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(1)INTENSIDADE DE DANO DE Aceria guerreronis KEIFER (ACARI: ERIOPHYIDAE) EM FRUTOS DE COQUEIRO SOB DIFERENTES CONDIÇÕES E RESPOSTAS OLFATIVAS DE SEUS PREDADORES por JOSÉ WAGNER DA SILVA MELO (Sob Orientação do Professor Manoel Guedes Corrêa Gondim Jr.) RESUMO Aceria guerreronis Keifer (Acari: Eriophyidae) está disseminado nas principais áreas de produção de coco nas Américas e África e tem se estabelecido rapidamente em alguns dos principais países produtores da Ásia. É considerada uma das principais pragas do coqueiro no mundo. Atualmente, vários estudos estão sendo conduzidos para a obtenção de informações necessárias para auxiliar no controle dessa praga. Os objetivos deste trabalho foram: (I) investigar a intensidade de dano de A. guerreronis em frutos de coqueiro no campo sob diferentes condições: (i) plantas com cachos removidos; (ii) cachos com a porção distal das espiguetas removidas; (iii) cachos pulverizados mensalmente com Abamectina (9g/ha); (iv) plantas sem alterações nos cachos; e (II) estudar o comportamento de forrageamento dos ácaros predadores Neoseiulus baraki (Athias-Henriot) e Proctolaelaps bickleyi Bram (Acari: Phytoseiidae, Ascidae), avaliando a capacidade desses predadores de identificar e diferenciar odores provenientes de diferentes partes de plantas de coqueiro infestadas ou não pelo eriofídeo em olfatômetro do tipo “Y” e em arenas do tipo “T”. Os resultados demonstraram que a retirada da porção distal da espigueta não apresentou efeito sobre a intensidade de dano de A. guerreronis nos novos cachos emitidos, no entanto a retardou em aproximadamente 1 mês. Após a retirada de todos os cachos da planta a i.

(2) intensidade de dano foi restabelecida em dois meses para os cachos novos emitidos. O controle químico com Abamectina, em aplicações mensais, proporcionou a manutenção dos danos de A. guerreronis em baixos níveis de intensidade. Os predadores mostraram-se capazes de distinguir entre partes de plantas infestadas por A. guerreronis e a corrente de ar. Os predadores também preferiram as partes infestadas das plantas a suas respectivas partes não infestadas, e dentre as partes da planta infestada, as espiguetas propiciaram maior atração aos predadores. Nos testes em arena tipo “T”, ambos predadores preferiram discos de epiderme de frutos de coqueiro infestados com A. guerreronis às outras fontes. Os resultados demonstram que ambos predadores são capazes de localizar A. guerreronis através de estímulos olfativos.. PALAVRAS-CHAVE:. Cocos nucifera, ácaro do coqueiro, avaliação de danos, voláteis, comportamento.. ii.

(3) DAMAGE INTENSITY OF Aceria guerreronis KEIFER (ACARI: ERIOPHYIDAE) ON COCONUT FUITS UNDER DIFFERENT CONDITIONS AND OLFACTORY RESPONSES OF THEIR PREDATORY MITES by JOSÉ WAGNER DA SILVA MELO (Under the Direction of Professor Manoel Guedes Corrêa Gondim Jr.) ABSTRACT- Aceria guerreronis Keifer (Acari: Eriophyidae) is widespread in most coconut growing regions of the Americas and Africa and it has been established rapidly in some major producing countries in Asia. It is considered a major coconut pest in the world. Several studies have being carried out to obtain information to control this pest. This study aimed to: (I) investigate the damage intensity of A. guerreronis on coconut fruits in the field under different conditions: (i) plants with removed bunches; (ii) bunches with the distal portion of the spikelets removed; (iii) bunches monthly sprayed with Abamectina (9g/ha); (iv) and control plants; and (II) studing the foraging behavior of the predatory mites Neoseiulus baraki (Athias-Henriot) and Proctolaelaps bickley Bram, evaluating the ability of the predators to identify and differentiate odors from parts of coconut plants infested or not by the eriophyid using Y-tube olfactometer and “T” arenas. The removal of spikelet had no effect the damage level of new bunches emitted by the plant, but delayed the damage intensity of A. guerreronis in about 1 month. After the removal of all bunches, the intensity of damage was restored in two months to the new bunches emitted. Chemical control with Abamectin, on monthly based application, kept the A. guerreronis intensity of damage at low levels. In olfactometer tests both predators were able to distinguish between the infested plant parts and the air stream. The predators preferred infested parts over their respective iii.

(4) non-infested ones, and among the infested plant parts, the spikelets promoted greater attraction to predators. In arena tests both predators preferred epidermis’s disc of coconut fruits infested with A. guerreronis over other sources. The results showed that both predators are able locating A. guerreronis by olfactory stimuli.. KEY WORDS: Cocos nucifera, coconut mite, damage evaluation, volatile, behavior.. iv.

(5) INTENSIDADE DE DANO DE Aceria guerreronis KEIFER (ACARI: ERIOPHYIDAE) EM FRUTOS DE COQUEIRO SOB DIFERENTES CONDIÇÕES E RESPOSTAS OLFATIVAS DE SEUS PREDADORES. por. JOSÉ WAGNER DA SILVA MELO. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Entomologia Agrícola, da Universidade Federal Rural de Pernambuco, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em Entomologia Agrícola.. RECIFE - PE Junho - 2010 v.

(6) INTENSIDADE DE DANO DE Aceria guerreronis KEIFER (ACARI: ERIOPHYIDAE) EM FRUTOS DE COQUEIRO SOB DIFERENTES CONDIÇÕES E RESPOSTAS OLFATIVAS DE SEUS PREDADORES. por. JOSÉ WAGNER DA SILVA MELO. Comitê de Orientação: Manoel Guedes Corrêa Gondim Junior – UFRPE José Eudes de Morais Oliveira – Embrapa Semiárido Angelo Pallini – UFV. vi.

(7) INTENSIDADE DE DANO DE Aceria guerreronis KEIFER (ACARI: ERIOPHYIDAE) EM FRUTOS DE COQUEIRO SOB DIFERENTES CONDIÇÕES E RESPOSTAS OLFATIVAS DE SEUS PREDADORES. por. JOSÉ WAGNER DA SILVA MELO. Orientador: Manoel Guedes Corrêa Gondim Junior - UFRPE Examinadores: José Eudes de Morais Oliveira - EMBRAPA Angelo Pallini - UFV Gilberto José de Moraes - ESALQ/USP. vii.

(8) DEDICATÓRIA Aos meus pais José Menino da Silva Neto e Sandra Maria da Silva Melo; meus irmãos José Mauro da Silva Melo e Nathalia Jessika da Silva Melo; a minha pequena grande companheira Debora Barbosa de Lima e família; ao Dr. Manoel Guedes C. Gondim Jr., ao Dr. José Eudes de Morais Oliveira, ao Dr. Angelo Pallini; à equipe do Laboratório de Acarologia Agrícola; aos professores do Programa de Pós-graduação em Entomologia Agrícola e aos colegas de turma.. vii.

