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Vista do Tecnologia no ensino superior na percepção do docente | Acta Científica. Ciências Humanas

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Marcos Roberto Ramos

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Gildene do Ouro Lopes Silva

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Andressa Jackeline de Oliveira Mario e Paiva

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Resumo: Acredita-se que a tecnologia aplicada à educação é uma das

ferra-mentas que pode contribuir para as possíveis transformações tanto no âmbito escolar como social. Pesquisas revelam cada vez mais o acesso da população aos recursos tecnológicos, principalmente o computador, que pode se tornar uma ferramenta favorecedora ao ensino por estimular a atenção do estudante e motivá-lo para o aprender. Deste modo, esse trabalho tem o objetivo de inves-tigar a percepção dos docentes do ensino superior sobre o uso da tecnologia no cotidiano da sala de aula. Para tanto, utilizou-se a pesquisa bibliográfica com abordagem qualitativa, valendo do estudo tipo experimental, utilizando como ferramenta um questionário composto por 20 questões, e foi aplicado a um grupo de 78 docentes, que atuam em diversos cursos de graduação de uma Ins-tituição particular do Ensino Superior. Os resultados indicaram que a maioria dos docentes participantes afirmavam possuir conhecimento suficiente dos re-cursos tecnológicos, sendo os mais utilizados, o microcomputador (desktop) e o projetor. Quanto ao conhecimento dos softwares observou-se mais afinidade

1 Pós-graduado em Docência Universitária pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo. Graduado em Tecnolo-gia em Processamento de Dados pelo Centro Universitário Anhanguera. E-mail: betoramoschl@gmail.com

2 Doutora e Mestre em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Pós-graduada em Educação pela Universidade Metodista de Piracicaba. Graduada em Pedagogia pela Faculdade Adventista de Educação. E--mail: gildene.lopes@ucb.org.br

3 Doutoranda e Mestre em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Graduada em Pedagogia pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo. Graduada em Licenciatura em Educação Religiosa pela Faculdade Adven-tista de Educação. E-mail: andressa.oliveira@ucb.org.br

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aos da Microsoft, e como recursos de interação entre aluno / professor disponí-vel na internet, o Facebook. Conclui-se então que é necessário não só entender a importância do poder inovador da tecnologia, como também aperfeiçoar os conhecimentos sobre ela para se beneficiar no cotidiano da sala de aula.

Palavras-chave: Ensino Superior; Docente; Tecnologia.

Abstract: It is believed that the technology applied to education is one of the

tools that can contribute to the possible changes both in school and socially. Research shows increasing people’s access to technological resources, espe-cially the computer, which can become a tool for favoring the teaching sti-mulate the student’s attention and motivate them to learn. Thus, this study aims to investigate the perceptions of teachers in higher education on the use of technology in everyday classroom. For this, we used the literature with a qualitative approach, using an experimental study, using a questionnaire as a tool consists of 20 questions, and was applied to a group of 78 teachers, who work in various undergraduate courses of a particular institution Hi-gher Education. The results indicated that most participants claimed teachers have sufficient knowledge of technological resources, the most used, the PC (desktop) and the projector. Regarding knowledge of the software there was more akin to Microsoft’s resources and how interaction between student / te-acher available on the Internet, Facebook. It was concluded that it is necessary to not only understand the importance of innovative power technology, but also improve the knowledge about it to benefit in everyday classroom.

Keywords: Higher Education; Instructor; Technology.

Introdução

O atual mundo tecnológico exige cada vez mais estratégias criativas na solução de problemas, que provocam mudanças necessárias na educação para a edificação de uma so-ciedade mais produtiva, justa e humana, a partir de sua realidade. “Se educação é transfor-mação de uma realidade, de acordo com uma ideia melhor que possuímos, e se a educação só pode ser de caráter social, resultará que pedagogia é a ciência de transformar a sociedade” (ORTEGA; GASSET, 2002).

