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Sistema de gestão ambiental em uma indústria de móveis de madeira

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS,

ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

JOSIANE DE OLIVEIRA SCHLOTEFELDT

SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL EM UMA INDÚSTRIA DE

MÓVEIS DE MADEIRA

IJUÍ (RS)

2015

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JOSIANE DE OLIVEIRA SCHLOTEFELDT

SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL EM UMA INDÚSTRIA DE

MÓVEIS DE MADEIRA

Trabalho de Conclusão de curso, apresentado no Curso de Ciências Contábeis, Departamento de Ciências Administrativas, Econômicas, Contábeis e da Comunicação (DACEC), da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí), como requisito para a obtenção do Grau de Bacharel em Ciências Contábeis.

Profª Orientadora: MARIA MARGARATE BACCIN BRIZOLLA

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, que me permitiu viver e conquistar tudo o que tenho até hoje, principalmente nesse momento tão especial, que é a conclusão de mais uma etapa da minha vida.

Agradeço aos meus pais, que nunca mediram esforços para me ajudar, e pelas orações diárias mesmo longe. À minha irmã, pelo incentivo de sempre, e por ser minha fonte de inspiração e exemplo de perseverança.

Agradeço ao meu namorado, que em todos os momentos só me incentivou, e nunca criticou a minha ausência e falta de tempo, muito pelo contrário, sempre me deu forças para continuar e dedicar o meu melhor.

Por fim, agradeço a minha orientadora Maria Margarete, que acreditou no meu potencial, me desafiou e me instigou a crescer como pessoa e aluna.

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RESUMO

No cenário atual, muito se tem falado sobre o meio ambiente e formas de reduzir os prejuízos a ele causados. Empresas podem evitar danos por meio de um sistema de gestão ambiental relacionado com a contabilidade ambiental, já que a contabilidade não objetiva só o patrimônio financeiro de uma organização, mas também um patrimônio ambiental, que contribui para a tomada de decisão e gera informações para os usuários, buscando diminuir os prejuízos ao meio ambiente provenientes de sua atividade. Neste sentido, o tema de estudo é a proposição de um Sistema de Gestão Ambiental em uma indústria de móveis de madeira, na busca de evidenciar informações ambientais, que podem tornar-se receitas futuras e, dessa forma, reduzir ou extinguir custos, despesas e impactos ambientais. O objetivo do estudo é verificar como a implantação do Sistema de Gestão Ambiental, baseado na Norma Iso 14001, pode melhorar os indicadores de impactos ambientais em uma organização do segmento moveleiro da região noroeste do RS. A metodologia utilizada foi uma pesquisa aplicada qualitativa, descritiva e estudo de caso, onde os dados foram levantados a partir da análise documental e visitas à organização para observação e entrevista despadronizada, posteriormente os dados foram analisados, interpretados e descritos, no intuito de responder a questão norteadora do estudo. Os resultados mostram que a implantação de um sistema de gestão ambiental baseado na Iso 14001, e adaptado conforme as necessidades da empresa, pode melhorar os indicadores de desempenho ambiental e econômico, visto que minimiza o consumo de itens que fazem parte das atividades inerentes ao processo produtivo e administrativo, assim como permite pensar alternativas para os destino dos resíduos dessas atividades, possibilitando novas receitas.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Produção por linha de produtos no Brasil ...29

Quadro 2 – Produção por linha de produto no Rio Grande do Sul ...30

Quadro 3 – SGA Iso 14001 comparado a proposta realizada na empresa ...36

Quadro 4 – Encaminhamento e descartes dos resíduos ...40

Quadro 5 – Principais itens do processo de produção geradores de receitas ...40

Quadro 6 – Consumo de MDF, plástico bolha e madeira de pinus ...41

Quadro 7 – Receitas ambientais no processo de produção ...41

Quadro 8 – Encaminhamento e descartes dos resíduos ...42

Quadro 9 – Papel ofício x papel reciclado ...43

Quadro 10 – Comparação de lâmpadas ...44

Quadro 11 – Consumo de energia elétrica ...44

Quadro 12 – Consumo de água descarga antiga x descarga acionamento duplo ...45

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Modelo de sistema de gestão ambiental para a norma Iso 14001 ...21

Figura 2 – Etapas do processo de produção ...31

Figura 3 – Máquina esquadrejadeira e suas perdas ...37

Figura 4 – Reservatório de serragem máquina seccionadora ...38

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LISTA DE ABREVIAÇÕES

IEMI Instituto de Estudos e Marketing Industrial Iso International Organization for Standardization LED Light Emitting Diode

MDF Medium Density Fiberboard

Movergs Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul P+L Produção mais limpa

PDCA Plan-Do-Check-Act PVC Policloreto de vinila

SGA Sistema de Gestão Ambiental

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 8

1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 9

1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA EM ESTUDO ... 9

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ... 10 1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA ... 10 1.4 OBJETIVOS ... 12 1.4.1 Objetivo geral ... 12 1.4.2 Objetivos específicos ... 12 1.5 JUSTIFICATIVA ... 12 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 14 2.1 CONTABILIDADE ... 14 2.2 CONTABILIDADE AMBIENTAL ... 14 2.2.1 Ativo ambiental ... 15 2.2.2 Passivo ambiental ... 16 2.2.3 Custos ambientais ... 17 2.2.4 Receitas ambientais ... 17 2.2.5 Despesas ambientais ... 18 2.3 GESTÃO AMBIENTAL ... 19

2.3.1 Sistemas de gestão ambiental ... 19

2.4 MODELO DE GESTÃO AMBIENTAL PROPOSTO ... 21

2.5 ESTUDOS ANTERIORES ... 23

3 METODOLOGIA DO ESTUDO ... 25

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 25

3.2 COLETA DE DADOS ... 27

3.2.1 Instrumentos de coleta de dados ... 27

3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ... 28

4 ESTUDO DE CASO ... 29

4.1 PROCESSO DE PRODUÇÃO ... 31

4.2 PASSOS DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL ISO 14001 ... 32

4.3 PROPOSTA DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL PARA A EMPRESA ... 34

4.4 PROCESSOS DE PRODUÇÃO/ADMINISTRAÇÃO E PERFORMANCE AMBIENTAL ... 36

4.4.1 Processo de Produção ... 37

4.4.2 Processos Administrativos ... 42

CONCLUSÃO ... 48

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INTRODUÇÃO

No cenário atual, muito se tem falado sobre o meio ambiente e formas de reduzir os prejuízos a ele causados. Cidadãos e organizações do mundo todo buscam meios de prevenir e extinguir esses danos.

As pessoas podem ajudar com um pequeno gesto em casa ou no trabalho, tendo consciência de suas atitudes, melhorando seus costumes. Empresas podem evitar danos ao meio ambiente por meio de um sistema de gestão ambiental que, relacionado com a contabilidade ambiental, torna-se uma ferramenta muito mais importante, gerando informações ambientais e também econômicas.

A contabilidade não objetiva só o patrimônio financeiro de uma organização, mas também um patrimônio ambiental, que contribui para a tomada de decisão e gera informações para os usuários, buscando diminuir os prejuízos ao meio ambiente provenientes de sua atividade.

Com este intuito, o tema apresentado é a proposição de um Sistema de Gestão Ambiental em uma indústria, na busca de evidenciar informações ambientais que possam ajudar a administração a reduzir custos, despesas e impactos ambientais, na mesma forma que haverá a diminuição de despesas contábeis.

No capítulo 1, consta a contextualização do estudo, seguido da definição do tema, caracterização da organização estudada, problematização do tema, objetivos gerais e específicos e da justificativa da autora em efetuar esta pesquisa.

No capítulo 2, é abordado o referencial teórico, apresentando os assuntos pesquisados, com o objetivo de revisar e ampliar conhecimentos na área estudada, para que se consiga uma melhor compreensão da parte teórica do tema, e haver a clareza de ideias envolvendo a contabilidade ambiental e sistemas de gestão ambiental.

