostituta. Nesse tempo, uma amiga prostituta morreu de tuberculose, e no hospital disse que o seu nome era Maria da Glória. Aproveitando a oportunidade de mudar de nome, assumiu o nome da amiga que morreu, Lúcia. Foi à Europa com um amante, e quando voltou, só encontrou a irmãzinha Ana, que pôs num colégio. Largou a vida mundana para morar com Paulo. Viviam como namorados, mas Lúcia agora recusava a ser amante de Paulo, e voltou a usar o seu nome de batismo. Descobriu que estava grávida, mas sofreu um aborto espontâneo, e se recusou a tomar remédio para expelir o feto morto. Faleceu de infecção, declarando o seu amor, e pediu a Paulo que protegesse a sua irmã, deixando cinquenta contos de réis, e morreu dizendo-se sua noiva eterna, no céu.

RESUMO DE DIVA

A história é narrada por Augusto Amaral, médico que cuidou da filha mimada de um capitalista carioca (Emília ou Mila) contra a vontade dela, por ela ser uma feia garota pré-adolescente, para Paulo, seu amigo. Anos depois, Mila cresce e se torna uma das mais belas moças da sociedade carioca, e fica dividida e confusa frente ao amor de Amaral. Amaral e Emília ficam presos em jogos de amor, amizade e desprezo que são por vezes infantis e outras humilhantes. Augusto se declara, Emília diz não o amar. Por fim, Augusto renega seu amor, e Emília, finalmente declara seu amor por meio de uma carta. Augusto percebe que, na verdade, ainda a ama, e eles se casam e vivem felizes.

RESUMO DE SENHORA

Aurélia Camargo tinha uma infância modesta em companhia de sua mãe. O irmão de Aurélia morre, e com isso sua mãe começa a se preocupar com seu futuro. O tio Lemos mostra-se galanteador durante a infância de Aurélia, mas a menina não aceita. Quem realmente ganha o coração da menina é Fernando Seixas. Seixas se constrangeu por namorar moça tão pobre. Aurélia chega a renegar outros pretendentes de posição melhor do que Seixas devido ao amor que sentia por ele, mas o rapaz prefere deixar Aurélia para o outro pretendente, o qual demonstra muito carinho pela moça. Mas

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sabendo da recusa dela, Seixas volta e a pede em casamento. Lemos interfere nos acontecimentos falando com o pai de Adelaide sobre as vantagens de prometer sua filha a outro homem que não o seu amado Dr. Torquato. Adelaide acaba gostando de Seixas e por isso o apresenta em casa, fazendo o rapaz calcular todas as vantagens que teria com este casamento. Aurélia descobre que foi trocada por Adelaide através de uma carta anônima. Reencontra o avô, que ao morrer deixa toda a sua fortuna para ela. Lemos fica como tutor, e nomeia D. Firmina como acompanhante. Certo dia, Aurélia convoca seu tutor para falar sobre seu casamento. Cita o casamento de Adelaide com o recém-chegado ao Rio de Janeiro: Seixas. Aurélia pede ao Sr. Lemos que a auxilie no desmanche deste compromisso de Adelaide, pois além do interesse em Seixas, ela pretende fazer com que Adelaide se case com seu verdadeiro amor, o Dr. Torquato Ribeiro. Aurélia pede ao tutor que dê 50 contos de rés retirados de sua herança como dote a Ribeiro. Ela pede também que procure seu pretendente escolhido e lhe ofereça 100 contos de rés de dote, o casamento com separação de bens e que de forma nenhuma quebre o segredo de seu nome. Inicialmente, Fernando Seixas não aceita a proposta, mas muda de idéia, pois precisa do dinheiro para dar um dote a uma de suas irmãs. Surpreende-se em reconhecer Aurélia e se sente humilhado, mas Lemos diz que Aurélia não sabe do acordo. Depois do casamento, na noite de núpcias, Aurélia mostra a sua crueldade demonstrando todo o desprezo que tinha e chegando a mencionar o acordo de 100 contos de rés. Passam a viver sobre aparências na sociedade, e o verdadeiro inferno sob quatro paredes. Seixas se sente humilhado, mas submete-se aos seus caprichos. Depois de algum tempo, Fernando descobre um valor que tem a receber, que juntando com algum que já possuía conseguiria devolver o dote a Aurélia e viver livre de tamanhas ofensas. Aproveitando a devolução do dinheiro, Seixas conta à esposa o porquê de ter aceitado a separação no passado. Aurélia declara seu amor e mostra que no mesmo dia que o humilhou na noite de núpcias, escreveu seu testamento onde deixava tudo o que tinha para seu tão amado marido. Naquele momento, ela demonstra que abdicava de toda a fortuna para ficar ao lado de Seixas. Eles se beijam e têm um final feliz, e finalmente consumam o casamento.

 MANUEL ANTÔNIO DE ALMEIDA: Memórias de um Sargento de Milícias, de 1852, foi seu único livro. Retrata as classes média e baixa, algo muito incomum para a época, na qual os romances retratavam os ambientes aristocráticos. A narrativa, de estilo jornalístico e direto, é considerada pré-realista, mas ainda presa aos moldes do romantismo, devido a ―conversão‖ de Leonardo a uma vida honesta, como membro da milícia, e seu final feliz com o amor de infância.

RESUMO DE MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MILÍCIAS

A história se passa no ―tempo do Rei‖, após a chegada da Família Real no Brasil. Leonardo, o futuro sargento de milícias, filho de Leonardo-Pataca e de Maria-Hortaliça, é o resultado das pisadelas, beliscões e outros atos similares praticados pelo casal de imigrantes portugueses durante a travessia do Atlântico rumo ao Rio de Janeiro. Maria-Hortaliça sente enjoos logo ao desembarcar e sete meses depois nasce um robusto menino, batizado com o nome do pai. A parteira (Comadre) e o barbeiro (Compadre) foram os padrinhos do herói. Leonardo-Pataca, que se tornara meirinho, confirma as suspeitas de que sua mulher o estava traindo. Briga com ela e expulsa o filho com um pontapé. Mais tarde, Maria foge com o capitão de um

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navio. Leonardo-Pataca vai viver com uma cigana, que também o engana. Leonardinho vive com o padrinho, e a cada dia se revela mais briguento e travesso. O padrinho tenta encaminhar o menino na prática da religião, coloca-o na escola. Mas Leonardo prefere a vida livre da vadiagem. Certo dia, em casa de Dona Maria, uma mulher das vizinhanças, conhece a sobrinha desta, Luisinha. Leonardo-Pataca, abandonado pela cigana, passa a viver com a filha da parteira, Chiquinha. Daí nasce uma filha e grandes confusões, pois Chiquinha e Leonardo se

detestavam. Aparece José Manuel, velho, fofoqueiro e golpista, que se casa com Luisinha por dinheiro. O padrinho morre, e Leonardo sai de casa, vagabundeando pelos subúrbios. Conhece Vidinha, mulata sensual, como Vidinha tinha outros pretendentes, cria-se grande confusão, e o major Vidigal, terror dos vagabundos, intervém, mas Leonardo consegue fugir. Logo depois, Leonardinho é preso. A madrinha recorre à ajuda de Maria Regalada, antigo amor de Vidigal. Com o tempo, Leonardo entra para a milícia e ascende ao posto de sargento de milícias. José Manuel revela-se péssimo marido, mas acaba morrendo, deixando Luisinha viúva e rica. O final é feliz: Luisinha e Leonardo se casam.