A tecnologia aplicada à educação é uma das ferramentas, que pode contribuir para as possíveis transformações tanto no âmbito escolar como social. Pesquisas revelam cada vez

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mais o acesso da população aos recursos tecnológicos, principalmente o computador. Valente (1999) reflete sobre isso ao afirmar que:

No Brasil a introdução de computadores na educação data de mais de 20 anos. Foi no início dos anos 70 a partir de algumas experiências na UFRJ, UFRGS e UNICAMP. Nos anos 80 se estabeleceu através de diversas atividades que permitiram que essa área hoje tivesse uma identidade própria, raízes sólidas e relativa maturidade.

Segundo Silva, citado por Mendes Filho (2001) imagina-se que mais de 70% dos alu-nos universitários no Brasil tenham acesso a computadores. Assim a escola pode se beneficiar dessa realidade. Em várias instituições educacionais observa-se que quase todas as classes são equipadas com computadores e projetores para auxiliar o professor em sua aula. No entanto, nem sempre são utilizados de forma adequada. Vale lembrar o que Mcluhan citado por Costa e Coelho (2012, p. 8) destaca:

Educar será sinônimo de aprender e gostar de progredir, a melhorar sempre; nesse dia, edu-car não signifiedu-cará mais formar e manter os homens a meio caminho de suas possibilidades de desabrochamento, mas pelo contrário, será abrir-se para a essência e para a plenitude da própria existência.

Ou seja, educar é dar a oportunidade de crescimento ao individuo, possibilidades para refletir sobre o que já foi pesquisado e criar novos conhecimentos. A tecnologia, portanto, pode facilitar essa compreensão plena do conhecimento.

Conforme Ralston e Meek (1970 apud VALENTE, 1999), nota-se que a informática trou-xe melhorias significativas para o ensino, e hoje com mais de 60 anos atuando na área educa-cional podemos perceber o quão importante e facilitadora ela pode ser quando utilizada de forma adequada. No entanto, é necessário inovar o ensino, por meio das diferentes formas de ensinar e aprender utilizando os recursos tecnológicos.

Pretto e Pinto (2006) reforçam que essa situação:

Não deixa de ser, no entanto, um rico momento para repensarmos as políticas educacionais na perspectiva de resgatar a dignidade do trabalho do professor, com a retomada de sua autonomia e, com isso, experimentar novas possibilidades com a presença de todos os novos elementos tecnológicos da informação e comunicação.

Outro aspecto que vale lembrar refere-se à importância do uso dos recursos tecnológico como favorecedores de motivação do estudante, que estimula a sua atenção, embora não baste só a exposição do conteúdo na tela do computador, vídeo-projetor, lousa-digital. É necessário criar um ambiente de ensino inovador, que permita desafios aos professores e aos alunos no processo de ensino e aprendizagem.

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é preciso que a diretores e professores seja dado a oportunidade de conhecer, compreender e, portanto escolher as formas de uso da informática a serviço do ensino... é preciso que o professor saiba avaliar esses programas a fim de poder selecioná-los para o uso em aula, adequando-os à sua programação metodológica (COX, 2003, p.7).

Cabem as instituições e aos docentes fazer uso desses recursos para enriquecer o co-tidiano da sala de aula. Cox (2003, p. 7) ainda ressalta que “com as bênçãos de inúmeras justificativas, os computadores invadem as escolas, exigindo dos agentes educacionais um posicionamento quanto ao quê e como fazer para dispor os múltiplos recursos da informá-tica a serviço da educação”. E essa não é uma simples tarefa. O computador é muito mais que um equipamento para armazenar dados e apresentar palestras, é mais que fazer uma chamada, e organizar arquivos.

Verificar onde é possível utilizar o computador e como usá-lo, elaborar programas buscan-do soluções, criar jogos didáticos, divertir-se em atividades criativas, explorar a composi-ção da máquina ou utilizar o computador para fins diversos certamente não são indicadores de falta de criatividade (BRANDÃO, 1994, p. 24).

O professor deve ser capacitado a utilizar a plena potencialidade dessa máquina, que sozinha não tem funcionalidade. O equipamento precisa de uma orientação, uma progra-mação e isso é o docente que faz, levando o aluno a aperfeiçoar seus conhecimentos, explo-rar sua criatividade e aplicar o aprendizado no seu cotidiano.