Logo após, no capítulo 3, mostra-se a metodologia utilizada para auxiliar o estudo, havendo a classificação do tipo de pesquisa efetuada, quanto à natureza, quanto à forma de abordagem do problema, objetivos e procedimentos técnicos. Em seguida, é explicado como ocorreu a coleta de dados, com os instrumentos e a análise e interpretação de dados.

O capítulo 4 apresenta o estudo de caso, com o funcionamento das atividades da organização, uma proposta de um sistema de gestão ambiental, e a performance ambiental nos setores da empresa em estudo. Por fim, as conclusões apuradas e as referências consultadas.

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1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

A contabilidade é uma ciência social que tem o objetivo de propiciar informações úteis e seguras aos seus usuários, para a tomada de decisão em uma organização. Essas informações podem ser gerenciais, financeiras e fiscais. Entre elas, encontram-se os Sistemas de Gestão Ambiental (SGA).

Assim sendo, o primeiro capítulo apresenta o tema de estudo, seguido da caracterização da organização estudada, do problema, dos objetivos gerais e específicos e, por fim, da justificativa.

1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA EM ESTUDO

Do mesmo modo que a contabilidade geral, a contabilidade ambiental é muito importante e auxilia a organização em sua tomada de decisão. Ela registra bens, direitos e obrigações ambientais de uma entidade e suas mutações patrimoniais expressas em moeda, fornecendo informações para alertar os stakeholders sobre os problemas ambientais vivenciados e quais as medidas a serem tomadas para diminuir ou extinguir esses impactos negativos na natureza.

Um sistema de gestão ambiental é um conjunto de procedimentos para gerir e administrar uma organização, para obter um melhor relacionamento com a natureza. A norma

International Organization for Standardization - Iso 14001 estabelece especificações e de

como se deve implementar um sistema de gestão ambiental (D’AVIGNON, 1995).

Após o comprometimento com as questões ambientais e a avaliação inicial, começa-se a implantar os outros requisitos especificados pela norma. Abaixo eles aparecem em ordem de implementação, o que não impede que certas etapas sejam executadas paralelamente:

I) Estabelecimento da política ambiental da organização; II) Planejamento para implantação;

III) Implantação e operação;

IV) Monitoramento e ações corretivas;

V) Revisão ou análise crítica (D’AVIGNON, 1995, p.27).

A relação da empresa com o meio ambiente será notável após a inserção do sistema de gestão ambiental, pois haverá uma definição clara sobre quais atitudes tomar. O sistema controlará todos os documentos e informações referentes aos requisitos de qualidade ambiental, com isso, os acidentes ecológicos poderão ser encontrados e corrigidos antes da

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ocorrência do dano, dessa forma, os custos da solução e os riscos de comprometer o meio ambiente serão menores.

[...] podemos definir como objetivo da contabilidade ambiental: identificar, mensurar e esclarecer os eventos e transações econômico-financeiros que estejam relacionados com a proteção, preservação e recuperação ambiental, ocorridos em um determinado período, visando a evidenciação da situação patrimonial de uma entidade (RIBEIRO, 2010, p.45).

Neste sentido, o tema de estudo é a proposição de um Sistema de Gestão Ambiental em uma indústria de móveis de madeira, na busca de evidenciar informações ambientais, que podem tornar-se receitas futuras e, dessa forma, reduzir ou extinguir custos, despesas e impactos ambientais.

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

A organização em estudo é uma indústria de móveis de madeira, situada na região noroeste do estado do Rio Grande do Sul. Ela foi fundada em 27 de Março de 2009, por três sócios. A empresa tem como atividade principal a fabricação de móveis, com predominância de madeira, e também exerce como atividade secundária um comércio varejista de móveis. Esta empresa tem como regime de tributação o Simples Nacional e é considerada como empresa de pequeno porte, já que no último ano calendário encerrado obteve uma receita bruta maior que R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais). A média mensal de faturamento no ano de 2014 foi de R$ 33.422,92 (trinta e três mil quatrocentos e vinte e dois reais, e noventa e dois centavos).

A indústria possui a participação de três sócios atuantes como gerentes, com a igual divisão de quotas entre si: 33,33% para cada um, totalizando um capital social de R$ 15.000,00 (quinze mil reais). Todos retiram pró-labore mensalmente. No quadro de colaboradores, a entidade conta com seis funcionários que se dividem em: uma projetista, dois marceneiros e três auxiliares de marceneiro.

1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA

Nos últimos anos, as empresas têm se dedicado cada vez mais na busca por meios que possam diminuir os impactos negativos ao meio ambiente, pois os consumidores estão mais exigentes em relação à sustentabilidade e a legislação ambiental. Dessa forma, a empresa deve

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buscar processos operacionais que causem menos impactos à natureza, para ocasionar uma melhora na própria entidade, sociedade e meio ambiente e, para que isso aconteça, é preciso haver uma análise contábil ambiental minuciosa e correta, que identifique a melhor forma de inserir a contabilidade ambiental na organização.

A relação entre meio ambiente e desenvolvimento está associada à necessidade da adoção de posturas fundamentadas na compreensão de qual deve ser o caráter do desenvolvimento adotado, analisando-se de forma integrada os custos sociais, econômicos e ambientais dela decorrentes. A busca de formas integradas de abordar as questões ambientais e do desenvolvimento levou à necessidade da criação de conceitos que permitissem trabalhar de forma harmônica essa dualidade (SEIFFERT, 2011, p. 3).

A contabilidade ambiental tem o objetivo de destacar os benefícios de sua aplicação em uma entidade, e a redução que pode causar nos desperdícios e custos ambientais. Com a contabilidade ambiental é possível diminuir os prejuízos à natureza, aumentar as receitas financeiras e melhorar a imagem em frente aos usuários internos e externos.

Conforme Ferreira (2003, p.40): “O objetivo maior da gestão ambiental deve ser o de propiciar benefícios à empresa que superem, anulem ou diminuam os custos das degradações, causados pelas demais atividades da empresa, e principalmente, pela área produtiva”.

A aplicação da Contabilidade Ambiental proporciona reduções de custos na gestão de resíduos, dado que os custos com manuseio e de deposição de resíduos são fáceis de mensurar e de classificar a produtos específicos (KRAEMER, 2005).

As possibilidades oferecidas pela implantação de Sistemas de Gestão Ambiental vão ao encontro das necessidades das organizações, principalmente em virtude da multiplicidade de contextos socioeconômico-ambientais que elas enfrentam (SEIFFERT, 2011).

A empresa objeto de estudo é uma indústria de móveis de madeira, assim sendo, sente a necessidade de verificar aonde pode haver melhorias econômicas e socioambientais com a implantação da contabilidade ambiental na organização. Dessa forma, o presente estudo busca saber: Como a implantação do SGA, baseado na norma Iso 14001, pode melhorar os indicadores de impactos ambientais em uma organização do segmento moveleiro da região noroeste do RS?

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1.4 OBJETIVOS

Os objetivos se dividem em geral e específicos. Segundo Beuren et al (2004, p.65): “o objetivo geral é uma ação ampla do problema, e os objetivos específicos devem descrever ações pormenorizadas, para alcançar o objetivo geral estabelecido.”

1.4.1 Objetivo geral

Verificar como a implantação do SGA, baseado na norma Iso 14001, pode melhorar os indicadores de impactos ambientais em uma organização do segmento moveleiro da região noroeste do RS.

1.4.2 Objetivos específicos

Os objetivos específicos são:

• Revisar a bibliografia pertinente ao assunto tratado;

• Identificar os passos para a implantação do SGA estabelecido pela norma Iso 14001; • Planejar e propor um SGA;

• Identificar possibilidades de melhoria dos processos produtivos e administrativos e performance ambiental da empresa.