ROMANCE INDIANISTA

 JOSÉ DE ALENCAR: Afirmar a identidade brasileira significava em primeiro lugar valorizar nossos traços autóctones, isto é, aqueles que aqui já existiam antes da chegada dos colonizadores. O índio é quem irá representar esse papel, de vez que ele é o homem da terra brasileira em estado puro. Assim, o índio assumirá o papel de herói de símbolo da raça. Obras: O Guarani, Iracema, Ubirajara.

RESUMO DE O GUARANI

D. Antônio de Mariz, fidalgo de Portugal, leva adiante o projeto de colonização do Brasil. Na Serra dos Órgãos, às margens do Paquequer, afluente do Paraíba. A casa-forte de Mariz acolhe portugueses guerreiros, como o defensor Aires Gomes, e Álvaro, mas também mercenários, como o ex-padre Loredano, que assassinara um homem desarmado, a troco do mapa das famosas minas de prata. O plano de Loredano é de destruir a família de Mariz, inclusive raptar a filha dele, Cecília, pela qual Álvaro também é

apaixonado. Mas Cecília é constantemente vigiada por um índio forte e corajoso, Peri, que em recompensa por tê-la salvo certa vez de uma avalancha de pedras, recebeu a mais alta gratidão de D. Antônio e mesmo o afeto espontâneo da moça, que o trata como a um irmão. Diogo, filho de D. Antônio, sem querer mata uma índia aimoré durante a caça. Em busca de vingança, espreitam o banho de Ceci para assassiná-la. Peri desconfia de Loredano, sempre o impedindo de fazer mal à Ceci. Os aimorés vão ganhando a luta, mas Peri, sabendo que os aimorés são canibais, toma veneno, e sai à procura da tribo. Peri é subjugado, mas Álvaro (que a esta altura está enamorado de Isabel, irmã adotiva de Cecília) consegue salvar Peri. Peri volta e diz a Ceci que havia tomado veneno. A moça se desespera, e Peri volta à floresta

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em busca de um antídoto. De volta, traz o cadáver de Álvaro morto em combate com os aimorés. Isabel, inconformada, suicida-se sobre seu corpo. Loredano trama a morte de D. Antônio, mas é preso e condenado a morrer na fogueira, como traidor. O cerco dos aimorés é maior. D. Antônio deseja que a filha fuja com Peri para se salvar, e pede para que o índio se converta para o cristianismo. Peri aceita. Descendo por uma corda através do abismo, carregando Cecília, entorpecida pelo vinho que o pai lhe dera para que dormisse, Peri consegue afinal chegar ao rio Paquequer. Numa frágil canoa, vai descendo rio abaixo, até que ouve o grande estampido provocado por D. Antônio, que, vendo entrarem os aimorés em sua fortaleza, ateia fogo aos barris de pólvora, destruindo índios e portugueses. Únicas testemunhas, Peri e Ceci enfrentam a fúria da natureza. Cecília acorda e Peri lhe relata o sucedido. A moça prefere ficar com Peri, morando na selva. A tempestade faz as águas subirem ainda mais. Por segurança, Peri sobe ao alto de uma palmeira, protegendo fielmente a moça. Como as águas fossem subindo perigosamente, Peri, com força descomunal, arranca a palmeira do solo, improvisando uma canoa. O romance termina com a palmeira perdendo-se no horizonte, não perdendo-sem antes Alencar ter sugerido, nas últimas linhas do romance, uma bela união amorosa, semente de onde brotaria mais tarde a raça brasileira.

RESUMO DE IRACEMA

Durante uma caçada, Martim Soares Moreno, personagem histórico responsável pela colonização do Ceará, se perdeu dos companheiros pitiguaras e se pôs a caminhar sem rumo durante três dias. No interior das matas, encontra-se com Iracema, filha do pajé Araquém, da tribo dos Tabajaras. A índia o fere no rosto com uma flechada. Arrependida, correu até Martim e ofereceu-lhe hospitalidade, quebrando com ele a flecha da paz. Na tribo, encontra Irapuã, o chefe, seu rival. O duelo entre

ambos é interrompido pelo grito de guerra dos Pitiguaras, liderados por Poti (Antônio Felipe Camarão, personagem histórico), amigo de Martim. Iracema esconde-se com Martim e torna-se sua esposa, traindo o compromisso de virgem vestal, sacerdotisa da tribo e portadora do segredo da jurema, o segredo da fertilidade dos Tabajaras. Martim e Poti se reencontram, e fogem guiados por Iracema. Ela não revela a Martim o que houve entre ambos, só o fazendo depois da fuga. Trava-se um combate entre Tabajaras e Pitiguaras, conduzidos por Jacaúna, irmão de Poti. Iracema pede a Martim que não mate Caubi, seu irmão, e por duas vezes salva a sua vida. Os Tabajaras debandam, deixando Iracema triste e envergonhada. Iracema, Martim e Poti chegam ao território Pitiguara, de onde viajam para visitar Batuirité, o avô de Poti, fazendo, antes de morrer, a profecia da destruição de seu povo pelos brancos. Iracema engravida e, acompanhada de Poti, pinta o corpo de Martim, que passa a ser Coatiabo, ―o guerreiro pintado‖. Um mensageiro Pitiguara leva a Poti um recado de Jacaúna, contando sobre a aliança entre os franceses e os Tabajaras. Poti e Martim partem para a guerra. Iracema fica no litoral. Triste, recebe a visita de Jandaia, antiga companheira. Martim e Poti voltam vitoriosos. Martim sente saudades da pátria. Iracema profetiza a própria morte que ocorrerá com o nascimento do filho. Enquanto Martim estava combatendo, Iracema teve sozinha o filho, a quem chamou de Moacir, filho da dor. Certa manhã, ao acordar, ela viu à sua frente o irmão Caubi, que, saudoso, vinha visitá-la, trazendo paz. Admirou a criança, porém surpreendeu-se com a tristeza da irmã, que pediu a ele que voltasse para junto de Araquém, velho e sozinho. De tanto chorar, Iracema perdeu o leite para alimentar o filho. Foi à mata e deu de mamar a alguns cachorrinhos; eles lhe sugaram o peito e dele arrancaram o leite copioso para voltar a amamentar. A criança estava se nutrindo, mas a mãe perdera o apetite e as forças, por causa da tristeza. Findo o combate, Martim vinha apreensivo. Iracema só teve forças para erguer o filho e apresentá-lo ao pai. Em seguida, morreu, pedindo ao marido que a enterrasse ao pé do coqueiro. Iracema foi

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enterrada na terra onde futuramente viria a ser o Ceará. Martim retornou para Portugal, levando o filho. Quatro anos depois, eles voltaram para o Ceará, onde Martim implantou a fé cristã. Poti se tornou cristão e continuou fiel amigo de Martim. Os dois ajudaram o comandante Jerônimo de Albuquerque a vencer os tupinambás e a expulsar o branco tapuia. A jandaia permanecia cantando no coqueiro, ao pé do qual Iracema fora enterrada. Mas a ave não repetia mais o nome de Iracema.