(9) AGRADECIMENTOS A Deus, por me dar forças para seguir em frente com coragem, determinação e, acima de tudo, fé para buscar o sentido do hoje e a perspectiva do amanhã. À Universidade Federal de Pernambuco (UFRPE), pela oportunidade de realização deste curso. À Fundação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela concessão de bolsa de estudo. Aos meus pais José Menino da Silva Neto e Sandra Maria da Silva Melo por sempre terem estimulado meus estudos visando uma educação de qualidade e ensinando-me a utilizar todos meus conhecimentos com ética e respeito aos meus semelhantes. Aos meus irmãos Jose Mauro da Silva Melo e Nathalia Jessika da Silva Melo por todo carinho, atenção e por ter-me ajudado sempre que precisei. A minha pequena grande companheira Debora Barbosa de Lima e toda a sua família, pelo carinho e força. Ao meu orientador Manoel Guedes Corrêa Gondim Junior e Co-orientadores José Eudes de. Morais Oliveira e ao Dr. Angelo Pallini por acompanharem meu desenvolvimento acadêmico, proporcionando a iniciação no meio científico e o desenvolvimento deste trabalho. Aos amigos que me acompanharam de fora da universidade, Ana Paula, Fidel Hussein, Jemerson Melo, Jadson Melo e Pedro Neto. Aos colegas de turma pelo companheirismo e momentos alegres que me proporcionaram.. vii.

(10) Aos amigos do Laboratório de Acarologia Agrícola (Ana Elizabete Lopes Ribeiro, Andréia Serra Galvão, Aleuny Coutinho Reis, Camila Stephanie, Carla Patrícia Oliveira de Assis, Cecília Sanguinetti, Cleiton Araújo Domingos, Davi Amorim, Débora Barbosa de Lima, Erika Pessoa Japhyassu, Fernanda Helena N. de Andrade, Fernando Rodrigues da Silva, Geraldo José Nascimento de Vasconcelos, Hilda Maria, Jackson, Jeferson, Josilene Maria de Sousa, Lemile Lawson-Balabgo, Roberta Cavalcanti Costa, Thiago Feliciano, Vaneska Barbosa Monteiro) pelo carinho e atenção. Aos funcionários da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Darci Martins Correia da Silva e José Romildo Nunes pela competência e eficiência na prestação de serviços. Enfim, a todas as pessoas que de alguma forma contribuíram no desenvolvimento deste estudo me apoiando e confiando em sua conclusão.. viii.

(11) SUMÁRIO Páginas AGRADECIMENTOS ................................................................................................................ vii CAPÍTULOS 1. INTRODUÇÃO ..........................................................................................................01 LITERATURA CITADA............................................................................................07. 2. INTENSIDADE. DE. ERIOPHYIDAE). DANO EM. DE. FRUTOS. Aceria DE. guerreronis. COQUEIRO. KEIFER SOB. (ACARI:. DIFERENTES. CONDIÇÕES ..........................................................................................................14 RESUMO ................................................................................................................15 ABSTRACT ............................................................................................................16 INTRODUÇÃO ......................................................................................................17 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................18 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................20 AGRADECIMENTOS............................................................................................25 LITERATURA CITADA........................................................................................25 3. RESPOSTAS OLFATIVAS DE ÁCAROS PREDADORES DE Aceria guerreronis KEIFER (ACARI: ERIOPHYIDAE) EM COQUEIRO .........................................32 RESUMO ................................................................................................................33 ABSTRACT ............................................................................................................34 INTRODUÇÃO ......................................................................................................35 MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................37 ix.

(12) RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................40 AGRADECIMENTOS............................................................................................45 LITERATURA CITADA........................................................................................45. x.

(13) CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO O coqueiro, Cocos nucifera L., originário do Sudoeste Asiático, destaca-se como a palmeira de maior importância agrícola do mundo, sendo cultivado em aproximadamente 12 milhões de hectares, distribuído em mais de 100 países (Siqueira et al. 2002). Além de sua importância econômica, representa um componente fundamental para as populações das regiões onde é cultivado devido aos seus múltiplos usos e finalidades. As principais áreas de produção encontram-se na Ásia e Ilhas do Pacífico, onde se concentra aproximadamente 80% da produção mundial. Os principais países produtores são: Filipinas, Indonésia, Índia e Vietnã (Agrianual 2009). No Brasil, o coqueiro é cultivado principalmente nas Regiões Nordeste e Norte, detentoras de 84% da produção nacional (Agrianual 2009). A maior parte desta área é ocupada por coqueiros de variedades gigantes, com produtividade estimada em 2.500 a 3.000 frutos/ha. No entanto, em plantios comerciais onde se utiliza variedades mais produtivas, como o coqueiro anão verde, a produtividade aumenta consideravelmente, podendo alcançar 30.000 frutos/ha (Fontes et al. 2003). A maior parte da produção brasileira é destinada à fabricação de alimentos industrializados, especialmente leite-de-coco e coco ralado, e ao consumo in natura da água de coco (Aragão et al. 2002). Apesar de ser uma cultura adaptada ao cultivo em solos arenosos do litoral do Nordeste, o consumo in natura da água de coco é responsável pelo deslocamento da produção para áreas consideradas não tradicionais, como os perímetros irrigados do Vale do São Francisco, localizado na região Semi-árida da Bahia, Pernambuco e Minas Gerais (Aragão et al. 2002, Fontes & Wanderley 2006). 1.

(14) Dentre os vários fatores que podem afetar a produção do coqueiro, as pragas constituem-se em um dos mais limitantes, sendo o ácaro da necrose, Aceria guerreronis Keifer (Acari: Eriophyidae) uma das mais importantes (Moore & Howard 1996). O primeiro registro deste ácaro foi feito por H. H. Keifer, de material em trânsito nos Estados Unidos da América do Norte, coletado no Estado de Guerrero, no México, danificando frutos novos de coqueiro (Keifer 1965). Porém, há informações da presença desse ácaro na Colômbia desde 1948 (Cardona & Potes 1971). No Brasil, foi relatado pela primeira vez, infestando coqueirais no Estado do Rio de Janeiro (Robbs & Peracchi 1965) e, logo em seguida, foi registrado no Estado de Pernambuco, causando necrose no meristema e morte de mudas (Aquino & Arruda 1967). Atualmente, está disseminado em todas as regiões produtoras do país (Navia et al. 2006). O primeiro registro no continente africano foi em 1966 no Golfo de Guiné, São Tomé e Príncipe (Cabral & Carmona 1969). Em 1967, foi relatado em Benin, e em menos de dois anos assinalado em todas as regiões produtoras da África (Mariau 1977). Na Ásia, onde a cultura apresenta maior expressão sócio-econômica, foram observadas infestações deste ácaro no Sri Lanka em 1997 (Fernando et al. 2002) e na Índia em 1999 (Nair 2002). As colônias de A. guerreronis desenvolvem-se no perianto, região meristemática do fruto coberta pelas brácteas (Nair 2002). A alimentação dos ácaros nesta região provoca injúrias mecânicas, havendo inicialmente a formação de manchas brancas de formato triangular na epiderme dos frutos (Haq et al. 2002). Posteriormente, essas manchas se expandem e tornam-se necrosadas, podendo ocorrer rachaduras longitudinais, exsudações gomosas na epiderme e deformações nos frutos (Cardona & Potes 1971, Mariau & Julia 1970). A queda prematura e acentuada de frutos é freqüente (Mariau 1977, Nair 2002), sendo as perdas maiores quando as infestações ocorrem no início do desenvolvimento dos frutos (Mariau 1986). Além de danos aos frutos, eventualmente, esse eriofiídeo pode provocar clorose na flecha, seguida de escurecimento 2.