1.5 JUSTIFICATIVA

Empresas estão mais interessadas em negociar com outras, que tenham um sistema de gestão ambiental, que se preocupam com o meio. Cidadãos não querem mais consumir produtos de empresas que tenham uma imagem negativa na sociedade. Eis que no meio dessa turbulenta mudança de hábitos e gerenciamento, está a contabilidade ambiental.

A contabilidade ambiental existe para auxiliar as empresas em sua gestão. Não há pontos negativos relevantes em utilizá-la em uma entidade, já que, quando é aplicada, traz benefícios econômicos e socioambientais, sem contar que a empresa torna-se muito bem vista por seus usuários internos e externos, trazendo receitas jamais imaginadas.

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Se identificada corretamente, esta contabilidade pode ser a chave do sucesso de muitas organizações atualmente, já que a questão ambiental é um dos assuntos mais falados e preocupantes do planeta.

Para a empresa projetada, é importante este estudo porque abre novos caminhos e novas formas de gerenciar, trazendo benefícios econômicos e socioambientais. A organização poderá trabalhar de uma maneira que conquistará novos clientes, fornecedores, parceiros e lucros, fazendo com que sua imagem seja autopromovida no seu campo de atuação na região, estado e até em nível nacional.

Para a Universidade e para o Curso de Ciências Contábeis é muito importante o estudo deste tema, porque é uma área pouco explorada, fazendo com que a biblioteca virtual da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - Unijuí esteja cada vez mais atualizada e, assim, promover o assunto em questão, para que este seja ampliado e mais estudado por outros acadêmicos no decorrer dos anos.

Para a acadêmica do curso de Ciências Contábeis, autora deste estudo, é de suma importância este estudo, porque é um tema original, e torna-se um desafio, na medida em que se constata que existe pouco estudo na área. Dessa forma, é o primeiro passo para iniciar sua vida profissional, estimulando novas pesquisas e aprimoramentos que a farão se especializar no tema abordado.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo, apresentam-se os assuntos pesquisados, com o objetivo de revisar e ampliar conhecimentos na área estudada, para que se consiga uma melhor compreensão da parte teórica do tema e, assim, possa haver a clareza de ideias envolvendo a contabilidade ambiental e sistemas de gestão ambiental.

2.1 CONTABILIDADE

A contabilidade é uma ciência social que tem como objeto o patrimônio. O patrimônio é composto por bens, direitos e obrigações de uma organização. Para Basso (2011), o patrimônio é enfocado pela contabilidade sob dois aspectos: qualitativo e quantitativo. No primeiro, consideram-se bens, direitos e obrigações do ponto de vista de sua natureza, no segundo, considera do ponto de vista monetário, expresso por valor econômico.

Montoto (2011) complementa que a contabilidade é uma ciência que estuda o patrimônio de uma entidade econômico-administrativa, com o objetivo de obter registros classificados e sintetizados dos fenômenos que afetam a sua situação patrimonial e financeira.

Conforme Greco; Arend; Gartner (2007, p.2): “São fins da contabilidade: assegurar o controle do patrimônio e fornecer as informações sobre a composição e variações patrimoniais, bem como o resultado das atividades econômicas desenvolvidas”.

Desta forma, fica claro que sem a contabilidade, as organizações não teriam um alicerce para sobreviver no mercado. A contabilidade é essencial para a existência das empresas, seja de pequeno ou grande porte, já que não haveria a possibilidade de ter um controle financeiro e patrimonial sem ela.

2.2 CONTABILIDADE AMBIENTAL

Já se houve falar em contabilidade ambiental desde meados de 1970, por isso, não é coerente dizer que este tipo de contabilidade é novo. Porém, só nos anos seguintes que pessoas e organizações deram uma maior atenção a ela, percebendo que é necessária para uma melhor interação do meio ambiente e da empresa. É possível que a natureza e organizações andem lado a lado.

“As empresas passaram a ter de enfrentar, em todas as frentes (ambiental, social, política), novos imperativos que também as estão forçando a uma tomada de consciência

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sobre uma necessária mutação, com a emergência de práticas mais responsáveis”. (LAVILLE, 2009, p.69).

De acordo com Carvalho (2012), a contabilidade ambiental é um destaque dado aos registros e evidenciações da entidade, referentes aos fatos relacionados com o meio ambiente. Não é considerada uma nova técnica ou ciência, como a auditoria ou análise de balanços, mas sim, uma vertente da contabilidade, que estuda fatos mais específicos de uma determinada área, no caso, a área ambiental.

Esta área da contabilidade surgiu para acompanhar as mudanças ocasionadas pela nova postura de se preservar o meio ambiente, já que a contabilidade convencional não estava preparada para registrar essas mudanças adequadamente (SILVA, 2009). Seu objetivo é identificar, mensurar e esclarecer os eventos e transações econômico-financeiros que estejam relacionados com a proteção, preservação e recuperação ambiental de um determinado período, visando evidenciar a situação patrimonial de uma organização (RIBEIRO, 2010).

Ao contrário da contabilidade tradicional, os demonstrativos ambientais não são obrigatórios. São efetuados relatórios ambientais facultativos, de acordo com as atividades da empresa, e esses podem ser adaptados nas demonstrações contábeis tradicionais, como balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício. Podem ser identificadas as contas contábeis que apresentam conteúdo informacional de fatos inerentes às questões ambientais, dessa forma, é possível verificar o que são ativos, passivos, receitas, despesas e custos ambientais para uma melhor tomada de decisão.

2.2.1 Ativo ambiental

Na contabilidade tradicional, o Ativo retrata os bens da entidade e os direitos que ela possui, expressos em moeda, resultantes de quantias que terceiros devem (GRECO; AREND; GARTNER, 2007). Refletindo a respeito das questões ambientais que impactam o patrimônio das organizações, percebe-se que este conceito pode ser aplicado aos eventos de natureza ambiental ocorridos no decorrer das atividades econômicas das empresas.

Sendo assim, os ativos ambientais são todos os bens e direitos que as empresas possuem que geram benefícios futuros e que visem à preservação, proteção e recuperação da natureza (RIBEIRO, 2010). Abrangendo a posse e não apenas a propriedade de recursos econômicos que estejam à disposição da empresa, e mantenham capacidade de gerar benefícios no futuro (FERREIRA, 2003).

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Os ativos ambientais podem estar nos seguintes grupos de contas: estoques ambientais, que podem ser produtos reciclados, bens do processo produtivo que seriam descartados e que atualmente são reciclados e vendidos. Nas contas de investimento ambiental, que podem ser aquisições de florestas com o objetivo de recuperar ou manter o ambiente preservado. Nas contas de imobilizado ambiental, que podem ser máquinas, equipamentos e instalações, que foram adquiridas para proteger ou recuperar o ambiente (CARVALHO, 2012). Existem ativos ambientais que ainda não possuem um critério de mensuração definido, como por exemplo, a qualidade do ar, rios e do meio ambiente em que está sob a influência da organização (TINOCO, 2006).

Os ativos ambientais são os bens e direitos relacionados ao meio ambiente que a organização possui e que irão gerar benefícios futuros.

2.2.2 Passivo ambiental

Na contabilidade convencional, o passivo compreende as dívidas da entidade. São obrigações assumidas perante terceiros, por exemplo: títulos a pagar, ordenados a pagar, impostos a pagar, contas a pagar. Representam a origem dos capitais de terceiros (BASSO, 2011). Considerando esse contexto, no que se refere às questões ambientais, entende-se que este conceito pode ser aplicado aos eventos de natureza ambiental ocorridos no decorrer das atividades econômicas das empresas.

Os passivos ambientais são obrigações ocorridas em decorrência da necessidade de preservar o meio ambiente. Adquirindo insumos antipoluentes de terceiros, a empresa estará aumentando seu passivo ambiental, também quando a empresa viabiliza treinamento a seus colaboradores para operar equipamentos que podem minimizar a emissão de poluentes e preservar o meio ambiente (RIBEIRO, 2010).