RESUMO DE UBIRAJARA

O jovem caçador araguaia, Jaguarê, procura em terras alheias um inimigo para desafiar e combater. Levando um prisioneiro para sua taba, ele conseguirá seu título de guerreiro. Ao contrário do que esperava, encontra uma índia tocantim, filha do chefe, de nome Araci. Ela diz que em sua nação há cem guerreiros que vão disputar seu amor. Jaguarê é convidado a alistar-se entre eles, mas prefere dizer à virgem que mande todos seus pretendentes para combatê-lo. Após a partida de Araci, aparece um índio

tocantim, Pojucã, que aceita o desafio de Jaguarê. O índio araguaia vence e aprisiona o guerreiro tocantim com sua lança, intitulando-se a partir de então, Ubirajara, o senhor da lança. Ubirajara deixa o prisioneiro em sua taba, dando-lhe como esposa a jovem Jandira, que até aquele instante era sua noiva. Em seguida, parte para a nação dos tocantins. Jandira não aceita ser esposa de outro que não Ubirajara, e foge para a floresta. Ubirajara chega à taba de Araci e, como a lei da hospitalidade permite, não se identifica, adotando o nome de Jurandir, ―o que veio trazido pela luz‖. Compete com os demais e ganha o direito de casar-se com Araci, mas antes da noite nupcial é obrigado a identificar-se. Cria-se uma situação constrangedora, pois seu prisioneiro é irmão de Araci. Declara-se a guerra. Ubirajara liberta Pojucã para que possa lutar ao lado de seu povo. Quando os araguaias vão atacar, surgem os tapuias que, por justiça, têm o direito de guerrear antes dos araguaias, que devem esperar. O chefe dos tocantins, Itaquê, vence o chefe tapuia, mas fica cego, não podendo liderar seu povo. Para sucedê-lo, os guerreiros devem dobrar seu arco e atirar como ele. Como os guerreiros de seu próprio povo não conseguem, convidam Ubirajara a fazê-lo. O guerreiro araguaia, genro de Itaquê, consegue com tal destreza e força que emociona o velho Itaquê. Assim, Ubirajara une os dois arcos e as duas nações, araguaia e tocantim, dando origem à grande nação ubirajara. Como prêmio, ganha também duas esposas: Araci e Jandira.

ROMANCE REGIONALISTA

 JOSÉ DE ALENCAR: O maior mérito de Alencar, aqui, é o de ter inaugurado um caminho que se revelaria muito proveitoso para a literatura brasileira. Obras: O gaúcho, O sertanejo, O Tronco do Ipê, Til.

 BERNARDO GUIMARÃES: é conhecido na nossa literatura como o contador de ―casos‖, já que a característica mais importante de seus romances é o tom coloquial que imprime à narrativa. Bernardo Guimarães conseguiu adequar a trama romântica, onde um vilão ou outro obstáculo separa o herói e a

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ROMANTISMO BR-PROSA

heroína, até que se chegue a um final trágico ou feliz, depois de muita aventura e suspense, à realidade que o ambienta, para recriar o modo de vida do sertanejo brasileiro e da região em que ele se situa. O escritor também se preocupou em apresentar o caráter do homem do sertão, enfatizado seus traços psicológicos de tal maneira que chega a se aproximar das características que marcariam o estilo literário posterior, como o Realismo e o Naturalismo. Obras: O Ermitão de Muquém, O Garimpeiro, O Seminarista, O Índio Afonso, A Escrava Isaura. RESUMO DE O SEMINARISTA

Ambientado no interior de Minas Gerais, O Seminarista narra o drama de Eugênio e Margarida, que, na infância, passada no sertão mineiro, estabelecem uma amizade que logo vira paixão. O pai de Eugênio, indiferente aos sentimentos do filho, o obriga a ir para um seminário. Dilacerado entre o amor e a religiosidade, Eugênio segue para o mosteiro. Embora todo o sofrimento da perda amorosa, o jovem dedica-se à vida espiritual e acaba se ordenando sacerdote. Volta então à aldeia natal para rezar a sua primeira missa. Lá encontra a sua antiga paixão, Margarida, que está à beira da morte. Os dois não resistem ao impulso afetivo e mantêm relações. Em seguida, a heroína morre. Eugênio, ao saber da notícia, pouco antes de iniciar a missa, enlouquece de dor afetiva e moral, tanto pelo desaparecimento da amada quanto pela quebra do voto de castidade.

RESUMO DE A ESCRAVA ISAURA

A história se passa nos primeiros anos do reinado de D.Pedro II, nos Campos de Goitacases, no Rio de Janeiro. Malvina é moça rica e senhora da casa, onde mora Isaura, a escrava branca, bela e jovem. Isaura é de propriedade da sogra de Malvina, mãe de Leôncio e Henrique. Malvina é casada com Leôncio, proprietário da fazenda, onde o casal vive. Leôncio esbanja a fortuna do pai. No passado, o pai de Leôncio voltou os olhos para a mãe de Isaura, Juliana, que se apaixonou pelo feitor da fazenda, Miguel, pai de Isaura. Enfurecido com Juliana, o comendador a maltrata até a morte, deixando Isaura para ser educada pela esposa, mãe de Leôncio. Assim como o pai

fizera com Juliana, Leôncio persegue Isaura, o que provoca ciúmes da sua ex-amante, Rosa, que joga maldades na cabeça de Malvina. Malvina faz com que Isaura se junte às escravas, e Miguel vai em socorro da filha, juntando dez contos de réis para libertá-la. Leôncio se nega a entregar Isaura. Miguel e ela fogem em um navio negreiro para o Recife, onde conseguem alugar uma chácara. Vivem discretamente, até que um jovem estudante de Direito, Álvaro, um liberal republicano, quase socialista e abolicionista exaltado, ouve Isaura cantando. Descobre a bela moça, que diz chamar-se Elvira e o pai, Anselmo. O rico rapaz, órfão, dono de uma fortuna de dois mil contos de reis, nem desconfia que a jovem, com uma pinta negra no rosto, é uma escrava, e apaixona-se perdidamente por ela. Pai e filha são convidados por Álvaro para um baile, e temerosos de levantarem suspeitas, decidem ir à festa. Martinho, um dos convidados, viu num anúncio sobre a fuga da escrava, e desejoso da recompensa de cinco mil contos de réis, corre à polícia para dar queixa. A prova de que a moça é a escrava fugitiva é um sinal de queimadura que traz acima do seio. Álvaro oferece-lhe o dobro da recompensa para que desista da ideia. Ele assim o faz. Entretanto, não abandona a ideia da captura. Escreve a Leôncio, dizendo que encontrou a escrava. Leôncio leva Isaura e o pai, e Martinho perde os dez mil contos de réis, enquanto Álvaro se desespera. Leôncio se reconcilia com a esposa, mas só porque sua fortuna vai mal. Malvina afirma que ajudará financeiramente Leôncio se ele a liberte para se casar com o jardineiro Belchior, que é

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ROMANTISMO BR-PROSA

anão, corcunda, velho, e horrendo. No dia do casamento, Álvaro se apresenta e comunica que tudo o que pertence a Leôncio passou às suas mãos, visto ter comprado todas suas dívidas. Portanto, Isaura, também, não é mais sua escrava. Oferece o braço à amada, que clama perdão para os patrões. Leôncio, cego de ódio, diz que jamais viverá da clemência de Álvaro e, rapidamente, vai para o quarto ao lado, de onde se ouve um tiro. Malvina, aterrorizada, cai: Leôncio estourou o crânio com um tiro de pistola.