(15) dos tecidos atacados, causando a morte do broto terminal e a conseqüente morte da planta (Aquino et al. 1968). Em virtude dos danos, A. guerreronis provoca perdas significativas em algumas regiões produtoras do mundo, causando redução de peso, tamanho, quantidade de albúmen líquido e sólido e diminuição do valor comercial (Moore et al. 1989, Haq et al. 2002, Paul & Mathew 2002). Estas perdas podem ser superiores a 60% da produção (Moore 2000). Aceria guerreronis apresenta alta taxa reprodutiva e rápido desenvolvimento (Haq et al. 2002). A colonização de um único fruto pode levar à formação de grandes colônias, e os indivíduos gerados, posteriormente, migrarão para frutos e plantas vizinhas (Moore & Alexander 1987). Segundo Ansaloni & Perring (2004), em temperaturas de 35 e 30ºC, o ciclo de vida desse eriofiídeo pode durar em média de 6,8 a 8,1dias, respectivamente. A dispersão dos ácaros fitófagos se dá através de correntes aéreas, associação forética com insetos ou caminhando até outra parte da planta ou plantas vizinhas (Julia & Mariau 1979, Griffith 1984, Moore & Alexander 1987, Schliesske 1990, Sumangala & Haq 2005). O principal mecanismo responsável pelo estabelecimento de novos focos de infestação de ácaros fitófagos a longas distâncias é o vento (Nault & Styer 1969, Bergh & McCoy 1997, Alves et al. 2005, Michalska et al. 2009). Já se constatou para muitas espécies de eriofiídeos a dispersão por este processo (Lindquist & Oldifield 1996). Na dispersão por correntes de ar, os ácaros se deslocam até pontos específicos onde freqüentemente se prendem à superfície através de seus lobos anais, permanecendo perpendiculares a superfície. Os ácaros se dispersam individualmente ou formam correntes de espécimes que se lançam do substrato, aproveitando as correntes de ar para atingir longas distâncias (Smith 1960, Nault &Styer 1969, Duffner et al. 2001, Ozman & Goolsby 2005). Embora a dispersão aérea seja considerada a mais importante para os eriofídeos, este tipo de dispersão tem sido considerado como o modo mais arriscado, pois por se tratar de indivíduos altamente especializados, a probabilidade de encontrar um hospedeiro adequado é muito baixa 3.

(16) (Sabelis & Bruin 1996). Galvão (2009) constatou para A. guerreronis este tipo de dispersão em estudos de laboratório, estando este processo diretamente relacionado à velocidade do vento. Outra estratégia de dispersão a longas e curtas distâncias é a forese. No entanto, os ácaros eriofiídeos não mostram claramente adaptações morfológicas, como pedicelos ou garras, que podem ser encontrados em ácaros que utilizam esse tipo de estratégia (Lindquist & Oldifield 1996). Além disso, a forese parece não ser importante para os eriofídeos, pois normalmente são feitos apenas relatos acidentais desta estratégia para estes ácaros (Lindquist & Oldifield 1996, Yano 2004). Galvão (2009) avaliou esta estratégia para A. guerreronis em condições de campo e laboratório, verificando que a dispersão de A. guerreronis por forese é possível, mas provavelmente não é freqüente, uma vez que a dispersão através de espécies de insetos de hábitos diurnos (Apis mellifera L., Trigona spinipes (Fabr.)) e noturnos (Rhynchophorus palmarum L. Athelloca subrufella Hulst, Parisoschenus obesulus Casey) que visitaram frutos do coqueiro não possibilitaram a passagem, freqüente, de ácaros de frutos infestados para não infestados. Embora os eriofiídeos sejam diminutos e apresentem pouca mobilidade, A. guerreronis pode se dispersar entre frutos do mesmo cacho por caminhamento e também através do contato das espiguetas de inflorescências infestadas com outras espiguetas de cachos mais novos, promovendo a dispersão dentro da mesma planta, o que torna o processo relevante na infestação dos cachos ao longo do tempo (Moore & Alexander 1987). Galvão (2009) observou em experimentos de laboratório que A. guerreronis é capaz de dispersar através das espiguetas que se tocam, tendo os ácaros percorrido uma distância média de 22,5 cm em 30 minutos sobre frutos. O conhecimento dos mecanismos de dispersão de pragas agrícolas em geral é de grande importância para o entendimento do processo de infestação dentro do mesmo plantio e entre plantios separados por longas distâncias, podendo fornecer informações relevantes para o estabelecimento de estratégias de controle de pragas. 4.

(17) Dentre as medidas de controle que vem sendo avaliadas, utilizadas, ou que apresentem potencial para controle e o manejo de A. guerreronis destacam-se o controle químico (Moore et al. 1989, Moreira & Nascimento 2002, Nair 2002, Ramarethinam et al. 2003), a resistência de cultivares (Mariau 1986, Moore & Alexander 1990, Moraes & Zacarias 2002) e o controle biológico (Kumar & Singh 2000, Lawson-Balagbo et al. 2007a, 2007b, 2008a, 2008b, Domingos et al. 2010, Fernando et al. 2010). O controle químico de A. guerreronis tem se mostrado possível através de aplicações de acaricidas (Muthiah & Bhaskaran 2000). Entretanto, considerando o porte da cultura, este método parece pouco viável para pequenos e médio agricultores (Moore & Howard 1996, Ramaraju et al. 2000). Deve-se considerar também que a utilização freqüente desta prática poderia elevar demasiadamente o custo de produção, e eventualmente causar problemas para a utilização dos frutos in natura, devido à presença de resíduos químicos depositados sobre estes (Moore & Howard 1996). Através de estudos com cultivares resistentes foi constatado que o arranjo das brácteas nos cocos influencia o padrão de ataque por A. guerreronis, e que os danos são menos severos quando as brácteas são mais fortemente aderidas ao fruto, representando assim uma possibilidade promissora no manejo da praga (Moore 1986). Atualmente, diversos trabalhos vêm sendo conduzidos na América, Ásia e África, no intuito de encontrar ácaros predadores que possam ser utilizados no controle biológico de A. guerreronis (Lawson-Balagbo et al. 2007a, Reis et al. 2008, Domingos et al. 2010). Dentre os ácaros predadores deste eriofídeo, aqueles pertencentes às famílias Phytoseiidae e Ascidae se destacam por apresentar maior potencial de uso no controle biológico (Moraes & Zacarias 2002). Entre as espécies mais frequentemente associadas a A. guerreronis destacam-se os fitoseídeos Neoseiulus baraki Athias-Henriot e Neoseiulus paspalivorus DeLeon e os ascídeos Proctolaelaps bickleyi 5.