Carvalho (2012) destaca que os passivos ambientais são obrigações da entidade decorrentes de danos causados ao meio ambiente, de infrações ambientais, ou empréstimos que serão aplicados na área ambiental. Passivo ambiental também pode vir de atitudes positivas, quando representam obrigações referentes a áreas de recuperação, ou gestão ambiental. Silva (2009) complementa que passivo ambiental são todas as obrigações a pagar para terceiros, que envolveram a empresa com o meio ambiente e que levaram a algum tipo de dano ambiental, incluindo multas por descumprimento legal.

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Sendo assim, destaca-se que os passivos ambientais podem ser decorrentes de compras de bens que irão compor o ativo ambiental, de prejuízos ao meio ambiente, como multas a pagar e infrações a pagar por mau comportamento em relação à natureza.

2.2.3 Custos ambientais

Na literatura de contabilidade societária ou financeira, os custos são gastos utilizados na atividade produtiva, como matérias-primas, pessoal de produção e outros gastos de uma fábrica. São os sacrifícios econômicos necessários para a produção de itens que serão transformados em receitas (MONTOTO, 2011). Este entendimento pode ser relacionado às questões de cunho ambiental, considerando que para Silva (2009) custos ambientais são os necessários para obter uma receita ambiental.

Nas questões ambientais, os custos ambientais diretos são aqueles onde os fatos geradores afetam o meio ambiente e o impacto pode ser identificado a uma ação poluidora. Custos ambientais indiretos são os fatos geradores que afetam indiretamente a natureza e o impacto não pode ser diretamente ligado a uma ação poluidora (FERREIRA, 2003).

São custos ambientais: custos de reciclagem de materiais, gastos com depreciação e amortização de ativos ambientais, tratamento de efluentes, recuperação de áreas contaminadas, materiais utilizados na preservação ambiental, e até salários do pessoal empregado na área ambiental da empresa. Se esses custos ambientais não forem empregados diretamente no setor de produção da empresa, eles devem ser classificados como despesas ambientais (CARVALHO, 2012).

Os custos ambientais são todos os gastos relacionados ao meio ambiente, que estão diretamente ligados ao setor de produção.

2.2.4 Receitas ambientais

Receita, na contabilidade tradicional, é a variação que provoca a entrada de elementos no ativo, provenientes das atividades da entidade, que são vendas de mercadorias, produtos, bens e serviços. As receitas contribuem positivamente no patrimônio da empresa (BASSO, 2011). O entendimento de receitas ambientais também acompanha este conceito, uma vez que as receitas ambientais podem ser de venda de produtos reciclados ou subprodutos, prestação de serviços especializados em consultorias ambientais, venda de tecnologias ambientais, etc (SILVA, 2009).

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Carvalho (2012) complementa que os produtos reciclados podem ser vendidos tanto como matéria-prima para outras atividades, como também, reutilizadas na própria empresa. São também consideradas receitas ambientais os valores que a organização economizou, em virtude dos serviços de recuperação e prevenção de gastos ambientais, por exemplo, multas ambientais que foram isentadas de pagar, por estarem trabalhando corretamente.

Tinoco; Kraemer (2004) complementam que o ganho de mercado que a empresa passa a receber depois que os stakeholders reconhecem suas políticas ambientais, e dão preferência aos seus produtos, são consideradas receitas ambientais.

As receitas ambientais podem ser referentes a resíduos e sobras que são reciclados, reaproveitados e revendidos, ou ainda, referentes a gastos ambientais que foram deixados de pagar por existir um sistema de gestão ambiental correto na organização, sendo assim, as receitas impactam positivamente no patrimônio liquido da entidade.

2.2.5 Despesas ambientais

As despesas na execução da atividade fim da empresa referem-se ao sacrifício econômico para a geração de receitas (BASSO, 2011). As despesas ambientais são todos os gastos relacionados ao meio ambiente que contribuem no exercício das atividades operacionais, de modo a desenvolver comportamentos de prevenção e proteção ambiental em um determinado período. Por exemplo: despesa com manutenção de um sistema de gestão ambiental, compra de insumos antipoluentes, treinamentos específicos do meio ambiente, auditoria ambiental (RIBEIRO, 2010). Percebe-se que as definições se assemelham, ficando claro que os conceitos da contabilidade societária ou financeira podem ser aplicados nos fatos inerentes às questões ambientais, que provocam modificações patrimoniais.

De forma geral, as despesas ambientais contribuem para a formação, manutenção, recuperação ou degradação da reputação de uma organização, dependendo da finalidade (PAIVA, 2003). Por exemplo, despesa ambiental com compensações são os benefícios que a entidade se compromete a proporcionar à comunidade, como uma reposição pelos danos causados ao meio ambiente (CARVALHO, 2012).

Ferreira (2003) complementa ainda que despesas ambientais não estão diretamente relacionadas com a atividade produtiva da organização, mas dão suporte a atividade operacional de manutenção e venda dos produtos com consciência ambiental. Por exemplo: gastos com política interna de preservação ambiental, despesa com auditoria ambiental, consultoria para elaboração de um sistema de gestão ambiental.

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A diferença entre custo ambiental e despesa ambiental é que o primeiro está diretamente ligado ao setor de produção, e o segundo está ligado de forma indireta ao setor de produção, pois dá suporte ao processo de gestão e venda dos produtos na organização.

2.3 GESTÃO AMBIENTAL

A gestão ambiental está relacionada às políticas ambientais, planejamento ambiental e o próprio gerenciamento ambiental. Considerando que estes fatos afetam o patrimônio das organizações, a contabilidade ambiental refere-se ao registro, interpretação e divulgação desses fatos aos usuários das informações, melhorando a qualidade informacional das entidades (SEIFFERT, 2011). Uma gestão ambiental de sucesso depende da qualidade da informação recebida. Sendo assim, deve haver uma relação sólida entre contabilidade e gestão ambiental (FERREIRA, 2003).

Para Jabbour e Jabbour (2013), gestão ambiental é a adoção de práticas gerenciais de planejamento e organização, de gestão operacional e de comunicação, com o objetivo de melhorar a relação entre a organização e o meio ambiente, diminuindo os impactos ambientais e aproveitando os benefícios associados à melhoria do desempenho ambiental.

Castro Neto e Itoz (2005) ainda comentam que gestão ambiental é um conjunto de políticas e práticas administrativas e operacionais, que levam em conta a proteção do meio ambiente, através da eliminação ou diminuição de impactos ambientais, decorrentes das atividades das organizações.

A partir do exposto pelos autores, verifica-se que a gestão ambiental está voltada aos fatos inerentes ao meio ambiente, fazendo com que alguns processos operacionais sejam adaptados, a fim de alcançar os objetivos e metas almejados, no sentido de diminuir a degradação e preservar o meio ambiente, utilizando de modo consciente os recursos disponíveis na natureza que são de suma importância para as atividades econômicas.

2.3.1 Sistemas de gestão ambiental

Um sistema de gestão ambiental pode ser considerado um importante instrumento de gestão, uma vez que facilita a integração dos aspectos ambientais na estratégia da empresa e na cadeia de decisão operacional, que impactam diretamente os negócios das organizações (GONÇALVES; HELIODORO, 2005).

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A implantação do SGA não resolve os problemas na empresa, sendo importante a análise e avaliação do modelo aplicado, buscando verificar se os resultados esperados estão ocorrendo e caso não, investigar a razão das falhas e tomar as medidas necessárias para a correção. Também, entende-se como relevante que controlar o desempenho e resultado dos investimentos é tão importante quanto a decisão de investir (RIBEIRO, 1998).