Afinal, como destaca Benetti (1995), não se pode mais achar que ter um diploma faz da pessoa um profissional capacitado. Precisamos de formação continuada para adquirir as devidas competências exigidas pelo atual mercado competitivo do mundo profissional, e a aprendizagem sobre os recursos tecnológicos, pode ser uma importante ferramenta para percorrer esse caminho.

Pode-se notar que a informática (TI) está à disposição, basta buscar o suporte ade-quado e aplicá-lo na educação. No entanto, muitas vezes, as instituições investem em novas tecnologias e a aula permanece a mesma - onde o professor fala sem cessar e o aluno ouve. Sobre isso, Moran (2004, p. 246) reforça que muitas vezes “as tecnologias são utilizadas mais para ilustrar o conteúdo do professor do que para criar novos desafios didáticos”. É como se as tecnologias não influenciassem na forma de ensinar e aprender. Ainda Moran (2004, p. 247) afirma que:

Ensinar e aprender estão sendo desafiados como nunca antes. Há informações demais, múl-tiplas fontes, visões diferentes do mundo. Educar hoje é mais complexo porque a sociedade também é mais complexa e também o são as competências necessárias.

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Assim, compreender como os docentes têm reagido a isso tudo, nos ajuda a repensar a sala de aula, e como podemos auxiliar docentes e discentes a lidar com esses avanços tecno-lógicos. Costa e Coelho (2012, p. 26) para fazer o docente refletir, afirmam que “com o uso das tecnologias, o professor poderá tornar seu trabalho muito criativo e com grande êxito na aprendizagem”. Leivas citada por Kaufmann (2005) destaca que há diversas formas de incor-porar o computador às atividades pedagógicas, principalmente para desenvolver no aluno o interesse em aprender e aprofundar seus conhecimentos nos recursos tecnológicos.

Ainda Kaufmann (2005) afirma que as tecnologias utilizadas como ferramentas no pro-cesso de construção do conhecimento sofrem constantemente mudanças, em termos de tempo, custo e esforço. Dessa forma, aprender a trabalhar com modernas tecnologias implica apren-der em condições de variação contínua.

Por outro lado, Daniel (2003) sintetiza as grandes inquietações sobre a atual educação em três questões essenciais: acesso à tecnologia, qualidade e custo, em razão da possibilidade de que a tecnologia possa ajudar a resolver as tensões entre estes três vetores. Ainda, Kauf-mann (2005, p. 19) reforça a ideia ao afirmar que:

a aprendizagem mistura atividades independentes e atividades interativas. As atividades independentes são aquelas que o aluno realiza de forma independente, como ler um livro, escrever um ensaio, ouvir uma conferência, etc. Essas atividades são responsáveis pela maior parte da aprendizagem, pelo menos na educação superior, e são exatamente essas que per-mitem um maior emprego da tecnologia, ampliando o acesso, melhorando a qualidade e reduzindo o custo.

Deste modo, esse trabalho teve o objetivo de investigar a percepção dos docentes do ensino superior sobre o uso da tecnologia no cotidiano da sala de aula, bem como, o conhe-cimento deles sobre as ferramentas existentes e disponíveis para o uso em suas práticas, além de entender como os participantes do estudo utilizam os recursos tecnológicos, e como eles entendem a sua importância para o processo de aprendizagem.

Percurso metodológico

Questionário aplicado a um grupo de docentes de uma Instituição particular de Ensino Superior situada na região metropolitana de Campinas-SP.

Os participantes foram um grupo de 78 docentes, sendo 48 do sexo masculino e 30 do sexo feminino, que atuam em diversos cursos de graduação. Observou-se 44 deles como do-centes de cursos na área das ciências humanas, 32 na de engenharias e tecnológicas, além de 2 nas ciências biológicas.

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Como instrumento de coleta de dados, utilizou-se o questionário, elaborado para aten-der os objetivos da presente pesquisa, composto por 20 questões de múltipla escolha das quais 4 tinham espaço para exemplifi car e comentar.