(18) Bram e Proctolaelaps bulbosus Moraes, Reis and Gondim Jr. (Lawson-Balagbo et al. 2008a, Reis et al. 2008). A qualidade de A. guerreronis como alimento para esses predadores já foi avaliada em laboratório, constatando-se que este eriofídeo é adequado ao desenvolvimento e reprodução de todos estes predadores (Lawson-Balagbo et al. 2007b, Domingos et al. 2010). Porém, ainda pouco se sabe quanto ao comportamento de forrageamento desses predadores, e este é um fator que pode interferir efetivamente na eficácia de programas de controle biológicos. Estudos em sistemas tritróficos consistindo de plantas, fitófagos e predadores demonstram que através da percepção de odores presentes no ambiente, é possível a comunicação entre os diferentes níveis tróficos. Estas informações, que são transmitidas por meio de compostos voláteis, são chamadas de infoquímicos (Nordlumd & Lewis 1976, Dicke & Sabelis 1988). As plantas de um modo geral não estão passíveis frente à ação dos fitófagos (Agrawal 2000). Por meio de compostos químicos e atributos morfológicos, que são componentes do seu sistema de defesa, as plantas influenciam diretamente na escolha do hospedeiro pelo herbívoro, na sobrevivência deste sobre a planta escolhida e na fecundidade dos mesmos (Price et al. 1980, Vet & Dicke 1992, Pallini et al. 1997, Estabrook & Yoder 1998). As plantas podem apresentar eficientes sistemas de defesa indireta, que são ativados quando os fitófagos se alimentam da mesma. Através da alimentação, ocorre o estímulo fisiológico que acentua a produção de voláteis podendo servir como indicadores aos inimigos naturais da presença dos fitófagos na planta (Sabelis & van de Baam 1983). No entanto, outros estímulos olfativos também podem ser utilizados pelos inimigos naturais, tais como aqueles relacionados às próprias fontes de alimento (pólen e colônias de ácaros fitófagos) (Hoy & Smilanick 1981, Sabelis & Afman 1984, Dicke & Sabelis 1988, McMurtry et al. 1991, Koveos et al. 1995). Os ácaros fitoseídeos e captam estas mensagens químicas graças à presença de quimioreceptores nos palpos e tarso do primeiro par de pernas (Akkerhuis et al. 1985). Essa 6.

(19) condição morfo-fisiológica torna esses predadores dependentes de estímulos químicos para facilitar o encontro de suas presas. Dessa forma, diversos autores investigaram o forrageamento de ácaros predadores fitoseídeos a voláteis induzidos por ácaros fitófagos em plantas infestadas (Sabelis & van de Baam 1983, Maeda et al. 2000, Maeda & Tabayashi 2001). Embora não sejam encontrados na literatura relatos quanto à percepção de odores por ácaros predadores pertencentes à família Ascidae, por se tratar de uma família evolutivamente próxima a família Phytoseiidae, acredita-se que estes predadores possuam estruturas semelhantes que captem tais informações químicas, facilitando assim o encontro de suas presas. Informações referentes ao processo de infestação de A. guerreronis em coqueiro, bem como dos estímulos olfativos envolvidos na localização dessa presa por N. baraki e P. bickleyi ainda são escassas. Este conhecimento é necessário para o desenvolvimento de estratégias de controle dessa praga na cultura do coqueiro.. Literatura Citada Agrawal, A.A. 2000. Host range evolution: Adaptation of mites and trade-off in fitness on alternate host. Ecol. 81: 500-508. Agrianual (Anuário da agricultura Brasileira). 2009. São Paulo, FNP, p. 318-321. Akkerhuis, G.J.O., M.W. Sabelis & W.F. Tjallingii. 1985. Ultrastructure of chemoreceptors on the pedipalpis and first tarsi of Phytoseiulus persimilis. Exp. Appl. Acarol. 1: 235-251. Alves, E.B., N.F.B. Casarin & C. Omoto. 2005. Mecanismo de dispersão de Brevipalpus phoenicis (Geijskes) (Acari: Tenuipalpidae) em pomares de citrus. Neotrop. Entomol. 34: 8996. Ansaloni, T. & T.M. Perring. 2004. Biology of Aceria guerreronis (Acari: Eriophyidae) on queen palm, Syagrus romanzoffiana (Arecaceae). Int. J. Acarol. 30: 63-70. Aquino, M.L.N. & G.P. Arruda. 1967. Agente causal da “necrose-do-olho-coqueiro” em Pernambuco. Recife, IPA, 33p. (Boletim técnico, 27).. 7.

(20) Aquino, M.L.N., C.H.W. Flechtmann & G.P. Arruda. 1968. Contribuição ao estudo do ácaro causador da necrose do olho do coqueiro em Pernambuco e seu controle. Recife, IPA, 17p. (Boletim Técnico, 34). Aragão, W.M., J.M. Resende, E.M.O. Cruz, C.S. Reis, O.J. Saggin Junior, J.A. Alencar, W.A. Moreira, F.R. Paula & J.M.P. Lima Filho. 2002. Fruto do coqueiro para consumo natural, p. 19-25 In: W.M. Aragão, (ed.), Coco: Pós-colheita. Aracaju: Embrapa Tabuleiros Costeiros, 292p. Bell, J.R., D.A. Bohan & G.S. Weyman. 2005. Ballooning dispersal using silk: world fauna, phylogenies, genetics and models. Bull. Entomol. Res. 95: 69-114. Bergh J.C. & C.W. McCoy. 1997. Aerial dispersal of citrus rust mite (Acari: Eriophyidae) from Florida citrus groves. Environ. Entomol. 26: 256–264. Cabral, R.V.G. & M.M. Carmona. 1969. Aceria guerreronis Keifer (Acarina: Eriophyidae) uma espécie nova para São Tomé e Príncipe. Port. Acta Biol. 10: 353-358. Cabrera, R.I., C.G. Otero & N. Rodriguez. 1992. Principales enemigos naturales del cocotero Aceria guerreronis (Eriophyidae) em Cuba. Agrociência 3: 83-89. Cardona, Z.I. & A.S. Potes. 1971. La ronã o escorión de los frutos del cocotero (Cocos nucifera L.) en Colômbia. Acta Agron. 21: 133-139. Dicke, M. & M.W. Sabelis. 1988. How plants obtain predatory mites as bodyguards. Neth. J. Zool. 38: 148-165. Dicke, M., M.W. Sabelis, J. Takabayashi, J. Bruin & M.A. Posthumus. 1990. Plant strategies of manipulating predador-prey interactions through allelochemicals: Prospects for application in pest control. J. Chem. Ecol. 16: 3091-3118. Dicke, M., P. Van Baarlen, R. Wessels & H. Dijkman. 1993. Systemic production of herbivoreinduced synomones by lima bean plants helps solving a foraging problem of the herbivore’s predators. Proc. Exp. Appl. Entomol. 4: 39-44. Domingos, C.A., J.W.S. Melo, M.G.C. Gondim Jr, G.J. Moraes, R. Hanna, L.M. Lawsonbalagbo & P. Schausberger. 2010. Diet-dependent life history, feeding preference and thermal requirements of the predatory mite Neoseiulus baraki (Acari: Phytoseiidae). Exp. Appl. Acarol. 50: 201-215. Duffner, K., G. Schruft & R. Guggenheim. 2001. Passive dispersal of the grape rust mite Calepitrimerus vitis Nalepa 1905 (Acari, Eriophyoidea) in vineyards J. Pest. Sci. 74: 1-6. Estabrook, E.M. & J.I. Yoder. 1988. Plant-Plant communictation: rhizosphere signaling between parasitic angiosperms and their host. Pl. Physiol. 116: 1-7.. 8.

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(26) CAPÍTULO 2 INTENSIDADE DE DANO DE Aceria guerreronis KEIFER (ACARI: ERIOPHYIDAE) EM FRUTOS DE COQUEIRO SOB DIFERENTES CONDIÇÕES1. JOSÉ W.S. MELO2, CLEITON A. DOMINGOS2, JOSÉ E. M. OLIVEIRA3, ANGELO PALLINI4 E MANOEL G.C. GONDIM JR2. 2. Departamento de Agronomia – Entomologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Av. Dom Manoel de Medeiros s/n, Dois Irmãos, 52171-900 Recife, PE, Brasil.. 3. Embrapa Semiárido, Entomologia, Br 428 Km 152, Caixa Postal 23, 56302-970 Petrolina, PE, Brasil. 4. Departamento de Biologia Animal – Entomologia, Universidade Federal de Viçosa, Av. Peter Henry Rolfs, s/n, Campus Universitário, 36570-000, Viçosa, MG, Brasil.. 1. Melo, J.W.S., C.A. Domingos, J.E.M. Oliveira, A. Pallini & M.G.C.Gondim Jr. 2010. Intensidade de dano de Aceria guerreronis Keifer (Acari: Eriophyidae) em frutos de coqueiro sob diferentes condições. A ser submetido.. 14.