D’avignon (1995) ressalta a importância de avaliar o relacionamento da empresa com a natureza, fazendo um levantamento das ocorrências, das condições de funcionamento da produção e analisar a legislação vigente, isso pode auxiliar no planejamento do SGA.

“Os instrumentos de gestão ambiental são responsáveis por agrupar as práticas de gestão ambiental adotadas pelas organizações e, por meio da sinergia entre elas, influenciar positivamente o desempenho ambiental das organizações” (JABBOUR; JABBOUR, 2013, p.57). Os mesmos autores citam, ainda, que os dois principais instrumentos de gestão ambiental organizacional são a Iso 14001 e produção mais limpa (P+L) (JABBOUR; JABBOUR, 2013).

SGA é a forma utilizada para implantar corretamente a gestão ambiental em uma organização. De acordo com d’Avignon (1995), para implantar um SGA em uma empresa é preciso seguir um roteiro. Normalmente, as normas de sistema de gestão são parecidas, o que muda são as abrangências e detalhamentos. O modelo escolhido para a realização deste trabalho é o estabelecido pela norma Iso 14001. A Iso é uma organização internacional e a maior desenvolvedora e publicadora de normas internacionais que busca a padronização, ligando o setor privado ao público.

Na Iso 14001 são especificados os requisitos para que um sistema da gestão ambiental seja ideal para uma organização desenvolver e implementar políticas e objetivos ambientais significativos. É possível aplicá-la em organizações de todos os portes, conforme necessário para melhorar seu desempenho e demonstrar estar de acordo com o que foi solicitado. A finalidade geral da Iso 14001 é equilibrar a proteção ambiental e a prevenção de poluição com as necessidades socioeconômicas das empresas (ISO 14001, 2004).

Os benefícios gerados pela implantação de um SGA baseado na Iso 14001 serão diretos na abrangência de políticas ambientais, itens legais e fiscalização ambiental. Essa norma teve aceitação mundial, pois o seu desempenho é determinado pelo nível de exigência local (SEIFFERT, 2011).

A Iso 14001 aplica-se em empresas que queiram implantar, manter e aprimorar um SGA, estar adequada à norma quando fizer uma autoavaliação e for buscar confirmação desta autoavaliação em órgãos externos, ou quando buscar confirmação de sua conformidade por

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partes que tenham interesse na empresa, ou ainda, ao buscar registro de seu SGA por órgão externo (ISO 14001, 2004).

“A organização deve estabelecer, documentar, implementar, manter e continuamente melhorar um sistema de gestão ambiental em conformidade com os requisitos desta norma e determinar como ela irá atender a esses requisitos”. (ISO 14001, 2004, p.4).

As etapas de aplicação da norma são descritas da seguinte forma: planejar, executar, verificar e agir. Planejar é estabelecer objetivos e processos necessários para chegar aos resultados. Executar é implementar esses processos. Verificar é monitorar os processos executados e relatar os resultados. Agir é buscar continuamente uma melhora do desempenho e reparar incorreções (ISO 14001, 2004).

O modelo de sistema de gestão ambiental, baseado na Iso 14001, servirá de apoio para aplicação na indústria de móveis de madeira, empresa em estudo. Esta norma foi criada para as empresas a utilizarem conforme o seu próprio nível de exigência, trabalhando de acordo com sua estrutura e reais necessidades, para que haja o desenvolvimento de um sistema ideal.

2.4 MODELO DE GESTÃO AMBIENTAL PROPOSTO

A proposta de modelo de gestão ambiental está baseada na norma Iso 14001, em que primeiramente é definida a política ambiental, o planejamento de todas as ações necessárias, implementação do sistema, verificação dos resultados obtidos, e a análise pela administração, como mostra a figura 1.

Figura 1- Modelo de sistema de gestão ambiental para a norma ISO 14001.

Fonte: ABNT NBR Iso 14001 ( 2004)

No primeiro momento, é escolhida a política ambiental apropriada à natureza, escala e impactos ambientais de suas atividades e tendo comprometimento com a melhora contínua e

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prevenção da poluição do meio ambiente. Ressalta-se a importância do comprometimento em atender aos requisitos legais relacionados ao meio ambiente.

“A política ambiental é a força motriz para a implementação e aprimoramento do sistema da gestão ambiental de uma organização, permitindo que seu desempenho ambiental seja mantido e potencialmente aperfeiçoado”. (ISO 14001, 2004, p.12).

Após a definição da política ambiental, é necessária a realização de um planejamento. Serão identificados aspectos ambientais da atividade que a organização possa controlar e, também, aspectos que tenham ou possam ter impactos significativos sobre o meio ambiente. É importante considerar as emissões atmosféricas, lançamentos no solo, uso de matérias-primas e recursos naturais, uso da energia, energia emitida, resíduos e subprodutos, bem como o seu processo de fabricação, embalagem e transporte, gerenciamento de resíduos.

A empresa necessita ter acesso a requisitos legais municipais, estaduais, federais e internacionais relacionados ao meio ambiente, e determinar como irão ser aplicados na organização. No planejamento, a empresa busca estabelecer objetivos, metas e programas documentados que terão que ser coerentes com a política ambiental. Além disso, são atribuídas responsabilidades para atingir esses objetivos e metas, os meios e o prazo a serem alcançados. É recomendado que no planejamento sejam consideradas as condições normais e anormais, assim como situações previsíveis (ISO 14001, 2004).

Na etapa de implantação e operação do sistema de gestão ambiental proposto, a empresa deve ter disponíveis recursos humanos especializados, com habilidades essenciais para tornar uma gestão ambiental eficaz. A administração indica os representantes para assegurar que o sistema seja mantido conforme a norma, e relatar sobre o andamento do desempenho desse sistema, incluindo melhorias.

As pessoas que trabalham na empresa serão comunicadas sobre esse novo modo de gerenciamento, e deverão trabalhar de acordo com a norma estabelecida estando conscientes da importância de trabalhar corretamente, uma vez que as consequências da não execução adequada do modo de gestão ambiental podem trazer prejuízos à imagem institucional. Sendo assim, é importante avaliar a necessidade da administração disponibilizar treinamentos referentes aos aspectos ambientais da atividade.

Na etapa de verificação, as operações são observadas com o objetivo de monitorar as características principais que podem vir a causar um impacto significativo. Deve haver também, uma verificação periódica das legislações vigentes e se estão sendo seguidas corretamente. Caso haja inconformidades, a empresa necessitará corrigi-las e executar ações para diminuir os impactos causados, evitando a sua repetição.

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Por fim, a administração precisa analisar o sistema de gestão ambiental periodicamente, para continuar sendo eficaz. No acompanhamento do sistema, caso haja necessidade, precisam ser implementadas melhorias apontadas como importantes ao desempenho do sistema de gestão ambiental.

2.5 ESTUDOS ANTERIORES

Este capítulo abrange alguns trabalhos científicos, estudados anteriormente ao tema proposto, os quais justificam de modo mais consistente o que se pretende abordar nessa pesquisa.

Souza; Ribeiro (2004) aplicaram a contabilidade ambiental em uma indústria madeireira. O objetivo foi integrar a indústria madeireira ao meio ambiente. A hipótese era que a contabilidade ambiental pode ser um agente condutor de informações que auxilia na tomada de decisões. Os resultados evidenciaram que havia a necessidade de investimentos ambientais na produção, para reaproveitar resíduos da madeira. Porém, para investir é preciso identificar os recursos utilizados para a correta apropriação dos custos.

Tauchen; Brandli (2006) propuseram uma sistematização de procedimentos, utilizando um modelo de sistema de gestão ambiental adaptado às instituições de ensino superior, para que elas controlassem os impactos ambientais e se adequassem à legislação. As universidades estão cada vez mais preocupadas em se adaptar a um desenvolvimento sustentável, principalmente nas práticas ambientais.