 VISCONDE DE TAUNAY: Foi um dos primeiros prosadores brasileiros a emprestar a linguagem coloquial regional em suas obras. Taunay tinha um agudo senso de observação e análise, aliado a uma vivência riquíssima da paisagem e da História do Brasil. Soube conjugar as características fundamentais da estética romântica com grande acuidade na construção de tipos e na

descrição das paisagens brasileiras. Focalizou os usos e costumes do interior do país, em narrativas pitorescas. Obras: A retirada da Laguna, Inocência.

RESUMO DE INOCÊNCIA

Pereira vive na fazenda com Inocência, sua filha de 18 anos. Seu pai exige-lhe obediência total, num regime antigo, e ela é educada longe do mundo. Escolhe para ela um noivo, Manecão, um homem criado no sertão bruto, de índole violenta. Tico é o guarda da moça Inocência, anão, negro e mudo. Um dia, Pereira encontrou Cirino, um médico charlatão. Inocência estava doente, e Cirino a curou. Os dois apaixonaram-se, e se encontravam às escondidas no laranjal. Tico estava atento, e Pereira desconfiava que o Dr. Meyer, um naturalista alemão, caçador de borboletas, era o namorado proibido de Inocência. Dr. Meyer tinha por objetivo descobrir espécimes novos para museus europeus. Inocência foi maltratada pelo pai, quando este soube de seu

amor com o doutor. Resistiu e jurou não se casar com Manecão. Mas o pai achou que a filha estava de mau olhado por causa do Dr. Meyer. E encontrou uma solução: ele ou Manecão mataria o intruso. Dr. Meyer não deu ouvidos a Pereira, zombando de sua ameaça. Tico, após testemunhar o amor existente entre Inocência e Cirino, explicou ao Sr. Pereira tudo que se passava por meio de mímica. Manecão começou a seguir os passos de Cirino, até que um dia matou-o. Cirino caiu por terra, pedindo água e sussurrando o nome de Inocência. Agonizante, exigia do mineiro Antônio Cesário que não deixasse Inocência casar-se com Manecão. Enquanto isso, o Dr. Meyer apresentava aos entomólogos do mundo a sua mais recente descoberta: uma borboleta até então desconhecida: "Papilio Innocentia:" em homenagem à Inocência, a moça do sertão de Santana do Paranaíba, da Parte sul oriental do Mato Grosso. Inocência, exatamente nesse dia, dois anos faria que tinha morrido. Não aguentou saber que ficaria sem Cirino.

 FRANKLIN TÁVORA: Lutou pela criação da Literatura do Norte, tornando-se um dos fundadores do regionalismo. Cria, com perfeição, os tipos e figuras características do Norte. Obras: O Cabeleira, O matuto, Lourenço.

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ROMANTISMO BR-PROSA RESUMO DE O CABELEIRA

O romance se passa pelos anos de 1770, em Pernambuco. O protagonista, Cabeleira, é famoso por sua carreira de crime. Cabeleira era o apelido de José Gomes, filho de um mameluco, Joaquim Gomes, um sujeito cruel. Da mãe herdou um coração benévolo e um natural brando, mas aprendeu com o pai a depravação e a violência. José, Joaquim e mais um cabra chamado Teodósio causavam terrível pânico por aquelas bandas, invadindo vilas, matando e saqueando o que podiam carregar. Após algumas

aventuras, o Cabeleira reencontra Luisinha, sua vizinha e amiga de infância, com quem prometera certa vez se casar, mas não a reconhecendo, sequestra-a e mata sua mãe. Após ter conhecimento de quem ela é, o coração do cangaceiro se transforma, ele pede perdão a ela por seus crimes e jura nunca mais fazer mal a alguém. Abandonando seu bando, os dois fogem juntos, mas Luisinha morre. Cabeleira, mudado e desconsolado, foi preso e morto na forca.

ROMANCE HISTÓRICO

 JOSÉ DE ALENCAR: O romance histórico não deu muito certo no Brasil. O romance histórico faz mais sentido na Europa, onde as tradições medievais de cada nação forneciam matéria narrativa e efetivamente refletiam as origens de cada país. Obras: As Minas de Prata, Guerra dos Mascates.

TEATRO

 JOSÉ DE ALENCAR: O demônio familiar é a sua peça mais famosa: história de um escravo, Pedro, que quer casar os patrões com parceiros mais abonados e acaba sendo o ―capeta‖ da trama. O castigo que ele recebe é a alforria.

 MARTINS PENA: Reúne quase 30 peças, dentre comédias, sátiras, farsas e dramas. Destacou-se especialmente por suas comédias, nas quais imprimiu caráter brasileiro, fundando o gênero da comédia de costumes no Brasil, mas foi criticado pela baixa qualidade de seus dramas. Obras: O juiz de paz na roça, O judas no sábado de aleluia, O noviço, Os dois ou O inglês maquinista.

TESTES

01. (PSC) Das opções abaixo, apenas uma NÃO se refere corretamente ao indianismo brasileiro. Assinale-a:

a) O poema ―I-Juca-Pirama‖ é um dos grandes momentos da poesia indianista. b) Mostra o índio, raça nativa do Brasil, como um autêntico herói.

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ROMANTISMO BR-PROSA

c) O romance Inocência é uma das principais obras desse movimento. d) Peri e Ceci são personagens de um famoso romance desse movimento. e) Iracema, guardiã do segredo da Jurema, se apaixona pelo cristão Martim. Resposta: Alternativa C

02. (PSC) Das afirmativas abaixo, apenas uma NÃO se refere de modo correto ao romance Memórias de um Sargento de Milícias. Qual é ela?

a) O final infeliz, com a morte de Leonardo, demonstra a proximidade do Realismo. b) Não existe a sentimentalidade romântica subordinada ao triunfo do primeiro amor. c) Há duas mulheres envolvidas sentimentalmente com o herói: Luisinha e Vidinha. d) Foi publicado primeiro em folhetins do jornal ―Correio Mercantil‖, entre 1852 e 1853. e) Oferece-nos um painel histórico da sociedade brasileira à época de Dom João VI. Resposta: Alternativa A

03. (PSC) Leia os enunciados abaixo:

I O enredo fala sobre Augusto, que, quando criança, jurou amar eternamente uma menina cujo nome ignora. Mais tarde, conhece Carolina, por quem se apaixona, mas não quer quebrar os votos de fidelidade da infância. Tudo se soluciona quando descobre que Carolina e a menina do passado são a mesma pessoa.

II O enredo se passa em torno de uma jovem, Aurélia Camargo, filha de uma pobre costureira. Foi abandonada por Fernando Seixas, que desfez o namoro para se casar com Adelaide, uma moça rica. Mais tarde, Aurélia herda grande fortuna e resolve se vingar do ex-namorado, comprando-o para marido.