(27) RESUMO – Aceria guerreronis Keifer é considerada uma das principais pragas do coqueiro no mundo, contudo ainda pouco se sabe sobre alguns de seus aspectos ecológicos, como aqueles relacionados ao processo de infestação de frutos. Neste trabalho foi estudada a intensidade de dano de A. guerreronis em frutos de coqueiro, sob diferentes condições, com o objetivo de investigar a forma de infestação dos cachos novos emitidos pela planta. O nível de intensidade de dano de A. guerreronis em frutos foi avaliado sobre quatro diferentes condições: (i) plantas com cachos removidos; (ii) cachos com a porção distal das espiguetas removidas; (iii) cachos pulverizados mensalmente com Abamectina (9g/ha); (iv) plantas sem alterações nos cachos (Testemunha). A intensidade de dano foi estimada através de uma escala diagramática de dano. Coletaram-se, aleatoriamente, dois frutos dos cachos 1 a 6 para cada condição, em intervalos mensais, durante cinco meses. A retirada da porção distal da espigueta não apresentou efeito sobre a intensidade de dano de A. guerreronis nos novos cachos emitidos, no entanto a retardou em aproximadamente 1 mês. Após a retirada de todos os cachos da planta, a intensidade de dano foi restabelecida em dois meses pra os cachos novos emitidos. O controle químico com Abamectina, em aplicações mensais, proporcionou a manutenção dos danos de A. guerreronis em baixos níveis de intensidade. Os resultados do presente estudo são discutidos em relação às hipóteses de dispersão de A. guerreronis.. PALAVRAS-CHAVE: Cocos nucifera, ácaro do coqueiro, ecologia, avaliação de danos. 15.

(28) DAMAGE INTENSITY OF Aceria guerreronis KEIFER (ACARI: ERIOPHYIDAE) ON COCONUT FUITS UNDER DIFFERENT CONDITIONS. ABSTRACT – Aceria guerreronis Keifer is considered a major coconut pest in the world. However little it is known about some aspects of its ecology, such as those involved on fruit infestation. In this study, the damage intensity of A. guerreronis on coconut fruits was studied, under different conditions, aiming to investigate the form of the infestation of new bunches emitted by the plants. Damage intensity of A. guerreronis on fruits was evaluated under four different conditions: (i) plants with bunches removed; (ii) bunches with the distal portion of the spikelet removed; (iii) bunches monthly sprayed with Abamectin (9g/ha); (iv) and control plants. The damage intensity was estimated by using a diagrammatic scale. For each treatment, two fruits from bunches 1-6 were randomly collected every month during five months. The removal of spikelet had no effect on the damage level of new bunches, but delayed the intensity of damage in about 1 month. After the removal of all bunches, the intensity of damage was restored in two months to the new bunches emitted. Chemical control with Abamectin, on monthly based applications, kept the A. guerreronis intensity of damage at low levels. Based on the results of this study, the most probable forms of A. guerreronis dispersal are discussed.. KEY WORDS: Cocos nucifera, coconut mite, ecology, damage evaluation. 16.

(29) Introdução. Aceria guerreronis Keifer (Acari: Eriophyidae) representa uma das principais pragas para a cultura do coqueiro, Cocos nucifera L., na América, África e parte da Ásia (Moore & Howard 1996, Seguni 2002, Lawson-Balagbo et al. 2008), causando necrose e abortamento dos frutos (Nair 2002). Mesmo quando não ocorre o abortamento, os frutos atacados apresentam redução de tamanho, peso, e conseqüentemente, diminuição do valor comercial. Perdas na produção podem ser superiores a 60% (Moore 2000). O conhecimento dos mecanismos de dispersão de A. guerreronis é de grande importância para o entendimento do processo de infestação dentro do mesmo plantio e entre plantios separados por longas distâncias, podendo fornecer informações relevantes para o estabelecimento de práticas de controle de pragas (Galvão 2009). Michalska et al. (2009) relatam quatro possíveis formas de dispersão para os ácaros da superfamília Eriophyoidea, sendo elas: dispersão por correntes aéreas, caminhamento, associação forética e por chuvas. O vento é a forma de dispersão mais relatada até o momento (Michalska et al. 2009), contudo a especialização dos eriofídeos com seus hospedeiros reduzem as chances de sucesso desse processo (Sabelis & Bruin 1996). A dispersão por caminhamento é pouco relatada, entretanto deve ser muito importante no processo de infestação intra-planta (Moore & Alexander 1987). A forese, importante para alguns Mesostigmata (Binns 1982), é pouco provável para a maioria das espécies pertencentes à superfamília Eriophyoidea, devido ao formato do seu corpo, e à ausência de adaptações morfológicas que possibilitem este tipo de dispersão, como pedicelos ou garras (Lindquist & Oldfield 1996). A chuva, contudo, raramente é relatada como agente dispersivo dos Eriophyoidea (Michalska et al. 2009). Considerando a escassez de dados experimentais, torna-se difícil afirmar qual modo de dispersão desempenha o papel mais importante para cada espécie de eriofídeo (Michalska et al. 2009). 17.

(30) Algumas hipóteses foram formuladas para explicar o processo de dispersão de A. guerreronis, contudo nem todas estas foram testadas experimentalmente. Até o momento, provouse que A. guerreronis é capaz de dispersar por caminhamento de um fruto para outro através das espiguetas, embora este ácaro apresente pouca mobilidade (Moore & Alexander 1987, Sumangala & Haq 2005, Galvão 2009). A dispersão por forese é pouco provável, uma vez que não se conhece eficientes transportadores de A. guerreronis (Griffth 1984). Foram testadas em condições de laboratório e campo algumas espécies freqüentemente associadas ao coqueiro (Apis mellifera L. e Trigona spinipes (Fabr.), Rhynchophorus palmarum L., Athelloca subrufella Hulst e Parisoschenus obesulus Casey) como possíveis agentes dispersores de A. guerreronis, porém estes insetos não demonstraram ser eficientes (Galvão 2009). A dispersão por correntes aéreas parece ser a forma mais importante de dispersão a longas distâncias. Ainda há pouca informação sobre os processos de dispersão de A. guerreronis, inclusive sobre quais mecanismos são realmente importantes no processo de infestação de novos cachos emitidos pela planta e na infestação de plantas a longas distâncias, bem como o tempo gasto neste processo. O presente trabalho teve como objetivo investigar quais os mecanismos podem estar envolvidos na infestação por A. guerreronis de novos cachos emitidos pelas plantas, através da intensidade de danos nos frutos.. Material e Métodos O estudo foi conduzido em um plantio comercial de coqueiro anão verde (08°58’S, 35°11’”W), com plantas de aproximadamente 5 m de altura, no município de Petrolina-PE. Foram escolhidas aleatoriamente e marcadas 40 plantas. O experimento constou de quatro tratamentos e 10 plantas por tratamento. Antes da instalação do experimento, todas as plantas foram amostradas, coletando-se dois frutos de cada um dos cachos 1 a 6 e a estes atribuídas notas da escala 18.