Eugenio (2007) pesquisou uma empresa de Portugal, que fabrica portas e janelas em madeira. Essa indústria não tinha certificação ambiental até o momento, por isso, o objetivo foi aplicar um modelo de gestão ambiental. Concluiu-se que utilizar esse tipo de sistema na empresa, proporciona uma visão global e é possível implantá-lo num prazo curto de tempo estando atento a legislação vigente e introduzindo elementos ambientais nas contas. A gestão terá decisões mais esclarecidas.

Silva Filho (2008) escolheu mostrar por pressupostos teóricos a importância da gestão ambiental em empresas hoteleiras. O autor concluiu que é possível haver um melhor destino aos resíduos, buscar uso de recursos naturais disponíveis com eficiência, podendo aumentar a competitividade no mercado baseado em sustentabilidade.

Lorenzetti; Rossato (2010) realizaram estudos em um posto de combustível de Santa Maria/RS. Buscou-se verificar o reconhecimento contábil dos gastos com gestão ambiental, segundo as normas de contabilidade. Os resultados mostraram que esses gastos podem ser

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considerados como despesas, ativos ambientais ou custos ambientais e devem ser reconhecidos no momento da aquisição e da utilização.

Oliveira; Pinheiro (2010) buscaram apresentar práticas sistematizadas para implantar um sistema de gestão ambiental, baseado na Iso 14001 em uma empresa de baterias automotivas e em uma empresa moveleira. Recomenda-se que os responsáveis pela implementação do sistema de gestão ambiental realizem uma parceria com o setor de recursos humanos, para que haja melhores resultados, com uma ótima comunicação entre as partes.

Conceição et al (2011) objetivaram mostrar em sua pesquisa a importância e a relevância em implantar um sistema de gestão ambiental em empresas, tendo por modelo a empresa Grande Rio Honda, que faz um excelente trabalho no quesito ambiental. O estudo concluiu que implantar um sistema de gestão ambiental em organizações é muito importante, pois é um diferencial para concorrentes e consumidores e ainda visa o bem estar da sociedade.

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3 METODOLOGIA DO ESTUDO

Nessa fase, o pesquisador precisa ter alguns cuidados, por ser complexo o uso dos métodos e técnicas a serem utilizados para o sucesso da pesquisa a realizar. A metodologia relaciona-se com os objetivos e a finalidade do estudo. Deve descrever os passos dados para alcançar os objetivos (SILVA, 2003).

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

A pesquisa pode ser classificada quanto à sua natureza, quanto à forma de abordagem do problema, quanto aos objetivos e quanto aos procedimentos técnicos. Neste sentido, a pesquisa se apresenta da seguinte forma:

a) Quanto à natureza

Quanto à natureza, a pesquisa é aplicada, visto que abrange estudos elaborados com a finalidade de resolver problemas identificados no âmbito das sociedades em que os pesquisadores vivem (GIL, 2010). Para Vergara (2010, p.43): “A pesquisa aplicada é fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver problemas concretos, mais imediatos, ou não”.

Portanto, a aplicação da contabilidade ambiental na empresa em estudo classifica-se como pesquisa aplicada, porque busca gerar novos conhecimentos, solucionando problemas, na busca de se tornar uma utilidade econômica e social.

b) Quanto à forma e abordagem do problema

Quanto à forma e abordagem do problema, a pesquisa pode ser qualitativa ou quantitativa. De acordo com Beuren et al (2004, p.92): “Na pesquisa qualitativa concebem-se análises mais profundas em relação ao fenômeno que está sendo estudado”. Na pesquisa qualitativa há a compreensão detalhada dos significados e características apresentados, no lugar da produção de medidas quantitativas (RICHARDSON, 2010).

Este estudo classifica-se como pesquisa qualitativa porque a indústria estudada é a fonte para coleta de dados. Esses dados são levantados, analisados, interpretados e descritos.

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c) Quanto aos objetivos

Na área de Ciências Contábeis, os grandes grupos de pesquisa quanto aos objetivos usualmente utilizados são: pesquisa bibliográfica e pesquisa descritiva (MARION; DIAS; TRALDI, 2002). Este estudo caracteriza-se como pesquisa descritiva.

Pesquisa descritiva: objetiva descrever as características de determinado fenômeno ou população, correlacionar fatos ou fenômenos (variáveis) sem, no entanto, manipulá-los. Implica observação, registro e análise do objeto que está sendo estudado (MARION; DIAS; TRALDI, 2002, p.62).

Silva (2003, p. 66), complementa que “A pesquisa descritiva exige do pesquisador certo grau de responsabilidade para que possua validade científica. Para isso se faz necessário delimitação de técnicas, métodos, modelos e teorias que orientarão a coleta e interpretação dos dados”.

Neste sentido, o estudo é descritivo porque identifica as características da indústria de móveis de madeira, observando, registrando, analisando e relacionando com a contabilidade ambiental, tema estudado. Os aspectos da empresa são descritos e esclarecidos, de forma que sejam muito bem entendidos, alcançando resultados válidos com a pesquisa elaborada.

d) Quanto aos procedimentos técnicos

Para Beuren et al (2004, p.83): “Os procedimentos na pesquisa científica referem-se à maneira pela qual se conduz o estudo e, portanto, se obtém os dados”. De acordo com Silva (2003, p.60), a pesquisa bibliográfica: “[...] explica e discute um tema ou problema com base em referências teóricas já publicadas em livros, revistas, periódicos, artigos científicos, etc”.

Gil (2010, p.30), complementa que: “A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente”.

Pesquisa documental é a realizada em documentos conservados em órgãos públicos e privados ou com pessoas, por exemplo: registros, anais, regulamentos, ofícios, demonstrações contábeis e outros (VERGARA, 2010).

Marion; Dias; Traldi (2002, p. 62) afirmam: “pesquisa documental: pesquisa bibliográfica na qual as fontes primárias se constituem de registros documentais sobre o assunto escolhido. É muito utilizada em abordagens históricas”.

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Em relação ao estudo de caso: “A pesquisa do tipo estudo de caso caracteriza-se principalmente pelo estudo concentrado de um único caso. Esse estudo é preferido pelos pesquisadores que desejam aprofundar seus conhecimentos a respeito de determinado caso específico” (BEUREN et al, 2004, p. 84).

Gil (2010) acrescenta que: “[...] Consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante outros delineamentos já considerados”.

Desta forma, quanto aos procedimentos técnicos, esta pesquisa é bibliográfica, pois são utilizados documentos teóricos já publicados, documental, já que são utilizadas documentos disponibilizados pela empresa, e estudo de caso, pois o trabalho é realizado em apenas uma empresa, a fim de aprofundar os conhecimentos a respeito da organização.

3.2 COLETA DE DADOS

A coleta de dados é a forma pretendida de obter os dados necessários para responder um problema, correlacionando objetivos aos meios para alcançá-los, e justificando a adequação de um a outro (VERGARA, 2010).

A coleta de dados se dá por entrevistas despadronizadas com os sócios, escritas, documentos contábeis, relatórios financeiros, visitas na organização no setor de produção e onde houver aplicabilidade da contabilidade ambiental, esses momentos são registrados através de anotações rapidamente elaboradas e por fotografias. A coleta de dados é realizada com total permissão dos dirigentes da empresa.

3.2.1 Instrumentos de coleta de dados

Para a realização da pesquisa são utilizados alguns instrumentos que contribuem no levantamento e sistematização das informações necessárias para o desenvolvimento da mesma. Inicialmente é utilizada a observação sistemática:

A observação sistemática é usada em pesquisas que requerem a descrição mais detalhada e precisa dos fenômenos ou testes de hipóteses. Na técnica de coleta de dados, presume-se que o pesquisador saiba exatamente quais informações são relevantes para atingir os objetivos propostos. Nesse sentido, antes de executar a observação sistemática, há necessidade de se elaborar um plano para a mesma. (BEUREN et al, 2004, p. 130)

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Segundo Oliveira et al (2003, p. 67), diz respeito ao planejamento, estruturado. “O observador sabe o que procura em condições controladas, como elaborar o fluxograma da linha de produção para constituição de um sistema de custos”.