A coleta dos dados foi realizada pela aplicação do questionário. Este foi encaminhado por e-mail a todos os docentes da instituição, ocasião em que foram avisados sobre a fi nalida-de do questionário, ressaltando que as respostas e nomes seriam mantidos em sigilo. Mediante o retorno dos questionários respondidos, realizou-se a organização dos dados em categorias para melhor compreensão.

A tecnologia na ótica de docentes universitários

Foi interessante notar que os participantes tinham diferentes idades entre 26 a 58 anos, por isso organizou-se em faixa etária, sendo elas: 26% com idade entre 28 a 39 anos, 29% entre 40 a 50 anos e 23% entre 51 a 58 anos. Vale ressaltar que a grande maioria dos pesquisados eram do sexo masculino (62%) o que já era esperado, considerando o perfi l da instituição pesquisada.

Os docentes pesquisados diferenciam-se em três níveis de formação, conforme mostra o gráfi co a seguir:

Gráfi co 1 – Nível de formação

A maioria dos docentes tem formação de Mestrado e Doutorado, com 81%, o que pode sugerir o uso dos recursos tecnológicos, pela necessidade de utilizá-los como ferramentas na

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pesquisa. O tempo de docência dos professores participantes difere entre 1 a 24 anos, de acor-do com o gráfi co seguinte, a maioria tem de 1 a 8 anos de acor-docência.

Gráfi co 2 – Tempo de docência

Na pesquisa aplicada aos docentes, foi perguntado se os mesmos utilizam equipamentos tecnológicos em sala de aula e a resposta foi positiva, com o resultado de 100%. Isto nos mostra a real importância e a necessidade de se ter estes equipamentos para o auxílio das aulas, o que pode tornar mais prático e mais fácil o ensino e a aprendizagem.

Hoje não podemos mais pensar em ensinar um aluno com apenas apostilas e lousas, como era há anos atrás. A tecnologia se tornou uma ferramenta de grande importância e será necessária cada vez mais.

Vejamos no gráfi co a seguir, quais os equipamentos mais utilizados em sala de aula de acordo com a resposta dos docentes:

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Percebeu-se que os dois equipamentos mais utilizados são: o Microcomputador (Desktop) com 30% e o Projetor com 28%. Há uma explicação para esse resultado, pois estes dois equipamentos quase sempre são utilizados simultaneamente. Pois através do uso em con-junto destes dois equipamentos, o professor consegue transmitir ao aluno um simples texto, fi lme, gráfi co e som, tudo interativamente, estimulando a atenção do aluno e tornando a aula menos cansativa.

Para operar tais equipamentos, os docentes precisam ter certo nível de conhecimento, afi nal o computador oferece desde uma simples função até um recurso mais avançado, o que deixaria sua aula ainda melhor com algumas novidades.

Vejamos o gráfi co a seguir:

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De acordo com os resultados obtidos podemos notar que 54% dos docentes têm o co-nhecimento suficiente para operar tais equipamentos. Esse resultado é satisfatório, afinal os computadores estão cada vez mais fáceis de utilizar.

Vale ressaltar o que destaca Faria (2004) ao lembrar que o uso do computador como um simples ‘quadro-negro’ ou um ‘clicar’ de páginas não gera motivação e nem explora todo o potencial deste recurso, além de não ser considerado interativo, mas sim reativo. A autora ainda lembra que o computador pode ser a ferramenta que intermedia a função do professor e o aprender do aluno. Essa consideração só reforça a importância do docente ter conhecimento do equipamento e de todas suas funções e aplicabilidades, pois pode se tornar um instrumento muito útil quando bem utilizado pelo professor para criar, aprender, produzir e conhecer.

Outra questão requer investigar por meio dos docentes se a instituição que ele trabalha oferece equipamentos suficientes para utilizar em sala de aula, a maioria 94% respondeu que sim, afinal é muito importante que observemos se os meios oferecidos são suficientes e ade-quados. Leite et al. (2000, p. 40), reforça isso ao dizer que:

Diante desta realidade, torna-se necessário que as escolas passem a trabalhar visando a formação de cidadãos capazes de lidar, de modo crítico e criativo, com a tecnologia no seu dia-a-dia. Cabendo à escola esta função, ela deve utilizar como meio facilitador do processo de ensino-aprendizagem a própria tecnologia com base nos princípios da Tecnologia Educacional.