(31) diagramática desenvolvida por Galvão et al. (2008), estimando-se a intensidade de dano nos frutos para cada tratamento. Em seguida, no tratamento 1 (cachos removidos), as plantas tiveram todos os cachos removidos, exceto a inflorescência. No tratamento 2 (espiguetas removidas), as plantas tiveram todas as espiguetas dos cachos 1 a 6 cortadas após 1 cm da inserção do fruto mais distal. Nas espiguetas em que todos os frutos abortaram, a espigueta foi cortada na sua parte mais proximal. Os demais cachos desse tratamento foram eliminados. No tratamento 3 (cachos pulverizados), as plantas foram pulverizadas com Abamectina (9g/ha) em intervalos mensais para comparação com os demais tratamentos. No tratamento 4 (testemunha), nada foi feito. Na escolha dessas plantas, foi levada em consideração a direção do vento, afim de que se fosse evitado a deriva do acaricida para os demais tratamentos. Posteriormente, em intervalos mensais, dois frutos foram escolhidos aleatoriamente, de cada um dos cachos 1 a 6 para os tratamentos espiguetas removidas, cachos pulverizados, testemunha e nos cachos presentes para o tratamento cachos removidos. Nestes frutos realizou-se o mesmo procedimento de atribuição de nota, estimando-se o nível de intensidade de dano. Após cada avaliação do tratamento espiguetas removidas, as espiguetas dos novos cachos emitidos foram removidas após a inserção do fruto mais distal. As avaliações continuaram durante quatro meses, quando o primeiro cacho emitido após a instalação do experimento atingiu o ponto de colheita, sendo nesse momento o sétimo cacho após a inflorescência. O nível de intensidade de dano para cada tratamento foi obtido através da média das notas por fruto dos cachos 2 a 6, não levando em consideração os frutos do cacho 1 de todos os tratamentos, pois nestes não se observaram danos. No tratamento cachos removidos, o nível de intensidade de dano foi obtido através da média das notas por fruto dos cachos presentes em cada avaliação. As médias referentes à análise prévia à instalação do experimento de todos os tratamentos foram submetidas a teste de normalidade e homogeneidade de variância (teste de 19.

(32) Kolmogorov e Bartlett). Em seguida, submetidas a análise de variância (ANOVA) e comparadas através de teste de Tukey a 5% de probabilidade. As médias dos tratamentos cachos removidos, espiguetas removidas e testemunha foram transformadas em raiz quadrada (x+0,5) para atender os requisitos de normalidade e homogeneidade de variância. Em seguida, as médias foram submetidas a ANOVA seguindo o procedimento de medidas repetidas no tempo e, a comparação das médias realizada através do teste de Tukey a 5% de probabilidade, após correção de Bonferroni para alfa (alfa/médias). Devido aos baixos níveis de infestação obtidos no tratamento cachos pulverizados, este foi comparado através de teste não paramétrico (Kruskal Wallis) com o tratamento cachos removidos, que dentre os demais tratamentos foi o que apresentou menores níveis de infestação. Realizou-se ainda comparações entre as avaliações do tratamento cachos pulverizados, sendo as médias referentes a este tratamento transformadas em Arcsin (x/100)1/2 para atenderem os requisitos de normalidade e homogeneidade de variância, e posteriormente submetidas a ANOVA e teste de Tukey a 5% de probabilidade. Todas as análises estatísticas foram realizadas utilizando-se o programa SAS (SAS Institute 2002).. Resultados e Discussão Na avaliação prévia à instalação do experimento não se verificou diferença entre os tratamentos (P =0,67), evidenciando assim que os frutos das plantas referentes aos tratamentos apresentavam-se igualmente danificados por A. guerreronis (Fig. 1). Nas avaliações de 30, 60 e 90 dias após a instalação do experimento não foram observadas diferenças entre o tratamento testemunha e o tratamento espiguetas removidas. No entanto, estes diferiram do tratamento cachos removidos, que apresentou menores intensidades de dano nessas avaliações (F2,. 27. = 36,92, P. <0,0001; F2, 27 = 28,91, P <0,0001; F2, 27 = 21,97, P <0,0001). Aos 120 dias, não se observou diferença entre os três tratamentos (F2, 27 = 1,36, P =0,27) (Fig. 2). 20.

(33) Ao se comparar o nível de intensidade de dano dos tratamentos cachos removidos e cachos pulverizados, verificou-se que 30 dias após a instalação do experimento o nível de dano no tratamento cachos removidos era menor que no tratamento cachos pulverizados (χ2 =10,99, P =0,0009). No entanto, na avaliação seguinte (60 dias), não se observou diferença no nível de dano entre estes tratamentos (χ2 =3,04, P =0,0812). Nas demais avaliações (90 e 120 dias) o nível de dano foi maior para o tratamento cachos removidos (χ2 =11,64, P =0,0006; χ2 =14,33, P =0,0002 ) (Fig. 3). Trinta dias após a retirada de todos os cachos das plantas referentes ao tratamento cachos removidos, estas já apresentavam dois cachos formados e o mais velho já apresentava frutos danificados por A. guerreronis. Ao se analisar os tratamentos ao longo do tempo, separadamente, observou-se que no tratamento cachos removidos houve uma redução no nível de intensidade de dano 30 dias após a instalação do experimento (Fig. 4). O nível de dano encontrado aos 60 dias não diferiu de antes da instalação e aos 30 e 90 dias. Aos 120 dias o nível de dano observado foi superior aos das avaliações anteriores (F4,. 45. = 12,98, P <0,0001). No tratamento espiguetas. removidas não foi verificado diferença entre os níveis de intensidade de dano existente antes da instalação do experimento e aqueles observados nas avaliações de 30 e 120 dias. As demais avaliações (60 e 90 dias) apresentaram maiores intensidades de dano (F4, 45 = 19,93, P <0,0001). No tratamento testemunha também não se observou diferença entre os níveis de dano existentes antes da instalação do experimento e os verificados nas avaliações de 30 e 120 dias, que por sua vez também não diferiram dos observados nas avaliações de 60 e 90 dias (F4,. 45. = 10,94, P. <0,0001). No tratamento cachos pulverizados, o nível de intensidade de dano encontrado antes da instalação do experimento foi maior do que aqueles observados nas demais avaliações (30, 60, 90 e 120 dias), os quais não diferiram entre si (F4, 45 = 33,88, P <0,0001) (Fig. 4).. 21.