É também utilizada uma entrevista despadronizada, ou não estruturada, que, conforme Beuren et al (2004), possibilita ao entrevistado a liberdade para desenvolver cada situação na direção que considera mais adequada.

Richardson et al (2010) também comenta que as entrevistas despadronizadas permitem um máximo de aprofundamento. Realiza-se uma pesquisa documental através de demonstrações contábeis e relatórios.

3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Com base na discussão dos resultados e com os estudos descritos na revisão bibliográfica, é elaborada uma análise que apresenta os procedimentos para organização, análise e interpretação dos dados, como o uso de quadros estruturados em word e excel (FRANÇA et al, 2009).

Os dados coletados são analisados e interpretados conforme roteiro: • Entendimento e aprofundamento do conhecimento teórico;

• Análise dos dados a partir do referencial teórico e dos documentos e estrutura organizacional, a fim de propor o SGA para a organização estudada, comparando com o modelo sugerido pela Iso 14001. Também utilizou-se de planilhas no excel, para demonstrar os impactos gerados nos resultados econômico-financeiros da organização, a partir da adoção de novos hábitos, considerando a implantação do SGA.

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4 ESTUDO DE CASO

O setor de móveis do Estado do Rio Grande do Sul conta com um grande aliado na busca pelo fortalecimento das indústrias do segmento: a Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (MOVERGS). Ela busca atuar em prol do auxílio de oportunidades para o crescimento e fortalecimento da cadeia produtiva, e é comprometida com a defesa dos interesses das empresas desse segmento, trabalha na ampliação de sua representatividade no contexto político-econômico nacional.

O Instituto de Estudos e Marketing Industrial – IEMI, elabora relatórios com dados estatísticos detalhados referentes às indústrias moveleiras instaladas no Rio Grande do Sul. Entre essas informações, destacam-se análises descritivas e desempenho de cada estrutura produtiva do setor moveleiro.

Quadro 1 – Produção por linha de produto no Brasil

Produção por linha de produto - Brasil (em 1.000 peças)

Linha de Produto 2009 2010 2011 2012 2013

Móveis para escritórios 62.774 57.786 73.859 81.273 83.191 Móveis para dormitórios 125.391 139.438 149.347 158.270 164.762 Móveis para salas de jantar 39.354 42.047 45.278 48.973 50.271

Móveis estofados 41.270 45.545 45.659 48.895 50.915

Móveis para sala de estar 16.984 19.429 21.320 22.861 23.865 Móveis para cozinha e outros 42.023 47.050 50.618 55.395 56.874

Outros móveis 42.159 62492 44.951 44.895 46.351

Total de móveis 369.955 413.787 431.032 460.562 476.229

Fonte: IEMI (2013)

No Brasil, os números referentes à produção de móveis de madeira vêm aumentando, nos últimos anos. De acordo com a IEMI (2013), a indústria nacional de móveis produziu aproximadamente 476,2 milhões de peças acabadas em 2013, isso representa um aumento de 3,4% em comparação com os números de 2012. As linhas que apresentaram os maiores crescimentos foram: “móveis para sala de estar”, com 40,5%, seguida pela linha “móveis para cozinha e outros”, com 35,3%, e, em terceiro lugar, “móveis para dormitórios”, com 31,4%.

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Quadro 2 - Produção por linha de produto no Rio Grande do Sul

Produção por linha de produto - Rio Grande do Sul (em 1.000 peças)

Linha de Produto 2009 2010 2011 2012 2013

Móveis para escritórios 10.112 12.067 12.999 13.947 14.156 Móveis para dormitórios 34.639 38.186 41.252 44.190 44.853 Móveis para salas de jantar 20.299 21.781 23.514 25.141 25.518

Móveis estofados 2.960 3.248 3.309 3.425 3.477

Móveis para sala de estar 1.444 1.585 1.695 1.872 1.900

Móveis para cozinha 1.772 1.993 2.155 2.369 2.404

Outros móveis 555 612 638 666 676

Total de móveis 71.781 79.472 85.562 91.610 92.984

Fonte: IEMI (2013)

O Estado do Rio Grande do Sul participou com 19,5% da produção nacional de móveis em geral de 2013. Em valores, os segmentos de móveis movimentaram no país cerca de R$ 36 bilhões no mesmo ano.

Com base nos dados apresentados, é possível avaliar a relevância da indústria moveleira do Rio Grande do Sul por sua expressiva participação nos principais indicadores do setor moveleiro brasileiro, pois conforme a IEMI (2013) estão instaladas no estado 13,8% do total de empresas do Brasil e ainda é responsável por 16% de todas as vendas.

Como visto, a indústria de móveis vem crescendo tanto no Rio Grande do Sul, como no Brasil, dessa forma, é preciso saber administrar questões econômicas, financeiras e também ambientais, fazendo com que andem lado a lado no desenvolvimento da organização. A Iso 14001 estabelece normas e formas de implementar um sistema de gestão ambiental nas empresas, para que haja um equilíbrio entre a proteção ambiental e a prevenção de poluição, com as suas necessidades socioeconômicas.

A empresa objeto de estudo para a qual se propõe um sistema de gestão ambiental, baseado na Iso 14001, é uma indústria moveleira, situada na região noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, que tem como principal atividade a produção de móveis com predominância em madeira. A empresa fabrica móveis para banheiros, closets, cozinhas, dormitórios, salas, quiosques, lavanderias, sob medida e por encomenda e sua principal matéria prima é o

Medium Density Fiberboard – MDF, que é um material oriundo da madeira, fabricado com

resinas sintéticas.

Para obter o produto pronto é necessário passar por um processo de produção, desde a criação do projeto em software, transitando por todas as etapas de produção até chegar ao produto final acabado.

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PROJETO EM

SOFTWARE

CHEGADA DAS CHAPAS DE MDF

PLANO DE CORTE CORTE

APLICAÇÃO FITA DE BORDO

FURAÇÃO MONTAGEM

PRODUTO FINAL 4.1 PROCESSO DE PRODUÇÃO

Processo de produção é a etapa onde a matéria-prima é transformada em produto final, após as fases específicas de cada nível de produção. O processo de produção da empresa em questão ocorre como demonstra a figura a seguir.

Figura 2 - Etapas do processo de produção

Fonte: Elaborado pelo autor (2015).

Inicialmente há a criação do projeto dos móveis a ser produzido em software, de acordo com as necessidades de cada cliente, sendo transferido pelo desenhista para o programa. Depois de definido o projeto, é efetuado o pedido das chapas de MDF ao fornecedor, normalmente com as dimensões de 2,75 metros de altura, por 1,85 metros de largura, podem ser de 6 milímetros ou de 18 milímetros. As chapas são transportadas por caminhões e são descarregadas na sede da empresa, devidamente embaladas por um plástico bolha, que protege durante a fase de transporte e também enquanto permanece em estoque.

O plano de corte é traçado de acordo com o projeto de cada cliente, a partir do que foi discutido e definido anteriormente. As chapas inteiras são cortadas com o auxílio da máquina esquadrejadeira que propicia um trabalho de corte preciso, sem deixar lascas no MDF. Outra máquina utilizada para corte é a seccionadora ou circular de mesa, que possui a função de serrar peças em ângulos ou retas, ágil e com precisão no corte.

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O quinto passo do processo de produção é aplicar a fita de bordo, que nada mais é do que o acabamento das laterais das chapas de MDF, garantindo um perfeito acabamento e impedindo que os laminados lasquem ou tenham suas bordas danificadas. A fita é constituída de Policloreto de vinila – PVC, para aplicá-la é necessário utilizar a máquina de colagem para quando forem pedaços mais finos e compridos, do contrário quando o acabamento for em uma chapa mais grossa, o processo é realizado manualmente com cola fórmica.