As informações acima dizem respeito, respectivamente, aos romances: a) Diva, de José de Alencar, e A Normalista, de Adolfo Caminha

b) Inocência, do Visconde de Taunay, e O Moço loiro, de Joaquim Manuel de Macedo c) A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, e Senhora, de José de Alencar d) Inocência, do Visconde de Taunay, e A Viuvinha, de José de Alencar

e) O Seminarista, de Bernardo Guimarães, e O Moço loiro, de Joaquim Manuel de Macedo Resposta: Alternativa C

04. (PSC) O romance em que José de Alencar narra os conflitos amorosos entre Fernando Seixas e Aurélia Camargo, caracterizando, ao mesmo tempo, a classe média carioca do século XIX, se intitula:

a) Diva b) Sonhos d’ouro c) Senhora d) A Viuvinha e) Cinco minutos Resposta: Alternativa C

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ROMANTISMO BR-PROSA

Com a tarde, voltaram Meyer, José Pinho e Pereira e, pouco depois deles, três avelhantados escravos; estes dos trabalhos agrícolas, aqueles de grandes excursões entomológicas.

Vinha o mineiro meio risonho e em altos gritos acordou Cirino, que, deitando-se a dormir, sonhara todo o tempo com a graciosa doente.

– Olá, amigo! olá, doutor! chamou Pereira com voz retumbante, isso é que é vida, hem? Enquanto nós trabalhamos, eu e o Mochu do José, você está nessa cama de veludo!...

– É verdade, concordou o moço, apenas os Srs. se foram, estendi as pernas e até agora enfiei um sono só...

– E o remédio da menina? perguntou Pereira abaixando a voz.

Pelo ambiente de fazenda, pelo nome de alguns personagens e pelo tom romântico da narrativa, estamos diante de um trecho do romance:

a) A Moreninha, de Bernardo Guimarães b) Lucíola, de José de Alencar

c) O Sertanejo, de José de Alencar d) Inocência, do Visconde de Taunay e) O Garimpeiro, de Bernardo Guimarães Resposta: Alternativa D

06. (PSC) Assinale a opção cujo enunciado NÃO pode ser aplicado ao romance Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida:

a) O amoralismo do livro não é complacente, pois ridiculariza as convenções sociais como forma de se opor à idéia da família como base da sociedade.

b) O modelo literário é a narrativa picaresca, o relato amoral do marginal anti-heróico, rebotalho da sociedade.

c) O ―jeitinho brasileiro‖ é um recurso que aparece em episódios como o do final, quando a comadre se mobiliza para salvar Leonardo da chibata e do alistamento.

d) A linguagem, considerando-se a época, é coloquial e se encarrega de tolher toda capa de solenidade aos gestos e ocorrências.

e) O livro, sob a falsa aparência do relato com marginais, trata, na verdade, de um caso de ascensão social.

Resposta: Alternativa A

07. (PSC) São romances escritos por Joaquim Manuel de Macedo: a) A Luneta Mágica, A Moreninha, Lucíola

b) Lucíola, O Garimpeiro, O Moço Loiro c) A Moreninha, O Garimpeiro, Diva

d) A Carteira de meu tio, Senhora, A Luneta Mágica e) O Moço Loiro, A Carteira de meu tio, A Moreninha Resposta: Alternativa E

08. (PSC) Todas as afirmativas abaixo expressam características do romance romântico brasileiro, EXCETO:

a) Tornou-se comum a busca de temas históricos para a elaboração do enredo. b) Os ficcionistas passam a fundir realidade e fantasia, análise e invenção. c) Preferência por personagens-tipo, resultado de sínteses de variados traços.

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ROMANTISMO BR-PROSA

d) As leis científicas predominam sobre as concepções transcendentais e teológicas. e) Houve a preocupação com uma língua nacional, liberta das normas clássicas. Resposta: Alternativa D

09. (PSC) O enredo trata de uma fascinante moça chamada Carolina, na qual um jovem chamado Augusto acabará, mediante intervenções de cunho casamenteiro, por reconhecer o primeiro amor de sua infância. A afirmativa acima se refere ao romance:

a) A Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo. b) A Pata da gazela, de José de Alencar.

c) O Tronco do ipê, de José de Alencar.

d) O Moço loiro, de Joaquim Manuel de Macedo. e) O Seminarista, de Bernardo Guimarães. Resposta: Alternativa A

10. (PSC) Leia o trecho abaixo para, em seguida, responder ao que sobre ele se indaga: De repente, os sons melancólicos de um clarim prolongaram-se pelo ar quebrando o concerto da tarde; era um dos aventureiros que tocava a Ave-Maria.

Todos se descobriram.

D. Antônio de Mariz, adiantando-se até à beira da esplanada para o lado do ocaso, tirou o chapéu e ajoelhou.

Ao redor dele vieram agrupar-se sua mulher, as duas moças, Álvaro e D. Diogo; os aventureiros, formando um grande arco de círculo, ajoelharam-se a alguns passos de distância.

Era uma cena ao mesmo tempo simples e majestosa. Loredano foi o único que conservou o seu sorriso desdenhoso.

Pelo ambiente descrito e pelo nome de personagens, podemos afirmar que se trata de um trecho do romance:

a) O Sertanejo, de José de Alencar.

b) O Garimpeiro, de Bernardo Guimarães. c) As Minas de prata, de José de Alencar. d) A Escrava Isaura, de Bernardo Guimarães. e) O Guarani, de José de Alencar.

Resposta: Alternativa E

11. (PSC) Assinale a opção que caracteriza a prosa de Bernardo Guimarães:

a) Ideologicamente, propaga as idéias liberais da época, afirmando-se ao lado dos oprimidos e agredindo as estruturas sociais então vigentes.

b) Sua cosmovisão contém os germens lançados pelo cientificismo libertário de Tobias Barreto, de Sílvio Romero e da Escola do Recife.

c) Tingiu-se de Naturalismo, já que o enredo e os personagens submetem-se ao destino cego das ―leis naturais‖.

d) Seu regionalismo mistura elementos tomados à narrativa oral, os ―causos‖ e as ―estórias‖ do sertão de Minas e Goiás, com uma boa dose de idealização.

e) Desnudou as mazelas da vida pública e procedeu a um profundo exame psicológico das personagens, buscando descobrir o motivo de suas ações.

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ROMANTISMO BR-PROSA Resposta: Alternativa D

12. (PSC) Senhora, de José de Alencar, desmente a ideia de que a sensualidade é prerrogativa dos romances contemporâneos, e que aos romances românticos cabia apenas amor platônico. Observe os fragmentos abaixo, todos retirados de ALENCAR, José. Senhora. 34 ed. São Paulo: Ática, 2003, e assinale a alternativa que NÃO comprova a ideia apresentada acima:

a) ―Sem galopes infernais e as extravagantes figuras que fazem das quadrilhas e valsas um perfeito corrupio de doidos ou um redemoinho de gente tocada da tarântula, reinava ali sempre uma animação de bom gosto que excitava o prazer e derramava a alegria sem amarrotar as moças, nem espremer as damas entre os cavalheiros.‖

b) ―Aurélia cerrara a meio as pálpebras; seus longos cílios franjados, que roçavam o cetim das faces, sombrearam o fogo intenso do olhar, que escapava-se agora em chispas sutis, e feriam o semblante de Seixas com os rútilos de uma estrela. A valsa é filha das brumas da Alemanha, e irmã das louras valquírias do norte. [...] Há nessa dança impetuosa alguma cousa que lembra os mistérios consagrados a Vênus pela Grécia pagã, ou o delírio das bacantes quando agitavam o tirso.‖

c) ―Se Adelaide inclinava-se à frente para trocar alguma observação, bombeava graciosamente diante de Fernando as espáduas que a luz do gás esbatendo-se em cheio jaspeava. Se a moça apoiava-se indolentemente à coluna, era o seu lindo colo vazado por decote de ninfa, que se oferecia aos olhos de Fernando.‖

d) ―Aurélia procurou a mão do marido e encostou-a na testa. Debruçando-se para ela com esse movimento, Seixas roçara com o braço o contorno de um seio palpitante. A moça estremeceu como se a percutisse uma vibração íntima, e apertou com uma crispação nervosa a mão do marido que ela conservara na sua.‖

e) ―Aurélia fitou o retrato com delícia. Arrebatada pela veemência do afeto que intumescia-lhe o seio, pousou nos lábios frios e mortos da imagem um beijo férvido, pujante, impetuoso; um desses beijos exuberantes que são verdadeiras explosões da alma irrupta pelo fogo de uma paixão subterrânea, longamente recalcada.‖