(34) É possível que A. guerreronis ao sair do perianto, estimulado pela competição intraespecífica ou pela ação dos predadores, migrem para alcançar outros frutos não infestados da mesma planta através das espiguetas (Griffith 1984, Galvão 2009). As espiguetas dos diferentes cachos se tocam naturalmente, devido à ação dos ventos e ao arqueamento desta estrutura em função do aumento do peso dos frutos. A ligação entre as espiguetas de cachos infestados (mais velhos) e não infestados (mais novos) possibilita o deslocamento dos ácaros entre cachos de diferentes idades na planta (Griffith 1984, Moore & Alexander 1987, Galvão 2009). Alguns autores (Moore & Alexander 1987, Sumangala & Haq 2005, Galvão 2009) comprovaram o caminhamento de A. guerreronis em coqueiro como método de dispersão intra-planta, relatando que se trata de um processo relevante na infestação de novos cachos. Contudo, no presente trabalho foi verificado que a retirada da espigueta não apresentou efeito significativo sobre a intensidade dos danos nos novos cachos. No entanto, a retirada parece retardar o pico dos danos em aproximadamente 1 mês, sendo este observado aos 60 dias na testemunha e aos 90 naquelas em que se procedeu com a retirada das espiguetas. Portanto, no tratamento testemunha, onde o pico de intensidade de dano foi observado primeiro, os ácaros podiam chegar a estas plantas através do caminhamento e pelo vento. Já no tratamento espiguetas removidas, provavelmente, os ácaros chegavam apenas pelo vento, retardando consequentemente esta observação. A dispersão aérea é tida como a principal estratégia de colonização de ácaros fitofágos em novos habitats ou em plantas hospedeiras ainda não infestadas (Jeppson et al. 1975, Lindquist & Oldifield 1996, Zhao & Armine 1997a, b). Michalska et al. (2009) relatam que são escassos os estudos referentes ao modo de dispersão dos Eriophyoidea, pois para apenas 2,5% das cerca de 4000 espécies descritas se tem informações quanto aos mecanismos envolvidos neste processo. Dentre esses, a dispersão por correntes aéreas é predominante. Para A. guerreronis, são relatados 3 dos 4 modos de dispersão possíveis para Eriophyoidea, sendo eles: dispersão por correntes 22.

(35) aéreas, caminhamento e forese (Julia & Mariau 1979, Griffith 1984, Moore & Alexander 1987, Schliesske 1990, Sumangala & Haq 2005, Galvão 2009). No entanto, em apenas 4 estudos foram realizados testes experimentais (Griffith 1984, Moore & Alexander 1987, Sumangala & Haq 2005, Galvão 2009). Os demais não avaliaram experimentalmente estas hipóteses, apenas as utilizaram como possíveis justificativas para seus resultados. Até o presente, sabe-se que A. guerreronis é capaz de dispersar por caminhamento através das espiguetas (Moore & Alexander 1987, Sumangala & Haq 2005, Galvão 2009). Já a dispersão por forese é pouco provável, uma vez que não se conhecem transportadores eficientes de A. guerreronis (Griffth 1984, Galvão 2009). Entretanto, a dispersão através do vento parece ser a forma mais importante para A. guerreronis alcançar seu hospedeiro a longas distâncias (Galvão 2009). Uma característica geral para a maioria das espécies de Eriophyoidea é seu tamanho diminuto o que propicia a colonização de locais confinados no hospedeiro (Oldfield 1996). Por não possuir características que lhes permitam a exposição a ambientes com alta temperatura e baixa umidade, como produção de cera, A. guerreronis tende a permanecer em seu nicho (perianto), onde encontra um ambiente adequado para seu forrageamento e reprodução (Lindquist & Oldfield 1996). Devido à sua alta especificidade e às suas características morfológicas, a sobrevivência de A. gerreronis fora do perianto deve ser reduzida. Nos resultados aqui obtidos, verificou-se que apenas a retirada dos cachos infestados, e conseqüente eliminação da fonte da infestação da planta, não foi suficiente para garantir um baixo nível de infestação durante o período do experimento. Isto pode ser observado pelo curto intervalo de tempo entre a retirada de todos os cachos da planta e o restabelecimento da intensidade de dano (60 dias), no tratamento cachos removidos. Isto, provavelmente, ocorre devido à ação dos ventos, carreando espécimes a longas distâncias, ou ainda pela associação forética com artrópodes. No entanto, esta última hipótese parece ser pouco provável para A. guerreronis, uma vez que a mesma não apresenta 23.

(36) características morfológicas apropriadas (formato do corpo alongado, com apenas dois pares de pernas curtas inseridas na parte anterior) nem adaptações morfológicas que possibilitem este tipo de dispersão como garras ou pedicelos (Lindquist & Oldifield 1996). Além disso, normalmente são feitos apenas relatos acidentais do comportamento de forese para os eriofídeos (Lindquist & Oldifield 1996, Yano 2004). Galvão (2009) avaliou a associação forética entre A. guerreronis e insetos de hábitos diurnos como A. mellifera e T. spinipes e noturnos como R. palmarum, A. subrufella e P. obesulus que visitaram frutos do coqueiro, em condições de campo e laboratório. Esta autora verificou que a associação forética entre aqueles insetos e A. guerreronis não é freqüente, e deve ser um processo pouco relevante na dinâmica populacional da praga. Como dito anteriormente, são poucos os estudos e insetos testados como vetores de A. guerreronis em campo e laboratório, portanto ainda não é possível afirmar que o vento é o fator mais importante para disperssão de A. guerreronis. São necessários ainda estudos adicionais, avaliando-se outros artrópodes com agentes de dispersão, para se corroborar a hipótese de que a forese não seja uma processo importante, e que o vento provavelmente seja o fator preponderante. No manejo de A. guerreronis, práticas culturais, como a retirada de cachos ou dos frutos infestados tem sido recomendadas (Alencar et al. 1999). Contudo, baseando-se nos resultados aqui apresentados, estas práticas não devem causar efeitos na dinâmica da população e redução dos danos, pois apesar da retirada de todos os cachos da planta, após 2 meses o nível de intensidade de dano havia sido restabelecido. Por outro lado, o controle químico com Abamectina mostrou-se bastante eficiente na redução dos danos causados por A. guerreronis. Alguns autores afirmam que os inseticidas utilizados no controle de A. guerreronis não atuam sobre a população quanto esta se encontra no perianto (Ferreira et al., 2002). Portanto, provavelmente a Abamectina causa mortalidade dos eriofídeos durante o processo de dispersão, agindo de maneira residual. 24.

(37) sobre os frutos pulverizados. Além disso, os resultados aqui obtidos demonstram que os intervalos de aplicação de Abamectina para controle de A. guerreronis deve ser em torno de 30 dias.. Agradecimentos À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (CAPES) pela bolsa de mestrado ao primeiro autor. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE) pelo apoio financeiro a pesquisa.. Literatura Citada Alencar, J.A., F.N.P. Haji & F.R.B. Moreira. 1999. Ácaro-da-necrose-do-coqueiro Aceria guerreronis: Aspectos bioecológicos, sintomas, danos e medidas de controle. Embrapa SemiÁrido, Petrolina, 18p. Binns, E.S. 1982. Phoresy as migration, some functional aspects of phoresy in mites. Biol. Rev. 57: 571-620. Ferreira, J.M.S., M. Michereff Filho & P.M.P. Lins. 2002. Pragas de Coqueiro: características, amostragem, nível de ação e principais métodos de controle, p.37-57. In: J.M.S Ferreira & M. Michereff Filho (eds.), Produção integrada de coco: Práticas fitossanitárias. Embrapa Tabuleiros Costeiros, Aracaju, 107p. Galvão, A.S., M.G.C. Gondim Jr & S.J. Michereff. 2008. Escala diagramática de dano de Aceria guerreronis Keifer (Acari: Eriophyidae) em coqueiro. Neotrop. Entomol. 37: 723-728. Galvão, A.S. 2009. Bioecologia de Aceria guerreronis Keifer (Acari: Eriophyidae) e de seus potenciais predadores. Tese de Doutorado, UFRPE, Recife, 98 p. Griffth, R. 1984. The problem of the cocnut mite, Eriophyes guerreronis (Keifer), in the coconut groves of Trinidad and Tobago, p 128-132. In: R.Webb, W. Kanusenberger, L. Yntema (eds) Proceedings of the 20th annual meeting of the Caribbean food crops society, St. Croix, U.S. Virgin Islands. East, Caribbean cent., Coll. Virgin Island & Caribean Food Crops Soc. Jeppson, L.R., H.H. Keifer & E.W. Barrat. 1975. Mites injurious to economic plants. Berkeley: University of California Press, 614p.. 25.