Para furar as chapas de acordo com o projeto, é necessário utilizar a máquina de furação, que depois de regulada, faz os furos necessários conforme o que o marceneiro precisa.

Na etapa de montagem são utilizados parafusos e demais acessórios necessários para cada tipo de móvel, como por exemplo, puxadores, roldanas, dobradiças e vidros. Para garantir um reforço e resistência, as bases dos móveis, como os pés de um balcão, ou o fundo deles, são feitos de madeira maciça de pinus, garantindo uma longa vida ao produto, pois são mais fortes do que a chapa de MDF e mais resistíveis à umidade. Depois de todas estas etapas, o produto está pronto e é destinado ao cliente.

4.2 PASSOS DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL ISO 14001

Após as análises realizadas, fica claro que a empresa pode operar de melhor forma ambiental e economicamente se houver a aplicação de um sistema de gestão ambiental. A empresa tem a possibilidade de diminuir seus custos e ainda, obter receitas ambientais decorrentes da venda de resíduos de suas matérias primas. Para tanto, é realizada a proposição desse sistema baseado na Iso 14001, a fim de verificar como será o desempenho da organização e se esse instrumento de gestão alcançará os resultados esperados.

A Iso 14001 (2004) é baseada na metodologia Plan-Do-Check-Act – PDCA, que resumidamente significa planejar, executar, verificar e agir. A evolução desse sistema na empresa dependerá do escopo do sistema, porte da organização e a natureza de suas atividades, produtos e serviços. As especificações de como implementar o SGA, é abordado por D’Avignon (1995), com base na Iso 14001, como segue.

Conforme a norma, o primeiro passo é definir a política ambiental que deve ser apropriada às atividades da empresa, ter comprometimento para melhorar continuamente, atender requisitos legais, haver a possibilidade de analisar os objetivos e metas ambientais, ser documentada, comunicada aos colaboradores e estar disponível ao público.

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O próximo passo (2) é o do planejamento, em que devem ser estabelecidos os procedimentos para identificar aspectos ambientais da empresa possíveis de controlar, levando em consideração também os novos desenvolvimentos. Os aspectos ambientais significativos devem ser determinados nesse momento e sempre levados em consideração. Essas informações devem ser documentadas e mantidas atualizadas. Os requisitos legais também devem ser levados em conta a fim de verificar como se aplicam na atividade da organização. Os objetivos e metas também devem ser documentados e coerentes com a política ambiental, se comprometendo com a prevenção da poluição. Ainda na etapa do planejamento, deve ser estabelecido um programa para atingir os objetivos e metas, com atribuição de responsabilidades, meios e prazo que devam ser alcançados.

O terceiro passo é o da implementação e operação, em que a empresa deve ter à disposição recursos essenciais, como humanos, habilidades especializadas, infraestrutura, tecnologia e recursos financeiros. Para uma gestão eficaz, funções e autoridades devem ser definidas. Um dos administradores da empresa ficará como responsável por assegurar que o sistema de gestão esteja em conformidade com a Iso 14001 e relatará sobre o desempenho para a alta administração.

A organização deve identificar a necessidade de treinamento de seus colaboradores, pois todos precisam estar cientes da importância de estar em conformidade com questões ambientais, principalmente nos aspectos mais significativos e das potenciais consequências da inobservância desses procedimentos. Para tanto, terá que haver comunicação entre os níveis da organização e a administração deverá decidir se realizará uma comunicação externa sobre seus impactos significativos, devendo documentar essa decisão.

A documentação do sistema de gestão precisa incluir a política, objetivos e metas, o escopo elaborado, principais elementos que compõem o sistema e documentos requeridos pela norma Iso 14001. Ainda na etapa de planejamento, a empresa deve estar preparada para um caso de emergência, como um acidente impactante ao meio ambiente, e de que forma reagirá a isso.

O quarto passo é a verificação, onde a entidade faz o monitoramento dos itens com impacto ambiental mais significativo, verificando o desempenho e se está em conformidade com os objetivos e metas firmados. A empresa irá monitorar periodicamente os requisitos legais, para estar em dia com a legislação pertinente.

A empresa deve instituir ações para não conformidades, onde necessitarão ações corretivas. Para isso, é preciso identificar as não conformidades, determinar a sua causa, definir atividades para que não ocorra novamente. Em seguida, registrará os resultados e

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analisará a eficácia desse método de correção. Uma auditoria interna deverá ser efetivada periodicamente para determinar se o sistema de gestão está em conformidade e se foi corretamente implantado. Os resultados devem ser fornecidos à administração.

O quinto e último passo é a análise pela administração, onde se deve avaliar o sistema de gestão ambiental, periodicamente, para garantir sua eficácia.

A intenção da Iso 14001 é o aprimoramento da performance ambiental de uma organização, contudo, o desenvolvimento desse processo vai depender da empresa que o estiver adotando, bem como a maneira que o SGA é proposto e inserido na entidade. Independente do porte de uma empresa, um SGA sempre trará soluções e meios para prevenir e poluir menos o meio ambiente.

4.3 PROPOSTA DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL PARA A EMPRESA

Como a própria Iso 14001 estabelece, cada organização implanta seu sistema de gestão de acordo com suas necessidades e composição. A empresa em estudo implantará o sistema conforme a sua estrutura e capacidade, e após analisar o funcionamento das atividades, com o objetivo de relacionar as diminuições de custos e ganhos de receitas ambientais, o primeiro passo a ser tomado refere-se à política ambiental, a qual se sugere organizar da seguinte forma:

• Utilizar racionalmente os recursos naturais;

• Destinar corretamente os resíduos industriais e da administração;

• Visualizar oportunidades de receitas ambientais decorrentes de subprodutos; • Visualizar oportunidades de diminuição de custos da administração;

• Buscar evolução contínua na diminuição de aspectos impactantes ao ambiente.

O passo dois é referente ao planejamento e diz respeito aos aspectos ambientais, documentos legais, objetivos e programa. Dessa forma, sugere-se que o planejamento integrado na empresa em estudo seja:

• Estocagem de plásticos que envolvem as chapas de MDF para seu transporte; • Estocagem das serragens geradas pelas máquinas;

• Estocagem de retalhos de MDF e madeira de pinus;

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• Quando for realmente necessário, imprimir projetos e outros documentos em folhas recicladas;

• Reutilizar papeis já impressos como rascunhos ou blocos de notas;

• Trocar lâmpadas antigas por lâmpadas de Light Emitting Diode - LED na fábrica e na administração;

• Trocar descargas de água antigas por acopladas com acionamento duplo;

• Realizar a confecção de cartilhas informativas sobre as novas ações da empresa inerentes ao meio ambiente para os clientes e fornecedores terem acesso;

• Estar em dia e de acordo com a licença ambiental fornecida pelo município.

O próximo passo (3) é a implementação, a qual ocorre inicialmente pela administração, que comunicará e conscientizará os funcionários sobre a importância do meio ambiente, e que a entidade a partir deste momento está comprometida em seguir um sistema de gestão ambiental, e que eles devem se portar com responsabilidade perante a isso, atendendo as necessidades da política adotada. Para tanto, serão fixados nas paredes lembretes indicativos de melhores atitudes, para serem sempre relembrados.

O quarto passo é a verificação, que consiste em analisar se os objetivos do planejamento estão obtendo êxito, para isso, será apurado se as receitas ambientais estão ocorrendo como deveriam e se os custos mensais estão diminuindo. Esses dados serão levantados pela contabilidade, que irá apontar esses valores. Dessa forma, se tudo estiver adequado, o meio ambiente estará sendo cada vez mais preservado pela entidade.

O quinto e último passo é a análise pela administração de como o sistema de gestão ambiental está se desenvolvendo, se está trazendo resultados para a organização, e como

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