Resposta: Alternativa A

13. (F. ADM. GOV. VALADARES) O que é CORRETO afirmar sobre a obra O Guarani e seu autor?

a) O Guarani é um romance da estética realista brasileira.

b) A natureza é cheia de poesia e o homem primitivo é capaz de penetrar em todo o seu significado. c) Todas as falas das personagens têm a ver com a realidade dos nativos do Brasil.

d) Os heróis dos romances indianistas e regionais de Alencar são figuras que exaltam os valores morais do povo brasileiro.

e) Peri é uma espécie de anti-herói, uma personagem caricaturizada. Resposta: Alternativa A

14. (ESPM) Assinale a alternativa que NÃO contém obra de José de Alencar:

a) Diva – O demônio familiar b) O Gaúcho – A Pata da Gazela c) A Guerra dos Mascates – O Sertanejo d) Senhora – As Minas de Prata

e) Helena – O Seminarista

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ROMANTISMO BR-PROSA

15. (UMA) Todas as afirmativas são VERDADEIRAS quanto à obra Iracema, de José de Alencar, EXCETO:

a) O título da obra pode ser considerado anagrama de América, indício de caráter indianista. b) Iracema e Martim representam, respectivamente, o mundo selvagem e o mundo civilizado. c) A amostragem da formação da nação brasileira é propósito da construção da narrativa. d) O nome da personagem Moacir, filho de Iracema e Martim, significa ―filho do sofrimento‖. e) Poti, como ―bom selvagem‖, mostra a integridade do indígena.

Resposta: Alternativa E

16. (FUND. UNIV. ITAÚNA) Quanto à prosa romântica, é INCORRETO afirmar que: a) O romance urbano amadureceu o próprio romance como gênero e preparou os caminhos do romance político-social, menos cultivado por outros movimentos literários.

b) O indianismo foi uma das principais tendências do Romantismo brasileiro.

c) Alguns escritores do Romantismo criaram uma literatura fantasiosa, identificada com um universo de satanismo, mistério, morte, sonho, loucura e degradação.

d) O romance brasileiro assumiu o papel de um dos principais instrumentos no processo de ―redescoberta‖ do país e de busca de uma identidade nacional.

e) Ao romance regionalista coube a missão nacionalista do Romantismo de dar ao país uma visão sobre si mesmo.

Resposta: Alternativa A

17. (UNISUÍ) Assinale a alternativa INCORRETA a respeito de Iracema, de José de Alencar:

a) Nela aponta-se a confluência dos gêneros literários lírico e épico. b) É uma exaltação da flora, da fauna e da terra brasileira.

c) Retrata a luta pela colonização do Ceará, no início do século XVII. d) É uma obra essencialmente lírica, pois é repleta de elementos sonoros.

e) Iracema pode ser considerada a personagem-símbolo da terra-mãe que seduz o estrangeiro. Resposta: Alternativa D

18. (FUVEST) Indique a alternativa que se refere CORRETAMENTE ao protagonista de Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida.

a) Ele é uma espécie de barro vital, ainda amorfo, a que o prazer e o medo vão mostrando os caminhos a seguir, até sua transformação final em símbolo sublimado.

b) Enquanto clínico, calcula friamente o carreirismo matrimonial; mas o sujeito moral sempre emerge, condenando o próprio cinismo ao inferno da culpa, do remorso e da expiação.

c) A personalidade assumida de sátiro é a máscara de seu fundo lírico, genuinamente puro, a ilustrar a tese da ―bondade natural‖, adotada pelo autor.

d) Este herói de folhetim se dá a conhecer sobretudo nos diálogos, nos quais revela ao mesmo tempo a malícia aprendida nas ruas e o idealismo romântico que busca ocultar.

e) Nele, como também em personagens menores, há o contínuo e divertido esforço de driblar o acaso das condições adversas e a avidez de gozar os intervalos da boa sorte.

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ROMANTISMO BR-PROSA

19. (UFRS-RS) Leia o texto abaixo, extraído do romance Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida.

―Desta vez porém Luisinha e Leonardo, não é dizer que vieram de braço, como este último tinha querido quando foram para o Campo, foram mais adiante do que isso, vieram de mãos dadas muito familiar e ingenuamente. E ingenuamente não sabemos se se poderá aplicar com razão ao Leonardo.‖

Considere as afirmações abaixo sobre o comentário feito em relação à palavra ingenuamente na última frase do texto:

I. O narrador aponta para a ingenuidade da personagem frente à vida e às experiências desconhecidas do primeiro amor.

II. O narrador, por saber quem é Leonardo, põe em dúvida o caráter da personagem e as suas intenções.

III. O narrador acentua o tom irônico que caracteriza o romance. Quais estão corretas?

a) Apenas I b) Apenas II c) Apenas III d) Apenas II e III e) I, II e III Resposta: Alternativa B 20. (FUVEST) Leia:

Sua história tem pouca coisa de notável. Fora Leonardo algibebe¹ em Lisboa, sua pátria; aborrecera-se porém do negócio, e viera ao Brasil. aqui chegando, não se sabe por proteção de quem, alcançou o emprego de que o vemos empossado, o que exercia, como dissemos, desde tempos remotos. Mas viera com ele no mesmo navio, não sei fazer o quê, uma certa Maria de hortaliça, quitandeira das praças de Lisboa, saloia² rechonchuda e bonitona. O Leonardo, fazendo-se-lhe justiça, não era nesse tempo de sua mocidade mal apessoado, e sobretudo era maganão³. Ao sair do Tejo, estando a Maria encostada à borda do navio, o Leonardo fingiu que passava distraído junto dela, e com o ferrado sapatão assentou-lhe uma valente pisadela no pé direito. A Maria, como se já esperasse por aquilo, sorriu-se como envergonhada do gracejo, e deu-lhe também em ar de disfarce um tremando beliscão nas costas da mão esquerda. Era isto uma declaração em forma, segundo os usos da terra: levaram o resto do dia de namoro cerrado; ao anoitecer passou-se a mesma cena de pisadela e beliscão, com a diferença d serem desta vez um pouco mais fortes; e no dia seguinte estavam os dois amantes tão extremosos e familiares, que pareciam sê-lo de muitos anos. (Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um sargento de milícias).

Glossário:

1 algibebe: mascate, vendedor ambulante. 2 saloia: aldeã das imediações de Lisboa. 3 maganão: brincalhão, jovial, divertido.