Assim percebe-se que os professores tem a sua disposição equipamentos necessários para sua utilização em sala de aula, porém pode ocorrer dificuldades de uso dos mesmos em algum momento, por esse motivo a instituição deve ter um departamento técnico para poder auxiliá-lo quando necessário.

Ao disponibilizar apoio técnico, quando o docente solicita, a instituição só vem confir-mar que se preocupa com a qualidade da aula e do docente, e para ele, o professor, ter conhe-cimento adequado para manuseio da tecnologia, auxilia a uma aula mais completa conforme reforça Faria (2004, p. 59):

Planejar uma aula com recursos de multimeios exige preparo do ambiente tecnológico, dos materiais que serão utilizados, dos conhecimentos prévios dos alunos para manusear estes recursos, do domínio da tecnologia por parte do professor, além de seleção e adequação dos recursos à clientela e aos objetivos propostos pela disciplina.

A utilização de equipamentos tecnológicos em sala de aula é essencial e cabe à instituição incentivar os docentes para o uso dos mesmos. De acordo com a pesquisa, 82% afirmam receber tais incentivos, o que reforça ao professor a necessidade de acompanhar esta evolução.

O uso das tecnologias em salas de aula é importante não apenas para os professores ao expor o conteúdo de suas matérias, mas também aos alunos para um melhor acompanhamento do conteúdo.

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A seguir, são descritas algumas opiniões e experiências dos docentes participantes, ao utilizar a tecnologia em salas de aula:

“Ao utilizar os equipamentos é possível trazer para dentro da sala de aula imagens, víde-os, etc, para exemplificar o conteúdo exposto, além de muitas vezes esclarecer para os alunos detalhes que apenas com explicações teóricas não seria possível (detalhes de normas, esque-mas estruturais e materiais)” (Entrevistado 5).

“As aulas se tornam mais dinâmicas e o tempo que seria gasto para expor de forma tradi-cional a disciplina (lousa) é utilizado com discussões sobre o assunto” (Entrevistado 12).

“Acredito que os conceitos transmitidos ficam mais claros e fáceis para os alunos, pois os recursos que utilizo (PowerPoint e vídeos) imprimem ritmo às aulas e me auxiliam a seguir um roteiro/planejamento determinado, tornando o ensino mais eficiente e auxiliando os alu-nos a organizarem melhor o conhecimento” (Entrevistado 17).

“Quanto mais recursos e mais aspectos sensoriais explorados (visão, audição,etc.) mais possibilidade de favorecer a aprendizagem” (Entrevistado 24).

“O uso desses recursos serve para apresentar exemplos de casos que ilustrem e aper-feiçoem a compreensão de determinados conceitos. Sem a tecnologia, os exemplos se desen-volveriam com dificuldade, restando apenas os exercícios mentais, de imaginação de certa realidade” (Entrevistado 34).

“Quando se concebe o conceito e se aplica este conceito utilizando ferramentas tecno-lógicas, tudo parece mais fácil, pois, o mundo deles é esse: o da tecnologia” (Entrevistado 37).

“Penso que não é uma questão de preferência dos alunos apenas, mas de se buscar traba-lhar com linguagens familiares aos alunos como é, no caso, a linguagem digital. No contexto atual é imprescindível que quem trabalha na universidade tenha habilidades para lidar com as tecnologias ao alcance do ensino, em todas as suas dimensões” (Entrevistado 43).

“Na área de programação e computação, o uso de equipamentos é essencial para o aprendiza-do, pois é mais rápido com aulas práticas desenvolvidas mostrando como fazer” (Entrevistado 51). As opiniões acima confirmam a importância da tecnologia tanto para o ensinar quanto para o aprender, embora destaque Mello (1999 apud FARIA, 2004) que há necessidade da in-teração social mesmo com o uso da tecnologia. Só assim é possível a vivência do conteúdo e seus significados visando à construção da inteligência coletiva.