(38) Julia, J.F. & D. Mariau. 1979. Nouvelles recherche´ en Cote d’Ivoire sur Eriophyes guerreronis K., acarien ravageur des noix du cocotier. Oleagineux 34: 181–189. Lawson-Balagbo, L.M., M.G.C. Gondim Jr, G.J. Moraes, R. Hana & P. Schausberger. 2008. Exploration of the acarine fauna on coconut palm in Brazil with emphasis on Aceria guerreronis (Acari: Eriophyidae) and its natural enemies. Bull. Entomol. Res. 98: 83-96. Lindquist, E.E. & C.N. Oldifield. 1996. Evolution and Phylogeny. Evolution of eriophyoid mites in relation to their host plant. p. 277-297. In E. E. Lindquist, M.W. Sabelis & J. Bruin (eds.), Eriophyoid mites: their biology, natural enemies and control. Amsterdam, Elsevier, 790p. Michalska, K., A. Skoracka, D. Navia, J.W. Amrine Jr. 2009. Behavioural studies on eriophyoid mites-an overview. Exp. Appl. Acarology. 51: 31-59. Moore, D. 2000. Non-chemical control of Aceria guerreronis on coconuts. Biocontrol News Inf. 21: 83–87. Moore, D. & L. Alexander. 1987. Aspects of migration and colonization of the coconut palm by the coconut mite, Eriophyes guerreronis (Keifer) (Acari: Eriophyidae). Bull. Ent. Res. 77: 641650. Moore, D. & F.W. Howard. 1996. Coconuts, p.561-570. In: E.E. Lindquist, M.W. Sabelis & J. Bruin (eds.), Eriophyoid mites: Their biology, natural enemies and control. Amsterdam: Elsevier, 790p. Nair, C.P.R. 2002. Status of eriophyid mite Aceria guerreronis Keifer in India, p.9-12. In L.C.P. Fernando, G.J. Moraes & I.R. Wickramananda (eds.), Proceedings of the International Workshop on Coconut Mite (Aceria guerreronis). Sri Lanka, Coconut Research Institute, 117p. Oldifield, G.N. 1996. Diversity and host plant specifity, p. 199-216. In: E. E. Lindquist, M.W. Sabelis & J. Bruin (eds.), Eriophyoid mites: their biology, natural enemies and control. Amsterdam, Elsevier, 790p. Sabelis, M.W. & J. Bruin. 1996. Evolutionary ecology: life history patterns, food plant choice and dispersal, 329-366. In: E. E. Lindquist, M.W. Sabelis & J. Bruin (eds.), Eriophyoid mites: their biology, natural enemies and control. Amsterdam: Elsevier, 790p. SAS Institute. 2002. SAS/STAT User’s guide, version 8.02, TS level 2MO. SAS Institute Inc., Cary, NC. Schliesske, J. 1990. On the gall mite fauna (Acari: Eriophyoidea) of Cocos nucifera L. in Costa Rica. Plant. Res. Dev. 31: 74–81. Seguni, Z. 2002. Incidence, distribution and economic importance of the coconut eriophyid mite, Aceria guerreronis Keifer in Tanzanian coconut based cropping systems, p. 54-57. In: L.C.P. Fernando, G.J. de Moraes & I.R. Wickramananda. (eds.), Proceedings of the International Workshop on Coconut Mite (Aceria guerreronis). Sri Lanka, Coconut Research Institute, 117p. 26.

(39) Sumangala, K. & M.A. Haq. 2005. Diurnal periodicity and dispersal of Coconut mite, Aceria guerreronis Keifer. J. Entomol. Res. 29: 303-307. Yano, S. 2004. Does Tetranychus urticae (Acari: Tetranychidae) use flying insects as vectors for phoretic dispersal? Exp. Appl. Acarol. 32: 243-248. Zhao, S. & J.W.Amrine Jr. 1997a. A new method for studing aerial dispersal behavior of eriophyoid mite (Acari: Eriophyoidea) Syst. Appl. Acarol. 2: 107-110. Zhao, S. &, J.W. Amrine Jr. 1997b. Investigation of snowborne mites (Acari) and relevance to dispersal. Int. J. Acarol. 23: 209–213.. 27.

(40) Percentual de área de fruto danificada por A. guerreronis. 6. Cachos removidos Espiguetas removidas Testemunha Cachos pulverizados. 5. 4. 3. 2. 1. 0. Tratamentos Figura 1. Média percentual de área de fruto danificada por A. guerreronis, dos cachos 2 a 6, antes da instalação do experimento, estimado através de uma escala diagramática de dano.. 28.

(41) Percentual de área de fruto danificada por A. guerreronis. 18 16. Cachos removidos Espiguetas removidas Testemunha. a a a. 14 a. 12. a a. 10 8. a. a a. 6 b 4. b. 2 0. b 30. 60. 90. 120. Dias após a instalação do experimento Figura 2. Média percentual de área de fruto danificada por A. guerreronis, dos cachos 2 a 6, estimada através de uma escala diagramática de dano. Comparações entre tratamentos para cada período de avaliação.. 29.

(42) Percentual de área de fruto danificada por A. guerreronis. 8. Cachos removidos Cachos pulverizados. a. 6. a 4 a. 2 b a. a 0. b. b 30. 60. 90. 120. Dias após a instalação do experimento Figura 3. Média percentual de área de fruto danificada por A. guerreronis, dos cachos 2 a 6, estimada através de uma escala diagramática de dano. Comparações entre tratamentos para cada período de avaliação.. 30.

(43) Percentual de área de fruto danificada por A. guerreronis. 18 16 14. Antes 30 dias 60 dias 90 dias 120 dias. a a a a. 12. ab ab. 10 8. b. a. b 6 b. b 4. b. b a. bc. 2 0. b. c. Cachos removidos. Espiguetas removidas. Testemunha. b. b. b. Cachos pulverizados. Tratamentos. Figura 4. Média percentual de área de fruto danificada por A. guerreronis, dos cachos 2 a 6, estimada através de uma escala diagramática de dano. Comparações entre diferentes períodos de avaliação para cada tratamento.. 31.

(44) CAPÍTULO 3 RESPOSTAS OLFATIVAS DE ÁCAROS PREDADORES DE Aceria guerreronis KEIFER (ACARI: ERIOPHYIDAE) EM COQUEIRO1 JOSÉ W.S. MELO2, DEBORA B. LIMA2, ANGELO PALLINI3, JOSÉ E.M. OLIVEIRA4 E MANOEL G.C. GONDIM JR2. 2. Departamento de Agronomia, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Av. Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois irmãos, 52171-900, Recife, PE, Brasil. 3. Departamento de Biologia Animal/Entomologia, Universidade Federal de Viçosa, Av. Peter Henry Rolfs, s/n, Campus Universitário, 36570-000, Viçosa, MG, Brasil.. 4. Embrapa Semiárido, Entomologia, Br 428 Km 152, Caixa Postal 23, 56302-970, Petrolina, PE, Brasil.. _____________________________ 1. Melo, J.W.S., D.B. Lima, A. Pallini, J.E.M. Oliveira & M.G.C.Gondim Jr. 2010. Respostas olfativas de ácaros predadores de Aceria guerreronis Keifer (Acari: Eriophyidae) em coqueiro.. 32.

Referências

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