Neste excerto, o modo pelo qual é relatado o início do relacionamento entre Leonardo e Maria: a) manifesta os sentimentos antilusitanos do autor, que enfatiza a grosseria dos portugueses em oposição ao refinamento dos brasileiros.

b) revela os preconceitos sociais do autor, que retrata de maneira cômica as classes populares, mas de maneiras respeitosa a aristocracia e o clero.

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ROMANTISMO BR-PROSA

c) reduz as relações amorosas a seus aspetos sexuais e fisiológicos, conforme os ditames do Naturalismo.

d) opõe-se ao tratamento idealizante e sentimental das relações amorosas, dominante do Romantismo.

e) evidencia a brutalidade das relações interraciais, própria do contexto colonial escravista. Resposta: Alternativa D

21. (UFOP) Em relação a Lucíola, de José de Alencar, assinale a alternativa INCORRETA. a) A obra apresenta muito adequadamente o tema da prostituta regenerada, bem ao gosto do Romantismo.

b) O narrador tem, além dos leitores da obra, explicitamente uma interlocutora como personagem-leitora.

c) A narrativa se constrói em dois tempos muito bem marcados: o da vivência e o da narração da vivência.

d) A aparição de Maria da Glória resolve todos os problemas da personagem Lúcia, porque aponta o caminho da expiação da culpa, construindo um final feliz para a narrativa.

e) A presença de muitos paradoxos românticos (virtude X vício, alma X corpo, amor X prazer, ingenuidade X devassidão, família X prostituição) é possível perceber nesse romance.

Resposta: Alternativa D

22. (UFOP) Assinale a alternativa INCORRETA a respeito de Lucíola, de José de Alencar. a) É Paulo – como protagonista – simultaneamente agente da narração e objeto da narrativa. b) É um romance que apresenta uma pluralidade de olhares narrativos, principalmente na caracterização da personagem Lúcia.

c) É um romance que traz uma visão alienada da sociedade urbana do Rio de Janeiro, por focalizar unicamente o drama individual da protagonista.

d) É através do distanciamento temporal que a narrativa se torna possível, pois a narração é ativada pela memória.

e) É a protagonista construída em dualidade, uma vez que, dissociando corpo e alma, ela também tem dois nomes, duas casas, dois estilos de vida.

Resposta: Alternativa B

23. (UFLA) De acordo com a leitura da obra Lucíola, de José de Alencar, julgue as afirmativas e, a seguir, marque a alternativa CORRETA.

I. Há, em Lucíola, um clima de sensualidade constante, combinado com o ardor e sofrimento, bem no clima da literatura romântica que predominava na segunda metade do século XIX.

II. O romance entre os protagonistas, Lúcia e Paulo, ―sacode‖ a Corte e provoca um excitado burburinho na sociedade. De um lado, a mulher que, sendo de todos, jurava não se prender a nenhum homem; de outro, o homem em dúvida entre o amor e o preconceito.

III. O foco narrativo é em 3ª pessoa; o narrador-observador não participa da história; com isso, há um forte apelo à imaginação do leitor.

IV. Em Lucíola, o amor não resiste às barreiras sociais e morais. Assim é o romance da bela Lúcia, a mais rica e cobiçada cortesã do Rio de Janeiro, e Paulo, um jovem modesto e frágil.

a) Apenas a afirmativa I é correta.

b) Apenas as afirmativas I, II e IV são corretas. c) Apenas as afirmativas I e IV são corretas. d) Apenas as afirmativas I e II são corretas.

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ROMANTISMO BR-PROSA

e) Apenas as afirmativas I, II e III são corretas. Resposta: Alternativa B

24. (UNICENTRO) Relativamente ao romance Inocência, de Taunay, todas as afirmativas abaixo são procedentes, EXCETO:

a) O autor desenvolve toda a história em cenário e meio tipicamente sertanejo.

b) Numa atmosfera agreste e idílica, a gente rústica do sertão de Mato Grosso vive seus conflitos. c) Pereira decide casar a filha com Manecão, homem honrado e rude tal como o pai de Inocência. d) Órfã de mãe desde o nascimento, Inocência é criada pelo pai, Pereira, mineiro afetuoso, mas turrão.

e) Inocência, que vivia, desde menina, apaixonada pelo prático Cirino, deixa de aceitar o noivado imposto pelo pai.

Resposta: Questão nula, duas respostas (C e E)

25. (PUC-SP) A questão central, proposta no romance Senhora, de José de Alencar, é a do casamento. Considerando a obra como um todo, indique a alternativa que NÃO condiz com o enredo do romance:

a) O casamento é apresentado como uma transação comercial e, por isso, o romance estrutura-se em quatro partes: preço, quitação, posse, resgate.

b) Aurélia Camargo, preferida por Fernando Seixas, compra-o e ele, contumaz caça-dote, sujeita-se ao constrangimento de uma união por interesse.

c) O casamento é só de fachada e a união não se consuma, visto que resulta de acordo no qual as aparências sociais devem ser mantidas.

d) A narrativa marca-se pelo choque entre o mundo do amor idealizado e o mundo da experiência degradante governado pelo dinheiro.

e) O romance gira em torno de intrigas amorosas, de desigualdade econômica, mas, com final feliz, porque, nele, o amor tudo vence.

Resposta: Alternativa B

26. (FATEC) Leia e responda ao que se pede:

―Seixas aproximou-se do toucador, levado por indefinível impulso; e entrou a contemplar minuciosamente os objetos colocados em cima da mesa de mármore; lavores de marfim, vasos e grupos de porcelana fosca, taças de cristal lapidado, jóias do mais apurado gosto. À proporção que se absorvia nesse exame, ia como ressurgindo à sua existência anterior, a que vivera até o momento do cataclismo que o submergira. Sentia-se renascer para esse fino e delicado materialismo, que tinha para seu espírito aristocrático tão poderosa sedução e tão meiga voluptuosidade. Todos esses mimos da arte pareciam-lhe estranhos e despertavam nele ignotas emoções; tal era o abismo que o separava do recente passado. Era com uma sofreguidão pueril que os examinava um por um, não sabendo em qual se fixar. Fazia cintilar os brilhantes aos raios de luz; e aspirava a fragrância que se exalava dos frascos de perfume com um inefável prazer. Nessa fútil ocupação demorou-se tempo esquecido. Porventura sua memória atraída pelas reminiscências que suscitavam objetos idênticos a esses, remontava o curso de sua existência, e descendo-o, depois o trazia àquela noite fatal em que se achava e à pungente realidade desse momento. Recuou com um gesto de repulsão.‖ (José de Alencar, Senhora)

Considerando este trecho no contexto da obra a que pertence, é CORRETO afirmar que, nele, a personagem Fernando Seixas:

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ROMANTISMO BR-PROSA

a) rejeita os objetos que o cercam, porque deseja conquistar posição elevada em ambientes sofisticados

b) dá-se conta de que aqueles objetos, que tanto valorizara, nesse momento eram a comprovação dos erros que praticara.

c) experimenta o fascínio por objetos luxuosos que não são seus e decide lutar para conseguir possuí-los.

d) sente renascer nele a revolta por não dispor de meios econômicos para possuir objetos luxuosos. e) relembra infantilmente sua existência anterior, quando podia usufruir do luxo que agora perdia, e lamenta sua situação atual.