No mundo tecnológico há mudanças frequentes, com várias inovações em hardwares e softwares, sendo assim as instituições precisam estar atentas a essas atualizações e aplicá-las em salas de aula, além de oferecer constante treinamento ao corpo docente.

Ao serem questionados se a instituição oferece treinamentos quando adquirem novos recursos, 86% dos pesquisados responderam que sim, ressaltando, porém que esses treina-mentos nem sempre são bem sucedidos, principalmente por problemas de conciliação de horá-rios de técnicos e docentes. Por outro lado dizem que, pela facilidade dos equipamentos, nem sempre há a necessidade de buscar tais treinamentos, pois são fáceis e intuitivos.

Além dos equipamentos citados anteriormente, é necessário o uso conjunto com bons softwares, os quais serão utilizados no preparo e no ensino das matérias em salas de aula. O

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mais conhecido e utilizado é o pacote Offi ce da Microsoft , que inclui o Word (editor de texto), Excel (planilha eletrônica) e também o PowerPoint, um soft ware essencial o uso do projetor.

Além do Offi ce, existem outros soft wares importantes e necessários para o uso com o microcomputador, por isso destacamos em nossa pesquisa os principais e perguntamos aos docentes o nível de conhecimento de cada um e chegamos ao seguinte resultado:

Gráfi co 5 – Porcentagem de conhecimento dos soft wares apresentados Gráfi co 5 – Porcentagem de conhecimento dos soft wares apresentados

Notou-se que os docentes têm conhecimento de todos os soft wares em destaque no ins-trumento (questionário), porém com mais afi nidade aos da Microsoft . O resultado provavel-mente se dá pelo fato da Microsoft ser mais conhecida em relação aos outros e seus produtos se adequarem mais facilmente no uso do dia-a-dia tanto pelos docentes como pelos alunos.

Cortelazzo (1999, p.22) lembra que cabe ao docente escolher os tipos de equipamentos que serão utilizados dependendo “dos objetivos da disciplina, conteúdos, características dos educandos e proposta pedagógica da escola”. Por isso, conhecer o maior número possível de soft wares, é essencial para compreender qual é o melhor a ser utilizado.

Perguntou-se também como os docentes adquirem conhecimento para operar esses sof-twares mediante três alternativas, e chegamos ao seguinte resultado:

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O gráfi co mostra que 50% dos entrevistados adquirem conhecimento através de cursos livres, ou seja, estão preocupados em se atualizar mais rapidamente, sendo assim a instituição e os alunos só tem a ganhar, pois terão professores mais bem preparados e atualizados.

Esse resultado é muito importante, uma vez que, a escola deve ser uma das organizações mais cobradas no modo como utiliza os recursos tecnológicos. Até porque, muitas pesquisas têm sido desenvolvidas nessa área a fi m de refl etir sobre o modo como a prática pedagógica se alia a tecnologia visando a relação professor, aluno, conteúdo, aprendizagem (ENS, 2002).

Perguntou-se também aos docentes participantes se a instituição em questão ministra algum curso dos soft wares apresentados anteriormente (Windows, Word, Excel, etc). O gráfi -co a seguir mostra os resultados obtidos:

Gráfi co 7 – Sua instituição ministra algum curso preparatório

Segundo o gráfi co, a maioria 52%, não sabem se existe algum desses cursos disponíveis na instituição, então podemos concluir que, ou os entrevistados não buscam saber sobre tais assuntos ou a instituição não está divulgando o sufi ciente sobre os mesmos aos seus docentes.

A minoria 19% respondeu que a instituição não oferece tais cursos, mas não demonstrou interesse por eles, caso tivessem oportunidade.

Existem no momento muitos recursos de interação entre aluno / professor disponíveis na internet. Considerando a facilidade da internet, perguntamos quais recursos os docentes têm mais conhecimento. O resultado está no gráfi co seguinte:

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As respostas demonstradas no gráfico foram bem parecidas e isso se deve a populariza-ção da internet e tudo o que ela contém.

Podemos notar que os docentes conhecem muito bem os recursos apresentados, princi-palmente o Facebook, o site de relacionamento e interação mais popular no momento com 19%. É importante que o docente esteja disposto a novos conhecimentos. O mundo tecnoló-gico está em constante mudança e evolução, por isso é imprescindível a busca do novo. Como reforça Faria (2004, p. 60), “a adoção de novas tecnologias no ensino, não tem um objetivo em si mesma, mas é um recurso no processo de ensinar e aprender para alcançar os fins educa-cionais almejados”.

Não podemos ignorar que pela internet tudo o que é tipo de informação pode ser acessa-da, portanto, fica “evidente que não basta buscar informação, é preciso questioná-la para que se possa fazer ciência”(ENS, 2002, p. 39).

Dos recursos da internet citados anteriormente, muito são utilizados em sala de aula pe-los docentes e pepe-los alunos, vamos ver algumas opiniões dos docentes entrevistados sobre isso: “A tecnologia Cloud facilita o compartilhamento de dados, algo que considero muito enriquecedor ao processo ensino-aprendizagem. Mesmo que os demais recursos também viabilizem o compartilhamento não os considero tão eficientes e ótimos como a nuvem” (Entrevistado 8).

“O trabalho fluiria muito melhor utilizando principalmente o Fórum, Grupos de discus-são. O relacionamento professor aluno aumentaria e as possibilidades de acompanhamentos de seus trabalhos também” (Entrevistado 37).

“Tenho me valido do Facebook para divulgar palestras, materiais de interesse dos cursos

nos quais trabalho. Também trabalho com grupos de discussão, fóruns, além de blogs para debates e divulgação de pesquisas, eventos, textos importantes etc” (Entrevistado 56).

“Entrar em contato com alunos por meio de redes sociais é cada vez mais útil. Lembrá-los das provas, trabalhos é mais eficaz por meio de recursos disponíveis em e-mails, redes, blogs e etc. Além disso, o contato virtual pode humanizar o professor. Porém corremos maiores riscos em relação a privacidade, interpretação e imagem do professor ou instituição” (Entrevistado 67). “Entendo que não há como permanecer alheio a esses instrumentos, já que sua utilização é ampla entre os alunos, especialmente os mais jovens, para os quais a comunicação por tais meios faz parte da sua construção pessoal. Assim, usar e comunicar-se por meio deles permite uma proximidade maior, acesso a uma linguagem por eles reconhecida, bem como permite acesso rápido a várias informações, como vídeos (youtube), ideias e trabalhos (Google), con-fronto de ideias etc” (Entrevistado 71).

“Depende, acredito que esses recursos sejam interessantes, se o professor encontrar meios de realmente fazer com que eles contribuam para a aprendizagem do aluno. Caso contrário, podem se tornar apenas mais um meio de o aluno de dispersar” (Entrevistado 74).

Nenhum recurso por si mesmo é motivador. Ele dependerá do modo como é utilizado, e se está adequado ao conteúdo, aos alunos, objetivos, enfim (MORAN 2000, p. 25).

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Conclusão

Foi possível observar que as Instituições de Ensino em qualquer nível educacional têm um grande papel na arte de educar e relacionar a tecnologia com o processo de ensino e apren-dizagem.

As instituições de ensino precisam planejar o processo pedagógico em conjunto com os docentes de forma a aplicar o resultado em salas de aula, favorecendo o ensino aos alunos.

Considerando os dados da presente pesquisa percebe-se também que os professores precisam: • Estar em constantes atualizações com as novidades da tecnologia;

• Buscar cursos de aperfeiçoamento;

• Saber como e onde aplicar as ferramentas que a tecnologia oferece em suas aulas; • Interagir com os alunos através da tecnologia presente na internet de forma a

facilitar e a deixar mais prazeroso o estudo;

A tecnologia vem ajudar e muito os docentes, porém ela jamais substituirá a transmissão do conhecimento, porque essa capacidade somente o professor possui.

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Referências

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