Resposta: Alternativa B

27. (ITA) O romance Senhora (1875) é uma das obras mais representativas da ficção de José de Alencar. Nesse livro, encontramos a formulação do ideal do amor romântico: o amor verdadeiro e absoluto, quando pode se realizar, leva ao casamento feliz e indissolúvel. Isso se confirma, nessa obra, pelo fato de:

a) o par romântico central — Aurélia e Seixas — se casar no início do romance, pois se apaixonam assim que se conhecem.

b) o amor de Aurélia e Seixas surgir imediatamente no primeiro encontro e permanecer intenso até o fim do livro, quando o casal se une efetivamente.

c) o casal Aurélia e Seixas precisar vencer os preconceitos sócio-econômicos para se casar, pois ela é pobre e ele é rico.

d) a união efetiva só se realizar no final da obra, após a recuperação moral de Seixas, que o torna digno do amor de Aurélia.

e) o enriquecimento repentino de Aurélia possibilitar que ela se case com Seixas, fatos que são expostos logo no início do livro.

Resposta: Alternativa D

28. (UNEAL) Leia o trecho a seguir:

A voz da moça tomara o timbre cristalino, eco da rispidez e aspereza do sentimento que lhe sublevava o seio, e que parecia ringir-lhe nos lábios como aço.

— Aurélia! Que significa isto?

— Representamos uma comédia, na qual ambos desempenhamos o nosso papel com perícia consumada. Podemos ter esse orgulho, que os melhores atores não nos excederiam. Mas é tempo de pôr termo a esta cruel mistificação, com que nos estamos escarnecendo mutuamente, senhor. Entretemos na realidade por mais triste que ela seja; e resigne-se cada um ao que é, eu, uma mulher traída; o senhor, um homem vendido.

— Vendido! Exclamou Seixas ferido dentro d'alma.

— Vendido sim; não tem outro nome. Sou rica, muito rica, sou milionária; precisava de um marido, traste indispensável às mulheres honestas. O senhor estava no mercado; comprei-o. Custou-me cem mil cruzeiros, foi barato; não se fez valer. Eu daria o dobro, o triplo, toda a minha riqueza por este momento.

Aurélia proferiu estas palavras desdobrando um papel no qual Seixas reconheceu a obrigação por ele passada ao Lemos. (José de Alencar, Senhora)

O texto acima está contido na primeira parte do romance Senhora, de José de Alencar. Sobre o trecho e sobre esse romance, analise os enunciados abaixo.

1) O livro se divide em quatro partes, sendo a primeira delas intitulada "O Preço", de onde foi retirado o texto; nela, Aurélia revela a Fernando Seixas que o comprara pelo valor de um dote.

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ROMANTISMO BR-PROSA

2) As partes intituladas "O Preço", "Quitação", "Posse' e ""Resgate" remetem o leitor ao universo capitalista de mercado e compreendem, ao mesmo tempo, a história do romance, ao sugerir que as relações sociais são mediadas pelo valor de troca.

3) No texto, ao dizer a Seixas que os dois estão representando uma comédia, Aurélia demonstra sua lucidez por meio do sarcasmo: como todos no meio social, ela e o esposo representarão felicidade para os demais, apesar de não se sentirem felizes.

4) Embora analise as relações sociais sob uma perspectiva mais realista, o romance Senhora trai sua condição romântica, na medida em que, no desfecho, a protagonista esquece o passado em nome do verdadeiro amor.

Estão corretas: a) 1 e 3 apenas b) 2, 3 e 4 apenas c) 3 e 4 apenas d) 1, 2, 3 e 4 e) 1, 2 e 4 apenas Resposta: Alternativa D

29. (Lógica) Atente para as descrições abaixo e indique a relação INCORRETA entre obra, heroína e autor:

I. ―O que porém mais era de admirar na interessante menina, é que aquela predileção e extremosa solicitude de que era objeto, não a tornava impertinente, vaidosa ou arrogante nem mesmo para com seus parceiros de cativeiro. O mimo, com que era tratada, em nada lhe alterava a natural bondade e candura do coração. Era sempre alegre e boa com os escravos, dócil e submissa com os senhores‖.

II. ―É o prazer em ebulição; se é inquieta e buliçosa, está em sê-lo a sua maior graça; aquele rosto moreno, vivo e delicado, aquele corpinho, ligeiro como abelha, perderia metade de que vale, se não estivesse em contínua agitação. O beija-flor nunca se mostra tão belo como quando se pendura na mais tênue flor e voeja nos ares; _____ é um beija-flor completo‖.

III. ―Tinha quatorze anos quando a vi pela primeira vez. Era uma menina muito feia, mas da fealdade núbil que promete a donzela esplendores de beleza. Há meninas que se fazem mulheres como as rosas: passam de botão a flor: desabrocham. Outras saem das faixas como os colibris da gema: enquanto não emplumam são monstrinhos; depois tornam-se maravilhas ou primores. Era _____ um colibri implume; por conseguinte um monstrinho‖.

IV. ―Era uma menina branca, órfã, de índole benigna e de muito bonitos modos. Compadecida da pouca sorte da pequena, uma viúva recolheu-a em sua casa à conta de filha, e começou logo a ter para ela maternal solicitude. _____ era digna deste amparo, não só pelos predicados sobreditos, senão também pelos seus encantos naturais que a todos cativavam com justa razão‖.

V. ―Levantou-se alegre e tranqüila, penteou seus negros e compridos cabelos, plantou entre eles um botão de rosa, seu enfeite favorito, e vestiu-se com certo esmero e faceirice, como noiva, que se prepara para ser conduzida ao altar... Não, como vítima, que se adorna para o sacrifício. Mesmo abatida como se achava, estava fascinante de beleza. Tinha nos olhos uma luz tão lânguida e quebrada, na boca uma expressão tão voluptuosa, as faces um tanto desbotadas tinham um matiz de jambo tão suave e delicado, e o colo e os braços acetinados eram de tão fresca e mimosa morbidez, que a custo se acreditaria, que aquela moça estava precisada dos socorros extremos da religião‖.

a) I: Isaura; A Escrava Isaura; Bernardo Guimarães; b) II: Carolina; A Moreninha; Joaquim Manuel de Macedo;

c) III: Luisinha; Memórias de um Sargento de Milícias; Franklin Távora; d) IV: Luisinha; O Cabeleira; Franklin Távora;

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ROMANTISMO BR-PROSA Resposta: Alternativa C

30. (Lógica) Assinale a alternativa INCORRETA a respeito da prosa romântica brasileira: a) O Filho do Pescador foi o primeiro romance deste estilo a ser publicado no Brasil. Porém, recebeu duras críticas, devido ao seu enredo fraco e confuso.

b) José de Alencar destacou-se, sobretudo, como escritor regionalista, com seus Perfis de Mulher definidos em três desses romances.

c) A heroína romântica mais fora do comum, por ser leviana e adúltera, foi Laura, de O Filho do Pescador.

d) Memórias de um Sargento de Milícias é considerado precursor da estética realista, mas manteve seus laços com o Romantismo por apresentar a redenção do protagonista – o primeiro anti-herói da Literatura Brasileira – e um final feliz.

e) O Ermitão de Muquém foi o primeiro romance significativo de Bernardo Guimarães para o romance regionalista brasileiro.

Referências

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